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AULA 01

FORMAÇÃO E LIDERANÇA
ESPIRITUAL

Professor Dr. Carlos Abejer


• Espera-se que ao concluir a disciplina o aluno
consiga implementar um plano de formação
espiritual a partir da perspectiva bíblica wesleyana,
COMPETÊNCIA focando seus conceitos e fundamentos, bem como
MINISTERIAL DO os tipos de disciplinas espirituais e uma estratégia
ALUNO
para seu desenvolvimento pessoal e coletivo.
• A aplicação deste plano à sua vida com humildade,
irá fortalecer a liderança espiritual e a santidade na
igreja local.
• No mundo de hoje, temos uma grande necessidade
de líderes espirituais que sirvam ao Senhor e à igreja
F U N D A M E N TA Ç Ã O D A com vigor espiritual.
DISCIPLINA • Eles devem ser homens e mulheres com
espiritualidade transbordante, mesmo em tempos
de crise e dificuldades, a fim de ministrar aos outros.
• O líder espiritual tem uma das tarefas mais
F U N D A M E N TA Ç Ã O D A importantes: “aperfeiçoar o crente até que se torne
DISCIPLINA homem perfeito, à medida da estatura da
plenitude de Cristo” (Ef 4. 12-13).
• Esta não é uma tarefa fácil; daí a urgência de manter
o reservatório pessoal cheio ao longo da jornada.
F U N D A M E N TA Ç Ã O D A
DISCIPLINA • Um líder saudável e uma igreja saudável são aqueles
que desenvolvem constantemente sua
espiritualidade.
BASES DA FORMAÇÃO E LIDERANÇA ESPIRITUAL

FORMAÇÃO ESPIRITUAL EM PERSPECTIVA WESLEYANA


CONTEÚDO
P R O G R A M ÁT I C O
DISCIPLINAS ESPIRITUAIS

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL


I – BASES DA FORMAÇÃO E LIDERANÇA ESPIRITUAL

1. Conceituação básica da formação e liderança espiritual


2. Bases bíblicas e teológicas da formação espiritual
3. Bases históricas da formação espiritual
CONCEITUAÇÃO BÁSICA

• Para uma boa compreensão da formação e liderança espiritual e para que a sua
importância na vida do cristão seja levada em conta em toda a sua plenitude, é
necessário definir corretamente os seus conceitos básicos e reconhecer seus
princípios bíblicos e teológicos dentro da tradição da igreja.
• As coisas significativas na vida têm um lugar e um tempo!
• Fogem da abstração, tornam-se concretas e, à medida que acontecem, revestem-se
de uma roupagem que pode até tornar-se uma marca (Steuernagel).
• Ato, efeito ou modo de formar, constituir (algo); criar
= MODELAR
• Tratando-se de duas ou mais pessoas ou coisas,
compor o todo do qual são partes = INTEGRAÇÃO
FORMAÇÃO • A formação também se refere ao modo como uma
pessoa foi criada na sua infância e adolescência =
EDUCAÇÃO
• Concernente ao espírito; próprio do espírito ou a
ele pertencente.
• Semelhante ao espírito; desprovido de
corporeidade; imaterial.
• = METAFÍSICO

ESPIRITUAL • Espírito é uma dimensão da vida humana que,


desenvolvida a partir do mundo interior pessoal,
ajuda a captar profundamente a si mesmo, a
realidade concreta e ao divino (Castro).
• Um líder eficiente é “aquele que desenvolve as
habilidades e as qualidades morais que o
capacitam a inspirar e influenciar um grupo de
pessoas” (Hunter).
• A liderança é considerada um fenômeno social, e
um dos fatores que contribuem para à constatação
LIDERANÇA de tal afirmativa, se dá pelo fato de compreender a
liderança como um algo necessário em todos os
tipos de organização humana (Lopes).
• “Relegere” = reler, revisitar, retomar o que estava
largado.
• “Religare” = religar, atar, apertar, ligar bem.
• Caberia à religião atar os laços que unem a
humanidade à esfera divina.
• Termo empregado com o sentido de prender os
cabelos ou enfeixar a lenha.
RELIGIÃO • Implica consciência de um ser superior (divindade)
com a qual o fiel desenvolve um relacionamento
de obrigação e dependência = MECANISMO DA
RELIGIÃO (Maduro).
• ≠ RELIGIOSIDADE
• No âmbito das Ciências da Religião, espiritualidade
é entendida como “um processo de produção
simbólica” mediante o qual uma pessoa ou um
grupo “se compromete numa relação existencial”
com uma realidade transcendental, de forma que a
sua vivência passe a ser inspirada por essa
realidade (Drogers).

ESPIRITUALIDADE • É uma dimensão SUPRA RELIGIOSA.


• Independentemente da experiência religiosa de
alguém e, até mesmo da inexistência da
experiência religiosa, a espiritualidade é um
elemento constitutivo da natureza humana.
• Eclesiastes 3.11 = Desejo de sentido (eternidade)
• Tem a ver com a busca de sentido que
naturalmente leva à realização humana (Castro).
• A espiritualidade, seja qual for, tem relação com a
“busca de sentido” (Maduro).
ESPIRITUALIDADE • “Não somos seres humanos vivendo uma
experiência espiritual, somos seres espirituais
vivendo uma experiência humana” (Pascal).
• “Dentro de uma série de aspectos que marcam a
vivência humana está a incessante busca de
superação de limites, do ir além das contingências
e das ambiguidades históricas, da procura por
absolutos que possam redirecionar a relatividade e
a precariedade da vida” (Ribeiro).
ESPIRITUALIDADE
• As experiência espirituais, historicamente,
pretenderam e pretendem possibilitar respostas
para essa busca.
• Na diversidade de tais experiências, confluem
elementos os mais diversos, desde os
preponderantemente numinosos, ‘santos’,
espontâneos e indicadores de uma transcendência
até aqueles marcadamente ideológicos, facilmente
ESPIRITUALIDADE identificados como reprodução de filosofias ou
culturas e artificialmente criados (Ribeiro).
• A liderança cristã é a vocação que combina as
qualidades humanas e divinas na harmonia de um
ministério de Deus e seu povo para abençoar
outros (Chandapilla).
LIDERANÇA CRISTÃ • A liderança espiritual requer “poder” espiritual
(Sanders).
• A mentoria espiritual é uma caminhada
“interativa” feita com companheiros que atuam
como capacitadores, desafiadores ou até mesmo
mentores à distância (Houston).
• Eclesiastes 4.10 = “Porque se um cair, o outro
MENTORIA levanta o seu companheiro, mas ai do que estiver

