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O dízimo é um dos temas mais controversos no meio evangélico e por esta razão percebemos

a necessidade de disponibilizar ao público algumas sessões do livro “Dízimos e ofertas são


para hoje?” escrito pelo reverendo Hernandes Dias Lopes e Arival Dias Casimiro. Estas
sessões respondem a questionamentos bem comuns sobre o tema e podem esclarecer
bastante os irmãos. Caso seja necessário se aprofundar mais ainda sugerimos adquirir o livro
ao lado, temos certeza que será de grande valia! Para a publicação destes trechos temos a
autorização da Hagnos, editora que detém seus direitos autorais.

Eu não sou dizimista porque o dízimo faz parte da lei


cerimonial, e esta foi abolida na cruz
De todas as críticas feitas à doutrina do dízimo, talvez a mais frequente seja esta: “O dízimo faz
parte da lei cerimonial, e esta foi abolida na cruz. Logo, estou desobrigado de ser dizimista“. A
essa critica, respondemos que a prática do dízimo está presente em toda a Bíblia. No Antigo
Testamento, está presente nos Livros da lei (Nm 18.21-32), nos Livros Históricos (Ne 13.10-14),
nos Livros Poéticos (Pv 3.9,10) e nos Livros Proféticos (MI 3.8-12). No Novo Testamento, está
presente tanto nos Evangelhos (Mt 23.23) como nas Epístolas (Hb 7.1-19; 1Co 9.13,14).

É importante dizer que a prática do dizimo é anterior à lei cerimonial (Gn 14.20; 28.18-22).
Abraão, quatrocentos anos antes de a lei ser instituída, entregou o dizimo a Melquisedeque,
um tipo de Cristo (Gn 14.20; Hb 7.1-10). O dizimo foi incluído na lei, pois foi a maneira de Deus
prover o sustento da tribo de Levi, aqueles que trabalhavam no ministério (Lv 27.30-33; Nm
18.21-32; Dt 14.22-29,18.1-8). Os mesmos princípios de sustento dos sacerdotes e levitas no
Antigo Testamento são usados para o sustento dos obreiros de Deus no Novo Testamento:

Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? […]. Não sabeis
vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar
tiram o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho
(1Co 9.11,13,14)
Logo, os que estão no ministério hoje, na vigência da nova aliança, devem viver do ministério.
Embora a ordem levítica tenha cessado como advento da nova aliança (Hb 7.18), os dízimos
não cessaram, porque Abraão, como pai da fé, entregou o dízimo a Melquisedeque, um tipo
de Cristo, e nós, como filhos de Abraão, entregamos o dízimo a Cristo, sacerdote da ordem de
Melquisedeque: Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de
quem se testifica que vive (Hb 7.8)
Aqueles que usam Mateus 23.23 para dizer que Jesus sancionou o dízimo antes da
inauguração da nova aliança, mas que depois de sua morte essa sanção não é mais válida,
esquecem-se de que junto como dizimo Jesus menciona também outros preceitos da mesma
lei (a justiça, a misericórdia e a fé): Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dizimo da
hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a
misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! (Mt 23.23).

Se estamos desobrigados do dízimo, por ser da lei, deveríamos também estar desobrigados
desses outros preceitos da lei, ou seja, a justiça, a misericórdia e a fé, pois também são da lei.
Fica evidente que Jesus reprova os escribas e fariseus pela sua prática legalista e meritória do
dízimo, uma vez que pensavam que o dízimo era uma espécie de salvo-conduto. Imaginavam
que, por serem dizimistas, tinham licença para negligenciar os outros preceitos da lei. Na
verdade, os escribas e fariseus, besuntados de hipocrisia, estavam superestimando o dízimo e
menosprezando os principais preceitos da lei.

Ao mesmo tempo, porém, que Jesus reprova a visão distorcida dos escribas e fariseus, que
davam grande ênfase ao dízimo em detrimento da justiça, da misericórdia e da fé, referenda a
prática do dizimo: … devies, porém, fazer estas coisas [a prática da justiça, da misericórdia e da
fe], sem omitir aquelas [a entrega dos dízimos]. Apesar dos desvios de uns e das críticas de
outros, devemos continuar fiéis a Deus na entrega dos dízimos, pois este é o claro
ensinamento de Jesus, conforme o ensino fiel das Escrituras.

