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Caio Fá

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AS
jo nIcops ti
Há pessoas que pensam que estão no mundo
apenas para nascer, viver e morrer, sem terem
missão alguma a realizar. Outras há que
acreditam que estão fadadas ao sofrimento e
ao insucesso, em razão de relações pessoais,
familiares e sociais adoecidas e de
comportamentos que precisam ser curados.
No entanto, viver é modificar tais perspectivas
de vida, crendo que todos nascemos e
vivemos para, como uma boa árvore frutífera,
dar frutos, e superar, em nome de Jesus, e por
meio do Seu exemplo, traumas, complexos e
manias que amarguram a existência humana.
Enfim, saiba, à luz da Bíblia, como
transformar condicionamentos, ações e
comportamentos adoecidos em fonte de
bênçãos para sua vida.

COMUNICAÇÕES
A ÁRVORE
DAS
MALDIÇÕES
A ÁRVORE
DAS
MALDIÇÕES

CAIO FÁBIO

kVÁ
VINDE
COMUNICAÇÕES

Primeira Igreja Batista de Curitiba


BIBLIOTECA
C 1996 by Caio Fábio D'Araújo Filho

Publicado com a devida autorização e com todos os


direitos reservados à VINDE Comunicações.
Trav. Dr. Pereira Faustino, n° 10
Fonseca - Niterói - RJ
CEP 24120-040
Tel.: (021) 625-7941
Fax.: (021) 627-4327

Preparação de Texto e Revisão:


Luis Fernando da Silva Batista

Editoração Eletrônica e Design Interno:


Rodrigo Brulon Nunes

Capa
Ronan Pereira

Coordenação Editorial:
Luk Fernando da Silva Batista

D'Araújo Filho, Caio Fábio.


A Árvore das Maldições. Caio Fábio D'Araújo
Filho. Rio de Janeiro: VINDE Comunicações,
1996.

ISBN:85-7271-064-7
A Kathy e a José LukPiani — frutos
da Arvore da Vida — por tudo que
fizeram, fazem e continuarão fazendo por
este ministério.
APRESENTAÇÃO

Um dia, eu estava conversando com uma


pessoa sobre minha fobia a altura, e ela me disse
que, possivelmente, isto era resultado de uma mal-
dição, um elo que precisava ser quebrado, e que
tinha sido adquirido na minha infância, enquanto
assistia a filmes de terror. Parece que, para muita
gente, tudo que não se pode explicar é maldição.
Tem-se falado, estudado e comentado muito
sobre maldições. Maldições hereditárias, maldições
oriundas da vida pregressa, maldições comunitárias,
maldições familiares etc.
Este livro, `51 Árvore das Maldições", é
fruto de duas mensagens do Rev. Caio Fábio nas
quais ele aborda esta temática na figura de duas
árvores: a primeira, a da figueira sem frutos,
amaldiçoada por Ele, conforme o relato de Mateus
21:18-20; a segunda, é a da genealogia de Jesus,
descrita em Mateus 1:1-17.
De alguma maneira, todos nós — seres
humanos — estamos enquadrados dentro destas
duas situações. Todos nós temos heranças passadas
e todos nós estamos no mundo para determinado
fim; por isto cremos que esta leitura pode ser muito
significativa para você.
Enquanto lia os originais deste material, fui
sendo imapactada a cada momento pela fantástica
revelação que a Palavra de Deus nos mostra sobre
esta questão das maldições, especialmente nos
textos-base deste título.
Nosso desejo é que este livro seja uma luz
brilhante do Espírito Santo, para libertá-lo de
jugos, de carmas, de medos e de inseguranças, a
fim de dar-lhe alegria, liberdade, desafiando-o a
viver de maneira plena a vida que Deus espera que
você viva.

Boa leitura!

Alda D'Araújo
A FIGUEIRA
AMALDIÇOADA
Discernindo e evitando maldições
"Cedo de manhã, ao voltar para a cidade,
teve fome; e, vendo uma figueira à beira do
caminho, aproximou-se dela; e, não tendo
achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais
nasça fruto de ti. E a figueira secou imediata-
mente. Vendo isto os discípulos, admiraram-
se e exclamaram: Como secou depressa a fi-
gueira!"
(Mateus 21:18-21)

Jesus tinha acabado de chegar a Jerusalém.


Era esta a última visita dEle à cidade, depois da
qual Ele só retornaria ressuscitado de entre os
mortos, porque os acontecimentos que a partir dali
se desenrolam acabam culminando na Sua morte
e na Sua ressurrreição.
Ele chega a Jerusalém e, conforme o Seu
costume ,vai ao templo, chegando de manhã cedo,
ensinando durante toda a manhã, caminhando no
pátio do templo, aproveitando os grandes ajunta-
mentos que ali aconteciam espontaneamente, para
ministrar a Palavra de Deus. À noite, Se retirava,
dormindo ou no Monte das Oliveiras, ou em
Betânia, na casa de amigos.
O texto de Mateus 21:18-21 diz-nos que é
numa destas manhãs, quando, cedinho, Ele sai de

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Betânia, subindo a encosta do Monte das Oliveiras,
começando a descer como quem vai para Jeru-
salém, que tal episódio se dá. Subindo e descendo,
Ele atravessa o Vale do Cedron para chegar à
cidade. Neste caminho havia e há — até o dia de
hoje — uma pequena aldeia chamada Betefajé.
Quando Ele vinha passando, sente umapontada
no estomâgo. Possivelmente, Ele saiu sem o café
da manhã, sem a broa, sem o pão; não tinha comido
nada e sentiu fome; aquela mesma que sentimos
quando acordamos, e cedinho nos envolvemos logo
em várias atividades, não tendo tempo para nos
alimentar, e ficamos com o estômago vazio.
Por onde Jesus passava, entretanto, havia uma
figueira generosa em folhas, frondosa, larga, exube-
rante. Ele Se aproxima dela; os discípulos dEle O
seguem, vendo-0 procurar um figo ali naquela
figueira. Vai aproximando a mão dela, e afastando
suas folhas, para um lado e para o outro, consta-
tando:

" Aqui não tem nada!"

Olha em baixo da figueira, procura e não


encontra um único fruto naquela árvore. Ele olha
para aquela planta, e diz algo fortíssimo:

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"(...) Nunca mais nasça fruto de ti."
(Mateus 21:19b)

Diz a Palavra de Deus que a reação foi ime-


diata:

"(...) E a figueira secou imediatamente."


(Mateus 21:19b)

DEUS ESTÁ COM FOME

Entre as muitas lições que brotam aqui desta


declaração de Jesus, há uma primeira que é óbvia
quanto ao que diz respeito a trazer uma denúncia
relativa à improdutividade, à falta de `yrutuosidade"
da religião judaica, por diversas vezes referida no
Novo Testamento, e associada à figura da árvore:

"Assim toda árvore boa produz bons


frutos, porém a árvore má produz frutos maus.
Não pode a árvore boa produzir frutos maus,
nem a árvore má produzir frutos bons. Toda
árvore que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos
os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor,

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Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai que está nos
ceus."
(Mateus 7:17-21)

"Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom,


ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo
fruto se conhece a árvore."
(Mateus 12:33)

"E também já está posto o machado à


raiz das árvores; toda árvore, pois, que não
produz bom fruto, é cortada e lançada ao
fogo."
(Lucas 3:9)

"Não há árvore boa que dê mau fruto;


nem tampouco árvore má que dê bom fruto.
Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu
próprio fruto. Porque não se colhem figos de
espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam
uvas. O homem bom do bom tesouro do
coração tira o bem, e o mau do mau tesouro
tira o mal; porque a boca fala do que está cheio
o coração."
(Lucas 6:43-45)

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Jesus está dizendo, deste modo, que a religião
judaica é como aquela figueira: está cheia de folhas,
cheia de aparatos, cheia de gestuais, cheia de litur-
gias, cheia de legalismos, cheia de aparências, cheia
de maquiagem, cheia de faz de conta, cheia de visibili-
dade, mas não há nada nela que alimente a fome
de Deus. O coração divino está procurando se
satisfazer naquilo que a estrutura religiosa não
está produzindo. Deus não encontra nada, ficando
à míngua, no que diz respeito a procurar em vão,
pois nada encontra que O satisfaça nesta religião
de aparência e de superficilidade.
Este texto traz esta denúncia embutida, mas
que não se aplica apenas à religião judaica, mas
também à religiosidade como um todo.
Esta é a primeira lição deste texto: a vida cristã
tem que em muito ultrapassar os limites da religião,
pois, de outra forma, estaremos alimentando com
religião a própria religião e toda uma tradição
religiosa, mas não estaremos saciando a fome de
Deus.

ESTAMOS VIVOS, LOGO PRODUZIMOS

Além desta denúncia, há um princípio existen-


cial fortíssimo que aqui se afirma. O que Jesus

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também está nos ensinando é o seguinte: tudo aqui-
lo que existe precisa ser produtivo.
Obviamente, no universo, as criaturas variam
de significação, conforme as capacidades que elas
próprias têm de se manifestarem em vida. Eu não
espero, por exermplo, produtividade natural de
uma pedra, mas eu espero de uma erva. Conseqüen-
temente, espero um pouco mais de uma planta, e,
por sua vez, um pouco mais de uma árvore fron-
dosa, e ainda mais de animais, de mamíferos, e, é
claro, que espero ainda mais de seres humanos.
Há uma escala ascendente de expectativa de
produtividade naquilo que Deus criou, que vai dos
minerais aos seres conscientes de si mesmos, quais
sejam, os seres humanos — eu e você —, criados
à semelhança de Deus.
Jesus visita aquela figueira, procurando nela
frutos. Não achando nada, amaldiçoa-a dizendo:

"(...) Nunca mais nasça fruto de ti."


