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A importância do

Dízimo na vida do
cristão

Texto Básico: Provérbios 3:9


Malaquias 3:8-10
INTRODUÇÃO

A palavra mordomia é empregada em vários sentidos: mordomia dos bens materiais,


mordomia dos talentos, mordomia do tempo, etc. Esta lição focalizará a mordomia na
sua relação com o dever e o privilégio do crente contribuir, materialmente, para o
sustento e a expansão do Reino de Deus no mundo.

A palavra mordomia vem de mordomo que significa “o maior da casa” (mor+domus).


Era o servo a quem o Senhor entregava tudo o que possuía para ser administrado.
Nada lhe pertencia. Tudo era do seu Senhor (Gn 24:2). Mordomia era o cargo ou ofício
de mordomo.

A Igreja deve ser sustentada pelos seus membros que são os mordomos de Deus. Eles
a sustentam com:

- Suas orações
- Sua presença
- Seu trabalho
- Seu dízimo e suas ofertas voluntárias

Dízimo é dez por cento de nosso rendimento mensal. É diferente de ofertas. Ofertas
são valores dados de acordo com o propósito de cada coração. Tanto o dízimo como as
ofertas são entregues, mensalmente, em culto público ou diretamente ao tesoureiro
da Igreja (II Re 12:9-12).
I - DEDUÇÕES BÁSICAS
Do exposto, algumas deduções já podem ser tiradas:

1) Deus é o Senhor de tudo


Confira os textos que trazem essa afirmação: Dt 10: 14; Sl 24:1; Ez 18:4;
ICo 6:19; Rm 14:7-8. Tudo o que temos e tudo que somos pertencem a Deus.

2) Nós somos apenas administradores


Confira: Mt 25:14-15 e Lc 19:12-13

3) Teremos que prestar contas


Veja Mt 25:19 e Lc 19:15. O resultado da prestação de contas será recompensa
ou castigo dependendo da fidelidade de cada servo. (Mt 25:20-30)

II - O DÍZIMO E AS OFERTAS NO VELHO TESTAMENTO


A primeira referência ao dízimo, na Bíblia, acha-se em Gn 14: 18-20. Foi um ato
voluntário do coração de Abraão, primeiro dizimista. Jacó, seu neto, mais tarde, fez um
voto ao Senhor e incluiu nele o compromisso de entregar o dízimo (Gn 28:18-22).

Quando Deus deu a Lei, através de Moisés, a entrega do dízimo foi incluída entre as
obrigações do povo de Deus. O que antes era costume passou a ser Lei (Dt 14:22). O
Senhor, através de Malaquias, censurou a infidelidade em relação à ordem de dar o
dízimo (Ml 3:8-10).

O dízimo era uma espécie de termômetro da vida espiritual do povo de Deus. No


tempo em que o povo se mantinha fiel a Deus, dava também o dízimo. Quando vinham
períodos de pecado e desobediência, negligenciava no dízimo.

Além do dízimo, Deus exige, de seu povo, ofertas (Ex 23: 15). Os israelitas receberam
ordens para dedicar ao Senhor vários tipos de ofertas: pelo pecado, pelo nascimento
dos primogênitos (Pv 3:9). Fazendo ofertas, apresentando seus dízimos, o povo sentia
melhor a presença de Deus e o fato de ser povo Seu. Que melhor meio de evitar as
tentações de egoísmo e desobediência? Era essa a finalidade dos dízimos e das ofertas.
III - O DÍZIMO E AS OFERTAS NO NOVO TESTAMENTO
Jesus aprovou a doutrina do dízimo (Mt 23:23), embora não apareça no Novo
Testamento como exigência legal pelo motivo lógico de que vivemos, desde Cristo, sob
a dispensação da Graça e não sob a Lei.

1) Jesus ampliou e aprofundou os princípios do Velho Testamento (Mt 5:21,22,27


e 28; 33-41, 43 e 44). Encontramos, no Novo Testamento, exemplos de servos
de Deus que foram muito além do que fora estabelecido:
Zaqueu (Lc 19:8), a viúva pobre (Mc 12:42-44), a mulher pecadora (Mc 14:3-5)
Os crentes da Igreja de Jerusalém (At 2:44-45), e os crentes macedônicos
(II Co 8:2-3)

2) Os privilégios do crente no Novo Testamento são muito superiores aos do


judeu no Velho Testamento. O judeu entregava o dízimo obrigado pela
exigência da Lei. O crente deve fazê-lo, espontaneamente, movido pela
gratidão, porque Deus tornou reais as promessas espirituais que o judeu via
com os olhos da fé e aguardava sustentado pelo esperança. Nossa
responsabilidade como mordomos é muito maior do que as dos judeus. Nossos
privilégios são superiores aos deles.

