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MISSIONÁRIO
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ISSN
Andrew Murray foi convidado a ser um dos pregadores em uma
Conferência Missioriária nos Estados Unidos, e não pôde participar. A
pedido dos organizadores, escreveu as mensagens que proferiria naquele
encontro. Este livro contém estas mensagens, e tem servido de um grande
instrumento de Deus para despertar a igrejaao redor do‘mundo.
EDIÇÃO
Durante muito tempo, pensei que o problema missionário fosse a
ESPECIAL ---
falta de visão de pastores e líderes, mas lendo este livro, concordei com o
autor que o problema é de nível espiritual. A igreja está enferma, e a
enfermidade é a falta de compromisso, falta de poder do Espírito Santo efalta
de consagração.
O que chamou minha atenção é o _fato do autor mencionar
especificamente o problema missionário. Creio que é importante
apresentarmos os desafios, às necessidades mundiais, as bases bíblicas de
Missões Mundiais, mas este tratamento será superficial. Não adianta
fazermos congressos, conferências, etc, se não atingirmos o cerne do
problema.
Tenho visto que missões, na mente de alguns, é uma idéia do
momento, é a visão que Deus deu para alguns pastores, é a onda do er
momento. Este livro acaba com esta idéia, pois, mostra que missões é algo
que deve nascer de um coração totalmente consagrado e comprometido
com Deus.
Pr. Edson Queiroz CONHEÇA TUDO
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AQUI ESTÁ A
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Brasil E-mail: horizontes@overnet.com.br ANDREW MURRAY
A CHAVE PARA
O PROBLEMA
MISSIONÁRIO
A CHAVE PARA
O PROBLEMA
MISSIONÁRIO
ANDREW MURRAY
Titulo do original em Inglês:
Key to The Missionary Problem
1a Edição: 1993
2' Impressão: 1999
MISSÃO HORIZONTES
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ÍNDICE
PREFÁCIO
Ivani Garnica
PREFÁCIO
A Pena e a Imprensa
Depois da influência de o Pastor e o Púlpito para desper-
tar o interesse nas missões, o segundo lugar foi dado à Pena e
a Imprensa. A necessidade de preparar, circular e assegurar o
estudo de literatura sobre missões foi firmemente colocada de
vários pontos de vista. Os parágrafos seguintes resumem o
discurso:
- 25 -
26 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
Eu pergunto: O que tem havido em relação ao trabalho
deles que não é reproduzível?
A proclamação mundial do evangelho pode
ser feita por esta geração, SE houver a obediência e a
determinação de tentar a tarefa. Não há um único
país na face da terra ao qual a igreja, SE desejasse
realmente, não pudesse enviar embaixadores de
Cristo para proclamar a Sua mensagem.
Contraste os milhões de membros nas igrejas
protestantes com os poucos milhares que começa-
ram o trabalho no dia de Pentecostes. Quando
relembramos as realizações daquela igreja infante,
podemos negar a possibilidade de os cristãos de
hoje darem a toda a humanidade uma oportunidade
de conhecer a Cristo, SE eles se unirem para levar isso
a cabo?
O poder financeiro da igreja é enorme. SE um
quarto dos membros das igrejas protestantes desse
um 'cent' por dia, isso renderia mais de vinte e cinco
milhões de libras, em contraste com os menos de
quatro milhões de libras do ano passado.
As várias organizações de jovens cristãos in-
cluem ao todo, só na América do Norte, seis milhões
de membros. Esses jovens, SE forem corretamente
educados e orientados, poderão levantar a cada ano
dinheiro suficiente para sustentar todos os missio-
nários estrangeiros, a fim de conseguirem a
evangelização do mundo.
As escolas dominicais contêm mais de vinte
milhões de membros. SE eles fossem treinados para
dar um 'penny' por semana, isso representaria uma
soma maior do que o total de ofertas feitas para as
missões pela cristandade hoje.
Existem agora, provavelmente, 200 mil solda-
dos na Cidade do Cabo (África do Sul). Todos
ficamos impressionados com a demonstração de
unidade e poder do império britânico: sentimo-nos
profundamente comovidos com o exemplo das re-
públicas, pois vimos jovens e velhos prontos para
Missões: Um Teste sobre as Condições da Igreja 27
lutar pela sua pátria. Todavia, quando é sugerido
que os cristãos protestantes se unam para enviar 50
mil missionários, a idéia é criticada como sendo
visionária e exercendo uma pressão muito grande sobre
os recursos da igreja!
O número de Sociedades Bíblicas passa de oi-
tenta. SE o trabalho for adequadamente promovido, an-
tes de terminar esta geração cada indivíduo na Ásia
e na África terá possibilidade de ler ou ouvir, em sua
própria língua, as obras magníficas de Deus."
O Bispo Thoburn declarou que, SE esta Conferência e
aqueles a quem ela representa cumprirem o seu dever, na primeira
década do novo século dez milhões de pessoas poderão ser
acrescentadas à Igreja de Cristo. O Dr. Chamberlain afirmou
a possibilidade de fazer com que a índia aceite a Cristo
durante a vida de alguns, pelo menos, nesta assembléia!
Em seu discurso, o Sr. Robert Speer similarmente afir-
mou: "O alvo das missões no estrangeiro é tornar Jesus Cristo
conhecido do mundo. A igreja poderia fazer esse trabalho, SE
este alvo dominasse o seu espírito. Fiquei satisfeito ao ler, na
primeira página do nosso programa, as últimas palavras de
Simeon Calhoun: 'Tenho a profunda convicção, e digo isso
repetidamente, de que SE a igreja de Cristo fosse o que deveria ser,
antes que vinte anos se passassem, a história da Cruz seria
proclamada aos ouvidos de cada alma vivente' ".
Para citar só mais um exemplo, o Rev. W. Perkins,
Secretário da Sociedade Missionária Wesleyana, de Londres,
disse: "Por maiores que sejam os resultados das missões no
estrangeiro, pelos quais nos rejubilamos e damos graças, eles
teriam sido cem vezes maiores, SE a igreja fosse o que deveria ser
nos dois grandes temas da oração e da contribuição".
Os SÉS que se seguem indicam que alguma coisa está
errada na igreja com referência ao mandamento de Cristo
para evangelizar o mundo. Todos conhecemos a força da
palavra SE. Ela sugere uma causa que pode resultar em certos
efeitos. Ela aponta a condição necessária para assegurar os
resultados que desejamos. Nas passagens que citamos, e em
diferentes formas de expressão que ocorrem com freqüência
na literatura missionária, descobrimos o mesmo pensamento
28 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
repetido incessantemente: Como a evangelização do mundo
poderia ser realizada com certeza e rapidez se não fosse pelo
fracasso da igreja em fazer a parte que lhe foi designada por
Deus.
Tais declarações não são importantes em si. Mais impor-
tantes são as lições que devemos aprender e o que pode ser
feito para afastar areprovação que pesa sobre nós como Igreja
de Cristo. Esses SES sugerem quatro perguntas: A igreja está
realmente em falta, e como? Será possível que ela tenha
mesmo feito o que se afirma? Qual a causa da falha presente?
Como a libertação deste mal pode ser obtida?
Essas acusações contra a igreja não foram feitas por
incrédulos ou inimigos, mas por alguns dos seus servos mais
fiéis. Elas foram apresentadas na presença de milhares de
missionários e amigos das missões. Se não fossem verdadei-
ras, teriam sido negadas e refutadas. Mas ninguém pôde
negá-las. Todavia, por mais que uma pequena parte da igreja
esteja se esforçando ao máximo, a grande maioria dos seus
membros não é o que deveria ser. Eles não desejam sinceramente
tornar Cristo conhecido de toda criatura com a maior rapidez
possível. Este alvo não domina o espírito da igreja — ela não está
preparada para fazer o que lhe cumpre.
A acusação é extremamente séria e solene. Não basta
ouvir e depois pô-la de lado e esquecê-la. Todos os que amam
a Igreja de Cristo, que amam a Cristo Jesus seu Senhor, que
amam as almas que perecem em vista desta negligência,
devem fazer uma pausa e considerar o que isso significa.
Cristo deu a Sua vida para nos servir e pediu que déssemos a
nossa vida para servi-10. Cristo colocou Seu amor em nossos
corações, pedindo que o transmitíssemos a outros. Cristo, em
Seu amor, morreu por todos e tornou-Se dependente de nós
para que outros pudessem conhecer esse amor. Cristo supor-
tou a agonia da cruz em troca da alegria de ganhar e salvar os
perdidos, e contou com o nosso amor e desejo de torná-10 feliz
e levar a Ele a Sua recompensa.
No entanto, a grande maioria dos que professam dever
tudo ao Seu amor, mostram indiferença, seja em agradá-10 ou
em abençoar seus semelhantes atraindo-os para esse amor. O
amor dEle nunca pode ter sido certamente uma realidade para
Missões: Um Teste sobre as Condições da Igreja 29
eles; caso contrário, não iriam negligenciar de tal forma o seu
chamado. Será que não lhes foi corretamente ensinado o
motivo da sua remissão? A igreja, ao chamá-los para a
salvação, deve ter mantido oculto deles o grande propósito
para o qual foram remidos — a necessidade de viver para
salvar outros. Seja qual for a causa, este é o fato solene: uma
igreja, comprada com o sangue do Filho de Deus para ser Seu
mensageiro para um mundo agonizante, na maior parte falhou
inteiramente em compreender e cumprir o seu chamado. Nenhuma
palavra pode expressar, nenhuma mente pode entender, o
significado terrível e as conseqüências do fracasso e da conde-
nação envolvidos nos simples SES dos quais falamos.
