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Série de Lições: Atitudes do reino

Lidar com as finanças


INTRODUÇÃO:
A Bíblia tem uma interessante estatística. Cerca de 2000 versículos falam sobre
dinheiro, enquanto apenas 278 discorrem sobre salvação. É algo surpreendente, não?!
Há dez vezes mais espaço para temas relacionados ao dinheiro do que para os ligados
à salvação nas páginas bíblicas. Obviamente, a salvação é a principal razão de existir do
livro sagrado. Esse fato, então, nos mostra a grande importância dada por Deus ao
dinheiro. O SENHOR sabe como o dinheiro é fundamental para a vida humana e como
ele pode ser uma benção ou uma maldição. Tendo isso em vista, a lição de hoje
apresentará três tópicos que expressam o ponto de vista de Deus sobre o dinheiro,
com o objetivo de alinhar nossas vidas com a perspectiva dEle sobre isso, de modo a
termos uma vida bem-aventurada (cf. Sl 128.1).

1. TUDO O QUE TEMOS E PODEMOS VIR A TER PERTENCE A DEUS.


A Bíblia é muito taxativa quando ensina que Deus é o dono da terra e de tudo o que
nela há. Ela diz: “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e
os que nele habitam” (Sl 24.1). Apesar de ter dado ao homem autoridade para
governar a terra (cf. Gn 1.26-28), o SENHOR não deixou de ser o seu proprietário. Isso
poderia ser dito, em termos jurídicos, da seguinte maneira: Deus possui o direito de
posse da terra e concedeu ao homem o seu usufruto. Sendo assim, tudo o que temos e
podemos vir a ter não nos pertence, mas ao SENHOR. Quanto ao dinheiro, isso é
explícito: “Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ag 2.8). Jó
demonstrou entender bem isso ao declarar: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu
voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!” (Jó
1.21). Para Jó, o SENHOR podia lhe dar e lhe tirar os bens quando bem quisesse, pois
Ele é o dono de tudo. O que conquistamos, então, através do nosso trabalho, esforço e
dedicação, na verdade, nos é dado por Deus, direta ou indiretamente. A Bíblia diz: “O
homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo 3.27); “Toda
boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17);
“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me
adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o
que te dá força para adquirires riquezas” (Dt 8.17,18).
Tendo isso em vista, a nossa postura para com as riquezas deve ser como a de um
mordomo. Nos filmes, podemos perceber bem qual é o papel de um mordomo: ele
administra a casa e os bens de uma outra pessoa. Apesar de estar cercado de riquezas
e ter acesso a elas, o mordomo é um empregado, que tem que prestar contas de tudo
o que faz ao seu patrão. José é um exemplo bíblico disso. Diz o texto sagrado: “Potifar
tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de
nada sabia, além do pão com que se alimentava” (Gn 39.6). Como mordomos de Deus,
devemos administrar bem o que Ele tem colocado em nossas mãos, de modo a
recebermos dEle a sua confiança e sermos classificados como servos bons e fiéis (cf.
Mt 25.21).

2. DEUS QUER QUE TENHAMOS DINHEIRO, MAS, TAMBÉM, QUE


SAIBAMOS USÁ-LO.
“Deus quer que tenhamos dinheiro”. Por causa da Teologia da Prosperidade, essa frase
pode gerar desconforto ou idéias errôneas. Essa teologia afirma, basicamente, que é
da vontade de Deus que todos os seus filhos gozem de prosperidade plena em todos
os aspectos de suas vidas nesta terra. Sendo assim, crente abençoado é aquele que
tem o melhor emprego, um carro do ano (ou vários), um apartamento no bairro mais
caro da cidade, uma saúde perfeita, etc. Uma posição equilibrada quanto a isso é o
ideal. Deus não é contra sermos bem-sucedidos financeiramente (a Bíblia nos dá dois
bons exemplos de homens prósperos, Jó e Abrão, cf. Jó 1.1,3 e Gn 13.2), mas, por
outro lado, Deus não tem essa prosperidade para todos os seus filhos. Deus sabe que
precisamos de dinheiro para viver (cf. Mt 6.31,32) e tem como alvo que aprendamos a
viver contentes em toda e qualquer situação (cf. Fp 4.11-13) e confiantes em sua
provisão.
Se Deus quer que tenhamos dinheiro por um lado, por outro, ele também deseja que
saibamos como usá-lo. Diz Paulo a Timóteo: “Exorta aos ricos do presente século que
não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza,
mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que
pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir”
(1Tm 6.17,18). Conforme o texto, Deus nos dá em abundância para a nossa satisfação
e para praticarmos o bem, o que pode ser classificado como usar com virtude o
dinheiro.
Como usar bem o dinheiro que temos? A Bíblia nos dá algumas orientações quanto a
isso:

a. SEJA FIEL NA ENTREGA, A DEUS, DOS DÍZIMOS E DAS OFERTAS . “Honra ao


SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9);
“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ml 3.10).

