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VINDE, ADOREMOS!

O que Jesus espera daqueles que vêm adorá-lo

SERMÃO 02
VIVA ALÉM DA APARÊNCIA
Marcos 11:12-20

INTRODUÇÃO: Jesus e seus discípulos estavam na região de Betfagé, que


quer dizer “casa dos figos”. O nome foi dado, justamente, porque este era um
lugar onde se cultivava figos. O figo era a fonte de alimento mais barata em
Israel. Jesus estava nesta região e teve fome. Este episódio aconteceu na
última semana de Jesus aqui na terra. Nos dias que se seguiriam, ele seria
capturado, julgado, condenado e morto. Esta última semana foi intensa e
angustiante para ele. Até por isso, ele tomou algumas atitudes bem incisivas,
como a que acabamos ler. Sinceramente, você não acha estranho o que Jesus
fez? Por que amaldiçoar uma figueira sem fruto, se não era tempo de dar fruto?
A resposta a essa pergunta é a chave desta reflexão e tem muito a nos
ensinar hoje. A atitude de Jesus só parece ser estranha, mas não é. Na
verdade, com essa sua atitude, Jesus estava combatendo a vida cristã de
fachada, uma vida apenas de aparência. Para nós, que estamos, neste mês,
pensando em adoração, isso é importantíssimo. Adoração não se restringe aos
momentos que passamos na igreja; adoração é uma vida. Nós aprendemos
com este texto bíblico que é impossível adorar a Deus com uma vida de
aparência, uma vida de encenação religiosa. Neste texto, Jesus nos ensina a
vivermos uma vida além da aparência, pois somente assim poderemos adorá-
lo de maneira agradável. Jesus nos traz três lições sobre isso. Vejamos:
1. PRECISAMOS VIVER ALÉM DA APARÊNCIA,
POIS SOMOS ALVOS DA ATENÇÃO DE JESUS
Há uma verdade muito clara neste texto: Jesus é um excelente
observador. No versículo 11, lemos: Jesus entrou em Jerusalém, e foi ao
templo. Tendo visto tudo ao redor. A Nova Versão Internacional diz assim: ...
tendo observado tudo a sua volta. Pois bem, depois de observar tudo, Jesus foi
para Betânia com seus discípulos. No outro dia, quando voltava para
Jerusalém, de novo observou algo. Veja o que diz o versículo 13: Vendo de
longe uma figueira que tinha folhas .... Esses dois versículos mostram o
quanto Jesus é observador. A palavra “vendo”, do v. 13, traz a ideia de “prestar
atenção”. Essa figueira foi alvo da atenção de Jesus.
A informação de que aquela figueira tinha folhas é a chave para
entendermos o texto. Existem duas épocas para a frutificação de figos. No final
do outono e no início da primavera. Os figos pequenos, que crescem dos
brotos da última safra, começam a aparecer no início do outono, final do mês
de março. Os figos pequenos surgem com as folhas. Em alguns casos, surgem
antes das folhas. Lembra-se do texto? “Uma figueira que tinha folhas ...”. É por
isso que Jesus vai até ela. Se ela tinha folhas, obviamente, deveria ter,
também, fruto.
Nós já lemos todo o texto, e você já sabe que esta figueira não tinha
frutos. Então, o que está acontecendo aqui é: ela estava fazendo uma
propaganda enganosa de si mesmo. Esta figueira só tinha aparência; maquiava
sua falta de frutos. Qualquer um que olhasse de longe, passando por ali,
imaginaria: ali está uma figueira frutífera. Qualquer um, menos Jesus! E quer
saber de mais uma coisa? Jesus não estava realmente preocupado com
comida. A figueira era símbolo de Israel. Vocês lembram que Jesus tinha ido ao
templo e o observado? O que Jesus viu é que Israel aparentava ser muito
dedicado a Deus, mas não tinham fruto algum para mostrar. Podia enganar a
todo mundo, menos a Cristo! Jesus só foi até a figueira e fez o que fez para
que essa história ficasse registrada, e, hoje, entendêssemos que de nada
adianta viver uma vida de aparência, pois o olhar de Jesus nos enxerga além
de qualquer exterioridade.