Não vamos pensar que este fracasso seja por causa de
alguma impossibilidade natural. Esses SES indicam qual o
destino real da igreja. Os sonhadores falam de impossibilidades
e calculam o que pode ser feito se elas se concretizarem.
Estamos ouvindo homens que estão dizendo palavras de
moderação e verdade. Esses SÉS sugerem o que é certa e
divinamente possível. Eles nos apontam a Igreja do Pentecostes.
"Evangelizar o mundo nesta geração é possível", dizem,
"em vista das realizações dos cristãos da primeira geração.
Eles fizeram mais para executar a obra do que qualquer
geração posterior. Ao estudarmos o segredo do que realizaram,
somos levados a concluir que não empregaram nenhum
método vitalmente importante que não possa ser usado hoje,
e não se apropriaram de nenhum poder que não possamos
utilizar."
O grande poder de Deus e do Seu Espírito Santo é tão
nosso quanto deles. Somos herdeiros de tudo o que a Igreja
de Pentecostes tinha: o poder do Seu amor agonizante no
coração; uma fé triunfante em Cristo; testemunho simples,
corajoso, pessoal; sofrimento resignado; consagração absolu-
ta e apaixonada; o poder celestial que vence o mundo e nos
torna mais que vencedores através dAquele que nos amou.
Como foi salientado, a igreja dos morávios era uma das
menores em número e mais pobre em recursos de todas as
igrejas. O que ela fez é uma prova de que toda a igreja, uma
vez que desperte para o seu chamado, pode certamente realizar
a tarefa. Em vista das oportunidades que ela tem nas portas
30 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
abertas em cada país do mundo, dos enormes recursos que ela
tem na riqueza de seus membros, no número de obreiros que
tem à sua disposição, e da fé em que enviá-los lhe traria
avivamento e força em vez de enfraquecê-la, está absolutamente
no poder dela levar o evangelho a toda criatura nesta geração.
Vamos tomar tempo para nos colocar sob o total poder deste
grande pensamento. Ele reforçará o que tem sido dito a
respeito do terrível fracasso da igreja. Ele vai preparar-nos
para descobrir como enfrentar o mal.
Esses SÉS nos convidam a perguntar as causas desta falha.
Por que a Igreja de Cristo tem sido tão absolutamente infiel?
Os cristãos protestantes não professam sinceramente reco-
nhecer Cristo como o seu Senhor, e a Palavra santa de Deus
como a sua lei de vida? Nós não afirmamos que somos os
verdadeiros sucessores da igreja pentecostal, os herdeiros de
todas as suas promessas e poderes? Não somos os filhos da
Reforma, possuidores das grandes verdades de que todo
homem tem direito à Palavra de Deus como ensinada a ele
pelo Espírito de Deus, e livre acesso à graça de Deus através
de Cristo? A própria suma e centro de nossa confissão não é
que reconhecemos Jesus como Mestre e Senhor, e nos compro-
metemos a fazer o que Ele diz? Por que, então, exatamente
naquilo de que a glória de Cristo mais depende, no que o Seu
coração de amor está mais fixado, a igreja não tem realizado
ou cumprido o seu destino?
Seria fácil mencionar várias causas que colaboram para
produzir esta infidelidade. Mas todas elas podem ser reduzi-
das a uma única resposta: A baixa condição espiritual da igreja
como um todo. O controle do Espírito Santo em poder e ple-
nitude sobre a vida dos crentes é essencial para a saúde e força
da igreja. A Bíblia ensina como é fácil para a igreja.e seus mem-
bros terem um credo sólido, observarem fielmente os serviços
e deveres, zelarem pelo crescimento da igreja e pelas obras de
filantropia que estejam no âmbito da esfera da natureza hu-
mana, enquanto aquilo que é definitivamente espiritual, so-
brenatural e divino está em grande parte ausente. O espírito
do mundo, a sabedoria e a vontade do homem no ensino da
Palavra e na orientação da igreja, tornam-na muito semelhante
a qualquer outra instituição humana. Pouco pode ser visto
Missões: Um Teste sobre as Condições da Igreja 31
nela do poder do mundo celestial e da vida eterna. Em tal
igreja as missões talvez ainda tenham um lugar, embora não
o lugar nem o poder necessários para cumprir o mandamento
de Cristo. A paixão do amor a Cristo e às almas, o entusiasmo
e o sacrifício pelos homens, e a fé no Poder onipotente que
pode avivar os mortos não estão presentes.
Entre os principais sintomas desta condição doentia
estão o mundanismo e a falta de oração. Se há algo em que Cristo
e a Bíblia insistem, é que o Seu reino não é deste mundo, que
o espírito do mundo não pode compreender as coisas de
Deus; que a separação do mundo em comunhão e conduta,
em submissão ao Espírito que veio do céu, é essencial para
seguir fielmente o Senhor Jesus. O único fato universalmente
admitido — que a maioria dos cristãos não se interessa e não
dá nada para as missões, que um grande número dá pouco e
nem sempre por motivos elevados — é simplesmente uma
prova do mundanismo em que a maioria dos cristãos vive. Foi
necessário que Cristo viesse do céu para salvar os homens do
mundo. É necessário o Espírito do céu nos discípulos de
Cristo para salvá-los do espírito do mundo, para que desejem
sacrificar tudo para ganhar o mundo para Cristo. É preciso o
mesmo Espírito, através do qual Cristo deu a Sua vida pelo mundo,
para reavivar a Sua igreja, a fim de atrair o mundo para Deus.
A falta de oração é outro sintoma dessa condição doentia.
O espírito mundano no cristão prejudica suas orações. Ele vê
as coisas à luz do mundo. Não se sente confortável nos
lugares celestiais. Não percebe o poder sombrio do pecado
naqueles que o rodeiam nem a necessidade urgente da inter-
venção divina direta. Ele tem pouca fé na eficácia da oração,
na necessidade de muita e incessante oração, no poder que
possui para orar no nome de Cristo e prevalecer. A verdadeira
caridade, o ato de dar — em vista de sua dedicação a Cristo e
por Ele —, e a oração sincera, o ato de pedir e confiar nEle para
abençoar a oferta e conceder o Seu Espírito para a Sua obra, são
uma prova de que o espírito mundano está sendo vencido e
que a alma está sendo restaurada à saúde espiritual. SE a
igreja quiser ser o que ela deve ser, e fizer o que o Senhor lhe
pede para fazer pela evangelização do mundo, esta moléstia
e este fracasso devem ser reconhecidos e buscada a libertação.
32 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
Esses SÉS nos constrangem a perguntar como essa liberta-
ção pode ser encontrada. Qual a cura para essa enfermidade?
Um indivíduo doente não pode fazer o trabalho de um
homem sadio. Ajudar a levar a cruz de Cristo ao mundo exige
o vigor da plena saúde espiritual. Como descobrir isto?
O primeiro passo no retorno a Deus, para um serviço
sincero e uma nova bênção, é sempre a confissão. Os líderes do
trabalho missionário da igreja, que deveriam ter conhecimen-
to das tremendas necessidades do mundo, que compreendem
o sentido e a urgência do mandamento do Senhor, que
percebem a provisão absolutamente inadequada que a igreja
está fazendo para a Sua obra — sobre eles repousa o dever
solene de levantar suas vozes e fazer com que o povo de Deus
reconheça o seu pecado. É possível que estejamos de tal forma
ocupados com nossos campos especiais de trabalho e com o
pensamento de tantas coisas que estão sendo feitas, que a
extensão e a culpa do que não está sendo feito fique compara-
tivamente fora do nosso foco de visão.
As últimas estatísticas nos dizem que, no fim do século
19, o total de comungantes dentre os não evangelizados como
fruto do trabalho missionário foi de 1,3 milhão de pessoas. A
comunidade cristã nos países não evangelizados ou o número
de adeptos nominais do cristianismo em contato direito com
as agências evangélicas é de 4,4 milhões (Dr. Dennis, no
Relatório da Conferência, Vol. 2, p.423). Com um bilhão de
não evangelizados, estamos, então, em contato real com
menos de cinco milhões em comparação com 995 milhões
ainda não alcançados! Até que os cristãos sejam levados a
ouvir, pensar e orar para que olhos sejam abertos a fim de ver
esses campos que "já branquejam para a ceifa", que lhes
foram confiados, eles jamais reconhecerão a grandeza do
trabalho, seu próprio despreparo, ou a necessidade urgente
de esperar pelo poder divino que vai equipá-los para a tarefa.
Quando entendermos isto, sentiremos e confessaremos
quão pouco a igreja fez. A culpa e a vergonha que recaem
sobre a igreja de Cristo, tornar-se-ão o fardo do Senhor sobre
nós. Alegramo-nos e damos graças pelos 15.460 missionários
estrangeiros que estão agora trabalhando no campo entre os
quatro milhões de comunidades cristãs em seus países. Mas
Missões: Um Teste sobre as Condições da Igreja 33
quais os esforços que estão sendo feitos para alcançar os
bilhões? Eles estão morrendo a uma velocidade de trinta
milhões por ano — dentro de trinta anos, terão desaparecido
nas trevas. Que perspectiva existe para que sejam pronta-
mente alcançados?