(Mateus 21:19b)

O que Ele — Jesus — está também afir-


mando é isto: tudo o que é vivo tem que pro-
duzir.
Não há nada que exista com vida, que tenha
o poder de crescer, o poder de se alimentar e de

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sintetizar energia, que possa se dar o luxo de estar
vivo só para si mesmo. Tudo aquilo que está vivo
tem que ter uma finalidade para além de si próprio;
enfim, é imprescindível que se produza algo.
Através deste episódio, a Palavra de Deus
parece nos chamar atenção para este imperativo,
por várias razões:

la. Não há ninguém que não tenha alguma


coisa a dar. Todos têm algo a dar. Não há ninguém
tão estúpido, que não tenha algo a dar; ninguém,
por mais ignorante que seja, que não tenha algo a
oferecer; ninguém, por mais alienado que pareça,
que não tenha uma contribuição a fazer; não há
ninguém, por mais idoso que se apresente na vida,
que possa ser um aposentado da produtividade,
diante de Deus; não há nenhum ser humano, por
mais pobre que seja, que não possa compartilhar
algo com o próximo.
Independentemente da faixa etária, da
condição social e do nível intelectual, não há, no
mundo e neste universo criado por Deus, ninguém
que não tenha algo a dar. Deus não criou nenhuma
alma estéril. Qualquer alma humana ou espírito
humano tem alguma coisa a dar para Deus e para
seu próximo.

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O mundo quer nos convencer de que algu-
mas pessoas nasceram sem a possibilidade de serem
úteis, sendo incapazes de serem produtivas e de
serem incapazes de enriquecer suas vidas e a vida
de outros. Isto é uma mentira diabólica. O diabo
veio para matar, roubar e destruir e também para
anular, deprimir, amargurar, secar e enfraquecer,
querendo convencer aos homens que seres huma-
nos criados à imagem e semelhança de Deus existem
apenas por existir, sem nenhuma contribuição a dar
ao seu Criador e à humanidade. Este pensamento
é elaborado no inferno, mas Jesus está lhe dizendo
agora:
ít'
Você tem o poder de produzir. Você tem algo
a dar."

2*. O ser humano não é um fim em si mesmo.


Esta é a segunda razão pela qual Jesus diz que
todos nós temos alguma coisa a dar, porque a
improdutividade não é justificada pelo fato da
existência, ou seja: muita gente acha que o mero
fato de elas existirem já justifica a sua própria exis-
tência . Eu não sou um fim em mim mesmo, tal
como você não é um fim em si mesmo. Nós não
somos para ser, nós não existimos por existir. Nós
não podemos nos dar o luxo de crer que a grande

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finalidade da nossa vida é a nossa própria vida.
Entretanto, a nossa vida tem que apontar para uma
finalidade, tem que apontar para uma direção. O
diabo tornou-se diabo, quando resolveu que a
finalidade da sua existência era a vida dele mesmo.
A finalidade de todas as vidas no uni-
verso é existirem para Deus, é serem para
Deus, é viverem para Deus, glorificando-O,
estando a Seu serviço, por amor a Ele. Qualquer
vida que pretenda se justificar em si mesma, e cuja
finalidade não seja para Deus, sem querer, Viabo-
lkou-se".
A idéia de que a razão da nossa existência é
a nossa própria existência é uma teoria maligna.
Foi em razão dela que Lúficer caiu, uma vez que a
razão de qualquer existência é servir e glorificar a
Deus.
Com base nisto, podemos afirmar que a
improdutividade não pode ser justificada pela mera
existência. Por outro lado a produtividade também
não pode ser justificada na existência, pois tem
muita gente existindo sem ser. No entanto, a
Palavra de Deus nos ensina que quem é, este faz:

"Nem todo o que me diz: Senhor, Se-


nhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele

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que faz a vontade de meu Pai que está nos
céus."
(Mateus 7:21)

É algo natural, uma vez que o conteúdo que


há dentro de nós, brota, manifestando-se, vazando,
saindo-nos de dentro, num processo natural e
incontrolável.

3'. A produtividade desvia a maldição. A


terceira razão pela qual a Palavra de Deus cobra
de nós produtividade é porque a improdutividade
implica maldição.
No episódio da figueira, Jesus parece estar
invertendo as coisas, sob o ponto de vista por meio
do qual nós geralmente as compreendemos.
Jesus vê a figueira, não acha nenhum fruto
e, em seguida, a amaldiçoa. Normalmente, nós
imaginaríamos o contrário: a figueira não dá fruto
porque é amaldiçoada. Porém, o que vemos é justa-
mente o contrário: ela é amaldiçoada porque não
dá fruto.
Freqüentemente, nós tentamos mudar a
ordem das coisas, tirando a responsabilidade de
nós mesmos, e projetando-a sobre uma outra pes-
soa ou coisa, o que se reflete em desabafos do tipo:

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"— Eu não dou certo na vida, porque uma mãe-
de-santo me amaldiçoou."

"— Eu não venci na vida, porque meu pai era


um fracassado."

"— Eu vivo tendo problemas por causa de mau-


olhado."

"— Eu nunca consegui realizar nada, porque meus


pais me manipularam."

"-- Eu não consigo aprender nada, porque minha


professora me humilhou."

"— Meu negócio vai mal por causa de inveja e


fluidos negativos dos meus concorrentes."

A lista de justificativas é imensa. Todavia


Jesus vem, e nos diz:

"-. Você não é infrutífero porque é amaldiçoado.


Você está-se tornando amaldiçoado porque é infrutifero."

Note que o Senhor não chega e diz à figueira:

21
ff
Coitadinha desta figueira! Não tem nenhum
fruto!... Deve ser amaldiçoada..."

Mas, sim:
"— Essa figueira não dá fruto, portanto será
almaldiçoada."
O que precisamos entender é que Deus está
chamando a responsabilidade para mim e para
você. Nós não temos o direito de atribuir a nossa
improdutividade ao diabo, a qualquer outra pessoa,
à sociedade, ao mau-olhado, ao pai de santo, à pro-
fessora, a quem quer que seja. Nós não podemos
fazer isto. Chega de transferir a responsabilidade
para um terceiro, vivendo a vida inteira jogando a
culpa da improdutividade, do fracasso e da derrota
existencial em pessoas, em parentes, em seres
espirituais e na religião. A Palavra de Deus diz
que é possivel virar ojogo, a mente, a direção, a pers-
pectiva, pois, em nome de Jesus, você pode afirmar:

"— Não quero saber se o mundo gosta ou não de


mim, se me odeia ou não; não importa se as pessoas que
me cercam são ou não uma boa contribuição para a minha
vida; não interessa se o diabo atenta contra mim, porque,
em nome de Jesus, eu afirmo: Eu sou de Deus, quero viver
para Ele, servi-Lo e dar glória ao Seu nome."

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Eu e você fomos designados para dar fruto
e para dar glória a Deus. E este fruto vai perma-
necer:

"Não fostes vós que me escolhestes a


mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós
outros, e vos designei para que vades e deis
frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de
que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu
nome, ele vo-lo conceda."
(João 15:16)

Não importa o que o nosso amigo, nosso


sócio, nosso vizinho, nosso parente tenham feito
conosco. Se tomarmos esta consciência de que nós
somos de Deus, automaticamente adquiriremos o
poder de produzir, de dar fruto.
Angustio-me ao ver um processo de 'freudia-
nkação" espiritual existente na igreja, nos últimos
tempos. Muita gente fica transferindo a responsa-
bilidade de seus atos para outras pessoas, esco-
rando-se no recurso da maldição:

"— Isto é maldição hereditárial... Sua mãe adulte-


rou, por isto você é uma mulher frígida."

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"— Seu pai era um bêbado, e por isto você é um
fracassado nos negócios."

"— Você está doente, porque não obedecu a seus


pais. E agora a maldição da desobediência está sobre você. ),

Como se isto não bastasse, algumas igrejas


ainda acrescentam uma figura vicária para arcar
com toda a culpa e fracassos dos outros. Só que
esta figura não é o Cordeiro, mas o diabo, que
carrega a culpa de todo mundo, com a única dife-
rença de não salvar a ninguém.
Na minha terra, em Manaus, há uma igreja
entitulada Igreja do pobre diabo". Na verdade, o que
acontece é isto: todo mundo coloca a culpa dos
pecados nele — no diabo:

(6'
Ah!... Eu adulterei com minha secretária,
porque o diabo me seduziu."
"— Eu roubei aquele dinheiro da firma, porque o
diabo me tentou."
et
Meu filho quebrou a perna andando de patins
na ladeira, porque o diabo o derrubou."
"— Eu não perdôo meu marido, porque o diabo
não deixa."

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Todo o mundo joga a culpa em cima dele.
Parece até que dá para ouvir o diabo falar:

"--- Espera aí! Eu sou ruim, mas vocês estão


exagerando! Ainda que eu fosse um milhão de vetes mais
forte, não dava para estragar tanto a vida de vocês. Vocês
me ajudam à beça! Eu sei, e muito obrigado! Mas assumam
um pouco a parte de vocês, a culpa que cada um tem na
história."

Deste modo, enquanto ficamos atribuindo


a culpa a outras pessoas, a outras coisas, a outros
seres, a maldição continua, continua, continua...

A MALDIÇÃO É RESULTADO DE AÇÃO

O que é interessante verificarmos na Palavra


de Deus é que em todo o Velho Testamento a
maldição é sempre resultado de ação. Quando a
pessoa pratica ações malignas, a maldição a alcança.
O Velho Testamento não nos ensina que, por causa
da maldição, procedem as ações ruins, mas, o
contrário: quem pratica ações ruins é amaldiçoado.
Ninguém nos amaldiçoa, porém somos nós
que nos amaldiçoamos, quando transgredimos a
Palavra de Deus, os Seus Mandamentos e os Seus

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princípios, do que decorre atrairmos para nós
mesmos o carma, o sofrimento, e toda a maligni-
dade derivada dos nossos atos praticados distantes
de Deus e sem o Seu consentimento.
Todavia, quando o coração se converte e o
olhar se volta ao Senhor, assumindo que, se rou-
bava, não roubará mais; se mentia, não mentirá
mais; se idolatrava, não idolatrará mais; se engana-
va, não enganará mais; e, e em nome de Jesus,
afirma:

Agora sou de Deus!"

