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INTRODUÇÃO
Na lição desta semana aprenderemos com a igreja de Filipo, o significado prático das palavras resignação, altruísmo, amor,
sensibilidade e consciência missionária. Esta igreja por seu testemunho, demonstrou ser o modelo de uma igreja que compreendeu
a sua missão missionária, não apenas na comunicação do evangelho, mas, sobretudo, na prontidão em prover o sustento necessário
do apóstolo Paulo em sua missão, ainda que servindo em outra cidade. Com a igreja de Filipo refletiremos sobre o verdadeiro
modelo bíblico de provisão missionária.
2.1 Uma igreja que sofria com o seu pastor. As palavras do apóstolo mostram-nos que suas aflições também eram as da igreja
em Filipos “Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição” (Fp 4.14). A expressão “tomar parte” no grego sunkoinoneo,
que quer dizer “associar-se com”, “compartilhar”, “ser sócio em”, deixa evidente que, os cristãos filipenses sentiam comunhão
com Paulo, em uma aflição comum. Sentiam a tensão da situação do apóstolo e fizeram o que estava ao alcance deles, como se
eles mesmo estivessem sendo afligidos, pois como Corpo de Cristo, quando um membro sofre, todos sofrem igualmente (I Co
12.26).
2.2 Uma igreja que sustentava o seu pastor. Paulo com gratidão relembra o apoio que os crentes filipenses lhe concederam, e
isto mais de uma vez (Fp 4.15,16). E agora, aprisionado em Roma, observamos que a preocupação dos crentes de Filipos com
Paulo, não se resumiu a estar ciente de suas aflições, nem apenas em orar pelo apóstolo, mas principalmente em obras, enviando-
lhe uma oferta para sustentar o seu pastor a fim de aliviar o seu sofrimento (Fp 4.18). “Naquela época, as prisões não eram como
as de nossos dias. Os presos eram responsáveis por seu próprio sustento dentro das prisões. Aqueles que não tivessem o apoio de
familiares e amigos estavam sujeitos a morrer de fome ou por enfermidades, pois os cuidados médicos também não eram
fornecidos” (BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, 2009).
2.3 Uma igreja que conhecia profundamente a graça da contribuição para o sustento missionário. Embora Paulo abrisse mão
do sustento que deveria receber da igreja por “direito” em Corinto (1Co 9.6), Ele lembra, a esta igreja, que outras igrejas lhe
sustentaram para que ele pudesse abrir mão do sustento naquela cidade (2Co 11.8,9) reafirmando a doutrina da responsabilidade
da igreja em prover o sustento dos obreiros que vivem exclusivamente para a obra (1Co 9.6-12; Gl 6.6; 1 Tm 5.18). Paulo cita o
exemplo do agricultor que é o primeiro que experimenta dos frutos, e do criador de gado que se alimenta do seu leite (I Co 9.7).
Na visão paulina não é diferente no âmbito espiritual, pois o sacerdote da antiga aliança que ministrava no altar dele também se
alimentava (I Co 9.13; Lc 6.4), e de acordo com a Lei, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes e levitas constituídos
para o ministério do culto (Nm 18.21-32). Por fim, o apóstolo apoia esta prática sob o ensinamento de Moisés (1Co 9.9; Dt 25.4)
e também do próprio Senhor Jesus (I Co 9.14; Mt 10.9,10). A igreja filipense compreendia a importância da manutenção do sustento
missionário, como uma oportunidade de adoração, serviço e amor para com o seu pastor (Fp 4.15-18).
2.4 Uma igreja consciente de seu papel missionário no reino. A igreja em Filipos era dotada de uma profunda consciência no
que dizia respeito ao sustento dos obreiros. Quando o evangelho começou a avançar na Macedônia e adjacências, foram esses
crentes que proveram as necessidades do apóstolo Paulo (Fp 4.15); depois, quando estava em Tessalônica, por duas vezes foi
ajudado pelos filipenses (Fp 4.16). Quando escreveu a epístola, Paulo agradeceu novamente por mais uma ajuda a ele enviada (Fp
4.10). Muito diferente da consciência dos filipenses, era a dos crentes de Corinto. Alguns deles chegavam a duvidar do
apostolado de Paulo e se esqueciam de que fora ele quem fundara aquela igreja (1Co 9.1). Paulo teve ainda que justificar o direito
que ele tinha como apóstolo, de ser sustentado pela igreja (1Co 9.2-10), como já acima citado.