Cada organização missionária se queixa da falta de
fundos. Fomos informados de que entre os membros de igreja
um terço nem contribui nem se importa com o reino; outro ter-
ço dá, mas se importa muito pouco, e não contribui pelo mo-
tivo certo; e que até mesmo do terço restante — na verdade,
menos que um terço — só uma pequena proporção faz o má-
ximo que pode e contribui e ora de todo o coração. A de-
sobediência da igreja no que diz respeito à maioria dos seus
membros, sua indiferença em relação ao trabalho do Senhor,
sua recusa em ouvir os apelos para ajudar a Ele — não serão
estes um pecado e uma culpa maiores do que pensamos? Se
a igreja deve realmente acordar do seu sono, a única coisa ne-
cessária é que aqueles a quem Deus deu a tarefa da Sua obra
missionária no mundo, devem colocar diante do povo a
absoluta desproporção entre o que está sendo feito e o que deveria e
pode ser feito. Eles devem enfatizar a culpa e a vergonha dessa
atitude até que um número cada vez maior se curve diante de
Deus em confissão e humildade, clamando perdão e misericór-
dia com a mesma sinceridade de quando buscaram a sua salvação.
Com o apelo aos homens deve haver também um apelo
a Deus. A obra é dEle: Ele se interessa por ela. O poder é dEle:
Ele o dá. A igreja é dEle: Ele espera para usá-la. O mundo é
dEle: Ele o ama. Ele pode fazer com que o Seu povo se dis-
ponha no dia do Seu poder. Ele ouvirá o grito dos Seus servos
que não Lhe dão descanso. Ele se agrada em provar a Sua fi-
delidade no cumprimento das Suas promessas. As coisas não
podem continuar como estão, caso o mundo deva ser realmente
evangelizado nesta geração. Nesta geração, o evangelho deve ser
oferecido a cada pessoa. A não ser que haja uma grande mu-
dança na igreja, e ela se entregue ao trabalho de um modo que ainda
não fez antes, a tarefa não poderá ser executada. Mas ela pode
fazer isso, se o povo de Deus prostrar-se de rosto no chão di-
ante dEle para confessar seu pecado e o pecado de seus
irmãos.
34 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
Que eles peçam a Deus para revelar a causa de todo o
fracasso e depois levem a mensagem à Sua igreja. Que eles
preguem a grande verdade: assim como a conquista do
mundo para Deus é o propósito supremo da existência da
igreja, também o amor pelas almas, a rendição da vida inteira
a Cristo para ser usado por Ele na conquista de almas, é o
dever, a única vida saudável, para todo crente. Existem
dezenas de milhares de filhos de Deus que estão dispostos,
sim, que estão secretamente ansiando servir ao Senhor, mas
não sabem como ou não têm a coragem de fazê-lo.
Chegará, então, a hora em que não teremos mais de
dizer: "SE a igreja fosse o que deveria ser", mas encontraremos
alegria e força para guiar um povo preparado nesse caminho
árduo, porém, bendito de levar a cruz de Cristo a toda criatura
nesta terra de Deus, e lutar com os exércitos do inferno para
abrir caminho para o reino de Cristo, o vencedor!
3
Motivação: Amor por Cristo
* Esses trechos foram tirados da Story of the China Inland Mission, de M.Geraldine
Guinness, 2 vols. E
O Poder da Oração de Fé 83
por não estar intensamente interessado nele, não pode gozar
do privilégio da oração de fé, perseverante e que prevalece.
Queremos treinar todo crente a ter tamanho interesse no
progresso da obra do reino de Deus que possa sentir e ouvir
o fardo da sua grande necessidade. Só assim ele tem condi-
ções de perceber a impossibilidade de ela ser feita sem o poder
de Deus, e pode aprender a clamar por mais homens e
dinheiro, pelo poder do Espírito, e pela colheita de almas.
Desejo forte, interesse e esforço pessoal, fé no poder de
Deus operando em resposta à oração — essas são as condições
da oração que prevalece, da qual todo crente pode comparti-
lhar. Em nossas reuniões e sermões missionários é preciso
que o nosso alvo seja cultivar essas coisas. Necessitamos
encorajar o crente mais insignificante a saber que ele pode
fazer muito pela causa de Deus. A viúva pobre fez mais do
que podia imaginar através da devoção que a sua oferta
manifestou. Nosso trabalho missionário não deve apoiar-se
apenas na quantidade de ofertas que recebemos, mas no
espírito de devoção que oferece a oração de fé juntamente com
elas. Que nossos ministros e líderes, nossas igrejas e sociedades
deixem ver que a fé na operação de Deus, e a oração incessante
para que essa atuação continue, é o elemento principal em
nossa esperança. Então, e só então, a igreja se tornará aquilo
que deveria ser, e Deus lhe dirá: "Crês? Pois maiores cousas
do que estas verás" Go 1.50).
6
A Igreja de Pentecostes e o
Espírito Santo
- 97 -
98 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
Eu sinto mais de perto a necessidade do ensino do
Espírito Santo para mim mesmo e meus leitores quando
chego a este ponto. Nós aceitamos com facilidade declarações
gerais sem compreender plenamente o que elas implicam. Só
quando somos colocados face a face com elas, e desafiados a
aplicar e agir com relação a elas, é que a incredulidade secreta
aflora roubando-lhes o seu poder. Só pelo Espírito Santo
podemos olhar para além da condição presente da Igreja e da
grande maioria dos cristãos, compreendendo qual é realmen-
te a vontade de nosso Deus com respeito ao Seu povo, e o que
Ele tornou possível para ele na graça do Seu Santo Espírito.
Quando ensinarmos a igreja, nossa palavra de ordem será
esta: Cada crente deve ser um ganhador de almas! Só isto dará uma
base segura ao nosso apelo missionário e nossa esperança de
uma resposta imediata e suficiente ao chamado para tornar
Cristo conhecido de todos.
Mas será que esta declaração, cada crente deve ser um
ganhador de almas, é realmente verdadeira e obrigatória? Não
será pouco prática? Algo além do alcance da maioria dos
crentes sinceros, mas fracos? O próprio fato de que esta
verdade parece estranha para tantos e tão difícil para todos
menos os de mente espiritual, no sentido de aceitá-la como
possível e obrigatória, é a razão mais urgente para ensiná-la.
Vamos verificar o fundamento sobre o qual foi colocada.
A natureza nos ensina que deve ser assim: Essa verdade
é uma parte essencial da nova natureza. Nós a vemos em cada
criança que quer falar sobre a sua felicidade e fazer com que
outros participem da sua alegria. Nós esperamos encontrar
em cada coração humano um sentimento de compaixão pelos
pobres e os sofredores. Por que seria, então, estranho que
cada filho de Deus seja chamado a tornar conhecida a outros
a felicidade que descobriu, a ter interesse naqueles que se
perdem, a ter compaixão deles e trabalhar para a sua salva-
ção? Cada crente deve ser um ganhador de almas! O que pode ser
mais natural que isso?
Cristo chamou Seus discípulos de luz do mundo. O
crente é um ser inteligente — sua luz não brilha como uma
força cega da natureza, mas é o impulso voluntário do seu
coração para com aqueles que estão nas trevas. Ele anseia
O Problema Missionário É Pessoal 99
levar a luz a eles, fazer tudo o que pode para que conheçam a
Jesus Cristo. A luz é muitas vezes usada para ilustrar a
influência silenciosa que as boas obras e uma vida consistente
podem ter. Sim, este é um elemento essencial, mas significa
ainda muito mais. Não indica, como se julga freqüentemente,
que devo contentar-me em obter a minha própria salvação e
confiar em que o meu exemplo beneficie outros. Não! Até o
exemplo de Cristo extraiu o seu poder do fato de ser uma vida
vivida para nós e entregue por nós, de modo que o verdadeiro
poder da influência do cristão está no amor que se dedica a
buscar a felicidade de outros. Assim como Deus é luz e amor,
é o amor que torna o cristão a luz do mundo. Cada crente um
ganhador de almas — esta é, sem dúvida, a lei do Espírito da
vida em Cristo Jesus.
Como poderia ser de outro modo? Da mesma forma que
Deus é amor, também aquele que ama é nascido de Deus. O
amor é a maior glória de Deus, Sua bem-aventurança eterna.
Os filhos de Deus têm a Sua imagem, compartilham da Sua
bem-aventurança e são herdeiros da Sua glória. Mas isto não
pode ser alcançado de outra forma além de viverem uma vida
de amor. A nova vida neles é uma vida de amor. Como ela
pode manifestar-se senão amando como Deus ama, amando
aqueles que Deus ama? O amor de Deus é derramado em
nossos corações. Cristo orou: "a fim de que o amor com que
me amaste esteja neles". É o amor de Cristo, o amor com o
qual Ele nos amou que nos constrange. O amor não pode
mudar a sua natureza quando flui de Deus para nós: ele ainda
ama os perversos e os indignos. Agora que Ele está no céu, o
amor de Cristo não tem meios de alcançar as almas dos
homens por quem morreu, por quem anseia, senão através de
nós. Nada pode ser, então, mais natural e verdadeiro do que
a bendita mensagem: Cada crente remido deve ser um ganhador
de almas.
Se é assim tão simples e tão certo, por que tantas palavras
são necessárias para provar e reforçar esse ponto? Porque a
Igreja está numa condição fraca e doentia e dezenas de
milhares dos seus membros jamais aprenderam que este é um
dos tesouros mais especiais da sua herança. Eles se contentam
com o pensamento egoísta da salvação pessoal e mesmo na
100 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
luta pela santidade jamais aprendem o propósito divino da
sua salvação. Há outras dezenas de milhares que julgam que
isso faz parte do seu chamado, mas consideram ser uma
ordem além das suas forças. Eles jamais souberam que, como
uma lei e um poder da sua natureza mais íntima, o seu
cumprimento deve ser uma função normal de um corpo
saudável exercida com alegria e força.
