Você está na página 1de 4

UNIDADE DA IGREJA: UMA RESPOSTA AO ECUMENISMO ATUAL

INT.: Não há nada mais desejável para a igreja que ela seja uma (una, na linguagem das notas distintivas, ou sinais
característicos da igreja, a saber que ela é una, santa, católica e apostólica). De fato, o próprio Senhor da igreja orou
para que ela fosse uma: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós”
(Jo 17.11b). A unidade, portanto, longe de ser um dilema, é um alvo, até mesmo obrigatório para que todos os
crentes atinjam, afinal, é a vontade clara do Senhor.

Entretanto, a unidade não deve ser negociada ou sequer relativizada. De acordo com o texto de Ef 4.3, ela deve ser
preservada (no grego, guardada, observada, retida). Imagine você recebendo uma tarefa de seu pai, que ele havia
recebido do pai dele e assim retroativamente, tarefa qual você deve mantê-la exatamente da forma que eles vinham
mantendo e confiando a seus descendentes. Para que ela chegue aos futuros sucessores com exatidão, ela precisa ser
mantida, guardada, preservada com todo esforço. É assim que o apóstolo exige que a igreja guarde a unidade do
Espírito.

É exatamente contra isso a proposta do ecumenismo. Ele quer que você negocie a verdade ou a relativize em nome
da unidade. Isso se torna uma unidade sacrificada. “Não fale tal verdade”, dizem eles, “e assim poderemos viver em
unidade”. “Vamos esquecer as diferenças, porque ‘maior é o que nos une do que o que nos separa’”. Frase linda não
é? Mas o que nos une não deveria ser a verdade? Será que há algo maior que ela?

Um trabalho de faculdade sobre o tema do ecumenismo garante que o versículo “amarás o teu próximo como a ti
mesmo” é uma prova bíblica a favor dessa prática. Cita ainda Mateus 5.9: “Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus”. Será mesmo que o significado é esse? Não seria essa paz aquela paz com
Deus, da qual o homem está destituído por causa do pecado e somente o poder do evangelho que produz
arrependimento e fé em Jesus Cristo é capaz de restaurar? (Rm 5.1). Diz que Jesus mostrou em João 10.16 que tem
ovelhas que não são deste aprisco, querendo defender o ecumenismo com tais passagens bíblicas. Para defender a
prática, ainda cita Efésios 4.4-6, onde lemos que “há somente um corpo e um Espírito, como também fostes
chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de
todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”. Segundo a defensora da tese, se Deus é Pai de
todos, logo todos devem andar ecumenicamente. Finaliza com o texto de Colossenses: “acima de tudo isto, porém,
esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (3.14). “quando descobrirmos que o amor é o que une os filhos de Deus,
nossas diferenças serão irrelevantes perante o Pai” , conclui a autora. De fato estes versículos citados realmente
defendem uma unidade que desconsidera as diferenças? A igreja tem o dever de manter a unidade sim. Não foi ela
que fez a unidade e sim Cristo na cruz. A igreja deve apenas preservar.

S. T.: Porém, para preservar a unidade, a igreja deve entender a maneira de fazê-lo. Ela precisa compreender de onde
vem essa unidade, o que acontece quando a recebemos, por que devemos mantê-la e qual o fim, o objetivo final da
unidade da igreja.

I – A UNIDADE VEM DA REVELAÇÃO (v. 6)


Basicamente há dois tipos de revelação: a natural ou geral e a revelação especial. A revelação natural é feita pela
criação (Sl 19.1; Rm 1.18-23) e pela consciência de todo ser humano (Rm 2.14-16). A revelação especial é feita pela
Palavra escrita (Sl 19.7) e pela Palavra encarnada (Jo 1.18). A revelação geral não salva, mas torna o ser humano
indesculpável (Rm 1.20). Ele viu a glória de Deus revelada na criação; por sua consciência nata (mesmo pecaminosa)
sabia que havia um Deus; mas por causa de sua injustiça, ele suprimiu essa verdade (v. 18), não deu glória a Deus (v.
21) e ainda a transferiu a glória de Deus para a criatura e ídolos (v. 23). Somente a revelação especial pode salvar.
Cristo veio para revelar Deus, mas antes de Se encarnar, Deus já Se revelava de maneira especial a um povo
escolhido por meio de Sua Palavra escrita. Todos os que cressem nessa Palavra e em suas promessas relativas ao
Messias, eram salvos por meio da fé. Eram salvos pela fé num Cristo que viria. Já os que creem na nova aliança, são
salvos pelo Cristo que veio. Dessa forma, tanto o antigo quanto o novo pacto apontam para a mesma Pessoa, o
Salvador.

