Você está na página 1de 5

SERMÃO

A ENCARNAÇÃO DE CRISTO
TEXTO BASE: 1 João 1:1-4
1. O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos
próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao
Verbo da vida
2. (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la
anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada),
3. o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós,
igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e
com seu Filho, Jesus Cristo.
4. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
1 João 1:1-4
INTRODUÇÃO
Estamos falando todo esse mês sobre a encarnação de Cristo. Lembrando que
encarnação não é o mesmo que reencarnação.
Reencarnação é uma doutrina espírita que afirma o espírito pode voltar à terra várias vezes
em corpos diferentes.
Jesus não reencarnou, Ele encarnou e ressuscitou no mesmo corpo.
João escreveu essa carta ainda no primeiro século, por volta dos anos 80 a 90. Ele
enviou essa carta às igrejas que se localizava na província da Ásia, onde hoje é a Turquia.
Nessa época ensinos perigosos estavam sendo disseminados na igreja. Mas que ensinos
eram esses?
Esses ensinos eram provenientes de um movimento chamado gnosticismo. A
doutrina central desse movimento era a afirmação que o espírito é bom e a matéria, o
corpo, era totalmente má.
Pra os gnósticos, se a matéria era má, o corpo humano também era mau, então
Deus não poderia ter encarnado. Eles diziam que havia dois deuses: um deus bom e um
deus mau. O deus bom havia criado tudo que era espiritual. E o deus mau havia criado
tudo que era matéria, físico.
A partir disso eles ensinavam dois erros:
1º Jesus não teve um corpo, mas apenas aparentava ter um corpo. Uma heresia
chamada docetismo ensinava isso. Hoje, algumas igrejas modernas fazem isso quando
dizem “esse corpo não presta pra nada”.
2º. Como o corpo é mal, não há problemas em pecar, porque isso apenas vai destruir
o corpo e não o espírito que é bom.
Sendo assim, João escreve com dois objetivos:
1º Falar dos erros que estavam sendo pregados.
2º Confirmar a verdadeira doutrina cristã.
Pensando nisso, João, nesses quatro primeiros versículos, fala a respeito da
realidade da encarnação de Cristo. E nisso, podemos aprender algumas das implicações
deste ensino.
São elas:

1. O ensino sobre a encarnação impede que os olhos se voltem para ensinos errados.
“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos
próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao
Verbo da vida”.(V.1)
O apóstolo declara que Cristo já existia antes da criação (O que era desde o
princípio.) Jesus não foi criado por Deus, pelo contrário, ele já existia e se manifestou
em carne e osso às suas criaturas. João faz questão de deixar claro isso.
Os apóstolos não somente ouviram os ensinos de Jesus, eles o viram e o tocaram.
Com isso o apóstolo quer combater a idéia de que Jesus apenas se parecia com homem.
Negar a encarnação é negar o evangelho.
João se refere a Cristo como o verbo da vida. A palavra “verbo” é a tradução da
expressão logos. A filosofia grega da época acreditava no conceito do logos. Logos era
um princípio racional (que pensava) e impessoal (que não era uma pessoa).
Esse logos governava o universo e o destino dos homens. João pega usa esse
conceito pra dizer que o logos é sim uma pessoa. Ele é Jesus e ele governa todas as coisas
e o destino do homem.
Esse primeiro versículo nos ensina valores e princípios de extrema importância.
João está fazendo com que os olhos e os corações dos seus leitores se voltem para as
Escrituras.
A igreja não pode negociar essa verdade basilar, principal: que Cristo é alguém de carne
e osso.