Até os mandamentos do Senhor Jesus podem ser para
nós um fardo tão grande quanto a lei de Moisés, resultando
em cativeiro e condenação, a não ser que conheçamos o duplo
segredo que traz o poder do desempenho. Esse segredo é,
primeiro, aquilo que já citamos — a fé em que o amor é a lei
interior da nossa nova natureza, e que o Espírito da lei de Deus
está em nós para capacitar-nos a amar alegremente, abençoar
e salvar os que estão à nossa volta. Segundo, na nossa entrega
a uma vida de andar junto ao Senhor Jesus e comunhão contínua
com Ele — rejubilando-nos nEle, abandonando tudo por Ele,
consagrando tudo ao serviço do Seu amor — é que nossa
natureza espiritual pode ser fortalecida. O trabalho de ganhar
almas se torna, então, a maior alegria e realização da vida
cristã. Para os que compreendem isto até certo ponto, não há
nada de estranho no pensamento: Cada crente um ganhador de
almas! Este deve ser o tema da pregação de cada pastor e da
vida de cada crente.
Mesmo isto não é, no entanto, tudo. Muitos concordarão
que cada crente é chamado para viver e trabalhar para outros,
mas ainda assim continuam considerando isso como uma
coisa secundária, adicional e subordinada ao principal inte-
resse de obter sua própria salvação. Cada crente um ganhador
de almas — isso não significa entre outras coisas, mas primeiro
que tudo, ou seja, a maior razão da sua existência. Todos
concordamos em dizer que o objetivo único e supremo da
Igreja é levar o mundo a Cristo. Sabemos que Deus deu a Ele
a Igreja como o Seu corpo. O propósito desse corpo é ser para
o seu Cabeça o que todo corpo é na terra — o órgão ou
instrumento vivo através do qual os propósitos e a obra do
cabeça possam ser realizados. O que se aplica ao Cabeça,
aplica-se ao Corpo; o que se aplica ao Corpo, aplica-se a cada
membro individual — até os mais fracos. Assim como para o
O Problema Missionário É Pessoal 101
Cabeça, Jesus Cristo, assim como para o Corpo, a Igreja, assim
também para cada crente, o propósito supremo e único de
nossa existência é a salvação de almas. É nisto, acima de tudo
o mais, que Deus é glorificado. "Eu vos escolhi a vós outros,
e vos designei para que vades e deis fruto" (Jo 15.16).
Muitos podem ser levados a concordar com esta verda-
de, confessando, porém, que não sentem a plenitude da sua
força. Inúmeros ministros podem sentir quão pouco ela é
pregada em seus sermões, em comparação com a plena
convicção sentida ao pregarem sobre a graça e a salvação.
Seria bom considerarmos cuidadosamente essas confissões.
Onde está a dificuldade? Esta união com o Senhor Jesus, para
participar da Sua obra salvadora até o ponto em que, sem nós,
Ele não possa atuar, mas que, através de nós, Ele irá e poderá
realizá-la no poder divino, é um profundo mistério espiritual.
Trata-se de uma honra grande demais para o nosso entendi-
mento. É uma comunhão, união e associação tão íntima e
divina que só o Espírito Santo pode revelá-la a nós.
Para as almas simples, como de criança, a realidade sobre
ela surge sem que saibam como. Alguns viveram muito
tempo a vida cristã e perderam o seu primeiro amor. Para eles,
tudo tem de surgir através do caminho lento da compreensão.
Tais pessoas precisam de humildade para desistir das opini-
ões preconcebidas e de confiar em que têm condições para
entender as verdades espirituais. É também necessário que
aguardem pacientemente pela atuação do Espírito, colocando
essa verdade em seu íntimo. Acima de tudo, precisamos nos
afastar do mundo, do seu espírito e sabedoria, e voltar a uma
comunhão mais próxima com Jesus Cristo, pois só dEle vem
a luz e o amor. Todo crente tem ordem para ser em primeiro lugar
e principalmente um ganhador de almas. Por mais simples que
pareça, muitos encontrarão dificuldade em deixar-se dominar
por esse princípio.
Muitas vezes não vemos a necessidade de uma comu-
nhão contínua com Deus. Todavia, do mesmo modo acontece
com as coisas terrenas. O ouro colocado na fornalha, por
exemplo. Exposto a calor insuficiente, ele aquece, mas não
derrete. Exposto a um calor intensopor pouco tempo e depois
retirado, ele também não derrete. E preciso um calor intenso
102 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
e continuo, antes que o metal duro e precioso fique pronto
para o trabalho do ourives. Isso ocorre com o fogo do amor de
Deus. Os que o conhecem em seu poder, e têm poder para
proclamá-lo e transmiti-lo a outros, devem manter-se em
contato com o amor de Cristo. Devem conhecê-lo em sua
intensidade e saber o que é continuar nele até que todo o seu
ser compreenda que esse amor pode alcançar e derreter a
todos. Ele pode até fazer com que o filho de Deus mais frio e
fraco se transforme em alguém que ama e busca as almas.
Nesse calor intenso e contínuo, o pastor, o líder, pode aprender
a dar testemunho da verdade com poder — Cada crente um
ganhador de almas.
Vamos considerar novamente a ilustração da cabeça e do
corpo. As lições são perfeitamente evidentes. A cabeça nada
pode fazer sem o corpo. Cada membro está tão completamen-
te sob o controle da cabeça quanto o corpo todo. Se os
membros, por causa de uma doença, se recusarem a agir, a
cabeça não tem condições de executar seus planos. O objetivo
da cabeça é, em primeiro lugar, usar cada membro para a
preservação e bem-estar de todo o corpo, e depois permitir
que participe do trabalho que o corpo tem a fazer. Se o fato de
sermos membros do Corpo de Cristo tem qualquer significado
— e graças a Deus ele tem um significado infinito — cada
crente está no corpo para cuidar dos outros membros e todos
devem cooperar em conjunto na execução dos planos do
Cabeça. Onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, levo
cada membro do meu corpo comigo, e eles tomam parte em
tudo que faço.
O mesmo ocorre com o Corpo de Cristo Jesus. Cada
membro só tem um objetivo e, enquanto sadio, está a cada
momento cumprindo esse objetivo — executar o trabalho do
Cabeça. A obra do nosso Cabeça no céu é reunir todos os
membros do Seu Corpo na terra. Cada membro do corpo
colabora neste trabalho; não sob a lei das forças cegas da
natureza, mas sob a lei do Espírito de vida, que liga cada
crente ao seu Senhor em amor, transmitindo a ele a mesma
disposição e a mesma força com que Cristo faz a Sua obra.
Cada vez que lermos sobre Cristo, o Cabeça, e sobre o Seu
Corpo, a Igreja, vamos pronunciar com nova ênfase a frase:
O Problema Missionário É Pessoal 103
Cada membro, como Cristo, um ganhador de almas.
O que isto tem a ver com nossa discussão missionária?
Procuramos fazer desse pensamento a nota principal deste
livro — O problema missionário é pessoal. Caso a Igreja deva
realmente assumir o seu trabalho, não basta falarmos da
obrigação que repousa sobre a geração de hoje para tornar
Cristo conhecido de todos. A verdadeira educação deve
sempre tratar com a mente do indivíduo. O mandamento
pessoal deve ser sempre acrescentado ao geral. A frase de
Nelson, "A Inglaterra espera que cada homem cumpra o seu
dever", era um apelo pessoal dirigido a cada marinheiro e não
apenas à sua esquadra. Enquanto procuramos descobrir por
que o verdadeiro exército de Deus, que está lutando contra os
exércitos das trevas, é tão pequeno, apesar de haver tantos
milhares de cristãos, a única resposta é: indiferença. O
entusiasmo do reino está faltando. E isso é motivado pela falta
de entusiasmo pelo Rei. Embora muito possa ser feito através
da organização cuidadosa, disciplina estrita e boa orientação
para obter o máximo das nossas tropas, não há nada que possa
restaurar tanto a confiança e a coragem como a presença real
de um Rei amado, por quem todo coração bate com ardor,
lealdade e devoção.
O apelo missionário deve ir mais fundo e buscar a
própria raiz do pecado. Se não houver desejo de ganhar almas
em seu próprio país, como o interesse pelos não evangelizados
distantes pode ser realmente profundo e espiritual? E possí-
vel que haja muitos motivos para os quais apelar efetivamente
ao pedir suprimento de homens e dinheiro — a compaixão de
uma humanidade comum, o alívio dos males dos povos
pagãos, a elevação dos seres humanos na escala da vida
humana, os reclamos da nossa igreja ou sociedade. Mas o
motivo maior e mais verdadeiro é o único que trará à tona o
poder da Igreja para o trabalho a ser feito.