Não adianta ouvir música gospel, colar adesivos evangélicos no carro,
ter inúmeras bíblias guardadas em casa, usar camiseta com o nome de Jesus,
levantar as mãos na hora do louvor ou ir, com frequência e regularidade, a
igreja, se isso for apenas uma aparência que, em nada, condiz com a realidade
do coração e da vida do crente. A verdadeira adoração que Jesus requer é livre
de encenação. Ele não deseja um teatro em que atuamos, fingindo ser crentes,
quando não vivemos de uma maneira que condiga com isso. Não adianta
chorarmos no culto, se, no dia-a-dia, não choramos por nosso pecado! Este
texto nos ensina que a adoração de que Jesus se agrada passa primeiro pelo
abandono de uma vida de aparência. Jesus observa nossa vida. Não podemos
enganá-lo.
2. PRECISAMOS VIVER ALÉM DA APARÊNCIA,
POIS SOMOS ALVOS DA INSPEÇÃO DE JESUS
Na sequência da narrativa, Jesus, aproximando-se dela não achou
senão folhas (v.13). Observe a palavra “achou”. Ela deve ser entendida como:
achar pela averiguação, pelo exame, pela reflexão. Jesus viu e foi inspecionar.
Ele procurou fruto. Nós já sabemos que existem duas épocas para a
frutificação de figos. E, nesta época em que Jesus vai até a figueira, os
primeiros brotos já deveriam ter nascido! O mestre sabia disso. Jesus não foi
ver se “acharia alguma coisa”, sem razão ou sem motivo. Lembra-se do texto?
Jesus não achou senão folhas. Essa figueira é uma exceção às demais, pois
estava enferma.
A figueira aparentava ser o que não era. Prometia muito, mas não tinha
nada. Mostrava ser uma coisa, e, na realidade, era outra. Isso desagradou o
mestre em extremo. Não esqueça que a figueira é símbolo de Israel. Este povo
recebeu as revelações de Deus, mas, devido ao exagero no cerimonialismo, no
tradicionalismo, tinha muita exibição e poucos frutos. Jesus já havia dito: Este
povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mc 7:6).
Israel era comprometido com os rituais, mas não era comprometido com Deus.
Só tinha uma aparência religiosa, que é incapaz de enganar Jesus.
Infelizmente, há muito crente assim.
Em Israel, Jesus achou apenas folhas verdes. Havia muitas obras
religiosas, “muitas pessoas carregando as suas Bíblias”, mas nenhum sinal de
frutos. Jesus não está nenhum pouco interessado em folhas verdes. Ele está
atrás de fruto. Não importa sua aparência religiosa, sua credencial da igreja, se
você toca ou canta no culto. Jesus está mesmo é à procura de fruto em sua e
em minha vida! Fruto é compromisso com Deus. Diz respeito ao nosso caráter
e a nossa conduta cristã. Sua vida precisa glorificar a Deus! Isso é fruto. E
Jesus quer encontrar fruto em sua vida. Não brinque com Deus. Não brinque
de ser cristão. Não há como você fingir ser algo que não é diante de Deus.
Todos nós somos alvos de sua inspeção.
Há muito cristão que faz parte da equipe de louvor, que é diretor de
departamento na igreja, que é um consagrado, que é líder de um ministério,
que é reconhecido como o santarrão da igreja, mas que vive sabe Deus como,
na faculdade, em casa, no emprego; que é imoral e promíscuo, em seus
pensamentos e em seu coração. De que adianta a aparência religiosa? Somos
alvos da inspeção de Jesus Cristo, diariamente, e não há vida cristã de
aparência capaz de enganá-lo. Há muita gente que pensa que pode adorar a
Deus, na hora do culto, vivendo uma vida de aparência apenas. Adoramos a
Deus com nossos frutos. É isso que ele espera de nós.
3. PRECISAMOS VIVER ALÉM DA APARÊNCIA,
POIS SOMOS ALVOS DA AVALIAÇÃO DE JESUS
O que toda avaliação tem em comum? A resposta é bem óbvia. Toda
avaliação, aprova ou reprova. Qual foi a avaliação de Jesus, com relação à
figueira? Por favor, observe o versículo 14: Nunca, jamais coma alguém fruto
de ti. A maldição da figueira é um tipo de maldição para Israel. Jesus reprovou
