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SEGUNDO MOMENTO - FORMAÇÃO
O Dízimo
O dízimo é uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual cada
comunidade assume corresponsavelmente sua sustentação e a da Igreja. Ele pressupõe
pessoas evangelizadas e comprometidas com a evangelização.
Como compromisso moral, a contribuição com o dízimo nasce de uma decisão pessoal
que exprime a pertença efetiva à Igreja, vivida em uma comunidade concreta. A
contribuição que se faz por meio dele é uma manifestação autêntica e espontânea da
fé em Deus, da comunhão e da participação na vida da Igreja e em sua missão. Por isso,
ele se diferencia do simples cumprimento de uma lei e se situa no plano da decisão de
consciência iluminada pela fé.
São muitíssimas as passagens da Bíblia que nos falam do dízimo. A título de exemplo,
citamos apenas algumas passagens bíblicas.
Nos profetas, o dízimo é visto sob um prisma mais profundo: o da fidelidade à aliança.
Por isso mesmo não pode ser esquecido, mas, sobretudo, não pode cair no formalismo
cultural sem a interioridade de que necessita estar revestido.
Nos escritos paulinos, encontra-se um ensinamento que, pelo seu teor, pode iluminar a
compreensão e a prática do dízimo. “O apóstolo ensina que cada fiel deve dar ‘conforme
tiver decidido em seu coração’, pois Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9,7).
As dimensões do dízimo
Dimensão religiosa: tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com
parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém
tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão.
Dimensão eclesial: com o dízimo, o fiel vivencia sua consciência de ser membro da Igreja,
pela qual é corresponsável, contribuindo para que a comunidade disponha do necessário
para realizar o culto divino e para desenvolver sua missão.
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As finalidades do dízimo
Organizar o culto divino, prover o sustento do clero e dos demais ministros, praticar
obras de apostolado, de missão e de caridade, principalmente em favor dos pobres.
O Catecismo diz o seguinte quando fala do quinto Mandamento da Igreja: “Os fiéis
cristãos tem ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às
necessidades materiais da Igreja” (CIC 2043).
O Código de Direito Canônico diz: “Os fiéis tem obrigação de socorrer as necessidades
da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as
obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros” (Cânon
222).
Para concluir é preciso avaliar como inaceitável uma forma muito difundida de propor o
dízimo com base na assim chamada “teologia da prosperidade”. Essa interpretação
indica como fundamento alguns textos do Antigo Testamento que relacionam a
obediência a Deus e o dízimo com a multiplicação dos bens materiais, com a
prosperidade pessoal e com a ameaça de castigos no caso de seu não cumprimento.
Esse modo de ler os textos bíblicos, fora do seu contexto e do conjunto da Sagrada
Escritura, é, por isso, chamado de leitura fundamentalista. Em consequência, quando o
dízimo é proposto com esse tipo de fundamentação, se falsifica o rosto paterno e
amoroso de Deus revelado em Jesus Cristo, e a relação com Ele e o autêntico significado
do dízimo são distorcidos, assumindo-se o risco de transformá-lo em uma tentativa de
se negociar com Deus.
Referências Bibliográficas
Documento da CNBB – 106. O dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas 5
Texto NUCAP – Núcleo de Catequese Paulinas – Ofereça o dízimo com alegria