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CARACTERÍSTICAS DE UM CRISTÃO MADURO

Leia Efésios 4:7-16


O texto da carta aos efésios que temos diante de nós, discípulos de Jesus, trás um forte
apelo. Nele encontramos uma palavra-chave: “APERFEIÇOAMENTO” (v 12). “O
aperfeiçoamento dos santos” é um ardente desejo, uma persistente aspiração, que está
no coração de Deus. Muitos textos do Novo Testamento registram esse mesmo tema e
lhe dão uma relevante consideração, com isso, a Palavra assinala que ele é um elemento
essencial do propósito que o Pai Celestial tem, visando os que foram remidos
pelo sangue de seu Filho. O texto de Romanos 8.29 corrobora diretamente ao ensinar:
“também, os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8.29).
Se Deus “nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção
de filhos, por meio de Jesus Cristo” (Efésios 1.4-5), é nosso dever nos empenhar para
sermos, exatamente, o que ele deseja que sejamos – “santos e irrepreensíveis perante
ele”. Essa é a razão pela qual devemos empreender, de forma continuada, o nosso
aperfeiçoamento.
O Apostolo sabendo muito bem que o nosso aprimoramento é um empreendimento
de vida, e que somos sujeitos em progredir nesta necessidade, apresenta o
seu testemunho pessoal, nos estimulando a prosseguir: “Não que eu o tenha já recebido
ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também
fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado;
mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para
as que diante de mim estão, prossigo para o alvo” (Filipenses 3.12-14). Nesse mesmo
texto, indiretamente, ele atesta que todo aquele que foi conquistado por Cristo, precisa
“atingir o estado da perfeição”. Ele ainda não alcançara a posição máxima, mas lutava
para atingi-la – “prossigo para o alvo”. Essa é a atitude que nos compete tomar,
utilizando os recursos que Deus põe à nossa disposição. O verbo “prosseguir”, que o
apóstolo usa, enfatiza um avançar, um investir, um lançar-se em direção à realização
total do que queremos alcançar.
Na carta aos efésios, Paulo reafirma o que escreveu aos filipenses, chamando
a atenção para o fato de que um cristão, mais experiente na fé, não pode ser como
uma criança que é iniciante. O Cristão que está no processo de crescimento não se
contenta com o que já atingiu, deseja um contínuo progredir ainda mais, pois, tem, à
sua disposição, o alimento necessário. Agora, ele experimenta “o alimento sólido” que
lhe capacita a prosseguir no processo espiritual em que se encontra.
Na carta aos Efésios, Paulo acrescenta outra razão à necessidade do aperfeiçoamento
dos santos; “para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” –
a igreja. A perfeição cristã além de ser, pessoalmente, necessária a cada discípulo, pois,
lhe trás benefícios próprios, também beneficia toda a comunidade da qual o discípulo
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faz parte. Quanto mais maduro for o discípulo, mais útil será à comunidade dos santos.
A igreja do Senhor Jesus, para “o desempenho de seu serviço” e para a sua “edificação”,
necessita de pessoas maduras. Vejamos o que caracteriza um cristão maduro.

1) Tem uma firme convicção de sua fé e está pronto a lutar por ela

O testemunho pessoal de Paulo é este: “sei em quem tenho crido e estou certo de que
ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (I Timóteo 1.12). Nesse
mesmo texto, poucas linhas antes, ele exorta a Timóteo: “Não te envergonhes, portanto,
do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário,
participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus” (v
8). Ser maduro na vida cristã é ter convicções firmes naquele em quem cremos. Nós
podemos fazer essa mesma afirmação do apóstolo? Sabemos em quem temos crido? É
a convicção firme que nos sustentará no testemunho que precisamos dar ao mundo em
que vivemos. A nossa fé, bem firmada em nosso coração, nos habilita a estar firmes
diante de oposições, rejeições, perseguições e descriminações, motivadas por nosso
testemunho. Atos 11 trás uma longa relação de crentes que sofreram pela fé e conclui
dizendo que eles foram: “homens dos quais o mundo não era digno”. Por que motivo
não eram dignos do mundo? Por manterem uma convicção inabalável, uma fé
inquestionável, propósitos firmes e um testemunho vivo diante de um mundo
em trevas.
