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Dízimo:

A Graça da Liberalidade

Escola Dominical - IPJG


Presb. Geraldo M. B. Valim
30 de setembro de 2012
Dízimo

É assim que o Rev. Júlio Andrade


Ferreira deu o título de seu livro
sobre o assunto:
“A GRAÇA DA LIBERALIDADE: O
DÍZIMO CRISTÃO”

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Dízimo

Quem quiser aprender sobre o dízimo


cristão deve ler esse livro, pequeno e de
fácil leitura. Aqui nos vamos fazer uma
introdução ao tema. Não vamos discutir
temas que são pertinentes, como
barganhar com Deus (como se isso fosse
possível) ou qualificar-se perante Deus
pelas doações.
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Dízimo

Mais de uma vez já ouvi sermões


sobre dízimo. Via de regra o texto é
Malaquias 3:8-12 ou Mateus 23:23.

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Dízimo

Roubará o homem a Deus? Todavia, vós


me roubais e dizeis: Em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, vós, a nação
toda. Trazei todos os dízimos à casa do
Tesouro, para que haja mantimento na
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Dízimo

minha casa; e provai-me nisto, diz o


SENHOR dos Exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu e não derramar
sobre vós bênção sem medida. Por
vossa causa, repreenderei o devorador,
para que não vos consuma o fruto da
terra; a vossa vide no campo não será
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Dízimo

estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.


Todas as nações vos chamarão felizes,
porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o SENHOR dos Exércitos.

Malaquias 3:8-12

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Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas,


porque dais o dízimo da hortelã, do endro
e do cominho e tendes negligenciado os
preceitos mais importantes da Lei: a
justiça, a misericórdia e a fé; devíeis,
porém, fazer estas coisas, sem omitir
aquelas!
Mateus 23:23
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Geralmente dizem que esses 10% nos


devemos a Deus. Será? Ou o dízimo
não se aplica a nós hoje? O destino do
dízimo no VT, onde Malaquias se insere,
era conhecido. E hoje, para onde vai?
Podemos determinar o que, quanto e
para onde contribuímos?
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A Lei no VT estabeleceu um sistema


social bem complexo para Israel, com
muitas oportunidades para doações.
Havia os 10% anuais da renda ou da
produção que eram dados ao Senhor.

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Esses 10% iam para os levitas e


sacerdotes, que serviam a
comunidade servindo ao Senhor. Esse
dízimo permitia a eles um trabalho
de tempo integral nesse ministério.

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Havia também os sacrifícios. Parte


dos animais e cereais oferecidos era
queimada, mas parte era dada aos
sacerdotes e parte ficava com o que
oferecia o sacrifício.

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Havia sacrifícios especiais, para


ocasiões especiais, ou para pecados
específicos, ou por ações de graças,
que não seguiam essa regra.

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Mais tarde na história surgiram as


contribuições para construir manter,
reformar e municiar o templo de
Jerusalém. Na época de Jesus havia
uma “taxa” do templo, arrecadada
de todos os judeus.

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Outro elemento importante nas


doações da época eram as
“esmolas”, o auxilio aos
necessitados. Os israelitas eram
encorajados a dar generosamente
aos pobres, como um ato religioso no
qual Deus se agradava.
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É esse o espírito do Provérbio19:17

Quem se compadece do pobre ao


SENHOR empresta, e este lhe paga o
seu benefício.

Provérbios 19:17

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Além disso, havia as peregrinações a


Jerusalém, com o custo extra dos
sacrifícios e da troca de moedas pelo
shekel de Tiro, que era a moeda do
Templo, e os custos da sinagoga
local.

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No total, um autor chamado


Lawrence Richards, do Dallas
Theological Seminary, diz que uma
família chegava a gastar 30% de sua
renda, e não 10%! Mesmo que haja
aqui um exagero, gastava-se mais
do que apenas os 10%.
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Mas devemos lembrar que o governo


central de Israel nunca considerou
sua obrigação cuidar do bem-estar
social de seus cidadãos, e também
não cobrava por isso.

