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Fundamentos da Educação Cristã – Profª Cynthia M.

Soares

Aula 2 – Bases Bíblicas da Educação Cristã

“Temos, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se é profecia, seja
segundo a proporção da fé; se é ministério, dediquemo-nos ao ministério; o que ensina
dedique-se ao ensino;” Romanos 12:6,7

Na aula de hoje, vamos discorrer sobre as bases bíblicas para a Educação Cristã bem
como as metas ou objetivos desse ensino.

A verdade bíblica é indispensável para a educação cristã. Aliás, sem a Escritura não
existe educação cristã. Todo o processo educativo da igreja deve estar fundamentado
na palavra. Argumentando sobre a importância da Palavra na educação cristã, Perry
Dows, faz a seguinte observação: Porque é a verdade que santifica e liberta, e porque
a Palavra de Deus é a verdade, uma educação eficaz deve ensinar a Palavra de Deus
(Reis, 2010).

A Bíblia apresenta diversas referências ao ministério do ensino. Começaremos com a


afirmação de GANGEL e HENDRIKS (1999):

Uma filosofia cristã de ensino começa na Bíblia e faz parte do conceito maior de
educação cristã. A Palavra de Deus oferece mais do que o conteúdo do ensino
cristão; fornece também a estrutura filosófica essencial. Questões fundamentais,
como: “Por que ensinar?”; “Que resultados devemos esperar?”; “Quem é o
mediador do ensino cristão?”; “Como devemos ensinar?”; e “A quem devemos
ensinar?” encontram respostas provocativas na Bíblia. Cada ensinador cristão
constrói uma filosofia pessoal de ensino ao entender, correta ou incorretamente,
a estrutura bíblica. Portanto, o desafio permanente de construir uma filosofia
verdadeiramente cristã começa de maneira correta examinando cada parte do
componente fornecido pela Bíblia.

Por isso, é imprescindível termos um bom entendimento da Bíblia e das bases que ela
apresenta para o ensino cristão.

1. Fundamentando o ministério de ensino

Nos relatos da Criação, em Gênesis 1 e 2, encontram-se as linhas mestras do projeto


do soberano criador. Quando Deus criou os seres humanos deu-lhes um imenso
privilégio e responsabilidade de serem seus cocriadores. Diz o texto “Deus os
abençoou, e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;
dominai sobre os peixes do mar... (Gn 1:21). Nesse ato, Deus lhes concedeu um
mandato cultural, educacional e científico. Depois ainda o colocou no Jardim do Éden

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para o cultivar e o guardar. Entretanto, Gênesis 3 registra um fato trágico, complexo e


complicador: o pecado humano (George, 1993).

O ensino cristão, portanto, remonta suas raízes aos primeiros dias do homem na Terra.
Deus começou a ensinar quando colocou uma restrição no comportamento do homem
no jardim do Éden. Depois da queda, a necessidade de ensino aumentou. Pais
piedosos passaram de uma geração para outra cruciais informações espirituais até que
Deus formalizou a responsabilidade dos pais ao ordenar-lhes que ensinassem os filhos
(Dt 6).

— São estes os mandamentos, os estatutos e os juízos que o Senhor, seu Deus,


ordenou que fossem ensinados a vocês, para que vocês os cumprissem na terra em
que vão entrar e possuir,

para que durante todos os dias da sua vida vocês, os seus filhos, e os filhos dos seus
filhos temam o Senhor, seu Deus, e guardem todos os seus estatutos e mandamentos
que eu lhes ordeno, e para que os seus dias sejam prolongados. Deuteronômio 6:1,2

Nesse texto, os mandamentos referem-se aos 10 mandamentos conforme lemos no


capítulo 5 de deuteronômio. Quando aplicamos as palavras de Moisés ao Ministério do
ensino da igreja, obtemos várias ideias sobre o ensinar. O amor a Deus é primordial, e
os pais e os outros adultos devem primeiro guardar os mandamentos se quiserem ter
bom êxito ao ensinar as crianças a fazê-lo. A responsabilidade do ensino começa com
a família, mas continua na comunidade de fé (Griggs, 2015).