Quando Jesus pede aos discípulos: “sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai
celeste” (Mateus 5.48), é preciso que levemos isso a sério e lutar para corresponder a
esse mandamento. Se não buscamos crescer em direção à perfeição o Espírito Santo não
operará em nossa vida cristã, então, mudanças não ocorrem, não progrediremos na
direção do propósito que de nós foi requerido alcançar. Dessa forma a vida cristã fica
estagnada. Não experimentaremos o poder de Deus operando mudanças em nossa vida,
pois, as dúvidas e as incertezas sobre as verdades eternas, debilitam o nosso vigor
espiritual.
2) Está fundamentado e se exercita na prática da verdade
A epístola aos Hebreus diz: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que,
pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas
também, o mal” (Hebreus 5.14). Não é suficiente o ensino que recebemos, é preciso
praticá-lo. A constante prática da verdade, o exercício dos fundamentos da fé e
a formação de hábitos que reflitam a vontade e o caráter de Deus, asseguram o alcance
da maturidade espiritual. Os Pais da Igreja, nos primeiros séculos da era cristã,
chamavam a isso por ”disciplina espiritual”; o que requer tempo, esforço e dedicação.
Jesus é a pérola preciosa e o Reino é um tesouro oculto, valores inquestionáveis, que
precisamos nos apropriar deles. Para alcança-los, visando a nossa maturidade,
precisamos bater, pedir, buscar, como ensina o nosso Mestre: “Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Mateus 7.7). Peçamos capacitação e ela nos
serão dada; batamos à porta em busca de forças para prosseguir e elas nos serão
concedidas; busquemos a graça fortalecedora de Deus para prosseguir na jornada, e a
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acharemos imediatamente. Nesse sentido, não se alcançam vitórias por um acaso, mas
através de uma prática da verdade e com uma decisão de vivê-la. Em Mateus 28.18-20
Jesus mostra que o processo do discipulado implica em “ensinar a guardar todas as
cousas que vos tenho ordenado”. Portanto, não basta aprender o ensino, é preciso
guardá-lo, o que significa praticá-lo. O resultado disso não é um diploma, mas, uma
qualidade de vida que reflete a presença daquele que vive em nós.
3) É aperfeiçoado pelas provações, e tem seu caráter provado nas tribulações
Tiago ensina: “Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes
por provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada,
produz perseverança. Ora a perseverança deve ter uma ação completa, para que sejais
perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1.2-4).
O culto ao prazer no mundo de hoje produziu uma geração incapaz
de suportar adversidades, atribulações, provações. A alta incidência de pessoas
deprimidas, em nossos dias, provavelmente, esteja, em grande parte, no fato de que
elas não foram preparadas para enfrentar os fracassos, as frustrações, as perdas e os
revezes que a vida trás. Infelizmente, muitos meios evangélicos divulgam a moderna
teologia, não bíblica, da prosperidade e da vida sem problemas, com promessas de
soluções fáceis, sem que a pessoa precise lutar e se esforçar por uma mudança radical
de vida, através de um contínuo amadurecimento aos pés do Senhor Jesus Cristo. Não
estão pregando o evangelho do Reino que trás a visão de que é somente em Cristo
encontramos a graça que nos faz vitoriosos sobre os insucessos, derrotas, malogros e
reveses de cada dia.
O caminho do aperfeiçoamento dos santos, necessáriamente, envolve o aprender a
suportar com paciência as adversidades e provações da presente vida. Jesus advertiu
aos discípulos: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo” (João 16.33). Um discípulo incapaz de suportar sofrimento e provação é inútil
para o serviço de Deus. Entretanto, aquele que é capaz de manter louvor e gratidão a
Deus no meio dos problemas e lutas, desfrutará de uma privilegiada comunhão com ele
e, com isso, estará se conformando com a sua imagem. Esse crescerá na fé e se
aperfeiçoará.
