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Igreja Apostólica Palavra e Fogo

Presidente: Apóstolo Marcelo Costa

Disponibilizamos aos Obreiros e a Igreja o texto basilar da doutrina bíblica da contribuição


financeira (dízimos e ofertas).

DOUTRINA DA CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA


(DÍZIMOS E OFERTAS)

A natureza da Doutrina

Definição. Doutrina bíblica é um ensino normativo, terminante, final, extraído das Sagradas
Escrituras e concernente à fé em Deus e à prática da vida cristã. Esse ensino deve ser
desdobrado em pormenores e embasado com a apropriada referência bíblica. Ela é chamada
de “a sã doutrina‘‘ (Tt 2.1).
Terminologia. Nos textos de Dt 32.2; Jó 11.4 e Pv 4.2, é a tradução do hebraico leqah, que
significa “ensino‘‘, “aprendizagem‘‘ ou “poder de persuasão‘‘ de quem ensina (Pv 16.21). Nas
páginas do Novo Testamento, a palavra grega mais empregada é didache, cujo sentido é
“instrução‘‘, “ensino‘‘ ou “doutrina‘‘ (Mc 1.22, 27; 11.28; Jo 7.16, 17; Mt 22.33). A igreja cristã
primitiva usava o vocábulo didache para referir-se ‗‗a doutrina dos apóstolos‘‘ (At 2.42), ou
a “doutrina do Senhor‘‘ (At 13.12), que era, na verdade, a exposição do evangelho de Cristo.
Necessidade. Há cristãos que, menosprezando a doutrina bíblica, alegam: O importante não
é a teoria; e sim, a prática. Entretanto, quem disse que a doutrina bíblica é meramente
teórica? Ela é a vontade de Deus. E, como tal, deve ser posta em prática. Veja o que diz o
Senhor em (Dt 6.6-9).

Doutrina do dízimo
O dízimo é de fato o método divino de contribuição, historicamente existiu antes da lei, no
sacerdócio de Melquisedeque (Gn 14.20); durante a lei, no sacerdócio levítico (Lv 27.32); e
no NT, no sacerdócio de Jesus Cristo (Hb 2.21). Entregar o dízimo é reconhecer o senhorio
de Cristo sobre tudo o que existe e principalmente sobre os bens que Ele nos entrega para
administrar.

A palavra hebraica para dízimo é “ma’aser” que significa “décima parte”. O princípio da
entrega do dízimo é um reconhecimento de que tudo o que possuímos vem de Deus, desde
o nosso fôlego de vida. Portanto entregar o dízimo é um ato de adoração a Deus por sua
bondade e a fidelidade.
E digas no teu coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.
Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires riqueza;
para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como se vê neste dia. (Dt 8.17, 18).

A doutrina do dízimo no Antigo Testamento

O dízimo está implicitamente arraigado no coração agradecido em reconhecer as dádivas do


Senhor sobre nossas vidas. Em Gn 4.4. Abel ofereceu das primícias do seu rebanho ao
Senhor, que se agradou. Observe no texto que o próprio Caim, também ofertou, contudo, o
importante não é apenas a oferta, mas o coração inclinado a dá o melhor para Deus.
O pai da fé Abraão, ao regressar vitorioso da luta contra o rei Quedorlamer, e os reis aliados,
encontra-se com o sacerdote do Deus Altíssimo Melquisedeque, rei de Salém, onde foi
abençoado por ele, Abraão entregou o dízimo de tudo que tinha, isto é, do despojo da
batalha.
Ele dá com alegria, e reconhece a intervenção na sua vitória. Não se trata de uma barganha
com Deus, mas um tributo a Ele, em reconhecimento da sua soberania, entregando ao
sacerdote, mesmo não sendo lei, visto que ainda não existia. O conceito de dizimar já se
fazia presente há época.
A fim de fortalecer a ideia da contribuição voluntária, ou até mesmo como parte de um voto,
o patriarca Jacó segue a mesma linha do conceito do dízimo (Gn 28.22).
Este texto é interessante, pois nos dá outro sentido do dízimo, a questão de devolver a Deus,
como forma de gratidão, e reconhecimento das suas bênçãos sobre nossas vidas. Como não
havia a formação sacerdotal ainda implantada, a forma de devolução deveria ser em forma
de ofertas de sacrifícios a Deus.
Com o estabelecimento da Lei dada por Deus a Moisés, foi regulamentado para o povo de
Israel o dízimo (Dt 14.22; Lv 27.20-33).