Porque a Lei funcionava dentro de uma teocracia, o treinamento espiritual dependia em


grande parte da família, mas também recebia reforço de todo o sistema social,
económico, político e religioso.

Os primeiros versículos do salmo 78 acrescentam informações importantes sobre a


prioridade do ensino. Ele é identificado como um dos Salmos dos grandes atos de
Deus, que, portanto, resumem a história dos atos poderosos de Deus em favor do povo
de Israel. Parece que eram usados com finalidades didáticas ou para o ensino, a fim de
ajudar o povo a aprender a recordar-se do que Deus havia feito em seu favor.

Meu povo, escute a minha lei; dê ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei os meus
lábios para proferir parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. O que ouvimos
e aprendemos, o que os nossos pais nos contaram, não o encobriremos a seus filhos;
contaremos à geração vindoura os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas
que fez. Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e
ordenou aos nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova
geração os conhecesse, e os filhos que ainda hão de nascer se levantassem e, por sua
vez, os contassem aos seus descendentes; para que pusessem a sua confiança em
Deus e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os
mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde,
geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus. Salmos 78:1-8
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Nesses oito versículos, você encontrará um bom começo para uma teoria da educação
cristã com respeito aos objetivos e ao conteúdo do ensino. Os objetivos do ensino,
nesse salmo, são comunicar à geração vindoura os gloriosos feitos do senhor:

• Para que seja capaz de falar a seus filhos sobre os gloriosos feitos de Deus;
• Para que coloque sua Esperança em Deus;
• Para que não se esqueça das obras de Deus;
• Para que seja capaz de guardar os mandamentos;
• Para que não seja como os seus antecessores.

Esses objetivos de ensino referidos no Salmo 78 são valiosos para nosso Ministério de
ensino hoje (Griggs, 2015).

2. Objetivo do ensino cristão: A edificação do corpo de Cristo

Já no Novo Testamento, podemos fundamentar os objetivos da educação cristã ao


analisarmos o texto de Efésios 4: 7-16.

E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por
isso diz: “Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos
homens.” Ora, o que quer dizer “ele subiu”, senão que também havia descido até as
regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de
todos os céus, para encher todas as coisas.

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos
santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao
estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não
mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro
por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que
induzem ao erro.

Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,


Cristo, de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio crescimento
para a edificação de si mesmo em amor. Efésios 4:7-16

Conforme Efésios 4.15,16, a edificação do corpo acontece quando cada um de seus


membros realiza seu trabalho sob a direção de Cristo. O trabalho de todos deve ser

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realizado em um ambiente de amor e honestidade. Ademais, o alcance do ministério é


integral, pois devemos crescer “em tudo naquele que é o cabeça, Cristo”. Nenhuma
área da vida humana pode deixar de ser atingida pelo ensino cristão. O que significa,
porém, a edificação do corpo de Cristo? Significa o crescimento de seus membros em
direção à maturidade cristã. E esse é o tema de que nos ocuparemos a seguir.

À luz de Efésios 4.11-14, podemos enumerar as quatro principais características da


maturidade de uma igreja:

• É uma igreja em que os ministros (ordenados e não ordenados) realizam seu trabalho
para o bem de todos (v. 11,12a);

• É uma igreja em que os membros são aperfeiçoados para realizar seus próprios
ministérios. Em outras palavras, é uma igreja em que todos trabalham para o Senhor,
conforme os dons que dele receberam (v. 12);

• É uma igreja que está chegando à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de


Deus, crescendo no conhecimento teológico e na vivência da fé em Deus. Trata-se de
uma comunidade: igreja unida e companheira, em que todos – conforme sua
capacidade e possibilidade – deixam de ser meninos e meninas na fé e se tornam
adultos no conhecimento (v. 13,14);

• É uma igreja que reflete o ser de Cristo em sua vida diária. É, portanto, uma
comunidade que possui as marcas da vida de Jesus Cristo: amor, misericórdia, justiça,
submissão ao Pai, encarnação no mundo, trabalho [...] (v. 14), (Zabatiero, 2009).