4) Tem comunhão com os irmãos na fé e conhece o zelo que Deus tem com a unidade
da Igreja
A comunhão espiritual entre os discípulos precisa ser convergente para a pessoa de
Cristo. Quando, na família da fé, tudo converge para ele há concórdia, conciliação,
entendimento e harmonia. Na vida cristã comunitária é importante que tudo convirja
para Jesus. Sendo ele a cabeça do corpo – a igreja – e, se os membros do corpo
correspondam à sua vontade, haverá harmonia nas expressões do corpo. O discípulo
maduro se relaciona e trabalha junto com seus irmãos na fé, mesmo que eles sejam
diferentes uns dos outros e, até mesmo, com os que, pessoalmente, não lhe são
simpáticos. Deus se agrada e espera a perfeita unidade daqueles que, na glória,
comporão a família eterna. Na comunhão cristã não pode haver melindres, pois, todos
são um em Cristo e, consequentemente, buscam, em primeiro lugar, fazer a vontade de
Deus e não as suas preferências pessoais.
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A exortação de Romanos 15.1-3 é: ”Ora, nós que somos fortes devemos suportar as
debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. Portanto, cada um de nós,
agrade ao próximo no que é bom para a edificação. Porque também Cristo não se
agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajavam caíram
sobre mim”. Se nós somos maduros não entramos em debates e dissensões, antes,
somos edificados na diversidade de dons e ministérios, sem perder a unidade.
5) Não é levado por aparências externas, nem por desejo de destaque pessoal, se
submete aos outros e assume responsabilidades
O caminho do aperfeiçoamento dos santos implica submissão ao ministério e dons dos
irmãos. Para alcançarmos o alvo que nos foi proposto, é preciso que valorizemos a
contribuição que cada um tem para a edificação de todos.
A medida com a qual valorizamos os dons e talentos dos irmãos revela o grau de
crescimento que já alcançamos. É infantilidade querer ser superior e aparentar
maturidade aos demais. O discípulo maduro é capaz de valorizar as manifestações,
mesmo simples, dos demais irmãos. Ele não anda ansioso para ser edificado por coisas
“espetaculares”, pelo contrário, ele vê no crescimento do irmão, no testemunho que o
outro dá, na alegria que vem da comunhão, na participação da mutualidade e de tantas
outras coisas simples que a vida dos irmãos apresenta e podem edificá-lo.
Para crescer é necessário que submetamos as nossas habilidades e dons á serviço do
corpo. Em Romanos 12.3-8 o texto, discorre sobre a vida da igreja e ressalta que
ninguém deve pensar de si mesmo além do que convém. Ninguém pode achar que é tão
espiritual, ou tão abençoado, que não necessite de se edificar com os dons e
os frutos do Espírito que são presentes nos irmãos.
6) É submisso a Deus e a Sua vontade
Maturidade espiritual é sujeitar-se aos propósitos de Deus. É deixar que o Senhor o envie
e não ser enviado por a si mesmo. É se submeter à Palavra e à verdade que ela
apresenta, sem nenhuma contestação, pois ela é “o dom perfeito (…) descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudanças” (Tiago 1.17). É
sacrificar os desejos de seu eu; é apresentar o seu corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o culto racional que ele espera dos seus. É não se conformar
com este século, mas transformar-se pela renovação da mente, tal como ensina Paulo
em Romanos 12.1,2.
Finalizando, apenas enumero a sétima característica do cristão maduro: O CRISTÃO
MADURO EXPRESSA O AMOR MISERICORDIOSO E SACRIFICIAL DO PAI. Esse assunto
desejo traze-lo quando tiver oportunidade.
7) Busca aperfeiçoar-se no amor
Quando nós nascemos de novo para a vida em Cristo, nós nos tornamos membros da
família de Deus. Como iniciantes, precisamos aprender a linguagem da nossa nova
família. O amor é a língua oficial da família de Deus. Sem a linguagem do amor não há
verdadeira comunicação com o nosso Pai Celestial, nem com nossos irmãos dessa
família. Na antiga linguagem – a do reino das trevas – nós usávamos o dialeto
da inimizade, da desconfiança, da insegurança, do egoísmo, da não aceitação do outro.
Essas palavras se tornavam armas, escudos, lança conta o próximo e nunca construíam
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pontes. A carnalidade, o mundanismo, a bajulação, as segundas intenções davam um


colorido sombrio ao nosso falar. A razão disso é que, na antiga vida, estávamos voltados
para nós mesmos, não nos dirigíamos de fato ao outro, não nos interessava ouvir a
opinião do nosso semelhante, queríamos sempre ser ouvidos, considerávamos a nossa
palavra como a mais importante, não abríamos a nossa vida a ninguém e, jamais,
confessávamos os nossos pecados.