2. A doutrina da encarnação ensina o sentido verdadeiro de comunhão (vv. 2-4).


“E a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la
anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos
visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais
comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa”.
O que João está dizendo é que Cristo não ficou isolado na Sua Glória. Embora ele não
precisasse encarnar, mas o amor da trindade explodiu na criação, E segunda pessoa da
Trindade Santa encarnou.
(e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la
anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada),
1 João 1:2
Cristo não foi Criado, nem passou a existir, como dizem as testemunhas de Jeová,
Cristo é coeterno, consubstancial com o Pai, Deus de Deus; O Deus Eterno.
João e os apóstolos fazem questão de transmitir aquilo que haviam ouvido de
Cristo. Eles não haviam inventado nada. Seu ensino não era deles, mas sim de Cristo. A
seguir, João deixa claro seu grande objetivo destas palavras: “Para que vós, igualmente,
mantenhais comunhão conosco”.
Se as pessoas aceitassem o ensino dos apóstolos, de fato estariam em comunhão
com eles. Finalmente, João deixa claro que ele e os apóstolos se alegravam com a
conversão daquelas pessoas, no entanto, a alegria só seria completa se eles mantivessem
firmes naquilo que aprenderam.
Certamente, isso nos ensina um princípio de grande importância para o
cristianismo a respeito do que a Bíblia fala de comunhão. Somente existe comunhão se
houver concordância com a doutrina e submissão a ela. Não basta apenas o ensino, é
necessária a aceitação. Não basta apenas a aceitação verbal, é necessária a submissão à
Bíblia.
A fé cristã não é só emocional, choro, arrepio, experiência pessoais, etc.; a Fé
cristão tem um conjunto de doutrinas, de ensinos a serem cridos e confessados, e a
doutrina da encarnação é uma delas.
É uma pena que há líderes e pessoas que acreditam que unidade é aquela onde há
muitas atividades em conjunto. A unidade bíblica é aquela onde todos os membros se
dedicam à oração, ao cuidado mútuo e, fundamentalmente, onde todos são perseverantes
na doutrina do Evangelho (Atos 2.42).
É uma pena que hoje existam muitos líderes que ao invés de pregarem o
evangelho, estão mais preocupados em agradar os ouvidos sem a confrontação com o
pecado e a necessidade de arrependimento.
Spurgeon certa vez escreveu: “Chegará um dia em que no lugar dos pastores
alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes”.
Então a doutrina da encarnação não pode deixar de ser pregada e ensinada, porque
faz parte do credo cristão. Nós cremos nisso.
Como prova da encarnação de Cristo temos vários relatos textuais de Jesus
sentindo necessidades humanas como nós.
Jesus sentiu sono (Lc 8:23)
Jesus sentiu fome (Mt 4:2; 21:18)
Jesus precisava de proteção física (Mt 2: 13-15; Jo 10:39)
Jesus suou (Lc 22:43,44)
Jesus sangrou (Jo 19:34)
Jesus expressou suas emoções
Alegria (Jo 15:11)
Tristeza (Mt 26:37)
Raiva (Mc 3:5)
Então a humanidade de Jesus foi perfeita.
Mas o objetivo da Encarnação não era provar comida ou sentir tristeza. O Filho
de Deus veio em carne para ser o Salvador da humanidade.
Primeiro, era necessário nascer "sob a Lei" (Gálatas 4:4).
Quando Deus entregou a Lei ao povo, ninguém pôde cumprir perfeitamente, e
somente o próprio logos, a segunda pessoa da trindade encarnando poderia cumprir essa
missão. (Veja Sl 14:2,3)
Por isso Cristo não poderia simplesmente encarnar já adulto e fazer essa expiação.
Ele teve que passar pelas mesmas coisas que nós. Teve que ser conhecido como um
homem entre a humanidade.
Todos nós falhamos em cumprir a Lei de Deus. Cristo veio em carne, sob a Lei,
para cumprir a Lei em nosso favor (Mateus 5:17; Gálatas 4:5).
Por isso Jesus é chamado de o segundo Adão. (Rm 5:19). Jesus é o homem
perfeito, com a perfeita humanidade.

Segundo, era necessário que o Salvador derramasse Seu sangue pelo perdão
dos pecados (Hebreus 9:22).
Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e,
sem derramamento de sangue, não há remissão.
Um sacrifício de sangue, é claro, requer um corpo de carne e sangue. E este era o
plano de Deus para a Encarnação: "Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta
não quiseste, mas corpo me preparaste" (Hebreus 10:5). Sem a Encarnação, Cristo não
poderia realmente morrer, e a cruz não tem sentido.
Deus fez um trabalho incrível ao enviar Seu único Filho ao mundo e nos
proporcionar uma salvação que não merecemos. Louvamos ao Senhor por aquele
momento em que "o Verbo se fez carne". Agora somos redimidos "com o precioso sangue
de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" (1 Pedro 1:19).
Jesus era tanto humano quanto divino.
A comunhão que João fala nos versos 2-4 só é possível com aqueles que crê em
tudo isso. Nessas verdades. Não dá para ter comunhão com pessoas que negam ou
distorcem essas doutrinas.
3. a doutrina da encarnação de Cristo deve nos trazer alegria
Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
1 João 1:4
Como o anjo anunciou o nascimento de Jesus?
Veja Lc 2: 8-14
Resumindo:
1. a encarnação é uma doutrina bíblica e deve estudada e preservada.
2. O ensino sobre a encarnação impede que os olhos se voltem para ensinos errados.
3. A doutrina da encarnação ensina o sentido verdadeiro de comunhão (vv. 2-4).
4. a doutrina da encarnação de Cristo deve nos trazer alegria
O objetivo da encarnação era para que Cristo fosse nosso Salvador, cumprisse a
Lei em nosso lugar, morresse em nosso lugar, ressuscitasse para nos garantir a
ressurreição e fosse o modelo de ser humano perfeito para que nos tornemos semelhantes
a Ele.
Para que isso acontecesse era necessário:
Primeiro, era necessário nascer "sob a Lei" (Gálatas 4:4).
Segundo, que o Salvador derramasse Seu sangue pelo perdão dos pecados
(Hebreus 9:22).
NOS ALEGREMOS POR TÃO GRANDE SALVAÇÃO E POR UM PLANO
TÃO PERFEITO E MARAVILHOSO.
FELIZ NATAL!

Você também pode gostar