É preciso deixar claro que o dízimo não é uma questão meramente financeira. Trata-se do
reconhecimento de que tudo o que existe é de Deus. Não trouxemos nada para o mundo nem
nada dele levaremos (1Tm 6.7). Somos apenas mordomos de Deus e, no exercício
dessa mordomia, devemos ser achados fiéis (1Co 4.2) O dizimo, mais do que um valor, é um
emblema. É um sinal de fidelidade a Deus e confiança em sua providência. A entrega dos
dízimos é uma ordenança divina. Não temos licença para retê-lo, subtrai-lo nem administra-lo
(MI 3.8-10)

Eu não sou dizimista porque hoje a contribuição cristã


deve ser voluntária, e não imposta como o dízimo
Alguns pregadores defendem que temos duas contribuições na palavra de Deus: uma
compulsória e outra voluntária. A contribuição para o governo é sempre compulsória, mas a
contribuição para Deus é sempre voluntária. Será? Jesus disse: Dai, pois, a César o que é de César e
a Deus o que é de Deus (Mt 22.21). Onde está a diferença entre a contribuição a César e a Deus?
Ambas são compulsórias! Quando entregamos o dizimo a Deus, estamos adorando o por sua
fidelidade; quando pagamos tributo ao governo, estamos dando a ele o que lhe é de direito
(Rm 13.7).
Aqueles que usam o texto de 2Corintios 9.7, Cada um contribua segundo tiver proposto no coração,
não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria, para regulamentar a
contribuição cristã em substituição aos dízimos cometem um sério
equívoco hermenêutico. Paulo não estava tratando de dízimo, mas de uma oferta especial,
levantada para atender os pobres da Judeia (Gl 2.10; 1Co 16.1; 2Co 8.1-5; 9.1). Uma oferta que
seria feita e depois cessada. E bem verdade que os princípios ali colocados são permanentes e
de forma alguma estão em contradição com o dízimo, pois falam de individualidade, de
sistematicidade e de proporcionalidade.
Nenhum teólogo, pastor, igreja ou concílio tem autoridade ou competência para desautorizar
uma ordem divina. Os dízimos e as ofertas não deixaram de vigorar porque este ou aquele
líder religioso escreveu uma tese de doutorado contra eles e está ensinando que essa prática
foi prescrita. Seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem. Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a
palavra de nosso Deus permanece eternamente (Is 40.8). A verdade de Deus não deixa de ser verdade
porque é negada por uns e distorcida por outros.

Eu não sou dizimista porque o apóstolo Paulo não orientou


as igrejas a entregar os dízimos, mas orientou-as a oferta
Paulo não usou a palavra “dízimo” em suas epistolas, mas ensinou o seu princípio, quando diz
que os obreiros no Novo Testamento devem ser sustentados da mesma forma que os levitas
eram sustentados no Antigo Testamento (1Co 9.1-14). Por outro lado, a prática do dizimo não
dispensa os crentes de serem generosos nas ofertas. Os crentes devem semear com
abundância na vida das pessoas, e isso não em substituição ao dizimo, mas além dele. Vemos
nessa atitude o mistério do pobre e o mistério do rico. Quem tem mais deve repartir com
quem tem menos. Os ricos devem ser generosos na prática de boas obras (1 Tm 6.17,18).

Usar, porém, a voluntariedade das ofertas, conforme ensinada nas epístolas aos Coríntios, em
substituição ao dizimo, é não compreender o caráter específico daquela oferta levantada entre
as igrejas gentílicas para socorrer os santos da Judeia, em situação de emergência 2Co 8.1-4;
1Co 16.1-4)

Reafirmamos, portanto, que, embora o apóstolo Paulo não tenha usado o termo “dízimo” em
suas epístolas, ensinou os princípios do dízimo. Quando se trata do sustento dos obreiros, o
apóstolo Paulo recorreu ao mesmo princípio do sustento dos levitas (1Co 9.13,14). Quando
falou das ofertas voluntárias para os pobres da Judeia, ensinou que elas precisam ser
pessoais, metódicas e proporcionais (1 Co 16.1,2). Não são esses os mesmos princípios que
regulamentam os dízimos?

