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faz parte. Quanto mais maduro for o discípulo, mais útil será à comunidade dos santos.
A igreja do Senhor Jesus, para “o desempenho de seu serviço” e para a sua “edificação”,
necessita de pessoas maduras. Vejamos o que caracteriza um cristão maduro.
1) Tem uma firme convicção de sua fé e está pronto a lutar por ela
O testemunho pessoal de Paulo é este: “sei em quem tenho crido e estou certo de que
ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (I Timóteo 1.12). Nesse
mesmo texto, poucas linhas antes, ele exorta a Timóteo: “Não te envergonhes, portanto,
do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário,
participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus” (v
8). Ser maduro na vida cristã é ter convicções firmes naquele em quem cremos. Nós
podemos fazer essa mesma afirmação do apóstolo? Sabemos em quem temos crido? É
a convicção firme que nos sustentará no testemunho que precisamos dar ao mundo em
que vivemos. A nossa fé, bem firmada em nosso coração, nos habilita a estar firmes
diante de oposições, rejeições, perseguições e descriminações, motivadas por nosso
testemunho. Atos 11 trás uma longa relação de crentes que sofreram pela fé e conclui
dizendo que eles foram: “homens dos quais o mundo não era digno”. Por que motivo
não eram dignos do mundo? Por manterem uma convicção inabalável, uma fé
inquestionável, propósitos firmes e um testemunho vivo diante de um mundo
em trevas.
Quando Jesus pede aos discípulos: “sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai
celeste” (Mateus 5.48), é preciso que levemos isso a sério e lutar para corresponder a
esse mandamento. Se não buscamos crescer em direção à perfeição o Espírito Santo não
operará em nossa vida cristã, então, mudanças não ocorrem, não progrediremos na
direção do propósito que de nós foi requerido alcançar. Dessa forma a vida cristã fica
estagnada. Não experimentaremos o poder de Deus operando mudanças em nossa vida,
pois, as dúvidas e as incertezas sobre as verdades eternas, debilitam o nosso vigor
espiritual.
2) Está fundamentado e se exercita na prática da verdade
A epístola aos Hebreus diz: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que,
pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas
também, o mal” (Hebreus 5.14). Não é suficiente o ensino que recebemos, é preciso
praticá-lo. A constante prática da verdade, o exercício dos fundamentos da fé e
a formação de hábitos que reflitam a vontade e o caráter de Deus, asseguram o alcance
da maturidade espiritual. Os Pais da Igreja, nos primeiros séculos da era cristã,
chamavam a isso por ”disciplina espiritual”; o que requer tempo, esforço e dedicação.
Jesus é a pérola preciosa e o Reino é um tesouro oculto, valores inquestionáveis, que
precisamos nos apropriar deles. Para alcança-los, visando a nossa maturidade,
precisamos bater, pedir, buscar, como ensina o nosso Mestre: “Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Mateus 7.7). Peçamos capacitação e ela nos
serão dada; batamos à porta em busca de forças para prosseguir e elas nos serão
concedidas; busquemos a graça fortalecedora de Deus para prosseguir na jornada, e a
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acharemos imediatamente. Nesse sentido, não se alcançam vitórias por um acaso, mas
através de uma prática da verdade e com uma decisão de vivê-la. Em Mateus 28.18-20
Jesus mostra que o processo do discipulado implica em “ensinar a guardar todas as
cousas que vos tenho ordenado”. Portanto, não basta aprender o ensino, é preciso
guardá-lo, o que significa praticá-lo. O resultado disso não é um diploma, mas, uma
qualidade de vida que reflete a presença daquele que vive em nós.
3) É aperfeiçoado pelas provações, e tem seu caráter provado nas tribulações
Tiago ensina: “Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes
por provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada,
produz perseverança. Ora a perseverança deve ter uma ação completa, para que sejais
perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tiago 1.2-4).