Quando isto acontece, a maldição é quebra-


da, em nome de Jesus.
O Senhor Jesus está nos dizendo que temos
que produzir, pois temos algo a dar, e porque nossa
mera existência não justifica nossa improdutivi-
dade; porque a improdutividade implica maldição,
e, sendo assim, nós podemos e temos que dar fruto.
Talvez você esteja perguntando a si mesmo
o que fazer para virar este jogo, o que fazer para
quebrar esta cadeia nociva que destrói sua vida e a
torna estéril, sem fruto, vivendo apenas de aparên-
cia, defn de conta. O que é preciso fazer para satisfa-
zer a fome de Deus?

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Eu, particularmente, gosto muito desta ima-
gem de Jesus — Deus encarnado na figura huma-
na, e com fome. E é pensando nisto que eu quero
ser o "café da manhã de Deus", quero matar a fome de
Deus, quero que Ele encontre fruto na minha vida,
que O possa saciar.
O que fazer, então, para "saciar" a fome
divina? O que fazer para satisfazer a necessidade
de Deus encontrar fruto na nossa vida?

1°. Internalize esta idéia. Esta é a primeira coisa


que podemos fazer. Eu vejo inúmeras pessoas que
não dão fruto, porque nunca pensaram que
precisavam dar fruto. Tem muita gente passando
pela vida como gatos, como, por exemplo, o
cachorrinho lá de casa — umpoodle chamado Bury.
Às vezes me pergunto para que o Bury existe
nesta vida. É um bichinho preto, meio grisalho e
peludo, cuja existência resume-se a comer, dormir
e brincar. Certamente ele nunca teve nem terá uma
crise existencial do tipo:

" O que será da minha existência? Qual é a
minha missão, aqui, na casa do Rev. Caio?"

Muito pelo contrário, ele só produz sujeira.


De manhã, abro a porta de casa, e piso num negócio
que não queria ter pisado, quando eu vejo:

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"— Buuuuuuuuuuuuuuury 5.1.1.1.1"

Mas o cachorrinho está lá, na função dele


de brincar com as crianças e de alegrá-las. Segundo
meu filho Lukas, referindo-se ao cãozinho:

" Ele é um 'carente', coitado!"

Todavia, como já cantava Valdick Soriano:

`Eu não sou cachorro, não..."

Nós não somos cachorros nem gatos, nem


pedras e nem plantas; somoss seres humnos que
pensam, que agem, que sentem, que têm vontade,
que podem e que devem encontrar sua razão de
existir.
Portanto, estes anos em que vivemos debai-
xo do sol, pisando no chão do planeta Terra, têm
que ter significado. Nós não somos máquinas sola-
res, nem nascemos por acaso para viver neste mun-
do numa espécie de animalidade burra. Somos
criaturas do Deus Eterno, do grande EU SOU,
criados à imagem e semelhança dEle, e, portanto,
vimos a este mundo para uma missão, com um
propósito, para a glória de Deus.
A missão não é a mesma para todos, mas,

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sem dúvida, cada ser humano tem uma. Eu, pes-
soalmente, desejo que a minha seja realizada até o
fim, até as últimas conseqüências, em nome de
Jesus.
Este é o primeiro passo: exterminar a filoso-
fia da vacuidade e da superficialidade, que empresta
à vida nenhum propósito, nenhum sentido. Nós
somos humanos. E mais do que isto: fomos con-
cebidos à imagem e semelhança do Altíssimo. Mais
ainda: fomos comprados pelo sacrifício de Jesus
na cruz, que nos tirou da condenação eterna, mor-
rendo para que pudéssemos viver em liberdade
eterna. E ainda mais do que isto tudo: fomos
selados pelo Espírito Santo da promessa, fazendo
de nós o templo do Deus vivo na terra, tornando-
nos um referencial do bem, do amor de Deus,
dando gosto à vida como sal da terra, como tempe-
ro de Deus para a existência humana, e tornando-
nos também um "refletor" da luz de Cristo, ilumi-
nando os caminhos com a luz da verdade. Não
aceitemos, pois, ser nada menos do que isto. Inter-
nalizemos este conceito, não esperando, não deixan-
do para depois. Abramos a nossa boca agora, e
digamos sem medo:

"— Eu estou neste mundo com um propósito: o de


frutificar para a glória de Deus. Eu não aceito que minha

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vida seja nada menos do que aquilo para a qual ela foi
designada pelo meu Senhor e Criador."

2°. Conheça a sua natureza. A segunda coisa


que precisamos fazer no sentido de mudar a
perspectiva da improdutividade em uma existência
frutífera é discernir nossa própria natureza.
Vejo muita gente sofrendo, porque não
conseguiu discernir sua natureza, seu potencial,
sua tendência. Para entender melhor esta idéia,
imagine um pé de jamelão em crise, porque dese-
jaria dar jaca. Ou, pés de melancia desejando
produzir castanha, ou limoeiros com sídrome de
mangueiras, ou goiabeiras com uma vocação para
darem cupuaçu.
As pessoas entram em crise porque não
discerniram quem são. Deus fez a mangueira para
dar mangas, mas — continuemos imaginando —
ela está deprimidíssima, porque acha que sua vo-
cação é dar jamelão. Ela vai a tudo quanto é vigília,
reunião de oração, pedindo a Deus para ajudá-la a
dar jamelão, pelo menos um jamelão. Vai para o
seminário para aprender tudo sobre o jamelão.
Participa de congressos, a fim de conhecer e refletir
sobre a importância do jamelão. Clama com fé e
fervor:

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"— Ah, Senhor! Dá jamelão na minha vida!"

A única coisa que Deus pode responder a


esta mangueira é:

"— Minha filha, isto nem Eu posso fazer por


você. Eu a criei para dar mangas... e você quer mudar
toda a ordem e equilíbrio da criação."

Você pode estar achando isto engraçado.


Infelizmente, é o que acontece o tempo todo. Tão
ridículo como uma mangueira com crise de jame-
lão, são pessoas que passam pela vida frustradas
por não conhecerem seu potencial natural, insis-
tindo em desenvolver algo que nada tem a ver com
elas. São crises de dons, de finalidades, de minis-
térios, de profissão. Tudo isto também alimentado
por esta era "hollywoodiana"que induz as pessoas a
não serem elas mesmas, mas andróides produzi-
dos nas fantasias dos estúdios. As pessoas não têm
sido estimuladas a gostarem de si mesmas, mas a
serem outras pessoas o dia inteiro. O perigo da
mídia, que induz, que manipula e que controla,
ditando o que as pessoas devem vestir, como devem
falar, agir, e quais os padrões éticos e morais que
devem adotar, vem tirando das pessoas a capaci-
dade de pensarem por si próprias, de maneira

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autêntica e autônoma. É como amarrar jamelões
na mangueira, sem, contudo, transformá-la jamais
num pé de jamelão.
Este espírito manipulador não está apenas
fora, no mundo; está dentro da igreja também,
onde vejo várias vezes pessoas não querendo ser
elas mesmas, mas querendo ser aqueles que estão
à frente; onde vejo toda hora individualidades
sendo anuladas em função de pessoas estarem
encarnando o esteriótipo do líder ou de determi-
nadas pessoas.
Você, por exemplo, jamais se realizaria
sendo eu. Você só vai se realizar sendo você. Tenho
encontrado pessoas frustradas, que falam comigo
dizendo:

"— Eu gostaria de ser você."

Isto me entristece, porque eu creio que você


tem que ser você. Você é a melhor pessoa que
você pode ser em Deus. Eu fui feito para ser eu;
você foi feito para ser você.
A minha esposa diz que eu tenho uma auto-
imagem muito boa. Mesmo antes de me converter
ao evangelho, eu já gostava de ser eu, pois as pessoas
aprendem a gostar de si não só quando encontram
a Deus, mas quando também foram criadas e ensi-

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nadas aprendendo a gostar de si mesmas. Infeliz-
mente, alguns gostam até demais, mas gostar de si
mesmo de maneira equilibrada é positivo. Meu pai,
por exemplo, nunca teve problema em gostar dele
mesmo, apesar de ele ter tido várias razões para
pensar diferente. Com 1 ano de idade, ele contraiu
paralisia infantil, que, naquele tempo, nem tinha
sido diagnosticada como tal. Não sabiam o que
era e, devido a uma injeção mal aplicada que lhe
atrofiou a perna, ele ficou impossibilitado de andar.
Arrastou-se durante alguns anos, e, aos 6, começou
a andar com ajuda de moletas. Ele conta que,
quando ia à escola com aquelas duas moletas enor-
mes, pesadas, aquele sol quente do Amazonas,
olhava as meninas na praça, indo para o instituto
de Educação, as quais sorriam para ele. Então, ele
tentava sua melhor performance com as moletas
pensando:

"— Oba! Estão impressionadas comigo."

Entretanto, ao chegar perto, ouvia o seguinte


comentário:

"— Puxa! Que garoto bonitinho! Pena que é


aleijado, anda igual a um carangue: jo..."

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Eu perguntei a ele se aquilo o tinha ferido
muito, deixado-o complexado, deprimido, ao que
ele me respondeu:

ll"
Meu filho, eu tinha era pena delas, porque
não sabiam o quanto eu era gostoso."

