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É importante dizer que a prática do dizimo é anterior à lei cerimonial (Gn 14.20; 28.18-22).
Abraão, quatrocentos anos antes de a lei ser instituída, entregou o dizimo a Melquisedeque,
um tipo de Cristo (Gn 14.20; Hb 7.1-10). O dizimo foi incluído na lei, pois foi a maneira de Deus
prover o sustento da tribo de Levi, aqueles que trabalhavam no ministério (Lv 27.30-33; Nm
18.21-32; Dt 14.22-29,18.1-8). Os mesmos princípios de sustento dos sacerdotes e levitas no
Antigo Testamento são usados para o sustento dos obreiros de Deus no Novo Testamento:
Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? […]. Não sabeis
vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar
tiram o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho
(1Co 9.11,13,14)
Logo, os que estão no ministério hoje, na vigência da nova aliança, devem viver do ministério.
Embora a ordem levítica tenha cessado como advento da nova aliança (Hb 7.18), os dízimos
não cessaram, porque Abraão, como pai da fé, entregou o dízimo a Melquisedeque, um tipo
de Cristo, e nós, como filhos de Abraão, entregamos o dízimo a Cristo, sacerdote da ordem de
Melquisedeque: Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de
quem se testifica que vive (Hb 7.8)
Aqueles que usam Mateus 23.23 para dizer que Jesus sancionou o dízimo antes da
inauguração da nova aliança, mas que depois de sua morte essa sanção não é mais válida,
esquecem-se de que junto como dizimo Jesus menciona também outros preceitos da mesma
lei (a justiça, a misericórdia e a fé): Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dizimo da
hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a
misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! (Mt 23.23).
Se estamos desobrigados do dízimo, por ser da lei, deveríamos também estar desobrigados
desses outros preceitos da lei, ou seja, a justiça, a misericórdia e a fé, pois também são da lei.
Fica evidente que Jesus reprova os escribas e fariseus pela sua prática legalista e meritória do
dízimo, uma vez que pensavam que o dízimo era uma espécie de salvo-conduto. Imaginavam
que, por serem dizimistas, tinham licença para negligenciar os outros preceitos da lei. Na
verdade, os escribas e fariseus, besuntados de hipocrisia, estavam superestimando o dízimo e
menosprezando os principais preceitos da lei.
Ao mesmo tempo, porém, que Jesus reprova a visão distorcida dos escribas e fariseus, que
davam grande ênfase ao dízimo em detrimento da justiça, da misericórdia e da fé, referenda a
prática do dizimo: … devies, porém, fazer estas coisas [a prática da justiça, da misericórdia e da
fe], sem omitir aquelas [a entrega dos dízimos]. Apesar dos desvios de uns e das críticas de
outros, devemos continuar fiéis a Deus na entrega dos dízimos, pois este é o claro
ensinamento de Jesus, conforme o ensino fiel das Escrituras.
É preciso deixar claro que o dízimo não é uma questão meramente financeira. Trata-se do
reconhecimento de que tudo o que existe é de Deus. Não trouxemos nada para o mundo nem
nada dele levaremos (1Tm 6.7). Somos apenas mordomos de Deus e, no exercício
dessa mordomia, devemos ser achados fiéis (1Co 4.2) O dizimo, mais do que um valor, é um
emblema. É um sinal de fidelidade a Deus e confiança em sua providência. A entrega dos
dízimos é uma ordenança divina. Não temos licença para retê-lo, subtrai-lo nem administra-lo
(MI 3.8-10)
Usar, porém, a voluntariedade das ofertas, conforme ensinada nas epístolas aos Coríntios, em
substituição ao dizimo, é não compreender o caráter específico daquela oferta levantada entre
as igrejas gentílicas para socorrer os santos da Judeia, em situação de emergência 2Co 8.1-4;
1Co 16.1-4)
Reafirmamos, portanto, que, embora o apóstolo Paulo não tenha usado o termo “dízimo” em
suas epístolas, ensinou os princípios do dízimo. Quando se trata do sustento dos obreiros, o
apóstolo Paulo recorreu ao mesmo princípio do sustento dos levitas (1Co 9.13,14). Quando
falou das ofertas voluntárias para os pobres da Judeia, ensinou que elas precisam ser
pessoais, metódicas e proporcionais (1 Co 16.1,2). Não são esses os mesmos princípios que
regulamentam os dízimos?
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Neste artigo, tentarei apresentar brevemente uma visão geral de todas as doações que um israelita fiel que
possuísse terras (colheitas e gado) faria na época em que o Templo em Jerusalém estava em pé. As ofertas
serão detalhadas e seguidas por versículos bíblicos/citações rabínicas para que se confira o que está sendo
dito. Claro que queremos responder à pergunta que milhares de pessoas fazem todos os dias: afinal de
contas, qual era o dízimo de que Malaquias falava? Quem não dá dez por cento de seu salário a um líder
Não há dúvida sobre que os versículos da Torá citados se referem às práticas enumeradas¹. No entanto, a
Torá não dá às ofertas os nomes (exemplo: Ma`asser richon ²— primeiro dízimo). Para organizarmos as
doações de acordo com os nomes que recebem na tradição judaica, recorremos ao Sêfer hamisvot ³.