ESPIRITUAL só; pois, caindo não haverá outro que o levante”


• “A maior realização de um ser humano é a de
deixar Deus ajudá-lo através de outras pessoas”
(Kierkegaard).
• É um processo de transformação!
• Eugene Peterson vai defini-la nos seguintes
termos: “É a atenção que nós prestamos à nossa
alma, ao interior invisível de nossas vidas que
constitui o cerne de nossa identidade; alma criada
a imagem de Deus em que consiste a nossa

FORMAÇÃO singularidade...
• ... É o interesse que temos pela invisibilidade que
ESPIRITUAL
é inerente a cada visibilidade, pelo interior que dá
(espiritualidade cristã)
conteúdo a todo o exterior.
• [...] a espiritualidade cristã (a atenção que nós
damos a nossa alma), acaba sendo, na prática, a
atenção que damos a Deus revelado em Jesus”
• Vida espiritual cristã é aquela que nos leva a tirar
do coração o que há de mais precioso e oferecê-lo
ao Senhor [...] a buscar nos compartimentos mais
secretos da alma os sentimentos mais nobres e
dedicá-los ao serviço da adoração (Sousa).
• A partir do momento em que o ser humano for

FORMAÇÃO capaz de adorar a Deus por nada, simplesmente


pelo fato dele ser Deus, ele encontra o centro de
ESPIRITUAL
sua espiritualidade.
(espiritualidade cristã)
• Para Willard Dallas, espiritualidade cristã “é
simplesmente a qualidade holística de vida
humana como deve ser, no centro da qual está
nosso relacionamento com Deus”
• É o anseio ardente de, mediante a graça de Deus,
viver sob o domínio do Espírito Santo (Brandt).
• {...} Contudo, viver sob esse domínio, não significa
retirar-se do mundo para viver unicamente uma
relação verticalizada...
FORMAÇÃO • Existir perante Deus e perante o mundo não são
ESPIRITUAL opções que se excluem mutuamente, como se
(espiritualidade cristã) fossem duas realidades separadas, mas uma
relação que se vive necessariamente de forma
simultânea (Bettenhausen).
• Pelo espírito, buscamos aprender a totalidade da
vida e a nós mesmos como parte deste todo, com
o objetivo de integrar-nos e harmonizar-nos com
toda à criação e com as realidades que estão para
FORMAÇÃO além de nós ≠ INDIVIDUALISMO
ESPIRITUAL • A espiritualidade cristã é um caminho que motiva a
(espiritualidade cristã) “sair de si mesmo” e a “servir”, e fundamentar-se
em Jesus Cristo, e nos valores que ele anunciou!
• A espiritualidade cristã não é uma realidade
abstrata, mas se dá nas tramas da história, por
meio da liberdade e responsabilidade (Houston).
• Nouwen vai dizer que “a vida espiritual não é uma

FORMAÇÃO vida antes, depois, ou além de nossa experiencia


cotidiana...
ESPIRITUAL
• ... A vida espiritual só pode ser real quando vivida
(espiritualidade cristã)
em meio aos sofrimentos e alegrias do aqui e
agora”.
• Enquanto tivermos apenas um vago sentimento
interior de descontentamento com o nosso modo
de vida atual, e somente um desejo indefinido
pelas ‘coisas espirituais’, nossas vidas continuarão
a se estagnar (Nouwen).
FORMAÇÃO • Por outro lado, uma espiritualidade com base na

ESPIRITUAL Bíblia, uma vez recebida sob os influxos divinos de


(espiritualidade cristã) uma decisão existencial que valoriza o amor, a
justiça e a alteridade, em geral produz diversos
frutos (Ribeiro).
• A espiritualidade é cristã quando o estilo de vida
segue o que é proposto por Jesus.
• A espiritualidade cristã tem Jesus Cristo como
primeira referência, cuja missão não se reduziu ao
anúncio de um conjunto de doutrinas formais.
FORMAÇÃO • Consistiu na proposta de um projeto de vida que,
ESPIRITUAL no decorrer da história, foi assumido por homens
(espiritualidade cristã) e mulheres que se abriram à sua mensagem e
fizeram dos valores, que ele anunciou e viveu, um
modo de ser (Castro).
• A espiritualidade cristã, entendida como estilo de
vida, leva em consideração a condição humana.
• A condição humana está dentro de um contexto
maior, que é a pessoa em sua realidade integral.
• = CORPO, ALMA E ESPÍRITO
• O ser humano é ALMA VIVENTE que participa do
FORMAÇÃO
principio da vida que vem de Deus, o Criador; cujo
ESPIRITUAL CORPO vive no seu ambiente (contexto) e o
(espiritualidade cristã)
experimenta; e cujo ESPÍRITO lhe permite
relacionar-se mais diretamente com Deus.
• A espiritualidade cristã não nos desumaniza.
• A espiritualidade cristã passa pelo viés:
1. Da vida interior = um relacionamento vivo e
revelador com o Senhor (Rm 5.1).
2. Da comunidade de fé = um relacionamento
saudável com a congregação local (1 Jo 4.20).
FORMAÇÃO 3. Da missão no mundo = Deus quer que seja
ESPIRITUAL estabelecido seu reino na terra (Mt 28.19-20).
(espiritualidade cristã) • “A formação espiritual cristã é o processo através
do qual somos formados pelo Espírito Santo à
imagem de Cristo” (Longo).
BASES BÍBLICAS DA FORMAÇÃO
ESPIRITUAL