Caso o apelo missionário a esta geração, levar o evange-
lho a toda criatura, tiver de ser bem-sucedido, a Igreja terá de
preparar-se para trabalhar de um modo diferente do que até
agora. A questão mais séria que a Igreja tem de enfrentar hoje
— de fato, a única e real dificuldade do problema missionário
— é como ela deve ser despertada como um todo para a
104 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
grandeza e a glória da tarefa que lhe foi confiada e engajar-se
nela de todo o coração e com todas as suas forças. A única
resposta a essa pergunta (a chave de toda a situação) parece
ser a simples verdade: O problema missionário é pessoal. O
Senhor Jesus Cristo é o Autor e Líder das Missões. Quem quer
que se mantenha junto dEle, e permaneça nEle, estará pronto
para conhecer e cumprir a Sua vontade. Trata-se simplesmen-
te de uma questão de manter-se suficientemente perto dEle para
ouvir a Sua voz, e ser tão dedicado a Ele e ao Seu amor que se esteja
pronto para fazer toda a Sua vontade. Todo relacionamento de
Cristo com cada um de nós é intensamente pessoal. Ele me
amou e deu-se a Si mesmo por mim. Minha relação com Ele
é inteiramente pessoal. Ele deu-se em resgate por mim, e sou
dEle, para viver para Ele e a Sua glória. Ele incutiu o Seu amor
no meu coração, e eu O amo. Ele me diz que, como membro
do Seu Corpo, precisa de mim para o Seu serviço, e, em amor,
eu me rendo alegremente a Ele. Ele não quer nada senão que
eu conte isto a outros, provando a eles como Ele ama, como Ele
nos capacita a amar, e como é abençoada a vida em Seu amor.
O elemento pessoal do problema missionário deve ser
colocado à frente de tudo. Cada sermão ou encontro missio-
nário deve dar ao amor de Cristo o primeiro lugar. Se os
cristãos se encontrarem numa condição inferior, fria, munda-
na, o primeiro objetivo deve ser esperar em Deus em oração
e fé, para que o Seu Espírito Santo os guie a uma verdadeira
consagração a Jesus Cristo. Será essa uma perda aparente de
tempo, por não começar imediatamente com a informação e
os pedidos missionários comuns? Ah, não! Isso logo vai ser
superado. Os crentes fracos, que se agradam em ouvir e dar,
devem ser levados a compreender o maravilhoso privilégio
espiritual de oferecer a si mesmos a Cristo, para viver pelo Seu
reino. Eles devem ser encorajados a crer que o Senhor que os
ama, valoriza grandemente o amor deles, e os capacitará a
levá-lo até Ele. Devem aprender que o amor de Cristo ao
morrer pede uma dedicação total e que quanto mais sacrifica-
rem, tanto mais esse amor os possuirá. Tão definitivamente
quanto trabalhamos para conseguir o interesse e os donativos
de cada indivíduo, também devemos nos esforçar para levar
cada um a um contato com o próprio Cristo.
O Problema Missionário É Pessoal 105
No início, pode parecer que estamos colocando o nosso
alvo alto demais. Em muitas congregações, a resposta talvez
seja muito fraca. Que o pastor se entregue ao estudo do
problema missionário sob este ângulo. Que ele diga ao seu
povo, claramente e com perseverança: Vocês foram remidos
para ser testemunhas e mensageiros do amor de Cristo. Para
equipar vocês para isso, o amor dEle lhes foi dado e derrama-
do em seus corações. Assim como ama vocês, Ele ama o
mundo inteiro. Ele quer que os que sabem disso contem
àqueles que não sabem. O Seu amor por vocês e por eles, o seu
amor por Ele e por eles, chama vocês a agir assim. Esse é o seu
maior privilégio e será a sua maior felicidade e perfeição.
-
Assim como Cristo deu-se a Si mesmo, entregue se você tam-
bém inteiramente a esta obra de amor.
8
A Responsabilidade da Liderança
em Missões
Várias citações foram feitas no capítulo inicial, nas quais
a principal responsabilidade para a solução do problema
missionário era, de comum acordo, colocada sobre a liderança
cristã. Ao pastor pertence o privilégio e a responsabilidade do
problema missionário no exterior. Essas palavras, aparentemen-
te endossadas por toda a conferência, apontam, em relação ao
ministério, para uma alta honra, uma falta grave, um dever
urgente e a grande necessidade de buscar em Deus a graça de
cumprir dignamente a sua vocação. Não precisamos procurar
distribuir proporcionalmente a responsabilidade entre o mi-
nistério e os membros da igreja. Todos concordam em que
uma responsabilidade santa e pesada repousa sobre o minis-
tério nesta questão. Que todos os ministros admitam e a
aceitem sinceramente, preparando-se para viver nessa
conformidade.
Qual a base em que essa responsabilidade se apóia? Os
princípios subjacentes são simples, mas de inconcebível im-
portância. Eles são quatro: As missões são a principal finalidade
da igreja. A principal finalidade do ministério é guiar a igreja neste
trabalho e equipá-la para ele. A finalidade principal da pregação para
uma congregação deve ser treiná-la, a fim de fazer com que ela
cumpra o seu destino. E a finalidade principal de cada ministro com
relação a isto deve ser preparar-se cuidadosamente para esse traba-
lho.
Ninguém deve pensar que essas declarações são exage-
radas. Elas podem parecer assim porque estamos muito
acostumados a dar às missões uma posição subordinada em
- 107 -
108 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
nossa igreja e seu ministério. Precisamos voltar à grande
verdade central, "o mistério de Deus", de que a igreja é o Corpo
de Cristo, absoluta e exclusivamente ordenado por Deus para
executar o propósito de Seu amor redentor no mundo. Assim
como Cristo, a igreja só tem um objetivo, ser a luz do mundo.
Da mesma forma que Cristo morreu por todo homem e que
Deus quer que todos sejam salvos, assim também o Espírito
de Deus na igreja só conhece este propósito: o evangelho deve
ser levado a toda criatura. As missões silo a principal finalidade
da igreja. Toda a obra do Espírito Santo na conversão de
pecadores e edificação dos crentes, tem como seu principal
objetivo, equipá-los para a parte que cada um deve desempe-
nhar para atrair o mundo de volta a Deus. O alvo da igreja não
pode ser nada além daquilo que é o eterno propósito de Deus
e o amor do Cristo agonizante.
À medida que aceitarmos isto como verdadeiro, vere-
mos que a finalidade principal do ministério deve ser preparar a
igreja para essa tarefa. Paulo escreve: "(Deus) concedeu...pastores
e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos (o que
esses santos têm de fazer) para o desempenho do seu serviço
(o objetivo final desse trabalho dos santos), para a edificação
do corpo de Cristo" (Ef 4.12). Através do ministério, o serviço
amoroso dos santos, é que o corpo de Cristo será reunido e
edificado. Os pastores e professores são dados para aperfei-
çoar os santos para este trabalho de ministrar.
Uma Escola ou Classe de Treinamento para Professores
é muito diferente de uma escola comum. Ela procura não só
treinar cada estudante, a fim de que adquira conhecimento pa-
ra si mesmo, mas também para que transmita esse conhecimen-
to a outros. Cada congregação deve servir como classe de trei-
namento. Cada crente, sem exceção, deve ser "aperfeiçoado",
ser cuidadosamente preparado para a tarefa de ministrar e fa-
zer a sua parte no trabalho e oração para os que estejam perto
ou distantes. Em todo o ensino de arrependimento e conversão,
de obediência e santidade, feitos pelo pastor, este deve ser de-
finitivamente seu objetivo final: chamar os homens para ser-
virem a Deus na obra nobre, santa, cristã, de salvar os perdidos
e restaurar o reino de Deus na terra. A principal finalidade da
igreja será necessariamente o objetivo final do ministério.
A Responsabilidade da Liderança em Missões 109
De acordo com isto, segue-se, então, naturalmente, a
afirmativa de que o principal objetivo da pregação deve ser
preparar todo crente e toda congregação para desempenhar a
sua parte em ajudar a igreja a cumprir o seu destino. Isto
determinará a freqüência com que deve ser pregado um
sermão missionário. Se apenas uma mensagem missionária
for pregada por ano, é possível que o principal objetivo seja
obter uma coleta maior. Isto pode ser obtido sem que a vida
espiritual se aperfeiçoe absolutamente. Quando as missões
tomam o seu lugar como o propósito principal da igreja em
que existe realmente um espírito missionário, o ministro pode
sentir a necessidade, vez após vez, de voltar ao assunto-chave,
até que a verdade negligenciada comece a dominar pelo
menos alguns da congregação. É possível que, às vezes,
embora não haja uma pregação direta sobre missões, todo o
ensino sobre amor e fé, sobre obediência e serviço, sobre
santidade e conformação a Cristo, possa ser inspirado por esta
única verdade: devemos ser "imitadores de Deus e andar em
amor, como Cristo nos amou, e se entregou a si mesmo como
sacrifício por nós" (Ef 5.1,2).
Isto leva agora ao que, em vista da responsabilidade do
ministro, é o ponto crítico — o objetivo principal de cada ministro
deve ser preparar-se para esta grande tarefa. Ser professor
numa Escola de Professores ou de Treinamento exige um
preparo especial. Inspirar, preparar e ajudar crentes não é
fácil. Não basta ser um cristão sincero e ter tido treinamento
no ministério. Trata-se de dar um espaço muito maior para as
missões em nossos seminários teológicos. Mas até mesmo
isto pode ser apenas parcial e preparatório. O ministro precisa
preparar-se para combater com sucesso o egoísmo que se
contenta com a salvação pessoal, o mundanismo que não
cogita de sacrificar tudo ou sequer alguma coisa por Cristo, a
incredulidade que mede o seu poder de ajuda ou de bênção
pelo que sente e vê. Ele, sem dúvida, precisará de um
treinamento especial para equipá-lo neste sentido, a parte
mais elevada e santa da sua vocação.
Como o ministro pode preparar-se para cumprir a sua
responsabilidade? A primeira resposta será, geralmente, pelo
estudo. Muitas coisas pertinentes foram ditas sobre isto na
110 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
Conferência, as quais são especialmente aplicáveis ao pastor,
como representante e guia do seu povo.
