SEMANA SANTA TRADICIONAL COMPARADA COM A REFORMADA DE 1955

“O início desta renovação foi obra do nosso predecessor... Pio XII, na restauração da Vigília Pascal
e do Rito da Semana Santa, que constituíram a primeira etapa da atualização do Missal Romano
para a mentalidade atual.” (Papa Paulo VI, Missale Romanum, 3 de abril de 1969).

DOMINGO DE RAMOS
Semana Santa Tradicional Semana Santa de 1955
Vestes roxas para a procissão. Vestes vermelhas para a procissão.

Casula plicada (dobrada) e estola larga usada. Ambas suprimidas.

Epístola, Responsório, Evangelho, Prefácio e Epístola, Responsório, Evangelho, Prefácio e
Sanctus são cantados. Os ramos são abençoados Sanctus são suprimidos. A bênção dos ramos
no lado da Epístola (Missa Seca). ocorre em uma mesa de frente para o povo.
Cinco orações de bênção são usadas, nas quais Somente uma oração é usada, sem fazer menção
se fala do poder dos sacramentais contra o aos sacramentais.
demônio.
A Cruz processional é coberta. A Cruz processional é descoberta.
Dois cantores entram na Igreja e entoam o refrão Portas abertas. O Gloria Laus é um de muitos
do Gloria Laus, junto da entrada da Igreja, às cantos processionais.
portas fechadas; os que estão do lado de fora o
repetem. Os cantores então cantam cada verso,
enquanto os de fora cantam o refrão. Depois, o
subdiácono bate à porta três vezes com o pé da
Cruz Processional e todos entram.
A procissão termina normalmente, a Missa A procissão termina com uma nova oração de
começa com as orações ao pé do altar. frente para o povo. As orações ao pé do altar são
suprimidas.
O sacerdote faz as leituras da Missa. Se há ministros presentes, ele senta e escuta.
A Paixão é distinta do Evangelho, que é cantado Não há Evangelho próprio.
pelo diácono.
A Paixão começa com a Instituição da Eucaristia Mateus 26, 1-35 é omitido.
(Mateus 26, 1-35)
O Último Evangelho é lido. O Último Evangelho não é lido.
Nota Bene: “Assim como na Vigília Pascal de 1951, vemos mudanças aqui que vão ressurgir na
Missa de Paulo VI: abolição de cerimônias místicas [coros intercalados, bater à porta], ritos ‘de
frente para o povo’ [bênção dos ramos, oração depois da procissão], corte no número de orações de
bênção [de cinco para uma], redução do papel do sacerdote a algo passivo durante a leitura da
Escritura [requerido por São Pio V], remoção de orações penitenciais do começo da Missa, porque
uma outra cerimônia a tem precedido e, finalmente, abolição do Último Evangelho.” (Padre
Anthony Cekada, Obra de Mãos Humanas, p. 87).
SEGUNDA-FEIRA SANTA
Semana Santa Tradicional Semana Santa de 1955
As orações “Contra os Perseguidores da Igreja” Ambas orações são removidas.
e “pelo Papa” são ditas.
 TERÇA-FEIRA SANTA
Semana Santa Tradicional Semana Santa de 1955
A Paixão começa com a Instituição da Eucaristia Marcos 14, 1-31 é omitido.
(Marcos 14, 1-31).
QUARTA-FEIRA SANTA
Semana Santa Tradicional Semana Santa de 1955
A Paixão começa com a Instituição da Eucaristia Lucas 22, 1-39 é omitido.
(Lucas 22, 1-39).
QUINTA-FEIRA SANTA
Semana Santa Tradicional Semana Santa de 1955
Sacerdotes e diáconos vestem a usual sobrepeliz Introdução da estola como parte da veste coral
e põem a estola para a Comunhão. do sacerdote.
Comunhão é dada com hóstias consagradas em Comunhão é dada com hóstias consagradas na
qualquer Missa. Quinta-Feira Santa.
O Mandatum (lava-pés) é uma cerimônia O lava-pés pode ser inserido dentro da Missa,
separada, realizada depois da Missa e fora do depois do sermão.
Santuário.
Não existe esta cerimônia. Depois do lava-pés, segue mais uma oração de
frente para o povo.
O Credo é dito. O Credo não é dito.
Uma segunda hóstia é consagrada, para ser Não há segunda hóstia. O sacerdote e os leigos
consumida pelo sacerdote na Sexta-Feira Santa. recebem do cibório na Sexta-Feira Santa.
Esta hóstia é colocada em um cálice e levada ao
Monumentum.
O Confiteor é recitado antes da Comunhão. O Confiteor é suprimido.
O Último Evangelho é dito. O Último Evangelho não é dito.
A cruz coberta permanece no altar, A cruz e os castiçais são removidos durante a
acompanhada dos castiçais. desnudação do altar.
O Santíssimo Sacramento é levado em procissão Como no Novus Ordo, o monumentum é
até o Monumentum (sepulcro), bem decorado, decorado “com severidade” e se prescreve que a
onde o Santíssimo fica em adoração até que seja adoração termine à meia-noite, quando até
removido durante a cerimônia de Sexta-Feira mesmo as flores devem ser removidas.
Santa.
Vésperas são cantadas depois da Missa. Aqueles que assistirem a Missa estão
dispensados de dizer as Vésperas.
SEXTA-FEIRA SANTA
Semana Santa Tradicional Semana Santa de 1955
Nome: “Missa dos Pré-Santificados” ou “Féria Nome: “Ação Litúrgica Solene”.