• Como sabemos, Jesus modelou todas as disciplinas do crescimento espiritual em sua


vida e ministério, tornando-se assim o melhor exemplo a seguir sobre a prática de
tais disciplinas.
• A espiritualidade é bíblica quando considera o
conjunto de experiências, explicitamente
religiosas ou não, pessoais ou coletivas, que
expressam o núcleo central da fé, marcado
especialmente pelo despojamento abraâmico,
pela solidariedade, profética e pelo senso de
A BÍBLIA doação completa visto em Jesus e em seus
(fonte básica da
seguidores (Ribeiro).
espiritualidade cristã)
• A Bíblia, quando lida como “espelho da fé”, e não
como manual dogmático, interpela
fundamentalmente a vida humana.
• Se a Bíblia é vista como elemento espiritual, cuja
dimensão simbólica está profundamente
arraigada na experiência humana, e não como
manual histórico de mero conhecimento, cada
pessoa e cada grupo, ao adentrarem em sua
leitura (ou escuta), se colocam também lá dentro
A BÍBLIA (Ribeiro).
(fonte básica da • Esse é um caminho (método), simples e
espiritualidade cristã)
profundamente desafiador, de leitura bíblica que
ajuda na revitalização da experiência cristã, tanto
pessoal como coletiva.
• É possível identificar uma estrutura dialógica, ou
seja, relacional, bem expresso, entre a aliança de
Deus e seu povo.
• Uma ALIANÇA essencialmente RELACIONAL
• Da parte de Deus: “Quanto a mim” (Gn 17. 4-8) =
A ESPIRITUALIDADE A promessa
NA TORÁ • Da parte de Abraão: “Quanto a ti” (Gn 17. 9-14) =
O compromisso
• Se destaca a linguagem deuteronomista =
CIRCUNCISÃO DO CORAÇÃO.
• É uma espiritualidade baseada em bençãos e
maldições.
ESPIRITUALIDADE
• Espiritualidade sem meio termo!
DEUTERONOMISTA
• Presença capital na história, na literatura e na
teologia bíblica, a profecia exalta ulteriormente a
fidelidade à revelação intra-histórica de Deus
• = expõe a história de dentro.

ESPIRITUALIDADE • Para Ribeiro, a espiritualidade profética une

PROFÉTICA intimamente céu e terra, Deus e homem, fé e vida,


mística e justiça social.
• Forte ênfase nas secretas epifanias divinas no
cotidiano e na natureza.
• = reflexão sobre o cosmos como sinal divino,
sobre a criação e a sabedoria.
• O tema central dessa espiritualidade está na
universalidade da existência humana, com seus
esplendores e tragédias, com sua fidelidade e seu
ESPIRITUALIDADE pecado (Sciadini).

SAPIENCIAL • É um convite para a valorização da realidade


humana.
• = compromissos éticos, nobres compromissos
sociais, compromissos sociais simples e
compromissos estritamente espirituais.
• É Deus que busca o homem, propondo-lhe uma
aliança a fim de abençoá-lo e influenciá-lo em
todos os âmbitos de sua vida.
• O Deus expresso nos salmos é um Deus que se
ESPIRITUALIDADE relaciona pessoalmente.
NO SALTÉRIO • Salmo 23
• A vida espiritual de Jesus foi determinada pela sua
vocação e não pelas necessidades pessoais
(Ridenour).
• A espiritualidade de Jesus é a base sobre a qual se
construiu o edifício histórico do cristianismo

A ESPIRITUALIDADE (Boff).
• A espiritualidade nutrida por Jesus tem uma
DE JESUS
finalidade prática e vivencial = produzir uma
espiritualidade transformadora, dinâmica,
libertadora e inconformada (White).
• Uma espiritualidade comprometida, como tal, só
pode ser sustentada através de uma continua
intimidade com o Pai, dentro de um estilo
devocional autêntico, que inspire uma verdadeira
paixão por Deus envolvendo uma prática
inesgotável de amor (Harper).
A ESPIRITUALIDADE • Jesus mostrou o rosto de Deus de uma forma
DE JESUS profundamente humana, aproximando-o das
pessoas.
• Anunciou que Deus é Pai, que ama, que acolhe e
que perdoa (Monteiro).
• Mostrou que o sentido profundo da vida estava
em anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus.
• Lucas 4.43 = Para isso foi enviado
• A “Boa Notícia” que Jesus anunciou está na base

A ESPIRITUALIDADE da construção do “Reino de Deus”...


• ... Ele não se referia a um conjunto de
DE JESUS
informações, mas de atos concretos em benefício
das pessoas (Castro).
• A espiritualidade de Jesus consistia num modo de
ser voltado pra vida e libertação das pessoas
inseridas nas realidades concretas da sociedade.
• Ele mesmo definiu o programa de sua atividade
ministerial quando afirmou: “O Espírito do Senhor
está sobre mi, porque ele me ungiu para anunciar
A ESPIRITUALIDADE a Boa Notícia aos pobres, enviou-me a curar os
DE JESUS contritos de coração, a proclamar liberdade aos
cativos, e restaurar a vista dos cegos, a pôr em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável
do Senhor” (Lc 4. 18-19).
• Expressa verdades espirituais profundas.
• Sua vida toda, refletia atos que indicavam a sua
identidade e manifestavam o poder de Deus.
• A vida de Jesus partia de um único movente: o
amor.
• Defendia que a vida ganha sentido quando há
A ESPIRITUALIDADE
amor (Castro).
DE JESUS • Por isso, deixou um mandamento insubstituível
aos seus discípulos: “Amem-se uns aos outros,
assim como eu amei vocês” (Jo 15.12-13).
• Sem a compreensão desse mandamento central, e
sem entrar nesta lógica, é impossível compreender
por que Jesus insistiu no amor aos inimigos, por
que falou em perdoar sempre, por que afirmou
A ESPIRITUALIDADE que é necessário dar sem esperar retribuição, por
DE JESUS que pediu para que não julguemos as pessoas
(Borges).
• Ao responder a pergunta sobre qual era o mais
importante mandamento, Jesus não estava
inovando, mas o que ele fez foi REVELAR o
fundamento de sua espiritualidade: o amor ao
Pai.
• Esse amor expressa obediência; a obediência
A ESPIRITUALIDADE manifesta uma busca intensa; essa busca expõe o
DE JESUS mais profundo sentimento de Jesus; e esse
sentimento revela seu contínuo interesse em viver
plenamente sua espiritualidade (Carriker).
• Para Kempis, a doutrina de Cristo (o amor) é mais
excelente que a de todos os santos, e quem tiver
seu espírito encontrará nela um maná escondido.
• Por isso, ao analisarmos a espiritualidade de Jesus,
A ESPIRITUALIDADE descobrimos como, em decorrência do seu amor

