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MÓDULO 1 – REINO DE DEUS


Aula 11 – Finanças e o Reino de Deus
IGREJA MISSIONÁRIA PORTAIS ETERNOS
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AULA 11 – Finanças e o reino de Deus

Finanças ou recursos?
Falar desse assunto normalmente assusta alguns cristãos hoje em dia pois acabou se tornando
um dos “pilares” (o que não deveria nunca ter se tornado) do cristão que é o dinheiro. Não há problema
algum em ter dinheiro, o problema é o dinheiro ter o nosso coração. Porque se ele o tem, ele é nosso
Senhor.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou


se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

Mateus 6:24

Esse problema na verdade gira em torno de sermos direcionados em nossa vida tendo como o
quanto temos de recurso financeiro em nossas mãos. Para o reino de Deus, nosso dinheiro não pode
trazer segurança ele tem que trazer um propósito. Seja esse propósito algo pessoal, seja na nossa
família ou no reino de Deus, na vida dos irmãos.

A visão de Deus nunca foi nos dar base por nossas finanças e isso acontece por causa da sua
visão sobre o que ele nos dá. Para Deus, não há diferença alguma entre dinheiro, oração ou jejum. Isso
porque tudo o que Ele nos deu é visto por Ele como recursos que devem ser aplicados ao reino de
Deus. Dessa forma, a oração é um recurso que move o reino de Deus assim como o dinheiro também
é um recurso que move o reino de Deus. Por essa razão, Deus não gosta mais de nós quando somente
oramos ou quando somente dizimamos ou quando somente jejuamos. Deus se agrada quando usamos
todos os recursos que a nós nos foi concedido para um propósito definido de forma correta. Se for
oração, que ore por alguém a favor do reino de Deus. Se for jejum, que jejue por alguém a favor do
reino de Deus. Se for dinheiro, que o use a favor também no reino de Deus. Tudo o que Deus nos dá
deve ter um propósito, deve ter um fim e normalmente esse fim nunca é para proveito somente de
apenas uma pessoa. Deus não trabalha numa visão singular ele sempre visa a pluralidade. Sempre que
Deus nos dá algo, certamente não é para termos e sim para fazermos.

A visão singular de Deus sobre os recursos nos direciona a entender que não é por fazer alguma
coisa de forma mais frequente que a outra que vamos conseguir a atenção de Deus e nem muito menos
provar a ele que somos bons administradores daquilo que recebemos e que merecemos mais.

É interessante notar que quem usa mal suas finanças e aqui não estamos falando do dízimo
mas literalmente do mal uso no geral, tem a ideia que os 10% nos dá licença para fazer o que queremos
com os 90%. Isso é um grande engano! Pois não é somente 10% que pertence a Deus mas sim os 100%.
Do que adiantaria dar os 10% a Deus e 30% dos 90% restantes forem gastos com adultério, bebidas e
vícios? Como Deus olharia isso? Como Deus prosperaria alguém dessa forma?

A visão de Deus como recursos é tão forte que fica claro perceber que dinheiro, oração e jejum
são para ele a mesma coisa. Uma forma de entender isso é prestar bastante atenção no uso desses
recursos em nossa vida. Se oramos pouco, certamente jejuamos pouco e isso vai fazer com que
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venhamos a investir pouco no reino de Deus. Porém, se oramos muito, certamente jejuaremos muito
pois a oração vai levar ao jejum. Já a oração e o jejum juntos irá nos levar ao lugar dos desejos de Deus
e onde exatamente iremos investir nossas finanças no reino de Deus. Estamos falamos aqui além do
fundamento básico de todo cristão que é o dizimo.

Saber o que fazer com os recursos é extremamente importante pois mesmo que um dia você
chegue a ser milionário, o mau uso do seu dinheiro pode ir contra aquilo que Deus está fazendo. Dessa
forma, o seu dinheiro pode atrapalhar drasticamente a obra de Deus causando prejuízo e nenhuma
construção no reino de Deus. Esse é o problema da boa vontade do homem atrapalhando a perfeita
vontade de Deus. Pode parecer estranho mas finanças aplicadas ao reino de Deus a favor de alguém
no tempo errado é comprar briga com o próprio Deus. Como gostamos de dar exemplo para que tais
coisas fiquem claras, veja esse exemplo: Supondo que um grande amigo seu está em dificuldade
financeira e você tem recursos para ajudá-lo. Se tratando de reino de Deus, você, como bom cristão,
iria tentar ajudá-lo sem notar que poderia ser o próprio Deus que colocou seu amigo nessa situação
para que ele possa entender algumas coisas e consertar outras. Nesse cenário, seu dinheiro sendo
entregue a seu amigo expressa sua boa vontade atrapalhando a perfeita vontade de Deus. Ter recurso
financeiro sem saber como usá-lo é o mesmo que atrapalhar aquilo que Deus deseja fazer. Aqui
entendemos que Deus não dará recursos financeiros para quem não entende e não obedece a vontade
sua vontade.

