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TOMO I

A História de
Adão e Eva

por Chan Thomas

Tradução e Adaptação:
Alessandro Loiola

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SINOPSE

Se você acha que deveríamos estar preocupados, pense sobre o


seguinte: o Serviço Geológico dos Estados Unidos emitiu uma declaração
afirmando que a força do campo magnético da Terra está diminuindo de
maneira acelerada. Nos últimos 350 anos, nosso campo magnético perdeu 30
a 40% de sua força – uma queda tremenda! Para completar, o Sistema Solar
está se aproximando de uma zona neutra magnética na Via Láctea onde
nosso manto de 100 km de espessura e 1.300o C de temperatura estará
novamente livre para agir como um líquido. As consequências das somas
destes fatores não deveriam ser menosprezadas ou ocultas da opinião
pública.
Nunca antes os fatos foram abordados de maneira tão inspirada e
renovadora, e nunca tantos segredos foram revelados em uma única obra.
Este é o tema mais estarrecedor de todos os tempos, abordado de maneira
intrigante como nunca visto antes em um livro que levou mais de 40 anos
para ser escrito.
Os cataclismos globais – inundações como o Dilúvio de Noé –, foram
descobertos no final dos anos 1770 por homens como André Deluc, Georges
Cuvier e Déodat de Dolomieu, mas as causas desses eventos permaneceram
um enigma durante seu tempo. Agora, Chan Thomas nos apresenta as
respostas para o grande mistério da Teoria Cataclísmica, incluindo seu
ciclo e seus princípios originadores.
Thomas descreve o próximo catalismo com um realismo chocante de
tirar o fôlego, adicionando uma revisão das informações contidas em
Gênesis, revelando como mamutes e dinossauros desapareceram, traduzindo
pela primeira vez as palavras de Jesus na cruz, e solucionando a Lei
Astronômica de Titius-Bode que define as distâncias planetárias na
estrutura do Sistema Solar.

“Um pouco de conhecimento


pode ser uma coisa perigosa,
ou pode ser uma semente vibrante
que produzirá florestas verdejantes
e acordará os gigantes adormecidos”.

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Para
Minha querida esposa. Sem sua ajuda e fé ao longo de anos de noites
insones e infinitas horas de estudo, pesquisa, tradução e viagens este
livro jamais teria sido escrito.

Para
General Hal Grant e sua maravilhosa família.

Para
General LeMay e Almirante Taylor e sua equipe, por seu encorajamento
inspirador, sem o qual esta obra não existiria.

Para
Todos aqueles que ridiculizaram, menosprezaram e riram, relegando-me aos
“loucos” e até mesmo me despedindo de meu trabalho: por causa de vocês,
encontrei a motivação para perseguir, solucionar, encontrar e revelar a
verdade. Devo-lhes muito.

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CONTEÚDO:

1. O Próximo Cataclismo

2. As Grandes Enchentes

3. A História

4. O Evento

5. Gênesis

6. Cataclismos Revisitados

7. Adendo

8. Conclusão

9. O Autor

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1. O PRÓXIMO CATACLISMO

Com um estrondo inicialmente tão baixo ao ponto de ser inaudível,


então crescendo, pulsando e irrompendo em um rugido como um trovão, o
terremoto tem início. Mas este não é um terremoto como outros na
história: na região da Califórnia, as montanhas balançam como se fossem
samambaias ao vento. O poderoso oceano Pacífico recua, em seguida
soergue-se em uma montanha de água com mais de 3 km de altura e inicia
sua jornada para o leste. Com a força mil exércitos, o vento ataca,
arrancando tudo no caminho de seu bombardeio supersônico. Acompanhado da
monumental onda do Pacífico, ambos enterram Los Angeles e São Francisco
como se ambas as cidades não passassem de grãos de areia. Nada –
absolutamente nada! – pode impedir o ataque incansável e avassalador do
vento e do mar.
Pelo continente afora, o vento de mais de 1.000 km/h irrompe
furioso em toda parte, inclemente, incessante. Plantas e animais são
feitos em pedaços enquanto vão sendo fustigados – e os terremotos não
deixam pedra sobre pedra. Em muitos lugares, o manto rompe a crosta
terrestre, adicionando imensos volumes de magma incandescente ao
holocausto. Nas horas seguintes, o cenário de devastação será varrido
por um gigantesco vagalhão oceânico, enterrando os EUA de costa a costa
sob 4 km de sedimentos.
No intervalo de um único dia, todos os vestígios de civilização são
apagados da superfície. Todas as grandes cidades – Los Angeles, São
Francisco, Chicago, Dallas, Nova Iorque, Boston – se tornarão lendas e
mal sobrará um tijolo de pé no lugar onde milhões de pessoas caminhavam
poucas horas antes. Alguns conseguirão encontrar abrigo na encosta de
alguma grande montanha, enquanto observam o fogo líquido inundar os
vales logo abaixo. A enchente chegará em seguida, também em velocidade
supersônica, elevando-se cada vez mais, evaporando sobre o magma até
quase alcançar os pés dos sobreviventes. Apenas as cordilheiras mais
altas são capazes de resistir à investida cataclísmica.
A América do Norte não está sozinha em seu destino fatídico. A
América Central sofre a mesma ventura: vento, magma e inundação. Na
América do Sul, os Andes não são altos o suficiente para impedir a
violência impiedosa da natureza: em menos de um dia, Equador, Peru e
oeste do Brasil são chacoalhados pelo terremoto devastador. Os Andes são
açoitados pelo maremoto do Pacífico e vencidos pelas ondas em alguns
trechos. O continente inteiro é soterrado por magma, submerso por vários
quilômetros cúbicos de oceano e então congela-se. Tudo congela. Homens,
animais, plantas e tudo mais são petrificados em menos de quatro horas.
A Europa não escapa ao massacre: imensas ondas do Atlântico e
ventos avassaladores destroçam tudo, do oeste ao leste. Os Alpes, os
Pirineus, os Montes Urais e as montanhas da Escandinávia sacodem e se
erguem antes da chegada do maremoto.
O oeste da África e as areias do Saara sucumbem à fúria da
natureza, do vento e do oceano. As regiões do Zaire, da África do Sul e
do Quênia sofrem com pequenos terremotos e rajadas de vento – mas pouca
inundação. Nesses locais, os sobreviventes observam aturdidos o Sol que
se mantém imóvel no céu por quase doze horas.
No leste da Sibéria e no Oriente, a gigantesca foice subterrânea
excisa os pilares da terra, acompanhada do vento mortal em sua sinfonia

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supersônica de brutalidade e destruição. À medida que o Ártico se
desloca de sua localização polar, o leste da Sibéria, a Manchúria, a
China e Myanmar amargam o mesmo destino da América do Sul: vento, magma,
inundação e congelamento. Os animais nas florestas são aniquilados,
formando amontoados de carnes e ossos, e então soterrados por aludes de
oceano e sedimentos. A temperatura cai 80oC quase que instantaneamente.
Nenhum homem, animal, planta, terra ou água escapa do congelamento em
todo o leste Asiático, e boa parte da região termina abaixo do nível do
mar.
Antártica e Groenlândia rotacionam com suas calotas de gelo em
direção à Zona Tórrida (área da Terra entre o Trópico de Câncer e o
Trópico de Capricórnio, N. do T.), e a fúria do vento e da inundação
prosseguem por mais 6 dias. No 6o dia, o oceano começa a escoar dos
terrenos mais elevados, assumindo sua nova configuração. No 7o dia, toda
aquela agonia terrível termina: a Era do Gelo do Ártico chegou ao fim e
uma nova Idade da Pedra tem início. Os oceanos – os grandes
homogeneizadores do planeta – depositaram mais uma grossa camada de lama
sobre os estratos anteriores, como exposto no Grand Canyon e no Deserto
Pintado (ambos no Arizona), no Monument Valley (na divisa entre os
estados de Utah, Colorado, Novo México e Arizona) e no Parque Nacional
das Badlands (Dakota do Sul).
A Baía da Bengala, ao leste da Índia, torna-se o novo Polo Norte. O
oceano Pacífico, logo ao oeste do Peru, torna-se o novo Polo Sul.
Antártica e Groenlândia, agora posicionadas ao nível do equador,
derretem debaixo do calor tropical. Enormes Massas de água alcançam os
mares, varrendo tudo – de montanhas a planícies – enquanto criam grandes
variações sazonais. Em menos de 25 anos, as calotas de gelo dos antigos
polos terão desaparecido e os oceanos se elevarão mais de 100 metros
acima dos níveis anteriores. Durante gerações, a Zona Tórrida
permanecerá coberta pela névoa resultante da umidade que evaporou para a
atmosfera.
Novas calotas de gelo começam a se formar nos novos polos ao mesmo
tempo em que Groenlândia e Antártica se recobrem com folhagens
verdejantes. A Austrália se torna mais uma vez um continente inexplorado
na Zona Temperada, com pouquíssimos sobreviventes perambulando por sua
vastidão. Nova Iorque se encontra no fundo do Oceano Atlântico,
devastada, dissolvida, derretida pelo magma e coberta por quantidades
inacreditáveis de lama e lodo. Nenhum vestígio resta de São Francisco,
Los Angeles, Chicago, Dallas e Boston – todas estas cidades se uniram às
lendas das Sete Cidades de Cíbola. O que sobrou do Egito emerge da
inundação mediterrânea um pouco mais alto, mas os lugares comuns de
nossa Era se tornam tão misteriosos como as ruínas de Balbeque.
Uma nova era! Sim, o cataclismo fez bem o seu trabalho. Uma vez
mais, o maior regulador populacional de todos fez pela humanidade aquilo
que ela recusa a fazer por si mesma e pelo planeta que a abriga, e jogou
os poucos sobreviventes em uma nova Idade da Pedra. Após isto, nos
juntaremos a Noé, Adão e Eva, Atlântida, Mu e ao Olimpo – e Jesus se
juntará a Osíris, Ta´aroa, Zeus e Vishnu.

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2. AS GRANDES ENCHENTES

Noé? Adão e Eva? Visnhu? Osíris? O que eles possuem em comum? Todos
representam ciclos culturais distantes entre si, mas, de alguma forma,
se unirão no próximo cataclismo e caminharão juntos para a extinção como
boa parte de nossa civilização. Outros também caminharão ao nosso lado:
homens há muito esquecidos que deduziram pela primeira vez que estas
catástrofes cataclísmicas (“evoluções da crosta terrestre”) aconteceram
antes por incontáveis vezes. Homens como Jean-Andre Deluc (geólogo
suíço, 1727-1817), Déodat de Dolomieu (mineralogista francês, 1750-
1801), Georges Cuvier (naturalista francês, 1769-1832) e Arnold Escher
von der Linth (geólogo suíço, 1807-1872), que inferiram que os
cataclismos eram causados por alterações súbitas nos eixos e na
configuração da superfície de nosso planeta.
Em sua Teoria da Terra (1812), Cuvier baseou suas conclusões em
extensas pesquisas envolvendo estratigrafia, anatomia comparativa e
paleontologia. A bem da verdade, Cuvier foi o fundador da anatomia
comparativa, além de um autodidata extraordinário. Na época, escreveu:
“cada parte da Terra, cada hemisfério, cada continente, exibe o mesmo
fenômeno. Houve, portando, uma sucessão de variações na natureza
orgânica da natureza, uma sucessão de catástrofes que perturbaram os
estratos geológicos dando origem às várias peculiaridades continentais.
É de grande importância registrar que estas repetidas elevações e
descensões dos oceanos não foram lentas ou graduais, pelo contrário: as
catástrofes que as ocasionaram foram súbitas e isso é fácil de ser
comprovado – especialmente com relação ao último evento. Por isso,
concordo com os Srs. Deluc e Dolomieu de que, se resta algo para ser
estabelecido pela geologia, é o fato de que nosso globo passou por
grandes revoluções repentinas, sendo que a mais recente não parece ter
menos de 5 ou 6 mil anos”.
“Essas alternâncias”, prossegue Cuvier, “parecem configurar um
problema na geologia cuja solução é de extrema relevância. Para que esta
solução seja satisfatória, seria necessário descobrir o que causou tais
eventos, e este questionamento tem me perseguido – eu diria até
atormentado-me – durante todas as minhas buscas por fósseis. Minhas
pesquisas abordam apenas uma parte ínfima do fenômeno, mas estou
convicto de que o último cataclismo global está intimamente ligado aos
anteriores e aos próximos”.
Muitas tentativas foram feitas para responder à incitação geológica
de Cuvier. Immanuel Velikovscky (1895-1979) procurou as respostas em
estudos sobre mitos e lendas; Charles Hapgood (1904-1982) também tentou,
assim como Hugh Brown (1883-1975). No processo, reuniram um conjunto
imenso de dados. Todavia, a cada vez que a Teoria Cataclísmica surgia, a
hipótese era apedrejada, rechaçada, desprezada e soterrada com
argumentos vingativos – mas seu cadáver parece recusar-se a permanecer
morto. A cada novo ataque, a Teoria levanta a tampa de seu caixão e, com
uma voz sombria, parece anunciar das profundezas de seu túmulo: “vocês
todos morrerão antes que eu morra”.
No livro The Lost Americans (1961), o arqueólogo Frank Cumming
Hibben (1910-2002) escreveu: “não se trata de uma extinção comum em um
período incerto, mas de um evento catastrófico e generalizado que casou
a morte de 40 milhões de animais – e o corpo delito deste mistério pode

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ser encontrado em praticamente toda parte. Seus ossos estão nas areias
da Flórida, nos cascalhos de Nova Jersey, nos planaltos do Texas, nos
poços de alcatrão de Wilshire Boulervard... Os corpos das vítimas estão
em toda parte e encontramos literalmente milhares deles juntos: jovens e
velhos, potros com éguas, bezerros com vacas… Os lodaçais do Alasca
estão entupidos de evidências sinalizando uma rápida extinção em massa.
Qualquer que seja a causa, ela deve ser aplicável para a América do
Norte, Sibéria e Europa”.
“Mamutes e bisões foram dilacerados e torcidos como se tivessem
sido exterminados à mão por alguma ira divina.
Em muitos lugares do Alasca, as camadas de lodo estão salpicadas de
escombros e ossos de animais… mamutes, mastodontes, bisões, cavalos,
lobos, ursos e leões… toda uma população da fauna subitamente morta e
congelada no meio de uma catástrofe cataclísmica”.
Ventos sobrenaturais, vastos incêndios vulcânicos, inundação e
soterramento por lama, animais dilacerados preservados em lodo super
congelado. “Qualquer boa resposta para este mistério deve ser capaz de
explicar todos estes fatos”, sentenciou Hibben.
Como um fantasma em meu subconsciente, o desafio para descobrir a
resposta não me deixava em paz. Eu era capaz de ouvir a voz de Cuvier,
instigando-me: “descubra a causa desses eventos”. Eu sentia a provocação
de Hibben, dizendo: “descubra todos os fatos”. E decidi que a Teoria
Cataclísmica – o desfecho catastrófico que visita nosso planeta
periodicamente – necessitava de uma confirmação ou de uma refutação de
uma vez por todas. O primeiro passo foi reunir o maior número possível
de dados do maior número de ciências: estratigrafia, arqueologia,
radiologia, paleontologia e oceanografia, além de cosmologia,
astronomia, sismologia e paleolínguas como o Maia pré-histórico. Nem
mesmo a Evolução poderia ser ignorada. Além disso, a correlação dos
dados cruzados entre as diversas ciências deveria ser honesta. Todas
essas informações forneceram a resposta: apesar de existirem dados
suficientes na maioria das ciências para indicar que estes cataclismos
ocorreram, não havia o suficiente em cada uma das ciências isoladamente
para deduzir o evento ou provar o conceito da Teoria, mas a correlação
dos dados cruzados mostrou que o conceito era verdadeiro. Não apenas
confirmou que os eventos haviam ocorrido, mas revelou quando os últimos
cinco cataclismos aconteceram e em quais posições a crosta terrestre se
encontrava nos últimos 35 mil anos ou mais.
Finalmente, anos após as pesquisas iniciadas em 1949, o desafio de
Cuvier possuía uma resposta: sim, de fato os cataclismos ocorrem – mas
eu ainda não havia encontrado a resposta para a causa. Eu levaria mais
20 anos até conseguir descobrir o gatilho dos cataclismos. O que os
desencadeia? Exatamente o que ocorre uma vez que são desencadeados? Qual
é o processo envolvido? A partir dos dados, parecia óbvio que processo
não era linear, mas seria possível extrair alguma função matemática a
partir das informações? Ou os eventos eram aleatórios e imprevisíveis?
Quanto mais apendemos, mais se apresenta para ser descoberto e
aprendido.
Enquanto isso, que aventura! E quão dramática se descortinou a
narrativa da Terra: civilizações que existiram há mais de 20 mil anos
com tecnologias mais avançadas que nossa imaginação poderia conceber;
lendas pré-históricas da Grécia, Egito, Índia e América do Sul
converteram-se de mito em história; continentes perdidos no Atlântico e