Mas aqui em Sua oração, Jesus está falando da revelação especial. Ele diz assim: “Manifestei o teu nome aos
homens que me deste do mundo” (v. 6a). Observe que Jesus divide a humanidade em duas classes: “os que me deste”
e “o mundo”. Os que foram dados a Jesus pelo Pai também estavam no mundo, pois Ele diz “me deste do mundo”
(no gr. edōkas moi ek tou kósmou), ou seja “deste a mim para fora do mundo”. Você estava sim no mundo, no meio
dos condenados, mas como o Pai deu você a Jesus, então Ele o tirou para fora do mundo! Logo, o mundo, isto é, os
que o Pai não deu a Seu Filho, permanece na condenação. Jesus diz mais: “Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm
guardado a tua palavra” (v. 6b). Jesus diz que estes já eram do Pai. Eles não se tornaram de Deus depois que Jesus
manifestou Deus a eles. Ao contrário, porque eles já eram de Deus foi que Jesus manifestou o nome de Deus a eles!
Porque eram de Deus, o Pai os deu ao Filho (tu mos confiaste é uma frase grega: kamoì autoùs edōkas “e a mim, eles
me deste”)! A consequência dessa revelação é o que está na parte final do v.: “e eles têm guardado a tua palavra”
(v. 6c). O termo grego “guardado” é o mesmo que Paulo usa em Efésios 4 para dizer que a igreja deve “preservar” a
unidade do Espírito! Logo, a unidade do Espírito que a igreja deve guardar, provém da revelação da palavra feita a
nós por Cristo, a qual também guardamos!

Portanto, guarde isso: a unidade vem da revelação de Cristo a nós e não daquilo que achamos que seja necessário
para fazer unidade.

II – O QUE ACONTECE QUANDO A RECEBEMOS


Os vs. 7,8 mostram o que acontece aos crentes quando eles recebem a revelação da Palavra, da qual deriva sua
unidade. Vejamos. Primeiro Jesus diz que “agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de
ti” (v. 7). Agora, isto é, porque antes, você não reconhecia isso. Paulo diz que a mente do homem natural não aceita
as coisas do Espírito de Deus (1Co 2.14). Se agora você reconhece que Jesus veio de Deus, que Deus O enviou, essas
coisas do evangelho, é “porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam” (v. 8),
disse o Senhor. Você só foi capaz de receber estas palavras porque quem lhe transmitiu foi o próprio Senhor Jesus. A
fé veio a você somente porque Jesus a transmitiu a você. Não veio de você próprio. A fé é resultado do
conhecimento, de acordo com o v. 8, parte final, que diz: “e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram
que tu me enviaste”. O conhecimento aqui não é apenas saber. Na Bíblia, conhecimento tem o sentido de relação
íntima, muitas vezes usada para a relação marital, quando dita materialmente. De modo espiritual, é uma íntima
relação espiritual que Jesus concede que você tenha com o Pai e vice-versa, o Pai concede que você tenha com o
Filho, isto é, comunhão (1Co 1.9).

Segundo, Jesus diz que roga por estes (v. 9). Ele diz que não roga pelo mundo, ou seja, por aqueles que o Pai não
Lhe deu. Ele roga apenas por estes que Lhe foram dados pelo Pai! Você acha que o Pai diz não para Seu Filho
amado? Jamais! Se Jesus rogasse pelo mundo todo, o Pai salvaria o mundo todo. Mas a Trindade não entra em
conflito. O Filho conhece o Pai (Mt 11.27) e ora somente segundo a Sua vontade! É por isso que Ele roga
continuamente por você ainda agora lá no céu, visto que assentou-Se à destra do Pai e dali intercede por nós (Rm
8.34; Hb 7.25). Sua salvação só se mantém porque Cristo ora por você! No v. 11, mesmo antes de ir para junto do
Pai, Jesus já está rogando tanto pela nossa proteção, como pela nossa unidade. Só há unidade dentro da proteção do
nome do Pai, que o Filho revelou aos que o Pai Lhe deu!