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos


caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.”

Isaías 55:8

O versículo acima expressa claramente nosso papel com relação aos recursos que ele nos dá.
A melhor forma de usá-los é primeiramente descobri qual é o pensamento de Deus sobre determinado
momento e não sair fazendo e logo em seguida pedindo que Deus abençoe o ato.

Entenda suas finanças como um cofre que fica sempre aberto para as mãos do Senhor. Ele
entre e pega quanto quer e dá quem quer no tempo que quer. Mas porquê? Porque o cofre é dele e é
ele mesmo o responsável por enche-lo. A quantidade de recursos que o cofre conterá é proporcional
ao tanto de liberdade que as mãos dele tem de acessá-lo.

Uma visão no singular


“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja
lugar suficiente para a recolherdes.”

Malaquias 3:10

Esse versículo tem sido um dos suportes para a questão de dízimos nas igrejas no geral. Não
há nada de errado com ele mas uma má interpretação sobre ele pode nos levar a uma vida que gira
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em torno somente do que Deus pode fazer por mim em troca do que eu posso fazer a ele. O termo
pregado hoje quase como jargão nas igrejas é “traga seu dízimo que Deus abençoará você, faça prova
dele irmão! Está escrito lá, podem conferir!” isso traz um sentido de troca e uma visão singular que
nós diz: “Se EU levei o meu dízimo Deus ME abençoa para que EU e somente EU possa ter uma vida
com abundância” sem ao menos nos tocarmos que o reino de Deus não tem nada a ver com o eu mas
sim com o “nós”.

Se esse pensamento é formando em nós, consequentemente um estilo de vida egoísta que


visa o evangelho como prosperidade pessoal é imposto a nós e acabamos por vive-lo sem percebemos
que apesar de prósperos não movemos em nada no reino de Deus. Finanças pessoais no reino de Deus
somente como bom testemunho de benção de Deus não move o reino de Deus no sentido prático. Se
nossas finanças pessoais não são vistas a favor do reino de Deus, para sempre entregaremos nosso
dízimo e nossas ofertas com intuito exclusivamente pessoal em favor de uma prosperidade que gira
em torno de nós mesmos.

Entenda aqui que estamos sim dizendo que todas as suas finanças devem girar em torno do
reino de Deus. Mas na verdade, o que significa isso? Que todo seu dinheiro deve ir para ofertas e
dízimo? Claro que não! Isso não é um bom modelo de finanças no reino de Deus. O modelo correto de
finanças no reino de Deus é saber usar suas finanças a seu próprio favor, em favor da nossa família,
em favor dos nossos filhos, em favor dos nossos irmãos em Cristo, em favor das obras que o Senhor
deseja na terra. Isso é aplicar as finanças em favor do Reino de Deus, isso é sair do singular e ir para o
coletivo de Deus. O reino de Deus está em nossa vida, em nossa família, em nossos filhos e em nossos
irmãos e a todas essas coisas nossas finanças devem ser aplicadas.

O perigo dessa visão singular em nós como um estilo de vida é que podemos nunca sermos
abençoados da forma como Deus gostaria que fosse. Isso porque tudo que é feito seguindo a Bíblia
sem uma revelação em nosso interior não produz fruto e nem uma ação correta mas produz algo que
é mecânico e sem vida. A vida nas nossas ações vem pela revelação do que lemos e entendemos no
espírito. Uma mulher entendeu isso e Jesus logo a viu.

“Sentando-se Jesus em frente do gazofilácio, observava como o povo deitava ali o


dinheiro. Ora muitos ricos deitavam grandes quantias; mas vindo uma pobre viúva,
deitou duas pequenas moedas, que valem um quadrante. Chamando seus
discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais no
gazofilácio que todos os ofertantes, porque estes deram do que lhes sobrava; ela,
porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, tudo o que tinha para o seu
sustento.”

Marcos 12:41-44

Entenda que a questão não é o dar e receber mas sim o entender, o fazer e o aplicar. O
entender relaciona-se com o porquê estou fazendo, qual a motivação do meu coração para fazer. O
fazer relaciona-se com tornar público o que eu entendi e o aplicar relaciona-se a manifestação do
reino de Deus através de mim. Claramente falando, isso significa sair da visão singular do Eu e ir para
visão do NÓS. Significa que Eu saio do que é meu para entrar no que é nosso saio do que é meu para
entrar no que é coletivo! Nessa questão sempre vamos receber no singular e desfrutar no coletivo.
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Uma visão no plural


“Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em
aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com
ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e
de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e
Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais
lhe prestavam assistência com os seus bens.”

