Você está na página 1de 2

greja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040-000 Fone: 3084-1524 / 3084.1543
LIÇÃO 05 – CONTRA OS FALSOS PROFETAS - 4º TRIMESTRE 2022 (Ez 13.1-10)
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição do termo profeta e da expressão “falso”; pontuaremos o contexto do profeta Ezequiel e os falsos
profetas; estudaremos as características dos falsos profetas a luz da Bíblia; e por fim; analisaremos como saber se uma profecia é
verdadeira ou falsa.

I - DEFINIÇÃO DO TERMO “PROFETA” E DA EXPRESSÃO “FALSO”

1.1 Definição do termo profeta. As três principais palavras hebraicas para se referir ao profeta são: “naví, roéh e hozéh” (Cr
29.29) cuja etimologia primária é de: “porta-voz, orador” (Êx 4.10-15, 7.1). Há outros termos que também usados para os profetas
como: mensageiro (2Cr 36.15,16); embaixador (Ag1.13); servo de Deus e do Senhor (1Rs 14.18; 2Rs 9.7); e homem de Deus
(Dt 33.1; 1Sm 9.6). “Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel,
mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas” (STAMPS, 1995, p. 1001).

1.2 Definição do termo “falso”. Segundo o dicionarista Antônio Houaiss falso é: “contrário a verdade; inexato; sem fundamento;
aquilo que há mentira; enganoso; impostor; falsificado; postiço; simulado” (2011, p. 1304).

II – O CONTEXTO DO PROFETA EZEQUIEL E OS FALSOS PROFETAS


Profetizar falsamente era crime em Israel sob pena de morte conforme a lei de Moisés (Dt 13.1-5; 18.20-22). Israel já
havia experimentado falsos profetas e opositores à obra de Deus (1Rs 22.11,12,24,25). O engano produzido pelos falsos profetas
“pseudoprophetes” não é um assunto novo (Jr 6.13; Zc 13.2). Moisés tratou do assunto ao falar com os filhos de Israel (Dt 18.21-
22). Os falsos profetas eram aqueles que prediziam paz, prosperidade, e segurança para o povo, quando este achava-se em pecado
diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10). Há numerosas referências no AT aos falsos profetas (2Cr 18.4-7), um espírito
mentiroso achava-se na boca destes (2Cr 18.18-22). Até o Senhor Jesus e Pedro advertiu a respeito disso (Mt 24.24; 2Pd 2.1). Essa
trágica realidade também estava presente no ministério do profeta Ezequiel (Ez 13.1-10).

2.1 A mensagem dos falsos profetas. Tanto Jeremias como Ezequiel denunciaram e enfrentaram a atuação dos falsos profetas
que ainda estavam presentes, mesmo num tempo de grande sofrimento, desviando a muitos da verdadeira mensagem divina (Jr
26.6-9; 28.1-2; 29.8; Ez 13.1-10). Os falsos profetas criaram, na época, uma falsa segurança nos judeus em Jerusalém, promovendo-
lhes paz e livramento falsos (Ez 13.16). Na realidade, isso só aconteceria quando se voltassem para as leis de Deus e abandonassem
as rebeldias, idolatrias e profanações. Infelizmente muitos seguiam mensagens que não chamavam ao arrependimento, mas
procuram tranquilizar o povo e mantê-los em suas práticas pecaminosas (Jr 7.4,8-10).

2.2 A atuação dos falsos profetas. Entre as muitas infelicidades que visitaram o povo nesses trágicos dias, estava os falsos
profetas. Homens sem convicções religiosas, apenas desejando agradar aos que dominavam, constituíam-se em entraves aos
verdadeiros enviados de Deus. O livro do profeta Ezequiel compõe-se de cinco oráculos ou curtos discursos a respeito da obra
danosa dos falsos profetas (Ez 12.21 – 14.11). Havia até um provérbio entre eles: “Prolongue-se o tempo e não se cumpra a
profecia”, que era o mesmo que dizer: “Vamos ver se o que diz o profeta vai sair certo [...] Contra tal provérbio vem a palavra do
Senhor: Farei cessar esse provérbio e já não se servirão dele em Israel” (Ez 12.23).