Esta era a sua maneira de, como adolescente,


se defender. E funcionou! Ele nunca teve proble-
mas para arranjar namorada, muito pelo contrário.
Um dia ele estava na escadaria da Faculdade
de Direito, passou um rapaz forte correndo e lhe
deu uma cotuvelada, que o fez desequilibrar-se e
rolar escadaria abaixo. Recuperando-se do tombo,
meu pai olhou para cima e, vendo aquela longa
escadaria, lembrou-se do general romano que foi
pular da proa da galera para invadir o território
inimigo. Pulou e caiu de cara na areia. Os soldados
dele, que não estavam com vontade de lutar aquela
batalha, com medo de perder, acovardaram-se,
mas o general viu aquela areia toda na mão e disse:

"— Meus soldados! Com a mesma facilidade com


que ajunto na minha mão o chão desta terra, nós vamos
vencer o exercito adversário."

34
Os soldados tomaram novo ânimo, e com
coragem e dotados de grande entusiasmo, conquis-
taram a terra.
Meu pai, então, pensando naquilo, falou para
si mesmo:

"— Eu vou ser o melhor aluno que esta Faculdade


de Direito já teve, só porque eu caí lá de cima até aqui em
baixo."

E, com a graça de Deus, isto aconteceu. Até


hoje a média dele nunca foi atingida por outro
aluno naquela Faculdade de Direito do Amazonas.
Tem gente que entende que ser elas mesmas
é muito melhor do que ser qualquer outra pessoa,
mesmo antes de conhecer a Deus. Mas, quando
conhecemos a Deus, conhecemos Jesus e o pro-
pósito dEle para nossa vida. A partir de então,
temos muito mais razão para dizer:

"— Eu quero ser eu mesmo na presença de Deus.


Meu temperamento me foi dado por Deus, minha vos foi
dada por Deus, meu rostofoifeito por Deus, minhas forças
e fraquejas físicas me foram dadas por Deus; forças para
superar as fraquezas e fraquezas para eu aprender a
depender do Senhor. Tudo isto me foi dado por Deus, de
modo que eu quero ser de Deus, da ponta do pé até o fiapo

35
do cabelo. Eu quero que Deus tenha glória na minha
vida. Em tudo!"

Para virar este jogo, tornando a vida pro-


dutiva, é necessário discernir o que você é, sua
natureza, a fim de que você possa dar o fruto que
deve ser dado por sua vida. Se o seu negócio é
cozinhar para Deus, seja a melhor cozinheira pos-
sível para Ele. Não tente pentear para Deus. E se
seu negócio é pentear para Deus, não tente cozinhar
para Ele. O que acaba acontecendo é que tem um
monte de gente com o penteado feio, e um monte
de gente comendo comida ruim. Tem um monte
de gente que está vendendo, mas devia estar
costurando; e um monte de gente que está costu-
rando, mas que devia estar ensinando; e um monte
de gente que está ensinando, mas que devia estar
desenhando; e um monte de gente que devia estar
desenhando, mas que está cantando; e um monte
de gente que devia estar cantando, mas que está
fazendo algo totalmente avesso a isso.
Conheci, certa vez, uma irmã numa reunião
da VINDE — `Rio um Novo Momento de Vida"—
que me disse que gostaria de cortar e cuidar dos
cabelos da minha família. Ela realmente fez um
bom trabalho, mas o que mais admirava nela não
era o profissionalismo técnico, mas o amor e a

36
realização que ela sentia ao fazer isto. Um dia ela
me disse:

"--- Deus me deu este dom, e eu quero fazer o


melhor possível."

O que Deus deu a você para fazer, faça-o da


melhor maneira possível, pois é para a glória dEle.
Já imaginaram se o Pele quisesse ser o
Einstein, e o Einstein quisesse ganhar a copa do
mundo? Que desgraça para a humanidade, que
perderia dos gênios em duas extremidades da
capacidade humana! Um foi feito para pular, dar
uma braçadinha no ar, ganhando miléssimos de
segundos, cabeceando para o gol; o outro foi feito
para calcular esta equação.
É preciso sermos nós mesmos com nosso
potencial, para darmos também espaço para outros.
É preciso discernir quem nós somos, porque
quando isto acontece, vamos descobrir que o que
Deus vai arrancar de dentro de nós é extraordinário.
Mood já dizia que "o mundo está para ver o que
Deus pode fazer com um homem ou mulher colocados nas
mãos dEle".
Discirna quem você é, agradecendo por isto
e verá que você se tornará uma árvore frutífera.

37
3°. Esteja conectado. Em terceiro e último lugar,
a produtividade que cancela a maldição da vida
humana é estar ciente de que só se pode produzir,
se se estiver conectado essencialmente com a vida
proveniente do Senhor Jesus. Em João 15:1-6 se
diz:

"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é


o agricultor. Todo ramo que, estando em mim,
não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto,
limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós
já estais limpos, pela palavra que vos tenho
falado; permanecei em mim, e eu permane-
cerei em vós. Como não pode o ramo produzir
fruto de si mesmo, se não permanecer na
videira; assim nem vós o podeis dar, se não
permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós
os ramos. Quem permanece em mim, e eu,
nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer. Se alguém não permanecer
em mim, será lançado fora à semelhança do
ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo
e o queimam."

Ha muitos frutos que o ser humano pode


produzir nesta vida, e há muita gente sem Deus
dando frutos. Mas o fruto que produz para a vida

38
eterna, este só dá quando se está conectado ao
Senhor Jesus.
Por exemplo, em 1995 a VINDE lançou
uma revista — a Revista VINDE. Porém, revistas
e mais revistas estão sendo lançadas todos os anos
por diversas empresas ou entidades. Nenhuma
destas que têm virado décadas virou para a eterni-
dade, mas, se esta pequena revista for um fruto

conectado à Figueira Verdadeira Jesus — aí ela
será capaz de produzir frutos que a Times e a
Newsweek não produzem: frutos para a vida eterna.
Pessoas lêem Isto É,Manchete,Veja e logo se esque-
cem do que leram; mas pessoas têm lido "O Cená-
culo" e tido experiências inesquecíveis, que resul-
taram na sua entrada pelos portais eternos, no pavi-
lhão da glória, por causa daquela revista que
muitos editores não reconhecem, mas que o Editor
da Palavra de Deus — o Espírito Santo — reconhe-
ce. Não quero dizer com isto que só é frutífero
na vida quem tem Jesus, mas que só quem tem
Jesus produz para a eternidade.
Sendo assim, pegue sua produtividade natu-
ral e peça ao Espírito Santo que a use com poder e
unção. Abra seu coração e diga a Deus:

"— Senhor, para além daquilo que a minha


natureza produz usa-me com aquilo que apenas a Tua

39
natureza pode produzir em mim. Eu quero dar fruto
natural e ungido, e quero dar fruto espiritual e eterno."

Se você é inteligente, você seria inteligente


com Deus ou sem Ele; mas, sem Deus, sua inteli-
gência pode ser ruim, direcionando-se para coisas
erradas; mas, com Deus, sua inteligência ganha um
acessório abençoador, que a direciona para o bem
de si mesma, do seu próximo e da humanidade.
Se você é um atleta, com Deus ou sem Deus
você teria habilidades esportivas; mas, se você é de
Deus, seus talentos se revertem para a glória de
Jesus.
Gosto de lembrar do fime "Carruagens de
Fogo", quando o ator, vivendo a personagem do cor-
redor, diz:

Deus me fez veloz. E quando eu corro, sinto


que Ele sente prazer nisto."

Há muitos médicos, bons médicos, que não


vivem com Deus. Mas, um médico que está conec-
tado a Deus, na hora crucial, quando a medicina
nada pode fazer, ele consegue pôr a mão na cabeça
de um paciente, pela fé, para clamar pela cura
divina. Seria ridículo se ele, antes de lançar mão

40
de seus conhecimentos médicos, fizesse isto. Mas
seria ridículo se ele, que acredita num Deus que
dá vida ao morto, não recorresse a esta graça que
restaura a vida ao morimbundo, em nome de Jesus.
Deus não está em concorrência com nada
que é bom neste mundo. Chega com esta filosofia
medieval de achar que a ciência é do diabo. A
ciência exite e nós devemos usá-la para a glória de
Deus. Vamos acabar com esta neurose de que o
esporte é do diabo; vamos encher as quadras, os
estádios, as praias, as pistas com pessoas cheias de
talentos voltados para Deus, incentivando-as a dar
mais frutos para Deus. Chega de pensar que a
produção literária, artística, teatral é do diabo. Não
é, não! Eu desejo ver nesta próxima geração roman-
cistas escrevendo para Deus, artistas desempe-
nhando para Deus, roteiristas pensando em peças
que valorizem os princípios divinos, dançarinos
empolgando platéias com a beleza de uma dança
dedicada a Deus. Chega de entregar a criação, as
artes, a música e os talentos ao diabo. É hora de
dedicá-los a Deus, Criador e Senhor.
Eu gosto de entrar em alguns restaurantes
por aí, e ouvir o "maitre" dizer:
(1.
A pai do Senhor, Reverendo."

41
Ou, então, quando viajo, e tantas aeromoças
e comissários de bordo me cumprimentam com
uma saldação cristã. O que tem de comissário
crente é uma barbaridade! Gente de Deus.
Eu me lembro de uma vez em que um exe-
cutivo de um jornal do Rio de Janeiro me disse:

a— Sabe qual o problema de vocês? Tem muito


crente nas gráficas, mas muito poucos na redação."

O mundo precisa de jornalistas, de editores,


de fotógrafos, de diretores de TV e de cinema, de
radialistas cristãos; o mundo precisa, enfim, de
profissionais comprometidos com o Espírito de
Deus. O mundo precisa de gente de Deus, que
ama a Deus e que produz frutos para Deus.
Se Jesus entrar em sua loja, Ele quer encon-
trar mais do que produtos bonitos e uma contabili-
dade organizada. Ele quer encontrar frutos. Frutos
na maneira de tratar os clientes, os funcionários;
frutos de amor, de simpatia, de respeito e de res-
ponsabilidade.
Se Jesus entrar em seu consultório, Ele quer
ver mais do que seus diplomas na parede e sua
agenda cheia. Ele quer ver frutos de compaixão,
de paciência, de dedicação e de fé.