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Esperava-se de cada um que tivesse


condições que auxiliasse os mais
desafortunados. Mas não os ociosos.
Envolve critérios!

Vai ter com a formiga, ó preguiçoso,


considera os seus caminhos e sê sábio.
Provérbios 6:6
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E pela leitura da Bíblia, e da história,


observamos que nenhuma geração, e
muito poucos indivíduos, foram tão
generosos como Deus pedia para
serem.
E então voltamos ao texto citado
anteriormente, Malaquias 3:8-12
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Roubará o homem a Deus? Todavia, vós


me roubais e dizeis: Em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, vós, a nação
toda. Trazei todos os dízimos à casa do
Tesouro, para que haja mantimento na
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minha casa; e provai-me nisto, diz o


SENHOR dos Exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu e não derramar
sobre vós bênção sem medida. Por
vossa causa, repreenderei o devorador,
para que não vos consuma o fruto da
terra; a vossa vide no campo não será
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estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.


Todas as nações vos chamarão felizes,
porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o SENHOR dos Exércitos.

Malaquias 3:8-12

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E, agora citando o Rev. Júlio, se o


entendimento for superficial, pode-se
concluir que quem não dá o dízimo
zomba do Senhor, e é amaldiçoado,
em contraste com quem o dá e que
tem a prosperidade garantida.

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Esse é o teor de muitos sermões. O


Rev. Júlio esclarece que não é assim.
Os contemporâneos de Malaquias
estavam sob a lei. Nós não. Além do
fato da passagem referir-se também
a ofertas, além dos dízimos.

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Mas nós vivemos sob a GRAÇA! E há


diferenças radicais na abordagem do
assunto no Novo Testamento. As
pregações sobre Mateus 23:23
geralmente são para dizer o
contrário, que nada mudou, e que no
quesito dízimo continuamos sob a lei.
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Mas basta lembrarmos que o fariseu


de Lucas 18:9-14 dava o dízimo e
tudo mais, e nem por isso escapou
da condenação.

“Propôs também esta parábola a


alguns que confiavam em si mesmos,
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por se considerarem justos, e


desprezavam os outros: Dois homens
subiram ao templo com o propósito
de orar: um, fariseu, e o outro,
publicano. O fariseu, posto em pé,
orava de si para si mesmo, desta
forma: Ó Deus, graças te dou porque
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não sou como os demais homens,


roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano;
jejuo duas vezes por semana e dou o
dízimo de tudo quanto ganho. O
publicano, estando em pé, longe, não
ousava nem ainda levantar os olhos
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ao céu, mas batia no peito, dizendo:


Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado
para sua casa, e não aquele; porque
todo o que se exalta será humilhado;
mas o que se humilha será exaltado.
Lucas 18: 9-14
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A situação dos cristãos, desde os


primórdios do cristianismo, é outra.
Não tem que manter o templo, e não
existe uma classe sacerdotal especial
para o dízimo. O dar, e o quanto dar,
é obrigação e vontade de cada
cristão individualmente.
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E vemos isso na igreja descrita no


NT, que dava e fazia isso
generosamente.

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No quadro que podemos fazer dessa


igreja do NT vemos que não havia
uma casta sacerdotal, mas os que se
dedicavam de tempo integral a igreja
tinham direito a apoio financeiro,
como fazemos hoje.