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no Pacífico se tornaram realidades datáveis, com motivos lógicos para
seu súbito desaparecimento.
Sim, Vishnu sobreviveu a um cataclismo muitos milhares de anos
atrás – na verdade, 10 cataclismos atrás! Agora, ele é conhecido como
deus hindu que renasceu 10 vezes das águas. Osíris foi redescoberto: ele
foi o Jesus de seu tempo – um homem do Egito, há cerca de 15 mil anos.
Noé sorriu para nós a partir das páginas da Epopeia de Gilgamesh – na
verdade, ele era Utnapishtim, um sumério que viveu há aproximadamente 7
mil anos. A arca que ele construiu é muito mais que apenas uma lenda.
O processo do cataclismo agora é conhecido.
Observe a figura da secção transversal da Terra apresentada logo
após a capa deste livro. Você verá duas camadas amarelas. A mais
importante é a fina camada que se inicia a 100 km de profundidade e se
estende até 200 km a partir da superfície da Terra. A camada mais
grossa, que se inicia a cerca de 3 mil km da superfície, no fundo do
Manto, e se estende por mais 2 mil km, é o Núcleo Externo. A sismologia
já provou que estas duas camadas são fundidas e ardem em temperaturas
acima de 1.300oC. A camada mais externa de 100 km de espessura é a
responsável por fornecer aos vulcões a lava que eles expelem na
superfície terrestre.
Dentro da Terra, a atividade eletromagnética do núcleo faz com que
essas camadas se comportem quase como se fossem sólidas ou plásticas.
Enquanto a atividade da estrutura eletromagnética se mantiver estável, o
planeta guardará sua configuração e sua rotação habituais.
Se alguém duvida que a calota de gelo da Antártica está aumentando,
informo que está, ao ritmo de um Lago de Ontário por ano. O mesmo está
ocorrendo com o gelo da Groenlândia. Uma vez que ambas as calotas não
estão centradas ao eixo de rotação da Terra, elas exercem uma força
centrífuga entre si e em um vetor perpendicular ao eixo da Terra. Seria
como se você estivesse girando dois baldes com água, amarrados a uma
corda presa a cada um de seus braços. Enquanto gira, a água permanece
dentro dos baldes. Se você não tivesse as cordas, os baldes e a água
seriam arremessados para longe. No caso das calotas polares, a força de
“impedimento” (a “corda”) corresponde à gravidade, que mantém as calotas
presas à terra. Uma vez que essas calotas não são capazes de se
desprender da superfície e sumir pelo espaço, elas resolvem o problema
da tensão tentando puxar toda a crosta terrestre sobre a camada de 100
km logo abaixo delas. Enquanto as estruturas eletromagnéticas se
mantiverem estáveis no interior do planeta, as calotas não conseguirão
mover a crosta – e a rotação e os dias, os meses e os anos seguem do
modo ao qual estamos acostumados.
Neste exato momento, por motivos que desconhecemos, a cada punhado
de milhares de anos a organização eletromagnética da camada externa mais
fina é rompida – e não sabemos nem ao certo determinar o que significa
“rompida”. Acreditamos que isto envolva (de alguma forma) uma redução
tão imensa na energia eletromagnética que a fina camada externa passa a
se comportar como um líquido livre, servindo então como um lubrificante
para que as calotas polares consigam empurrar a crosta terrestre a ponto
de fazer os polos girarem 90 graus até a Zona Tórrida.
Em 6 ou 12 horas, os polos geográficos se movem para a Zona Tórrida
e o inferno acontece: como a atmosfera, os oceanos e os lagos não se
movem com a crosta, eles simplesmente continuam rodando do oeste para o
leste (no equador, esta velocidade é de cerca de 1.660 km/h). Então,
enquanto a crosta se move com os polos em direção ao equador, os ventos

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e os oceanos continuam se dirigindo para leste, soprando e inundando em
velocidades supersônicas, submergindo continentes inteiros sob vários
quilômetros de água e destruindo tudo que o homem construiu – incluindo
ele mesmo. Este é um resumo do processo.
E quanto ao gatilho? Ele mostrou ser a peça mais capciosa de todo o
quebra-cabeças. Não poderíamos confiar em alguma força sobrenatural –
como algumas vezes ocorre nas lendas, onde uma entidade dos céus viola
as leis da física. Não, o gatilho deveria ser algo natural, uma parte
comum da estrutura da natureza capaz de violar a organização
eletromagnética interna da Terra toda vez que um cataclismo ocorresse.
Também deveria ser um tipo de evento que diminuísse a atividade
eletromagnética ao ponto de ambas não serem mais capazes de manter o
comportamento plástico ou quase sólido da fina camada mais externa.
Houve um tempo em que pensávamos que grandes tempestades solares
poderiam servir para esse papel – pois elas são capazes de perturbar a
estrutura eletromagnética interna da Terra –, mas estávamos errados.
O tempo gasto neste equívoco de juízo foi o preço pago por lidar
com suposições invés de fatos, mas esse foi um desvio necessário: com
isso, tivemos mais tempo para catalogar mais fatos e, principalmente,
apurar nossa capacidade de raciocínio analítico. Sabíamos que a intuição
correta – qualquer que fosse ela – uma hora nos alcançaria.
A dedução do processo forneceu uma compreensão mais ampla dos
eventos pré-históricos. Por exemplo: entendemos que as Eras do Gelo não
se tratam de um avanço e um retrocesso nas camadas de gelo, mas
simplesmente que áreas diferentes ocupam as regiões polares em tempos
diferentes e por diferentes períodos. As mudanças nas posições ocorrem
na fração de um dia, e os dilúvios supersônicos que acompanham esses
eventos depositam estratos imensos de terra, como aqueles que podemos
ver nas paredes do Grand Canyon, do Deserto Pintado e do Monument
Valley, além do Canyon de Chelly (no Arizona) e da Moqui Dugway (em
Utah).
A história ao redor do mundo oferece um testemunho silencioso da
Teoria Cataclísmica:

- O mamute de Bereskova, encontrado numa das margens do rio Beresovka


(Sibéria) em 1901, em excelente estado de conservação e com ranúnculos
botão-de-ouro em sua boca;

- A idade das gargantas sob as Cataratas do Niágara e de Saint Anthony,


ambas com cerca de 7 mil anos de idade;

- O súbito desaparecimento da calota de gelo na Baía Laurenciana


(Canadá), há cerca de 11.500 anos;

- A ininterrupta evolução de Galápagos ao longo de mais de 11 mil anos;

- As datações geológicas no estuário do rio Murrumbidgee (Austrália),


mostrando o fim de uma calota de gelo na região por volta de 11.500 anos
atrás;

- A idade dos fósseis retirados dos poços de alcatrão em Wilshire


Boulevard, datados de cerca de 11 mil anos atrás;

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- O abrupto desaparecimento de atividades humanas na cidade pré-
histórica de Tiahuanaco (Bolívia) há 11.500 anos;

- O excepcional trabalho de Leonard Woolley, que datou o Grande Dilúvio


por volta de 6 mil anos atrás;

- O desaparecimento da calota de gelo do Wisconsin há cerca de 29 mil


anos;

- A súbita elevação dos oceanos em mais de 100 metros há 7 mil anos;

- A súbita elevação do leito do rio Saint Lawrence (região dos Grandes


Lagos), há 7 mil de anos;

- A mudança nos níveis da linha costeira da Baía de Hudson, no Canadá;

- Os imensos blocos de granito depositados nas encostas do Maciço do


Jura (Alpes Suíços) mais de mil metros acima do nível do mar;

- A lendária descoberta de Fraser de mais de 8 mil mitos independentes


de sobreviventes pós-diluvianos na região da península da Malásia;

- A região e Pejark Mash (Austrália), que mostra uma extinção súbita de


várias espécies - incluindo humanos – há cerca de 11.500 anos;

- O mapa do cartógrafo otomano Piri Reis (1513), mostrando o Polo Norte


no Egito e a costa da Antártica em detalhes, sem sua calota de gelo, e
com o continente ainda ligado à América do Sul;

- O relógio d´água egípcio em concordância com o mapa de Piri Reis;

- Os granitos depositados no topo das montanhas ao redor do Vale da


Morte (Califórnia);

- As estratificações homogêneas no Grand Canyon, no Deserto Pintado, no


Monument Valley e nas Badlands, com cada camada apresentando-se como se
tivesse sido depositada lá de maneira súbita por volumes inacreditáveis
(e super-rápidos) de água;

- O atual crescimento da calota de gelo da Antártica ao ritmo de


aproximadamente 470 metros cúbicos de gelo por ano;

- As lendas dos habitantes primitivos da Terra do Fogo que contam do dia


em que o Sol se pôs na direção errada;

- As lendas dos habitantes primitivos do Peru sobre o dia em que o Sol


permaneceu parado no céu;

- As lendas de tribos ancestrais da Malásia e de Sumatra sobre a “longa


noite”;

- Os estratos geológicos em Wrenshall (Minnesota) e Hackensack (Nova


Jérsei), que estão em conformidade uns com os outros;

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- A prevalência de jade no Oriente, um material originado do manto e
exteriorizado próximo dos pontos equatoriais pivotais durante um
cataclismo;

- As evidências de vegetação tropical na Sibéria, no Alasca e na


Antártica, preservada por milhares de anos na fração de um dia durante
um cataclismo;

- As semelhanças das línguas faladas em diferentes partes do mundo, da


Polinésia à Grécia, ao Egito, ao Peru, ao Alasca, à Turquia e ao extremo
oriente e mais;

- As pegadas de dinossauros feitas na lama exposta de leitos de rios e


congeladas antes que fossem deterioradas, assim permanecendo por
milhares de anos até que a lama se fossilizasse e permitisse que nós,
hoje, as encontrássemos como pegadas de dinossauros impressas em leitos
de rocha;

- A correlação entre Era do Gelo, Idade da Pedra e o súbito


desaparecimento de quase todas as espécies de vida no mundo todo, ao
mesmo tempo;

- A sobrevivência de formas primitivas de vida em pontos equatoriais


como a Península da Malásia e o arquipélago de Galápagos (ambos
atualmente abundantes em lagartos);

- A existência de recifes de corais no assoalho do Oceano Ártico;

E mais e mais e mais e mais evidências que nos oferecem uma visão
das posições da crosta terrestre ao longo dos últimos 35 mil anos ou
mais.
Quando colocamos todas essas informações em ordem, obtemos um
quadro surpreendente sobre quais áreas estiveram no Polo Norte, quando
elas se moveram para lá, quando elas saíram de lá, e quanto tempo
permaneceram nesta posição (a tabela deses dados será apresentada a
seguir).
Observe que o fim de uma Era corresponde ao início de uma Nova Era.
Apesar de a tabela apresentar os períodos em termos de “anos atrás” e
“anos de duração”, lembre-se que a mudança de uma Era para outra ocorre
na fração de um único dia – rápido o suficiente para ser considerada
abrupta.
Sim, Noé, Adão e Eva, Osíris, Ta'aroa, Zeus e Vishnu possuem um
significado muito mais profundo agora. Enquanto eles se juntam para
caminhar conosco, escutamos Adão e Eva dizerem:
“Ouçam! Pois agora podemos compartilhar verdadeiramente nossa
história com vocês!”.

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Tabela 1 – Eras e Áreas do Polo Norte

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3. A HISTÓRIA

É engraçado como algumas coisas podem perseguir você da infância à


idade adulta. Não coisas necessariamente grandes, mas coisas muitas
vezes pequenas que grudam na sua mente e de vez em quando mandam um
“alô” para que você saiba que elas ainda estão lá. Se eu fizesse uma
lista de todas essas coisas que me seguiram durante a vida, escreveria
um livro inteiro a respeito. Gostaria de falar aqui sobre algumas delas.
A primeira vez que ouvi a história da Criação e de Adão e Eva,
ainda era uma criança e o relato me incomodou. Para mim, o incômodo não
se relacionava apenas às alternativas usuais – acreditar com grande fé
na história contada ou repudiá-la como um absoluto nonsense –, mas a
algo mais profundo: se aquilo que nos ensinaram uniformemente é uma
versão da verdade (a despeito de sua clara divergência com aquilo que
convencionamos como verdades científicas), então a verdade absoluta
deveria surgir em algum ponto nos relatos da história – o que, para mim,
consistiria em uma leitura mais honesta dela.
Minha busca por esta verdade aconteceu quase que por acidente. Anos
de dados correlacionados e estudos sobre cataclismologia mostravam que o
cataclismo mais recente havia ocorrido há cerca de 7.000 anos, e que Noé
– ou Utnapishtim ou qualquer que seja seu nome – realmente existiu e foi
capaz de sobreviver à devastação.
Um amigo havia sugerido que Gênesis I (Bíblia de King James)
apresentava uma descrição quase perfeita das condições em nosso planeta
logo após o cataclismo, incluindo os sete dias que o sucederam. Ao
reler, fui obrigado a concordar com ele. Gênesis II mencionava até mesmo
uma “névoa” (na tradução adequada: inundação) que surgiu das entranhas
da Terra e submergiu toda a superfície do planeta.
Bem, isto era algo que merecia ser ponderado. Se a interpretação
estivesse correta, então Gênesis II continha um relato do cataclismo que
precedeu Noé, há cerca de 11.500 anos – mais ou menos no período da
história de Adão e Eva.
A busca teve início. Se a história relatava aquele cataclismo, em
que língua foi escrita pela primeira vez? Certamente, não seria
hebraico ou grego, pois, até onde sabemos, essas línguas ainda não
existiam na época. Seria possível mergulhar nas páginas apagadas da pré-
história e encontrar tanto a língua quanto o relato como foi escrito
originalmente?
Se observarmos o trabalho de homens como Don Antonio Batres
Jaurequi (1847-1929) e James Churchward (1851-1936), talvez encontremos
esta resposta. O conhecimento de ambos sobre a linguagem pré-histórica
poderia ser uma chave para resolver o enigma. Mais adiante, discutiremos
o papel dos Naga e dos Maias na história de Adão e Eva. Contudo,
primeiro, vamos examinar a história em Gênesis I, II e III.
Existem muitas linhas de estudo sobre este tema, sendo a
predominante aquela que defende que Moisés foi o responsável pelo texto
original. Isso não parece errado, uma vez que Moisés foi criado na corte
real e, provavelmente, teve acesso a vários escritos e ensinamentos
contidos nos arquivos egípcios – conhecimentos perdidos nas
transferências desses arquivos para Alexandria, Heliópolis e Sais. Os
Dez Mandamentos são uma condensação dos 42 questionamentos de Osíris ao
entrar no reino dos céus. Se Moisés escreveu parte do Velho Testamento,

16
ele deve ter tido acesso às tabletas Naga, ou interpretações egípcias
dessas tabletas, repassadas aos egípcios ao longo de milhares de anos
através das castas reais. Ademais, os sacerdotes do Egito provavelmente
tinham conhecimento do cataclismo de 11.500 anos atrás. Supõe-se que
estes mesmos sacerdotes transmitiram para o legislador grego Sólon (630-
560 a.C.) informações sobre o cataclismo que afundou Atlântida no oceano
9 mil anos antes de seu tempo. Observe que 9.000 + 600 a.C. + 1.950 d.C.
= 11.550 anos atrás.
Aarão, irmão de Moisés, se tornou o primeiro chefe dos hebreus por
volta de 1.300 a.C. Em algum momento, entre 15 e 18 gerações mais tarde,
tendo o posto de sacerdote-mor sido passado de pai para filho ao longo
das gerações, Seraiah (ou Seraias) foi nomeado sacerdote-mor (ver Ezra,
e Ezdras 1 e 2). Mais tarde, em 586 a.C., no 19o ano do reinado de
Nabucodonosor II, Seraiah foi executado e seu filho, Ezra, tornado
cativo na Pérsia (ver Reis 2, Bíblia de King James). Jerusalém foi
saqueada e todas as leis e registros hebraicos do Velho Testamento foram
queimadas no templo de Jerusalém por Nebuza-adan, capitão da guarda de
Nabucodonosor II.
Em 458 a.C., o 7o ano do reinado de Artaxerxes I na Pérsia, Ezra
recebeu autorização para restabelecer a lei e a religião hebraicas. De
acordo com 2 Esdras (Bíblia de King James), Ezra reescreveu a história
dos hebreus desde o princípio, reconstituindo suas normas.
Ora, entre 586 e 458 a.C. existem 128 anos. O mais tarde que Ezra
poderia ter nascido teria sido poucos meses após a execução de seu pai,
Seraiah (ver história de Onan, Gênesis 38:8 a 10, Bíblia de King James).
Portanto, em 458 a.C., Ezra teria no mínimo 127 anos de idade,
significando que seu trabalho de reescrever as leis e a história
baseava-se – em nome do argumento – em uma memória bem distante.
Vamos analisar esta anomalia: como mencionado, a linhagem de Aarão
até Ezra contem 17 a 20 gerações, incluindo Aarão e Ezra. Se presumirmos
(1) 1.300 a.C. como sendo o início do sacerdócio de Aarão (1.290 a.C. é
um ajuste ao tempo do Êxodo); e (2) 458 a.C. como sendo próximo ao
término do sacerdócio de Ezra; temos que o tempo médio de sacerdócio por
geração seria entre 42,1 e 49,5 anos. À luz deste cálculo, teríamos que
acreditar que Ezra serviu seu sacerdócio por aproximadamente 130 anos?
Isso incluiria o tempo total de sua vida ou apenas um pedaço dela?
Parece mais plausível pressupor que foi o avô de Ezra, Azariah – e
não seu pai, Seraiah – que foi feito prisioneiro e executado pelos
homens de Nabucodonosor II em 586 a.C.. Dessa forma, Seraiah e Ezra
teriam ocupado o cargo de sacerdote-mor entre 586 e 458 a.C. – uma média
de 64 anos de serviços prestados para cada um. É igualmente plausível
considerar que o bisavô de Ezra, Helchiah, tenha sido a vítima em 586
a.C. Isso daria a Azariah, Seraiah e Ezra um total de 128 anos no cargo
de sacerdote-mor, ou 42 anos para cada um deles, o que é bem mais
próximo da média de 42,1 a 49,5 anos de serviços entre Aarão e Ezra ao
longo de um período de 845 anos.
Isso significa que a história escrita de Adão e Eva foi vista pela
última vez por Helchiah ou Azariah, transmitida verbalmente
(provavelmente) por Azariah e (certamente) por Seraiah e Ezra, e então,
finalmente, ditada por Ezra para seus cinco escribas. São os escritos
desses cinco escribas que temos hoje como sendo o trabalho realizado por
Ezra. E o inglês não é nem mesmo uma tradução literal do texto… Por
exemplo: “sem forma e vazia” pode ser traduzido, mais literalmente, como
sendo “inundações furiosas e ventos terríveis”…

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Por meio de uma reconstrução mais correta do Gênesis de Ezra,
recebemos as seguintes informações:

1. Uma vez que termos como árvore, fruto, serpente, querubim, palavra de
fogo e outras palavras de Moisés eram glifos na linguagem pré-histórica,
as crônicas da Criação e de Adão e Eva provavelmente foram escritos em
Naga, a linguagem localmente predominante 11.500 anos atrás. O Naga é
quase idêntico ao Maia pré-histórico e deu origem a várias outras
línguas, incluindo idiomas orientais e polinésios, além do egípcio, do
grego e do yakut. Meu conhecimento dos glifos em Naga e Maia me permitem
ler muitos textos em cobertores indígenas no sudoeste dos EUA que
retratam em cores vívidas um cataclismo. Com frequência, me pergunto se
os nativos riem entre si enquanto veem os turistas comprando seus
cobertores achando que aqueles desenhos são apenas imagens bonitinhas.
Yakut é uma língua interessante, consistindo quase em um Naga puro
falado. A língua é utilizada por esquimós do Alasca e o termo Yakutat
(que serve de batismo para um dos 18 distritos do Alasca) significa
literalmente “o lugar onde yakut é falado”. O idioma também é falado por
tribos nativas na Turquia. A forma pré-história mais pura de Naga também
é utilizada por uma tribo no norte da Índia – e ele é puro Maia pré-
histórico.

2. Moisés (certamente) e Aarão (possivelmente) tinham acesso à


biblioteca real de pedras-glifos no Egito.

3. Nem Moisés, tampouco Aarão, sabiam como ler corretamente a linguagem


ancestral em Naga ou Maia e interpretaram os glifos literalmente.