Algumas ofertas, como os sacrifícios e a pele dos animais queimados em holocaustos, que poderia ser
Enumeremos as ofertas:
Constatações:
Das vinte e uma ofertas que enumeramos, nove deveriam ser entregues ao sacerdote (descendente de
Arão), que servia no Templo. Uma deveria ser dada aos levitas (descendentes de Levi), que ajudavam os
sacerdotes, sete beneficiariam os pobres, órfãos viúvas e outras pessoas vulneráveis, três ofertas eram
comidas pelo próprio ofertante e apenas o “meio siclo” era usado para as despesas do santuário.
A única contribuição dada por todos, pobres e ricos, era o “meio siclo”, usado para manter as despesas do
Em lugar nenhum de toda a Lei Mosaica existe o conceito de uma pessoa separar 10% de todas as suas
entradas em dinheiro para ajudar nas despesas de templos religiosos ou sacerdotes. O que havia era uma
enorme lista de dádivas separadas pelo produtor de cereais e criador de gado, para diminuir a
desigualdade social e manter os sacerdotes e levitas, que oficiavam no serviço religioso pelo povo. O
assalariado que não tinha gado nem cereais nem frutos não estava obrigado a oferecer o “décimo boi de
seu gado” como sacrifício e comer sua carne, assim como não levaria as primícias, não separaria
Essas ofertas são apresentadas por certas denominações cristãs de forma extremamente simplificada (para
falar a verdade, distorcida), como um dízimo que os israelitas levavam. Nunca existiu tal dízimo, e
sim dízimos e outras ofertas, que eram feitas em um contexto agropecuário, na Terra de Israel, morasse o
judeu onde fosse! O único dízimo que poderia significar dinheiro era o segundo dízimo, unicamente se o
ofertante morasse longe de Israel, para, ao lá chegar, gastar seu dinheiro em comida e bebidas, como está
Os dízimos de que Malaquias falava NÃO ERAM apenas 10% do dinheiro dados aos líderes religiosos!
Os líderes religiosos que pedem 10% do dinheiro hoje em dia afirmando que estão cumprindo leis
bíblicas estão enganando as pessoas em benefício próprio. Peço que o leitor compartilhe esse estudo
com todas as pessoas que conhece que estão sendo enganadas neste exato momento no assunto do dízimo.
____________________
¹ Existe um relato no livro apócrifo (ou deuterocanônico) chamado Tobit que expõe como eram
feitos os dízimos e demais ofertas. Compare com o que é afirmado pela tradição rabínica e
“E eu me via muitas vezes sozinho para ir a Jerusalém por ocasião das festas, conforme
prescrito em todo Israel por um decreto perene. Eu acudia a Jerusalém com as primícias, os
primogênitos, o dízimo do gado e a primeira tosquia das ovelhas e os dava aos sacerdotes,
filhos de Aarão, para o altar. Eu também dava o dízimo do trigo, do vinho, das azeitonas, das
romãs, dos figos e das demais frutas aos filhos de Levi em serviço em Jerusalém; o segundo
dava aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros que residiam com os filhos de Israel; eu o trazia e
lho dava de três em três anos, e nós o comíamos de acordo com a prescrição dada a este
respeito na Lei de Moisés e as instruções dadas por Debora, mãe de Ananiel nosso pai (...)”
artigo: http://biblia-hebraica.blogspot.com.br/2015/02/sobre-transliteracao.html
CH, por exemplo, deve ser lido COMO EM PORTUGUÊS, chá, por exemplo, e não como em
alemão.
³ Sêfer hamisvot (“livro dos mandamentos”) é uma obra escrita pelo filósofo, médico e grande
rabino Moisés Maimônides (1135 -1204). O livro separa e dá uma pequena explicação para os
613 mandamentos da Torá (Lei de Moisés), usando como fontes o Talmud e midrachim. Pode
ser encontrado em português, na editora e livraria sêfer. Nas citações ao sêfer hamitzvot, “M”
significa Mandamento, e P, Proibição. Não atribuímos aqui qualquer caráter de “cânon” a esse
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Comentários
1.
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2.
Unknown5 de agosto de 2018 às 18:48
Gostei muito isto mesmo Cristo nunca deu nem mandou dar dízimos.
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1.
Leia Mateus 23.23 e verás que Ele o mestre dos mestres ensinou sim
3.
Baruch Hashem
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4.
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5.
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O alfabeto hebraico possui 22 letras e chama-se em hebraico alefbet ()אלפבית. Essas letras são
apenas consoantes (as vogais ão pontinhos que vêm depois) . Algumas letras têm sua pronúncia
desconhecida por nós ocidentais, e isso requer uma explicação maior, que vem logo após a
tábua do alfabeto. Algumas letras possuem dois sons, um deles marcados por um pontinho no
meio, e outras tem uma forma diferente no final das palavras. Por isso você pode perceber que
nossa tábua está dividida em duas partes, uma primeira traz as 22 letras, e logo depois, outras
formas. Foi a forma mais simples que achamos de apresentar todas as consoantes que podem
aparecer diante do leitor. O hebraico se escreve da direita para a esquerda (<--), assim como o
árabe e o aramaico. Pelos conhecimentos dados até aqui, você escreveria em hebraico assim:
CRBH. Para visualizar melhor essa tabela , sugerimos que clique sobre ela. Álef ( )אe ‘áin (– )ע
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