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Filipenses 4.1-7.

1 – Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e


coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.

2 – Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor.

3 – E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes


essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente,
e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.

4 – Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.

5 – Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o


Senhor.

6 – Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições


sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com
ação de graças.

7 – E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os


vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

INTERAÇÃO

Paulo enfrentou muitas dificuldades e humilhações no serviço do Mestre.


Em 2 Coríntios 11.23-29 ele faz uma pequena relação de algumas das
dores e perigos que teve que encarar por amor a Cristo. Todavia, o
apóstolo não se deixou abater pelas dificuldades. Ele não permitiu que as
aflições roubassem sua alegria. O contentamento de Paulo não dependia
das circunstâncias, pois advinha da sua comunhão com Cristo. Quem
tem a Jesus tem a alegria da salvação e pode se regozijar em toda e
qualquer situação. Na obra do Senhor enfrentamos momentos ruins, mas
a alegria concedida pelo Eterno nos dá forças para seguirmos em frente.
Talvez professor, você esteja enfrentando momentos difíceis em seu
ministério de ensino ou em sua família, porém não perca a força nem o
ânimo. Confie no Senhor e permita que a alegria dEle inunde sua alma
trazendo paz e esperança.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:


Exortar a respeito da alegria e firmeza da fé.
Compreender que a alegria divina sustenta a vida cristã.
Conscientizar-se a respeito da singularidade da paz de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor para introduzir a lição reproduza o quadro abaixo de maneira


que cada aluno tenha uma cópia. Em classe, leia juntamente com os
alunos, o texto bíblico de 2 Coríntios 11.23-29. Enfatize as muitas
provações enfrentadas por Paulo. Depois faça a seguinte indagação:
“Como ter alegria em meio à tribulação?”. Ouça os alunos com atenção e
explique que a nossa alegria independe das circunstâncias externas. Ela é
fruto de Cristo em nós, faz parte da nossa salvação. Em seguida leia o
quadro com os alunos explicando os ensinos bíblicos a respeito da
alegria.

OS ENSINOS BÍBLICOS A RESPEITO DA ALEGRIA INCLUEM:

(1) A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe
1.3-6; cf. Sl 5.11; Is 35.10).

(2) A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl
16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente.
Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo
(Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos
transmite um profundo senso da presença e do contato de Deus em nossa
vida (cf. Jo 14.15-21).

(3) A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da


redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza
nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; 2Co 12.9).

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Alegria: Estado de viva satisfação, de vivo contentamento; regozijo,


júbilo.

Alegria, regozijo e contentamento são expressões comuns ao longo da


Epístola de Paulo aos Filipenses. Paradoxalmente, elas revelam o
coração do apóstolo na prisão de Roma. Paulo não se desesperou com o
seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor. Ele sabia que estava nas mãos
de Deus e contentava-se com as notícias de que a igreja de Filipos, fruto
do seu árduo ministério, caminhava muito bem. O apóstolo não deixou
se abater com as tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a
providência amorosa do Altíssimo.

I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3)

1. A alegria de Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de Filipenses


inicia-se com um “portanto”, justamente por ser continuação do capítulo
3, quando o apóstolo tratara do perigo dos “inimigos da cruz”. Aqui,
Paulo diz que os crentes de Filipos são a sua “alegria e coroa” e
aconselha-os a continuarem firmes no Senhor (v.1). A permanência dos
filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo de
alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos
sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.

2. A alegria nas relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e


perfeito na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema
de relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na
implantação da igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2). Esse problema
estava perturbando a comunhão da igreja e expondo a saúde espiritual do
rebanho.

A fim de resolver a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo


ou Tito, não sabemos) que, com Clemente e os demais cooperadores,
procuraria despertar e restabelecer o relacionamento harmônico e
fraterno entre Evódia e Síntique. Como verdadeiro pastor, o apóstolo
tratou as duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as tinha
em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu
apostolado.

3. A alegria de ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo 3


demonstra algo muito precioso para o cristão: a alegria de ter o nome
escrito no livro da vida. Paulo menciona tal certeza, objetivando
reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer exclusivamente ao Reino
de Deus.

Os filipenses tinham cidadania romana porque eram originários de uma


colônia do império. Mas quando o apóstolo escreve sobre cidadania
refere-se a uma muito mais importante que a de Roma. Nossa verdadeira
cidadania vem do céu, e o “mesmo Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Você tem convicção de que o seu
nome está arrolado no Livro da Vida? Você compreende o valor disso?