4. Incapazes de traduzir com acurácia os simbolismos nos glifos, Moisés


e Aarão (e possivelmente Ezra) leram a história de Adão e Eva com as
atitudes sociais e religiosas de seus dias. Naqueles tempos, as mulheres
eram consideradas criaturas inferiores, a fonte de todos os pecados, e
seus nascimentos eram registrados apenas excepcionalmente. Em suma, elas
eram as responsáveis por cada um dos sofrimentos humanos. Incrivelmente,
esta atitude persiste de forma ainda pior em várias religiões atuais.
Seria de espantar que Eva seria responsabilizada pela queda de toda
a humanidade como resultado das interpretações dos glifos Naga feitas
por Moisés? E de Ezra lendo os escritos de Moisés? Talvez essa mensagem
tenha sido repassada entre os sacerdotes egípcios muitos anos antes de
Moisés, chegando até ele como uma história verbal. Se seu pai foi
realmente capturado e executado pelo Capitão da Guarda Nebuza-adan,
então provavelmente foi o avô de Moisés quem passou a história para ele
verbalmente.
Ao mesclarem as duas histórias em uma só para elaborar Gênesis I,
II e III, o termo “homem” pode ter sido confundido com “Adão”. É
possível que Adão, estando apenas a 9 gerações anteriores a Noé – e
considerando que a Era Polar do Sudão teve uma duração de 4.500 a 5.000
anos – não tenha sido o “homem” referido na Criação, mas seu nome e suas
experiências terminaram sendo mesclados com a história do “homem”.
Sem embargo, lembre-se que Ezra ditou a totalidade de sua história
de cabeça para cinco escribas e seu trabalho representa o Gênesis como o
conhecemos hoje. Ser capaz de recuperar dos arquivos de sua memória tudo
que ele fez – se é que ele fez – é um ato de inspiração da mais alta
ordem. Outrossim, parece ser evidente que Ezra desconhecia que 4.500

18
anos haviam transcorridos entre Gênesis I e o dilúvio de Noé. Está claro
em 2 Esdras 3:9 (Bíblia King James) que Gênesis I e o dilúvio de Noé
foram dois eventos separados. Ao descrever os dois eventos, lemos: “E
novamente no decorrer do tempo trouxeste o dilúvio sobre aqueles que
habitavam no mundo, e os destruíste”.
A linhagem dos altos sacerdotes entre Aarão e Ezra difere em número
de gerações (17 ou 20) e os nomes apresentados em 1 e 2 Esdras (Bíblia
King James); e ambos diferem em nomes no livro de Ezra. Também
encontramos diferenças nas linhagens entre Noé e Jesus (aproximadamente
51 gerações). Não é de se se pensar, por conseguinte, que algumas
gerações podem ter sido omitidas entre Adão e Noé? Para não mencionar
entre Noé e Jesus, e entre Aarão e Ezra?
Além dessas evidências, existem incontáveis lendas na região do
Pacífico Asiático sobre uma inundação ocorrida há 11.500 anos, e uma
“Criação” muito parecida com aquela descrita em Gênesis I e II. Não
seria possível que o “homem” da história de Gênesis poderia ter sido
confundido com Adão no decorrer dos milhares de anos, especialmente após
a história ter atravessado um cataclismo no tempo de Noé, 7 mil anos
atrás?
É um milagre que a história da Criação e de Adão e Eva, após
atravessar 11.500 anos e ter sofrido tantos debates e edições por seus
“guardiões” ao longo dos tempos, tenha chegado a nós com tão pouca
distorção.
Devido à ausência de informações mais claras, o “homem” e Adão
foram mantidos como sendo uma só pessoa na tradução / interpretação.

5. Os glifos do idioma Naga mais significativos entregues a nós sobre a


Criação incluem: querubins, costela, sono de Adão, homem, mulher,
árvore, fruto da árvore, serpente e espada flamejante.
O conhecimento dos glifos Naga informam que a árvore (ou vida)
simboliza um continente-mãe, uma civilização que durou milhares de anos
a mais que nossa civilização atual.
A serpente sem adorno representa água no seu estado natural – ou o
oceano. Uma serpente entrelaçada a uma árvore significava que o
continente-mãe estava circundado por água. Quando Gênesis 3:15 (Bíblia
King James) descreve o calcanhar de Eva sobre a cabeça da serpente, isso
representa a vitória de Eva sobre os oceanos (falaremos sobre isso mais
adiante).
Os querubins – que não eram os bebês fofinhos retratados hoje em
dia – consistiam em glifos híbridos entre homens e bestas e significavam
pernas ou fundações ou sustentáculos. Invés de os querubins estarem
localizados no Jardim do Éden, a leitura mais correta seria afirmar que
as fundações (querubins) foram levadas embora. A leitura Naga ou Maia do
Livro dos Mortos egípcio mostra que os querubins do norte, do sul, do
leste e do oeste foram varridos do mapa – significando que as fundações
do continente-mãe desmoronaram e/ou foram destruídas.
A espada flamejante simboliza o fogo e os terremotos. Por fogo,
entenda-se o que todas as lendas desses cataclismos chamavam de “fogo da
terra”: a exteriorização da camada fundida 100 km abaixo da superfície
da terra durante um cataclismo – um inferno literal. Até onde sou capaz
de determinar, esta é a origem do conceito humano que temos para
inferno.
Lembro-me de estar assistindo o funeral de John Fitzgerald Kennedy
(1917-1963) na televisão e ficar especialmente estupefacto com o

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encantamento recitado pelo arcebispo para livrar JFK dos portões do
inferno. Suas palavras retrocediam à Roma pré-Cristã: em sua descrição
dos portões do inferno, o arcebispo pintou um quadro exatamente igual ao
do manto quando este rompe a crosta terrestre. Milhares de anos
separavam as palavras do arcebispo das pessoas que haviam efetivamente
testemunhado um evento assim. Tive calafrios em minha espinha e a
impressão daquela descrição jamais saiu de minha mente.
A fruta da árvore simboliza a humanidade que habitava os
continentes antes de Adão e Eva. Comer o fruto significava que eles
descendiam da humanidade original. O fato de Eva comer primeiro
significa que ela era a geração mais jovem. O fato de Adão comer depois
significa que ele era seu pai. Eva era filha de Adão? Sim, e esta é a
origem de uma das mais antigas leis hebraicas: se um homem e uma mulher
sobreviverem a uma catástrofe do nível de uma extinção em massa, eles
devem copular, a despeito de sua relação parental.
Se você quiser conferir isto, leia a história de Lot e suas duas
filhas. As filhas estavam simplesmente obedecendo a lei hebraica. Diz-se
que ele estava bêbado demais para saber o que estava fazendo… Hum, se
ele estivesse tão alcoolizado assim, sequer teria conseguido iniciar o
ato. Talvez ele fosse um ator muito bom, no final das contas.
O glifo da Criação é ainda mais revelador: existem 3 figuras
representadas na pedra. A figura do topo é a face de uma pessoa dormindo
ou morta (não existiam símbolos independentes para morte e sono na
linguagem Naga: ambos eram representados pelo mesmo glifo). A figura do
meio é um homem, e a figura da base é uma mulher, representada como
sendo a mãe de toda a humanidade. Além disso, existem linhas curvas
ligando a figura da pessoa dormindo ou morta e a figura do homem à
figura feminina na base.
Este glifo foi interpretado como se a figura do meio – o homem –
tivesse sido colocado para dormir, e uma costela (ou costelas) tivessem
sido removidas dele (as costelas sendo representadas pelas linhas
curvas) para dar forma à figura na base, a mãe feminina de toda a
humanidade. Isso se encaixa lindamente à história da criação de Eva,
sendo Adão, portanto, tanto a figura masculina no meio quanto a figura
da pessoa dormindo ou morta no topo.
Todavia, existe uma falha nessa história: a figura no topo –
dormindo ou morta – é ilustrada como sendo uma mulher! Como ela poderia
ser Adão dormindo, acordado, morto ou vivo?
Ademais, no idioma Naga, as linhas curvas denotam parentalidade,
não costelas. O mais razoável seria considerar que a figura do topo
representa uma mulher morta, cuja prole com a figura masculina do meio
(Adão) era representada pela figura da mulher na base (Eva), a mãe de
toda a humanidade.
Já fui indagado tantas vezes sobre como alguém pode afirmar com
tanta certeza que a figura do topo é uma mulher morta que acredito que
devo algumas explicações sobre isso.
No idioma Naga e no Maia pré-histórico, existe uma única deidade a
ser adorada e ela é retratada pelo glifo de um círculo representando o
Sol. Em qualquer trecho de uma tableta Naga onde consta um círculo, ele
representa esta deidade.
A tableta com o glifo da Criação apresenta dois círculos.
“Puristas” afirmaram que os escribas haviam pensado em mostrar a “dupla
intensidade” da deidade. Estranho… eu nunca havia visto em qualquer
lugar antes uma “dupla intensidade” de dois círculos – nem em Naga,

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tampouco em Maia pré-histórico. O curioso sobre esses dois círculos é
que eles estão localizados precisamente onde os seios da figura feminina
deveriam estar na imagem do topo. Talvez, isso seja o que “dupla
intensidade” signifique!
A coisa mais curiosa sobre a tableta da Criação é que ela se
encaixa na lenda de Adão ser um viúvo e o nome de sua falecida esposa
ser Lilith. Se for verdade, isso significa que Lilith era a mãe de Eva.

* *

Essencialmente, portanto, a história contada nos glifos da Criação


seria que Adão e Eva, que viviam no Jardim do Éden do continente-mãe
(árvore), descendiam da humanidade original (fruto) daquela terra, que
incidentalmente encontrava-se circundada por água (serpente entrelaçada
na árvore). Eva era filha de Adão e Adão era um viúvo.
Pai e filha concluíram que, para sobreviver, deveriam sair daquele
lugar e nunca mais retornar, pois a terra-mãe estava destinada a ser
destruída por uma inundação cataclísmica. Eva percebeu a chegada do
evento e Adão lhe perguntou como havia previsto o acontecimento. Eva lhe
disse que havia herdado a inteligência (conhecimento) de seus
ancestrais. Como resultado de suas decisões, Eva obteve vitória sobre a
inundação (o calcanhar de Eva sobre a cabeça da serpente).
Eles deixaram a terra-mãe e, mais tarde, o continente (árvore)
sucumbiu a um terremoto terrível (espada flamejante) que destroçou suas
fundações (querubins), submergindo a vastidão sob o oceano (serpente)
que permaneceu para sempre encobrindo aquela terra (pela eternidade
“rastejarás sobre teu próprio ventre” – Gênesis 3:14, Bíblia de King
James).
A seguir, vamos rever o evento – 2 cataclismos atrás – aplicando o
conhecimento adquirido, e então realizar uma nova tradução-interpretação
de Gênesis I, II e III. Esta deverá ser a leitura mais acurada de uma
história escrita 11.500 anos atrás.

21
4. O EVENTO

11.500 anos atrás

Você já se sentou alguma vez sozinho na frente de uma mesa com um


quebra-cabeças de mil peças? São necessárias horas e horas para montá-
lo, com grandes doses de tentativa, erro e paciência.
Nós ainda estamos tentando encaixar algumas dessas peças do quebra-
cabeças mundial. Pessoalmente, estou nesta mesa desde 1949. Ainda que
não tenha terminado a tarefa, consegui obter uma representação
aproximada de como era a Terra 11.500 anos atrás.
Observe um globo do mundo. Identifique a longitude 90o Oeste e a
latitude 60o Norte. Este ponto localiza-se na parte oeste da Baía Hudson.
Agora, segure o globo de modo que o ponto 90oW e 90oN passe a ocupar
a região do Polo Norte no eixo do planeta. Esta era a configuração do
mundo entre 18.500 e 11.500 anos atrás, com a calota de gelo polar Norte
sendo formada pela Baía Laurentiana no Canadá.
Todavia, os continentes não eram os mesmos: um imenso continente no
Oceano Atlântico se estendia da Inglaterra até as Bahamas. O Mar do
Caribe – e possivelmente até mesmo o Golfo do México – não existiam
(existem evidências de que o Mar do Caribe era terra firme nesta época).
Uma calota de gelo ocupava o globo do lado oposto à Baía de Hudson,
cobrindo parte do oeste da Austrália, e o leste da Austrália estava
apinhado de humanos, animais, pássaros, vegetação e rios.
No Oceano Pacífico, um continente cobria a área agora formada pelo
arquipélago do Havaí, Galápagos, Ilha de Páscoa, Tahiti, ilhas Salomão e
ilhas Carolina. As pesadas estratificações sedimentárias que compõem a
metade de cima do topo da montanha Diamond Head (cone vulcânico
localizado no Havaí) apresentam as mesmas características dos estratos
expostos nas paredes do Grand Canyon, do Monument Valley e no misterioso
Canyon de Chelly (nordeste do Arizona).
A Província de Ceilão abrigava a maior civilização da Índia, com a
capital do país – Ahoydia – localizando-se ao norte. Na época, a Índia
era chamada de Adjudia.
A Grécia – terra dos Helenos – era o lar de uma raça de humanos
altos, loiros e de olhos azuis ostentando um nível de ciência e lei que
permanecem inalcançáveis até os dias de hoje.
A Bacia Amazônica era um mar interior – as lendas o chamam de Mar
de Xarayes – e a foz do Rio Amazonas era então uma ampla conexão entre o
Atlântico e o Mar de Xarayes. A costa oeste da América do Sul não era
montanhosa – as indicações disto encontram-se no fato de que a cidade
pré-histórica de Tiahuanaco (Bolívia), agora a 3.800 metros de altura,
estava no nível do mar na época. Tiahuanaco era um porto metropolitano
com um sistema de canais tão grande quanto os de hoje, atravessando o
Pacífico em direção ao mar interior. Se você quiser mais detalhes sobre
isto, leia O Calendário de Tiahuanaco (1956) e O Grande Ídolo de
Tiahuanaco (1959), ambos de Hans Schindler Bellamy e Peter Allan. São
excelentes leituras.
Os astrônomos de Tiahuanaco utilizavam telescópicos e possuíam
inclusive um grande satélite orbitando a Terra de oeste para leste, 449

22
vezes por ano, que utilizavam como padrão de tempo tamanha a acurácia de
sua trajetória.
Ahoydia – hoje um subúrbio de Lucknow – era a capital da Índia, e
os grandes navegadores, os grandes cientistas e os grandes exploradores
do Ocidente eram os Maias de cabelos e olhos escuros. A Índia possuía
veículos de propulsão gravitacional e armas com a mesma tecnologia.
Cerca de 11.500 anos atrás – em 9.550 a.C., como datado por
astrônomos do Observatório Potsdam a partir de escritos encontrados nas
ruínas de Tiahuanaco – a crosta da Terra mais uma vez mudou de posição
no intervalo de 6 a 12 horas, mais ou menos como ocorrera 7 mil anos
antes. O Polo Norte moveu-se para o Sul e o Sudão (África) moveu-se para
o Polo Norte. Segundo o Talmude, esta foi a época onde as Plêiades
posicionaram-se abaixo da linha do horizonte e a “Terra Sagrada foi
deslocada para uma região de frio terrível” por muitas gerações – na
verdade, por cerca de 4.500 a 5.000 anos, até o Dilúvio de Noé, 7 mil
anos atrás.
Os pivôs equatoriais do cataclismo foram a costa média do Chile e a
parte média da China próxima ao rio Yang-Tsé(norte do Vietnã).
O grande continente no Pacífico desapareceu quase completamente: o
que agora é a Ilha de Páscoa (na época, na ponta do continente) afundou,
permanecendo no fundo do Pacífico por cerca de 5.000 anos – até ser
içada novamente para a superfície durante o evento que produziu o
Dilúvio de Noé. O que sobrou do vasto continente no Pacífico girou para
o Polo Sul, sendo mais tarde descoberto pelos exploradores Maias como os
últimos remanescentes de sua terra-mãe – um “depósito congelado de lama
no centro da Terra”, com milhões de quilômetros quadrados de território.
Hoje, percebemos os indícios deste continente nos estratos sedimentários
de Diamond Head, no arquipélago do Havaí – a mesma estratificação
presente na maioria das ilhas do Pacífico norte.
Do grande continente no Atlântico, sobrou apenas uma grande ilha no
oeste, enquanto o oceano entre o continente e Gibraltar (ao leste)
permaneceu raso, lamacento e inacessível para embarcações.
Uma pista do grande conhecimento daquele tempo surgiu quando o
Capitão Cook descobriu a tribo polinésia Maori na Nova Zelândia, no
século XVIII. Os membros da tribo lhe contaram de antigas lendas sobre
os anéis de Saturno – e eles jamais haviam ouvido falar de telescópios.
Tente enxergar esses anéis sem utilizar algum equipamento. Você verá que
é simplesmente impossível.
As evidências em Tiahuanaco mostram que sua incrível civilização
desapareceu tão rapidamente que as pessoas foram surpreendidas pela
inundação catastrófica no meio de suas atividades normais do dia a dia.
Ademais, as evidências mostram que esta fabulosa cidade sofreu o mesmo
destino da Ilha de Páscoa: enquanto as Montanhas Rochosas e os Andes
foram formados neste mesmo cataclismo, Tiahuanaco submergiu no Pacífico,
onde permaneceu por 5.000 anos até ser içada à sua altitude atual de
3.800 metros no cataclismo de 7 mil anos atrás.
Assim sendo, o cataclismo de 11.500 anos atrás testemunhou a Baía
de Hudson e o sudeste da Austrália girarem no equador em lados opostos
da Terra, e o Sudão girar para o Polo Norte, onde permaneceu nos 4.500-
5.000 anos seguintes. Enquanto essa mudança ocorria no intervalo de 6-8
horas, os oceanos e a atmosfera do planeta, em decorrência de seu
momentum angular, continuaram rotacionando na direção habitual durante
boa o evento, com os oceanos inundando violentamente boa parte das
terras em velocidades supersônicas, e a atmosfera gerando furacões

23
inimagináveis com ventos igualmente supersônicos. Continentes inteiros
foram massacrados por convulsões e terremotos. Grandes cadeias
montanhosas foram criadas. O manto rompeu a crosta terrestre em várias
lugares ao redor do mundo – o que foi mais tarde chamado de “fogo da
terra” pelos poucos sobreviventes que restaram.
Poucos sobreviventes? O planeta inteiro? As melhores estimativas
sugerem que menos de 1% de toda a vida na Terra conseguiu subsistir ao
cataclismo.
Os oceanos e os ventos levaram 6 dias até cessarem sua guerra
contra a superfície. No sétimo dia, começaram sua jornada de 5.000 anos
de “calmaria” e complacência. As calotas de gelo de 1 km de espessura na
Baía Laurentiana e no Oceano Índico, tendo saído de suas origens polares
e migrado equatorialmente, começaram a derreter com uma rapidez
tremenda, sulcando profundas fissuras nas montanhas à medida que seguiam
seu caminho para o mar. A imensa quantidade de umidade evaporada para a
atmosfera deixou a Zona Tórrida em uma neblina densa por muitos anos e
durante várias gerações. Com o súbito derretimento das calotas de gelo,
os oceanos subiram 60 a 100 metros – como sempre ocorre após cada
cataclismo.
O final da Era do Gelo Laurentiana e o início da “velha Idade da
Pedra” estava completo.
O idioma Maia remanesceu nos dialetos polinésios, grego, yakut
(língua turcomana), egípcio, esquimó, nômade, oriental, alemão,
americano – praticamente todas as línguas. A ressurreição a partir das
águas – Tau – persiste em vários mitos do Pacífico como a história de um
homem que sobreviveu, mais tarde chamado Ta´aroa, Tongaroa ou Taroa´a,
dependendo de qual tribo fornece o relato. Adão e Eva poderiam ter
brotado da mesma história. Quem sabe?