DE JESUS ao Pai, ele amou a criação, e por excelência, a


própria criatura humana.
• O chamado que recebemos de Deus em Cristo
Jesus é o chamado para uma relação de amor e
amizade, a mesma que o Pai tem para com o Filho,
onde se estabelece uma nova base para a
experiência espiritual que não nos decepciona
A ESPIRITUALIDADE nunca (Barbosa).
DE JESUS • = Jesus encontrou sua mais completa
REALIZAÇÃO PESSOAL na sua RELAÇÃO com o Pai.
• A tentação no deserto foi uma experiência
decisiva na vida espiritual de Jesus.
• Sua rejeição aos caminhos propostos pelo
adversário que, segundo Nouwen, apontam para
o imediatismo, o mágico, o popular e o
espetacular apresenta uma clara demonstração de
A ESPIRITUALIDADE como deve-se reagir espiritualmente diante das
DE JESUS tentações!
• Jesus rejeita as alternativas que derivam do poder,
para abraçar um projeto que nasce da graça e se
encarna no amor de Deus para com os homens.
• Na tentação, não era o poder de Cristo que estava
sendo questionado, mas sua filiação, sua relação
com o Pai, a voz que do céu havia dito que aquele
era o Filho amado.
• O adversário não está tão preocupado com a
“missão” quanto com a “relação” (Barbosa).
A ESPIRITUALIDADE • Seu esforço era para quebrar o vinculo, a amizade,
DE JESUS a submissão, a comunhão.
• O lugar da tentação no deserto é lançar dúvidas
sobe o lugar do Pai na vida do Filho (Barbosa).
(1) Tradição contemplativa = vida de devoção e
oração.
• Jesus estava muito ocupado em seu ministério,
mas ele não recusou (nem diminuiu) o tempo de
sua comunhão com o Pai (Mr 1.35; 6.46-47; Lc
JESUS E AS 6.12-13) (Longo).
TRADIÇÕES (2) Tradição santificadora = a vitória sobre o pecado.

ESPIRITUAIS • O coração da tradição santificadora é aprender


como obter a vitória sobre o pecado.
• (Hb 4.15)
• Tentação ≠ Provação
(3) Tradição carismática = comunhão e ministério do
Espírito Santo.
• Jesus manteve sua comunhão com o Espírito intacta
através de disciplinas que lhe permitiram ser
JESUS E AS suficientemente sensível à sua orientação e direção,
TRADIÇÕES bem como fornecer-lhe força para executar a tarefa
ESPIRITUAIS que lhe foi confiada sem sucumbir às tentações
(Longo).
(4) Tradição da justiça social = compaixão pelos
necessitados.
• Para Jesus, o advento do reino de Deus teve um
significado mais amplo do que apenas o espiritual.
• Para Cristo, o reino de Deus era igual à justiça e
liberdade de todo o ser humano (Longo).
JESUS E AS
(5) Tradição evangelística = pregando e ensinando as
TRADIÇÕES
boas novas.
ESPIRITUAIS
• O objetivo de Jesus era anunciar a vinda do reino
de Deus e mostrar que tudo o que fora escrito no
AT sobre o Messias foi cumprido Nele (Lc 4.17-21).
• O casamento entre a espiritualidade bíblica e a teologia foi historicamente
A DIMENSÃO TEOLÓGICA DA
ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

marcado mais por dissabores e conflitos do que por uma aproximação harmoniosa
(Ribeiro).
• A primeira (espiritualidade), sempre mais livre e espontânea, tendo a defesa da vida
como preocupação última, desinteressada e doadora de sentido à fé, nem sempre
tem sido como a segunda (teologia), repleta de critérios racionais, por vezes
orientada mais pelos interesses institucionais do que pela manifestação viva do
amor e da vontade de Deus, professional, nem sempre articulada com os desafios
que a vida traz.
• A espiritualidade cristã tem algumas
características que marcam sua natureza.
• A doutrina da criação = A espiritualidade cristã
não despreza o mundo material, criado e
sustentado por Deus.
BASES TEOLÓGICAS • A doutrina da revelação = A espiritualidade cristã
DA não se baseia em especulações humanas. Nas
ESPIRITUALIDADE Escrituras encontram-se orientações que homens
e mulheres precisam para desfrutar de um
relacionamento pleno com Deus.
• A doutrina da trindade = A espiritualidade cristã
está enraizada nessa doutrina.
• O cristão vive na aceitação da filiação;
BASES TEOLÓGICAS reconhecendo a Deus como Pai; a Cristo como

DA Salvador; e ao Espírito Santo como Sustentador da

ESPIRITUALIDADE vida (Houston).


• A doutrina da graça = A vivência saudável da
espiritualidade cristã só é possível, quando se
entende que a vida de fé, do início ao fim,
depende da graça de Deus.

BASES TEOLÓGICAS • A doutrina da comunhão dos santos = A

DA espiritualidade cristã deve ser vivida no contexto


da comunidade de fé. Nesse ambiente
ESPIRITUALIDADE
encontramos ferramentas que potencializam
nosso crescimento espiritual.
• Ao considerarmos algumas questões relacionadas
ao tema sabedoria e discernimento, pressupomos
que ambos necessitam simultaneamente da
vivência da espiritualidade e da reflexão teológica,

TEOLOGIA DA bem articuladas entre si, sempre tendo em mente

ESPIRITUALIDADE os desafios atuais (Ribeiro).


• A teologia da espiritualidade é, entre outras
coisas, o exercício dessa vigilância!
• “A nossa teologia tem a tarefa de responder
àquelas perguntas sobre como crescemos
espiritualmente” (Willard).
• Precisamos de uma teologia que nos desperte

TEOLOGIA DA para um relacionamento pessoal, intimo e

ESPIRITUALIDADE verdadeiro com Deus.


• = TEOLOGIA MAIS ESPIRITUAL E UMA
ESPIRITUALIDADE MAIS TEOLÓGICA
• Uma TEOLOGIA MAIS ESPIRITUAL ocupa-se:
1. Com a conversão das emoções
2. Em resgatar a figura do sábio
3. Em valorizar os aspectos mais simples da vida
4. Em produzir uma linguagem compreensível
• Uma ESPIRITUALIDADE MAIS TEOLÓGICA é:

TEOLOGIA DA 1. Trinitária

ESPIRITUALIDADE 2. Cristocêntrica
3. Comunitária
4. Bíblica
5. Missional
• No decorrer da história da igreja cristã, é possível
identificar que, em diversos momentos, houve
distorções, equívocos e limitações na
compreensão da espiritualidade (Machado).
• A prática de uma espiritualidade “integral”
continua sendo um constante desafio.
TEOLOGIA DA
• Como sabemos, a Bíblia não favorece a ideia de
ESPIRITUALIDADE uma espiritualidade “verticalista” e
“individualista” que leva em consideração apenas
à busca da comunhão com Deus (Barbosa).
• Eugene Peterson vislumbra um novo horizonte a
partir de uma leitura hermenêutica no evangelho
de Marcos
TEOLOGIA DA • = ASPECTO ASCÉTICO E ESTÉTICO DA
ESPIRITUALIDADE ESPIRITUALIDADE
• ASPECTO ASCÉTICO = Trata-se do NÃO de Deus
em Jesus.
• As palavras de Jesus são breves e objetivas: “Se
alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo,
tome a sua cruz e siga-me” (Mr 8. 34).
• Os verbos que se destacam na frase são “negue-se
TEOLOGIA DA a si mesmo” e “tome a sua cruz” = RENUNCIA E
ESPIRITUALIDADE MORTE.
• Por outro lado, estas duas negativas, ligam-se uma
à outra por um verbo de conotação positiva:
“seguir”
• A sentença começa com as palavras “Se alguém
quer vir após mim” e termina “Siga-me”.
• Jesus está indo a um lugar específico” e nos
convida a irmos com ele.
TEOLOGIA DA • O grandioso verbo “seguir” enche de glória os
ESPIRITUALIDADE outros dois verbos negativos que conclamam à
renuncia e à morte.
• Há sempre uma forte ênfase ascética na teologia
da espiritualidade, pois seguir a Jesus, é NÃO
SEGUIR nossos próprios impulsos, paixões,
deleites, apetites, anseios e sonhos, já que todos
eles, forma prejudicados pela pecado o suficiente
TEOLOGIA DA para se tornarem GUIAS INDIGNOS de confiança
ESPIRITUALIDADE para levar-nos a qualquer lugar significativo.
• Seguir a Jesus significa NÃO SEGUIR as práticas de
uma cultura de protelação e negação da morte.
• Nossa capacidade de dizer não, é uma das marcas
da espiritualidade cristã.
• A negativa é nosso acesso à liberdade, já que um
não ponderado, dito a seu tempo, livra-nos de
TEOLOGIA DA
grandes tragédias.
ESPIRITUALIDADE • Dizer não, nos liberta para seguirmos a Jesus!
• ASPECTO ESTÉTICO = É o SIM de Deus em Jesus.
• A estética tem a ver com a vida na montanha
• = MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO
• A palavra “beleza” não aparece nesta narrativa,
mas o que eles experimentaram foi a plenitude da
beleza do Cristo transfigurado.
• Escalar a montanha com Jesus significa deparar-se
TEOLOGIA DA
com uma beleza incomparável.
ESPIRITUALIDADE • O impulso estético na teologia da espiritualidade
está relacionado com o fato de aprender a
perceber e a desfrutar da beleza revelada em
Jesus.
O PAI NOSSO E A FORMAÇÃO
ESPIRITUAL

• Tendo ensinado a verdadeira natureza e os objetivos da oração, Jesus fornece um


guia para a oração, que ao longo dos séculos se tornou o padrão de todas nossas
orações (Oden).
• Henri Nouwen, diz: “a nossa oração reflete sem
falhas nossa visão do mundo, nossa teologia e a
intensidade do nosso relacionamento com Deus”.
• Se a maneira como oramos revela nosso
relacionamento com Deus, então não há razão para
A LÓGICA DO PAI negar a relação que existe entre a maior oração
NOSSO proferida na história do universo = o Pai Nosso e a
formação espiritual.
• O Pai Nosso consiste em três partes: (1) o prefácio,
(2) as petições, e (3) a doxologia.
• O prefácio “Pai nosso que estás nos céus”,
estabelece uma base geral para a oração;
compreendendo o que devemos primeiro saber de
A LÓGICA DO PAI
Deus antes de podermos orar com confiança para
NOSSO sermos ouvidos (Wesley).
• Jesus ensinou aos seus discípulos que a oração
deve ser acompanhada de motivações legítimas e
os adverte nas atitudes hipócritas daqueles que
A LÓGICA DO PAI desejam ser vistos e admirados por uma aparente
NOSSO misericórdia.
• “O Pai Nosso contém tudo pelo que podemos orar
de forma razoável. Não há nada que devamos
pedir a Deus, nada que possamos pedir sem
ofendê-lo, que não esteja incluído, seja direta ou
indiretamente. [...] Ele contém todos os nossos
deveres para com Deus e o próximo; tudo o que é
A LÓGICA DO PAI puro e santo, tudo o que Deus requer dos filhos
NOSSO dos homens, tudo o que é aceitável aos seus
olhos, tudo o que é para que possamos beneficiar
o nosso próximo, estando aí expresso ou implícito”
(Wesley).
A PERSPECTIVA DO REINO DE DEUS
NA FORMAÇÃO ESPIRITUAL

• Olhando para horizontes um pouco menos estreitos, poderemos entrever, no


panorama conturbado e pluriforme de nossos dias, o surgimento de novos desafios
sociais.
• Esses desafios requerem novas abordagens, inclusive pelo lado da espiritualidade
cristã (Secondin).
• O oficio real de Cristo traz imediatamente a vista a
ideia do Reino (Dunning).
• Uma excelente descrição do Reino de Deus pode
ser observada no Sermão do Monte.
• Jesus começa seu ministério, proclamando que “o
REINO E Reino dos céus estava entre eles”. A partir de
ESPIRITUALIDADE então, este seria o centro da sua mensagem.
• O Reino é a reconciliação de toda a criação com o
seu criador (Longo).
• Embora com interpretações diversas, é
universalmente aceite, no entanto, que esta era a
mensagem central de Jesus.

REINO E • John Bright tem defendido de forma convincente

ESPIRITUALIDADE que este e o tema unificador de toda a Bíblia.


