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Missão Evangélica Filadélfia: A Figueira Amaldiçoada

A Parábola da Figueira Amaldiçoada

Deus é um Deus de propósitos, e houve também um quando


Jesus amaldiçoou a figueira que tinha folhas, mas não tinha frutos. O
texto sagrado em Mateus diz assim:

“E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome.


E, avistando uma figueira perto do caminho,
dirigiu-se a ela e não achou nela senão folhas.
E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti.
E a figueira secou imediatamente.”
Mateus 21:18-19

No evangelho de Marcos o texto tem a mensagem tem a


seguinte narrativa:

“E, no dia seguinte,


quando saíram de Betânia, teve fome.
Vendo de longe uma figueira que tinha folhas,
foi ver se nela acharia alguma coisa;
e, chegando a ela, não achou senão folhas,
porque não era tempo de figos.
E Jesus, falando, disse à figueira:
Nunca mais coma alguém fruto de ti.
E os seus discípulos ouviram isso.”
Marcos 11:12-14

“E eles, passando pela manhã,


viram que a figueira se tinha secado desde as raízes.
E Pedro, lembrando-se, disse-lhe:
Mestre, eis que a figueira que tu amaldiçoaste se secou.”
Marcos 11:20-21

Qual, então, o propósito de Deus neste ensino sagrado,


considerando que Ele é um Deus justo? Vejamos então, o que a Palavra
do Senhor nos revela através desses versículos:

• A figueira é uma árvore muito como naquela região e


simboliza o povo de Israel e de um modo geral todo o
povo de Deus.

• O dicionário bíblico define assim a figueira: “A figueira é


muito comum na Palestina. Divide-se em muitos ramos,
bem providos de folhas, e dando por isso a mais completa
sombra para resguardar do sol oriental. Lemos na Bíblia
que todo homem se assentava debaixo da sua figueira (I
Rs 4.25; Miquéias 4.4; Zacarias 3.10). Natanael estava
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debaixo de uma figueira, provavelmente entregue às suas


devoções (João 1.49 a 51). O fruto, procedente dos
grandes ramos, sempre precede as folhas. Os
primeiros figos amadurecem entre maio e agosto,
segundo a sua situação, e caem logo que estão maduros:
caem, na frase de Naum (3.12), na boca do que os há de
comer, quando a árvore é sacudida. Os últimos figos
amadurecem em setembro. Acontece também, que,
quando o inverno é suave, há uma terceira colheita de
figos, que se realiza na próxima estação da primavera”.

• Israel e o povo de Deus de uma maneira geral foram


escolhidos para gerarem frutos e frutos que permaneçam,
além do que esses frutos devem ser gerados a tempo e
fora de tempo, ou seja, independentemente da estação
ser inverno, verão, outono ou primavera.

• No caso da figueira, o evangelista Marcos registra no seu


livro que não era tempo de figos quando Jesus procurou o
fruto naquela árvore. Mas, certamente o evangelista não
quis dizer que esse tempo estava para chegar e sim de
que o tempo de dar figos já havia passado. Isto porque na
árvore da figueira o fruto sempre precede as folhas. Tanto
isso é verdade que ao se aproximar dela e vendo que
tinha folhas, “foi ver se nela acharia alguma coisa; e,
chegando a ela, não achou senão folhas”.

• Ora, o Senhor Jesus não procuraria fruto em nenhuma de


suas criações sem que esta criação estivesse capacitada
a dar esse fruto. E a aparente existência de frutos era
dada pela existência de folhas.

• Outro detalhe, este registrado por Mateus, foi o de que a


figueira estava à beira do caminho. Ora, o caminho em
que Jesus passa não é qualquer caminho. E tudo ou
todos os que tiverem a oportunidade de estar próximo do
caminho por onde Jesus passa, ou de estar no próprio
Caminho Santo, não pode deixar de experimentar a graça
para gerar algum fruto.

• Por isso é que na Igreja de Cristo, têm os que estão no


Caminho, gerando frutos, e os que estão à beira do
caminho, cheios de folhas, para enganar os que
porventura estão próximos, como se tivessem algum fruto
entre as folhas.

• Vemos então que a figueira queria enganar o Senhor


Jesus Cristo, fingindo que tinha frutos com a sua
folhagem. Mas, como a Deus ninguém engana, Cristo
amaldiçoou a figueira, que se secou até a raiz,
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significando que com o seu engano ela perdeu a


oportunidade de regeneração, de vivificação.

• Este exemplo serve para Israel, para os tempos do fim, já


que jogou fora uma primeira oportunidade na primeira
vinda de Jesus, por orgulho de haver sido escolhido para
receber a lei, e serve também para a Igreja de Cristo,
para que não caia sob o domínio do orgulho por estar
sendo agraciado com o ministério do Espírito Santo, no
tempo da graça, e rejeitar e anular esta mesma graça,
apresentando-se diante do Senhor na sua segunda volta
apenas com folhas e não com os frutos.

Portanto, vimos que a figueira foi amaldiçoada por Jesus pelo


seu fingimento, pela sua hipocrisia em querer mostrar uma aparência
externa de que tinha frutos, já que mostrava claramente para quem
observava de longe que tinha folhas (veja Mateus). Este exemplo é o
mesmo dos hipócritas, que gostam de apresentar uma aparência
externa de santidade e benignidade, quando na verdade estão cheios de
impurezas em seu interior e cheios de maldade e malignidade em suas
almas.

Esta parábola da figueira amaldiçoada por Cristo nos ensina


muitos aspectos sobre a vida cristã. Uma delas é a da postura sincera
diante de Deus; outra é a do tempo no reino sem gerar frutos; outra é a
fazer parecer que tem frutos, mas os frutos não existem aos olhos
daquele de quem nada se pode esconder; outra é daquelas pessoas que
estão à beira do caminho, mas não estão no caminho; outra é do
engano das roupagens externas, das capas, das hipocrisias; outra é das
coberturas externas, criadas pelo homem, pelas quais imaginam eles
estarem preparados para enfrentar o julgamento de Deus; outra é a da
degeneração da naturalidade da coisa criada (a figueira normal nasce
primeiro o fruto e depois a folha), como quem deseja inverter a ordem
natural de Deus: isto é soberba, orgulho, e imaginar que se possa ser
semelhante a Deus, Criador de todas as coisas.

Marival Novaes

Setembro 2004

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