3) As palavras de Cristo em Lc 11:42 são significativas.


Jesus também deu grande importância às ofertas (Mc 12:41-44). Algumas
pessoas não dão ofertas porque são dizimistas. Ora, o dízimo é o mínimo. Você
apenas está dedicando ao Senhor a parte que lhe cabe em sua renda. Além do
dízimo, devemos consagrar ao Senhor as nossas ofertas, pois elas demonstram
nossa gratidão a Deus e nosso amor à sua Igreja e à Sua obra.

IV - PRINCÍPIOS DA MORDOMIA
1) A contribuição cristã mínima deve ser o dízimo. Além do dízimo, como já vimos,
o judeu trazia ao templo várias outras ofertas.

2) O apóstolo Paulo nos dá algumas características de nossa contribuição


(ICo 16:2, IICo 9:7). Ela deve ter as marcas que se seguem:
a) Deve ser metódica “No primeiro dia da semana...”
b) Deve ser pessoal “... cada um de nós...”
c) Deve ser voluntária “... segundo tiver proposto no seu coração...”
d) Deve ser proporcional “... segundo a sua prosperidade...”
e) Deve ser apresentada com alegria “... não com tristeza ou por necessidade,
porque Deus ama o que dá com alegria.”

3) Dar é condição básica para que recebamos. “Dai e dar-se-vos-à” (Lc 6:38).
Ainda: IICo 9:6; Mt 25:23; Pv 11:24-25; Ml 3:10.
Tem se dado muita ênfase às bênçãos materiais decorrentes da prática do
dízimo. Elas são evidentes. Todavia as bênçãos mais preciosas, advindas do
dízimo, são de natureza espiritual.

4) A liberalidade é a medida do amor (IICo 8:8, 24; Jo 3:16). Podemos dar sem
amor, mas não podemos amar sem dar liberalmente.

5) O verdadeiro mordomo é aquele que consagra a Deus, com sinceridade, seu


próprio coração (IICo 8:5; Pv 23:26).

6) Somos responsáveis, perante a Deus, pelo exercício de nossa mordomia


(Lc 16:2; Lc 12:48).

V - BÊNÇÃOS ADVINDAS DO DÍZIMO E DAS OFERTAS


É dever de todo membro da Igreja contribuir com o dízimo e com as ofertas, mas não
se pode esquecer que nossa contribuição é uma fonte de bênçãos.

Quando a Igreja dispõe de mais recursos, haverá mais evangelização e mais assistência
aos necessitados.

As maiores bênçãos são reservadas aos que contribuem. Lembra-se do apelo e do


desafio feitos aos israelitas para serem fiéis na entrega do dízimo? “Provai-me nisto,
diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre
vós bênçãos sem medida” (Ml 3:10).

A simples condição de poder contribuir já é uma bênção (IICo 8:1-2). Apesar de pobres,
os crentes da macedônia glorificavam a Deus pela graça de poderem contribuir. Muitas
pessoas gostariam de contribuir, mas não têm com que contribuir. Gostariam de
entregar seus dízimos, mas não têm dízimo a entregar porque nada ganharam. Se você
tem dízimo a entregar é porque ganhou alguma coisa. Você não ganhou nada do
Senhor? Ninguém é pobre demais que não possa contribuir. O dízimo não torna o
pobre mais pobre. Jesus afirmou que onde estiver o nosso dinheiro, aí, também, estará
o nosso coração (Mt 6:19-21).
A contribuição leva o crente a ser mais consagrado e a ter mais interesse na obra de
Deus. Isso é mais uma bênção. Há estreita relação entre o exercício da mordomia e o
nível da vida espiritual dos membros da Igreja. Para o crente de vida espiritual
modesta a contribuição é considerada, normalmente, como um dever que é cumprido
com esforço e relutância. Ele resiste ao apelo de fazer-se dizimista.