Terceiro, Jesus diz que é glorificado em nós quando andamos em unidade (v. 10). Jesus diz aqui que tudo que é dEle
é do Pai e vice-versa. A divindade é do Pai, logo, o Filho também é Deus! Os atributos incomunicáveis do Pai,
portanto, são tanto do Pai como do Filho! O Pai é Onipotente; o Filho também o é! E assim, podemos conhecer a
Deus por meio da revelação de Seu Filho! Você sabe que muitos cristãos não creem nisso. Portanto, eles não
glorificam o Filho. Você percebe que esta verdade é que deve nos unir, caso contrário não glorificaremos a Jesus?

Quarto, Jesus diz que os que Ele guarda jamais se perdem (v. 12). Que maravilhoso resultado de termos recebido a
revelação do Pai por meio de Cristo! Quando recebemos a revelação, somos guardados por Cristo e nossa salvação
está garantida! Ele não guardou o filho da perdição, Judas, para que a Escritura se cumprisse. A obviedade dessa fala
de Jesus é tão clara quanto a luz do dia: como Ele vai guardar alguém que, em vez de ser filho de Deus, é filho da
perdição? Se há somente duas classes de pessoas, como vimos, logo, Judas era da classe do mundo, por quem Jesus
não rogava.

Em quinto lugar, Jesus diz que o mundo nos odiará (v. 14). O mundo nos odeia porque recebemos a Palavra (parte a).
Vê que temos aqui duas classes? Os que receberam a Palavra e os que odeiam os que receberam a Palavra, isto é, o
mundo! Mas isso deve nos ser motivo de alegria, afinal, o mundo também odiou nosso Senhor e com isso nos
identificamos com Ele! Ser odiado pelo mundo é uma bênção! Não percebe que é melhor do que dar as mãos? Jesus
diz que não somos do mundo, assim como Ele não é (v. 16). Não acha isso uma maravilha? Ou você prefere abraçar
uma falsa doutrina, ou mesmo se omitir dela para abraçar o falso mestre? No ecumenismo, ou você abraça uma falsa
doutrina, ou você finge que ela não é importante, enquanto abraça o falso mestre!

Em sexto lugar, Jesus diz que seremos santificados na verdade (v. 17)! E o que é a verdade? Ele diz: “A Tua Palavra
é a Verdade”! Veja onde deve se basear nossa unidade – na verdade (frase de Lutero: “a paz se possível; a verdade a
qualquer preço”). Observe que bela frase disse nosso Salvador no v. 19: “E a favor deles eu me santifico a mim
mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. Se o próprio Jesus Se santificou a Si mesmo, isto é,
Se separou para o exclusivo propósito da verdade, como Ele disse a Pilatos (18.37), que veio ao mundo para dar
testemunho da verdade e todo o que é da verdade ouvirá a Sua voz... Se Jesus Se separou para isto, o resultado é para
que nós também sejamos santificados na mesma verdade. Pilatos perguntou para Jesus: “O que é a verdade?”, mas
ele não queria realmente saber. Era apenas uma pergunta filosófica. Entretanto, Jesus já havia respondido isso nesta
mais bela de todas as orações da Bíblia – “A Tua Palavra é a Verdade”!
Esta é a verdade revelada por Cristo em Sua oração. Você está disposto a se unir com aqueles que negam este ensino
de Cristo? Você realmente considera que este ensino é inferior à tolerância a que nossa era nos obriga? Realmente
vamos deixar de lado o que Jesus ensinou para darmos as mãos aos diversos tipos de “cristianismo” de nossos dias?
Você negaria o Filho de Deus para se unir aos que O negam? Se a unidade em detrimento da verdade é tão
importante para eles, por que então eles não abrem mão da verdade deles para se unirem a nós? Por que sempre
temos que ser nós a renegarmos nossa convicção e assim os abraçarmos? Há algo errado com isso, não acha? Ele
disse que nos enviará ao mundo assim como o Pai também O enviou ao mundo (v. 16). Mas não foi para sermos
amigos ecumênicos do mundo e sim seus opositores!