A Sra. J.T. Gracey salientou: "E possível que um dos
maiores fatores no desenvolvimento do interesse missionário
seja o estudo sistemático das missões".
Quantas vezes, no estudo da Bíblia ou da teologia, tudo
é considerado simplesmente como um problema do intelecto,
deixando o coração intato. O indivíduo pode estudar e
conhecer a teoria e a história das missões, faltando-lhe, todavia,
a inspiração que esse conhecimento deveria dar. Estudar
ciência com admiração, reverência e humildade é um grande
dom — quanto mais isto é necessário na esfera superior do
mundo espiritual e especialmente neste ponto, o destino
maior da igreja, "o mistério de Deus"!
Para estudar missões, precisamos de uma profunda
humildade que tenha consciência da sua ignorância e não
confie em seu próprio entendimento; da espera e da paciência
reverentes, dispostas a ouvir o que o Espírito de Deus pode
revelar; do amor e da devoção que se deixam dominar e guiar
pelo amor divino para onde quer que Ele leve.
O que o pastor precisará estudar especificamente? Exis-
tem três grandes fatores no problema missionário. O mundo
em seu pecado e miséria; Cristo em Seu amor agonizante; a
Igreja como um elo entre ambos.
A primeira coisa é esta: estude o mundo. Descubra
algumas das estatísticas que mostram a sua população. Pen-
se, por exemplo, nos milhões de pessoas não evangelizadas
que morrem todos os meses; despencando precipício abaixo
e caindo nas trevas sombrias à razão de mais de uma a cada
segundo. Ou pegue um livro que o coloque frente a frente
com o pecado, degradação e sofrimento de algum país espe-
cial. Estude seus diagramas, seus mapas, suas estatísticas.
Pare um pouco e pense se acredita no que leu, se sente as
palavras lidas. Faça uma pausa, medite e ore, pedindo a Deus
que lhe dê olhos para ver e coração para sentir essa miséria.
Pense nesses milhões como seus semelhantes.
Olhe para a fotografia de um homem adorando uma
cobra de pedra com uma reverência que poucos cristãos
conhecem. Pense no significado disso até que não se esqueça
A Responsabilidade da Liderança em Missões 111
mais. Esse homem é seu irmão. Ele tem, como você, uma
natureza formada para adorar. Ele não conhece, como você
conhece, o Deus verdadeiro. Você não se sente disposto a
sacrificar tudo, até mesmo a sua pessoa, para salvá-lo? Estude
o estado do mundo, algumas vezes como um todo, outras em
detalhe, até que comece a sentir que Deus o colocou neste
mundo sombrio com o único objetivo de estudar essas trevas
e viver e ajudar aqueles que estão morrendo nelas.
Se você sentir, às vezes, que isso é mais do que pode
suportar, clame a Deus para ajudá-lo a olhar novamente e
novamente, até que conheça a necessidade do mundo. Mas
lembre-se sempre, o intelecto mais forte, a imaginação mais
viva, o estudo mais cuidadoso, não pode dar a você a compre-
ensão certa dessas coisas. Nada senão o Espírito e o amor de
Jesus podem fazer você sentir o que Ele sente, e amar como Ele
ama.
Depois disso, vem a segunda grande lição: o amor de
Cristo, morrendo por esses pecadores e agora ansiando para
que sejam atraídos para Ele. Não pense que você já conhece
esse amor agonizante, esse amor que pousa sobre cada criatu-
ra da terra e anseia por ela! Se quiser estudar o problema
missionário, estude-o no coração de Jesus. O problema
missionário é muito pessoal e se aplica a cada crente, mas é
especialmente aplicável ao ministro que deve ser o modelo e
o professor dos crentes. Estude, experimente e prove o poder
do relacionamento pessoal, a fim de que possa ensinar bem
este segredo profundo da verdadeira obra missionária.
Junto com o amor de Cristo vem o Seu poder. Estude isto
até que a visão de um Cristo triunfante, com todos os inimigos
a Seus pés, tenha lançado a sua luz sobre a terra inteira. A obra
de salvação dos homens é de Cristo, tanto hoje como no
Calvário, tanto na conversão de cada indivíduo como na
propiciação pelos pecados de todos. O Seu poder divino
continua a obra em Seus servos e através deles. Ao estudar
uma solução possível para o problema, em qualquer caso
especialmente difícil, não deixe de fora a onipotência de Jesus.
Com humildade, reverência e paciência adore a Ele, até que o
amor e o poder de Cristo se tornem a inspiração da sua vida.
A terceira grande lição a ser estudada é: a Igreja, o elo
112 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
entre o Salvador agonizante e o mundo agonizante. Aqui
serão encontrados os mistérios mais profundos do problema
missionário: que a Igreja seja realmente o Corpo de Cristo na
terra, com o Cabeça nos céus, tão indispensável para Ele
quanto Ele é para ela! Que a Sua onipotência e o Seu amor
remidor e infinito estejam ligados, para o cumprimento dos
Seus desejos, com a fraqueza da Sua Igreja! Que a Igreja tenha
ouvido durante todos esses anos a declaração: As missões são
o Supremo objetivo da Igreja e mesmo assim se contente com um
desempenho tão pobre! Que o Senhor esteja ainda aguardan-
do para provar maravilhosamente como considera a Igreja
uma só com Ele, e esteja pronto para enchê-la com o Seu
Espírito, poder e glória! Que haja fundamento abundante
para uma fé confiante em que o Senhor é capaz e está aguar-
dando para restaurar a Igreja ao seu estado pentecostal,
equipando-a, assim, para realizar a sua comissão pentecostal!
Em meio a este estudo surgirá a convicção mais clara de
como a Igreja é realmente o Seu Corpo, dotada com o poder
do Seu Espírito, participando verdadeiramente do Seu amor
divino, parceira abençoada da Sua vida e Sua glória. Essa fé
será despertada se a Igreja se levantar e se entregar inteira-
mente ao Senhor. A glória pentecostal pode ainda voltar.
O mundo em seu pecado e miséria, Cristo em Seu amor
e poder, a Igreja como o elo entre ambos — essas são as três
grandes magnitudes que o ministro deve conhecer, se quiser
dominar o problema missionário. Em seu estudo, ele pode
usar as Escrituras, a literatura missionária, e livros sobre
teologia ou sobre a vida espiritual. Mas a longo prazo, ele terá
sempre de voltar à verdade: o problema é pessoal. Ele exige
uma entrega completa e sem reservas de todo ser, passando
a viver por esse mundo, por esse Cristo, por essa Igreja. O
Cristo vivo pode manifestar-Se através de nós; Ele pode
transmitir Seu amor em poder. Ele pode fazer nosso esse
amor, a fim de que possamos sentir como Ele sente. Ele pode
permitir que a luz do Seu amor caia sobre o mundo, para
revelar a sua necessidade e a sua esperança. Ele pode propor-
cionar a experiência de quão íntima e real é a Sua união com
o crente, e quão divinamente Ele pode habitar e atuar em nós.
O problema missionário é pessoal, devendo ser resolvido
A Responsabilidade da Liderança em Missões 113
pelo poder do amor de Cristo. O ministro deve estudá-lo, a
fim de aprender a pregar mediante um novo poder — missões,
a grande obra, o fim supremo, de Cristo, da Igreja, de cada con-
gregação, de cada crente, e especialmente de cada ministro.
Dissemos que a primeira necessidade do ministério, se
quiser cumprir o seu chamado para as missões, é estudá-las.
Mas quando começa a surgir a luz, e a mente se convence e as
emoções são estimuladas, essas coisas devem ser imediata-
mente traduzidas em ação, caso não devam permanecer
estéreis. E onde deve começar essa ação? Sem dúvida, em
oração, oração mais definida, pelas missões. Elas podem ser pelo
despertar do espírito missionário na igreja como um todo, em
sua própria igreja, ou em congregações especiais. Pode ser
por algum campo específico. Ou talvez por si mesmo em
especial, para que Deus dê e renove sempre o fogo missionário
do céu. Qualquer seja a oração, o estudo deve levar
imediatamente a mais oração; caso contrário, o fruto talvez
seja relativamente pequeno. Sem oração, embora possa haver
aumento de interesse nas missões, mais trabalho a favor
delas, mais sucesso na organização e maior investimento, o
verdadeiro crescimento da vida espiritual e do amor de Cristo
nas pessoas, pode ser bastante reduzido.
Quando a vontade e o trabalho do homem são prioritários,
a vida espiritual é fraca; a presença e o poder de Deus são
pouco conhecidos. É possível haver pessoas que leiam livros
missionários e façam fielmente contribuições liberais, embora
haja pouco amor a Cristo ou oração pelo Seu reino. Você pode,
por outro lado, ter pessoas simples, com condições de ofertar
muito pouco, mas com esse pouco elas dão todo o seu coração
em amor e oração. O nível espiritual destas últimas é mais
alto, pois o amor de Deus é o alvo supremo. Ninguém deve
vigiar tão atentamente quanto o ministro para ver se o entu-
siasmo missionário que ele promove em si mesmo e em outros
é, de fato, c fogo que vem do céu em resposta à oração de fé
para consumar o sacrifício. O problema missionário é pessoal.
O ministro que resolveu esse problema para si mesmo, tam-
bém saberá guiar outros para encontrar a sua solução no
poder constrangedor do amor de Cristo.