• Para John Wesley, perguntar sobre o reino de Deus
era perguntar sobre a natureza da religião
verdadeira, que é um coração reto para com Deus
e a humanidade (B 1:217 – 25; 3:520).
• “O reino é a religião verdadeira na prática, não
apenas como um ato externo, princípio ou
doutrina” (LJW 5:5).
REINO E • A verdadeira religião é definida

ESPIRITUALIDADE comportamentalmente e não em termos de


cerimônia, pregação moral ou argumento
conceitual (Oden).
• Romanos 14.17 = “não é comida nem bebida, mas
justiça, paz e alegria no Espírito Santo”
• Para Wesley, o amor e a misericórdia são
inseparáveis do viver santo.
• John Wesley costumava dizer que “o evangelho de
Cristo não conhece religião que não seja religião
social; e não conhece santidade, que não seja
REINO E santidade social”
ESPIRITUALIDADE • "Se teu coração é como o meu, dá-me tua mão”
(Wesley).
• Oden destaca o amor a Deus e ao próximo como
dois ramos da verdadeira religião.
• = Fundamento do reino de Deus
• O reino de Deus é o retorno de tudo que há no
REINO E mundo à vontade e aos desígnios de Deus em uma
ESPIRITUALIDADE atitude de entrega e submissão, através de um
vínculo de amor.
• A espiritualidade cristã encarregar-se do viver
histórico, como compromisso temporal, como
encarnação histórica, presença viva nas rotas e
nos eventos em que os cristãos tomam parte, ao
lado de seus contemporâneos (Secondin).

REINO E A espiritualidade cristã NÃO TEM ATALHOS [...] é
uma caminhada conjunta para dentro da gente e
ESPIRITUALIDADE
em direção aos outros e a Deus a cada dia
(Ludovico da Silva).
• Viver a dinâmica do reino exige do cristão a
capacidade de conjugar maturidade pessoal e
consciência coletiva, unidade essencial e
diversidade de estilos de vida, experiência
individual do divino e dimensão interpessoal e

REINO E social do vir-a-ser, a promoção da justiça e da paz,


integrada com a preservação da criação, a tensão
ESPIRITUALIDADE
fecunda entre vida de oração e compromisso
profético e solidário (Bernard, Secondin, Nouwen
e Sousa).
• Como dar resposta, na condição de cristãos
verdadeiramente comprometidos com o reino, aos
desafios que os dias atuais impõem ao nosso viver
diário?
• Em que medida a nossa espiritualidade cristã
REINO E contempla (enxerga) às realidades socioculturais
ESPIRITUALIDADE complexas e conturbadas deste século?
• De que maneira podemos (devemos) contribuir, a
partir da nossa fé em Cristo, no ambiente social ?
• A igreja de Cristo, no gesto de viver de forma
coerente sua espiritualidade, e no intuito de
promover o reino de Deus, deve aprender a lidar
com os desafios atuais, sublinhando sempre a
fidelidade das promessas de Deus.
• Mas ela deve também conservar o papel de

REINO E “sentinela” que prescruta as trevas e confronta as


obras do mal.
ESPIRITUALIDADE
• É tarefa própria da igreja decifrar os “sinais dos
tempos” que atestam a presença de Deus na
história, e a vinda do reino de Deus (Secondin).
FORMAÇÃO ESPIRITUAL
BASES HISTÓRICAS DA

• A história cristã revela que a espiritualidade é dinâmica.


• Ao olharmos para trás podemos observar como as necessidades das pessoas, de um
modo particular, influenciaram o modo como a Igreja tem buscado um
relacionamento íntimo com Deus (Longo).
• A história do povo judeu ilustra bem essa verdade.
• Durante a peregrinação no deserto, o tabernáculo
portátil foi utilizado como ponto de contato com
Deus.
• Depois de estabelecidos na terra prometida, foi
construído o templo para lhes dar identidade diante
A ESPIRITUALIDADE dos povos pagãos.

É CONTEXTUAL • A população se multiplicou e dispersou e o templo


não era suficiente, então as sinagogas foram
construídas e organizadas para satisfazer a fome
espiritual do povo.
(1) A espiritualidade da igreja primitiva
• Esperar era uma virtude = Os primeiros cristãos
expressavam esperando pacientemente pela
segunda vinda de Cristo (espera-operante).

EXPRESSÕES • Defesa da fé = Formulações do credo apostólico.

HISTÓRICAS DE (2) A espiritualidade do martírio


• Com a perseguição da igreja, ser martirizado era
ESPIRITUALIDADE
considerado o ponto alto da santidade, porque era
(Vicente Longo)
compartilhar do sofrimento de Cristo (Fl 3.10).
(3) A espiritualidade do ascetismo
• Ascetismo = doutrina filosófica que defende a
abstenção dos prazeres físicos e psicológicos para
alcançar a perfeição e o equilíbrio moral e
espiritual.
• Conversão de Constantino = promoveu o
EXPRESSÕES cristianismo como a religião romana oficial. Sem a
HISTÓRICAS DE perseguição e o martírio, os cristãos precisavam de

ESPIRITUALIDADE uma clara expressão de santidade. Aquele que


impunha a si mesmo severas disciplinas como um
sinal de purificação espiritual, assim como jejum,
pobreza, castidade era considerado santo.
(4) Ícones da espiritualidade ocidental
• A igreja ocidental começou a introduzir símbolos
para garantir que a encarnação de Jesus fosse real.
• Os ícones não eram apenas arte religiosa, incluía
também músicas, poesias, gestos, rituais ou um

EXPRESSÕES lugar de reunião semelhante ao altar das igrejas

HISTÓRICAS DE hoje.
• = Representação do divino – Teoria da imagem
ESPIRITUALIDADE
• ICONOLOGIA = Imagens, narrações e sacramentos
• ICONOCLASTIA = Quebrar imagens
• ICONOFILIA = Colecionar imagens
(5) A espiritualidade Católica Romana
• A queda do Império Romano trouxe caos político e
social.
• Em um esforço por trazer ordem e justiça, a igreja
EXPRESSÕES Católica Romana usou as suas habilidades

HISTÓRICAS DE organizacionais para promover unidade,

ESPIRITUALIDADE comunicação e crescimento.


