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Missão Evangélica Filadélfia: A Igreja e a Arca de Noé

A Igreja e a Arca de Noé

No tempo de Noé o Senhor procurou no meio de toda aquela geração violenta e corrupta
um homem pelo qual fosse achado em graça diante dos seus olhos (Gênesis 6:8). E
encontrou a Noé, servo fiel e obediente, ao qual foi anunciado o dilúvio.

“Então, disse Deus a Noé:


O fim de toda a carne é vindo perante a minha face;
porque a terra está cheia de violência;
e eis que os desfarei com a terra.
Faze para ti uma arca da madeira de gofer;
farás compartimentos na arca
e a betumarás por dentro e por fora com betume.”
Gênesis 6:13-14

E Noé foi orientado pelo Senhor sobre as medidas e outras características da arca, de
modo que fosse construída conforme a orientação de Deus. Claro está que houve uma
aliança entre o Senhor e Noé, na qual houve um chamado ou uma procura da parte de
Deus por um homem que desse ouvidos à sua voz, no que foi atendido prontamente por
Noé, por meio da fé, estabelecendo desta forma uma relação de íntima comunhão e de
confiança mútua. (Gênesis 6:18-22).

Noé levou bastante tempo construindo a Arca, cerca de 100 anos (Gênesis 5:32; 6:13-42
e 7:6). Apesar do longo tempo, o bom e fiel servo de Deus continuou sua obra firmado no
compromisso com o Senhor e preparou o espírito e a alma da sua família para também
permanecer firme no pensamento de que era necessário estar pronto para entrar na Arca.

Portanto, a Arca fora construída para uma salvação específica de uma família sobre a
qual o Senhor achou graça aos seus olhos por causa da obediência do seu líder e pai
(cabeça da família), cuja escolha soberana e presciente fora proposta pelo próprio Senhor
por causa do compromisso de fidelidade do seu servo Noé, o qual fora achado em graça,
ou seja, confiante e firmado em Deus.

E Noé manteve firme o seu compromisso com o Senhor durante 100 anos, conforme a
palavra de orientação vinda de Deus, sem alterar nem para a esquerda nem para a
direita, mas tudo conforme o Senhor houvera dito.

Este exemplo bíblico de fé do servo de Deus, da preparação da sua família para


permanecer na oferta de salvação que o Senhor houvera dito e prometido, da obediência
à Palavra de Deus na realização da obra que lhe fora ordenada, são sombras vivas do
papel ministerial da Igreja de Cristo, onde Noé é a figura do Pastor terreno escolhido por
Deus para receber a sua orientação, transmitir ao povo de Deus e seguir na construção e
no aumento do edifício de Deus, fundamentado na sua Palavra.

Agora, houve um motivo ou uma razão para que Noé continuasse firme no seu
compromisso e aliança feita com o Senhor, o qual foi o seu amor a Deus e à sua família.
A obra de construção da Arca foi uma obra realizada com amor, na confiança absoluta de
que o Senhor o abençoaria juntamente com a sua família.

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Outro detalhe bastante interessante sobre a obra da Arca é que Noé a construiu segundo
a orientação do Altíssimo, sem a intervenção de nenhuma voz humana ou terrena, as
quais certamente tentaram fazer com que ele desviasse seus propósitos em relação à
obra que o Senhor houvera lhe recomendado. Isto serve de exemplo para nós para não
misturarmos voz e pensamento humano com a voz e os pensamentos de Deus.

Quando nos propomos a ouvir só a Deus, Ele assume a posição de orientador e guia,
porque nós permitimos a Ele assumir tal posição, por considerá-lo um Deus de Sabedoria,
e que nos ama, e que deseja o melhor para nós. Mas, quando não nos propomos a este
posicionamento, de certa forma radical, vacilando entre ouvir a voz do Senhor e a voz
humana, o Altíssimo certamente aguardará para fazer prova de onde está posta a nossa
confiança, se NELE ou em outro senhor.

Vamos comparar nossa relação de compromisso com o Senhor com a de um casamento


feito com amor mútuo entre os noivos. Ora o casal viverá com base nesse amor e na
relação de íntima confiança, onde quem quebrar ou duvidar de um ou de outro provocará
ruptura na própria relação. Esta é uma verdade da qual ninguém pode fugir! Ninguém
pode amar a dois senhores. Ou há de amar a um e odiar o outro ou de amar a um e
desprezar o outro.

Da mesma forma, quando um pai chega para o seu filho e lhe dá uma orientação dizendo:
Filho confie em mim, porque quero e desejo o melhor para você e muito mais importante
que tudo isso é que te amo! Na sua vida, no caminho em que você deve seguir, estarei do
teu lado para orientar, te proteger, até chegares à posição que desejo para tua vida.

Ora, se ao invés de confiar no pai o filho procurar a orientação de outra pessoa, com
certeza não confia suficientemente no seu pai e também provocará o desagrado do pai, o
qual olhará para o seu filho como uma pessoa que não confia nele, quebrando, desta
forma, a relação de amizade e de confiança entre os dois.