9
Um Chamado à Oração
e à Contrição
- 125 -
MENSAGEM AOS PASTORES
- 127 -
128 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
"IDE, PORTANTO, FAZEI DISCÍPULOS DE TODAS AS
NAÇÕES E PREGAI O EVANGELHO A TODA
CRIATURA"
O TODO do amor ilimitado
- 131 -
132 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
através das missões. Não haveria melhor oportunidade para
ensinar sobre a vontade de Deus e Suas promessas; a
grandiosidade da obra e sua urgência; a reivindicação de
Cristo sobre o mundo e cada criatura como Sua herança, e
sobre o Seu povo para que fossem mensageiros voluntários
do Seu amor. Essa seria uma ocasião ideal para reforçar o
último mandamento de Cristo e instigar os filhos de Deus à
oração e à consagração.
Não haveria saúde e bênção para muitos se a Igreja se
unisse e se apresentasse diante de Deus, pedindo que todos os
que tivessem pecado por ignorância e fraqueza pudessem ser
estimulados a começar a obra que os aguarda? Tal
despertamento do verdadeiro interesse missionário seria o
início do avivamento da vida espiritual e poderia fortalecer
grandemente o desejo para essa renovação em maior medida.
Mas como fazer para que as igrejas agissem em conjunto e os
membros das igrejas se reunissem diante de Deus, a fim de
orar e receber instruções? E quase impossível pensar numa
oportunidade mais gloriosa do que a proporcionada por uma
Semana de Oração.
Nossos missionários no campo não iriam sentir-se ale-
gres com tal proposta e muito fortalecidos com o seu resulta-
do? Eles se sentiriam inspirados com o fato de a Igreja inteira
estar disposta a passar uma semana com eles diante do trono
do seu Senhor, a fim de receber novas instruções e equipa-
mento de Deus para o trabalho. Essa seria uma lição inconce-
bivelmente valiosa para as igrejas recém-nascidas nos cam-
pos, mostrando que a vida que lhes oferecemos é uma vida do
alto, a ser recebida e dispensada apenas em resposta à oração.
Elas e nós iríamos sentir quão verdadeiramente somos "um só
em Cristo Jesus". E Deus, o nosso Deus, nos abençoaria!
O novo século 20 nos chama para orar com maior
intensidade. Muito foi dito sobre o passado ter sido um centro
missionário. Agradecemos a Deus por tudo que Ele realizou
no Seu povo e através dele. Mas todos admitem que a não ser
que a Igreja comece a viver e amar, a dar e orar, numa escala muito
diferente do que até agora, não há a menor esperança de que o mundo
possa ser evangelizado nesta geração. O primeiro ano do novo
século está terminando. Tivemos tempo para observar se há
Proposta: Uma Semana de Oração 133
quaisquer sinais de mudança em nossa devoção. Tivemos
oportunidade de calcular o que será necessário para realizar
a tarefa. Como poderíamos consagrar mais efetivamente o
século a Deus do que começando o seu segundo ano com uma
grande reunião de todo o exército de Deus na terra para
renovar o seu voto: O mundo inteiro para Cristo Jesus; Seu
evangelho para cada criatura?
Neste ponto, Andrew Murray ofereceu várias recomen-
dações sobre o que as igrejas da sua época poderiam fazer
para preparar e realizar a Semana de Oração. Diferentes
igrejas e sociedades, na medida do possível, poderiam colabo-
rar nas reuniões de oração conjunta. Se tais reuniões não
fossem práticas, homens com entusiasmo missionário ou
poder espiritual poderiam circular entre as igrejas. O lucro
para qualquer junta missionária específica não seria o motivo
principal dessa semana; a prioridade seria dada à participa-
ção nas bênçãos recebidas de Deus e à oração pelas necessida-
des do mundo inteiro e dos obreiros.
Estudos especiais do problema missionário poderiam
ser patrocinados nas igrejas locais, assim como a pregação de
uma série de sermões missionários antes da Semana de
Oração. Os evangelistas poderiam ser solicitados a não fazer
sua pregação rotineira de mensagens de salvação durante
uma semana, a fim de prestar ajuda a esse esforço combinado
de ganhar o mundo para Cristo.
O preparo mediante literatura especial foi considerado
altamente estratégico, pois muitos cristãos estavam
desinformados quanto aos fatos básicos das missões no es-
trangeiro, e até mesmo sobre a base bíblica e o espírito da
grande comissão. Ele recomendou que fossem escritos alguns
folhetos simples e específicos com este fim. Além disso,
quatro a seis homens de poder espiritual poderiam escrever,
cada um, artigo sobre um aspecto diferente do grande tema
missionário, sendo publicados na forma de panfletos.
Quanto à logística do trabalho relativo à preparação e
realização dessa Semana de Oração, ele sugeriu que vários
líderes da obra missionária, bastante conhecidos, fossem
convidados ou indicados para formar um Comitê Adminis-
trativo. Certos homens dentre eles poderiam ser escolhidos
134 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
por este grupo para circular informação, despertar interesse,
assegurar colaboração e alistar ajuda local.
O Movimento Voluntário de Estudantes mostrou gran-
de atividade e resultado nas missões naqueles dias, especial-
mente no treinamento daqueles que estavam dispostos a
seguir para o campo no exterior. Murray sugeriu que eles
poderiam oferecer-se aos pastores, a fim de ajudar nas reuni-
ões para criar interesse missionário. Esta poderia ser especial-
mente uma vantagem em vista da dificuldade em assegurar
a visita de um missionário para cada congregação. Murray
continuou: "Um candidato a missionário, cheio de entusias-
mo, que estudou algum setor do campo missionário ou,
melhor ainda, uma equipe de dois ou três, testemunhando a
respeito do que o Senhor fez por eles, e sua entrega ao Seu
serviço, pode em muitos casos suprira falta. Isto resultaria em
bênção para eles, assim como para as igrejas".
Circunstâncias extraordinárias exigem medidas extraor-
dinárias. A descoberta de um perigo iminente justifica mu-
danças excepcionais, e os homens aprovam de boa vontade e
se sujeitam à inconveniência. A condição da Igreja, a necessi-
dade do mundo, o mandamento de Cristo, parecem para mim
coisas que exigem esforços especialíssimos. A urgência do
caso é extrema. Não devemos perder tempo. Nosso Mestre
deseja que cada ser humano saiba sem demora que Ele veio ao
mundo para salvá-lo.
Não permitamos que o entusiasmo do nosso lema, Nesta
geração! nos engane. Ele pode tender a nos tornar acomodados
e permitir que milhões morram por ano nas trevas sem
conhecer o Senhor. Podemos iludir-nos com a idéia de que
isso será eventualmente feito antes de esta geração terminar.
Mas não será certamente feito, se a Igreja permanecer em seu
nível presente.
A tarefa é tão grande, tão difícil, necessita de tanta
intervenção do poder divino que, a não ser que a Igreja volte
à vida pentecostal do seu primeiro amor, ela não poderá nem
será realizada. Repito, a urgência do caso é extrema. Nenhum
sacrifício pode ser grande demais se pudermos conseguir que
a Igreja, ou a parte mais sincera dela, tome tempo e aguarde
unida diante do Trono de Deus, para rever a sua posição e
Proposta: Uma Semana de Oração 135
confessar suas falhas. Ela poderá, então, prosseguir e reivin-
dicar a promessa de poder feita por Deus, consagrando-se
inteiramente ao Seu serviço. Penso que dedicar uma semana
exclusivamente ao trabalho missionário no estrangeiro seria
agradável a Deus e aceitável ao Seu povo, trazendo abundan-
tes bênçãos.
Nós nos reuniríamos como um imenso grupo através do
mundo inteiro e pediríamos ao Mestre que repetisse para nós
a grande comissão, soprando o seu poder em nossos corações.
À medida que nossos corações se abrissem com fé na promes-
sa do Seu poder infinito e presença imutável conosco; à
medida que nos rendêssemos em nova obediência e consagra-
ção à obra do Seu amor, a Sua bênção e o Seu Espírito nos
seriam certamente concedidos.
Creio que muitos dos que vêm trabalhando sinceramen-
te neste abençoado serviço serão levados para junto do Senhor
bendito e incendiados com um novo zelo para estimular
outros que ficaram para trás. Muitos que têm feito pequenas
contribuições, que têm orado ou amado apenas um pouco,
serão treinados para conhecer o verdadeiro segredo da parti-
cipação com Cristo em Seu trabalho. Muitos ouvirão um
chamado para considerar se o Senhor quer o seu serviço
pessoal no campo. Muitos pastores terão uma nova percep-
ção quanto ao que devem ensinar ao seu povo. Ele observará
também que, embora ministrando onde está, ainda pode fazer
muito para o mundo como um todo. Estou confiante em que,
para inúmeros indivíduos, esse pode ser o maravilhoso come-
ço de uma nova revelação de quem o Senhor Jesus é e afirma
ser. Vamos experimentar a bênção indescritível de viver
apenas para levar o mundo de volta a Deus, como fez Jesus.
Deixo a proposta nas mãos daqueles que têm poder para
decidir. Se houver boas razões para não levar avante esta
recomendação de pôr de lado o currículo geral de oração
durante essa semana anual para concentrar-se na oração pelas
missões, não lamentarei ter feito a proposta. Ela pode ser
usada para dirigir a atenção para uma grande necessidade e,
na hora considerada oportuna por Deus, produzir fruto de
um modo inesperado para nós. Entrego a idéia ao Seu
gracioso cuidado.
136 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
E possa chegar logo o dia em que a Sua Igreja, esperando em
Deus, renove a sua juventude e a sua força; em que a glória do Senhor
será revelada, e toda a carne conjuntamente a verá.