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério,


antes procurou servir ao Senhor com alegria.

II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (4.4,5)

1. Alegria permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega a


palavra “regozijar” no lugar de “alegria” (v.4). O que é regozijar-se? É
alegrar-se plenamente. A declaração paulina afirma que a fonte da
alegria cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com
Deus (Rm 5.1,11). Através dEle somos estimulados a permanecer firmes
na fé (Rm 5.2). Que alegria!

É a presença viva do Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo
16.7; Rm 14.17; 15.13). Nada neste mundo é capaz de superar as
vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo
Senhor (Tg 1.2-4; Rm 5.3). O apóstolo sabia da batalha que os filipenses
enfrentavam contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias
capazes de criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente
reitera aos filipenses: “Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo:
regozijai-vos”.

2. Uma alegria cuja fonte é Cristo. A alegria cristã tem como fonte a
pessoa bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às
adversidades sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências
de alegrias espirituais (At 16; cf. 1Ts 2.2). Isso só foi possível pelo fato
de ele conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré. Quando o apóstolo foi
confrontado interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o
“espinho de sua carne”, o Senhor lhe respondeu: “A minha graça te
basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9a). Após
esse episódio, Paulo então pôde afirmar: “De boa vontade, pois, me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de
Cristo” (2Co 12.9b).

3. Uma alegria que produz moderação. O texto bíblico recomenda que a


nossa “equidade [deve ser] notória a todos os homens”, pois “perto está
o Senhor” (v.5). Na versão ARA, o termo “equidade” é traduzido como
“moderação”. Ambas as palavras são sinônimas porque dizem respeito à
amabilidade, benignidade e brandura. Levando em conta o contexto de
Filipenses, os termos referem-se à pessoa que nunca usa de retaliação
quando é provada ou ameaçada por causa de sua fé.

O apóstolo Paulo espera dos filipenses autocontrole e não um


comportamento explosivo, próprio de pessoas destemperadas ou sem
domínio próprio. Ele assim o faz, por saber que, aquele que tem a alegria
do Senhor no coração, possui uma disposição amável e honesta para com
outras pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas e más.
William Barcklay escreve que “o homem que tem moderação é aquele
que sabe quando não deve aplicar a letra estrita da lei, quando deve
deixar a justiça e introduzir a misericórdia”.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a


alegria produzida em nosso coração pelo Senhor.

III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (4.6,7)

1. A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz. Além de gerar equidade,


a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta contraria a confiança
que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz, perturbando-
nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas
humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do
Senhor (v.6), ao mesmo tempo em que confiamos na providência do Pai
Celeste.

2. Uma paz que excede todo o entendimento. No versículo 7, o apóstolo


fala acerca da “paz de Deus, que excede todo o entendimento”. Ficando
claro que a alegria e a paz são recíprocas entre si. Não há alegria sem paz
interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz vem do próprio Jesus:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a
dá” (Jo 14.27).

Em síntese, a paz de Deus transcende qualquer compreensão humana,


pois não há como discuti-la filosófica ou psicologicamente. Há casos em
que somente a paz de Deus acalma os corações perturbados. É a paz
divina que excede — ultrapassa ou transcende — a todo o entendimento,
pois não depende das circunstâncias.

3. Uma paz que guarda o coração e os sentimentos do crente. Ainda no


versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, “guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”. O texto fala de
“coração e sentimento”, cidadelas dos pensamentos e das emoções que
experimentamos no cotidiano.

A paz de Deus é uma espécie de muro em torno de uma casa,


objetivando protegê-la dos perigos externos. Ela torna-se um guarda fiel
para o crente. Que saibamos, em Cristo, ouvir o belo conselho do sábio:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as saídas da vida” (Pv 4.23).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A paz divina que o Senhor nos concede excede a todo o entendimento,


pois não depende das circunstâncias.

CONCLUSÃO

A Carta aos Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor


como uma virtude de sustentação da vida cristã. Não se trata de alegria
passageira ou meramente emocional. A alegria do Senhor alimenta a
nossa alma e produz paz e segurança, porque essa “paz é como uma
sentinela celestial” que nos guarda do mal. Ora, a alegria também é
“fruto do Espírito” (Gl 5.22), pois a presença dela em nós produz uma
vida interior que supera todas as nossas vicissitudes.

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