Agora, em nossa nova família, a da fé, nós recebemos a graça e a misericórdia do Pai
celestial. Ele nos fez novas criaturas, qualificadas para a verdadeira comunicação com o
Pai e com nossos irmãos. A obra que Jesus fez por nós na cruz, derrubou a barreira da
inimizade que havia entre nós e Deus, tornando-nos reconciliados com ele. Uma vez
reconciliados com Deus ficou fácil nos reconciliar com os irmãos. No fluir dessa graça
recebemos o perdão e, assim, ficamos capacitados para retirar o “eu” do trono da nossa
vida, dando esse lugar a Jesus, para que ele exerça a sua soberania sobre nós. As
inimizades, desconfianças, egoísmos, medos, que possuíamos, caíram por terra,
capacitando-nos a ter relacionamentos sadios e sólidos, amizades indestrutíveis,
misericórdia para com todos, solidariedade com os demais e aceitação do outro, etc.
Fomos exortados a falarmos entre nós “com salmos, e hinos, e cânticos espirituais”
(Colossenses 3.16), e a tornar a nossa “palavra seja sempre agradável, temperada com
sal, para saberdes como deveis responder a cada um” (Colossenses 4.6). A chave de tudo
isso foi “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi
outorgado” (Romanos 5.5).
Ser espiritualmente maduros é amar com o amor de Deus. Para que isso ocorra em nós,
é necessário que tenhamos um relacionamento firme com ele. Amar é ter a vida de
Jesus expressando-se em nós. Em I Coríntios 13, Paulo enumera as virtudes do amor,
assim ele diz:
O AMOR É PACIENTE
Vivemos no tempo da impaciência, da pressa, do instantâneo, do “on line”.
Queremos santidade de um dia para outro, mas, não existe santidade em três lições. O
amor é construído com a paciência, perseverança, disposição para ouvir, esperar, pedir,
buscar, bater às portas de Deus, em contínua oração. A paciência é uma virtude divina;
Paulo em Romanos 15.5 apresenta Deus, dizendo: “o Deus da paciência e da
consolação” e, após, deseja que ele “vos conceda o mesmo sentir de uns para com os
outros, segundo Cristo Jesus”. Quando exercitamos a paciência, estamos expressando o
amor. O amor de Jesus, sempre, foi paciente, Isaías diz: “Ele foi oprimido e humilhado,
mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e,
como ovelha muda perante os seus tosquiadores, não abriu a sua boca” (Isaías 53.7). A
palavra diz que Deus é grato quando nos vê pacientes: “Se, entretanto, quando praticais
o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus”
(I Pedro 2.20). Pedro instrui que: “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-
vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1 Pedro 2.21).
O AMOR É BENIGNO
O amor promove o bem e a bondade. Onde há amor há produção de bons frutos e
a benignidade se torna presente; aí, jamais haverá lugar para o mal. Quem é benigno
não peca contra o outro, não o ofende e não o violenta. O cristão benigno “é como a
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árvore plantada junto as correntes das águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Salmo
1.3). Tito 3.4, une benignidade e amor nos atos de Deus: “Quando, porém, se
manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”.
O AMOR NÃO ARDE EM CIUMES, NÃO É INVEJOSO
O amor valoriza o outro. Não tem ciúmes da graça especial que foi concedida ao seu
irmão. Não entra em disputas procurando tirar para si o que pertence ao seu próximo.
Tiago 4.2 admoesta que: “no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com
as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus”. O amor busca a glória de
Deus, o crescimento dos irmãos e a edificação do corpo de Cristo no mundo – a igreja.
Onde há ciúmes e inveja o amor se desfaz Quantos matrimônios se dissolvem
pelo ciúme! Provérbios 14.30, afirma: “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja
é a podridão dos ossos”, isso significa que a inveja desintegra as estruturas do corpo
humano, o que ocorre onde o amor não se faz presente.