24
5. GÊNESIS

GÊNESIS: 4.500.000.000 ANOS ATRÁS

ESTE RE-GÊNESIS: 11.500 ANOS ATRÁS

Ambos na Bíblia

Neste capítulo, é apresentada a tradução-interpretação de Gênesis


I, II e III, não a partir da reconstrução do que chegou até nós por meio
de interpretações gregas e hebraicas do idioma Naga, mas fazendo-se uma
tradução direta do Naga para o Inglês.

O LIVRO DE GÊNESIS
(Capítulos I, II e III, conforme a Bíblia King James)

I.
1. No início (4,32 bilhões de anos atrás), o Universo foi criado segundo
o grande plano de Deus, incluindo nosso Sol e o planeta Terra.

2. Durante um dos vários cataclismos que ocorreram ao longo da história


do planeta (sendo este há 11.500 anos), as terras foram inundadas por
águas furiosas e varridas por ventos terríveis, e os oceanos tornaram-se
escuros e lamacentos, e o vento enfurecido trovejou sobre as águas
perturbadas.

3. Assim que as tempestades cederam, a luz do Sol retornou à superfície


da Terra, como Deus queria.

4. Enquanto o cataclismo desvanecia, mais uma vez a escuridão e a luz


foram restabelecidas e tornadas distintas, e era bom.

5. E a luz do Sol era novamente dia, e a escuridão era novamente noite,


em concordância com os desígnios de Deus, e a noite e a manhã formavam
um dia.

6. Novamente, o desígnio original de Deus era que houvesse um céu entre


as nuvens e os oceanos.

7. Em concordância com os desígnios de Deus, o firmamento foi


reestabelecido, e os céus se colocaram novamente entre as nuvens e os
oceanos quando o cataclismo refreou.

8. E o firmamento de Deus foi de fato restabelecido, e naquela noite e


naquela manhã iniciou-se o segundo dia.

25
9. Os desígnios de Deus era que as terras não fossem completamente
cobertas pelas águas como haviam sido imediatamente após o cataclismo,
então os oceanos agitados, agora calmos, escoaram das terras altas.

10. E, em concordância com os desígnios de Deus, a terra seca era solo,


e uma vez mais tudo estava restabelecido e era bom, como Deus queria.

11. E uma vez que os desígnios de Deus eram que crescessem grama e
plantas no solo, espalhando suas sementes, e as frutas produzissem
frutos contendo suas sementes, a terra foi novamente restabelecida.

12. Dessa forma, a terra restabelecida, gerou gramas e plantas,


espalhando suas sementes, e árvores frutíferas gerando frutos contendo
suas sementes, e isto era bom, como Deus queria.

13. E a noite e a manhã foram o início do terceiro dia.

14. Em concordância com os desígnios de Deus, as luzes se normalizaram


no firmamento, servindo para indicar meses e estações e dias e anos.

15. Elas também serviram para fornecer luz para a terra, como Deus
queria.

16. Enquanto a neblina se dissipava, e as nuvens se abriam, o Sol e a


Lua reapareceram, assim como as estrelas.

17. E uma vez mais, como Deus queria, eles brilharam no firmamento.

18. E o Sol e a Lua foram novamente capazes de separar a luz e a


escuridão, o que era bom.

19. E a noite e a manhã foram o início do quarto dia.

20. Foi da vontade de Deus que um punhado de cada criatura vivente, e


pássaros voando, sobrevivessem à inundação cataclísmica.

21. Sobreviveram as grandes baleias, e cada criatura vivente nos


oceanos, e cada tipo de criatura alada, como Deus queria, e foi bom.

22. E eles foram abençoados com os desígnios de Deus para serem férteis
e reproduzir e repovoar os oceanos com vida e os ares com asas.

23. E a noite e a manhã foram o início do quinto dia.

24. Era vontade de Deus que um punhado de cada criatura, gado e coisa
rastejante, e bestas da terra, sobrevivessem à inundação cataclísmica.

25. Sobreviveram então as bestas, o gado e cada coisa que rasteja sobre
a terra, como Deus queria, e foi bom.

26. Em concordância com os desígnios de Deus, os homens, que haviam sido


criados à imagem que Deus pretendia, também sobreviveram, e ganharam
domínio sobre as criaturas aladas, e sobre o gado, e sobre a terra, e
sobre cada coisa que rasteja na terra.

26
27. Era do desígnio de Deus que os homens, que havia sido criado à
imagem que Deus pretendia, tanto machos quanto fêmeas, sobrevivessem à
inundação cataclísmica.

28. E eles foram abençoados pelos desígnios originais de Deus para serem
férteis e multiplicar e repovoar a terra e controlá-la, e ter o domínio
sobre os peixes nos oceanos e sobre as aves no ar, e sobre cada coisa
que se move sobre a terra.

29. Nos desígnios de Deus estava que o homem, tendo recebido cada planta
produtora de sementes que está na superfície de toda a terra, e toda as
árvores cujos frutos produzissem sementes, os utilizasse como alimento.

30. E para cada besta da terra, e cada ave no ar, e cada coisa que
rasteja no solo, o desígnio de Deus era que as plantas verdes lhes
servisse de alimento, e tudo foi feito como Deus pretendia.

31. E cada coisa que sobreviveu o fez como Deus as havia criado
originalmente, e isso ainda estava nos desígnios de Deus, e era bom. E a
noite e a manhã foram o início do sexto dia.

II.

1. Assim, o firmamento e a terra foram restabelecidos em sua plenitude.

2. No sétimo dia da recuperação do cataclismo e da inundação, tudo


estava completo, e o sétimo dia apaziguou a luta pela sobrevivência
contra o cataclismo e suas consequências.

3. O sétimo dia trouxe a paz abençoada de Deus, com o fim do cataclismo,


deixando na terra aqueles de sua criação que haviam sobrevivido.

4. Essas foram as mesmas regenerações do firmamento e da terra ocorridas


após o cataclismo anterior a esta história, quando Deus restabeleceu a
terra e o firmamento.

5. E cada planta que estava no campo antes daquele cataclismo varrer a


terra e cada erva no campo cresceu novamente, pois Deus não havia
lançado demasiada chuva e não havia um homem para lavrar o solo.

6. Mas houve este cataclismo e grandes inundações sobre a terra.

7. Foi a vontade de Deus que o homem se erguesse da terra e mantivesse o


sopro da vida, permanecendo uma alma viva. Esta é sua história.

8. E foi a vontade de Deus que, após o cataclismo, o continente ao leste


se restabelecesse como o Éden, onde viveu o homem desta história.

9. Dessa terra cresceram outras civilizações, em outras terras, com a


terra-mãe no meio de tudo como o berço da sabedoria, de todo
conhecimento, bom e mau.

27
10. E a inundação destruiu o Éden, deixando apenas suas quatro terras
filhas.

(Nota: os quatro versos a seguir provavelmente estão incorretos ou


incompletos, com as descrições mais corretas estando contidas nas
traduções do Livro dos Mortos egípcio e no fragmento perdido do mapa de
Piri Reis).

11. A primeira terra está próxima do rio Pison, que inclui todo o
território de Havilah, onde existe ouro.

12. E o ouro daquela terra é bom, existe bdélio e pedra onix.

13. A segunda terra é próxima do rio Gihon, a mesma terra que inclui
todo o território da Etiópia.

14. A terceira terra é próxima do rio Hiddekel: aquela é a terra ao


leste da Assíria. E a quarta terra está próxima do rio Eufrates.

15. Foi segundo a providência de Deus que o homem viesse do Éden, onde
havia vivido e labutado.

16. E foram os descendentes da humanidade original que se assentaram


naquela terra-mãe.

17. O desígnio de Deus era que o homem fosse avisado: apesar de a terra-
mãe ser a fonte de todo o conhecimento, tanto o bom quanto o mau, se ele
lá permanecesse ele certamente morreria.

18. E era do desígnio de Deus que o homem não fosse só, e portanto uma
parceira deveria ser dele.

19. Uma vez que Deus havia originalmente criado cada besta nos campos, e
aves nos ares, Adão deu nomes a cada um deles em seu tempo.

20. E Adão deu nome a todo o gado, e às aves nos ares, e para cada besta
nos campos, mas, para Adão, não havia companhia.

21. Pois a esposa de Adão havia morrido após dar à luz a uma criança de
Adão.

22. E a criança do homem era uma fêmea, feita à imagem que Deus
pretendia.

23. E Adão disse: esta criança é osso dos meus ossos, e carne de minha
carne, e ela então cresceu até a feminilidade.

24. Dessa forma, o homem era tanto pai e mãe dela, e eles moraram juntos
e se tornaram uma única carne.

25. E o clima era ameno, exigindo pouca ou nenhuma roupa.

III

28
1. No momento do começo dessa história, os oceanos estavam em estado de
quietude, e era sabido pela mulher que ela não descendia de qualquer um
dos povos das terras que brotaram a partir do continente-mãe.

2. E o desígnio de Deus era que a mulher deveria aprender que os povos


das terras-filhas viveriam.

3. E que os povos das terra-mãe, dos quais ela descendia, certamente


morreriam.

4. E ela sabia que, a despeito da inundação iminente, ela não morreria.

5. Pois o desígnio de Deus era de que aquela mulher descendente da


humanidade original da terra-mãe estava destinada, desde o dia de seu
nascimento, a saber tudo e discernir tanto o que é bom quanto o que é
mau.

6. E a mulher, sendo da terra-mãe, e sendo sábia e boa, sabia que tanto


ela quanto seu pai descendiam da humanidade original da terra-mãe.

7. E ambos eram sábios e haviam vivido a boa vida, e foi neste tempo do
ano que alguma roupa se tornou necessária para aquecê-los.

8. No frio daqueles dias, quando eles estavam pensando para qual das
terras-filhas deveriam ir, e a presença de Deus era sentida fortemente
por eles,

9. Adão sentiu o chamado de Deus

10. E disse: eu tenho escutado Seus avisos desde o verão, e tenho


temido, pois não sabia onde encontrar refúgio.

11. O aviso de Deus havia sido dado a ele no verão, alertando-o para
deixar a terra de seus ancestrais.

12. O homem disse: a mulher que é minha filha e descendente de meus


ancestrais, deu-me este conhecimento.

13. E perguntou a ela: que conhecimento Deus lhe deu de presente? E a


mulher respondeu: dos ancestrais, herdei sua sabedoria, e as próximas
inundações dos oceanos se tornaram conhecidas por mim.

14. E o desígnio de Deus era de que os oceanos inundassem as terras, e


afogassem o gado e todas as bestas nos campos e enterrasse tudo sob pó.

15. E assim Deus concedeu-me vitória sobre os oceanos, de modo que as


sementes das próximas gerações fossem carregadas por eu e você, pois os
demais afogar-se-ão.

16. O desígnio de Deus era de que, apesar das inundações aumentarem os


pesares dela, ainda assim ela deveria gestar e parir crianças como uma
prova de seu amor por seu marido e de seu marido por ela.

29
17. E Deus fez saber a Adão que ele deveria escutar as palavras de sua
filha, e o aviso de Deus era de que, apesar deles serem descendentes da
humanidade original da terra-mãe, eles deveriam partir, pois o destino
daquela terra estava selado pela Natureza e, se ficassem por lá,
certamente se arrependeriam.

18. Para onde Adão deveria ir, a terra era difícil de cultivar, com
abundância de espinhos e cardos, e por isso as ervas dos campos deveriam
servir-lhes de alimento.

19. Por sua própria labuta e seu próprio suor, após a inundação ele
estava destinado a lutar pela sobrevivência até o fim de seus dias,
quando então poderia retornar para a mãe terra, pois do pó ele havia
vindo e ao pó ele deveria retornar.

20. E após o cataclismo, Adão fez da mulher sua esposa, e a chamou de


Eva, e ela estava destinada a ser a mãe de todos sobreviventes da terra-
mãe.

21. E, novamente, após a inundação, como eles estavam em um clima frio,


era parte dos desígnios de Deus para sua sobrevivência que fizessem
casacos de pele e se vestissem.

22. Era do desígnio de Deus que Adão deveria levar consigo o


conhecimento da terra-mãe sobre o que era bom e mau, para que seguisse
em frente e saísse de lá para viver.

23. Assim sendo, em concordância com a vontade de Deus, ele deixou o


Jardim do Éden para sobreviver e viver do solo para onde deveria ir.

24. Então o homem saiu, e o Jardim do Éden foi submetido a um cataclismo


de terremotos e fogo da terra, e a terra-mãe perdeu suas fundações e
desapareceu debaixo dos oceanos.

30
6. CATACLISMOS REVISITADOS

O último cataclismo, conhecido como o Dilúvio de Noé, é fácil de


ser estudado. Ele marcou o início da Nova Idade da Pedra, quando a
satisfação de necessidades básicas de vida tornou-se uma tarefa árdua.
Desde então, a Natureza permitiu que a geologia que seguisse seu caminho
sem novas interrupções – e milhares de lendas surgiram.
Dois cataclismos atrás (há aproximadamente 10.500 anos), que
conhecemos como sendo o cataclismo de Adão e Eva, deu início à Velha
Idade da Pedra. Você consegue encontrar referências às duas últimas
Idades da Pedra em praticamente qualquer livro escolar. Em cada uma
delas, constatamos uma imensa dificuldade para suprir as necessidades
básicas para a vida. É extremamente difícil encontrar dados da era entre
estes dois cataclismos, mas os dados existem. Ademais, obviamente, a
geologia seguiu seu caminho usual entre os cataclismos. A história das
“Eras” é nada além de uma lenda.
Três cataclismos atrás (há aproximadamente 18.500 anos), os dados
são escassos. O evento é mencionado em Gênesis II:4 (Bíblia King James),
mas a caverna Shanidar, no Iraque, forneceu informações melhores a
respeito deste cataclismo específico.
Quatro cataclismos atrás (há aproximadamente 29.000 anos), foi o
fim da era de Winsconsin, e é possível encontrar mais dados sobre este
período que sobre o terceiro cataclismo.
Cinco cataclismos atrás, aproximadamente 43.800 anos atrás, foi um
evento deduzido por Jess Hale, um supermatemático.
Lentamente e dolorosamente, ainda estamos montando o quebra-
cabeças. Quanto mais peças encontramos que se encaixam na figura, mais
peças são jogadas na mesa à nossa frente, e mais vívida e dramática a
figura se torna.
Você entende que existem três cataclismos registrados na Bíblia? O
de Noé, o de Adão e Eva e o cataclismo anterior? Se não percebeu isso,
leia novamente Gênesis II (Bíblia King James).
Quisera eu possuir os fundos necessários para escavar e realizar
pesquisas durante três anos em Tiahuanaco. Um pequeno vislumbre do que
poderia ser descoberto nesta cidade pré-histórica da América do Sul está
em dois livros mencionados anteriormente – O Calendário de Tiahuanaco e
O Grande Ídolo de Tiahuanaco, ambos escritos por dois pesquisadores
incríveis, Hans Schindler Bellamy e Peter Allan. As conclusões de
Bellamy e Allan são incrivelmente semelhantes às minhas: a cidade
existiu por pelo menos três épocas entre os cataclismos, a mais antiga
terminando no cataclismo de cerca de 11.500 anos atrás; passando por um
período de aproximadamente 5.000 anos, durante o qual permaneceu no
fundo do oceano Pacífico; e então ressurgindo durante o cataclismo de
7.000 anos atrás, quando, junto com seu leito oceânico, Tiahuanaco foi
elevada à altitude atual de 3.800 metros. O cataclismo que produziu o
Dilúvio de Noé também produziu as Cataratas do Niágara; fez com que o
rio Ohio fluísse para o Mississipi; deu início ao Neolítico. elevou os
níveis dos oceanos em mais de 90 metros ao redor do mundo; iniciou a era
da história moderna em nosso planeta – tais como Grécia, Índia e Egito
–, e gerou a Epopeia de Gilgamesh, contendo a história do Dilúvio de Noé