• Estes princípios foram uma resposta às
necessidades políticas e sociais da época.
(6) A espiritualidade monástica
• O surgimento dos mosteiros veio como um
movimento de santificação e educação espiritual
que os missionários necessitavam para realizar suas
tarefas, longe da corrupção do mundo.
(7) A espiritualidade da Reforma Protestante
EXPRESSÕES • As Escrituras foram traduzidas para a linguagem do
HISTÓRICAS DE povo, disponibilizando treinamento espiritual para
ESPIRITUALIDADE todos, não apenas para os clérigos.
• A intimidade com Deus mudou de uma
dependência ritualística da igreja para uma fé
pessoal na graça de Deus.
(8) A espiritualidade anabatista
• Sem os suportes da tradição, os anabatistas
procuravam uma espiritualidade que os mantivesse
EXPRESSÕES comprometidos com a obediência à vontade de
HISTÓRICAS DE Deus e se separaram completamente das coisas
ESPIRITUALIDADE deste mundo para viver uma vida santa.
(9) A espiritualidade calvinista
• Durante a idade da razão, a igreja concluiu que a fé
e a razão poderiam trabalhar juntos, porque o
conhecimento alimentava a fé.
• Assim, o fruto da espiritualidade produziu a escrita
EXPRESSÕES
de comentários bíblicos e uma declaração
HISTÓRICAS DE
sistemática da salvação cristã.
ESPIRITUALIDADE • Acreditava-se que o ensino sistemático da verdade
motivaria a vida moral e a santidade.
(10) A espiritualidade da reforma católico-romana
• A divisão da igreja após a reforma protestante
permitiu que os católicos mudassem seu foco das
estruturas externas para internas.
• Devocionais foram escritos e isto provocou um
EXPRESSÕES
impacto sobre a igreja latina.
HISTÓRICAS DE
• Escritores como Teresa de Ávila e São João da Cruz
ESPIRITUALIDADE influenciaram a teologia e a prática wesleyana,
nesta área de espiritualidade.
(11) A espiritualidade puritana
• Os puritanos procuraram equilibrar os argumentos
abstratos sobre a salvação promovendo a
experiência pessoal.
• Por isso, o tempo de meditação seguia cada
EXPRESSÕES
pregação para a assimilação da verdade na vida
HISTÓRICAS DE pessoal.
ESPIRITUALIDADE • Os puritanos foram extremos em seus esforços para
purificar a igreja de suas falhas.
(12) A espiritualidade Quaker
• Os Quakers, como os puritanos, rejeitaram o
intelectualismo em favor da experiência pessoa.

EXPRESSÕES • Jorge Fox, o fundador, enfatizou a experiência real

HISTÓRICAS DE e imediata e rejeitou os ritos e símbolos e passou a


dar ênfase à disciplina do silêncio para que a luz
ESPIRITUALIDADE
interior revelasse a escuridão da alma.
(13) A espiritualidade pietista
• O pietismo foi uma reação ao intelectualismo seco
produzido na Alemanha pela Reforma e pelo
Luteranismo.
EXPRESSÕES
• Como os Quakers, concentravam em uma vida
HISTÓRICAS DE devocional profunda, e uma fuga do mundo, mas
ESPIRITUALIDADE orientada para as missões, obras sociais e uma
renovação do ministério pastoral.
(14) A espiritualidade metodista
• A visão extrema da predestinação dava força à
apatia para o sofrimento e injustiça social.
• Armínio respondeu a isso enfatizando a
responsabilidade pessoal na participar na salvação,
com base na confiança de que a graça de Deus é

EXPRESSÕES suficiente para cada estágio do crescimento


espiritual.
HISTÓRICAS DE
• João Wesley, por sua vez, concordou que os crentes
ESPIRITUALIDADE deviam participar ativamente para a preservação da
sua própria salvação, mas o esforço humano
individual não era suficiente para viver uma vida
santa.
(15) A espiritualidade pentecostal
• Desenvolveu-se na América do Norte e do Sul de
1900 a 1908.
• A base era a luta contra a opressão social e
EXPRESSÕES econômica.
HISTÓRICAS DE • No entanto, o foco principal a busca da plenitude
ESPIRITUALIDADE do amor para triunfar sobre a tentação e o ódio.
(16) A espiritualidade ecumênica
• No século XIX surgiu uma nova forma de
espiritualidade em resposta à multiplicação de
denominações. O desafio é aumentar o amor pelo
corpo universal dos crentes e poder trabalhar junto
EXPRESSÕES para alcançar o mundo.

HISTÓRICAS DE • A oração, a celebração da Ceia do Senhor, estudos

ESPIRITUALIDADE bíblicos interdenominacionais, atividades


humanitárias e parcerias para evangelização
mundial tem sido desenvolvidas.
• Em uma síntese do estudo que realizamos da
história da espiritualidade cristã, é possível
ESTILOS BÁSICOS
identificar que existem cinco estilos básicos de
DE
espiritualidade que são praticadas ao longo da
ESPIRITUALIDADE história.
CRISTÃ
(Vicente Longo)
(1) A tradição contemplativa = O ingrediente essencial
é o tempo. Deus quer que criemos espaço em nossa
agenda para estar a sós com Ele.
ESTILOS BÁSICOS (2) A tradição santificante = Ter um relacionamento
DE correto com Deus, com nós mesmos e com os outros.

ESPIRITUALIDADE Fazer mudanças comportamentais com a ajuda do

CRISTÃ Espírito Santo e de outros, próximos a nós.


(3) A tradição carismática = A primeira meta da
oração é para ser cheio do Espírito Santo. O Espírito
Santo ajuda o cristão, porque Ele é o conselheiro (Jo
14.16); leva à verdade (Jo 14.17; 16.13); guia (1 Cr
2.10-15); dá unidade com Cristo (Jo 17.21); ensina (Jo
ESTILOS BÁSICOS 14.26); ilumina no estudo da Bíblia (Jo 14.26);
DE convence do pecado e da justiça de Deus (Jo 16.8);
ESPIRITUALIDADE fala do futuro (Jo 16.13); ajuda a louvar a Deus (Jo
CRISTÃ 4.23-24); ajuda a orar (Rm 8.26); capacita para o
ministério (1 Co 12.1, 8-11); ajuda a dar frutos (Gl
5.22-23).
(4) A tradição da justiça social = Mostrar compaixão
pelos necessitados e oprimidos (Sl 82.3). Lutar contra
as políticas que discriminam as pessoas por causa de
raça, credo, sexo ou cor; e apoiar os direitos humanos
básicos (Mq 6.8).
ESTILOS BÁSICOS (5) A tradição evangelística = Enfatiza duas áreas: A
DE Bíblia e os testemunhos pessoais. Esta tradição inclui
ESPIRITUALIDADE todas as maneiras em que a Escritura é usada para
CRISTÃ ensinar e pregar. Ao longo da história, Deus ergue
diferentes grupos para corrigir alguns desequilíbrios e
restaurar a saúde da igreja.
ESPIRITUALIDADE CRISTÃ EM

• A igreja, de modo geral, passa por uma avaliação da sua identidade, vocação,
teologia e eclesiologia em todo o mundo (Borges).
DIÁLOGO

• Cristãos comprometidos com o reino de Deus dedicam-se a uma busca intensa e


sincera por reconhecer quais são aqueles princípios que vão equipar o Corpo de
Cristo para, nestes dias, agir de maneira eficaz no mundo, sem, contudo, ser
contaminados por ele.
ESPIRITUALIDADE CRISTÃ EM

• A análise atenta e interpretativa sobre o momento que a espiritualidade cristã vive,


dá relevo à chave cultural da abordagem da igreja aos problemas e transformações
DIÁLOGO

socioculturais de nossa época (Secondin).