Assim, pois, é também na nossa relação com Deus! Quando nos convertemos, o Senhor
nos dá o seu Espírito para nos guiar e orientar como Espírito de adoção de filhos até o dia
da redenção do nosso corpo (Romanos 8:23). Só e somente só o Espírito Santo sabe
como nos guiar nessa direção; e é um Espírito que têm ciúmes quando buscamos outras
formas de tentar andar pelo Caminho, as quais são formas sem a segurança da sua
direção.

Não há como fugir! Se examinarmos as Escrituras, estudarmos e nelas meditarmos com o


objetivo de melhor conhecer e ser íntimo deste Espírito Maravilhoso que nos guia e
orienta, estamos apenas fazendo o que precisa ser feito, de modo que não sejamos
enganados pelo inimigo ou pelos seus servos, os falsos profetas.

Mas, de outro modo, se buscarmos o conhecimento da Palavra como se a orientação do


Espírito fosse insuficiente e capaz de nos dar o conhecimento e a segurança de que
precisamos no Reino de Deus, certamente o Espírito Santo ficará ao nosso lado, mas não
intervirá na vontade do homem em buscar conhecimento fora da sua direção e zelo.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais,


mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas;
destruindo os conselhos e toda altivez
que se levanta contra o conhecimento de Deus,

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e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo, ...”


II Corintios 10:4-5

A prudência na realização da obra de Deus começa pela preservação da fé naquilo que


foi ouvido (Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que
Ele enviou. João 6:29). Isto porque nas Escrituras está a medida certa de Deus e na voz
do seu Espírito está a sua correta orientação e interpretação.

Então, a obra precisa ser feita sem cheiro de terra, ou seja, de nada terreno, apenas com
a suficiente orientação do Senhor através do seu Espírito. E foi esta voz que Noé ouviu e
cumpriu! Porque o Senhor orientou-o para que betumasse a Arca, selando-a por dentro e
por fora, conforme também é selada as Escrituras por dentro e por fora, porque tem o selo
do Espírito Santo.

Nisto também consiste o selo da fé, selado pelo Espírito Santo, de modo que a sua
medida seja a medida certa de Deus, e a sua revelação seja também a revelação certa de
Deus para os seus filhos, e esta fé, recebida quando do recebimento do Evangelho, é a
medida suficiente para fixar a semente da fé em nosso coração e fortalecer o nosso
espírito no Senhor, de modo que possamos estar na plantação da Lavoura de Deus,
sendo regado, cuidado e crescendo pelo Senhor, na força do seu poder e na Sabedoria
da sua revelação.

“Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos


com alguns que se louvam a si mesmos;
mas esses que se medem a si mesmos
e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento.
Porém não nos gloriaremos fora de medida,
mas conforme a reta medida que Deus nos deu,
para chegarmos até vós;
porque não nos estendemos além do que convém,
como se não houvéssemos de chegar até vós,
pois já chegamos também até vós no Evangelho de Cristo; ...”
II Corintios 10:12-14

“A minha palavra e a minha pregação


não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana,
mas em demonstração do Espírito e de poder,
para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens,
mas no poder de Deus”.
I Corintios 2:4-5

E o Poder de Deus está em seu Espírito, que se manifesta pelo Amor que está NELE e
deve estar em nós. Quando o Espírito Santo nos ensina Ele nos transmite uma Palavra de
Poder vinda da Sabedoria de Deus, enquanto que quando recebemos o ensinamento
intelectual do homem, vindo da sua sabedoria humana, fica faltando a vida do Espírito na
Palavra, a qual acaba como uma letra fria, sem poder, sem o fogo que queima o pecado e
esmiúça as penhas.

Assim, pois, a Igreja de Cristo pode ser comparada à Arca de Noé, a qual está sendo
edificada por todos nós, mas convém que os materiais e os instrumentos usados na sua
construção sejam aqueles determinados por Deus, porque as suas características, as

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suas medidas, o seu cheiro e o seu comando é exercido por um Governo do Reino dos
céus e de maneira nenhuma poderá ter entre os materiais usados na sua construção
alguma coisa terrena, humana, fruto do pensamento ou da sabedoria humana.

Sobre estes materiais estranhos, não consigo entender qual o objetivo da inclusão da
disciplina Filosofia em seminários e escolas teológicas de denominações que se dizem
evangélicas. Se os seus dirigentes, que se dizem cristãos, acreditam que a filosofia vai
auxiliar ou colaborar para que um aluno de sua escola saia de lá mais firmado na fé, digo-
lhes que o efeito será contrário, não porque é o nosso desejo, mas é o efeito danoso do
veneno que representa a filosofia.