31
registrada por um sumério milhares de anos antes de os hebreus terem
escrito a respeito em Gênesis.
Cada cataclismo é como uma grande mão limpando a terra, deixando
impressões digitais para serem encontradas pela ciência em nossa busca
pela solução de um mistério extenuante.
Um dos princípios basilares da geologia é o uniformitarismo,
segundo o qual “o presente é a chave do passado”. As impressões digitais
dos cataclismos estão bem escondidas entre as pesadas evidências
uniformitárias. Isso não coloca a geologia e a cataclismologia em rota
de colisão: cada uma tem seu próprio lugar na ciência, pois
complementam-se. Na verdade, um casamento entre as duas está em curso.
Algumas das impressões digitais os cataclismos foram mencionadas no
Capítulo 2. Agora, vamos discuti-las com mais detalhes.
A história dos mamutes congelados é especialmente intrigante.
Nenhum mamute congelado jamais foi descoberto em gelo: todos eles foram
descobertos em camadas homogêneas de lama congelada. Houve um tempo em
que era possível comprar bifes de mamute congelado em restaurantes no
Alasca, tamanho o grau de preservação da carne após o animal ter sido
rapidamente afogado, sufocado e permanecido congelado no lodo por quase
7 mil anos.
Talvez o exemplar mais famoso seja o mamute de Bereskova,
encontrado em 1901 pelo paleontólogo Eugene Pfizenmayer próximo ao rio
Bereskova, no norte da Sibéria. Alguns comentários sobre o achado
incluíam a observação de que seu crânio apresentava pontos de coloração
rosada sugerindo hemorragia, além do fato de que apresentava uma ereção
peniana – evidências suficientes para provar que o animal havia sufocado
até a morte na lama. Ele foi congelado tão rapidamente que, mesmo após 7
mil anos, sua ereção foi mantida intacta até a descoberta.
Desde a descoberta em Bereskova, inúmeros dados científicos foram
ajuntados sobre aquele animal, dando início a uma coleção de
controvérsias científicas. Do meu ponto de vista, o trabalho de um homem
destacou-se entre os demais: o biólogo Ivan T. Sanderson (1911-1973).
Ele tratou o problema a partir de uma abordagem sobre alimentos
congelados – e foi o único a fazer isto. Este é o seu relato:
Quando congelamos uma carne, o problema consiste em congelá-la
rápido o bastante de modo que a umidade em seu interior não tenha tempo
para formar cristais grandes durante o processo. Quanto mais rápido o
congelamento, menores são os cristais. Se você congelar uma carne muito
lentamente, os grandes cristais formados pela umidade destruirão a
estrutura fibrosa dos músculos. Ao descongelá-la, ela será uma massa
gosmenta imprópria para cozinhar ou comer. Quando maior o pedaço de
carne, mais difícil para congelá-lo rápido o suficiente para impedir a
formação dos cristais, pois o calor deve ser removido no mesmo ritmo,
independente se o pedaço de carne é um único bife ou um porco inteiro.
Agora, considere que um mamute pesa cinco toneladas. Os mamutes
encontrados na Sibéria são um pouco menores que isso, mas ainda assim
são animais de várias toneladas. Quando o mamute de Bereskova foi
dissecado por cientistas russos, observou-se que a camada muscular de
seu estômago estava perfeitamente preservada, indicando que o calor de
seu corpo havia sido removido de alguma maneira super prodigiosa na
natureza.
Atentando especialmente para esta observação, Sanderson apresentou
o problema ao Instituto Americano de Alimentos Congelados: o que seria
necessário para congelar um mamute inteiro de maneira que a umidade

32
contida até mesmo nas partes mais internas de seu corpo – cono a camada
muscular da parede gástrica – não tivesse tempo para formar cristais
grandes capazes de destruir a estrutura fibrosa da carne?
O Instituto abordou a questão com seriedade: congelar metade de um
boi já era um problema e tanto. Imagine congelar um mamute inteiro!
Algumas semanas mais tarde, o Instituto contatou Sanderson com a
resposta: seria virtualmente impossível fazer isso. Mesmo com todo nosso
conhecimento de engenharia e ciência, ainda não sabemos como retirar
todo o calor corporal de uma carcaça tão grande quanto um mamute rápido
o suficiente para congelá-la sem que grandes cristais de umidade se
formem entre as fibras musculares. Além disso, após exaurir todas as
possibilidades científicas e de engenharia, os técnicos do Instituto
concluíram que não havia um processo natural capaz de levar a tarefa a
cabo. Alguns afirmaram que o mamute de Bereskova havia “caído em uma
fenda” ou “caído no gelo” ou alguma bobagem similar. Não existe
explicação “natural” plausível que esclareça como o mamute de Bereskova
foi congelado tão rapidamente ao mesmo tempo em que se afogava e
sufocava na lama.
Todavia, o Instituto comunicou Sanderson sobre o que seria
necessário para realizar o trabalho: a temperatura corporal do mamute
deveria baixar 78oC e isto deveria ser feito em aproximadamente 4 horas.
No caso específico, o trabalho de congelamento completo deveria ser
feito dentro de um intervalo de apenas duas horas.
O Instituto não levou em consideração o efeito de sua conclusão
sobre outros dois fatores importantes: primeiro, o fato de que todo o
estrato de lama ao redor congelou-se ao mesmo tempo que o mamute;
segundo, o fato de que a ereção do animal havia sido preservada pelo
congelamento rápido. Este segundo fator reduz o tempo disponível para o
congelamento total a um intervalo bem menor que duas horas. O que duas
ou quatro horas representam é nada além do limite máximo de tempo dentro
do qual o processo de congelamento deveria ocorrer para evitar a
formação de cristais de umidade no interior da carne. O segundo fato nos
informa que o tempo de congelamento, pelo menos para todo o estrato de
lama e as partes externas do mamute, deve ter sido menor que 1 minuto –
ou talvez, mais provavelmente, de cerca de 30 segundos.
O processo inteiro denota uma violência quase sobrenatural: uma
coxa, algumas costelas e o quadril do mamute estavam fraturados.
(Imagine a força necessária para quebrar uma coxa e a pelve e um
mamute!). Ele foi soterrado em um mar de lama formado por água movendo-
se a velocidades supersônicas, que agregou que homogeneizou a lama. Em
seguida, foi sufocado no lodo e rapidamente congelado em uma sequência
de eventos quase impossíveis – mas, ainda assim, o processo todo foi
realizado – e então permaneceu congelado e preservado por quase 7 mil
anos.
Agradeçamos aos céus pela curiosidade intelectual do Czar russo que
indicou o time de pesquisadores responsável pela expedição aos confins
do leste da Sibéria e que retornou com uma análise científica detalhada
do mamute do rio Bereskova. Atualmente, o mamute se encontra
reconstituído em um museu em Moscou. Eu acredito que esta foi a primeira
vez que um animal tão grande foi montado por um taxidermista (ou uma
equipe de taxidermistas).
De onde veio a lama que enterrou o mamute de Bereskova vivo? Esse
tipo de lama congelada pode ser encontrada em toda parte do norte da
Sibéria e no Alasca. No Alasca, essas camadas apresentam uma espessura

33
de 6 a 27 metros. Onde foi possível estudar a tundra congelada com mais
detalhes, as evidências mostram que a fúria sobrenatural envolveu ventos
supersônicos, erupção vulcânica, inundação rápida (que criou a lama),
uma mudança súbita de temperatura (bem abaixo do subzero congelante) e
uma alteração climática vertiginosa. A lama se originou de uma enchente
movendo-se tão velozmente e carregando consigo volumes tão fantásticos
que a água coletou vários tipos de solo, misturou-os até a
homogeneização, e então depositou-se em uma única camada uniforme.
Descrições mais vívidas desta lama congelada foram fornecidas pelo Prof.
Frank C. Hibben em seu livro Os Americanos Perdidos.
Um dos melhores lugares para estudar as várias camadas de lama
depositadas por cataclismos em sucessão encontra-se nas paredes do Grand
Canyon e nas Badlands de Dakota do Norte. Posicione-se na ponta norte do
Grand Canyon, escolha um dos estratos e acompanhe-o com seus olhos até
onde conseguir, em todas as direções. Em toda parte, você verá camadas
homogêneas do topo ao fundo, depositadas com espessuras uniformes e bem
demarcadas entre si. Além disso, se escolher uma camada que contem uma
mistura de cascalho, rochas e pedregulhos, observará que estes estão
distribuídos da mesma forma ao longo daquela camada, em todas as
direções.
Existe apenas uma única maneira para fazer com que cada camada seja
depositada em cima da outra de maneira tão organizada, homogênea e
simultânea. Todas as demais hipóteses caem em descrédito quando
consideramos o fator homogeneidade. A conclusão da brusquidão dos
depósitos, com base no fator homogeneidade, é reforçada ainda pela
planicidade, a uniformidade de espessura, as características
independentes de cada camada e os limites bem visíveis entre quaisquer
camadas adjacentes.
Qualquer pessoa que trabalhe com movimentação de solos e observe
estes estratos perceberá imediatamente que não existem maneiras
conhecidas de obter um resultado daqueles utilizando nossas técnicas de
engenharia, tampouco existem processos comuns na natureza capazes de
fazer o mesmo: mover quantidades tão imensas de terra, homogeneizá-la –
até mesmo com rochas e pedregulhos, se necessário – e então depositar
tudo de uma só vez por vários quilômetros quadrados em uma única camada
plana, homogênea e com uma espessura uniforme. A única maneira possível
de realizar isso seria utilizando milhares de metros cúbicos de água
movendo-se a rapidamente sobre os continentes, arrastando consigo terra,
rochas, pedras, cascalhos e pedregulhos em quantidades inacreditáveis,
fundindo tudo na forma de lama, e então depositando a mistura de uma só
vez em imensas extensões, formando uma camada homogeneizada que mais
tarde secará e, ao longo das eras, fossilizará – como ocorre nos
continentes congelados nas regiões polares.
Por muitos anos, pesquisei por evidências daquilo que batizei como
“chapinhado” – uma lama deslocando-se velozmente que se torna
aprisionada em grandes baías ou estuários. No final dos anos 1980,
encontrei um tesouro de evidências em uma parte dos estados do Arizona e
Utah conhecida como Monument Valley. Nunca antes havia ficado tão
impressionado com a natureza como quando da primeira vez em que
contemplei o Valley. É difícil acreditar que um lugar de tamanha beleza
tenha se originado de tantas sequências cataclísmicas violentas, cada
uma contribuindo para montar as estruturas que vemos hoje: camadas
grossas sobre outras camadas mais grossas ou mais finas, cada uma

34
ostentando suas próprias características e cores tão bem demarcadas
entre si.
Existem camadas similares no Canyon de Chelly, poucos quilômetros
ao sudeste de Momument Valley.
As camadas mais grossas, com aproximadamente 20-25 metros de
espessura, fornecem a evidência do chapinhado. Ainda que cada uma dessas
camadas apresente sinais de ter sido depositada ao mesmo tempo, com sua
própria cor e aparência, existe uma subcamada diagonal depositada a 20o
do plano horizontal com uma subcamada adjacente inclinada na direção
oposta logo acima e abaixo dela. Estas camadas “torcidas”, algumas delas
bem grossas, foram empilhadas uma sobre as outras em 15 camadas, todas
com a mesma espessura, e então inclinadas em direções opostas às camadas
subjacentes.
Estas evidências oferecem as provas necessárias para mostrar que
“chapinhados” ocorrem em cataclismos: à medida que a lama se moveu
rapidamente para frente e para trás ao longo do vale, ela depositou-se
em cada estrato, porém de maneira tão homogeneizada que cada subcamada
compartilha características semelhantes com aquelas acima e abaixo. A
única diferença está na variação de suas estruturas granuladas. Este
padrão é evidente ao longo de vários quilômetros das paredes do Valley e
nos monumentos de pedra que o compõe.
Antes de sairmos do Monument Valley, gostaria de lhe falar sobre um
lugar especial na parte leste da região: o Chapéu Mexicano. Trata-se de
uma pequena localidade próxima ao rio San Juan, em Utah. Do outro lado
do platô existe uma das formações rochosas mais peculiares do mundo e
que atraiu a atenção de cientistas das mais diversas nacionalidades. Com
uma altura de quase 600 metros, a formação inteira ergue-se com toda a
grandiosidade de suas estratificações sedimentares bem evidentes – sendo
que a formação conhecida especificamente pelo nome de Chapéu Mexicano
tem quase 100 metros de altura. O aspecto mais singular da região está
em que as camadas sedimentares se inclinam todas na direção do rio, com
se estivessem tentando fluir para ele. Milhares e milhares de metros de
estratos sedimentares estão inclinados desse jeito.
Este é um dos cenários mais dramáticos que já vi, demonstrando toda
a superviolência que ocorre durante um cataclismo. A fissura aberta na
terra, por onde o rio agora corre, é ampla o suficiente para se
assemelhar a uma imensa mandíbula aberta quase exteriorizando o manto
incandescente 100 km abaixo. Obviamente, se a fissura atual possuísse
100 km de profundidade, o manto se exteriorizaria em sua garganta – o
que não ocorre, pois os 100 km de espessura da crosta terrestre
pressionaram o terreno inteiro para baixo.
Ainda assim, o conjunto das formações oferece um panorama bizarro e
terrível da colisão brutal das forças da natureza bem na superfície e
nosso planeta – algo que vai além da capacidade de sua imaginação até
que você se coloque ao lado do Chapéu Mexicano, tendo a encosta da
montanha à sua frente como uma testemunha do vigor mortal do cataclismo.
Neste ponto, imagine a fúria de oceanos e ventos movendo-se a
velocidades supersônicas. Temos então um terremoto tão poderoso a ponto
de abrir uma fissura na crosta terrestre, expondo o manto incandescente,
que invade a cena derretendo rochas. Quase ao mesmo tempo, ondas
deslocando-se a mais de 3 mil km/h acertam o lado da montanha – que
perdeu suas fundações –, arrastando-a para dentro da fissura e do
caldeirão de lava. Quando a água do oceano solidifica a lava, a encosta

35
para de inclinar-se na direção da garganta. Assim que todo frenesi se
aquiesce, restam os belíssimos monumentos geológicos que vemos hoje.
Em outras partes do Valley, temos estratos sedimentares com grandes
estruturas apontando para cima e rochas chamuscadas em vários trechos –
muitas vezes, chamuscadas até próximo de sua base.
Eu li muitos artigos de geologia e ouvi de Wayne, um dos guias
turísticos do Monument Valleu Lodge, sobre estudos relatando fluxos de
lava no local. Por vários anos, viajei diversas vezes para o Momument em
busca de alguma evidência de lava. Nunca encontrei qualquer evidência em
qualquer parte – nem mesmo de uma sugestão de lava. Tudo que consegui
encontrar foram pedras sedimentares chamuscadas, que, à distância,
poderiam enganar alguém dada sua semelhança a pedras de lava. Eu vi
pedras escuras tostadas em minas de ouro abandonadas em Pike´s Peak,
chamuscadas durante um cataclismo quando o calor do manto de 100 km
rompeu a crosta terrestre, queimando tudo naquele local.
Considerando a mistura de terra e rochas e os depósitos chapinhados
nas subcamadas de sedimentos, podemos ter uma boa medida da velocidade
que a água deveria atingir analisando os blocos de granito nos declives
ao leste da Cordilheira do Jura, na França. Deluc, Von Buch, Deluc Jr. e
DeSaussure deram informações importantes a partir de suas observações
acerca da dispersão dos blocos de granito alpino nas montanhas, vales e
lagos da Itália, da Suíça e da França. Até mesmo Blakewell, por meio de
suas discordâncias preliminares, balizou as conclusões de movimentos
rápidos de água – pois os argumentos de Blakewell eram ilógicos.
O geólogo suíço Escher forneceu ainda mais fundamentações para o
argumento das águas velozes, apoiando os conceitos expostos por J. Andre
Deluc Jr nos anos 1820.
Vamos imaginar a Cordilheira do Juro como se a estivéssemos
contemplando de um helicóptero. Primeiro, constatamos o quão similares
elas são às montanhas Allegheny, na Pensilvânia: ambas se parecem com um
grande carpete enrugado, com cumes arredondados indo do nordeste para o
sudeste (a fronteira Franco-Suíça segue a mesma direção no meio do
curso). Também podemos ver que os cumes apresentam passos (intervalos)
entre si.
A Cordilheira do Jura é não-granítica e essencialmente calcárea.
Qualquer granito que exista naquelas montanhas ainda está enterrado em
suas profundidades. Entretanto, nos declives sudeste dos cumes, vários
blocos de granito podem ser encontrados na superfície. Esses blocos
(alguns pesado várias toneladas) tiveram origem nos Alpes Suíços,
atravessando o vale ao sudeste. Se você analisar alguns cumes no
nordeste do Jura, observará que os blocos estão presentes apenas as
encostas voltadas para o sudeste. Após atravessarem 80 a 130 km ao longo
do vale, esses blocos foram assentados nos declives da Cordilheira a uma
altitude semelhante àquela de onde se originaram nos Alpes da Itália e
da Suíça.
Para que estes blocos tenham sido depositados nos declives do Jura,
deve ter ocorrido uma perturbação cataclísmica tremenda nos leitos de
granito nos Alpes Ítalo-Suíços, seguido de uma grande movimentação de
água a uma velocidade imensa capaz de carregar pedaços de granito por
mais de 100 km através da Suíça, por cima do Jura, através dos passos e
então depositá-los em agrupamentos na face sudeste dos cumes da
cordilheira.
Um evento dessa magnitude encontra-se perfeitamente alinhado à
violência sobrenatural descrita pelo Prof. Frank C. Hibben em seus

36
estudos sobre animais destroçados e desmembrados no Alasca, soterrados e
congelados num átimo sob a lama, juntamente a árvores torcidas,
queimadas e igualmente congeladas. Hibbem afirma que, dentre os fatores
contribuintes para realizar a tarefa, deveríamos contabilizar a presença
de ventos supersônicos. A única maneira de gerar tais ventos em áreas
tão vastas seria mover a terra de tal forma a separá-la de sua rotação
diária normal de oeste para leste, de maneira que a atmosfera, mantendo
sua rotação habitual, mover-se-ia em velocidades supersônicas em relação
à superfície terrestre.
Quando o planeta está em rotação, os oceanos também giram do oeste
para o leste à velocidade de uma revolução por dia. Quando um cataclismo
ocorre, a crosta de 100 km de espessura da Terra “escorrega” em uma
direção diferente daquela da rotação normal – contudo, a atmosfera
continua rotacionando como antes e os oceanos também se recusam a mudar
sua direção rotacional. Dessarte, a atmosfera e os oceanos começam a se
mover sobre as massas de terra que passam debaixo deles em uma nova
direção, fazendo com que os oceanos e a atmosfera atinjam velocidades
supersônicas em relação às demais superfícies terrestres. Com os oceanos
avançando sobre as massas de terra em tais velocidades, é fácil
compreender como os imensos blocos de granito foram movidos dos Alpes
até a Cordilheira do Jura perdendo pouca ou nenhuma altitude, e como
vários quilômetros cúbicos de terra puderam ser retirados do lugar,
misturados com água, homogeneizados e então depositados em camadas
planas e independentes como aquelas presentes nas paredes do Grand
Canyon, Monument Valley e Canyon de Chelly.
Além disso, podemos compreender como a força surpreendente das
águas, movendo-se em velocidades inacreditáveis em um piscar de olhos,
podem obliterar civilizações inteiras e desaparecer com qualquer
vestígio de sua existência. Mesmo nos dias atuais, tivemos ocasiões onde
o simples rompimento de uma represa liberou um certo volume sobre alguma
cidade, literalmente eliminando as evidências de qual algum dia tenham
existido construções e pessoas naquele local.
Uma das impressões digitais que os grandes cataclismos deixam para
trás como uma informação de sua violência sobrenatural está na
quantidade de dentes de várias espécies de mamíferos encontrada nos
limites entre as camadas sedimentares – como ocorre no Grand Canyon, por
exemplo. Isso mostra como a vida naquele local foi pulverizada, deixando
como vestígio apenas os dentes dos animais, feitos de uma substância
dura o suficiente para suportar o massacre.
Durante os eventos, alguns lugares são submetidos a ventos e
inundações menos violentas. Nesses pontos, podemos encontrar traços de
civilizações pré-históricas cujos avanços tecnológicos só seriam vistos
novamente muitos anos mais tarde. Voltemos para Tiahuanaco, na América
do Sul, para ver um exemplo disso.
Os Incas descobriram Tiahuanaco – a 3.800 metros de altitude, nas
margens do Lago Titicaca – por volta do século II d.C. Apesar de terem
vivido naquela região por várias gerações, eles deixaram o sítio
intocado durante séculos. Qualquer um que esteja em procura de ouro ou
tesouros nas montanhas – eu já fiz isso no Novo México – conhece o
mantra indígena: “o que está na montanha, pertence à montanha”. Isso
significa que qualquer coisa que os Incas tivessem descoberto eles não
deveriam perturbar nem destruir, mover ou remover.
Você pode ler sobre isto, ver isto retratado em filmes ou ouvir a
respeito, mas nada se compara a testemunhar in loco quando a febre do