42
Se Jesus entrar em sua cozinha, Ele quer
ver mais do que uma comida cheirosa. Ele quer
ver frutos de louvor, de boa vontade e de dedicação.
Se ele entrar na redação do seu jornal, que
Ele não encontre só folhas, mas frutos de honesti-
dade, de ética, de solidariedade e de verdade.
"(...) eu vos escolhi a vós outros, e vos
designei para que vades e deis frutos, e o vosso
fruto permeneça".
(João 15:16b)

Invadamos o mundo no qual vivemos com


frutos de louvor a Deus.
Muitas pessoas interpretam estes "frutos" de
uma maneira diferente. Eu me lembro de que quan-
do morávamos em Manaus, a minha esposa Alda
estava chegando para o evangelho. Antes, ela era
uma pessoa muito mística, gostava de uma "ciga-
nagem", leitura de mãos, cartas. Foi liberta por Jesus
em 1973. Ela ficou muito impressionada com a
leitura da Bíblia, até que um dia ouviu uma mensa-
gem sobre uma determinada vinha que não dava
frutos. Então o dono da vinha disse para o adminis-
trador.

"----- Esta videira está tomando espaço desnecessário


aqui. Vamos cortá-la."

43
Ao que o administrador falou:

" Me dá um ano para tentarfnê-la produzir.


Vou colocar fertilizante, cuidar dela, afim de que dê fruto."

Passou-se um ano, e o dono da vinha veio e


viu que a videira não tinha dado fruto. O admi-
nistrador, então, pediu mais um ano de investi-
mento. O dono da vinha consentiu, mas disse:

"Se ao cabo deste ano esta videira não prodtkir,


ela será cortada e lançada ao fogo."

E foi o que aconteceu. Minha esposa ficou


desesperada, porque ela estava com dois anos de
conversão, e achava que dar frutos era converter
pessoas ao evangelho. Ela me disse:

"— Eu não converti ninguém ainda! Você já


converteu um bocado de gente, mas eu vou ser cortada e
lançada no fogo."

Talvez você esteja vivendo essa crise. Há


muitas pessoas que não gostam de ouvir este tipo
de mensagem, por acharem que dar frutos para
Deus é converter pessoas.

44
Cada um dá o fruto que pode e para o qual
foi criado; cada um tem sua missão; cada um tem
seu trabalho, e sua finalidade no Reino de Deus.
Em I Conintios 12: 28, Paulo nos fala acerca
dessa diversidade:

"A uns estabeleceu Deus na igreja,


primeiramente apóstolos, em segundo lugar
profetas, em terceiro lugar mestres, depois
operadores de milagres, depois dons de curar,
socorros, governos, variedades de línguas."

Paulo está dizendo que alguns são apóstolos,


escolhidos por Deus para uma missão especial; que
outros são profetas, que abrem a boca e revelam
mistérios divinos; por isto alguns são evangelistas,
com um poder enorme para transmitir a Palavra
de Deus a pessoas e estas serem tocadas por Ele.
É por isto que alguns são mestres no ensino, na
didática bíblica, orientando, instruindo, discipu-
lando. É por isto, também, que outros têm o dom
de orar por enfermos e estes ficarem curados,
segundo a vontade de Deus; e ainda é por isto que
outros têm o dom de confortar, aconselhar, serem
instrumentos do Espírito Santo para trazer espe-
rança e ânimo ao próximo. Um é mão, outro é pé,
um é boca, outro é ouvido, um é olho, outro é

45
pulmão, um é cabelo, outro é figado, porém todos
fazendo parte de um mesmo Corpo:

"De maneira que, se um membro sofre,


todos sofrem com ele; e, se um deles é honra-
do, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois
corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo."
(I Coríntios 12:26-27)

Deus não pede de nós aquilo que não somos;


Ele não espera de nós nada que não possamos
produzir. Seja, portanto, o melhor naquilo que você é.
João Batista, por exemplo, nunca fez
nenhum milagre. A vocação de João era falar a
verdade, anunciar o Messias. Se João fosse avaliado
por alguns conceitos evangélicos de espiritualidade,
talvez não fosse nem considerado profeta, pois não
fez nenhum milagre. Em termos carismáticos, a
"contabilidade"de João deixava muito a desejar. Mas
não é assim que Deus o vê:

"Em verdade vos digo: Entre os nas-


cidos de mulher, ninguém apareceu maior do
que João Batista".
(Mateus 11:11a)

46
A interpretação humana sobre a relevância
que temos no mundo é, na maioria da vezes, total-
mente diferente da divina.
Há uma história de um missionário que foi
para determinada região da Índia, a fim de evange-
lizar. Ele se preparou nos melhores seminários,
estudou, construiu um templo muito aconchegante
e atrativo, e nada. Ficou um ano fazendo visitas,
boas obras, pregando, e nada. No segundo ano,
intensificou o trabalho, trouxe pessoas de fora para
fazerem palestras, e nada. No terceiro ano, estando
deprimido, foi quando um servente do local se
aproximou, começou a fazer algumas perguntas
sobre Deus e ele despretensiosamente foi respon-
dendo. Depois de um mês, o varredor se aproximou
dele e disse:

"—Pastor, considerei tudo o que o senhor me falou.


Reconheço-me um pecador; sei que a salvação é apenas
através do sacrifício de Jesus na crus, e, sendo assim, abro
meu coração para Ele, entrego minha vida a Seu serviço, e
agora desejo ser batiado."

O pastor se desesperou:

"— Era só o que me faltava! Você pertence à pior


casta desta terra, e agora se converte. Se ninguém queria

47
me ouvir antes, agora é que não vão querer mesmo. Não
diga a ninguém que você se converteu e nem pense em pedir
para eu batiO-lo."

Todavia, pressionado pela esposa, aquele


pastor decidiu batizar o rapaz às escondidas. Então
advertiu a ele:

"— Por favor, não diga a ninguém que você é


crente."

Mas o jovem indiano, cheio do amor de


Deus, não podia se conter, não podia reter a fonte
de água viva que jorrava de dentro de si, e pensou:

O pastor vai me desculpar, mas outras pessoas


precisam conhecer esta verdade."

E assim saiu evangelizando. Depois de uma


semana sem aparecer na missão, o pastor pensou
que ele havia ido embora. Foi quando o indiano
apareceu com outras 10 pessoas para serem bati-
zadas. O pastor não acreditou. Um mês depois,
este número já tinha triplicado, e assim por diante.
Cada um dá o fruto para o qual foi destinado.
O indiano ganhou milhares de pessoas para Jesus,
e o pastor ganhou o indiano para Jesus.

48
Não menospreze a ação de Deus na sua vida.
Às vezes, parece que você faz pouco, mas não é
verdade. Uma alma vale mais do que o mundo
inteiro:

"Pois, que aproveitará o homem se


ganhar o mundo inteiro e perdera sua alma?"
(Mateus 16:26)

Às vezes, encontro algumas senhoras que


me dizem:

Ah, pastor! Eu não posso fazer muita coisa.


A única coisa que eu posso fazer é orar"
Oração é um grande ministério que viabiliza
a intervenção de Deus nas situações de conflitos, e
que responde aos anseios do Seu povo.
Seja quem você é e viva abundandemente
para a glória de Deus.
Agora que você já sabe que a religiosidade não
o insenta de maldições, mas que ela mesma pode
se tornar amaldiçoada a partir do fato de se
apresentar com uma capa de superficialidade, sem
nenhuma profundidade, sem poduzir frutos que
saciem afome de Deus; agora que você sabe que foi
criado com um propósito, com uma missão, e que

49
sua existência tem uma finalidade; agora que você
já olhou para dentro de si mesmo a fim de descobrir
sua natureza, seu potencial, e que a melhor coisa
que você pode fazer da sua vida é ser você mesmo;
agora que você já sabe todas estas coisas, quebre
toda a maldição em nome de Jesus, e vá dar frutos,
vivendo com prazer, alegria, reali-zação e paz para
a glória de Deus.
Amém.

50
A ÁRVORE DAS MALDIÇÕES
HEREDITÁRIAS
Superando lembranças e modificando
comportamentos adoecidos
"Livro da genealogia de Jesus Cristo,
filho de Davi; filho de Abraão. Abraão gerou
a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus
irmãos; Judá gerou a Esrom; Esrom, a Arão;
Anão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a
Naassom; Naassom, a Salmom; Salmom
gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute gerou a
Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei
Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora
mulher de Unias; Salomão gerou a Roboão;
Roboão, a Abias; Abias, a Asa; Asa gerou a
Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; Uzias
gerou aJotão,lotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias;
Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a
Amom; Amom, a Josias; Josias gerou a
Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio
em Babilônia. Depois do exílio em Babilônia,
Jeconias gerou a Salatiel; e Saladel, a
Zorobabel; Zorobabel gerou a Abiade; Abiúde,
a Eliaquim; Eliaquim, a Azor; Azor gerou a
Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a Eliúde;
Elitide gerou a Eleázar; Eleázar, a Matk Moa,
a Jacó. E Jacó gerou a José, marido de Maria,
da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
De sorte que todas as gerações desde Abrão
até Davi, são catorze; desde Davi até ao

53
desterro para a Babilônia, catorze; e desde o
desterro de Babilônia até Cristo, catorze."
(Mateus 1:1-17)

Quando olhamos para a vida das pessoas, e


observamos a maneira como elas se comportam, e
como a natureza humana se manifesta na vida em
sociedade, descobrimos que há razões diferentes
pelas quais os indivíduos parecem se comportar.
Eu diria até que neste século três grandes teorias
sobre o comportamento humano foram ensinadas
à humanidade em geral. Nos últimos 50 anos, algu-
mas delas ganharam importância enorme de alguns
grupos acadêmicos, no interesse de compreender
por que as pessoas são como são; por que se com-
portam de uma maneira e não de outra. Algumas
teorias foram sistematizadas na intenção de ajudar
ao discernimento dessas questões.
A grande questão é: por que as pessoas são
como são? Por que agem de modo esquisito, às
vezes? De onde procedem suas idiossincrasias, suas
manias, suas taras? Quais são as doenças de com-
portamento de cada uma delas? Quais as suas ori-
gens?
Não só os que encaram a vida com uma
perspectiva de fé, mas também os ateus, fazem tais
questionamentos.