Figura 1 – Maturidade Cristã em Efésios (Fonte: Apostila Introdução à Educação Cristã,


Faculdade Unidas).

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O que vale para a igreja como um todo vale para cada um de seus membros
individualmente: um cristão maduro possuirá essas quatro características. É nessa
direção que devemos guiar nossos alunos – e a nós mesmos. Para isso é que existe a
educação cristã, e para isso é que somos professores!

Vamos olhar para o texto de colossenses 1:28-29:

Este Cristo nós anunciamos, advertindo a todos e ensinando a cada um em toda a


sabedoria, a fim de que apresentemos cada pessoa perfeita em Cristo. É para esse fim
que eu me empenho, esforçando-me o mais possível, segundo o poder de Cristo que
opera poderosamente em mim. Colossenses 1:28,29

Em Colossenses 1.28,29, a ênfase de Paulo recai sobre os indivíduos. Através do


ensino e do aconselhamento, Paulo realizava seu ministério a fim de apresentar a Deus
“todo homem perfeito em Cristo”. Ao refletir sobre sua própria vida espiritual, que
marcas da perfeição e da plenitude em Cristo você encontra? De que forma você
pode contribuir para que todos os alunos de sua classe se tornem “perfeitos em
Cristo”?

Uma “dica”: a palavra perfeição, em Colossenses, tem o sentido de completo, inteiro.


Ou seja, não é tanto uma perfeição moral, mas a integridade da vida de fé em Deus
(Zabatiero, 2009).

3. Mais parecidos com Cristo

Cristicidade é um termo que significa, basicamente, a qualidade de ser semelhante a


Jesus Cristo. Cristicidade é, portanto, uma metáfora que tem a ver com a identidade de
cristãs e cristãos que vivem de forma semelhante a Jesus Cristo.

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-28), a fim de ser
representante de Deus na terra e viver no mundo de acordo com a vontade de Deus.
Com o pecado, porém, essa realidade foi alterada de forma tal que já não cumprimos
mais nosso papel de representantes de Deus na terra.

O pecado nos afastou de Deus e de Sua vontade. Da mesma forma, o pecado nos
desumanizou, de modo de cada um tem buscado apenas o seu próprio bem-estar.
Como diz um velho ditado, "o homem é o lobo do homem".

Desumanizados, não cuidamos mais da natureza que Deus nos confiou para dela
vivermos e dela cuidarmos. Não cuidamos mais de nosso próximo somos como Caim
contra Abel. Não cuidamos mais de nossa relação com Deus e fomos escravizados ao
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pecado e sujeitos a ação de Satanás. O pecado, portanto, afetou nosso relacionamento


com a criação, com o nosso próximo e com Deus.

A salvação, por meio da obra redentora de Cristo, tem por objetivo reverter essa
situação de desumanização (Faculdade Unida, 2021). Deus quer restaurar a Sua
imagem em nós por meio de Jesus.

Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha
natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no
espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo
Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. Efésios 4:22-24

Vamos observar mais alguns textos bíblicos que trazem luz sobre o tema:

1Co 11.1: Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.

1Ts 1.6: E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra
em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.

1Pe 2.21: Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por
vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.

1Co 4.16: Rogo-vos, portanto, que sejais meus (Paulo) imitadores.

Ef 5.1:Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados.

Fp 3.17: Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o
exemplo que tendes em nós.

Hb 6.12: ...para que não vos torneis indolentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e
paciência herdam as promessas.

É importante observar que como educadores cristãos temos o dever de sermos


imitadores de cristo, para que o nosso ensino seja confirmado diante dos nossos
alunos/discípulos.