A mordomia não é, como comumente se pensa, um problema de bolso. É, antes e


fundamentalmente, um problema de relação espiritual do crente com Deus. Não
devemos tentar converter o bolso do crente. Deus não pede ao crente o seu dinheiro.
Seu pedido é, incomparavelmente, mais sério e mais profundo: “Filho meu, dá-me o
teu coração.” (Pv 23:21). A partir do momento em que esse pedido é atendido, a
contribuição deixa de ser um problema de dever cumprido, com esforço, para
transformar-se em verdadeiro privilégio. Veja, novamente, os crentes da Macedônia
(IICo 8:2-5). A experiência tem mostrado que os dizimistas fiéis são crentes
abençoados, bem sucedidos e felizes.

VI - ERROS A RESPEITO DA CONTRIBUIÇÃO


1) Alguns se julgam superiores aos que administram a Igreja não entregando o
dízimo, mas investindo-o em esmolas ou em sustento missionário. Em Lc 21:1-4
e At 5:1-10 encontramos a administração centralizada dos dízimos; “Trazei os
dízimos à casa do Senhor.” Mas se a administração é falha? Ela irá prestar conta
diante de Deus.

2) O crente que se liga a uma nova Igreja e continua contribuindo à Igreja da qual
saiu. Ele deve contribuir à Igreja da qual participa.

3) Para alguns a contribuição é para o pastor. É um erro. O crente deve oferecer a


Deus sua contribuição.

4) Contribuir como se fosse uma esmola. Deus não precisa do nosso dinheiro para
manter sua obra. Nem a Igreja deixará de existir se os membros forem infiéis
no dízimo porque nosso Deus tem poder para multiplicar pães e peixes
(Mc 6:41). Quando entregamos nossos dízimos e ofertas estamos adorando,
sobretudo com a afirmativa de que não estamos escravizados aos bens e que
confiamos no Senhor (Hb 13:5-6; ITm 6:7-10).

5) Esperar sobrar dinheiro para contribuir é outro erro, porque dinheiro nunca
sobra... Todos devem contribuir segundo as suas posses (Mc 12:41-44).
6) Outro erro é referir-se ao dízimo como pagamento: “Vou pagar o dízimo”.
Errado, pois dando o dízimo você está devolvendo a Deus o que é d’Ele. E
lembre-se de que o dízimo é o mínimo que se pode dar, pois além do dízimo
devemos consagrar ao Senhor nossas ofertas.

CONCLUSÃO

Todos queremos que nossa Igreja tenha um templo bonito, bem construído, bem
mobiliado, bem cuidado. Esquecemo-nos de que a Igreja precisa de dinheiro para
pagar seus funcionários, socorrer pessoas carentes, manter suas obras missionárias,
sociais e educacionais.

O dinheiro que ganhamos é bênção de Deus e Ele nos ordena que devemos entregar o
dízimo de tudo, para o sustento da Igreja onde Ele nos colocou. Deixar de entregar o
dízimo é desobedecer a Deus e menosprezar a Igreja.

O dízimo é importante na vida do cristão. O Deus fiel em sua palavra promete


abençoar aqueles que são fiéis na contribuição (Ml 3:10).

O que esperamos de cada crente, após o estudo dessa lição, é que a prática da
mordomia reflita a entrega incondicional de seu coração a Jesus e se mostre
termômetro fiel de uma vida espiritual profunda.
REVISÃO

01 - Que diferença há entre dízimo e ofertas?

02 - A frase “pagar o dízimo” é uma afirmativa correta? Por quê?

03 - Dízimo é uma prática do Novo Testamento ou só do Velho?

04 - Em quantos sentidos diferentes você pode usar a palavra mordomia?

05 - Que significa a palavra mordomo?

06 - Que conclusões sugere a afirmação de que o crente é mordomo de Deus?

07 - Quem foi o primeiro crente a entregar o dízimo?

08 - Como procedeu Jesus com relação à Lei do Velho Testamento? Dê exemplos de


crentes que deram mais do que o dízimo.

09 - Cite alguns princípios de mordomia.

10 - Que bênçãos recebe o dizimista fiel?

11 - O que Jesus afirmou sobre a oferta da viúva pobre? Por quê?

12 - Que relação existe entre a contribuição e a vida espiritual dos crentes?

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