54
Foi por isso que, neste século, três teorias
foram desenvolvidas, na tentativa de explicar o
comportamento humano.
A primeira teoria foi a geneticista, surgida
no horizonte acadêmico há mais ou menos 30 anos.
Seu ponto de partida foram as pesquisas já desen-
volvidas por Pavlov, na área do comportamento,
mostrando que os seres são condicionáveis. A partir
daí, a teoria geneticista procurou provar que o
comportamento humano é algo que tem raízes
biológicas, crendo que os comportamentos vão
passando de geração para geração. Segundo essa
teoria, as pessoas já nascem, irremediavelmente,
com propensões para algum tipo de comporta-
mento, porque isso está no sangue, é hereditário.
Muitas pessoas acreditam na teoria gene-
ticista que explica o comportamento humano. Algu-
mas delas entram em crise, quando, por exemplo,
deparam-se com a triste realidade de que seus pais
são alcoólatras. Isto porque acreditam que, a qual-
quer momento, possa sobrevir-lhes a inclinação,
compulsiva e irremediável, para a bebida. Outros,
ao olharem para os seus progenitores, percebem
neles alguns desvios mentais, algumas esquizo-
frenias, e ficam com medo de que, assim como o
avô ou o pai foi um louco, de um momento para o
outro, possam também enlouquecer.

55
A segunda teoria que busca explicar o com-
portamento humano é a psicológica, a qual teve
Freud como um dos seus principais expoentes, o
qual tentou entender o comportamento humano à
luz das influências que o ambiente imediato — o
ambiente familiar —, e suas relações parentais
podiam trazer para dentro de uma pessoa.
A grande questão, por exemplo, nesta teoria
é a seguinte: numa relação na qual uma mãe forte,
do tipo dominadora, ditadora e tirana é casada com
um homem subserviente, introvertido, fracassado
profissionalmente, sem auto-estima e que tem medo
da própria mulher, segundo essa teoria psicológica,
tal relação pode gerar filhos doentes. É possível
que a filha desse casal tenha tendências ao lesbia-
nismo, em razão de ter construído na mente uma
figura totalmente distorcida do que venha a ser a
feminilidade, do que vem a ser ser mulher, porque a
figura de mulher que ela conhece é a da mãe —
uma "mulher-macho" — que nunca lhe inspirou femi-
nilidade, para que fosse uma mulher atraente, deli-
cada e sensível. De outro lado, é possível também
que o menino que esse casal venha a ter tenha ten-
dências à pederastia, uma vez que nunca aprendeu
a ter posturas de força, de masculinidade, sendo
fraco em tudo o que faz. Isto porque o seu pai é,
para esse garoto, uma figura deformada.

56
Freud trouxe à lume os exemplos mais vari-
ados para mostrar que as relações domésticas entre
marido e mulher, pais e filhos são absolutamente
importantes, essenciais, tendo, ainda, uma força
enorme na configuração da personalidade, do
comportamento e do desenvolvimento de cada
indivíduo.
A terceira teoria que busca compreender o
comportamento humano é a sociológica, que foi
desenvolvida por Karl Marx que, olhando para a
sociedade, concebeu que a grande tendência
humana é orientar-se em função das relações de
trabalho. Cria ele ainda que a grande força da socie-
dade é o dinheiro, é o capital, é a produção.
E por ser o homem um ser social, e, "ipsu
factu", viver em sociedade, conseqüentemente o seu
comportamento vai ser influenciado pelas relações
inter-humanas que se travam dentro dela. Marx
desenvolveu uma teoria — chamada pelos seus
seguidores de Marxismo — a qual tenta explicar
tais relações.
Nesta teoria, por exemplo, a grande questão
é a seguinte: se um indivíduo nasceu numa favela,
onde não havia saneamento básico, mas vivia
cercado de valas negras e de outras condições
precárias de vida; se um indivíduo viveu numa
comunidade na qual as pessoas se xingavam cons-

57
tantemente e cujas brigas eram um espetáculo cor-
riqueiro; enfim, se um indivíduo nasceu e viveu
num grupo social em que as desgraças e as mazelas
humanas se inseriam no cotidiano de cada um, de
forma quase que natural; para a teoria sociológica,
tal indivíduo vai tornar-se um sujeito revoltado,
violento e amargurado.
Para Marx, o que salvaria o homem da revol-
ta, da violência e da amargura geradas pelas precá-
rias condições de vida a que aquele indivíduo foi
exposto é a educação, a escola, a comida, habita-
ção digna e condições favoráveis de sobrevivência.
Todas essas três teorias que buscam compre-
ender e explicar o comportamento humano têm
suas verdades.
Todos sabemos que uma pessoa viciada em
drogas, ou dependente de bebidas alcoólicas, tem
uma tendência enorme a passar para os seus filhos
— geneticamente falando — tal propensão.
Todos sabemos que crescer num lar onde as
relações psicológicas estão fragmentadas, indefi-
nidas e enfermas pode trazer um impacto pro-
fundo à mente e ao comportamento dos filhos.
Todos sabemos que crescer num ambiente
em que se tem água limpa, rede de esgoto, escola,
educação, favorece muito mais ao desenvolvimento
de um indivíduo do que crescer num lugar que se

58
assemelha a uma pocilga, onde a dignidade humana
é aviltada diariamente.
Todavia, as três teorias que tentam compre-
ender e explicar o comportamento humano estão
longe de poder entender o que ocorre no coração
humano. Por quê? Porque é possível ver pessoas
que tiveram pais doentes nascerem saudáveis, sem
marca negativa alguma dos seus progenitores.
Vêem-se, freqüentemente, pessoas quebrarem
o padrão comportamental dos pais em suas vidas.
Pessoas que nasceram em lares enfermos, mas que
se transformaram em pessoas sensíveis e felizes.
Do mesmo modo, vêem-se pessoas proce-
derem de lares cujas relações eram aparentemente
saudáveis tornarem-se indivíduos absolutamente
diferentes do ambiente em que foram criados
psicologicamente.
Vêem-se, também, pessoas morando em
casas e apartamentos os mais luxuosos, nas áreas
mais nobres das grandes metrópolis, traficando
entorpecentes e tornando-se os indivíduos mais
perversos da cidade. É impressionante vermos
rapazes e moças que, humanamente falando, têm
tudo para serem pessoas sadias e equilibradas,
instruídas, bem educadas, cultas, bem vestidas tor-
narem-se verdadeiros monstros, egoístas, insen-
síveis.

59
Em contrapartida, vêem-se pessoas oriundas
das comunidades mais violentas, tornarem-se,
porém, os indivíduos mais bondosos da cidade,
com uma humanidade incomparável.
Qual a importância do texto que descreve
toda a genealogia de Jesus? E por que, até o
momento, três teorias do comportamento humano
foram abordadas, ainda que superficialmente? Res-
posta: poucas pessoas tiveram uma família tão
problemática quanto Jesus. Poucas pessoas tiveram
ancestrais tão adoecidos moral, social, mental e
espiritualmente quanto Jesus.
Ao olharmos para a genealogia de Jesus,
pensamos que nela só vamos encontrar gente santa.
Mas isso não é verdade. Se as três teorias acerca
do comportamento humano determinassem o
comportamento de Jesus, Ele nunca seria o que
foi: Santo, Santo e Santo.
Se Jesus fosse influenciado pelos seus ances-
trais, Ele não teria sido o Salvador do mundo.
A começar com Abraão, que, apesar de ter
sido escolhido por Deus para ser a raiz do povo
do Senhor, era chegado à mentira. Mentiu a Faraó
quanto a Sara ser sua esposa, com medo de que o
matassem, por ser ela uma mulher, ainda que
adiantada em idade, muito bonita:

60
"Quando se aproximava do Egito, quase
ao entrar, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem
sei que és mulher de formosa aparência; os
egípcios, quando te virem, vão dizer: É a
mulher dele, e me matarão, deixando-te com
vida. Dize, pois, que és minha irmã, para que
me considerem por amor de ti e, por tua causa,
me conservem a vida."
(Gênesis 12:11-13)

A mesma mentira Abraão pregou a Abime-


leque, rei de Gerar, temendo que este o matasse
por causa de Sara, sua mulher:

"Partindo Abraão dali para a terra do


Neguebe, habitou entre Cades e Sur, e morou
em Gerar. Disse Abraão de Sara, sua mulher:
Ela é minha irmã; assim, pois, Abimeleque,
rei de Gerar, mandou buscá-la."
(Gênesis 20:1-2)

O mesma mentira é contada, outra vez, a


Abimeleque, anos mais tarde, só que desta vez
por Isaque, filho de Abraão, que também temeu
por sua vida, por ser Rebeca, sua mulher, muito
bonita:

61
"Isaque pois ficou em Gerar. Pergun-
tando-lhe os homens daquele lugar a respeito
de sua mulher, disse: É minha irmã,. pois temia
dizer: É minha mulher; para que, dizia ele
consigo, os homens do lugar não me matem
por amor de Rebeca, porque era formosa de
aparência. Ora, tendo Isaque permanecido ali
por muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus,
olhando da janela, viu que Isaque acariciava
a Rebeca, sua mulher. Então Abimeleque
chamou a Isaque e lhe disse: É evidente que
ela é tua esposa; como, pois, disseste: É minha
irmã? Respondeu-lhe Isaque: Porque eu dizia:
Para que eu não morra por causa dela."
(Gênesis 26:6-9)

Observe como uma cultura de mentira se


estabelece de pai para filho, nessa familia. Essa
mesma cultura vai ser perpetuada por Jacó — cujo
nomee significa enganador — ao enganar o seu pai,
Isaque, no momento de receber a bênção, dizendo-
se que era Esaú:

`Jacó foi a seu pai, e disse: Meu pai! Ele


respondeu: Fala. Quem és tu, meu filho? Res-
pondeu Jacó a seu pai: Sou Esaú, teu primo-
gênito; fiz o que me ordenaste. Levanta-te,

62
pois, assenta-te, e come da minha caça, para
que me abençoes. Disse Isaque a seu filho:
Como é isso que a pudeste achar tão depressa,
meu filho? Ele respondeu: Porque o Senhor,
teu Deus, a mandou ao meu encon-tro."
(Gênesis 27:18-20)

Ainda é a mentira e o engano que vão estar


presentes na casa de Jacó, quando da venda de José
para uma caravana de midianitas, que foi feita pelos
seus irmãos enciumados — baseados na parcia-
lidade do amor do pai — ao lhe anunciarem, que
o filho mais moço havia sido devorado por uma
fera no campo:

"Então tomaram a túnica de José, mata-


ram um bode e a molharam no sangue. E
enviaram a túnica talar de mangas compridas,
fizeram-na levar a seu pai, e lhe disseram:
Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu
filho. Ele a reconheceu, e disse: É a túnica de
meu filho; um animal selvagem o terá comido;
certamente José foi despedaçado."
(Gênesis 37:31-33)

Observe como uma cultura de mentira e de


engano se perpetua nas relações familiares daquelas
pessoas, gerando crise, separação e amargura.

63
É bom lembrar que Abraão, Isaque e Jacó
foram ancestrais da família de Jesus.
Depois, em Mateus 1:3a:

`Judá gerou de Tamar a Perez".

Diz-se que Tamar teve um filho de Judá —


Perez. Pode-se até imaginar um casal feliz, em
virtude do nascimento de uma criança. Entretanto,
Judá era o sogro, e Tamar, a nora (Gênesis 38:15-
19). Portanto, uma relação incestuosa houve entre
os ascendentes humanos da família de Jesus.
Em seguida, em Mateus 1:5a:

"Sahnom gerou de Raabe a Boaz".

Entretanto, Raabe, durante boa parte de sua


vida, foi prostituta na cidade de Jericó, a qual foi
sitiada e tomada pelo povo de Israel. Raabe só foi
salva, porque deu proteção aos espias hebreus que
foram observar a cidade, para depois tomá-la:

"(...) enviou Josué, filho de Num, dois


homens, secretamente, como espias, dizendo:
Andai; e observai a terra e a Jericó. Foram,
pois, e entraram na casa duma mulher, prosti-
tuta, cujo nome era Raabe, e pousaram ali.

64
(..) Porém a cidade será condenada, ela e tudo
quanto nela houver; somente viverá Raabe, a
prostituta, e todos os que estiverem com ela
em casa, porquanto escondeu os mensageiros
que enviamos."
(Josué 2:1; 6:17)

Alguns dos reis de Israel, que são mencio-


nados na genealogia de Jesus, foram capazes de
atos abomináves na história do povo escolhido.
Davi, que foi um homem extraordinário, adulterou
e matou a Urjas, o marido da mulher (Bate-Seba)
com a qual estava tendo um caso (II Samuel 11).
Salomão, que é filho de Davi com Bate-Seba,
corrompeu-se na sua sabedoria, tendo mil mulheres
na sua relação conjugal. Diz-nos a Bíblia que ele
se corrompeu inteiramente, pervertendo-se com
os ídolos que eram trazidos para sua casa pelas
mulheres com as quais ele se casou e por suas
concubinas:

"Ora, além da filha de Faraó, amou Salo-


mão muitas mulheres estrangeiras: moabitas,
amonitas, edomitas, sidônias e hetélas, mulhe-
res das nações de que havia o Senhor dito aos
filhos de Israel: Não caseis com elas, nem
casem elas convosco, pois vos perverteriam o

65
coração, para seguirdes os seus deuses. A estas
se apegou Salomão pelo amor. Tinha setecen-
tas mulheres, princesas, e trezentas concubi-
nas; e suas mulheres lhe perverteram o cora-
ção. Sendo já velho, suas mulheres lhe perver-
teram o coração para seguir outros deuses; e o
seu coração não era de todo fiel para com o
Senhor seu Deus, como fora o de Davi, seu
pai. Salomão seguiu a Astarote, deusa dos
sidônios, e a Milcom, abominação dos amo-
fitas. "
(I Reis 11:1-5)

Outro rei pervertido foi Roboão, que andou


por caminhos malignos (Gênesis 12). Roboão, ao
se tornar rei, viu o clamor do povo para que o
jugo imposto por seu pai, Salomão, fosse aliviado,
uma vez que o povo estava oprimido. Ao invés de
aceitar os conselhos dos anciãos e atender a suas
palavras sábias e experientes, foi dar ouvidos aos
seus amiguinhos de adolescência. O reultado foi um
desatre, que culminou com a divisão de Israel, ao
responder ao povo:

"— Meu dedo mínimo é mais grosso que os lombos


de meu pai."

66
Conquanto muitos outros tenham andado
em caminhos maus, fazendo o que era abominação
contra Deus, certamente Manassés, referido em
Mateus 1:10, foi o mais abominável, o qual prati-
cou magia negra, tornando-se um bruxo e ofere-
cendo seus filhos num altar a espíritos malignos,
matando-os:

"E queimou a seus filhos como oferta,


no vale do filho de Hinom; adivinhava pelas
nuvens, era agoureiro, praticava feitiçaria, e
tratava com necromantes e feiticeiros;
prosseguiu em fazer o que era mau perante o
Senhor, para o provocar à ira."
(II Crônicas 33:6)

Manassés pagou um preço muito caro pelo


seu pecado, ao destruir sua família e o seu povo:
`Além disso Manassés derramou muitís-
simo sangue inocente, até encher a Jerusalém
de um ao outro extremo, afora o seu pecado,
com que fez pecar a Judá, praticando o que
era mau perante o Senhor."
(II Reis 21:16)

Manassés teve o seu reino — Judá— invadido


e tomado pelo exército assírio, sendo levado cativo
para Babilônia:

67
"Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os
príncipes do exército do rei da Assíria, os quais
prenderam a Manassés com ganchos, amar-
raram-no com cadeias, e o levaram a Babi-
lônia."
(II Crônicas 33:11)

No cativeiro, Manassés se arrepende, humi-


lhando-se diante do Senhor, suplicando-Lhe per-
dão, ao que foi ouvido e atendido:

"Ele, angustiado, suplicou deveras ao


Senhor seu Deus, e muito se humilhou perante
o Deus de seus pais; fez-lhe oração, e Deus se
tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a
súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu
reino; então reconheceu Manassés que o
Senhor era Deus."
(II Crônicas 33:12-13)

Na genealogia de Jesus, encontramos gente


de todo tipo.
Alguém, hoje, talvez dissesse a Maria, diante
do conhecimento da vida dos ancestrais de Jesus,
que, para ela ser a mãe do Salvador do mundo,
teria ela de quebrar todas as maldições hereditárias
que acompanham a família há gerações.

68
Entretanto, não vemos Maria fazer isso. Maria
ama *sus, e a esperança de salvação que procede
dEle, desejando ser um instrumento de Deus. O
coração de Maria é limpo, é puro. Um dia, ela
recebe uma visita angelical. Gabriel se apresenta a
ela, dizendo-lhe:

"(..) Alegra-te, muito favorecida! O


Senhor é contigo. (..) Maria, não temas;
porque achaste graça diante de Deus."
(Lucas 1:28b e 30)

Disse-lhe mais Gabriel:

"Eis que conceberás e darás à luz um


filho a quem chamarás pelo nome de Jesus.
Este será grande e será chamado Filho do
Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de
Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a
casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim."
(Lucas 1:31-33)

Em outras palavras, o anjo Gabriel está


dizendo a Maria:

" — Vai nascer de ti um Ente santo, O qual vai


descender da raiz de Davi, mas cujas raízes mais profundas

69
são de natureza divina; Ele vai ser gerado em ti, por
intermédio do Espírito Santo, e manterá também relações
com a Eternidade e com a História, porque você fazparte
da História, pois é descendente de Davi."

Maria ouve tais palavras, e diz apenas o


seguinte ao anjo Gabriel:

"(...) Aqui está a serva do Senhor; que se


cumpra em mim conforme a tua palavra."
(Lucas 1:38)

Há muitas pessoas que estão carregando


carmas familiares durante sua existência. Há pes-
soas que têm medo de enlouquecerem, porque ou
o pai ou a mãe é louco. Outros têm medo de que
de uma hora para outra possam ficar completa-
mente entregues à bebida alcoólica, porque ou o
avô ou o tio foram alcoólatras inveterados.
Lembro-me de um dia, numa favela, estava
conversando com uma senhora e, ao perguntar-
lhe quantos filhos tinha, ela me respondeu que
dela tinha 3, mas adotara mais 4. Fiquei impres-
sionado porque aquela mulher vivia num barraco,
mal tendo o que comer, e ainda assumia a reponsa-
bilidade de mais 4 crianças além das dela.

70
" — Como é que a senhora, tendo tão pouco, ainda
pegou mais 4 crianças para criar?" — perguntei lhe.

"— Ah pastor, eles não têm ninguém nem nada;


têm menos do que eu!... E onde comem 4, com boa vontade
comem 8." — respondeu-me com simplicidade.