3.1 “Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância” (Fp 4.18-a). Os termos “bastante”, “abundância” e “cheio” usados
pelo apóstolo neste versículo nos mostram que a oferta enviada pelos cristãos filipenses foi generosa e o suficiente para suprir as
suas necessidades por um bom tempo. Isto nos conduz a lição de como devemos contribuir na obra de Deus “E digo isto: Que o
que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará” (2Co 9.6).
3.2 “Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado” (Fp 4.18-b). Como podemos ver, o
obreiro Epafrodito obteve êxito em sua missão, levando para o apóstolo a provisão enviada pelos cristãos filipenses. Mesmo tendo
adoecido, ou no percurso da ida a Roma ou na chegada, esse nobre cooperador fez todo o possível por Paulo, demonstrando assim
o que os próprios filipenses desejavam fazer (Fp 2.26-30).
3.3 “Como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp 4.18-c). Ao contrário do que pensavam alguns,
que Paulo não desfrutava do direito de ser sustentado pela igreja por orgulho, ele demonstra em suas palavras o quanto se sentiu
feliz com a provisão enviada pelos cristãos de Filipos, recebendo essa oferta como um sacrifício espiritual que agradou a Deus
“sacrifício agradável e aprazível a Deus”. Paulo chega a comparar essa contribuição a oferta que era oferecida no AT, que não
era uma oferta pelo pecado, mas sim uma oferta de paz em caráter de ação de graças (Lv 7.12-15). Esta nobre atitude dos filipenses
deve ser reproduzida por todos aqueles que abraçam a fé em Cristo (Rm 12.1; 1Pd 2.5).
4.1 “O meu Deus, segundo as suas riquezas” (Fp 4.19-a). Para Paulo competia agradecer a generosidade dos cristãos filipenses
o que ele fez de forma destacável (Fp 4.14-18). No entanto, o apóstolo estava por causa da prisão e de suas condições, impedido
de recompensá-los por seu feito, mas o Senhor de Paulo poderia pagá-los “segundo as suas riquezas”. Por certo, aquela
comunidade cristã de Filipos ofertara ao apóstolo o que pudera, pois também tinham limitações. Paulo, sabedor disto, lhes diz que
Deus não tem estas limitações, porque é dono de tudo (1Cr 29.14; Sl 24.1).
4.2 “Suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4.19-b). O apóstolo garante aos crentes filipenses
a atitude deles em seu benefício seria recompensada por Deus, que iria supri-los nas suas necessidades. A expressão suprir, no
grego é “epichoregeõ” que quer dizer “fornecer completamente, prover abundantemente”. Esta provisão “em glória” indica
tanto um salário PRESENTE “de maneira gloriosa”, quanto ESCATOLOGICAMENTE, “no glorioso século futuro”, no
Tribunal de Cristo, que ocorrerá logo após o arrebatamento da Igreja, onde cada crente receberá suas recompensas e galardões
segundo o seu envolvimento, trabalho e esforço na proclamação do Evangelho e na expansão do Reino de Deus (1Co 3.11-15; 2Co
5.10).
CONCLUSÃO
Concluímos que os dízimos e ofertas constituem-se no método divino de provisão e sustento dos missionários que são
enviados, pela igreja local, às missões transculturais. É da igreja a responsabilidade da contribuição e suporte àqueles que se
ofertando a Deus como sacrifício, renunciam a sua zona de conforto a fim de atender o chamado divino. Portanto, como igreja de
Cristo, precisamos continuar Orando, Fazendo e Contribuindo por missões, a fim de cumprirmos com a Grande Comissão.
REFERÊNCIAS
• ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
• GOHEEN, Michael W. A igreja missional na Bíblia, luz para as nações. VIDA NOVA.
• MACARTHUR. Bíblia de Estudo. SBB.
• MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA, David S. Dockery. VIDA NOVA.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.