2.3 O engano dos falsos profetas. Desde o início da humanidade há tentativa de enganar as pessoas com mensagens que anunciam
uma mentira como se fosse verdade e procuram semear dúvidas quanto ao que o Criador falou (1Rs 22.5-28; 2Cr 18.4-27). Tal
realidade sempre acompanhou a história do povo de Deus, como apontado por Ezequiel (Ez 13.2-3). Deus repudia essas práticas e
se mostra contra todos os que usam de engano (Ez 13.8). Tanto o Reino do Norte como o Reino do Sul desprezaram os profetas
que Deus enviou chamando o povo ao arrependimento (2Rs 17.13-14; Ne 9.26, 30). Também não aceitaram a Palavra de Deus que
ordenava que se submetessem ao cativeiro, pois o mesmo era uma disciplina imposta pelo Senhor como parte do plano divino no
processo de restauração do seu povo (Jr 29).

III - CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS PROFETAS A LUZ DA BÍBLIA


A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós falsos profetas (At 20.30; 2Pd 2.1,2; 1Tm 4.1; 1Jo 4.1). A
mensagem divina contra atitudes de pseudos profetas contrárias às orientações divinas à frente do povo de Deus tanto no AT como
no NT é um tema bem presente nas Escrituras Sagradas, pois causam muitos e grandes sofrimentos e dificuldades (Ez 34.7-10;
2Co 11.13). A Bíblia descreve os falsos profetas das seguintes formas:

3.1 Os falsos profetas profetizam de si mesmos (Ez 13.2,3,17). Os falsos profetas podem até certo ponto ser sinceros, mas, ainda
assim, estar errados. Alguns enganam a si mesmos e convencem-se de que a mensagem é verdadeira (Jr 23.9-11), tais mensagens
provêm de suas próprias mentes, não de Deus.

3.2 Os falsos profetas são mentirosos (Ez 13.13.4,5). Os falsos profetas são deliberadamente mentirosos e não tem intenção
nenhuma de falar a verdade. O apóstolo João diz: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o
Anticristo, o que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).
3.3 Os falsos profetas são hereges (Ez 13.6,7). De acordo com texto bíblico, os falsos profetas introduzem encobertamente
heresias de perdição (1Co 11.19; Gl 5.20). Eles pregam heresias (doutrinas falsas) e promovem a divisão da igreja. A respeito deles
João disse: “Eles saíram de nosso meio; entretanto não eram nossos” (1Jo 2.19). O apóstolo Pedro disse: “Entre vós haverá
também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição ... blasfemando do que não entendem” (2Pd
2.1,12).

3.4 Os falsos profetas são enganadores (Ez 13.8-10). Estes falsos mestres, além de promover falsas doutrinas, também negam a
verdade de Deus (Jr 6.14; 14.14; Ez 13.16). Sobre estes, a Bíblia adverte: “Nos últimos dias virão escarnecedores, andando
segundo as suas próprias concupiscências” (2Pd 3.3). O apóstolo Paulo chama-os de: “amantes de si mesmos [...] presunçosos,
soberbos” (2Tm 3.2). Judas chama-os de: “murmuradores queixosos” (Jd 16).

3.5 Os falsos profetas buscam de benefícios pessoais (Ez 13.17). Os falsos profetas descritos no AT estavam mais interessados
em serem pessoalmente populares. Não era do seu interesse dizerem a verdade. Eles falavam para agradar o povo (Ez 6.14; 13.16).
A tática dos falsos profetas é “falar o que o povo quer ouvir” (Jr 5.31; 29.8; Mq 2.11). A Bíblia diz que: “Seus sacerdotes ensinam
por interesse e os seus profetas adivinham por dinheiro” (Mq 3.11). Que eles ensinam: “o que não convém, por torpe ganância”
(Tt 1.11). Divulgam a piedade como causa de ganho, fazendo do Cristianismo uma atividade comercial (1Tm 6.5). Procuravam
tirar proveito de suas atividades religiosas (Sl 14.4).