b. SUPRA AS NECESSIDADES BÁSICAS DA FAMÍLIA . “Ora, se alguém não tem


cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior
do que o descrente” (1Tm 5.8). Essa é uma dura palavra do apóstolo Paulo. O
crente que não usa o seu dinheiro para prover o necessário para sua família,
deixando-a em falta, vive como se não conhecesse a Deus e tem uma atitude
que ultrapassa em maldade as de um ímpio. O dinheiro que temos deve ser
investido para suprir as necessidades básicas da nossa família.

c. PAGUE AS CONTAS PONTUALMENTE. “Pagai a todos o que lhes é devido: a


quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto (...). A ninguém fiqueis devendo
coisa alguma” (Rm 13.7,8). A Bíblia claramente orienta os crentes a honrarem
seus compromissos financeiros de modo a não terem nenhuma dívida por falta
de pagamento de uma conta.
d. DÊ AO NECESSITADO. “Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando
na tua mão o poder de fazê-lo. Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã;
então, lhe darei, se o tens agora contigo” (Pv 3.27,28). Procure perceber e
atender as necessidades daqueles que estão à sua volta. Se você pode ajudar
uma pessoa necessitada, faça isso sem hesitar.

e. PLANEJE SEUS GASTOS. “Quem planeja com cuidado tem fartura, mas o
apressado acaba passando necessidade” (Pv 21.5, NTLH). Aqui está o princípio
do orçamento. A questão não é quanto você ganha, mas como gasta o que tem.
Quanto a isso há uma frase interessante: “Pessoas gastam o dinheiro que não
possuem para comprar coisas de que não necessitam para impressionar
pessoas que não conhecem”. Fazendo um orçamento, você estará pensando
antes de gastar, ou seja, antecipando para onde irá o seu dinheiro, ao invés de,
depois, tentar descobrir onde ele foi parar.

e. POUPE PARA O FUTURO. “O homem sensato tem o suficiente para viver na


riqueza e na fartura, mas o insensato não, porque gasta tudo o que ganha” (Pv
21.20, NTLH). A sabedoria está em poupar para o futuro, pois não sabemos que
tempos virão. Isso não significa não confiar em Deus, pois não é uma atitude de
ansiedade quanto ao futuro. Por ter sabiamente poupado, José livrou o Egito
da miséria em tempos de escassez e ainda ajudou outros povos (cf. Gn 40).

3. NÃO DEVEMOS AMAR O DINHEIRO.


O dinheiro não é um fim em si mesmo, mas um meio. Não devemos viver com o
objetivo final de ganhar dinheiro. Isso apontaria um desvirtuamento em nosso
coração. Quando o dinheiro é o alvo principal, ele deixa de ser servo e passa a ser
senhor. Quanto a isso, Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há
de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro.
Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). Ser servo do dinheiro é algo possível
e interfere drasticamente em nosso relacionamento com Deus. Jesus também disse no
mesmo texto: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21).
Em outras palavras: o nosso coração está naquilo a que damos muito valor. A Bíblia
adverte muitas vezes sobre o perigo do amor ao dinheiro. “O amor ao dinheiro é raiz
de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se
atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10); “Quem ama o dinheiro jamais dele se
farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda; também isto é vaidade” (Ec
5.10,11). Eis alguns outros malefícios que o amor ao dinheiro pode trazer:
1. Pode nos levar a esquecermo-nos de Deus (cf. Pv 30.7-9; Dt 8.12-18);
2. Pode nos levar a parar de confiar em Deus (1Tm 6.17; Jó 31.24,25; Pv 11.28);
3. Pode nos levar a roubar de Deus (cf. Ml 3.8-10). Por isso não há como servirmos a
Deus e às riquezas! Não há como amar um e não desprezar o outro!
A atitude recomendada pela Bíblia é o contentamento com o que se tem. “De fato,
grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido
para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos
vestir, estejamos contentes.” (1Tm 6.6-8). E ainda: “Seja a vossa vida sem avareza.
Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te
deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13.5). Sendo assim, devemos sondar os
nossos corações e averiguar o lugar que o dinheiro tem ocupado, se temos vivido com
sede e fome dele, ou se estamos contentes e satisfeitos com o que temos recebido do
SENHOR.

CONCLUSÃO:
O dinheiro não é um tema secular, não relacionado ao nosso relacionamento com
Deus. Aliás, nada em nossas vidas é secular! Tudo está ligado a Deus! Sendo assim,
como você administra e enxerga os seus bens é do interesse de dEle. Como está a sua
vida quanto a isso? Você está plenamente de acordo com os três tópicos abordados? O
que precisa ser mudado? Você está disposto a isso? Viver de acordo com os princípios
de Deus, atrai suas bençãos para nós (cf. Dt 28.1,2).

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