m Revista Mordomo Dinâmico | #4


by Igreja Adventista do Sétimo Dia
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O CÍRCULO VIRTUOSO DE BÊNÇÃOS

POR QUE EU DEVOLVO O DÍZIMO? Na Busca da Aprovação do Mestre


Introdução O termo “dízimo”, no Antigo Testamento, corresponde à palavra hebraica maser; e, no Novo
Testamento, a palavra original é dekate. Ambas as palavras simplesmente significam “a décima parte” ou
“dízimo”. Na Bíblia, embora seja dito que Abraão devolveu o dízimo (Gn 14), o início da prática do dízimo
se perdeu no tempo, sem registros históricos de seu início. Também não há registro da abolição do dízimo
ministerial, cuja prática continua em vigor. Portanto, eu devolvo o dízimo porque ele não foi abolido.
Porém, há confusão entre outras duas contribuições chamadas de dízimo na Bíblia, mas que são diferentes
do dízimo ministerial e não deveriam ser confundidas com ele, embora recebam o mesmo nome.
Na Bíblia, a palavra “dízimo” é usada para três práticas diferentes que serão abaixo relacionadas na ordem,
visto que pretendemos concluir com o dízimo que continua em vigor.
O Terceiro Dízimo: o Imposto pago ao Rei
Esse imposto era chamado de dízimo. Esse é o mais recente e mais transitório dos dízimos que chamamos
no artigo de terceiro dízimo e que foi recolhido, aproximadamente, mil anos antes de Cristo, quando Saul
se tornou rei (1Sm 8:11-15).
Desde que Israel deixou o Egito, por volta de 1440 a.C., esse dízimo ao rei foi recolhido por somente 400
anos, depois que o povo entrou em Canaã e o fim da monarquia. Assim sendo, embora também se
chamasse dízimo, não se tratava do dízimo do ministério sacerdotal; antes, um imposto temporário
somente para o rei.
O Segundo Dízimo: Culto da Família, para o Pobre e para Pessoas Sem Terra
O segundo dízimo mencionado na Bíblia se encontra em Deuteronômio (Dt 12:17, 18; 14:23-27; 26:23).
Esse segundo “dízimo” é algumas vezes erroneamente confundido com
o primeiro dízimo mencionado nas Escrituras, mas não é o mesmo. Como claramente indicado pelos textos
acima, esse segundo dízimo somente era recolhido na sequência de sete anos do ano sabático.
Esse ciclo de sete anos do qual dependia o segundo dízimo, de acordo com Deuteronômio, começou a ser
praticado somente depois que os israelitas entraram em Canaã (Lv 25:1-7). Portanto, esse segundo dízimo
foi recolhido apenas no contexto do período de sete anos para o culto da família e para o pobre (Dt 12:17-
18; 14:23-27; 26:23).
Consequentemente, o dízimo que era devolvido para apoiar os levitas no santuário, durante os 40 anos em
que os israelitas vagaram pelo deserto, antes de entrarem em Canaã, não pode ser esse segundo dízimo.
Ainda, de acordo com os textos mencionados em Deuteronômio, esse segundo dízimo ficava com o
adorador e não era levado à casa do tesouro. O adorador poderia vender o dízimo do produto ou de
animal, se necessário, e usá-lo para comer quando visitasse o santuário, a cada ano, no primeiro, segundo,
quarto e quinto anos do ciclo de sete anos que findava com o ano sabático. Os convidados que se
beneficiavam desse segundo dízimo eram pessoas necessitadas que não possuíam terra em Israel
(pobres, viúvas, órfãos, estrangeiros e levitas). Os levitas eram apenas convidados que comiam com os
outros, mas, evidentemente, esse dízimo não era devolvido na totalidade para a casa do tesouro e nem
tampouco era dado aos levitas, conforme a instrução da Bíblia (Ml 3:10).
No terceiro e sexto anos do ciclo de sete anos, esse segundo dízimo não era levado para ser usado pela
família e convidados quando visitavam o santuário, mas era conservado nos lares dos adoradores e dado
aos pobres e aos que não tinham terra. Portanto, esse é outro motivo porque não pode ser o mesmo que o
destinado aos sacerdotes. O dízimo para os sacerdotes era devolvido totalmente à casa do tesouro (Ml
3:10).
Por fim, um resumo dos textos bíblicos referentes ao segundo dízimo indica que: 1. O segundo dízimo foi