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ouro assume o controle sobre as ações de alguém. É como se a ganância
mudasse um pacato aposentado em um aventureiro selvagem e ambicioso
capaz de levar a si mesmo e a outros à destruição e à morte para
satisfazer seu ímpeto. Eu já vi isso pessoalmente.
Tiahuanaco foi descoberta por Pizarro e seu bando de saqueadores
nos anos 1520. Tomados pela febre do ouro, Pizarro e sua expedição de
13-16 homens passaram a vandalizar tudo que encontravam pela frente,
inclusive partirndo ao meio milhares de estátuas procurando pelo metal.
Havia cinturões de prata de várias toneladas ao redor de monolitos
maciços de pedra. Os “colonizadores” quebraram os monolitos sem a menor
cerimônia para remover os cinturões.
Dentre os descobridores, havia um membro da expedição – um padre
espanhol, chamado Diego de Alcabaso – que escreveu o que viu:
“Eu vi um amplo hall com inscrições no teto representando palha.
Havia também o desenho de um lago banhando as paredes de uma esplêndida
corte nesta cidade dos mortos e, no meio da corte, nas águas rasas,
sobre a plataforma de uma maravilhosa coluna, várias estátuas bem
elaboradas de homens e mulheres – tão reais que pareciam estar vivas.
Algumas seguravam cálices e erguiam seus copos. Outras estavam sentadas,
ou reclinadas, como em vida. Algumas caminhavam na corrente que fluía
das paredes. Mulheres talhadas em pedra, com bebês em seus colos ou
segurando-os em suas costas. Em milhares de poses naturais, as pessoas
estavam lá, de pé ou reclinadas”.
Nenhuma dessas estátuas chegou aos dias atuais. A ganância da
civilização literalmente devastou Tiahuanaco com depredações e furtos.
Os vândalos que visitam esse fabuloso local pré-histórico ao longo
dos séculos fizeram aquilo que toda pessoa acometida pela febre do ouro
faz: ignoraram os valores intelectuais à sua frente, pois eles eram
menos óbvios. O grande portão de pedra no Templo de Kalasasaya possui
inscrições em seus arcos e pilares que, para os olhos menos treinados,
podem parecer apenas figuras sem sentido. Coube ao austríaco Arthur
Posnanski (1873-1946) compreender a importância daquelas inscrições, no
que foi seguindo por Wendell Bennett e John Philips, e então Hans
Schindler e Peter Allan – que completaram o quadro com sua brilhante
tradução das figuras na obra O Calendário de Tiahuanaco. Em seu livro
seguinte – O Grande Ídolo de Tiahuanaco –, Schindler e Allan apresentam
ainda a tradução das inscrições encontradas em uma estátua monolítica
descoberta em um templo soterrado. O livro não apenas explica seu método
de decifração e tradução, mas também mostra o trabalho penoso realizado
para preservar o monolito. A única coisa que eles não conseguiram
explicar foi porque a estátua possuía duas mãos esquerdas e nenhuma mão
direita!
Os trabalhos de Bellamy e Allan mostram vários aspectos
relacionados ao calendário e ao padrão de tempo utilizado em Tiahuanaco
em duas épocas diferentes – provavelmente a era do Mar Cáspio e a era da
Baía de Hudson. Deixarei uma descrição mais pormenorizada obre os
detalhes e as diferenças entre horas, dias e anos para aqueles que se
interessarem em ler os livros O Calendário de Tiahuanaco e O Grande
Ídolo de Tiahuanaco. O principal ponto de discussão a ser observado aqui
é que tanto o Ídolo quanto o Calendário registram que, durante ambas as
Eras, uma lua-satélite orbitava a terra de modo retrógrado. Durante a
Era do Ídolo – provavelmente entre 29.000 e 18.500 anos atrás –, o
satélite localizava-se a uma distância de aproximadamente 38.865 km da
Terra. Durante a era do Calendário – provavelmente entre 18.500 e 11.500

38
anos atrás –, o satélite localizava-se a uma distância de
aproximadamente 37.594 km da Terra.
A lua-satélite estava bem mais próxima de nosso planeta que a Lua
que conhecemos. Obviamente, o corpo celeste terminou ultrapassando o
limite de Roche e desintegrou-se na atmosfera – o que responderia por
algumas lendas pré-históricas de terríveis impactos envolvendo
asteroides ou cometas.
De onde a lua-satélite veio? Como nosso planeta a capturou? E,
claro, de onde nossa Lua atual veio e como nosso planeta a capturou? Se
Tiahuanaco e sua lua-satélite devem fazer algum sentido para nós, essas
perguntas devem ser respondidas.
A relação de Bode-Titius pode nos dar uma chave para esclarecer
isto. Titius e Bode, dois astrônomos alemães, descobriram
individualmente (porém quase ao mesmo tempo) esta relação no século
XVIII: tome os números das órbitas – ou números de círculos – dos
planetas a partir de Saturno como sendo 0, 1, 2, 4, 8, 16, 32.
Multiplique cada número por 3, adicione 4 a cada resultado, divida por
10, e a série se tornará: 0.4, 0.7, 1.0, 1.6, 2.8, 5.2 e 10.0. Estes
números – com exceção de 2.8 – representam as distâncias relativas entre
os planetas conhecidos (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, 2.8, Júpiter e
Saturno) e o Sol, com 2.8 representando nenhum planeta identificado
naquela órbita específica.
Quando Urano foi descoberto em 1781, encaixava-se perfeitamente na
série com 19.6. A “lei” parecia estar mais certa que nunca e um intenso
debate teve início para descobrir o que deveria estar ocupando a
distância 2.8. Em 1801, o planeta anão Ceres foi descoberto em 2.8. Por
volta de 1945, mais de 1.500 outros corpos celestes foram encontrados na
mesma órbita. Desde então, aquele “círculo” é descrito como o Cinturão
de Asteroides.
Em 1846, o planeta Netuno foi descoberto e parecia desobedecer a
Lei da Relação de Bode-Titius: ele deveria estar a 38.8 na escala de
distâncias relativas, mas estava a apenas 29.2.
Em 1930, o planeta Plutão foi descoberto – e ele também parecia
desobedecer a Lei. Plutão foi encontrado próximo de 38.8 – onde Netuno
deveria estar – mas, segundo a “lei”, Plutão deveria estar em 77.2.
Desde então, a escala popularizada sob o nome de Lei de Bode foi
colocada de lado pela astronomia e considerada nada além de uma
curiosidade insignificante.
Talvez devêssemos abordar a Lei de Bode por outro ângulo. Se ela
está correta em tantos pontos, então a parte que parece estar errada
talvez decorra de erros na compreensão da física básica envolvida.
Invés de usar números relativos, vamos trabalhar com os números dos
círculos – ou números das órbitas. A primeira versão proposta para
progressão (0, 1, 2, 4, 8, 16, 32, etc) representa estes números.
Todavia, invés de seguir a progressão – que é geométrica, exceto pelo
zero –, vamos listar todos os números, tornando a escala uma progressão
verdadeiramente aritmética. Os números, portanto, serão 0, 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8 e daí em diante, até 256.
Nesta nova escala, os círculos de número 0, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64,
128 e 256 podem ser considerados – cada um – um círculo fundamental.
Todos os outros círculos podem ser considerados como círculos
harmônicos. O círculo posicionado na metade do caminho entre dois
círculos fundamentais é considerado um primeiro harmônico. O círculo que
está na metade do caminho entre o primeiro harmônico e o círculo

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fundamental é considerado um segundo harmônico. O círculo que está na
metade do caminho entre um primeiro harmônico e um segundo harmônico é
considerado um terceiro harmônico – e assim em diante.
O próximo passo consiste em listar o número de círculos com os
planetas conforme eles estão de fato posicionados no Sistema Solar.
Podemos simplificar a tabela eliminando todos os círculos até o número
8, e então apenas os fundamentais, e os primeiros e segundos harmônicos
além daí até Urano, e então os fundamentais, 1o, 2o e 3o harmônicos até o
círculo 256.
A primeira coisa a ser notada é que todos os planetas estão em
círculos fundamentais, com exceção de Netuno. Ele é o único planeta que
se encontra em um círculo harmônico, localizando-se no primeiro
harmônico 96 entre Urano e Plutão – que estão, por sua vez e
respectivamente, nos círculos fundamentais 64 e 128.
Agora, vamos a uma nova descoberta: o número de círculos entre os
planetas aumenta quanto mais distante do Sol o planeta se encontra, até
alcançar o número máximo de 31 círculos. Em cada 32o círculo, deve
existir um planeta, independente se aquele é um círculos fundamental ou
harmônico. É por isso que Netuno está no 96o círculo (um 1o harmônico, o
32o círculo depois de Urano) e Plutão está no 128o círculo (um
fundamental e o 32o círculo após Netuno).
Outra coisa fica também parente: quando o Sistema Solar foi
formado, planetas tentaram se formar em cada círculo. Planetas completos
se formaram em cada círculo fundamental, e em qualquer círculo a 31
círculos de distância de qualquer círculo harmônico e a 31 círculos de
distância de qualquer outro planeta. Nos demais círculos, nasceram
planetas menores ou círculos de planetoides. Uma vez que existem 4
grandes planetas dentro do círculo de planetoides em 8, vamos considerar
que o Sistema Solar inteiro foi configurado como sendo 3 grupos de 4
planetas maiores + 1 círculo de planetoides em cada grupo. Isso
significa que devem existir ainda mais 2 círculos de planetoides para
ser descobertos – 112 e 240. Se observarmos os círculos de planetas
menores de cada lado de Júpiter e aplicarmos a Lei de Kepler,
descobriremos que as luas de Júpiter – até mesmo as retrógradas – podem
ser explicadas como pequenos planetas capturados do lado de fora e de
dentro dos círculos harmônicos ao redor de Júpiter.
Antes de examinarmos os resultados desta construção, vamos observar
a região mais externa do Sistema Solar: o círculo 256 é onde os cometas
fazem o retorno e se direcionam de volta para o coração do sistema.
Ademais, sabe-se que existem mais de um planeta para além de Plutão:
nossa tabela mostra que devem existir planetas nos círculos 160, 192 e
240. O número total de círculos nos diz que existe um número fantástico
de planetas menores – capturados ou não – aguardando serem descobertos.
O “lixão” do Sistema Solar!
Observe a tabela resumida do Sistema Solar – a primeira
interpretação corrigida da Lei de Bode. O círculo 256 parece localizar-
se onde o cinturão de prótons do Sol está. O cinturão deve existir, uma
vez que o campo magnético do Sol é bipolar. Além disso, deve estar para
além dos planetas.

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Planeta Fundamental 1o harmônico 2o harmônico 3o harmônico
Mercúrio 0
Vênus 1
Terra 2
Lua 3
Marte 4
Fobos 5
Deimos 6
Planetoides 8
perdidos #1
10
12
14
Júpiter 16
20
24
28
Saturno 32
48
56
Urano 64
72
80
88
Netuno 96
104
Planetoides #2 112
120
Plutão 128
144
X1 160
176
X2 192
208
X3 224
Planetoides #3 240
? 256*
*Cinturão interno de radiação solar

Está claro que nossa Lua foi criada no círculo 3; Fobos, no círculo
5; e Deimos, no círculo 6. O círculo 7 está vago – e isto apresenta um
verdadeiro desafio. O que aconteceu com o pequeno planeta que deveria
estar ali?
A proximidade de Fobos e Deimos com Marte nos diz que os círculos
4, 5 e 6 aproximaram-se de maneira extraordinária, provavelmente após
uma sucessão de eventos no Sistema Solar que causou uma série de
cataclismos na Terra. É lógico que o círculo 7 também deveria ter se
aproximado do círculo de Marte, de tal maneira que Marte deveria ter
capturado o planeta menor do círculo 7, além de Fobos e Deimos. Uma vez
orbitando em torno de Marte, o “pequeno planeta perdido” poderia ter se
aproximado o suficiente da Terra para ser “roubado” de Marte por nosso
planeta, tornando-se a lua-satélite tão bem descrita no Ídolo e no
Calendário de Tiahuanaco. Ademais, a proximidade daquele satélite com a
Terra seria uma justificativa para a premissa de que o “pequeno planeta
perdido” foi roubado pela Terra de Marte.
A quantidade de lendas acerca do cataclismo de 11.500 anos atrás
que incluem “Vênus entrando em órbita” e “Vênus saindo de órbita”

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provavelmente descreve a captura de nossa Lua atual do círculo 3 – o que
naquele tempo, éons atrás, era um planeta orbitando o Sol.
Não obstante, com a abordagem descrita anteriormente, tudo entra em
ordem: o círculo 7 – agora vago –, os registros de Tiahuanaco acerca de
uma lua com órbita retrógrada, a pletora de crateras de impacto na Lua e
em Marte, as montanhas de material denso enterrado no manto de nosso
planeta (como descoberto pelas perturbações nas órbitas dos satélites
artificiais feitos por nós), e a Lei de Bode (expandida aqui para
incluir as órbitas fundamentais e harmônicas).
As instabilidades no Sistema Solar que levaram à captura de
planetas menores por planetas maiores podem parecer impossíveis ou
improváveis. Contudo, se considerarmos que instabilidades tão pequenas
como perturbações na rotação da Terra são possíveis, então podemos
deduzir que alterações maiores e instabilidades maiores também são
possíveis. Nos últimos 100 anos, foram registradas duas mudanças
abruptas na rotação da Terra. Nosso planeta não é um corpo celeste
inerte, mas um sistema complexo e dinâmico, assim como o Sistema Solar
inteiro, a Via Láctea, as galáxias vizinhas e o Universo onde vivemos.
Até os astrônomos de Tiahuanaco foram capazes de registrar algumas
dessas instabilidades no Portão do Calendário e no Grande Ídolo.
A partir do fantástico trabalho em pedra realizado em Tiahuanaco,
caracterizando uma civilização extinta abruptamente 11.500 anos atrás,
podemos analisar outros grandes trabalhos pré-históricos em pedra que
continuam sendo memoriais monumentais e misteriosos de tecnologias que
perdemos. Veja, por exemplo, Balbeque no Líbano (anteriormente conhecida
cono Heliópolis), onde três imensas pedras se articulam para formar uma
plataforma de mais de 90 metros de comprimento. Em uma jazida localizada
no sudoeste da cidade, temos uma imensa pedra trabalhada – mas que não
chegou a ser retirada do local – que pesa mais de 1.200 toneladas! Que
evento poderia ter feito com que esta civilização pré-histórica
abandonasse suas ferramentas e suas ocupações tão no meio do caminho? E
temos ainda a pré-histórica Sacsayhuaman (Peru), onde um bloco
monolítico de 20.000 toneladas descansa com seus degraus virados de
ponta cabeça, capotado por algum surto de fúria sobrenatural. Ao fundo e
tão imóveis e silenciosas quanto a eternidade, erguem-se paredes e
paredes de megalitos poligonais minunciosamente encaixados.
Muito é dito sobre as estátuas de pedra da Ilha de Páscoa. Todavia,
também existem construções megalíticas igualmente gigantes e
precisamente encaixadas em Sacsayhuaman e Balbeque, sugerindo que estas
construções surgiram de uma mesma civilização. Até mesmo as imensas
estátuas não são exclusivas da Ilha de Páscoa: obras semelhantes podem
ser encontradas no Arquipélago de Tuamotu, Nuku Hiva, Fatu Hiva e
Pitcairn, e na Colômbia, no Equador, no Peru e na Bolívia. As estátuas
na Ilha de Páscoa foram “enterradas” até o pescoço. Recentemente,
escavações mostraram um ambiente geológico cuja significância havia
escapado aos primeiros exploradores. As lições aprendidas a partir dos
estratos no Grand Canyon, no Monument Valley e no Canyon de Chelly nos
ensinam que devemos procurar pela homogeneidade – e lá ela está, nas
paredes de terra dos buracos escavados ao retor das imensas estátuas.
Elas foram todas enterradas de uma só vez em uma inundação colossal.
Parece haver uma razão para os trabalhos terem sido interrompidos do
nada nas jazidas da Ilha de Páscoa assim como foram em Balbeque.
Os trabalhos que a própria Mãe Natureza faz nas pedras podem servir
de um relógio para nós. Por exemplo: considere as Cataratas do Niágara.