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Nesse caso específico, nossa igreja


tem alguns critérios, respeitando o
direito dos que se dedicam tempo
integral como Paulo diz em
I Corintios 9:14

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Assim ordenou também o Senhor


aos que pregam o evangelho que
vivam do evangelho;

I Corintios 9:14
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Paulo mesmo tinha esse direito, mas


preferia viver de sua profissão de
construtor de tendas (e possivelmente
de velas para navios), e de
contribuições de congregações
distantes, para enfatizar que não era
como não é, uma questão de alguém
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ganhar um salário para ter cuidado


de uma congregação, mas sim de um
cuidado do povo de Deus para com
os que gastam seu tempo a serviço
deles mesmos. Essas pessoas,
pastores, missionários, etc, não são
“empregados” da igreja.
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Aliás o pastor não recebe salário, mas


sim o que chamamos de “côngrua”
(que significa ‘porção’, ou seja, a parte
que cabe ao pastor do tanto que as
comunidades tem.), justamente para
fazer essa distinção.

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No nosso caso, o presbitério fixa um


valor, baseado em um nível médio do
custo de vida e dos ganhos da
comunidade onde está o presbitério,
para ser o mínimo a ser pago a um
pastor.

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Se um determinado pastor desse


presbitério fica, por qualquer razão, sem
igreja para pastorear, o presbitério
designa um campo de trabalho a ele
(uma congregação presbiterial, um
ponto de pregação, atividade
didática ...), pagando essa côngrua
mínima.
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Já nas diferentes igrejas, a partir


dessa côngrua básica do presbitério,
o conselho faz um calculo da
possibilidade financeira da igreja para
ajustar esse valor, afim de que o
pastor não fique nem defasado

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nem acima de sua comunidade em


termos de padrão de vida. Fique na
média, nem menos nem mais. Esse
valor inicial é o básico dessa igreja, e
é ajustado para cada função,
levando-se em conta a complexidade

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e a responsabilidade de cada uma, e


acrescentando, no caso de nossa
igreja, alguns extras, como um valor
anual de estudos de
aperfeiçoamento, despesas de
locomoção, plano de saúde, e outras.
Como está em Gálatas 6:6
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Mas aquele que está sendo


instruído na palavra faça
participante de todas as coisas
boas aquele que o instrui.

Gálatas 6:6
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O ensino do NT sobre a graça da


liberalidade está, de maneira mais
didática, em II Corintios, capítulos 8
e 9.

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Nos versículos 8:13-15 está o ensino


de se dar como resposta a uma
necessidade.
“Porque não é para que os outros
tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas
para que haja igualdade, suprindo a
vossa abundância, no presente, a falta
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daqueles, de modo que a abundância


daqueles venha a suprir a vossa falta,
e, assim, haja igualdade, 8.15 como
está escrito: O que muito colheu não
teve demais; e o que pouco, não teve
falta.”
II Coríntios 8: 13-15
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Não é um principio de igualdade


social, tipo Robin Hood, mas de
necessidade. Se houver uma
necessidade, por infortúnio qualquer,
ou por outra premência, o cristão é
chamado a repartir.

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O princípio não é a igualdade de


rendas, mas a medida da, como se
dizia antigamente, da precisão, para
compartilhar as graças recebidas.

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A graça da liberalidade está


fundamentada no relacionamento
com Deus, como vemos em II
Coríntios 8:1-9
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer
a graça de Deus concedida às igrejas da
Macedônia; porque, no meio de muita
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prova de tribulação, manifestaram


abundância de alegria, e a profunda
pobreza deles superabundou em grande
riqueza da sua generosidade. Porque
eles, testemunho eu, na medida de suas
posses e mesmo acima delas, se
mostraram voluntários, pedindo-nos,
com muitos rogos, a graça de
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participarem da assistência aos santos.


E não somente fizeram como nós
esperávamos, mas também deram-se a
si mesmos primeiro ao Senhor, depois a
nós, pela vontade de Deus; o que nos
levou a recomendar a Tito que, como
começou, assim também complete esta
graça entre vós. Como, porém, em
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tudo, manifestais superabundância,


tanto na fé e na palavra como no saber,
e em todo cuidado, e em nosso amor
para convosco, assim também abundeis
nesta graça. Não vos falo na forma de
mandamento, mas para provar, pela
diligência de outros, a sinceridade do
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vosso amor; pois conheceis a graça de


nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo
rico, se fez pobre por amor de vós, para
que, pela sua pobreza, vos tornásseis
ricos.”
II Coríntios 8: 1-9

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Cristo mesmo é o modelo. Sabendo


que somos Dele, e seus seguidores, e
portanto procuramos suprir as
necessidades dos outros irmãos, o
corpo de Cristo, sua igreja.

