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O dinheiro e Bíblia

Temos vistos abusos das igrejas neopentecostais que utilizam da teoria da prosperidade como
forma de incentivar a contribuição financeira dos fiéis. Essa teoria está baseada que a vontade
de Deus é que todos os seus filhos experimentem na vida terrena o melhor que os recursos
financeiro possam proporcionar. Deus estaria obrigado a retribuir abundantemente, por meio
de bençãos materiais, aos que se mostrassem fiéis em dízimos, ofertas e sacrifícios financeiros.

Então com isso muitas igrejas sérias decidiram abolir dos seus cultos/encontros toda e
qualquer menção a palavra “contribuição”. Com isso se perde a noção de duas premissas
básicas que devem ser entendidas por todos os cristãos.

1-Toda a riqueza pertence a Deus: por direito de criação, tudo que existe é de Deus (Sl 24.1).
Por direito de capacitação, pois também é ele que nos dá a força e a habilidade de trabalhar e
adquirir bens (deuteronômio 8: 17-18 e Sl 127:1). Então precisamos entender que Deus dá a
quem ele quiser. Muitos ímpios prosperam por seu trabalho árduo e enquanto muitos crentes
passam por dificuldades e contabilizam recursos mínimos para viver. Com isso devemos
entender que somos apenas gerentes/mordomos dos recursos que temos e quando
entregamos eles a Deus, podemos experimentar uma paz e uma alivio sabendo que Ele que
cuida de tudo.

2-Deus tem um plano para os recursos que ele nos confia: a bíblia não somente nos mostra
que Deus nos dá os recursos, como também, nos ensina como usá-los e como emprega-los.
Com isso sabemos que o principal plano de Deus para os recursos consiste em suprir as nossas
necessidades básicas e das nossas famílias (At 20:34 ) e (2ts 3:10) e (1 Tm 5:8).

Dito isso percebemos que os recursos que Deus nos concede também engloba outros
propósitos; abençoar pessoas por nosso intermédio. Dentro do plano de Deus os recursos que
devemos empregar deve abranger o auxilio aos necessitados (Rm 12:13), aos pobres (DT 15: 7-
8) e principalmente aos irmãos em cristo (Gl 6:10).

Outro proposito que Deus tem para os nossos recursos financeiros é o sustento de sua obra.
Fazemos isso com as nossas contribuições regulares e generosas a igreja da qual estamos
vinculados. Auxílio aos irmãos necessitados, os obreiros são dignos de salário (LC 10:7; 1Tm
5:18), é preciso manter o local em que a igreja reúne, dentre outros custeios etc.

Deus ao nos conceder recursos financeiros quer despertar o senso de gratidão. Davi quando
estava reunindo recursos para construir o templo, surpreendeu-se com os recursos que os
israelitas haviam dado e orou agradecido (1 Cr 29:13-14).

Jesus e a riqueza.

Curiosidade: Há mais passagens na bíblia falando sobre o dinheiro e como devemos nos
relacionar com ele, do que falando sobre o amor.

Acumular tesouros nos céus e acumular tesouros nesta terra. Em Mt 6:19 o Senhor Jesus
desaconselha o acúmulo de riquezas terrenas. Jesus está falando que tesouros são transitórios
e quando eu acumulo, o fim é colocar minhas esperanças naquele bem material e não em
Deus.
Tesouros no céu são tudo aquilo que eu posso levar além do tumulo tais como: caráter,
obediência à vontade de Deus e o fruto do nosso serviço ao Senhor. (Lc 18:22) nesse texto
Deus não está condenando a propriedade, mas no caso daquele jovem os bens materiais eram
os ídolos dele, sendo assim ele não tinha nenhum tesouro no céu.

Uma vez Lutero disse: que o Deus de um homem é aquilo que ele mais ama, pois ele o carrega
no coração, dorme e acorda com ele, seja o que for – Riquezas, ego, prazeres ou popularidade.
A melhor forma de fugir dessa tentação é pela generosidade: dar, contribuir, ofertar, oferecer.

Jesus não condenou nem o rico e nem o pobre, ele estava fazendo um alerta a nos tornarmos
insensíveis com a necessidade do próximo, cuidado com a avareza e o perigo de deixarmos de
contribuir para o reino de Deus.

Jesus se refere as riquezas como um “Senhor”, os senhores exigiam de seus escravos uma
devoção integral. Riqueza é a tradução da palavra aramaica para mamom. Ela é vista como um
deus, uma potestade, um ídolo do coração. A devoção a um senhor, implica em um desprezo a
outro. O que significa servir as riquezas? Significa fazer delas o alvo maior da vida, acumular
tesouros, juntar bens materiais, depender deles, dedicar-se inteiramente a ter mais e mais.
Preservar essas riquezas, guarda-las, não dar, não ofertar, não ser generoso. Entendido isso
temos também o conceito de avareza, que a bíblia classifica como idolatria. (lc 12:15).

