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TEXTO-BASE
Tudo posso naquele que me fortalece. (Fp 4:13 – NVI)
INTRODUÇÃO
Em um mundo em que as pessoas estão cada vez mais decepcionadas – e,
consequentemente, mais obcecadas pela felicidade –, o consumismo, o ativismo, o
materialismo, a libertinagem e o hedonismo imperam como tentativas de trazê-la. No
entanto, o resultado de tudo isso só gera mais frustração e insatisfação. Na busca incessante
pela felicidade, o contentamento tem aparecido, por vezes, como um dos ingredientes
indispensáveis para um estado de felicidade e satisfação.
Já na época de Paulo, o estoicismo, escola filosófica fundada por Zenão na Grécia, no
século III a.C, também ensinava o contentamento como um modo de ser feliz. No trecho
final de sua carta aos filipenses (Fp 4:10-23), fica evidente que o apóstolo era versado na
arte do contentamento. Contudo, como estudaremos, o contentamento cristão difere do que
os estoicos ensinavam e da maneira como ele é entendido hoje em dia.
4. Qual o outro segredo que envolve a arte do contentamento e que é apontado por
Paulo em Fp 4:19-20? Fundamente-se no item 2.
2. Descansar na providência: Os filipenses tinham uma longa parceria nas tribulações de
Paulo (Fp 4:14). O ajudavam desde que se converteram, na época em que o apóstolo
anunciou as boas novas na região da Macedônia (At 16:9-12; 17:1-9). Paulo lhes dera o
precioso evangelho de Cristo, e eles em uma atitude de amizade e de amor reciproco,
ofertaram-lhe recursos materiais para sustentar o seu ministério na Tessalônica (Fp 4:15-
16).
Na verdade, a comunidade de Filipos era a única igreja de que temos notícia que apoiava
financeiramente Paulo (Fp 4:15; 2 Co 11:8-9). Já em sua época havia religiosos que
exploravam fiéis. Paulo absteve-se de salário para não ser mal compreendido, trabalhando
para ter o seu próprio sustento (1 Ts 2:1-10; 2 Ts 3:7-10; 2 Co 12:14-15). Por isso
escreve: Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de
vocês (Fp 4:17 – NVI).
A ideia de ser “creditado” na conta é uma metáfora comercial. Significa que os filipenses
ao ajudarem Paulo acumularam crédito, dando mais do que este poderia lhes retribuir,
estando agora Paulo em dívida para com eles. Ele compara a ajuda material dos filipenses
(Fp 4:18) com os sacrifícios aprazíveis oferecidos a Deus (Gn 4:4; 8:21; Lv 1:9,13,14). O
que fizeram ao ajudar Paulo, na realidade, tinham feito ao próprio Senhor (Pv 19:17; Lc
10:25-37; Mt 25:35-45; 1 Jo 3:17).
A reciprocidade era marca indelével da verdadeira amizade na cultura greco-romana do
primeiro século. Tendo recebido dos filipenses suprimentos para suas necessidades e não
possuindo condições materiais de dar algo aos seus queridos irmãos, Paulo afirma que Deus
assumiria sua dívida recompensando-os em seu lugar: O meu Deus suprirá todas as
necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus (Fp
4:19 – NVI).
Deus pode assumir a dívida de gratidão de Paulo porque sendo Criador e Senhor soberano
sobre tudo, é o possuidor absoluto do que existe. É por meio de Cristo, de sua riqueza e
glória divinas, que os filipenses seriam supridos (Rm 8:32). O apóstolo descansa na
providência divina! Vê Deus agindo por trás do palco da história, suprindo suas
necessidades, pela igreja de Filipos. Isto lhe dá a certeza de que igualmente iria suprir as
necessidades de seus irmãos.
Isso faz com que Paulo explodisse em louvor em uma bela doxologia dirigida a Deus
Pai: Agora, toda a glória seja a Deus, nosso Pai, para todo o sempre! Amém (Fp 4:20 –
NVI). Por meio de Cristo, Paulo, os filipenses e qualquer um que recebe o Filho unigênito,
pode chamar Deus de “nosso Pai” (Jo 1:12). Sua adoração é o grato reconhecimento de que
Deus, o Pai, age pelo seu Filho e seu Espírito, suprindo suas necessidades e cuidando em
todo momento.
Este é o outro segredo do contentamento de Paulo: descansar na providência de Deus, o que
gera gratidão e adoração. Alegre, ele se despede de sua igreja amiga, saudando-os e
enviando os cumprimentos dos cristãos que estavam com ele, especialmente dos que
pertenciam à casa do imperador César (Fp 4:21-23). De suas formidáveis e derradeiras
palavras finais, aprendemos os segredos que envolvem a arte do contentamento!
Conceitos importantes
Na introdução da lição são citados cinco conceitos ligados à uma busca compulsiva pela felicidade, a
ideia de trazê-los à aula, é embasar o professor (a) na explicação. O professor (a) pode começar a aula
perguntando como os alunos definem esse comportamento.