Há pessoas também que, por fazerem parte


de uma família cujas relações parentais e interpes-
soais são conturbadas, onde a violência, o desamor
e a falta de respeito são aspectos do cotidiano, pen-
sam que serão incapazes de dar amor a alguém,
tendo receio de construir um relacionamento
maduro, não sabendo se podem ser bons pais, boas
mães, se podem ser pessoas generosas e consti-
tuírem uma família cujas relações entre seus mem-
bros sejam sadias. Tais pessoas alimentam esse
receio por temerem que toda doença de caráter e
de espírito que predominava na casa de seus pais
surja outra vez nas suas vidas, deteriorando suas
possíveis relações futuras com outras pessoas.
Eu não sei quais são os fantasmas que o
atormentam, mas eu quero lhe dizer algo, em nome
de Jesus. É o seguinte: se Jesus pôde sair dessa
ascendência, descendendo de gente que manteve
as relações interpessoais as mais terríveis, vindo
ao mundo para ser Santo, você pode descender de

71
quem for, ter como ascendente quem quer que
seja, mas se você, hoje, disser:

"—Eis aqui o teu servo, eis aqui a tua serva. Faça-


se em mim, conforme a Tua vontade."

Se você, hoje, disser tais palavras para Deus,


não interessa a sua ascendência, não interessam as
suas raízes, não interessam as relações interpessoais
adoecidas que se estabeleceram na sua família no
passado.
Há pouco tempo, vi em uma das revistas de
maior circulação do país, uma reportagem sobre a
morte da modelo e atriz Margaux Hemingway.
Dizia o artigo que a causa da morte ainda não
estava confirmada, mas a principal suspeita era de
suicídio, visto que este carma acompanhava a
família. O avó da atriz se suicidou, o pai e o irmão
também, e a morte dela deu-se no mesmo dia do
aniversário da morte de um deles.
Há ainda aquelas que têm em suas relações
familiares vínculos e práticas malignas, ritos espiri-
tuais condenáveis por Deus, pactos feitos por seus
pais, avós, tios com entidades espirituais.
Não interessa se lhe jogaram maldições, ou
mal olhado. Não interessam os pactos feitos pelos
seus ancestrais. Tudo isto é quebrado na Cruz.

72
O que importa é que há poder no sangue do
Senhor Jesus, para lavá-lo de todos os traumas
comportamentais que lhe foram legados pelos seus
antepassados.
O apóstolo Pedro, olhando para pessoas que
tinham famílias problemáticas (como eu e você),
cujos ascendentes tiveram um comportamento
discutível e questionável (como eu e você), lem-
brou-lhes o seguinte:

"(...) não foi mediante coisas corrup-


tíveis, como prata ou ouro, que fostes resga-
tados do vosso fútil procedimento que vossos
pais vos legaram, mas pelo precioso sangue,
como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o
sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes
da fundação do mundo, porém manifestado
no fim dos tempos, por amor de vós".
(I Pedro 1:18-20)

Não sei quem são seus pais, seus tios e demais


parentes; não sei também quais as doenças de
comportamento que se manifestaram na sua
família; não sei quais as relações conflituosas que
se instauraram entre as pessoas da sua casa; não
sei qual é o ambiente social em que você vive. Mas,
uma coisa eu sei:

73
"(...) se alguém está em Cristo, é nova
criatura: as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas."
(II Coríntios 5:17)

Isto não nega as origens pessoais de cada um.


Herdamos traços genéticos dos nossos pais, porque
procedemos deles. Herdamos também traços
psicológicos deles, bem como o ambiente familiar
e social em que convivemos com nossos familiares
é importante para a nossa formação individual.
No entanto, tais heranças não significam que
estamos fadados a repetir e a perpetuar os desvios
de comportamento e a manter as relações adoecidas
que se verificaram na casa de nossos pais. Jesus
pode modificar-nos, ensinando-nos a ser pessoas
sadias que, ao invés de serem vespas que dão
ferroadas, possam ser como abelhas, feitas para dar
mel.
Esse é um milagre que a teoria geneticista
não sabe explicar; esse é um milagre que Freud
não conseguiu explicar; esse também é um milagre
que Marx não conheceu, qual seja: o milagre feito
por Jesus de Nazaré, O qual diz:

"--- De descendência de gente adoecida, Eu posso


curar pessoas, tornando-as sadias para a vida. De famílias

74
complicadas, posso suscitar pessoas que vão adquirir a
Minha mente, sendo transformadas pela atuação do
Espírito Santo em suas vidas."

Eu não sei qual é a sua genealogia, mas, em


nome de Jesus, ela não interessa, se você quer ser
uma pessoa com uma vida sadia. Vai ser preciso
considerar os aspectos negativos do passado, para
modificá-los, mas nunca acreditando que eles serão
os determinantes do seu futuro. Você não é o cão
de Pavlov — um ser condicionado e que responde
somente por estímulos já conhecidos. Mas, você é
um ser humano, que tem dentro de você uma força
que o Pavlov desconsiderou em suas pesquisas, qual
seja: a do amor poderoso e libertador de Jesus
Cristo; a força do Espírito Santo que brota dentro
de você, quando você se entrega ao Senhor, dando
a Ele o rumo de sua vida e de sua existência.
Quebre, então, hoje, as cadeias familiares de
maldição, de doenças de caráter, de comporta-
mento e de espírito existentes na sua casa, em nome
de Jesus, dizendo-Lhe:

"— Eis aqui o teu servo, eis aqui a tua serva. Faça-
se em mim, conforme a Tua vontade. Enche-me da Tua
Palavra, e modifica a minha mente, Senhor!"

75
Depois disso, não importa quem tenham sido
os seus antepassados, porque o seu Pai que está
nos céus é Sadio e é Santo, cuja mente agora será
sua também, podendo crescer como Seu filho.
Que Deus o abençoe,
Amém.

76
RQUE POR DENTRO

A VINDE Comunicações se propõe a editar e publicar


os livros do Rev. Caio Fábio e de outros autores nacionais e
internacionais. Buscamos aprimorar a qualidade técnica e li-
terária a cada lançamento. Através da Rede de Livrarias
VINDE e distribuidores regionais, a VINDE Comuni-
cações vem procurando levar o melhor da literatura evangélica
aos mais distantes locais.

O QUE É A VINDE

Fundada em 1978 pelo Rev. Caio Fábio, a VINDE -


Visão Nacional de Evangelização - é uma missão interde-
nominacional e tem como objetivos: evangelização, edificação
dos cristãos, treinamento de lideranças e compromisso ético
e social.

MINISTÉRIOS DA VINDE

Dentre os tantos ministérios da VINDE, podemos des-


tacar: Cruzadas Evangelísticas, Congressos de Líderes,
Família e Juventude, Programa de TV Pare & Pense, Fábrica
da Esperança, Casa da Paz, Aconselhamento, VINDE Co-
municações.

COMO AVINDE ÉSUSIENTADA

Atuando em tantas áreas diferentes, a VINDE


necessita de uma estrutura composta por pessoas
comprometidas com o Evangelho, bons profissionais e
tecnologia para tudo o que tem feito e quer realizar. Para tanto,
a VINDE é sustentada com orações, incentivos e ofertas
financeiras de amigos e irmãos que acreditam e são benefi-
ciados por todos esses ministérios.
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LIVROS DA VINDE COMUNICAÇÕES

• Caio Fábio
• 70 Esboços de A a Z
• A crise de ser e de ter
• A cura das feridas interiores
• Alcançando a Vitória
• A mulher no projeto do reino de Deus
• A segunda unção
• Amor: o melhor caminho
• As quatro maldições
• Avivamento total
• Batalha espiritual
• Cama Curta
• Como ser usado por Deus
• Cristo: opção pela esperança
• Entre um homem e uma mulher
• Eu Quero Ser Feliz
• Família: idéia de Deus
• Família - Sombras e Luzes
• Igreja: crescimento integral
• Jonas: o sucesso do fracasso
• Mais que um sonho
• Mensagem ao homem do séc. XX
• No divã de Deus
• No divã de Deus - vol. 2
• Novos líderes para uma nova realidade
• O que Deus uniu
• O sopro do Espírito
• Oração para viver e morrer
• Os espinhos da vida
• Perdão encarnação da graça
• Resposta à calamidade
• Sal Fora do Saleiro
• Sarando a terra ferida
• Seguir Jesus: o mais fascinante projeto de vida
• Tá doendo!
• Um cântico na agonia
• Uma graça que poucos desejam
• Um projeto de espiritualidade integral
• Você tem valor

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• Grandes questões sobre sexo
• Mentalidade cristã

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• Educação religiosa relevante
• Panorama do Velho Testamento
• Você acredita em escola dominical?
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• Influenciando positivamente onde estou
• Perfumando Minha Casa
• Recuperando os valores da família

- Rubem Olinto
• Luto, uma dor perdida no tempo

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• Jesus, o maior revolucionário

- Vilma Laudelino
• Escalando o abismo

• Antônio Carlos Costa


• Enquanto o Sonho não Nasce

- Fábio Damasceno
• Oficina de Cura Interior

- Eduardo Rosa Pedreira


• Fé e sofrimento

- Marco Antônio Peixoto


• Vencendo as guerras invisíveis

- Ednilze Soárez Fernaniar


• Juntos no vale da sombra da morte

• INFANTIL:

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• Um Irmãozinho?
• INFANTO-JUVENIL:

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Livro escrito pelo Dr. Fábio Damasceno —
psiquiatra e pastor da Comunidade S8 (en-
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dentes de drogas, lidando com suas famílas e
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técnico (científico) e teológico (espiritual).

Neste livro, o autor nos leva a pensar a


mulher, analisando-a sob os diversos
aspectos e projetos em que está inserida.
Sem dúvida, esta leitura lhe apresentará um
posicionamento digno, bíblico e equilibrado
a respeito desta a quem Deus criou conforme
Sua imagem e semelhança.
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Baseando-se nas atitudes de Jesus e de Paulo,
que pregaram e viveram o evangelho nos locais
mais seculares possíveis, dessacralizando a
idéia de que há lugares nos quais se deve ou
não evangelizar, e pessoas às quais se deve ou
não anunciar a Palavra de Deus, o Rev. Caio
Fábio, à luz da Bíblia, mostra-nos que"ser sal
da terra é dar gosto ao desgosto do mundo".
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