4. Termos usados para se referir ao ensino no Novo Testamento

Como já foi dito, a Bíblia fornece as bases para a educação cristã em diversos textos.
O assunto é amplamente abordado no Novo Testamento sob várias perspectivas.
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Vamos analisar algumas passagens bem como os termos, na língua original, utilizados
pelos autores bíblicos. Segundo Hayes (Citado por Menezes, 2014), há pelo menos as
seguintes palavras no Novo Testamento que denotam o significado de educação:

• Didasko: Termo mais usado no NT para didática. Dois terços das ocorrências
acontecem nos evangelhos e nos atos dos apóstolos. Paulo o usa raras vezes.
Na versão revista e atualizada da Bíblia, a palavra é traduzida por doutrina (At
2:42), ou por ensino (2 Tm 3:16).

E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas


orações. Atos 2:42

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:16,17

• Didaskolos: Significa professor é muito usado para se referir a Jesus Cristo e


Paulo (1 Tm 2:7, 1 Co 12:28; Ef 4:11).

Para isto fui designado pregador e apóstolo — afirmo a verdade, não minto —,
mestre dos gentios na fé e na verdade. 1 Timóteo 2:7

A uns Deus estabeleceu na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar,


profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois, os que
têm dons de curar, ou de ajudar, ou de administrar, ou de falar em variedade de
línguas. 1 Coríntios 12:28

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres. Efésios 4:11

• Paideuo: Um dos verbos mais ricos, que significa “oferecer orientação e


treinamento.” Deriva de um substantivo que quer dizer “pequena criança”. É
usado para referir-se à educação dos pais aos filhos (Ef 6:4) e ao valor da
palavra inspirada por Deus (2 Tm 3:16). O termo é também muito usado na
educação antiga, grega e judaica. Trata-se do ideal comunitário que envolve ao
mesmo tempo educação, cultura, ética e aspirações sociopolíticas.

E vocês, pais, não provoquem os seus filhos à ira, mas tratem de criá-los na disciplina
e na admoestação do Senhor. Efésios 6:4

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça. 2 Timóteo 3:16

Ainda sobre esse termo, há vários textos na Bíblia que apresentam Deus como mestre.
Um deles é o registro das palavras de Paulo a Tito, onde lemos que “a graça de Deus
se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a

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impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e


piedosamente...” (Tito 2.11-12). Nessa passagem bíblica a tarefa educativa é atribuída
à graça de Deus. A palavra grega utilizada por Paulo nesta passagem e traduzida por
“educando-nos”, é a palavra paideuo, de onde se origina as palavras ‘pedagogia’ ou
‘pedagogo’ na língua portuguesa. (Fontes, 2019).

• Katecheo – Palavra rara, usada somente em Lucas (Lc 1:4; At 18:25; 21:21) e
por Paulo (Rm 2:18; 1 Co 14:19; Gl 6:6) para designar instrução ou informação.
As palavras catecismo e catecúmeno derivam daí.

...Para que você tenha plena certeza das verdades em que foi instruído. Lucas 1:4

Ele era instruído no caminho do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e


ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João.
Atos 18:25

Eles foram informados que você ensina todos os judeus entre os gentios a
apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar
segundo os costumes da Lei. Atos 21:21

Se você conhece a vontade de Deus e aprova as coisas excelentes, sendo instruído


na lei; Romanos 2:18

Contudo, na igreja prefiro falar cinco palavras com o meu entendimento, para instruir
os outros, do que falar dez mil palavras em línguas. 1 Coríntios 14:19

Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas
com aquele que o instrui. Gálatas 6:6

• Noutheteo – Significa literalmente “fazer a cabeça”, tendo sido traduzido por


admoestar ou advertir (1 Co 4:14; 10:11; Ef. 6:4; Cl 3:16).

Não escrevo estas coisas para que vocês fiquem envergonhados; pelo contrário, para
admoestá-los como a meus filhos amados. 1 Coríntios 4:14

Estas coisas aconteceram com eles para servir de exemplo e foram escritas como
advertência a nós, para quem o fim dos tempos tem chegado. 1 Coríntios 10:11

E vocês, pais, não provoquem os seus filhos à ira, mas tratem de criá-los na disciplina
e na admoestação do Senhor. Efésios 6:4

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Que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês. Instruam e aconselhem-se


mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus com salmos, hinos e cânticos
espirituais, com gratidão no coração. Colossenses 3:16

• Matheteuo – Significa discipular, verbo importantíssimo que ocorre somente nos


Evangelhos e nos atos dos apóstolos.

