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1º- O DÍZIMO DE ABRAHÃO AO SACERDOTE (Gn.14:18-24). Abrahão deu "dízimo" ao sacerdote Melquisedeque. E deu mesmo.
Deu dízimo a Malki-Tzadek (Melquisedeque) sacerdote e rei de Salém, como forma de agradecimento pela vitória que teve numa
batalha. Do que restou, Abrahão tirou a parte dos homens do seu exército (despojo de guerra) e o resto deu TUDO para o rei de
Sodoma, "juro que, desde um fio até a correia dum sapato não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu
enriquecí a Abrão" (Gn.14:22-23). Depois disso, ou antes disso, Abrahão nunca havia dado dízimo, nem continuou.
2º – O VOTO DE JACÓ (Gn.28:20-22). Jacó fez um voto a Deus que daria dízimo se Deus o prosperasse, e fosse com ele em
tudo. Deus atendeu e abençoou Jacó. Mas Jacó só pagou esse voto 20 anos depois que retornou da Mesopotâmia (Padã-Harã).
Detalhe1: nem Abrahão, nem Jacó, nenhum deles repetiu essa prática em suas vidas.
Detalhe2: dízimo diz respeito ao que se adquire como produto de renda (salários, gratificações, gorjetas, etc). No caso de Abrão,
não se pode falar de dízimo, prq tudo que ele arrecadou foi produto de saque em decorrência de vitoria em guerra, que se chama
"direito do vencedor aos despojos". O que se pode deduzir disso, esses exemplos de Abrahão e Jacó, na verdade são votos e não
cumprimento de mandamento, até prq ainda não existia nenhum mandamento de Deus nesse sentido.
3º- PALAVRAS DE JESUS NOS EVANGELHOS A RESPEITO DO DÍZIMO. As pessoas se confundem. Os evangelhos apesar de
estarem inseridos na parte da bíblia chamada Novo Testamento, eles narram fatos que ocorreram ainda na antiga aliança, ou seja,
ainda vigorava o Velho Testamento. Porque ainda existia o templo, o sumo sacerdote, e os levitas. E Jesus como bom judeu,
jamais deixaria de cumprir a Lei. Portanto, o culto nessa época ainda obedecia as regras da Lei de Moisés. E aí se inclui o dízimo,
porque era parte do culto. Teologicamente, a nova aliança só vai ter início após a morte de Jesus, e não durante sua vida. Mais
especificamente, depois do derramamento do Espírito Santo, ou seja, no dia de pentecostes. Ali sim, tem início à nova aliança. O
que ocorre na nova aliança. Jesus não revoga a antiga. Sobre isso os textos principais são Mt.5:17 e Jo.19:30. A palavra “cumprir”
de Mt.5:17 tem o mesmo sentido etimológico da palavra “consumado” de Jo.19:30. A palavra “cumprir” no grego é “pleroo”, que
significa “encher completamente, concluir, satisfazer”. Já a palavra “consumado” no grego é “teleo”, que significa “terminar, concluir,
realizar”. A raiz primitiva de “teleo” é “tellos” que significa “conclusão de um ato, ou de uma condição. De forma que
semanticamente, “teleo” é sinônimo de “pleroo” e vice-versa. O que Jesus estava dizendo em “cumprir” e “consumado”, era que Ele
absorveu todas as exigências da Lei Nele. Ele se tornou tudo aquilo que a Lei exigia nos seus 613 mandamentos. A nova aliança
em Cristo, significa que todo aquele que o recebe como único e suficiente salvador, tem em Jesus tudo aquilo que deveria a Deus
pela Lei. E aí se inclui o dízimo, como pagamento, devolução a Deus de parte de tudo quanto se possuia. E tanto é verdade que,
no ano 50, o primeiro concílio da Igreja reconheceu, e assim decidiu seu chefe, o Apóstolo Tiago (irmão do Senhor): “Pelo que julgo
que não se deve perturbar aqueles dentre os gentios que se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das
contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em
cada cidade quem o pregue e cada sábado é lido nas sinagogas”.... Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais
encargo algum... - At. 15:19-28”. Além desses argumentos, logo depois, no ano 70, o general Tito invadiu Jerusalém, depois de um
cerco militar, e destruiu completamente a cidade, juntamente com o templo de Herodes. Além de estar em pleno vigor a nova
aliança, feita por Jesus, no seu sacrifício, a partir da vinda do Espírito Santo, com a destruição do templo de Herodes e com a
deportação dos judeus para Roma como escravos, nenhuma forma havia de se cumprir a Lei de Moisés quanto às regras acerca
do dízimo, porque o único lugar em que se poderia entregar o dízimo seria perante o Senhor, isto é, no templo (muito menos em
sinagoga).
4º- MALAQUIAS. O livro de Malaquias (Malakhi, mensageiro) foi escrito num período da antiga aliança, aproximadamente 100
anos depois que os judeus regressaram do cativeiro babilônico. O contexto econômico-social era de caos e miséria. Mesmo depois
de regressarem da deportação, os judeus continuaram debaixo do domínio do império Persa. A situação econômica era muito
difícil. Pagavam pesados tributos, eram oprimidos, enfrentavam seca e escasses de coisas básicas. Diante desse quadro o
desânimo tomou conta do povo. O culto era extremamente formal, prq não se tinha mais a arca da aliança. A geração que não foi
deporada e que ficou na Jerusalém destruída, viveu na mais absoluta miséria. Logo morreram. A geração que veio depois, não
conheceu o esplendor do templo de Salomão, nem foi introduzido nos feitos e maravilhas do Deus de Ysrael. Já nasceram em
plena miséria e sofrimento. Era só o que eles conheciam. O Deus de seus pais, era um Deus apenas de nome. Essas
circunstâncias acarretaram o esfriamento do amor pelas coisas de Deu. O povo se voltou para a busca dos seus p róprios
interesses. É nesse contexto que Deus levanta o profeta Malaquias. Apesar de tanta dificuldade, a mensagem teve que ser dura:
“O filho honra o pai e o servo ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra. Se eu sou senhor, onde está a minha
reverência” (Ml.1:6). Teologicamente esta mensagem nada tem a ver com a Igreja dos nossos dias. Ela foi enviada e dirigida
especialmente para Israel: “Porque eu o Senhor não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, mnão sois consumidos. Desde os dias
de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes...” (Ml.3:6). A expressão “filhos de Jacó” e “dias dos
vossos pais”, deixa bem claro que é com Israel que Deus está falando e não com a Igreja dos nossos dias.