A Graça de contribuir.

Em segundo aos coríntios, Paulo está instruindo a igreja a respeito de uma oferta que estava
sendo levantada para ajudar os crentes pobres da Judeia. Havia naquele tempo uma fome
avassaladora que atingiu também os cristãos que ali viviam. As igrejas da Antioquia e outras da
região da macedônia haviam enviado ofertas para Jerusalém a fim de ajudar a suprir a
necessidade daqueles irmãos. A igreja de Corinto estava com disposição para contribuir, mas,
já havia passado um ano e a oferta ainda não estava completamente arrecadada. Paulo
planejava fazer uma visita e essa carta seria uma oportunidade para despertar uma verdadeira
generosidade.

Nos capítulos 08 e 09, vemos Paulo ensinando algo teológico a partir da prática. Primeiro
devemos entender que contribuir é graça, (2 Co 8:1), ou seja, parte da atuação do Espirito
Santo no nosso íntimo. Naturalmente somos caídos e o nosso coração é enganoso, então,
somo inclinados a nos agarrar aos nossos bens por um instinto de sobrevivência, segurança e
conforto, garantindo assim um futuro tranquilo. Devemos entender que contribuir é um
privilégio, porque podemos dar voluntariamente a partir da atuação do Espirito Santo, algo
que não é nosso.

A graça de contribuir é um privilégio também para os pobres e sofredores (8:2-4). Os pobres


da macedônia poderiam, ter dito “Somos pobres, passamos por muita tribulação, somos
perseguidos e não temos como contribuir no momento” contudo em Romanos (15:26) vemos
que eles deram com Alegria. A pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua
generosidade, deram muito além o que podiam, e foi por iniciativa própria. Eles pediram para
contribuir. De modo que antes de tudo isso foram se entregar ao Senhor, como era desejo de
Deus (8:5). A verdadeira conversão produz efeitos nas nossas finanças. Assim que Zaqueu
conheceu Jesus, ele abriu o cofre/bolso para restituir tudo que havia roubado e restituir aos
pobres.
O exemplo dos macedônios com certeza nos inspira nos dias de hoje. Paulo exorta os coríntios
que, “não basta boas intenções, é preciso coloca-las em prática’ (2 co 8: 6-11) e aí temos o
nosso maior exemplo: “vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus cristo. Embora fosse
rico, por amor a vocês ele se fez pobre, para que por meio da pobreza dele vocês se tornassem
ricos”. Jesus não precisava provar nada a humanidade e mesmo assim ele se tornou homem
em amor de nós. (prática).

Como contribuir?

Contribuímos com o que temos e de boa vontade (alegria), a nossa oferta é aceita pode Deus,
independente do valor ofertado (8:12). Deus não vai te pedir para ofertar aquilo que você não
tem. Deus aceitou a oferta da viúva pobre (Mc 12:41-44), mesmo sendo proporcionalmente
menor que a dos ricos. Espírito de gratidão, “Graças a Deus pois o Senhor me dá o sustento e
me dá além das minhas necessidades.

Devemos contribuir de forma proporcional (8:13-14), corações alcançados pela graça reflete
em nossa generosidade. As ofertas são apenas um meio de demonstrar a nossa anterior
entrega a Deus e de reconhecer que tudo é dele. Deus aceita a nossa oferta não com base no
valor e sim com a disposição do nosso coração.

A contribuição não deve servir de barganha com Deus. Devemos dar baseados na graça de
Deus e não em uma obrigação/Lei.

Dar com honra: O Senhor pediu o bem mais precioso de Abraão, o seu filho tão esperado. Mas
na hora de Abraão imolar Isaque, que já estava sobre o altar, Deus o impediu de fazê-lo, pois a
honra já tinha sido dada. Deus viu a expressão de honra de Abraão e deixou que ele
permanecesse com o seu filho, o seu bem. “Honrarei aqueles que me honram” I Samuel 2.30

Contribuir primeiro ao Senhor, depois as contas (dar as primícias): Aconteceu que no fim de
uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe
das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua
oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Genesis 4.3-5”

Contribuir e entregar na igreja local: “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os
que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e
depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém
tinha necessidade. “ Atos 4.34-35

Conselho

Busque revelação e desenvolva sua convicção no Senhor.


Com seriedade e em oração, estabeleça um percentual do seu ganho para as suas
contribuições regulares.
Aconselhe-se com seu discipulador e/ou líder.
Esteja em acordo com seu cônjuge.

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