Ativismo: Ativismo é uma palavra usada na Lição Bíblica, com o sentido de excesso de atividade, que
vê a necessidade do descanso, como algo negativo, com vistas a produtividade exagerada em busca
de lucratividade.
Materialismo: “(…) Doutrina, teoria ou princípio segundo o qual a matéria física é a única realidade, e
que por meio dela se explica a existência dos seres, processos e fenômenos. (…) Atitude que leva à
aquisição de bens e ao cultivo do conforto, em detrimento de objetivos culturais, espirituais ou
intelectuais.” (Materialismo. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/G9pKx/materialismo/)
Libertinagem: “ (…) Vida de libertino; Depravação de costumes; Desrespeito às religiões e aos seus
rituais”. (Libertinagem. Disponível
em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/libertinagem)
Hedonismo: “O hedonismo é uma corrente da filosofia que compreende o prazer como bem supremo
e a finalidade da vida humana. Nesse sentido, o Hedonismo encontra na busca pelo prazer e na
negação do sofrimento os pilares para a construção de uma filosofia moral em vista da felicidade.”
(Hedonismo. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/hedonismo/)
Este tipo de contentamento tende a falhar, pois ninguém pode satisfazer-se com o
sofrimento ou a necessidade em si mesmas, nem encontrar apenas em si a plena satisfação.
Paulo conseguia estar contente em toda situação, pois possuía algo que transcendia todas as
circunstâncias: Jesus (Fp 4:13). Cristo era o bastante para ele! Ele lhe dava forças e
contentamento ao coração, mesmo nos piores momentos. Nada nesta vida pode trazer
contentamento pleno a não ser Cristo!
5. Explique porque apenas em Cristo podemos encontrar pleno contentamento para o
coração humano. Você possui alguma experiência pessoal que pode exemplificar este
ponto?
2. Aprenda a arte do contentamento: encontre descanso em Cristo!
Quem olha apenas para o que perdeu fica magoado. Quem não obtém o que deseja, se
frustra. Quem se fixa naquilo que não tem se ressente. É a pulsante e contínua ânsia pelo
que não se tem que gera pessoas aflitas, caçadoras frustradas da felicidade. É a ganância, a
inveja, o ressentimento e a decepção que agitam as águas dos corações humanos, fazendo
girar o moinho do materialismo, hedonismo e consumismo de nossa sociedade.
Paulo podia estar contente com o que tinha, pois sabia que seu Pai estava cuidando dele.
Até quando faltou comida, bebida, roupas e saúde, nunca lhe faltou a presença de Cristo e
seu fortalecimento (Fp 4:11-13). A arte do contentamento envolve descansar na providência
de Deus (Fp 4:18-20). Descanse nesta verdade: Deus também lhe proverá o que é realmente
necessário para sua vida, mesmo nos piores momentos (Sl 23:1,4; Mt 6:8; 1 Pe 5:7).
DESAFIO DA SEMANA
Não é nada incomum encontrar pessoas frustradas, ressentidas, e decepcionadas com suas
vidas, que reclamam de sua “sorte”, daquilo que gostariam de ter e que não possuem.
Também existem aqueles que se esforçam se extenuam no trabalho, para conquistar seus
sonhos de riqueza e sucesso, movidos, contudo, por ganância e cobiça corrosivas.
Por fim, tantos outros correm atrás do prazer fugaz que encontram na promiscuidade,
consumismo, em festas e bebedices, enfim, em um estilo de vida hedonista e supérfluo,
almejando genuíno contentamento. Seu desafio é, em seu trabalho, família ou faculdade
procurar encontrar modos de apresentar Jesus, a única fonte genuína de contentamento, a
essas pessoas!
MOMENTO MISSIONÁRIO
Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo
maltratados, como se fossem vocês mesmos que o estivessem sofrendo no corpo (Hb 13:3)
Quando uma pessoa na Líbia* deixa o islamismo para seguir a Cristo, enfrenta uma imensa
pressão por parte da família para renunciar à fé. Seus vizinhos e todo o resto da comunidade
a isolam e ela pode ser deixada sozinha, sem casa e emprego. Se um cristão líbio
compartilha sua fé com mais alguém, provavelmente será denunciado, preso e enfrentará
punições violentas. O país não tem um governo central, então as leis não são aplicadas de
forma uniforme, deixando cristãos em perigo evidente e risco de perseguição pública.
Sequestros e execuções são sempre uma possibilidade para cristãos. Para estar seguro, um
cristão na Líbia deve ser um cristão secreto.
ORE
Ore pelos cristãos no país e peça a Deus para trazer estabilidade para a Líbia por meio de
um governo que se esforça para cumprir a lei e tornar a nação um lugar melhor. Deus
mantém o coração dos reis em suas mãos.