• Como já observamos, as definições e os critérios-chave da espiritualidade cristã, se
de um lado, mostram o sincero desejo de viver um relacionamento com Deus, de
outro, mostram também qual fácil é sucumbir a uma vida difusa e espiritualmente
superficial.
• Pensar nos dias atuais é reconhecer que a
espiritualidade cristã precisa urgentemente de
foco, de precisão e de raízes (Peterson).
• FOCO EM CRISTO, PRECISÃO NAS ESCRITURAS e
RAÍZES EM UMA TRADIÇÃO SAUDÁVEL.

ANÁLISE E • Nestes tempos de relativismo e superficialidade, os

APONTAMENTOS cristãos devem, mais uma vez, servir à igreja


provendo exatamente esse foco, essa precisão e
essas raízes.
• = FUNDAMENTOS
• A espiritualidade cristã está em onde e como
colocamos nossos fundamentos, nossos princípios
(Peterson).
• A igreja tem que garantir e cuidar a fim de que
esteja sempre fundamentada sobre princípios
autênticos.
• Comumente saímos à procura de oportunidades
ANÁLISE E
que possam ser aproveitadas ou de necessidades
APONTAMENTOS que possam ser supridas (Borges).
• Abraçamos desafios, visões, oportunidades e
determinadas “urgências”, mas não estabelecemos
seus fundamentos de maneira clara...
• [...] Quando enfatizamos demasiadamente na
estrutura e na metodologia, comprometemos a
IDENTIDADE...

ANÁLISE E ... Nos tornamos rígidos na defesa de posições pela
necessidade de reafirmá-las e perdemos a
APONTAMENTOS sensibilidade.
• Narrativa de Gênesis 3
• Deus faz três perguntas de natureza distintas e
nessa ordem:
1. Onde estás? = POSICIONAMENTO
2. Quem te fez saber? = CONHECIMENTO
3. O que fizestes? = COMPORTAMENTO
• Jesus, responde às três perguntas na mesma
ANÁLISE E
ordem em que são feitas: “Eu sou o Caminho, a
APONTAMENTOS Verdade e a Vida” (Jo 14.6)
1. POSICIONAMENTO = caminho
2. CONHECIMENTO = verdade
3. COMPORTAMENTO = vida
• Quando Deus pergunta ao homem ONDE ESTÁS?,
trata da sua identidade na perspectiva do
relacionamento.
• A primeira coisa evidente aos olhos do homem ao
pecar foi a “separação”.
• Houve separação entre o homem e a mulher, e
ANÁLISE E entre eles e Deus.
APONTAMENTOS • Para Deus a geografia espiritual é
fundamentalmente relacional e expressão da
identidade (Borges).
• Ele sempre relacionou sua presença a um lugar e
definiu os relacionamentos através desses lugares.
• Sião = lugar da comunhão e unidade do seu povo.
• Tabernáculo = lugar da intimidade e manifestação.
• Jerusalém = lugar da sua habitação com os santos.
• A comunhão de dois ou três é lugar da sua
ANÁLISE E presença!
APONTAMENTOS • Nosso Deus é Deus de comunhão.
• Seu Espírito é o Espírito de comunhão.
• É um Deus relacional: é Pai, Filho e Espírito (Jo 17;
Lc 22).
• Na medida em que um cristão tenha uma atitude,
um POSICIONAMENTO separatista está
comprometendo sua identidade.
• Ao criar o ser humano, Deus o fez macho e fêmea
e os chamou de “Adão”.
• Estava criada a “pessoa humana”, com expressões
ANÁLISE E distintas mas com um só nome, pois Deus os
APONTAMENTOS chamou de Adão.
• Deus criou a pessoa homem e mulher nas suas
relações; o pecado os separou em indivíduos.
• A segunda pergunta de Deus: QUEM TE MOSTROU
QUE ESTAVAS NU?, relaciona-se à fé e autoridade
• Ele quer saber quem colocou informações no
coração de Adão além dele.
• Quem mudou a sua mente?
• DÚVIDA ≠ falta de fé
• Duvidar é colocar a fé na informação errada...
ANÁLISE E • [...] dar credibilidade ao que não tem valor.
APONTAMENTOS • Ao mudar a fonte do seu conhecimento e da sua
convicção, o homem é afetado na sua autoridade
espiritual (Borges).
• Fica confuso quanto a sua identidade e
“DESAUTORIZADO” em suas ações.
• Após indagar a respeito da sua identidade e
autoridade, Deus faz a pergunta referente ao seu
comportamento: O QUE FIZESTE?
• O Diabo criou uma crise de identidade no

ANÁLISE E homem, inverteu seus valores de vida e mudou a


ordem das prioridades na sua mente.
APONTAMENTOS • Fora do jardim, o homem vive pensando a partir de
suas necessidades.
• [...] o pensamento mais comum é de que devemos
buscar a CAPACIDADE (PODER) que nos tornará
aptos a enfrentar com responsabilidade os
desafios da vida.
• O prazer do poder nos dá a sensação de que
atingimos o alvo = Nos tornamos aquilo que
ANÁLISE E almejamos ser!
APONTAMENTOS • É um raciocínio lógico, linear mas se torna um
inconveniente, se o resultado não for aquele que
esperávamos, nos sentimos fragilizados e
duvidamos de quem realmente somos (Borges).
• Ao anunciar-se como caminho, Jesus apresenta a
oportunidade da reaproximação com Deus. O
caminho que leva de volta ao lugar da intimidade!
• Na medida em que percorremos esse caminho de
ANÁLISE E intimidade vamos conhecendo quem de fato ele é

APONTAMENTOS e quem somos para ele!


• O poder que recebemos através do Espírito Santo,
segundo a sua promessa, é o poder de “ser”.
“A vida cristã é séria,
desafiante e
exigente” (Taylor)

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