III – POR QUE DEVEMOS MANTER A VERDADEIRA UNIDADE


Um dos mais maravilhosos versículos desta oração é o v. 20: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles
que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra”. É uma oração também pelos futuros discípulos. Muitos
dentre os que estão no mundo não são do mundo, mas ainda a palavra não os alcançou. Assim que a palavra chegar a
eles, eles crerão. E crerão porque já são do Pai! Mas para que essa intercessão? Para que realmente Jesus estava
rogando pelos futuros discípulos? “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também
sejam eles em nós” (v. 21a). Aqui está a unidade da igreja como propósito da intercessão de Cristo. Jesus não queria
essa unidade apenas para os discípulos de Sua época. Ele queria também para os futuros discípulos, os futuros
crentes. Ele rogou por nós, irmãos. E esta Sua sublime intercessão foi para que continuemos na mesma unidade
daquela época. Jesus nunca teve a intenção de ver Sua igreja sendo corroída por falsos ensinos de modo que todos os
cristãos aceitassem isso. Claro que Ele já sabia, inclusive profetizou que isso ocorreria. Mas Ele deixou claro que os
verdadeiros sempre serão aqueles que guardarem a Sua Palavra e não aqueles que a corromperem! Então para quê,
manter essa unidade pela qual Jesus roga ao Pai?

Primeiro, para que o mundo creia que Jesus foi enviado por Deus (v. 21b). O mundo poderá não admitir, mas de fato
conhecerá que Jesus foi enviado de Deus através da unidade verdadeira da igreja, não por meio do ecumenismo ou
qualquer união fajuta que se faça em nome da política da boa vizinhança! Uma igreja que negocia princípios e se une
aos mentirosos, mesmo que seja em questões comuns, é uma igreja que trai a intercessão de Cristo. Não pense você
que o mundo crerá em Cristo por esse meio. É uma mentira dos ecumênicos! O mundo desdenhará de Cristo com
essa atitude! Aliás, as pessoas já estão fazendo isso. Elas desdenham, zombam e rejeitam a Cristo, enquanto exigem
que os seguidores de Cristo se adequem às suas exigências mundanas e corruptas! O mundo só crerá que Cristo foi
enviado de Deus se a igreja se unir conforme a Palavra!

Segundo, Jesus nos deu Sua glória (v. 22) para que realmente sejamos um como Ele e o Pai são um! Pedro nos diz
isso em sua 2ª carta: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e
à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (2Pe 1.3).
Temos a glória de Deus em nós (2Co 3.18). Claro, ainda não somos perfeitos nela (v. 23). Agora, que venhamos nos
unir em torno dessa glória para o segundo motivo: que, além de o mundo conhecer que Deus enviou Jesus, que
conheçam também que Deus nos amou como amou a Cristo (v. 23b). Uma igreja aperfeiçoada na unidade mostrará
ao mundo que Deus amou a igreja! Aqueles que ainda estão no mundo que foram dados a Jesus por Seu Pai, Deus
também os amou. Exatamente por isso é que serão tirados “para fora” do mundo.

Terceiro motivo é para que estejamos sempre com Jesus e vejamos sempre a Sua glória e assim confirmemos que Ele
é o Amado do Pai desde antes da fundação do mundo (v. 24). Mas por que Jesus quer (Ele disse “minha vontade”)
que conheçamos Sua glória para entendermos que Ele foi amado do Pai desde a eternidade?

Eis o quarto motivo da unidade: porque quando compreendemos isto e isto não pertence ao mundo, mas somente aos
crentes (v. 25), então Jesus nos fará conhecer mais e mais o nome de Deus, aquele nome pelo qual Ele nos revelou lá
no início de nossa pregação, Ele nos fará conhecê-lo mais e mais, a fim de que sejamos amados por Deus como o
próprio Jesus foi (v. 26)! Veja que amor do Filho por nós! Compartilhar conosco, os filhos que Deus Lhe deu, do
excelso amor com que o Pai O amou desde a eternidade! Vê isso, irmão? Jesus não quer ser amado sozinho do Pai!
Ele quer que você também seja objeto desse amor – “o amor com que me amaste” – e assim, o próprio Cristo esteja
em você!