42
Quando as cataratas tiveram início, o rio fluía sobre um penhasco onde
se localiza, hoje, o desfiladeiro que repousa sob as cataratas. Não
havia desfiladeiro. Com a passagem dos anos, a água erodiu o penhasco
grão por grão, ano por ano, século por século, até formar o desfiladeiro
de 11 km de extensão que abriga os 180 metros das 3 quedas principais
que compõem as cataratas. Nos últimos 100 anos, as quedas do lado
canadense tem retrocedido mais de 1 metro por ano. Quando as cataratas
eram jovens – quando os primeiros 3 a 4 km do desfiladeiro estavam sendo
esculpidos pelo rio – a erosão era mais rápida, pois as quedas eram mais
estreitas; a profundidade das águas passando sobre o penhasco, mais
profundas; e a altura do penhasco, maior. Se considerarmos que um ritmo
de erosão razoável seria de cerca de 1,8 metro por ano, isso daria às
cataratas uma idade aproximada de 7000 anos – e tanto o início das
cataratas quanto do desfiladeiro coincidiria com os dados oceanográficos
que nos informam a época em que os oceanos do mundo todo apresentaram
uma elevação de 60 metros, permaneceram elevados e, gradualmente,
retrocederam até os níveis que vemos hoje.
As Cataratas de Saint Anthony, localizadas na extremidade nordeste
do centro de Minneapolis (Minnesota, EUA), são a única grande cachoeira
natural do rio Mississippi e guardam outra história do relógio da
Natureza. O desfiladeiro sob as cataratas se estendem por mais de 12 km.
Ao longo do último século, a erosão no local ocorreu ao ritmo médio de
1,6 metro por ano. Se repetirmos o mesmo cálculo utilizado para analisar
o desfiladeiro das Cataratas do Niágara, chegaremos ao mesmo resultado
para a idade dos defiladeiros das Cataratas de Saint Anthony:
aproximadamente 7.000 anos.
Todas estas datações – e outras mais, como a erupção de lava nos
arredores da Pirâmide de Cuicuilco, no México – nos levam a uma data
para o último cataclismo que coincide com a data do Dilúvio de Noé:
algum momento por volta de 7.000 anos atrás.
Datações mais antigas, tais como 11.500 anos atrás para o término
abrupto das calotas de gelo na Baía Laurentiana (Canadá) e no sudoeste
da Austrália; a mesma data para o soterramento de incontáveis peixes,
pássaros, mamíferos e humanos em Pejark Marsh (sudeste da Austrália); a
mesma data para o súbito desaparecimento da civilização em Tiahuanaco,
causado por uma inundação; e dados científicos mostrando uma súbita
alteração climática global no mesmo período, estabelecem 11.500 anos
atrás como uma estimativa bem próxima do cataclismo de Adão e Eva – o
cataclismo anterior ao Dilúvio de Noé. Se aceitarmos os registros
encontrados em Tiahuanaco como corretos, este evento ocorreu há
aproximadamente 11.560 anos atrás.
Não é interessante observar que as datas da “Nova Idade da Pedra” e
da “Velha Idade da Pedra” coincidem com os períodos do cataclismo de Noé
e de Adão e Eva? É sabido que cada um desses cataclismos reduziu em 99%
o número de seres vivos no planeta. Nos poucos lugares onde alguns
humanos sobreviveram, o que sobrou para eles? Será que eles tinham pelo
menos uma pá? Algumas mudas de roupas? E por quanto tempo suas pás e
suas mudas de roupas durariam? Cada dia, o dia inteiro, todos os
esforços eram direcionados para encontrar comida, caçar e pescar apenas
para conseguir viver mais um dia – e a luta pela sobrevivência então era
mais extrema do que somos capazes sequer de imaginar hoje. A maioria
daqueles que sobreviveram não era capaz de ensinar línguas, ética,
matemática, história, ciências políticas ou qualquer outra coisa
relacionada à educação clássica. Se alguma criança tivesse conseguido se

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salvar do cataclismo, seu pai lhe contaria tudo sobre a inundação e ela
acreditaria piamente naquelas histórias. Contudo, seus netos já não
acreditariam tanto nele – “isso tudo deve ser coisa da imaginação do
vovô, coitado”, eles pensariam. Em poucas gerações, o cataclismo se
tornaria uma mera lenda verbal. Afinal, quem teria papel, lápis,
caderno, caneta ou computador ou qualquer coisa parecida para escrever e
deixar tudo registrado? E, caso houvessem ferramentas disponíveis para
escrita, quem entre os sobreviventes teria habilidade suficiente para
registrar corretamente o evento? Indo além, quem teria tempo para
escrever ou ensinar qualquer coisa quando a prioridade máxima de cada
dia e de todo dia era simplesmente sobreviver?
Vamos voltar às datações: os dados de Meager mostram que o
cataclismo anterior ao de Adão e Eva deve ter ocorrido cerca de 18.500
anos atrás. O anterior a este, há 29.000 anos. E, graças aos cálculos de
Jess Hale, o anterior deve ter ocorrido há cerca de 43.750 anos.
De todas as correlações entre datas, a que acho mais impressionante
é a da caverna Shanidar, no Iraque. Os dados da expedição do Instituto
Smithsonian (conduzida por Ralph S. Solecki) e da Diretoria-Geral de
Antiquidades Iraquiana mostram que as datações de Carbono-14 realizadas
para analisar as divisões entre as camadas depositadas por diferentes
civilizações equivale aos períodos dos cataclismos de 7.000, 11.500,
18.500 e 29.000 anos atrás. Nenhum Carbono-14 foi depositado na caverna
durante o período em que Mar Cáspio ocupou o Polo Norte, entre 29.000 e
18.500 anos atrás. Isso é bastante lógico, uma vez que a caverna deveria
estar tão próxima do Polo Norte naquele período que sua entrada estaria
bloqueada pela calota de gelo polar. Consequentemente, nenhuma matéria
viva adentrou na caverna – e é preciso haver alguma matéria viva para
que a datação de Carbono-14 funcione. Essa pequena caverna é tanto um
memorial dos últimos 4 cataclismos quanto Tiahuanaco.
Por falar em memoriais: será que alguém já passou por um cataclismo
e deixou sua experiência escrita como um memorial individual do evento?
Certamente! Se observamos Gênesis com atenção, veremos que 3 cataclismos
estão mencionados no texto: o Dilúvio de Noé (o mais recente, 7.000 anos
atrás); o cataclismo de Adão e Eva (cerca de 18.500 anos atrás); e o
anterior a esse, ocorrido há cerca de 18.500 anos (que é apenas
superficialmente mencionado em Gênesis 2:4 (Bíblia de King James). Duas
outras duas histórias a respeito desses eventos são ainda mais
intrigantes: uma é sobre o tempo de Noé e a outra, do tempo de Adão e
Eva – e ambas vêm da Grécia.
Em 1849, Austen Henry Layard (assiriologista e ex-subsecretário de
Estado para Assuntos Exteriores do Reino Unido, 1817-1894) realizou
algumas escavações nas margens do Rio Tigre. Foi lá que ele havia
descoberto a fabulosa cidade de Nínive – até então conhecida apenas por
citações no Velho Testamento. Layard descobriu o palácio construído pelo
sanguinário imperador Senaqueribe (assassinado em janeiro de 681 a.C.).
Assurbanípal, neto de Senaqueribe por meio de uma de suas concubinas,
havia adicionado uma biblioteca ao palácio durante seu reinado na
Assíria, entre 668-627 a.C. Para preencher a biblioteca, Assurbanípal
enviou emissários para vasculhar o reino em busca de tabletas originais
que mereciam estar em seu acervo. Os emissários faziam cópias fiéis das
tabletas e devolviam os originais aos seus donos. Ao todo, foram feitas
cerca de 30.000 cópias em tabletas de barro, que encheram a biblioteca.
Foram essas tabletas que Layard encontrou.

44
Dentre as tabletas, doze compreendiam a Epopeia de Gilgamesh – um
homem que em seu tempo havia sido o lendário rei da primeira dinastia de
Erech, logo após o grande dilúvio. Desde então, o rei deixou de ser uma
lenda e passou a ser um personagem histórico real.
Devido à dor da perda de seu grande amigo Enkidu, Gilgamesh buscava
o segredo da vida eterna. Ele foi informado que, para realizar sua
missão, deveria encontrar um homem chamado Utnapishtim, que havia
recebido dos deuses o dom da vida eterna.
Gilgamesh encontrou Utnapishtim e fez com que ele contasse sua
história. Utnapishtim disse-lhe que, de fato, ele havia recebido o dom
da vida eterna, e havia também sido instruído pelos deuses:

“Oh, homem de Shuruppak, filho de Ubar-Tutu


Abadone a riqueza, livre-se de suas posses, e salve-se
Desmantele sua casa e construa um navio
E que ele seja de boas medidas”

Utnapishtim então descreve o navio que construiu e todos os


princípios de arquitetura naval empregados na tarefa. Em específico, era
um barco que não poderia ser adernado (quadrado!). Após a construção,
Utnapishtim lançou a nau em não menos que oito cruzeiros de teste. Cada
vez que retornava, reforçava as juntas com betume e checava a vedação
novamente. Quando a embarcação finalmente ficou pronta, realizou um
banquete para celebrar o término de sua tarefa, servindo cerveja, vinho,
carne de veado e de carneiro para todos os presentes.
Imagine algo assim em sua vizinhança! Certamente, alguns dos
vizinhos de Utnapishtim devem ter pensado que o homem havia ficado
louco…
No dia seguinte ao banquete, Utnapishtim decidiu que era chegada a
hora de carregar seu barco e lançá-lo ao mar em sua derradeira jornada
pela sobrevivência.

“Eu então abasteci o navio,


colocando nele todas as colheitas de uma vida inteira
- minha família, meus amigos,
as bestas dos campos, o gado dos campos,
os artesãos e as ferramentas de seus ofícios.
Fiz com que todos embarcassem
e então eu mesmo embarquei e selei a porta.
Tão logo o primeiro brilho da manhã seguinte chegou aos céus,
o firmamento enegreceu, nuvens tenebrosas se juntaram,
e, de dentro delas Adad* trovejou.
Logo todas as luzes se tornaram escuridão,
irmão não era mais capaz de reconhecer irmão
e os animais nos céus não conseguiam mais ver uns aos outros”

*Adad = antigo deus das tempestades dos sumérios e responsável por inundar o mundo todo
a mando do deus Bel, N. do T.

Utnapishtim então descreve o massacre da tempestade que gerou um


terror inimaginável dentro do navio, após o que:

“Por seis dias e noites,


o vento e a enchente avançaram.

45
O vento holocáustico varreu a terra
e no sétimo dia, cedeu.
O vento maligno havia parado; os oceanos e a enchente,
que havia travado uma guerra feito um exército, haviam cessado.
Abri a janela para contemplar a devastação,
e a humanidade inteira havia se transformado em limo!
Até a altura dos telhados, tudo havia se transformado em um pântano!
E milhares de mortos,
de homens, de bestas e de gado,
afloravam impassíveis sobre a lama!”

Utnapishtim então passa a relatar como libertaram os pássaros (que


retornaram ao barco trazendo folhas), como desembarcaram e construíram
um altar, e mais.

46
7. ADENDO

Há alguns anos, o astrônomo Australiano Dr. Arthur Blesse constatou


um fenômeno que poderia estar diretamente relacionado ao próximo
cataclismo. A partir de aferições mensais da temperatura da superfície
do Sol ao longo de 5 anos, Blesse observou que a temperatura estava
diminuindo em um ritmo que atingira um ponto máximo por volta do ano de
1999 ou 2000. Ele não sabia prever se haveria uma reignição após este
“desligamento”.
O que ele descobriu foi uma autenticação do início do próximo
cataclismo, previsto em A História de Adão e Eva e por Nostradamus
(1503-1566), Edgar Cayce (1877-1945) e Gordon-Michael Scallion (1942-)
através de clarividência.
O que Dr. Blesse tentou predizer é, na verdade, o curto período de
tempo de escuridão absoluta, com o Sol completamente ausente do
firmamento, como descrito por Utnapishtim logo no início do último
cataclismo!
Indubitavelmente, a história de Utnapishtim é a versão ancestral
original do Dilúvio de Noé, escrita milhares de anos atrás, cobrindo
muitas gerações antes que Ezra ditasse sua versão para os 5 escribas que
reconstruíram Gênesis I, II e III.
Uma das coisas mais importantes sobre isso é que temos um relato de
primeira mão de como os estratos sedimentares são depositados em camadas
em locais como o Grand Canyon, Monument Valleu e Canyon de Chelly – uma
descrição vívida dos ventos e das inundações aterrorizantes que são
parte do evento. Os acadêmicos e puristas afirmam que, se qualquer
pessoa se dispusesse a descrever algo assim, ela deveria estar lá e ver
tudo com seus próprios olhos. Bem...
Igualmente importante, nos anos 1920, o arqueólogo Leonard Woolley
(1880-1960) descobriu a alta camada de lama descrita por Utnapishtim
(com quase 3 metros de altura) na região dos rios Tigre e Eufrates.
Debaixo dela, toda uma civilização encontrava-se soterrada – e era
completamente diferente dos rastros das civilizações que se encontravam
acima.
Temos ainda as mais de 8.000 lendas de sobreviventes relatadas na
Península da Malásia, registradas pelo explorador escocês Louis James
Fraser, além das lendas de sobreviventes contadas pelos nativos do
sudoeste dos EUA. Do livro “Diné Bahane: a História da Criação dos
Navajos”, de Paul G. Zolbrod (1932-), temos este relato incrível:
“No final da 4a noite, quando estavam para terminar seu encontro,
eles notaram algo branco no leste. Eles também viram o mesmo no sul. E
também apareceu no oeste, e no norte também apareceu.
Parecia uma cadeia sem fim de montanhas brancas. Eles a viram por
todos os lados, circundando-os, e notaram que se aproximava rapidamente.
Era uma imensa, incomensurável parede de água! E estava vindo de todas
as direções, de maneira que não havia escapatória, nem para o leste ou
para o oeste, tampouco para o sul ou para o norte.
Então, não tendo para onde ir, eles alçaram vôo. Para o ar eles
foram. Cada vez mais e alto e mais alto eles subiram, é dito”.
A partir desta descrição e das partes seguintes da lenda, minha
interpretação é de que o relato inteiro apresenta o cataclismo ocorrido
11.500 anos atrás. Eu levaria anos de trabalho até rastrear o tempo
exato desta lenda – mas eu não tenho tantos anos à minha disposição.

47
Considere que a história que conhecemos aborda os dois cataclismos
mais recentes. Os historiadores informam que, durante um período de
4.500 anos antes de 7.000 anos atrás, nenhum registro escrito da
história pode ser encontrado em qualquer parte do mundo. Índia, Grécia e
Egito seguem esta característica. Não é interessante observar que 7.000
+ 4.500 são 11.500 anos atrás?
Com relação ao que os sacerdotes do Egito contaram a Sólon sobre a
grande civilização helênica antediluviana, observe o alfabeto grego. Ele
é escrito hoje como foi escrito ao longo de toda a história grega, mas a
pronúncia não é a mesma: na época de Euclides, a pronúncia mudou para
uma forma de “gíria” utilizada naquele tempo. Vamos comparar o moderno e
o antigo:

48
Se você ler as pronúncias antigas em voz alta, o som se parecerá
bastante com o idioma polinésio! Presumivelmente, trata-se de uma
abreviatura de palavras maias pré-históricas que, quando traduzidas,
contam a seguinte história:

Assustadoramente quebraram os oceanos


Eles inundaram as terras
Mãe Terra recebe
as profundezas. Onde
havia obstáculos, costeiras se formam. Ventos poderosos
irrompem, onde,
com oceanos
colocados sobre oceanos,
enterram tudo que vive e se move. Onde
havia montanhas, elas desaparecem
enterradas, submersas com o solo da
terra-mãe.
Apenas os picos das montanhas
permanecem ante
o massacre de nosso planeta
que se abate pouco a pouco
até que chega
o frio do inverno. A terra-mãe
agora está no fundo do mar
um abismo, um vasto reservatório de gelo
e lama. Então chegam
os vulcões
cuspindo seus vapores
com fumaças rodopiantes e lava derretida.

A “leitura do alfabeto” parece contar a história do cataclismo que


deu fim à Era do Gelo Laurentiana, instaurou a Velha Idade da Pedra,
extinguiu a calota de gelo australiana e iniciou o período de alterações
climáticas globais confirmadas por pesquisas oceanográficas. Este foi o
cataclismo ao qual Adão e Eva sobreviveram, findando a civilização no
hemisfério ocidental. Os rastros tênues daquela civilização podem ser
encontrados nos mitos registrados pelo lendário historiador hindu
Valmiki (tradicionalmente considerado autor do épico Ramayan, escrito em
algum momento entre os séculos V e I a.C.) e nas histórias transmitidas
oralmente por várias tribos polinésias, como os Maori.
Aparentemente, o relato foi passado de uma geração à seguinte, ao
longo do período de quase 5.000 anos onde não encontramos registros
escritos de nossa história. Mais tarde, após o dilúvio de Noé (ou
Utnapishtim), o relato foi escrito e se tornou a base do alfabeto grego.
Seja ela factual, lendária ou mitológica – ou talvez mesmo
histórica ou semi-histórica –, é preciso concordar que trata-se de uma
crônica fascinante, não? Caso queira aprofundar-se no tema, leia A
História da América Central, de Don Antonio Batres Jáuregui (1847-1929),
e O Continente Perdido de Mu, de James Churchward (1851-1936).
Churchward comete uma série de equívocos em seu texto – especialmente
com relação do Portão do Calendário, em Tiahuanaco –, mas ainda assim é
uma obra interessante de ser lida.
As histórias de antes do cataclismo de 11.500 anos atrás chegaram a
nós na forma de lendas que podem ser bem melhor compreendidas a partir

49
da história dos cataclismos. O alfabeto grego existiu em duas formas
diferentes ao longo de toda a história grega. De onde ele veio antes
disso? Ele parece descender dos pré-históricos Maia e Naga. Talvez a
resposta esteja nas construções megalíticas, nas ruínas e nos glifos
encontrados no Mato Grosso, na Alemanha, na Finlândia, na Inglaterra e
na Frísia (província ao norte dos Países Baixos). Tudo que podemos dizer
neste momento é que todos guardam os segredos pré-históricos dos
Helenos!
Neste momento, deixemos de lado os prazeres de desfrutar hipóteses
e retornemos a considerações mais sérias. Vamos discutir as peças mais
elusivas do quebra-cabeças, a parte que levou 20 anos para ser deduzida
e encaixada no todo: a causa dos cataclismos – o gatilho.
Meus pensamentos se voltam para o desafio de George Cuvier feito em
1812: “… descubra a causa desses eventos”. A contribuição de Hibben para
este desafio é uma parte inseparável dele: “qualquer boa resposta para
um mistério assoberbante deve responder todos os fatos”.
À medida que os anos se passaram, tornei-me cada vez menos
satisfeito com os conceitos envolvendo o gatilho e passei a concentrar-
me nesta parte do enigma. Levei 20 anos para chegar a uma solução que
respondesse todos os fatos.
O trabalho fascinante do físico sueco Hannes Olof Gösta Alfven
(1905-1995, Prêmio Nobel de Física em 1970) iluminou o caminho tortuoso
até a resposta. Na década de 1950, Hans descobriu um tipo de energia até
então completamente desconhecida, batizando-a de “energia
magnetohidrodinâmica”. Abreviando-se: mhd. Basicamente, a mhd consiste
em uma combinação de forças magnética, elétricas e físicas.
A mhd pode ser melhor descrita pelo que chamo de “exemplo da
cozinha”: suponha que você pegou um cilindro de vidro contendo mercúrio
à temperatura ambiente (e sabe-se que o mercúrio é líquido nestas
condições). O mercúrio é tão denso que é possível fazer flutuar um
espelho de vidro em sua superfície – então vamos proceder exatamente
assim e então fazer alguns arranhões no espelho. Se você ligar uma luz
sobre o espelho, ela refletirá no teto mostrando imagens representativas
dos arranhões.
Agora, vamos colocar algum “agitador” no fundo do cilindro – algo
como uma miniatura de um agitador da máquina de lavar roupas –, com o
eixo do agitador indo até o fundo do cilindro, prendendo-o nele.
Colocando uma mão no final da extremidade do eixo que sai pelo fundo do
cilindro, você pode girar o agitador para frente e para trás
(lentamente, pois o mercúrio é muito denso e pesado), agitando o
mercúrio no interior do cilindro de vidro.
Quando você agita o mercúrio desse jeito, você descobre que a
“untuosidade” do mercúrio, átomo por átomo, é tão grande que o movimento
do agitador é absorvido pelo mercúrio antes mesmo de atingir a
superfície superior do cilindro onde o espelho repousa. O espelho nem se
move.
Se você amarrar um fio ao redor do cilindro e conectá-lo a uma
bateria, teremos um eletromagneto. Uma corrente elétrica começará a
circular, formando um campo magnético em torno do clinidro.
Agora você verá que as coisas mudaram: quando move o agitador para
frente e para trás, o mercúrio age como se fosse plástico ou quase
sólido, e o espelho colocado na superfície passa a reproduzir todos os
movimentos do agitador, mostrando que o mercúrio perdeu sua