A Doutrina do dízimo no Novo Testamento


No novo testamento, teria então sido abolido a condição de dizimar?
É uma discussão salutar, porém, como no início foi abordado, deixemos todos os aspectos
legalistas de lado, e voltemos ao princípio da voluntariedade e reconhecimento da bondade
de Deus sobre nossas vidas. Isto é demonstrado quando Jesus ao confrontar os fariseus e
mestres sobre o dízimo oferecido (Mt 23.23), sem a devida misericórdia, justiça e fidelidade,
Ele não aboliu o dízimo, enfatizou que se deve dá, sem esquecer da prática da misericórdia.
Para os fariseus o demonstrar publicamente a oferta dos dízimos é uma garantia diante de
Deus.

Jesus também enfatiza o caso da viúva que ofertou mais que todos (Mc 12.43).
Apesar de não encontrarmos a palavra dízimo, o princípio doutrinário é ensinado nas
epístolas, seu enfoque nas igrejas neotestamentárias era muito mais do que o dízimo em si,
apenas (At 2.44,45). Nota-se que entregar o dízimo também é uma forma de vencermos a
avareza e mesquinhez do coração (I Tm 6.7-10).
No antigo testamento os dízimos serviam para sustentar o sacerdócio (II Cr 31.4,5), visto que
estes, não tinham recebido terras na divisão.
Com a expansão e o crescimento da obra, o apóstolo Paulo orienta sobre a questão das
contribuições: sustento dos bons obreiros (I Tm 5.17). O que é interessante, é Paulo fazer
menção da Lei, a fim de fortalecer algo designado por Deus (I Co 9.7-14). Apesar dele não
querer usar esse direito, contudo, se viesse a usar, não estaria fazendo nenhum mal. Isso
proporcionaria condições para expandir o evangelho sem os apóstolos se preocuparem no
trabalho secular.
Paulo em II Coríntios 9.1-11 nos enfatiza ensinamentos preciosos sobre o contribuir, dizimar,
ofertar. Não importa aqui a palavra ou termo, mas a disposição de um coração em colaborar
com o crescimento na obra do Senhor. Notemos; v.1 – É preciso ter uma disposição em
contribuir.
v.2 - Havia um entusiasmo dos coríntios em participar da contribuição.
v.5 - Paulo espera uma oferta generosa.
v.6 - Aqui nos chama a atenção acerca da semente, se semeares pouco, pouco colherás. v.7
- É preciso dá com alegria.
v.8 - Deus há de suprir todas as necessidades daqueles que contribuem com prazer (Ml
3.1).
vv.9-11 A retribuição de Deus para com os generosos com sua contribuição.

Lembrando, não estamos trocando bênçãos por dinheiro, estamos devolvendo ao Senhor de
coração, como gratidão do favor alcançado.
Alguns podem argumentar que como estamos pela graça, já não nos cabe mais as coisas da
Lei, porém, Jesus nos deixou algo muito mais forte (Mt 5.20). A nossa justiça precisa exceder
muito a dos fariseus. O valor de 10% é o mínimo que um coração agradecido poderia ofertar,
visto o próprio que Jesus disse: ―Onde está o tesouro, estará o teu coração‖ (Mt 6.21).
Os cristãos macedônicos deram muitos mais do que eles poderiam ofertar (II Co 8.3,4). A
questão do ofertar por Paulo é tratado na Dispensação da Graça como um serviço (II Co
9.13), visto que a palavra grega para “serviço” utilizada por ele é a mesma que diaconia.
O ato de ofertar ou dizimar é uma atitude de um coração agradecido e alegre (II Co 8.11).
O prazer em contribuir é um reflexo da graça de Deus em nossas vidas, e não um sentimento
apenas de obrigação, ou algo que está sendo tirado de nós. Por isso é que a Bíblia nos
ensina a entregarmos as nossas ofertas como expressão de generosidade e não de avareza.
De acordo com a Chave Linguística do Novo Testamento Grego, de Fritz
Rienecker, o texto de II Co 9.5 traduz a seguinte ideia: ―Para que a vossa oferta, já
anunciada, esteja “pronta como um presente, e não como alguma coisa arrancada de vocês”
— p. 357 (Comentário de II Co 9.5).
E por que devemos dar todo mês, quando recebemos? A fim de planejarmos e honrarmos
nossos compromissos. Hoje a moeda corrente é o dinheiro e não a parte da agricultura ou
pecuária doada, como nos tempos antigos (antes da existência da moeda), precisamos do
dinheiro para nos manter, para investirmos naquilo que nos traz bem-estar, bem como para
ajudar na obra do Senhor. Paulo orienta a igreja nesse sentido (I Co 16.1-2).
O dízimo constitui-se em uma obrigação de todo servo do Senhor e não apenas um ato
voluntário, é também um importante legado que os pais podem deixar aos seus filhos e
demais descendentes, sendo abençoado e abençoando geração após geração, assim como
Abraão era dizimista, Levi que era seu bisneto deu continuidade a este ensinamento,
certamente recebido (Hb 7. 4-10).