SUGESTÃO PARA UMA SEMANA DE
ORAÇÃO POR MISSÕES
NO EXTERIOR
PRIMEIRO DIA
LOUVOR Salmo 145.11-13
Louvor a Deus. Pela glória do Seu reino na terra — pelo que
Ele realizou; pela participação que Ele nos dá em Seu
trabalho; pelo que Ele está fazendo e vai fazer: 2 Cr
20.14-22.
SEGUNDO DIA
A OBRA E OS OBREIROS
A Obra. Sua extensão. (Estatísticas dos não evangelizados)
2 Co 2.16. Sua dificuldade. O poder de Satanás: Ef 6.12.
Sua urgência. O valor de uma alma; milhares morrendo
por ano.
Os Obreiros. A Igreja, o Corpo de Cristo. Cada membro, sem
exceção, remido para tomar parte nessa obra: Fp 2.15,16.
Oração. Por uma visão da necessidade do mundo, da glória
de Cristo, do chamado dos crentes; por todos os missio-
nários, nossos representantes no campo: Cl 4.2-4.
TERCEIRO DIA
O PODER PARA A OBRA —
O ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo. Toda obra missionária é obra de Deus: 1 Co
12.6.0 Espírito Santo é o Grande poder de Deus operan-
do em nós: Ef 3. 16,17,20. O Espírito dado no Pentecos-
tes como o poder para levar o evangelho a toda criatura:
Jo 15.26,27; At 1.8. Todo o fracasso é por causa da perda
desse poder: G13.3. Toda a obra missionária legítima,
- 137 -
138 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
seja contribuição, oração ou trabalho, só tem valor
quando o poder do Espírito faz parte dela: Rm 15.16. A
promessa de Deus de que o Espírito seria derramado
sobre nós, e nossa oração para que o Espírito esteja em
nós, é a única esperança para as nossas missões: At 4.31.
Oração. Pelo poder do Espírito, como o entusiasmo da presença
de Cristo e do amor na Igreja, nas sociedades
missionárias, em sua própria congregação, na sua vida,
com o único objetivo de testemunhar de Jesus a cada
alma humana: Lc 24.47; At 1.8.
QUARTO DIA
CONTRIÇÃO E CONFISSÃO
Confissão. Do terrível fracasso da Igreja em conhecer e
cumprir a sua missão. Da falta de completa consagra-
ção à honra e ao reino de Cristo. Da falta de amor e auto-
sacrifício em contribuir e orar: Ag 1.11; M13.10; Fp 2.21.
Contrição. Arrependimento, o único caminho para a
restauração: Is 58.1,2,6,7; Gn 42.21. Orar para que o
Espírito convença de pecado.
QUINTO DIA
ESPIRITO DE SÚPLICA
Oração. Seu lugar. O principal fator que cabe ao homem ao
fazer a obra de Deus. A chave para todo o poder e
bênçãos celestiais: Lc 11.13; Jo 14.13,14; Ef 3.20.
A dificuldade. É necessário a crucificação da carne para
esforçar-se e trabalhar (agonizar): Rm 15.30; Cl 4.12,
vigiar em oração. É necessário mente espiritual para
deliciar-se na comunhão com Cristo e crer que nossas
orações prevalecerão.
Sua urgente necessidade. Mais homens e mais dinheiro são
necessários, mas a necessidade de mais oração é maior,
tal como as feitas no Pentecostes: At 1.14.
Oração. Para que nesta semana de oração Deus possa dar-nos
o espírito de oração, a fim de que haja um grande
aumento da intercessão secreta, habitual, fervorosa,
cheia de fé, pedindo o poder do Espírito em nossa obra
missionária.
139
SEXTO DIA
CONSAGRAÇÃO E SERVIÇO
Consagração. Se a confissão tiver sido verdadeira, se a oração
tiver sido sincera, deve seguir-se uma nova rendição: 2
Cr 2.8-15. Isto implica em afastar-se de todo o pecado e
de todas as falhas, entregando-se a uma vida de inteira
obediência e devoção: 2 Co 5.15.
Isso exige especialmente uma entrega muito pessoal do
"eu" ao Senhor Jesus e ao Seu amor, para ser guardado
e usado por Ele como propriedade exclusiva Sua: 2 Tm
2.21; Tt 2.14. Tudo depende disto: o problema missio-
nário é pessoal.
Serviço. Implica em que sirvamos a Cristo, procurando almas
para Ele: Is 53.10. Promovendo as missões através do
interesse, da contribuição, da comunhão com outros. E
também, tornando Cristo conhecido aos que nos rodei-
am.
SÉTIMO DIA
A FÉ E SUAS POSSIBILIDADES DIVINAS
Fé. O poder que no homem corresponde ao poder de Deus:
Mt 19.26; Mc 9.23. É o poder que leva à oração, que se
fortalece na oração, e que prevalece na oração: Mc 11.24.
É o poder que vence o mundo, pois Cristo venceu o
mundo e a fé vive em união com Ele: Jo 16.33; 1 Jo 5.4,5.
As missões não têm outro fundamento ou lei senão o
propósito de Deus, a promessa de Deus, o poder de
Deus. Essas possibilidades divinas são o alimento da fé,
e chamam todo amigo das missões para isto — ser forte
na fé, dando glória a Deus: Rm 4 .20,21.
Oração. Para que esta semana possa levar a uma profunda
revelação da disposição e poder de Deus para cumprir
as Suas promessas ao Seu povo, a um grande avivamen-
to da fé verdadeira em cada obreiro e ajudante missio-
nário na pátria e no exterior.
140 A CHAVE PARA O PROBLEMA MISSIONÁRIO
ÚLTIMO DIA
O AMOR DE CRISTO. RM 8.31
O seu triunfo em cada coração humano é o nosso objetivo.
Fp 2.13. Sua posse o nosso único poder para viver e
testemunhar: 2 Co 5.14. Vamos mais uma vez saturar
nossos espíritos com a motivação dos morávios para as
missões:
"Coloque este pensamento ardente de amor pessoal
pelo Salvador que me remiu no coração de todos os
cristãos, e terá o incentivo mais poderoso para o esfor-
ço missionário de qualquer tipo.
Oh! se pudéssemos tornar este problema pessoal, se
pudéssemos encher o coração das pessoas com amor
pessoal pelo Salvador que morreu por elas, a indiferen-
ça da cristandade desapareceria, e o reino de Cristo
surgiria!"
EDIÇÃO ESPECIAL: "JANELA 10-40"
rRenda Per Capita (US$)
■ O a 500
❑ 500 a 1000
'1 1000 a 5000
que 5000 rj Mobilizaçã
dos Jovens
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Profissionais
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Missionária Teológicos
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Mobilização
da Igreja
Local
Países Menos
Vários Evangelizados
Cidades Menos
Mobilização Evangelizadas
das Mulheres
Rádio
Consulta global sobre
Evangelização
Alcance 2000
mapa 1
A maior concentração de pessoas não alcança das do
nosso mundo vivem em uma janela retangular que, com
freqüência, se tem referido como uma faixa resistente que
inclui a Indonésia.
Na "24 Conferência de Lausane", em Manila, em julho de
1989, declarei em seção plenária que a maioria dos grupos de
pessoas não alcançadas "vivem em uma faixa que se estende
da África Ocidental através da Ásia, entre 10 e 40 graus ao
norte da linha do Equador; isto inclui o bloco muçulmano, o
bloco hindu e o bloco budista... Temos que focalizar nossos
esforços na evangelização".
Se na verdade vamos prover uma oportunidade real a ca-
da pessoa e cidade de experimentar o amor, a verdade e o po-
der salvador de Jesus Cristo, não podemos desconhecer a rea-
lidade de que temos que concentrar nossas forças nessa região
do mundo, que poderíamos catalogar como "Janela 10-40".
A Janela 10-40 está relacionada com sete realidades
importantes:
1.A Realidade Bíblica e Histórica;
2. As Pessoas e Países não Evangelizados;
3. O Islamismo;
- 141 -
142
4. Os Três Blocos Religiosos Principais;
5. Os Pobres;
6. A Qualidade de Vida;
7. O Baluarte, ou a Fortaleza, de Satanás.
No curso deste artigo, existem dois termos que são
usados repetidamente: NÃO EVANGELIZADOS e NÃO
ALCANÇADOS. O significado que se dá a esses termos é o
que se expressou no Manifesto de Manila sobre a seção 11,
intitulado: O DESAFIO DO ALCANCE 2000 E MAIS ALÉM
DO 2000. "As pessoas não evangelizadas são aquelas que têm
um conhecimento mínimo da Palavra de Deus, porém, não
têm tido uma oportunidade real de responder a ele. Os não
alcançados são dois bilhões de pessoas que nunca ouviram de
Jesus como Salvador e que não estão ao alcance dos cristãos
entre sua própria gente. Há, com efeito, umas 2 mil nações* ou
nacionalidades nas quais ainda não existe um movimento
eclesiástico próprio e ativo." (*veja o artigo "A Grande Comis-
são: Um Enfoque Etnocêntrico").
Países Menos
Li Países na Janela
= Evangelizados
% Muçulmanos
50 a99,9
10 a 50
1 ai°
! Oal
mapa 3
mapa 4
9 / WI
WI
Li
mapa 3
149
mapa 6
Qualidade de Vida
111pa 7
11.11■
151
O Baluarte ou a Fortaleza de Satanás, e a Janela 10-40
Luis Bush
COMPROMISSO DE FÉ
(por favor, use letra de forma)
NOME:
END:
BAIRRO: CIDADE: UF:
CAIXA POSTAL: CEP: TEL •
n
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