• Oikodomeu – Usado no contexto de crescimento espiritual e maturidade,


significando edificar, ou construir (1 Co 3:9; 8.1; 1 Ts 5:11; 1 Pe 2:5).

Porque nós somos cooperadores de Deus, e vocês são lavoura de Deus e edifício de
Deus. 1 Coríntios 3:9

No que se refere às coisas sacrificadas a ídolos, sabemos que todos temos


conhecimento. O conhecimento leva ao orgulho, mas o amor edifica. 1 Coríntios 8:1

Portanto, consolem uns aos outros e edifiquem-se mutuamente, como vocês têm feito
até agora. 1 Tessalonicenses 5:11

Também vocês, como pedras que vivem, são edificados casa espiritual para serem
sacerdócio santo, a fim de oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por
meio de Jesus Cristo. 1 Pedro 2:5

• Paratithemi – Esse verbo quer dizer “expor algo” ou “pôr algo à parte”. Paulo usa
essa palavra sempre que quer “transmitir” algo (1 Tm 1:18 e 2 Tm 2:2)

Esta é a admoestação que faço a você, meu filho Timóteo, segundo as profecias que
anteriormente foram feitas a seu respeito: que, firmado nelas, você combata o bom
combate. 1 Timóteo 1:18

E o que você ouviu de mim na presença de muitas testemunhas, isso mesmo


transmita a homens fiéis, idôneos para instruir a outros. 2 Timóteo 2:2

• Ektithemi – Usado somente em Atos 11:4, 18:26, e 28:23, a palavra significa


explicar algo em ordem lógica. ou simplesmente “expor”.

Então Pedro passou a fazer-lhes uma exposição por ordem, dizendo:. Atos 11:4

Apolo começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando Priscila e Áquila o ouviram


falar, levaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus.
Atos 18:26
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...Então, desde a manhã até a tarde, lhes fez uma exposição em testemunho do Reino
de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela Lei de Moisés como
pelos Profetas. Atos 28:23

• Hodegeo – Significa liderar, conduzir ou indicar o caminho. Judas foi designado


como aquele que conduziu os inimigos de Jesus até ele (Atos 1:16). E o Espírito
Santo é chamado de guia (Jo 16:13).

Irmãos, era necessário que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela
boca de Davi, a respeito de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus. Atos
1:16

Porém, quando vier o Espírito da verdade, ele os guiará em toda a verdade. Ele não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que ouvir e anunciará a vocês as coisas que estão
para acontecer. João 16:13

Perceba como o entendimento desses termos amplia a nossa concepção sobre a


educação cristã. Nas próximas aulas, veremos a prática do ensino no Antigo e Novo
Testamento, bem como o seu desenvolvimento ao longo da história da igreja.

Referências:

FACULDADE UNIDA. Curso Introdução à Educação Cristã. Faculdade Unida Virtual,


Acesso em 2021.
FONTES, Filipe Costa. Apostila Educação Cristã – aula 3. CPAJ, 2019.
GANGEL, Kenneth O. & HENDRIKS, Horward G. Manual de Ensino para o Educador
Cristão. CPAD, 1999.
GEORGE, Sherron K. Igreja ensinadora: fundamentos bíblico-teológico e
pedagógicos da educação cristã. 2 ed. LPC, 1993.
GRIGGS, Donald. Manual do professor eficaz. Editora Cultura Cristã, 2015.
MENEZES, Jonathan. Teologia e Prática da Educação Cristã. FTSA, Londrina,
2014.
REIS, Gildásio Jesus B. dos Reis. Elementos essenciais para o educador cristão.
Apostila para o seminário JMC, 2010.
ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. Novos caminhos para a educação cristã. Hagnos,
2009.

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