recolhido apenas quando os israelitas entraram em Canaã e essa prática não ocorreu fora de Canaã. 2. Ele
estava associado ao ano sabático do sistema cerimonial judaico e não tinha validade fora desse calendário.
3. Seu uso dependia de quatro peregrinações anuais ao santuário e, portanto, não tendo validade se o
templo não mais existisse. 4. Ele também tinha um propósito caritativo porque em dois dos anos do período
sabático, o segundo dízimo era dado inteiramente ao pobre necessitado e àqueles que não tinham terras,
em vez de exclusivamente ao ministério sacerdotal. 5. Nunca foi dado, mesmo que parcialmente, à casa do
tesouro, portanto não era um dízimo sacerdotal. 6. Uma vez que o segundo dízimo só poderia operar
dentro do contexto de Canaã, ele só se tornou válido após a entrada das pessoas na Terra Prometida.
Por conseguinte, ele chegou ao fim por volta do ano 70 e 136 depois de Cristo, quando: • o templo foi
destruído, • o ano calendário sabático e do jubileu deixaram de ser observados, • a peregrinação ao templo
deixou de ser realizada, • quando os judeus foram expulsos da terra e, geralmente, • quando o sistema
religioso, sujeito ao contexto nacional israelita original, foi abandonado.
Então, esse segundo dízimo não pode ser o dízimo usado exclusivamente para apoiar o ministério o qual
será apresentado abaixo.
O Primeiro Dízimo a Melquisedeque, os levitas e Jesus
O primeiro dízimo é diferente dos anteriores e não há registro de seu início e nem tampouco há registro de
ter sido abolido. Ele é descrito no sistema levítico como “Deus instruiu Moisés”, mas sua origem é muito
mais remota.
Abraão foi a primeira pessoa de que se tem registro na Bíblia de devolver o dízimo, aproximadamente, 500
anos antes que houvesse israelitas, levitas ou leis cerimoniais (Gn 14), mas a origem do dízimo vem de
muito antes.
A história do dízimo se perdeu no tempo, sugerindo que o primeiro dízimo, exclusivamente para apoiar os
ministros, é tão antigo que remonta ao período quando não havia registros históricos. Sua antiguidade está
representada no ministério de Melquisedeque, representante de Cristo, que não tem princípio nem fim (Hb
7:1-7).
Enquanto houve e há um ministério da ordem de Melquisedeque, ou de Jesus, haverá o dízimo, visto que
ele foi parte e prova da legitimidade do ministério. Tal ordenança antiga e imutável de origem divina não
pode findar e isso nos motiva a devolver os dízimos.
Uso do Dízimo Ministerial
Desde os dias de Melquisedeque, o dízimo não ficava com o adorador, mas era dado aos sacerdotes,
como o fez Abraão (Gn 14), ou levado à casa do tesouro nos dias do antigo Israel (Ml 3:10) para pagar o
salário dos sacerdotes (2Cr 31:2-21; Ne 12:44; 13:10-14).
O propósito do dízimo era prover recursos para a propagação do evangelho, mas, finalmente, ele pertence
a Deus que o proveu para Sua obra na terra. Ele é administrado pela instituição para o avanço da igreja, e
nunca algo a ser guardado por ninguém.
Podemos resumir o dízimo de Melquisedeque como segue (Hb 7:1-17):
Melquisedeque não era levita, mas recebeu o dízimo; assim sendo, o dízimo não se destina apenas aos
levitas, mas a todo aquele a quem Deus chama para o ministério exclusivo de Jesus.
Melquisedeque representava Jesus e recebeu o dízimo, incluindo o dos levitas através de Abraão, Seu
antepassado. Portanto, o dízimo pertence ao Senhor Jesus, que é maior do que os levitas.
Os levitas morreram e sua ordem sacerdotal chegou ao fim, mas a obra sacerdotal de Jesus, através de
Seus pastores, professores e outros permanece até que o propósito de Deus seja cumprido nesta terra.
Jesus, que não era levita e que foi representado por Melquisedeque, tem um ministério “[...] não conforme
a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel” (v. 16). Esse ministério
incorruptível nãolevita de Jesus recebeu o dízimo (v. 8 e 17). Portanto, o dízimo não é um mandamento
carnal (mortal), mas um mandamento espiritual da vida interminável do ministério de Jesus.