APLIC.: O ecumenismo prega a tolerância e até mesmo o deixar de lado “certas verdades” para andar em paz. Usa
versículos isolados e fora de seu real significado para convencer os cristãos fracos a darem as mãos por alguns
projetos mais elevados, segundo seus defensores. O ecumenismo, apesar de ser a proposta de união entre vários tipos
dentro do mesmo Cristianismo, como católicos, evangélicos, pentecostais, neopentecostais, reformados, luteranos,
russelitas, até mesmo espíritas, assim considerados cristãos, devemos abrir os olhos e saber que isso vai além e se
torna sincretismo, no final! A união não somente de diversas doutrinas dentro do cristianismo, mas também a união
entre religiões diferentes. Daqui a pouco, os ecumênicos abrirão mão do exclusivismo de Cristo para a salvação,
como já temos ouvido dentro do próprio meio evangélico. Pastores dantes confiáveis, agora dizem que um seguidor
de uma falsa religião pode ser salvo sem conhecer a Cristo. Aliás, isto já está sendo infeccioso na cabeça de muitos
crentes de igrejas conservadoras também, provavelmente entre as nossas. Talvez alguém exatamente aqui pense: qual
o problema dessa afirmação?

Mas não é esta a unidade bíblica. Ela está ligada e é dependente da verdade da revelação de Cristo, isto é, a verdade
da Palavra de Deus tal qual dita por Cristo e Seus apóstolos. Fora da verdade não há unidade. O mundo se une em
torno de seus ideais. Mas a igreja de Cristo só se une em torno da verdade. Para o mundo, a verdade é relativa. Para a
igreja, a verdade é a Palavra e esta é absoluta! Paulo disse que a igreja é coluna e baluarte da verdade. Veja: não é a
igreja a autora da verdade. Seu autor é Deus. O próprio Cristo disse que Ele é a Verdade. Mas a verdade foi dada à
igreja para que ela guarde e proteja (1Tm 3.15). Da mesma forma a unidade. Paulo diz que devemos guardar a
unidade do Espírito (Ef 4.3). Assim como a igreja não é inventora da verdade, ela também não pode fazer a unidade.
Paulo disse que quem fez a unidade foi Jesus Cristo, na cruz do Calvário (Ef 2.14-16). A igreja só deve preservá-la!
A unidade depende da verdade. Nem uma nem outra nós criamos, mas uma e outra nós e somente nós preservamos!

APELO: Não entre na conversa mole de Satanás para se unir defasando a palavra da fé. Jesus nos ensinou que o
próprio reino de Satanás não é dividido, senão já teria se desfeito. O diabo sabe que a falsa união é tão destrutiva
quanto a desunião. Muitos crentes é que não sabem disso. Mas hoje você sabe. A unidade é somente originada de
Jesus e é sustentada apenas na verdade. Lembra-se do exemplo que dei de seus antepassados pedindo para você
guardar uma tarefa ou que seja um costume de sua família e repassar aos seus descendentes de modo fiel? Assim
disse Paulo a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2Tm 2.2). O evangelho e a doutrina deveriam chegar aos
futuros crentes por quem Jesus orou de forma pura e verdadeira. Graças a Deus foi assim que chegou ainda até nós.
Você não vai permitir a verdade se diluir em nome de uma suposta unidade que não representa Jesus e Seu Pai, não
é? Eles usam Jesus como exemplo maior de amor, mas se esquecem que Ele jamais concordou com a falsa religião
de Sua época! Ele escancarou a hipocrisia dos escribas, fariseus, saduceus e vários outros. Jesus não deu as mãos ao
sistema, não achou um ponto em comum para andar com eles, pois se o tivesse feito, certamente não teria sido
crucificado! Jesus desmascarou a falsidade de Sua época e nos chama a fazer o mesmo em nossa época! Paulo diz
que se alguém prega outro evangelho, diferente do que ele pregou, que seja anátema (Gl 1.8). Você prefere ser um
anátema ou ser rejeitado por causa da verdade? Sabe por que as pessoas não criam em Jesus? Porque Ele pregava a
verdade a elas (Jo 8.45). A unidade da igreja está em torno da verdade e não de uma suposta paz que tolera a heresia!

Você também pode gostar