3.6 Os falsos profetas são blasfemos (Ez 13.19). Aqueles que falam mal de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, do povo de Deus,
do Reino de Deus e dos atributos de Deus são chamados de blasfemos. Judas qualifica-os como homens ímpios que “dizem mal
do que não sabem [...] ondas impetuosas do mar [...] estrelas errantes” (Jd 10,13). O apóstolo Paulo comenta que ele mesmo era
um blasfemo antes de sua conversão (1Tm 1.13).

3.7 Os falsos profetas são sedutores (Ez 13.19,20). Jesus alertou-nos de que alguns falsos profetas fariam sinais de milagres e
maravilhas, a fim de seduzir e enganar até mesmo os eleitos, “se possível” (Mc 13.22). Nosso Senhor quer dizer que a sedução
espiritual é uma ameaça real até mesmo para os crentes.

3.8 Os falsos profetas são reprováveis (Ez 13.21-23). Na mensagem profética do próprio Jesus, proferida no monte das Oliveiras,
somos alertados: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane [...] muitos serão escandalizados [...]. E surgirão muitos falsos
profetas e farão tão grande sinais e prodígios” (Mt 24.4,10,11,24). A Bíblia nos alerta sobre os perigos da sedução espiritual nas
mãos dos reprovados falsos profetas (Mt 7.15; 2Tm 3.8; 1Jo 4.1; 2Pd 2.1).

IV - COMO SABER SE UMA PROFECIA É VERDADEIRA OU FALSA


As profecias podem vir de três fontes: de Deus, da mente humana, ou do diabo; obviamente, nem toda profecia vem de
Deus, ou o apóstolo João não teria escrito: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem
de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (1Jo 4.1). Há alguns princípios bíblicos para sabermos se
uma profecia é verdadeira ou falsa. Vejamos então como identificar uma verdadeira profecia:

4.1 O propósito da profecia deve edificar, exortar e confortar (1Co 14.3). Edificar é melhorar ou fortalecer, exortar é encorajar,
e confortar é consolar.

4.2 A profecia deve estar de acordo com a Palavra de Deus (Dt 18.18,19). Todas as verdadeiras profecias vêm do Espírito Santo
que é o autor da Bíblia. Qualquer mensagem que não se coadune com a Bíblia deve ser rejeitada. Se uma profecia se cumprir e
promover a desobediência contra Deus ou à sua Palavra, não é uma profecia verdadeira (Dt 13.5,13,14).

4.3 Se uma profecia contém predições que não se realizam, é falsa (Dt 13.1-3). Qualquer profecia que se cumpre, mas, não
glorifica a Deus não é verdadeira. O Senhor Deus advertiu o povo em Deuteronômio 18.22 ao dizer: “Quando o tal profeta falar
em nome do SENHOR, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba
a falou o tal profeta; não tenhas temor dele”.

4.4 A verdadeira profecia produz liberdade, não escravidão. O apóstolo Paulo escrevendo sua carta aos romanos disse: “Porque
não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo
qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15). Qualquer forma de controle sobre outra pessoa por intimidação, manipulação, ou domínio
não vem de Deus.

CONCLUSÃO
Assim como havia falsos profetas na época de Ezequiel que diziam às pessoas coisas que Deus não havia falado, há o
mesmo tipo hoje em dia. Na sua falsidade eles ensinam rebelião contra a palavra verdadeira de Deus. Na sua interpretação errada
da palavra de Deus eles caminham para a condenação, levando juntos aqueles que acreditam nos seus falsos ensinamentos.
Portanto, tenhamos cautela e sejamos vigilantes.

REFERÊNCIAS
GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
BEVERE, J. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. CPAD.

Você também pode gostar