a atitude de Israel! A adoração de “folhas” foi condenada por ele! Mas por que
Jesus estava sendo tão duro assim? A continuação do texto explica. Ao
continuar seu caminho, rumo a Jerusalém, Jesus chegou à cidade e foi até o
templo, assim como no dia anterior (Mc 11:15-16). O que ele encontrou ali? Um
triste espetáculo, uma adoração desprezível.
No pátio exterior do templo, lugar dedicado aos gentios, havia
vendedores de pombos, de bois e de ovelhas. Era época da páscoa e o
negócio estava no seu ponto mais alto de lucratividade. Com os vendedores,
sentados atrás de suas bancas repletas de moedas, estavam os cambistas.
Como, na área do templo, não se aceitava dinheiro estrangeiro, os cambistas o
trocavam por dinheiro judaico, e é claro que cobravam uma taxinha. Que
miséria! Essa foi à cena com a qual Jesus se deparou: a casa da adoração
tornou-se casa da corrupção e da exploração religiosa. Para esses, ele disse: A
minha casa será chamada casa de oração. Mas vocês fizeram dela um covil de
ladrões (v.17). Os responsáveis por tudo isso achavam que adoravam a Deus,
mas só tinham aparência. Foram duramente reprovados.
Depois disso, Jesus saiu do templo e da cidade: No outro dia, pela
manhã, quando os discípulos passaram pela figueira que ele havia
amaldiçoado, viram que ela tinha secado desde as raízes (v.20). Que triste fim
este da figueira. Atenção: Eu e você também estamos sujeitos à avaliação de
Jesus. Ele pode aprovar-nos ou reprovar-nos. Desculpe: é pesado, mas nós
precisamos entender quem é Deus. Ele é o mesmo que salvou Israel, quando
este era uma nação pequena com a qual ninguém se importava. Ele a
escolheu, a protegeu, só que, à medida que ela cresceu, ficou arrogante,
tornou-se egoísta e deixou de adorar a Deus devidamente; pensou que poderia
adorar a Deus do seu próprio jeito: com a vida toda “torta”. Israel imaginou que
Deus gostava de rituais religiosos; mas a adoração de que Deus se agrada vai
além da religiosidade.
Você já imaginou que, enquanto estamos na igreja, sentados, ouvindo a
pregação, estudando a lição na Escola Bíblica, orando de olhos fechados,
levantando as mãos em adoração, enquanto o grupo de louvor canta, Jesus
está nos avaliando, olhando para a nossa vida fora da igreja, perscrutando o
mais íntimo de nosso coração? Não é que ele seja um Deus mesquinho, que
fica o tempo todo procurando nossas falhas; claro que não. É que ele se
importa mesmo é com o nosso coração; deseja que sejamos sinceros,
verdadeiros. Ele despreza uma adoração cheia de aparência religiosa, mas
desprovida de frutos para a sua glória.
CONCLUSÃO
Como vimos, é inútil tentarmos adorar a Deus com uma vida cristã de
aparência apenas. O ritual religioso não o encanta; a encenação “espiritual”
não o engana; o choro, na hora do culto, não o comove, se não for verdadeiro e
sincero. “Eu conheço suas obras”, disse Jesus à igreja de Éfeso (Ap 2:2). E ele
conhece mesmo! Sabe se o que você canta, na igreja, é o mesmo que você
vive fora dela. Ele sabe os vacilos que você dá, os pecados nos quais incorre,
os vícios que tenta vencer semanalmente. O que fazer, então? Arrependa-se e
corra para os braços de Jesus, nesta manhã.
Rasguem o coração, e não as vestes, disse Joel (Jl 2:13). O convite
gracioso de Jesus é que você decida viver além da aparência religiosa, viver
uma vida cristã de verdade! Jesus entregou a vida por você, naquela cruz, há
dois mil anos, por uma única razão: ele ama você. Ele realmente o ama muito,
mais do que você consegue imaginar! Hoje mesmo, ele está de braços abertos
esperando você. Adore-o com o coração sincero. Chega de viver apenas de
aparência! Chega de “faz de conta”! Somente assim sua adoração será
agradável a ele. Que Deus nos ajude nisso!

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