50
“untuosidade” interna e está se movendo integralmente como se fosse
sólido.
Alfven tentou uma versão refinada deste experimento em seu
laboratório e foi assim que o fenômeno foi descoberto. Inicialmente,
pensou-se que pequenas descargas elétricas (chamadas “correntes de
redemoinho”) estivessem sendo geradas no mercúrio, o que por sua vez
gerava pequenos campos magnéticos opostos – e isto era o que estava
causando o efeito solidificante. Alfven imaginou que, se isto era
verdade, quanto maior fosse o diâmetro do cilindro de vidro, maior seria
a corrente elétrica necessária e mais forte deveria ser o campo
magnético necessário para manter as mesmas forças que “conectavam” o
agitador ao espelho.
Ele construiu outro receptáculo com um cilindro de mercúrio mais
calibroso e descobriu que, na verdade, ocorria o inverso! Quanto maior o
diâmetro do cilindro de vidro, menos força do campo magnético e menos
corrente elétrica eram necessários para manter as forças físicas que
“conectavam” o agitador ao espelho. Aparentemente, isso violava todas as
leis conhecidas de física e engenharia.
Hannes Alfven percebeu que havia descoberto um novo tipo de energia
que viajava do agitador até o espelho, uma força que jamais havia sido
detectada antes pela ciência. Seu rigoroso trabalho matemático expandiu
as três equações de James Clerk Maxwell (físico e matemático escocês,
1831-1879) para expressar a radiação eletromagnética, mostrando que
existiam campos de força elétricos, magnéticos e físicos agindo de modo
combinado entre o agitador e o espelho.
Alfven ampliou sua pesquisa matemática para mostrar que o espaço é
literalmente um oceano de energia mhd, e que isso, mesmo sendo tão fraco
quanto o campo magnético de uma estrela branco-azulada, é forte o
suficiente para manter a estrutura de mhd dentro da estrela.
O trabalho de Alfven também se aplica a qualquer planeta com dois
polos magnéticos norte e sul. Eu construirá vários experimentos e sei,
por obervação pessoal, que as correntes da Terra são fortes o suficiente
para manter a estrutura mhd do interior de nosso planeta.
Uma vez cientes de que as camadas fundidas dentro da Terra agem
exatamente como o cilindro de mercúrio de Alfven, é fácil deduzir que,
enquanto essas camadas forem permeadas por uma determinada quantidade de
energia mhd, elas se comportarão como se fossem de plástico ou quase
sólidas.
Sabemos que a crosta terrestre – que inclui os oceanos e uma
pequena parte do manto – não é dinamicamente tão bem equilibrada como
pensamos durante muito tempo. Modelos computacionais mostram que existe
um imenso torque de 48.6x1018 km-toneladas tendendo a girar a crosta em
relação ao interior da Terra. Isso significa que a Groenlândia e a
Antártica poderiam girar em direção ao equador em menos de 12 horas caso
a crosta estive livre para fazer este movimento.
Desde que a estrutura interna de energia mhd mantenha-se forte o
suficiente para fazer com que as camadas fundidas atuem como quase-
sólidos, a crosta não rotacionará sua posição em relação ao interior da
Terra. Para ser mais honesto, a crosta na verdade está fazendo isso –
mas muito, muito lentamente. Este assunto foi abordado no excelente
artigo de 37 páginas “Latitude and Longitude, and the Secular Motion of
the Pole”, publicado em 1969 pelo astrônomo Dr. William Markowitz (1907-
1998), do Observatório Naval dos EUA (Washington, DC).

51
Todavia, no momento de um cataclismo, todo o Sistema Solar
atravessa uma zona magnética nula na Via Láctea. Essas zonas nulas
algumas vezes são chamadas de “zonas reversas” – o que de fato são, pois
em cada lado das zonas nulas galáticas os campos magnéticos estão em
direções opostas. Alguns físicos descobriram que estamos nos dirigindo
aceleradamente para uma dessas zonas nulas. É um fato conhecido da
geofísica que a força do campo magnético terrestre – agora 35% menor que
há 300 anos – está diminuindo cada vez mais rápido. Nós estamos nos
aproximando de uma zona neutra. Ao passarmos por ela, a estrutura
interna de energia mhd de nosso planeta diminuirá o suficiente para
permitir que a camada mais externa, de 100 km de espessura, aja como um
líquido livre. Ela não mais conectará a crosta terrestre ao seu
interior, exatamente como descrito no experimento de energia mhd
realizado por Hannes Alfven.
A crosta terrestre estará então livre para encontrar um novo ponto
de equilíbrio em relação ao interior do planeta. Ela mudará na direção
que o torque determinar – e a camada de 100 km de profundidade e mais de
1.300oC de temperatura agirá como um lubrificante permitindo a rotação.
O gatilho, portanto, consiste na passagem de nosso planeta (e de
todo o Sistema Solar) por uma zona neutra magnética de escala galática,
que reduz a energia mhd interna a níveis tão baixos que a camada do
manto que se estende de 100 a 200 km de profundidade, atuará como um
líquido lubrificante entre a crosta da Terra e seu interior sólido.
Durante cada cataclismo, a crosta encontra um novo ponto de
equilíbrio dinâmico, que se resolve quando a crosta muda para uma nova
posição, com as calotas de gelo rotacionando equatorialmente e
derretendo no calor da Zona Tórrida. Como as calotas degelam
relativamente rápido, e como elas em geral armazenam 12 milhões de km3 de
gelo, os oceanos do mundo sobem cerca de 60 metros acima do nível
habitual após seu derretimento.
Novas calotas de gelo se formam nas áreas que foram deslocadas para
as regiões polares. Todavia, como não estarão centradas ao eixo de
rotação do planeta, um novo desequilíbrio progressivo será criado,
aumentando à medida que as calotas de gelo crescem – o que será
resolvido apenas quando a Terra e todo o Sistema Solar passarem por uma
nova zona neutra galática.
Alguns geofísicos e sismólogos questionam a existência da camada
fundida mais externa. Em 1924, o sismólogo alemão Beno Gutenberg (1889-
1960, criador da Escala Richter) deduziu a partir de seus registros de
terremotos que esta camada existe. Desde então, sismólogos do Havaí têm
dito “Claro! Esta camada é a fonte do magma expelida pelos vulcões!”,
enquanto outros sismólogos disseram “Bem… a camada está lá, mas ela não
é fundida, mas plástica ou quase-sólida”. Eles estão ambos certos. A
camada é fundida e age como um quase-sólido devido ao seu conteúdo mhd.
A oceanografia oferece mais uma resposta: dados do IGY (programa
mundial de pesquisa geofísica) mostram que as marés oceânicas no mundo
todo deprimem o fundo dos oceanos em uma relação de 3 décimos do aumento
na profundidade das águas entre as marés alta e baixa. É preciso que a
camada fundida mais externa esteja logo abaixo do assoalho dos oceanos
para que o assoalho seja empurrado para dentro da terra por apenas
alguns poucos metros de água.
Tão certo quanto existem mais espécies de vida no Universo e até
mesmo em nossa galáxia, o Sistema Solar atravessará outra zona nula

52
magnética na Via Láctea – na verdade, fez e fará isso muitas vezes mais.
Isto no leva ao assunto do próximo cataclismo.
Como mencionado, a análise matemática de Hale confere à Era de
Wisconsin uma duração de 14.750 anos. O cataclismo mais recente – o de
Noé ou Utnapishtim – parece ter ocorrida há cerca de 6.993 mil anos. O
cataclismo de Adão e Eva – que marcou o fim da Era de Gelo Laurentiana –
parece ter ocorrido há cerca de 11.543 anos. A matemática de Hale sugere
que interação entre a zona neutra e a estrutura do tempo segue um modelo
helicoidal: à medida que o Universo se aproxima de seu ponto médio de
vida, os cataclismos vão ocorrendo com maior frequência, intercalados
por períodos cada vez menores entre eles. Quando o Universo ultrapassar
sua “meia-idade”, a frequência dos cataclismos tornar-se-á menor e os
intervalos entre eles aumentarão em um padrão de imagem espelhada da
primeira metade.
Aparentemente, a meia-idade de nosso Universo ocorreu no meio da
Era do Sudão, o que significa que nos encontramos agora na primeira das
longas eras logo após o ponto da meia-idade. Nossa atual Era do Ártico
espelha a Era da Baía da Hudson, que teve uma duração de 7 mil anos.
Dessa forma, podemos reconstruir a sequência das sete Eras da
seguinte maneira: 4 no passado, o presente, e mais duas no futuro (leia
a tabela de baixo para cima):

Evidentemente, ocorreram muitas eras antes da Era de Wisconsin, e


um número igual de eras ocorrerá após a Era Desconhecida.
Podemos perceber que o período obscuro sem história escrita
corresponde à Era da Baía do Sudão. Vamos analisar a pré-história de um
ponto de vista diferente, a partir dos padrões de nossa civilização
atual.
Vemos que são necessários pelo menos 5.000 anos apenas para que a
humanidade consiga colocar-se de pé novamente, saindo do nível de uma
Idade da Pedra e da ignorância forçada até começar a construir algo de
relevância. Custa-nos outros 1.000 anos para começar a viajar de maneira
inteligente, superar superstições, estabelecer sistemas globais de
comunicação e engendrar avanços significativos na medicina. O progresso
da civilização pode ser medido pela mudança das atitudes dos homens em
relação às mulheres parturientes – para mais informações a respeito,
leia Demônios, Drogas e Médicos (1913), do médico norteamericano Howard
W. Haggard (1891-1959). Eu consigo lembrar de quando a obstetrícia era

53
considerada a área menos prestigiada da medicina. O complexo de
inferioridade feminina manifestou-se ao longo de nossa história desde o
Velho Testamento. Ao longo dos sete séculos da Inquisição, 98% das 3
milhões de pessoas queimadas vivas eram mulheres. O complexo de
inferioridade também foi representado por diferentes direitos à
propriedade, herança e voto, por desigualdades de renda e pela
persistência dos estupros em todo o mundo. Será que já avançamos o
suficiente para superar esse “complexo”?
Se contemplarmos nossas conquistas tecnológicas – que levaram mais
de 6.900 para acontecer -, imagine o que aconteceria se nossa
civilização atual tivesse 10.500 anos. Viagens pelo espaço seriam tão
comuns quanto dar uma caminhada pelo quarteirão. Combustíveis fósseis e
energia nuclear pertenceriam ao passado. A gravidade e o magnetismo
natural tornar-se-iam os meios de propulsão, geração de energia e
comunicação, pois teríamos aprendido o suficiente sobre ambos para
controlá-los segundo nossa vontade.
A partir das lendas passadas pelas Eras do Mar Cáspio e de
Wisconsin, parece que a humanidade foi capaz de fazer exatamente isso
dentro das eras de 10.500 e 14.750 anos que passamos. Valmiki escreve
sobre os vimanas, a Arma de Brahma, o Dardo de Indra, as “carruagens
celestiais” e mais. As lendas de Mu e Atlântida e seus imensos
progressos tecnológicos – bem como suas desmedidas perversões morais –
vieram da Era do Mar Cáspio. Algumas lendas conseguiram ultrapassar os
7.000 anos da Era da Baía de Hudson, mostrando que algum conhecimento
conseguiu sobreviver ao cataclismo de 18.543 anos atrás.
Se observarmos Nostradamus, veremos que suas profecias terminam por
volta do século XXI d.C. Independente se aceitamos suas predições ou
não, os presságios de Edgar Cayce e os modelos matemáticos de Hale
preveem um cataclismo para mais ou menos o mesmo período.
Para mim, essas previsões não parecem corretas. Creio que o próximo
cataclismo ocorrerá em algum momento dentro dos próximos 200 anos. Se eu
pudesse contar com financiamentos sérios, investiria tudo em um programa
intenso de análises matemáticas para determinar, com o máximo de
precisão possível, quanto tempo temos até o próximo cataclismo, e então
conduziria estudos amplos e profundos para determinar o que devemos
fazer durante o intervalo que temos para nos prepararmos para ele.
Você não faria o mesmo?

54
8. CONCLUSÃO
Índia
Grécia
Egito

Quando Indra, Rei dos Deuses, destruiu o Titã que mantinha as águas
da terra aprisionadas em seu ventre, ele retornou às altitudes das
Montanhas Central com a música das chuvas e das correntezas em seus
ouvidos. Mas, no local onde antes estavam suas habitações, ele encontrou
apenas ruínas e cinzas. Então chamou Visvakarman – o deus dos trabalhos
e das artes – e pediu-lhe que construísse outro palácio digno de seus
poderes. O arquiteto colocou mãos à obra, ergueu torres, prédios e
jardins de rosas entre lagos e florestas. Indra solicitou-lhe urgência,
impacientemente, e a cada ordenava alguma nova maravilha: pavilhões
decorados mais ricamente, estátuas maiores e mais adornadas, como se
estivesse acometido de alguma febre. Exausto, Visvakarman decidiu
queixar-se junto ao Criador do mundo. Brahma recebeu-o, ouviu-o,
concordou com suas reclamações e levou o caso a Vishnu, o Ser Supremo.
Visvakarman recebeu como resposta a promessa de que seria ajudado.
Pouco tempo depois, um jovem brâmane apareceu no palácio do rei
Indra e solicitou uma audiência. Encantando pelo brilho em seus olhos,
Indra atendeu-o. “Oh, Rei”, disse o mensageiro, “este palácio deve ser o
mais nobre de todos!”, e essas palavras deleitáveis alegraram Indra. O
mensageiro prosseguiu: “Este palácio deve ser o palácio mais nobre que
os Indras antes de você foram capazes de construir”. Sentindo-se
desconfortável, o rei questionaou: “Ousas dizer que existiram outros
Indras e outros Visvakarmans antes de nós e outros palácios antes do
meu?”. O mensageiro respondeu: “Sim, de fato, e eu os vi”.
“E não apenas isso: eu vi o mundo erguer-se e desaparecer, e
erguer-se e desaparecer novamente, como o casco de uma tartaruga
emergindo do oceano Infinito e então submergindo de volta. Eu estive
presente no raiar e no findar dos Ciclos, tantas vezes ao ponto de
perder a conta de seus números, assim como perdi a conta de quantos
Indras e Visvakarmans – e até mesmo de quantos Vishnus e Brahmas –
seguiram-se uns aos outros sem fim”.

Brahmavaivarta Purana: Krishna Janma Khanda (volumoso texto em sânscrito


e um dos principais Puranas do hinduísmo, centrado principalmente nas
divindades hindus Radha e Krishna, N. do T.).

* *

“Oh, Sólon, Sólon, vocês Helenos não passam de crianças… Vocês não
possuem doutrinas ou ciências transmitidas pelas tradições ancestrais, e
vou contar-lhe o motivo disso: ocorreram e ocorrerão muitas destruições
da humanidade, por uma miríade de causas, sendo a maior delas
precipitada por fogo da terra e inundação. O que quer que tenha
acontecido em seu país, no meu país ou em qualquer país cuja existência
conhecemos, e qualquer ação que seja nobre ou grandiosa ou de alguma
forma notável, tudo isso foi inscrito há muito tempo nos registros de

55
nossos templos, ao passo que você e outras nações não mantiveram
documentos imperecíveis. E então, após um período de tempo, a inundação
costumeira visita-os como uma pestilência, sobrando apenas aqueles
destituídos de conhecimento e educação, e assim temos que começar tudo
novamente, como crianças, sabendo nada do que aconteceu nos tempos
antigos, tanto entre nós quanto entre vocês mesmos”.
Quanto àquelas genealogias que associou a nós, elas não são
melhores que fábulas infantis, pois você recorda-se de apenas um
dilúvio, ao passo que ocorreram vários deles. No lugar onde colocou sua
terra, você desconhece as nobres raças de homens que lá viveram e das
quais vocês são as sementes que restaram. E nada disso lhe é conhecido
porque as várias gerações de sobreviventes daquela destruição não
deixaram registros”.

Platão, Timeu, citado por um sacerdote do Egito.

* *

Portanto, não temeremos, ainda que a terra seja removida, e ainda que
os montes sejam transportados para o meio do mar.
Ainda que suas águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se
sacudam com o seu inchar. Selá.

Salmos 46:2-3, Bíblia de King James.

56
9. O AUTOR

Dr. Thomas frequentou o Colégio Dartmouth e a Universidade de


Colúmbia, onde graduou-se em Engenharia Elétrica.
Como resultado de suas pesquisas e análises desde 1949, Dr. Thomas
tornou-se reconhecido como uma das maiores autoridades mundiais em
cataclismologia.
Suas pesquisas cruzadas nos campos de estatigrafia, paleontologia
de vertebrados, radiologia, oceanografia, glaciologia, sismologia,
paleofilologia, magnetismo terrestre, antropologia e outros,
demonstraram que os conceitos cataclismológicos apresentados por Deluc
em 1779 e por Cuvier em 1812 são, definitivamente, mais aceitáveis nos
círculos científicos internacionais do que foram anteriormente.
Os esforços do Dr. Thomas em integrar várias ciências tornaram-no
talvez a única voz nos EUA com tamanha bagagem científica especializada.
Ele dedicou 20 anos para escrever A História de Adão e Eva,
incluindo sete anos na re-tradução de Gênesis I, II e III. Ele é a única
pessoa que formalizou a ciência da cataclismologia, correlacionando
dados aceitos e conhecidos para provar (ou desmentir) quando os
cataclismos ocorreram, e então deduzindo seus processos e seus ciclos,
tendo dedicado 15 anos de pesquisas para identificar o gatilho desses
eventos.

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