A filosofia foi a causa da apostasia da igreja pós-primitiva e continua sendo a causa da


mesma apostasia dos dias atuais. Há cerca de duas semanas atrás escrevemos uma
mensagem sobre este assunto, criticando exatamente um estudo de um professor de uma
Faculdade Teológica, cristão e pastor, que via na filosofia algum proveito para a Igreja do
Senhor. E o pior é que seu estudo foi publicado numa página da Web que tem como lema
a “defesa da fé cristã”. Pois, digo-lhes que se continuarem com a mesma “visão”
certamente vão necessitar nascer de novo para entrar pela porta da salvação.

Quando a Arca ficou pronta segundo a orientação da Palavra de Deus dada a Noé, o
Senhor ordenou ao seu servo para que entrasse nas arca com sua família e que fosse
tomado os casais de animais e das aves dos céus e dos répteis sobre a terra, para se
conservar em vida a semente sobre toda a face da terra. (Gênesis 7:1-3, 8). Só que entre
a entrada de Noé e sua família na Arca (e o selo desta mesma Arca para que ninguém
pudesse entrar ou sair) passou-se sete dias até a chegada do dilúvio (Gênesis 7:10),
como uma verdadeira oportunidade de arrependimento para o povo incrédulo que ficou de
fora da Arca.

Claro está que não haveria mais como entrar na Arca porque já houvera sido selada e os
que ficaram de fora morreriam todos, mas certamente foi a oportunidade dada pela
misericórdia de Deus para que pelo menos morressem arrependidos de seu pecado,
como sombra do que há de acontecer nos últimos tempos, no império terreno do
Anticristo.

Ora, este mesmo quadro se repetirá na Grande Tribulação, quando a Igreja de Cristo já
terá subido pelo Arrebatamento e quem ficou de fora terá que pagar o preço da sua
própria vida, para crer e confessar o nome de Cristo como o Senhor, confissão esta que
lhe custará a vida por parte dos homens do Anticristo. Assim, pois, as águas do dilúvio
podem ser comparadas às águas da abominação desoladora do Anticristo quando ele se
revelar como o homem da iniqüidade.

Assim, pois, no tempo que se chama hoje, tempo da dispensação da Graça de Cristo,
tempo do ministério do Espírito Santo, não podemos prescindir de Cristo e de seu Espírito
como o nosso único guia e orientador, através da sua Palavra, para que em nosso barco,
ou em nossa Arca, o betume indicado por Deus para selar a arca por dentro e por fora
não seja trocado por qualquer material falsificado ou mesmo humano, que de nada
adiantará para selar a nossa fé.

Desta forma, quando nos colocamos contra o ensino teológico é porque ele pode até ser
ministrado com a intenção de auxiliar a nossa fé, mas o seu cheiro de terra e de algo
natural e humano não será suficiente para betumar a nossa fé por dentro e por fora. Além

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disso, seríamos obrigados a confiar no homem, algo que o Senhor recomenda-nos que
não façamos por causa da fraqueza do homem.

Um detalhe interessante sobre o ensino teológico é que o Senhor Jesus Cristo não nos
ensinou que o criássemos ou o instalássemos na terra como instrumento auxiliar da sua
Igreja. Ora, como considero o nosso Deus Perfeito e extremamente cuidadoso de nós
como seus filhos, se o ensino teológico fosse necessário o Senhor com certeza o
recomendaria.

De qualquer forma, a posição de qualquer estudo sobre a letra fria da palavra será
sempre secundária e sempre haverá a necessidade da meditação no Espírito para que
Ele dê vida a esta mesma Palavra. Entretanto, Satanás não se dá por vencido e ele
sempre encontra um meio de transformar a vontade inicial de um simples aprendizado em
algo mais importante do que a função de quem dá vida à mesma Palavra. E esta brecha é
dada pelo próprio homem, quando toma a decisão de aprender com outros homens aquilo
que o Espírito pode lhe ensinar com eficiência sobre todas as coisas; e, melhor ainda, Ele
ensina de graça e pela Graça.

E não estamos considerando nesta apreciação os casos de apostasia, quando homens


que se dizem cristãos se prestam a misturar o ensino da fé cristã pelo Evangelho Sagrado
do Senhor Jesus Cristo com filosofias humanas, as quais para nada aproveita a não ser
para massagear o ego humano da loucura da sabedoria dos homens.

Então, nestes últimos tempos em que a Igreja está na terra, cumpre-nos fazer a obra do
Senhor conforme Noé construiu a Arca, betumando-a por dentro e por fora, como uma
espécie de selo, só que este selo é hoje nos dado gratuitamente e sem esforço próprio
pelo Espírito Santo de Deus, bastando para isso que nós permitamos a Ele que faça a
sua obra, que cumpra o seu ministério em nossas vidas.

Que a Palavra do Senhor seja uma verdade em vossas vidas, e que o Espírito de Cristo
Jesus seja o Mestre e guia de vossas vidas espirituais!

Marival Novaes

10 de maio de 2005

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