O sacerdócio de Melquisedeque representa o de Jesus. Este não tem fim e tem mais direito ao dízimo do
que o ministério dos levitas; portanto, o dízimo perdurará enquanto durar o ministério de Jesus.
Então, eu devolvo o dízimo porque ele é essencialmente ligado ao ministério de Jesus e permanecerá
assim enquanto esse ministério for requerido e estiver ativo na terra para a salvação de pessoas, até a Sua
volta.
Significado e Aplicação do Dízimo
O dízimo mostra que Deus é também o proprietário de nossas posses. Ele é usado para o pagamento dos
obreiros empregados pela igreja, sob o mesmo sistema praticado pelo princípio da casa do tesouro (Ml 3:8-
10). Deus é quem nos dá as forças para adquirir riqueza e o propósito dessa riqueza é confirmar o pacto
entre Ele e Seu povo (Dt 8:18).
Sabemos que o pacto de Deus tem um significado amplo de santificação e salvação, visto que é mediado
pelo sangue de Jesus (Jr 31:31-35; Hb 8:8-10; 12:24). Por conseguinte, o dízimo, bem como todas as
ofertas, mostra a fidelidade mútua entre Deus e Seus filhos. A esse respeito, o propósito das posses é
confirmar o pacto da salvação e santificação, necessários para levar a bênção a todas as nações da terra,
em Cristo (Ml 3:12; Mt 28:18-20).
Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem
não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E
como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam
coisas boas! (Romanos 10:13-15).
E como eles serão enviados se não forem sustentados (1Co 9:13-14)? E como serão sustentados se
ninguém for fiel nos dízimos e nas ofertas? (Ml 3:8-10).
A esse respeito, é necessário crer no dízimo e pô-lo em prática, porque os dízimos fiéis juntamente com
nossas ofertas são o fundamento para o avanço da obra de Deus. O propósito do dízimo é santificar e
confirmar a salvação do fiel, de acordo com o pacto de Deus, desde o começo do mundo. Esse pacto foi
renovado a cada estágio da história humana, com Noé, depois com Abraão e seu descendente, que é
Cristo, para a salvação de todo o que crê. É por isso que os levitas tinham um ministério em Israel,
recebiam o dízimo e morriam; mas Jesus, que vive, foi quem recebeu o dízimo de Abraão e foi
representado por Melquisedeque (Hb 7:8). Isso indica que Seu ministério permanece para sempre; que o
dízimo também é válido durante o ministério de Jesus e que Seu ministério deve levar a salvação a todas
as nações da terra (Mt 28:18-20).
Você e eu temos a oportunidade de confirmar o pacto com Deus ao sermos fiéis em nossos dízimos e
ofertas e ao reconhecermos que Ele é Senhor de nossa vida e de nossas posses.
Conclusão
Há três dízimos na Bíblia, mas apenas um permanece para sempre. Creio nesse dízimo ministerial que
continua em vigor. Esse primeiro dízimo não depende dos levitas, da lei cerimonial nem da teocracia
israelita. Não há registro de seu início ou de seu fim. Assim como Melquisedeque, ele é um símbolo de
Jesus. O dízimo é associado ao ministério de Jesus que dura enquanto o evangelho for pregado “por todo
o mundo, para testemunho a todas as nações” (Mt 24:14). Aqueles que são fiéis ao ministério de Jesus
também serão fiéis em seus dízimos e ofertas, a fim de confirmar o pacto de santificação e salvação feito
com cada um de nós. Há muitas bênçãos reservadas para o povo fiel de Deus. Você também é convidado
a ser fiel e a receber a aprovação do Mestre quando de Sua volta.
Demóstenes Neves da Silva
Citações
Esse segundo “dízimo” é algumas vezes erroneamente confundido com o primeiro dízimo mencionado nas
Escrituras, mas não é o mesmo.
Eu devolvo o dízimo porque ele é essencialmente ligado ao ministério de Jesus e permanecerá assim
enquanto esse ministério for requerido e estiver ativo na terra para a salvação de pessoas, até a Sua volta.
O dízimo, bem como todas as ofertas, mostra a fidelidade mútua entre Deus e Seus filhos.
Demóstenes Neves da Silva é mestre em Psicologia e possui mestrado em Família e Teologia. Ele se
aposentou em 2017 como coordenador e professor de Teologia na SALT-FADBA, Bahia, Brasil.

