Você está na página 1de 2

COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO DE NOVOS DISCÍPULOS

“Apelo em favor de meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso”.
(Filemom v10)
“Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que Cristo seja formado em
vocês”. (Gálatas 4:19)

Introdução

Quem estaria disposto a abraçar novos problemas quando se tem os próprios? Por que investir em
pessoas que não se tem certeza que darão resultados reais? Como chamar de filho alguém que tem o
histórico de maus costumes?
Quando o coração foi alcançado pela misericórdia divina, o que mais sentimos, é o desejo de
compartilhar a salvação que nos alcançou. Foi exatamente o que aconteceu com Paulo e Onéssimo.
O processo para formar discípulos não é tão simples. Pelo contrário, quem buscar fazer cumprir o
propósito de Deus na sua vida, tem que está ciente das aflições, dificuldades, problemas e questões que
precisam ser resolvidas. Paulo estava em um momento de dificuldade na sua vida, mas não se ateve as
circunstâncias. Mesmo preso, apresentou Cristo a Onéssimo.
O processo de formação de um discípulo é semelhante à geração de uma criança – guardando a
devida proporção. Precisamos aprender com a natureza. Quando a “semente” encontra um   coração
receptivo, ela nasce (veja l Pedro 1.23). A nova vida que surge, necessita de cuidados, para que cresça, se
desenvolva e produza muito para Deus. Sejamos, pois, o discipulador que o Senhor deseja usar!

1. “Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto...” – Discipulador precisa


sentir as dores do parto.

Gerar um filho é bem semelhante – no princípio – à formação de um discípulo. Entretanto, é  


importante observarmos todos os procedimentos para se gerar um discípulo sadio, por exemplo: * tempo
adequado, nutrição balanceada, espaço, acompanhamento, estímulo, proteção (intercessão) etc.
– A “reação” do recém-nascido depende do elemento sobrenatural (“mas o crescimento veio, de
Deus”; veja I Coríntios 3.6), por isso é necessário dar o devido tempo, para a assimilação de   todas as
informações (ensino sistemático da Palavra). Nesse ponto, o discipulador permeia o seu trabalho com
intercessão diligente pelo seu discípulo; como Paulo fazia com frequência:

“Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra.
Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio
do seu Espírito, para que Cristo habite no coração de vocês mediante a fé; e oro para que, estando
arraigados e alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a
largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo
conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus”. (Efésios 3.14-19)

1.1 – Onéssimo era tipo de pessoa que ninguém queria perto


Onésimo era escravo de Filemom e lhe pertencia por direito legal. Depois de roubar seu dono fugiu
para uma terra distante, atrás de liberdade e ter suas próprias experiências. Com este ato irresponsável
poderia ser punido e sofrer sérias conseqüências.
É possível que Onésimo tenha sido colocado na mesma prisão onde estava o apóstolo Paulo, em
Roma. É nesse lugar solitário que o apóstolo Paulo lhe apresenta a salvação que vem de Jesus Cristo.
Regenerado, Onésimo passa a servir a o apóstolo como uma nova criatura em Jesus.
A evangelização é o início do processo. Se faltar acompanhamento, todo trabalho será em vão. Quem
atende ao chamado do evangelho, torna-se “filho espiritual” daquele que o evangelizou (veja I Timóteo 1.2)
e discipulou.

Paulo compara a preocupação, o empenho, o trabalho de um discipulador como uma mulher em


trabalho de parto. Em muitos casos, falta esse “sentimento materno” na maioria dos corações, pois uma mãe
não desiste – por nada – do filho que ama

"Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho
que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você! (Isaías 49.15).

O COMPROMISSO É O PRIMEIRO PASSO PARA QUE VOCÊ GERE NOVOS DISCÍPULOS!

Paulo poderia deixar Onéssimo de lado, tendo em vista já ter tantos problemas pessoais. Poderia
deixá-lo porque Onéssimo era considerado um criminoso, fora da lei. Mas, a reação dele foi contrária, logo
se encontraram, o desejo de tornar Cristo conhecido e apresentá-lo a outras pessoas falou muito mais alto.

2. “... meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso”

Onésimo é um belo exemplo de um discípulo bem “gerado”. Curiosamente seu nome significa “útil”;
e é precisamente esse o objetivo do discipulado, tomar o novo crente um “cooperador”, um vaso de honra
para Deus usar em sua obra. Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de
Deus. (I Coríntios 3.9).
O discipulado visa ao “aperfeiçoamento” do novo crente (Efésios 4.12), e este termo no grego,
katartismos, traz o sentido de treinar, formar, preparar para o ministério ou serviço cristão (por exemplo: a
evangelização).
– É verdade que nem todo discípulo responde ao treinamento de igual maneira. No colégio apostólico
de Jesus, por exemplo, três dos seus discípulos se destacavam, Pedro, Tiago e João. Será que eram mais
interessados? Ou Deus os escolheu para uma tarefa especial?
Cada pessoa Deus usa de acordo com a sua capacidade e sua vocação. Mas, uma coisa é certa, todos
somos chamados a gerar discípulos, e o primeiro passo e o compromisso.

Conclusão: A dor de Paulo demonstrada na expressão “sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em
vós” (Gálatas 14.19), revela sua tristeza pelo distanciamento do genuíno evangelho de Cristo por parte de
muitos crentes da Galácia. Esse afastamento ocorreu principalmente por meio de heresias (1.6), que se
introduziram no meio da Igreja, por intermédio de falsos crentes. Então manter a pureza bíblica na vida do
novo crente é fundamental. Isso se consegue através do ensino sistemático e perseverante das doutrinas do
cristianismo (veja Mateus 28.20), e isso é o mesmo que “incutir” na mente do discípulo as leis de Deus
(Deuteronômio 6.7). O que for feito no começo da vida cristã garantirá segurança na continuidade da fé
(Provérbios 22.6). 

Você também pode gostar