O culto ao prazer no mundo de hoje produziu uma geração incapaz
de suportar adversidades, atribulações, provações. A alta incidência de pessoas
deprimidas, em nossos dias, provavelmente, esteja, em grande parte, no fato de que
elas não foram preparadas para enfrentar os fracassos, as frustrações, as perdas e os
revezes que a vida trás. Infelizmente, muitos meios evangélicos divulgam a moderna
teologia, não bíblica, da prosperidade e da vida sem problemas, com promessas de
soluções fáceis, sem que a pessoa precise lutar e se esforçar por uma mudança radical
de vida, através de um contínuo amadurecimento aos pés do Senhor Jesus Cristo. Não
estão pregando o evangelho do Reino que trás a visão de que é somente em Cristo
encontramos a graça que nos faz vitoriosos sobre os insucessos, derrotas, malogros e
reveses de cada dia.
O caminho do aperfeiçoamento dos santos, necessáriamente, envolve o aprender a
suportar com paciência as adversidades e provações da presente vida. Jesus advertiu
aos discípulos: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo” (João 16.33). Um discípulo incapaz de suportar sofrimento e provação é inútil
para o serviço de Deus. Entretanto, aquele que é capaz de manter louvor e gratidão a
Deus no meio dos problemas e lutas, desfrutará de uma privilegiada comunhão com ele
e, com isso, estará se conformando com a sua imagem. Esse crescerá na fé e se
aperfeiçoará.
4) Tem comunhão com os irmãos na fé e conhece o zelo que Deus tem com a unidade
da Igreja
A comunhão espiritual entre os discípulos precisa ser convergente para a pessoa de
Cristo. Quando, na família da fé, tudo converge para ele há concórdia, conciliação,
entendimento e harmonia. Na vida cristã comunitária é importante que tudo convirja
para Jesus. Sendo ele a cabeça do corpo – a igreja – e, se os membros do corpo
correspondam à sua vontade, haverá harmonia nas expressões do corpo. O discípulo
maduro se relaciona e trabalha junto com seus irmãos na fé, mesmo que eles sejam
diferentes uns dos outros e, até mesmo, com os que, pessoalmente, não lhe são
simpáticos. Deus se agrada e espera a perfeita unidade daqueles que, na glória,
comporão a família eterna. Na comunhão cristã não pode haver melindres, pois, todos
são um em Cristo e, consequentemente, buscam, em primeiro lugar, fazer a vontade de
Deus e não as suas preferências pessoais.
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A exortação de Romanos 15.1-3 é: ”Ora, nós que somos fortes devemos suportar as
debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. Portanto, cada um de nós,
agrade ao próximo no que é bom para a edificação. Porque também Cristo não se
agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajavam caíram
sobre mim”. Se nós somos maduros não entramos em debates e dissensões, antes,
somos edificados na diversidade de dons e ministérios, sem perder a unidade.
5) Não é levado por aparências externas, nem por desejo de destaque pessoal, se
submete aos outros e assume responsabilidades
O caminho do aperfeiçoamento dos santos implica submissão ao ministério e dons dos
irmãos. Para alcançarmos o alvo que nos foi proposto, é preciso que valorizemos a
contribuição que cada um tem para a edificação de todos.
A medida com a qual valorizamos os dons e talentos dos irmãos revela o grau de
crescimento que já alcançamos. É infantilidade querer ser superior e aparentar
maturidade aos demais. O discípulo maduro é capaz de valorizar as manifestações,
mesmo simples, dos demais irmãos. Ele não anda ansioso para ser edificado por coisas
“espetaculares”, pelo contrário, ele vê no crescimento do irmão, no testemunho que o
outro dá, na alegria que vem da comunhão, na participação da mutualidade e de tantas
outras coisas simples que a vida dos irmãos apresenta e podem edificá-lo.
Para crescer é necessário que submetamos as nossas habilidades e dons á serviço do
corpo. Em Romanos 12.3-8 o texto, discorre sobre a vida da igreja e ressalta que
ninguém deve pensar de si mesmo além do que convém. Ninguém pode achar que é tão
espiritual, ou tão abençoado, que não necessite de se edificar com os dons e
os frutos do Espírito que são presentes nos irmãos.
6) É submisso a Deus e a Sua vontade
Maturidade espiritual é sujeitar-se aos propósitos de Deus. É deixar que o Senhor o envie
e não ser enviado por a si mesmo. É se submeter à Palavra e à verdade que ela
apresenta, sem nenhuma contestação, pois ela é “o dom perfeito (…) descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudanças” (Tiago 1.17). É
sacrificar os desejos de seu eu; é apresentar o seu corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o culto racional que ele espera dos seus. É não se conformar
com este século, mas transformar-se pela renovação da mente, tal como ensina Paulo
em Romanos 12.1,2.