TANAKH, A BÍBLIA HEBRAICA ::.


Resgatando a Verdade sobre o Antigo Testamento

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"Resumão" de todos os dízimos


e ofertas da Torá (Lei)
março 23, 2016

Neste artigo, tentarei apresentar brevemente uma visão geral de todas as doações que um israelita fiel que

possuísse terras (colheitas e gado) faria na época em que o Templo em Jerusalém estava em pé. As ofertas

serão detalhadas e seguidas por versículos bíblicos/citações rabínicas para que se confira o que está sendo

dito. Claro que queremos responder à pergunta que milhares de pessoas fazem todos os dias: afinal de
contas, qual era o dízimo de que Malaquias falava? Quem não dá dez por cento de seu salário a um líder

religioso hoje estaria em pecado?

Não há dúvida sobre que os versículos da Torá citados se referem às práticas enumeradas¹. No entanto, a

Torá não dá às ofertas os nomes (exemplo: Ma`asser richon ²— primeiro dízimo). Para organizarmos as

doações de acordo com os nomes que recebem na tradição judaica, recorremos ao Sêfer hamisvot ³.

Algumas ofertas, como os sacrifícios e a pele dos animais queimados em holocaustos, que poderia ser

dada ao sacerdote (descendente de Arão), não foram contadas.

 Enumeremos as ofertas:

Nome da oferta Beneficiário Referências Observações


Mahassit Despesas do Ex 30, 13-16 Esta oferta tinha a
hachéquel – Meio santuário (sêfer hamisvôt, finalidade de fazer a
siclo M. 171) contagem do povo. Só é
válida, naturalmente, na
existência do Templo de
Jerusalém e era anual.
Era a única dada por todas
as pessoas, pobres e ricas!
Terumá guedolá – Sacerdote Dt 18, 4 Era a primeira oferta
Grande oferenda (descendente (sêfer hamisvôt, separada do produto do
de Arão) M. 126) campo (sêfer hamisvot
P.154). Entre 1/40 e 1/60
da produção
Ma`assêr richon – Levitas Nm 18, 24 Separado após a Terumá
Primeiro dízimo (descendentes (sêfer hamisvôt, guedolá, dos produtos do
de Levi) M. 127) campo.
Ma`assêr cheni – Contribuinte Dt 14, 22 ss O próprio contribuinte
Segundo dízimo (sêfer hamisvôt, comia esse dízimo, em
M. 128) Jerusalém apenas. Caso
morasse longe, poderia
converter em dinheiro e
levá-lo para comprar o
que desejasse.
Terumat ma`asser – Sacerdote Nm 18, 26 Dízimo do dízimo, dado
Oferta extraída do (recebe do (sêfer hamisvôt, pelo levita, após receber o
dízimo levita) M. 129) Ma`assêr richon, ao
sacerdote.
Ma`assêr `ani— Pobres Dt 14, 28 Esse dízimo era dado no
Dízimo do pobre (sêfer hamisvôt, terceiro e sexto anos no
M. 130) ciclo de sete anos.
Halá – Oferta de Sacerdote Nm 15, 21 Só válido na Terra de
parte das massas (descendente (sêfer hamisvôt, Israel.
de Arão) M. 133)
Neta` reva`i – Contribuinte Lv 19, 25 Frutos da colheita do
colheita do quarto ano (sêfer hamisvôt, quarto ano no ciclo de
M. 119) sete anos eram levados a
Jerusalém e comidos pelo
ofertante.
Parte de cada animalSacerdote Dt 18, 3 Algumas partes dos
abatido (descendente (sêfer hamisvôt, animais sacrificados eram
de Arão) M. 143) direitos dos sacerdotes.
A primeira tosquia Sacerdote Dt 18, 4 Obrigatório somente em
das ovelhas (descendente (sêfer hamisvôt, Israel
de Arão) M. 144)
Ma`assêr behemá – O Contribuinte, Lv 27, 32 Pela determinação dos
dízimo do gado após oferecer (sêfer hamisvôt, sábios, só deve ser dado
parte no altar M. 78) quando o Templo estiver
em pé.
`Arakhin/ Haramim  Sacerdote Lv 27, 11-12; Havia `Arakhin
–  Avaliações/Coisas (descendente 14; 16; 28 e Haramim de animais,
consagradas de Arão) (sêfer hamisvôt, casas e campos. A pessoa
M. 115, 116, poderia fazer
117, 145) voluntariamente essas
consagrações para o
sacerdote ou para Deus
(Templo).
Pidion haben – Sacerdote Ex 22, 29 Os primogênitos
Dinheiro do resgate (descendente (sêfer hamisvôt, originalmente deveria ser
do primogênito de Arão) M. 80) sacerdotes. O resgate é
uma forma de “eximi-
los”, através da quantia de
cinco moedas.
Pidion péter hamor – Sacerdote Ex 34, 20; 13, O dono do animal poderia
Resgate do (descendente 13 decidir entre matar o
primogênito de um de Arão) (sêfer hamisvôt, jumento ou resgatá-lo,
jumento M. 81) dando um cordeiro,
carneiro ou cabrito ao
sacerdote.
Bicurim – Primícias Sacerdote Ex 23, 19 Só eram separadas as
(descendente (sêfer hamisvôt, primícias (primeiros
de Arão) M. 125) frutos) de sete espécies,
de frutas de Israel, Síria e
Transjordânia estando o
Templo em pé.
Peá – Canto dos Pobres Lv 19, 9 Como obrigação, o
campos (sêfer hamisvôt, mandamento refere-se à
M. 120) Terra de Israel apenas.
Léquet – Espigas Pobres Lv 23, 22 Como obrigação, o
caídas (sêfer hamisvôt, mandamento refere-se à
M. 121) Terra de Israel apenas.
`Olelôt – Cachos de Pobres Lv 19, 10 Como obrigação, o
uva não totalmente (sêfer hamisvôt, mandamento refere-se à
desenvolvidos M. 123) Terra de Israel apenas.
Péret – Uvas caídas Pobres Lv 19, 10 Como obrigação, o
(“bagos”) (sêfer hamisvôt, mandamento refere-se à
M. 124) Terra de Israel apenas.
Chihekhá – Cereais Pobres Dt 24, 19 Como obrigação, o
esquecidos (sêfer hamisvôt, mandamento refere-se à
M. 122) Terra de Israel apenas.
Sedaqá – Caridade Pobres Dt 15, 11; lv 25, Devem-se sustentar os
35-36 pobres em todas as suas
(sêfer hamisvôt, necessidades.
M. 195)

Constatações:

Das vinte e uma ofertas que enumeramos, nove deveriam ser entregues ao sacerdote (descendente de

Arão), que servia no Templo. Uma deveria ser dada aos levitas (descendentes de Levi), que ajudavam os

sacerdotes, sete beneficiariam os pobres, órfãos viúvas e outras pessoas vulneráveis, três ofertas eram

comidas pelo próprio ofertante e apenas o “meio siclo” era usado para as despesas do santuário.

A única contribuição dada por todos, pobres e ricos, era o “meio siclo”, usado para manter as despesas do

Templo de Jerusalém (atualmente inexistente).

Em lugar nenhum de toda a Lei Mosaica existe o conceito de uma pessoa separar 10% de todas as suas

entradas em dinheiro para ajudar nas despesas de templos religiosos ou sacerdotes. O que havia era uma

enorme lista de dádivas separadas pelo produtor de cereais e criador de gado, para diminuir a

desigualdade social e manter os sacerdotes e levitas, que oficiavam no serviço religioso pelo povo. O

assalariado que não tinha gado nem cereais nem frutos não estava obrigado a oferecer o “décimo boi de

seu gado” como sacrifício e comer sua carne, assim como não levaria as primícias, não separaria

a terumá guedolá e depois 10% e depois outros 10%!

Essas ofertas são apresentadas por certas denominações cristãs de forma extremamente simplificada (para

falar a verdade, distorcida), como um dízimo que os israelitas levavam. Nunca existiu tal dízimo, e

sim dízimos e outras ofertas, que eram feitas em um contexto agropecuário, na Terra de Israel, morasse o

judeu onde fosse! O único dízimo que poderia significar dinheiro era o segundo dízimo, unicamente se o
ofertante morasse longe de Israel, para, ao lá chegar, gastar seu dinheiro em comida e bebidas, como está

claro no capítulo 14 de Deuteronômio.