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A graça da liberalidade é uma


expressão de confiança em Deus.

“E isto afirmo: aquele que semeia


pouco pouco também ceifará; e o que
semeia com fartura com abundância
também ceifará. Cada um contribua
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segundo tiver proposto no coração, não


com tristeza ou por necessidade;
porque Deus ama a quem dá com
alegria. Deus pode fazer-vos abundar
em toda graça, a fim de que, tendo
sempre, em tudo, ampla suficiência,
superabundeis em toda boa obra, como
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está escrito: Distribuiu, deu aos pobres,


a sua justiça permanece para sempre.
Ora, aquele que dá semente ao que
semeia e pão para alimento também
suprirá e aumentará a vossa sementeira
e multiplicará os frutos da vossa
justiça, enriquecendo-vos, em
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tudo, para toda generosidade, a qual


faz que, por nosso intermédio, sejam
tributadas graças a Deus.

II Coríntios 9: 6-11

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Se tomarmos consciência de que


nossas necessidades são supridas em
Deus, ficamos mentalmente livres
para dar generosamente, e assim nos
tornarmos canais de bênçãos aos
outros.

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O dar é um ato livre e espontâneo de


amor.
“Não vos falo na forma de
mandamento, mas para provar, pela
diligência de outros, a sinceridade do
vosso amor; pois conheceis a graça de

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nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo


rico, se fez pobre por amor de vós, para
que, pela sua pobreza, vos tornásseis
ricos.”
Coríntios 8: 8-9

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Deus não determina nem um mínimo


nem um máximo, nem exige uma
determinada proporção de nossa
renda (quem faz isso é a receita
federal). O texto mostra que Ele quer
uma resposta livre, não por mera
obrigação.
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Fica claro que não se quer


contribuições de má-vontade. Dar
com alegria uma porção que nós
mesmos determinamos por causa do
amor de Cristo é ponto básico no
Novo Testamento.

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Mas somos confortados por Deus,


pois mesmo não sendo essa a
determinante da contribuição, Ele vai
preencher todas as nossas
necessidades. Sem ser uma lei,
somos lembrados de que o generoso
será tratado generosamente.
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A oferta não se dá por impulso:


“Acerca do irmão Apolo, muito lhe tenho
recomendado que fosse ter convosco em
companhia dos irmãos, mas de modo algum
era a vontade dele ir agora; irá, porém,
quando se lhe deparar boa oportunidade.”
I Corintios 16:2

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O dar é determinado pela


necessidade, mas estar preparado
para dar é uma questão de disciplina,
como Paulo ensina.

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Visto o ensino bíblico, voltemos às


perguntas iniciais:
Podemos determinar o quanto
contribuímos?

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O dízimo é nossa referência, uma


maneira prática de ordenar as
contribuições, mas a pergunta
continua válida.

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Porque, se eu der o dízimo por


obrigação, por lei, estarei violando a
minha consciência cristã, mas se eu
der apenas o dízimo posso estar
violando essa mesma consciência
cristã.

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O Reverendo Júlio em seu livro


responde da seguinte forma:

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“Era preciso matar o dízimo legal e


farisaico para fazer nascer o DÍZIMO
CRISTÃO. O domingo é nosso
sábado; o batismo a nossa
circuncisão; a ceia é a nossa páscoa;
a cruz é o nosso altar”.
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A graça da GENEROSIDADE é o
meu dízimo. É o dízimo cristão.
E ele complementa:

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“Quanto?
Dê primeiro seu coração a Cristo.
Depois, não direi eu a você, mas
você a mim,
o QUANTO do dízimo cristão”.

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