Finalizando, apenas enumero a sétima característica do cristão maduro: O CRISTÃO
MADURO EXPRESSA O AMOR MISERICORDIOSO E SACRIFICIAL DO PAI. Esse assunto
desejo traze-lo quando tiver oportunidade.
7) Busca aperfeiçoar-se no amor
Quando nós nascemos de novo para a vida em Cristo, nós nos tornamos membros da
família de Deus. Como iniciantes, precisamos aprender a linguagem da nossa nova
família. O amor é a língua oficial da família de Deus. Sem a linguagem do amor não há
verdadeira comunicação com o nosso Pai Celestial, nem com nossos irmãos dessa
família. Na antiga linguagem – a do reino das trevas – nós usávamos o dialeto
da inimizade, da desconfiança, da insegurança, do egoísmo, da não aceitação do outro.
Essas palavras se tornavam armas, escudos, lança conta o próximo e nunca construíam
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árvore plantada junto as correntes das águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Salmo
1.3). Tito 3.4, une benignidade e amor nos atos de Deus: “Quando, porém, se
manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos”.
O AMOR NÃO ARDE EM CIUMES, NÃO É INVEJOSO
O amor valoriza o outro. Não tem ciúmes da graça especial que foi concedida ao seu
irmão. Não entra em disputas procurando tirar para si o que pertence ao seu próximo.
Tiago 4.2 admoesta que: “no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com
as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus”. O amor busca a glória de
Deus, o crescimento dos irmãos e a edificação do corpo de Cristo no mundo – a igreja.
Onde há ciúmes e inveja o amor se desfaz Quantos matrimônios se dissolvem
pelo ciúme! Provérbios 14.30, afirma: “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja
é a podridão dos ossos”, isso significa que a inveja desintegra as estruturas do corpo
humano, o que ocorre onde o amor não se faz presente.
AMOR NÃO SE UFANA, NÃO SE ENSOBERBECE
O amor é humilde. Nunca aponta para si mesmo. Não busca destaque, não espera
recompensas pelo que faz, quer, sim, em tudo, agradar ao Pai. Quão facilmente nós nos
enchemos de nós mesmos e buscamos de alguma forma destacar o que fazemos, o que
dizemos, supervalorizamos o que nos pertence. Os pais da igreja – homens sábios, que
mantiveram a fé pura em Cristo, nos primeiros séculos da era cristã, escreveram que:
”sem humildade não se adquire qualquer outra virtude”. Uma das características de
Jesus é a sua humildade. Dele a palavra diz que: “a si mesmo se esvaziou, assumindo a
forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”.
(Filipenses 2.7,8).
O AMOR NÃO SE CONDUZ INCOVENIENTEMENTE
O amor busca o padrão de excelência, busca o que é melhor, o que convém, além do
que seria obrigatório. Ser maduro espiritualmente é buscar o melhor para o Reino de
Deus e, em tudo que somos ou fazemos, seja para agradar a Deus. O amor procura se
expressar com atenção e carinho. Está sempre disposto a fazer mais do que o necessário.
Ele, jamais, é regido pela lei do “menor esforço”. O amor não domina, não força, não
embaraça. Expressa atenção e carinho. Está pronto a caminhar a segunda milha, em
doar a sua própria capa (segundo Mateus 5.40).
O AMOR NÃO PROCURA OS SEUS INTERESSES
Essa é a essência do amor ágape, que contraria visceralmente a natureza pecaminosa
do homem. O amor aniquila o egocentrismo. O pecado nos obriga, o tempo todo, a
olharmos para nós mesmos, para nossas cobiças, necessidades, sonhos desmedidos e
pretensões. Ao contrário disso Jesus ensina: “quem perder a vida por minha causa achá-
la-á” (Mateus 16.25). A vida cristã nos proporciona a experiência de entregarmos nas
mãos de Deus todos os cuidados de nossa vida e dedicar-nos, inteiramente,
em servir aos outros.
O AMOR NÃO SE EXASPERA NÃO SE RECENTE DO MAL
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