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O incenso e a fumaça do incenso em chamas têm sido oferecidos como dons a Deus e a outros
desde a Antiguidade. Num sentido visual e mais prático, a fumaça perfumada que sobe
também simboliza nossas orações subindo ao Céu.
A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) diz o seguinte sobre o uso do incenso:
§75. O pão e o vinho são depostos sobre o altar pelo sacerdote, acompanhados das fórmulas
prescritas. O sacerdote pode incensar os dons colocados sobre o altar, depois a cruz e o
próprio altar. Deste modo se pretende significar que a oblação e oração da Igreja se elevam,
como fumo de incenso, à presença de Deus. Depois o sacerdote, por causa do sagrado
ministério, e o povo, em razão da dignidade batismal, podem ser incensados pelo diácono ou
por outro ministro.
Mons. Guardini fez também essa bela reflexão sobre o uso de incenso na Missa:
O uso de incenso é semelhante à unção de Jesus por Maria em Betânia. É tão livre e sem
finalidade quanto a beleza. É queimado e consumido como o amor que dura depois da morte.
E a alma árida ainda se manifesta e faz a mesma pergunta: Que há de bom nisso? É o
oferecimento de um doce sabor, que, segundo as Escrituras, equivale às orações dos santos. O
incenso é o símbolo da oração. Como a oração em estado puro, não tem em vista nenhum
objeto próprio; não pede nada para si. Ergue-se como o Glória no fim de um salmo de
adoração e ação de graças a Deus por sua imensa glória (Os Sinais Sagrados).
A fumaça do incenso purifica de modo simbólico tudo o que toca. Isso é muito bem ilustrado
pela prática, rica em símbolos, do rito caldeu da Igreja Católica. Aqueles que se preparam para
receber a Sagrada Comunhão durante o santo Qurbono (o santo sacrifício no rito caldeu)
primeiro purificam suas mãos, posicionando-as sobre a fumaça que sai do vaso com incenso
incandescente. De modo semelhante, no rito maronita da Igreja Católica os vasos sagrados —
cálice, patena e a pala — são invertidos e posicionados sobre o incenso incandescente durante
sua purificação, a fim de que possam capturar a fumaça perfumada.
§277. O sacerdote, ao pôr o incenso no turíbulo, benze-o com um sinal da cruz, sem dizer
nada.
Antes e depois da incensação, faz-se uma inclinação profunda para a pessoa ou coisa
incensada, exceto ao altar e às oblatas para o sacrifício da Missa.
Incensam-se com três ductos do turíbulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz
e as imagens do Senhor expostas à veneração pública, as oblatas para o sacrifício da Missa, a
cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.
Com dois ductos incensam-se as relíquias e imagens dos Santos expostas à veneração pública,
e só no início da celebração, quando se incensa o altar.
A incensação do altar faz-se com simples ictus do seguinte modo: a) se o altar está separado
da parede, o sacerdote incensa-o em toda a volta; b) se o altar não está separado da parede,
o sacerdote incensa-o primeiro do lado direito e depois do lado esquerdo.
Se a cruz está sobre o altar ou junto dele, é incensada antes da incensação do altar; aliás, é
incensada quando o sacerdote passa diante dela.
O sacerdote incensa as oblatas com três ductos do turíbulo, antes de incensar a cruz e o altar,
ou fazendo, com o turíbulo, o sinal da cruz sobre as oblatas.
Na Vigília Pascal, cinco unidades de incenso encapsulado (muitas vezes feito para que se
pareça com um prego vermelho) são afixadas no círio pascal. Essas cinco unidades
representam as cinco chagas de Cristo — uma em cada mão, uma em cada pé e o lado
perfurado pela lança.
Em Missas de defuntos, os restos mortais do falecido e o caixão podem ser incensados, bem
como o local do sepultamento.
2. Assim que o celebrante beijar o altar, apresenta de novo o turíbulo para ser colocado
incenso (com a intermediação do diácono, se for o caso) e a seguir entrega o turíbulo ao
celebrante para que este incense o altar e a cruz. Se houver diácono, é este que acompanha o
celebrante na incensação do altar e o turiferário permanece próximo ao lugar onde entregou o
turíbulo, para recebê-lo do diácono ao término da incensação do altar. Se não houver diácono,
entrega o turíbulo ao celebrante e acompanha-o, podendo segurar a casula do lado direito,
para que esta não atrapalhe o movimento do braço do celebrante. Terminada a incensação do
altar, recolhe o turíbulo.
b) Se não houver diácono, o celebrante põe o incenso e o turiferário sai da frente dele. O
celebrante, então, inclina-se profundamente para proferir o seu pedido de bênção (Ó Deus
todo-poderoso, purificai-me…). Só que aí há possibilidades diversas: 1º se o Livro dos
Evangelhos está sobre o altar, normalmente o celebrante se dirigirá ao altar, precedido pelo
turiferário (etc. como no caso do diácono) e aí, antes de apanhar o Livro, proferirá o pedido de
bênção. 2. Mas mesmo o Livro estando sobre o altar, pode o celebrante fazer seu pedido de
bênção junto à cadeira, só depois indo até o altar buscar o Livro. O caminho é o mesmo. Tanto
no 1° como no 2° caso, o turiferário procede como na hipótese de haver diácono. Outra
possibilidade é o Livro não estar sobre o altar, sendo o Evangelho proferido do Lecionário (o
que não é recomendado). Nesse caso também o celebrante pode pedir a bênção de Deus tanto
da cadeira como ir até o altar, e o turiferário há de sempre precedê-lo, procedendo, de resto,
junto ao ambão, como quando há diácono. Terminado o Evangelho, recolhe o turíbulo.
4. No momento em que as oferendas chegam ao altar, após os ritos que precedem essa
apresentação (pode haver Homilia, Creio, Preces dos Fiéis, Procissão das Oferendas – verificar
previamente, para não chegar nem cedo demais nem atrasado) e antes de o celebrante lavar
as mãos, deve-se apresentar o turíbulo para o celebrante pôr incenso e incensar as oferendas,
a cruz e o altar. Observar o que foi dito acima referentemente à primeira incensação do altar,
e mais o seguinte:
b) terminada a incensação do altar, se não houver diácono, caberá ao turiferário realizar essa
incensação do celebrante, concelebrantes, etc.
– para detalhes sobre como realizar a incensação, ver o texto referente ao procedimento do
Diácono para incensação, neste mesmo blog.
6. Em princípio os livros litúrgicos falam em um turiferário, que leva tanto o turíbulo como a
naveta, deixando esta de lado quando possível (por exemplo, para realizar as incensações das
pessoas após a apresentação das oferendas). Mas nada impede que um acólito fique com o
turíbulo e outro com a naveta; nesse caso, nas procissões o turiferário vai sozinho, pelo meio
do caminho, e o “naveteiro” fica à sua direita, mas um passo atrás.