Sexta in Parasceve”.
Cruz e castiçais estão no altar. O altar está vazio.
O sacerdote, vestindo uma casula preta, fica O sacerdote, vestindo unicamente uma alva e
prostrado. Os acólitos põem um único pano estola, fica prostrado. O altar não é revestido até
sobre o altar. a Comunhão.
O sacerdote faz todas as leituras.
O Evangelho é distinto da Paixão.
As Orações Solenes são ditas com o Missal
posto do lado da Epístola.
A Sétima Oração Solene é intitulada: “Pelos
hereges e cismáticos”.
Não ajoelha-se na Oração pelos Judeus.
O crucifixo é tomado do altar e deitado em um
pano roxo entre o degrau debaixo do altar e o
chão para ser venerado pelos ministros e
clérigos.
O povo vai até a mesa de comunhão para beijar
o crucifixo.
O Santíssimo Sacramento retorna em uma
procissão de igual solenidade àquela de Quinta- diminuída (assim como referências à Missa). O
Feira Santa. O celebrante o traz de volta
enquanto o Vexilla Regis é cantado.
A Hóstia é incensada.
O Orate Fratres é recitado sem a resposta usual. Orações que fazem referência ao sacrifício são
O Padre Nosso é recitado somente pelo
sacerdote.
Uma fração da Hóstia é colocada no vinho. A
oração para consumir o Precioso Sangue é
omitida.
A Santa Comunhão não é dada aos fiéis.
SÁBADO SANTO
Semana Santa Tradicional
O fogo é aceso durante a cerimônia.
Fazem-se três orações para a bênção do fogo.
O fogo e os grãos de incenso são abençoados
fora da Igreja. O fogo é passado para o tricereo
(três velas).
O Círio permanece apagado em seu lugar,
sempre no lado do Evangelho.
O Exsultet começa enquanto o Círio está
apagado, grãos de incenso são cravados no
Círio, ele é então aceso pelo diácono.
O povo não segura velas durante a cerimônia.
Doze leituras são cantadas.
O sacerdote faz todas as leituras.
Se há ministros, o sacerdote senta e escuta.
O Evangelho distinto é suprimido.
As Orações Solenes são ditas com o Missal
posto no centro do altar.
A Sétima Oração Solene é renomeada como
“Pela Unidade da Igreja”.
Ajoelha-se na Oração pelos Judeus.
Uma procissão com o crucifixo da sacristia é
criada. É então segurado por dois acólitos no
degrau de cima do altar para ser venerado pelos
ministros e clérigos.
O sacerdote tem a opção, como no Novus Ordo,
de segurar a cruz enquanto o povo adora em
silêncio.
A importância da procissão eucarística é
Vexilla Regis é supmido.
A Hóstia não é incensada.
suprimidas.
O Padre Nosso é recitado pelo sacerdote com o
povo.
Pôr a fração da Hóstia no vinho é suprimido.
A Santa Comunhão é dada aos fiéis.
Semana Santa de 1955
O fogo é aceso antes da cerimônia.
Faz-se uma oração para a bênção do fogo.
Uma bênção do Círio é introduzida. O Círio é
portado e carregado pelo diácono para a
primeira parte da cerimônia.
Em cada Lumen Christi todos se ajoelham
perante o Círio. Ele então é posto no centro do
Santuário.
O simbolismo do Exsultet desaparece e seu
caráter de bênção diaconal é distorcido.
O povo segura velas durante a cerimônia.
Quatro leituras são cantadas.
O sacerdote senta e escuta.
A Ladainha é cantada depois da bênção da água A Ladainha se divide em duas partes abreviadas,
batismal, antes da Missa. a água batismal é abençoada no meio da
Ladainha.
A água é abençoada na pia batismal. Os Introdução de uma bacia com água batismal
catecúmenos são recebidos na entrada da Igreja, dentro do Santuário, o celebrante a abençoa de
e então entram na nave. frente para o povo.
Não existe renovação dos votos batismais. Criação da Renovação das Promessas Batismais.
Não existe esta cerimônia. Introdução do Padre Nosso recitado por todos os
presentes, frequentemente em vernáculo.
As orações ao pé do altar e o Último Evangelho As orações ao pé do altar e o Último Evangelho
são ditos. são suprimidos.
A Missa termina com uma forma abreviada de A Missa termina com uma forma abreviada de
Vésperas. Laudes.
Nota Bene: “Na Vigília Pascal de 1951, vemos de fato alguns princípios e práticas que dezoito
anos mais tarde serão impostos universalmente no Novus Ordo Missae de Paulo VI: abreviação de
ritos (de três orações para uma, de doze profecias para quatro), invenção de novos ritos (cravejar o
círio, o povo carregando velas, renovação dos votos batismais), cerimônias de frente para o povo
(para a bênção da água batismal), redução das ações do sacerdote (ele senta e escuta), remoção de
partes do Ordo da Missa [Orações ao pé do Altar e Último Evangelho] e certamente a recitação das
orações litúrgicas em vernáculo (as lições da Vigília e os votos batismais). É, pois, fácil de
entender por que Bugnini proclamaria em 1955 que a Vigília Pascal de 1951 foi ‘a primeira etapa
de uma renovação litúrgica geral’, e porque o velho modernista Dom Beauduin a saudaria como
‘um ponto de chegada’ e ‘um ponto de partida’”.