AMOR NÃO SE UFANA, NÃO SE ENSOBERBECE
O amor é humilde. Nunca aponta para si mesmo. Não busca destaque, não espera
recompensas pelo que faz, quer, sim, em tudo, agradar ao Pai. Quão facilmente nós nos
enchemos de nós mesmos e buscamos de alguma forma destacar o que fazemos, o que
dizemos, supervalorizamos o que nos pertence. Os pais da igreja – homens sábios, que
mantiveram a fé pura em Cristo, nos primeiros séculos da era cristã, escreveram que:
”sem humildade não se adquire qualquer outra virtude”. Uma das características de
Jesus é a sua humildade. Dele a palavra diz que: “a si mesmo se esvaziou, assumindo a
forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”.
(Filipenses 2.7,8).
O AMOR NÃO SE CONDUZ INCOVENIENTEMENTE
O amor busca o padrão de excelência, busca o que é melhor, o que convém, além do
que seria obrigatório. Ser maduro espiritualmente é buscar o melhor para o Reino de
Deus e, em tudo que somos ou fazemos, seja para agradar a Deus. O amor procura se
expressar com atenção e carinho. Está sempre disposto a fazer mais do que o necessário.
Ele, jamais, é regido pela lei do “menor esforço”. O amor não domina, não força, não
embaraça. Expressa atenção e carinho. Está pronto a caminhar a segunda milha, em
doar a sua própria capa (segundo Mateus 5.40).
O AMOR NÃO PROCURA OS SEUS INTERESSES
Essa é a essência do amor ágape, que contraria visceralmente a natureza pecaminosa
do homem. O amor aniquila o egocentrismo. O pecado nos obriga, o tempo todo, a
olharmos para nós mesmos, para nossas cobiças, necessidades, sonhos desmedidos e
pretensões. Ao contrário disso Jesus ensina: “quem perder a vida por minha causa achá-
la-á” (Mateus 16.25). A vida cristã nos proporciona a experiência de entregarmos nas
mãos de Deus todos os cuidados de nossa vida e dedicar-nos, inteiramente,
em servir aos outros.
O AMOR NÃO SE EXASPERA NÃO SE RECENTE DO MAL
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Exasperar-se é irritar-se ao máximo; é encolerizar-se. O cristão maduro eliminou de sua


vida esses sentimentos causadores de ira, de ressentimento, de magoa e de vingança.
Ele cumpre o que Colossenses 3.12-14 diz: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade,
de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente,
caso alguém tenham motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos
perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é
o vínculo da perfeição”.
A amargura é um veneno que contamina o espírito, a alma e o corpo. E é ainda mais
perigosa quando ela nasce de injustiças verdadeiras e queixas procedentes. Quando nos
damos o direito de guardar as nossas amarguras, pecamos contra a santidade e contra
a bondade de Deus e, até mesmo contra a saúde do nosso corpo.
O AMOR NÃO SE ALEGRA COM A INJUSTIÇA, MAS REGOZIJA-SE COM A VERDADE
O amor nunca está em contradição com a verdade. Não podemos ser permissivos em
nome do amor, isso fere a verdade. A igreja é edificada “seguindo a verdade em amor”,
ensina Efésios 4.15. Quem imagina expressar amor sacrificando a verdade, demonstra
um sentimento carnal, isso não é amor que vem de Deus a nós. E, quem
deseja ministrar verdade sem amor torna-se hipócrita. No livro de Apocalipse o anjo de
Deus admoesta sobre os dias finais e pede: “o justo continue na prática da justiça” – e
para o que é indigno diz: “enquanto o imundo continue imundo”. (22.11),
O AMOR TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA
O amor não conhece limites em sua expressão em favor do outro. Ele não se preocupa
com o quanto já esperou, o quanto suportou ou quanto perdoou. Sua expressão não se
apaga diante das injustiças. Ele se nutre na misericórdia de Deus para continuar
sofrendo, crendo, esperando, suportando e perdoando.
Para o cristão maduro o perdão é incondicional, ele oferta sem esperar receber nada;
ele ama os inimigos, cumprindo a lei de Jesus: “amai os vossos inimigos e orai pelos que
vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste” (Mateus 5.44,45). Jesus
assim viveu e nos deixou o exemplo que necessitamos ver e praticar, exatamente, como
ele o fez.

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