Doutrina das Ofertas


Enquanto o dízimo pode ser considerado uma devolução da parte do Senhor, estabelecido
no percentual de 10%, como uma prova de fé daquilo que recebemos integralmente, a oferta
é voluntária e apresentada, da parte que o Senhor proporcionou para o nosso bem-estar (Is
55.2). Qualquer um de nós pode livre e espontaneamente ofertar. Observemos que no caso
da viúva (Mc 12.41-44), ela doou 100% do que possuía, caracterizando-se como uma oferta,
aonde não há limite mínimo ou máximo, a Bíblia diz que cada um contribua, conforme propôs
em seu coração (II Co 9.7).

Sobre as ofertas alçadas. Em certo sentido seria falar de uma espécie de dízimo, mas
caracterizado de forma diferente.
Consultando os dicionários da língua portuguesa, encontramos para oferta alçada o seguinte
significado: “Um verbo transitivo, da primeira conjugação com o significado de colocar mais
alto erguer, arrebitar; levantar; hastear; erguer-se; sobressair”. Usando outras palavras,
podermos dizer que alguma coisa está alçada, quando está erguida, colocado mais alto e
etc. Para oferta alçada podemos seguir a mesma trilha de significado.
Oferta alçada é isso, é a oferta que está mais alta está além da oferta do dízimo.
Na Bíblia encontramos o ensinamento sobre a oferta alçada: Vejamos.
Então disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada;
de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.
E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, prata, bronze, estofo azul, púrpura,
carmesim, linho fino, pelos de cabras, peles de carneiros tintas de vermelho, peles de
golfinhos, madeira de acácia, azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o
incenso aromático, pedras de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. E me
farão um santuário, para que eu habite no meio deles (Êxodo 25.1-8).

Conclusão
A competência para administração dos recursos recebidos pela igreja é da Mesa Diretora da
IAPF. Recursos estes que são fiscalizados pelo Conselho Fiscal e suas contas são
disponibilizadas estatutariamente para os membros da igreja.
A igreja enquanto organização física, não é sustentada por nenhuma organização
governamental, não tem nenhuma outra fonte de renda, senão as contribuições recebidas
através dos dízimos e ofertas, para custeio de suas despesas fixas e eventuais. A
contribuição deve caracterizar ao corpo de membros e obreiros da casa do Senhor um
privilégio diante de tudo o que Ele tem feito por nós.
Nossos corações estão prontos para continuarmos abençoando a obra do Senhor? Seja um
cooperador e colaborador na obra de Deus, contribua com alegria!

Referências bíblicas da Doutrina da Contribuição Financeira

“E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará;e o que semeia com fartura
com abundancia ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com
tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” II Co 9.6-7

“Todos os dízimos da terra – seja dos cereais, seja das frutas – pertencem ao Senhor; são
consagrados ao Senhor.” Lv 27.30

“Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos. A glória desta última casa
será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o
Senhor dos Exércitos. Ag 2.8-9

“Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às
igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder
ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.”
I Co16. 1-2
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade;
porque Deus ama ao que dá com alegria.” II Co 9.7
“Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam:
'Como é que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande
maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo
ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova", diz o
Senhor dos Exércitos, "e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre
vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.” Ml 3.8-10
“Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam
dar, e caem na pobreza.” Pv 11.24
“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas
serão acrescentadas a vocês.” Mt 6.33
“Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos,
lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: Há maior felicidade em dar do
que em receber.” At 20.35
“Jesus sentou-se em frente do lugar onde eram colocadas as contribuições e observava a
multidão colocando o dinheiro nas caixas de ofertas. Muitos ricos lançavam ali grandes
quantias. Então, uma viúva pobre chegou-se e colocou duas pequeninas moedas de cobre,
de muito pouco valor. Chamando a si os seus discípulos, Jesus declarou: Afirmo que esta
viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do que todos os outros. Todos deram do que
lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver. ” Mc 12.41-44

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os
ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a
ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o
seu tesouro, aí também estará o seu coração. ” Mt 6.19-21
“Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas
plantações; os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de
vinho. ” Pv 3. 9-10

“Cada um de vocês trará uma dádiva conforme as bênçãos recebidas do Senhor, o seu Deus.
” Dt 16.17
“Deem e será dado a vocês: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada
a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês. ” Lc 6.38
“E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o Senhor dos Exércitos. ” Ml 3.12

Liturgia sugerida para Doutrina da Contribuição Financeira


Convidar os obreiros (diáconos e auxiliares) com as salvas para coleta à frente do púlpito.
Fazer uma leitura bíblica contextualizada sobre a Doutrina da Contribuição Financeira.
Fazer uma oração pela coleta para que Deus abençoe os ofertantes e os que não podem
ofertar.
Se possível, escolher um hino cujo tema ressalte o valor da contribuição.

Conselho de Doutrina da IAPF

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