Os dízimos de que Malaquias falava NÃO ERAM apenas 10% do dinheiro dados aos líderes religiosos!

Os líderes religiosos que pedem 10% do dinheiro hoje em dia afirmando que estão cumprindo leis

bíblicas estão enganando as pessoas em benefício próprio. Peço que o leitor compartilhe esse estudo

com todas as pessoas que conhece que estão sendo enganadas neste exato momento no assunto do dízimo.

____________________

¹ Existe um relato no livro apócrifo (ou deuterocanônico) chamado Tobit que expõe como eram

feitos os dízimos e demais ofertas. Compare com o que é afirmado pela tradição rabínica e

reproduzido em nosso artigo:

“E eu me via muitas vezes sozinho para ir a Jerusalém por ocasião das festas, conforme

prescrito em todo Israel por um decreto perene. Eu acudia a Jerusalém com as primícias, os

primogênitos, o dízimo do gado e a primeira tosquia das ovelhas e os dava aos sacerdotes,

filhos de Aarão, para o altar. Eu também dava o dízimo do trigo, do vinho, das azeitonas, das

romãs, dos figos e das demais frutas aos filhos de Levi em serviço em Jerusalém; o segundo

dízimo, eu o tributava em dinheiro e ia apresenta-lo cada ano em Jerusalém. O terceiro, eu o

dava aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros que residiam com os filhos de Israel; eu o trazia e

lho dava de três em três anos, e nós o comíamos de acordo com a prescrição dada a este

respeito na Lei de Moisés e as instruções dadas por Debora, mãe de Ananiel nosso pai (...)”

Bíblia TEB, Tobit 1, 6-8

² Para compreender o sistema de transliteração de termos hebraicos que usamos, leia o

artigo: http://biblia-hebraica.blogspot.com.br/2015/02/sobre-transliteracao.html
CH, por exemplo, deve ser lido COMO EM PORTUGUÊS, chá, por exemplo, e não como em

alemão.

³ Sêfer hamisvot (“livro dos mandamentos”) é uma obra escrita pelo filósofo, médico e grande

rabino Moisés Maimônides (1135 -1204). O livro separa e dá uma pequena explicação para os

613 mandamentos da Torá (Lei de Moisés), usando como fontes o Talmud e midrachim. Pode

ser encontrado em português, na editora e livraria sêfer. Nas citações ao sêfer hamitzvot, “M”

significa Mandamento, e P, Proibição. Não atribuímos aqui qualquer caráter de “cânon” a esse

livro. Apenas o usamos como forma de organizar os mandamentos da Torá.  

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Comentários

1.

Unknown25 de abril de 2017 às 16:27

Contribuiu bastante, parabéns!

RESPONDER

2.
Unknown5 de agosto de 2018 às 18:48

Gostei muito isto mesmo Cristo nunca deu nem mandou dar dízimos.

RESPONDER

1.

Unknown28 de setembro de 2018 às 00:24

Leia Mateus 23.23 e verás que Ele o mestre dos mestres ensinou sim

3.

Quadros3 de janeiro de 2019 às 16:48

Baruch Hashem

RESPONDER

4.

Unknown12 de setembro de 2019 às 17:21

AGRADEÇO ESSA EXPLICAÇÃO QUE SÓ CORROBORA PARA ESCLARECER A FALACIA CONTADA


PELOS RELIGIOSOS ATUAIS SEI QUE TODA REGRA TEM EXCEÇÕES QUE SÃO RARAS.
SHALOM.
MAKTUB.
AUTRUISTA7;

RESPONDER

5.

Unknown12 de setembro de 2019 às 17:58

AGRADEÇO ESSA EXPLICAÇÃO QUE SÓ CORROBORA PARA ESCLARECER A FALACIA CONTADA


PELOS RELIGIOSOS ATUAIS SEI QUE TODA REGRA TEM EXCEÇÕES QUE SÃO RARAS.
SHALOM.
MAKTUB.
AUTRUISTA7;

RESPONDER

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