Lucas 8.1-3

Nesse versículo vemos claramente um pensamento coletivo relacionado aos bens que estão
ligados a uma visão. Suzana e as outras mulheres que ajudavam tinham não somente um pensamento
coletivo mas uma visão única. Isso quer dizer que é impossível manifestar o reino de Deus com nossos
bens apenas tendo um pensamento coletivo pois o que move na prática nossos recursos no reino de
Deus é o entendimento da visão única. A visão vai unir o pensamento coletivo no propósito de servir.

Uma grande prova disso é o pensamento de concordarmos com o “temos que ajudar” mas
nunca ajudamos. Concordamos com várias coisas, ou seja, pensamos várias coisas do mesmo modo
porém não agimos do mesmo modo. Mas porque estamos assim? Nos falta a claridade da visão. Essa
claridade vem do entender que não importa quem está à frente realizando. Importa quão profunda é
a visão de quem está fazendo e do porque está fazendo.

Com o pensamento coletivo e sem a visão única somos automaticamente dominados pelo
pensamento de singularidade que diz “Vou ajudar sua obra, mas para que? Eu não faço parte dela.
Não vou ganhar nada com isso. Nenhum destaque ganharei por isso.”

As mulheres desse versículo ganharam primeiro uma visão e depois foram liberando seus
recursos em favor dela. A visão que elas receberam foi a clara percepção da missão de Jesus na terra
e a partir do momento que elas entenderam, abrir mão do singular, ceder ao plural e a obra ficou fácil
e prazeroso. Isso é comprovado de forma simples. O versículo não cita uma ou duas mulheres servindo
com seus bens mas várias. Se servir a Cristo dessa forma fosse desagradável e danoso, certamente não
haveriam mulheres fazendo isso da mesma forma.

O mais importante de tudo nesse pensamento coletivo e nessa visão é entender que nossos
recursos pertencem a vontade de Deus. Devem ser aplicados não no nosso desejo de ajudar mas sim
no desejo exclusivo do Senhor. Isso porque seus planos sempre serão mais altos e melhores do que os
nossos. Vemos até o monte e Deus vê além do monte. Ao insistir em fazer a nossa boa vontade de
ajudar podemos correr o risco de atrapalhar a perfeita vontade de Deus. Isso é tão sério que podemos
por exemplo ajudar uma obra missionária enorme quando nosso irmão da direita ou da esquerda está
com fome e passando necessidade. Recurso mal aplicado não gera unidade no corpo de Cristo.

O pensamento coletivo e a visão nos dá não somente a capacidade de ajudar mas de obedecer
uma vontade específica de Deus. Entender isso significa que vamos colaborar sim e ajudar sim. Porém,
em causas específicas que o Senhor deseja pois hoje vemos muitas coisas sendo feitas em nome de
Deus quando na verdade é vontade de Deus que elas parem.

Grande parte das vezes confundimos ajuda social com servir a Cristo. Levar uma cesta básica
na igreja não denota que temos uma visão e um pensamento coletivo. Isso denota nossa simples e
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passageira vontade de ajudar quem está com fome. Servir a Cristo com tudo que temos vai um pouco
além da cesta básica mensal que podemos entregar na igreja. Vamos dar um exemplo simples: Imagine
um empresário que é bilionário mas se encontra em um quadro grave de depressão. Nesse quadro,
em que nossa pequena cesta básica o ajudaria? Certamente em nada! Mas o que esse exemplo tem a
ver com o que estamos falando? É simples. Você não pode servir com seus recursos do jeito que você
vê ou pensa que é certo mas precisa ser do jeito que Deus vê e do jeito que Deus lhe mostra que é
certo.

Andar nesse pensamento e nessa visão significa termos o nosso coração alinhado com aquilo
que Deus necessita fazer para um tempo específico e para um propósito definido. Quando nosso
coração alcançar esse alinhamento, nossos recursos serão ilimitados pois finalmente eles deixaram de
ser sustentados por nosso serviço e sim pela visão que nos foi entregue. Nesse momento
entenderemos de fato o que é a prosperidade sem medida tão dita em nossa Bíblia.

Para que isso aconteça, algumas coisas que lemos na Bíblia precisam sair de lá e passar por
nossa mente nos dando entendimento e logo achar repouso em nosso coração pois servir pelo que se
lê traz cansaço e servir pelo que entendemos não traz prazer. Já servir pelo coração traz leveza e amor
em tudo que fazemos.

Andar no pensamento coletivo em prol de um visão vai nos exigir um quebra de muitos
conceitos (principalmente o conceito de que tudo é para mim, que Deus abençoa somente a mim) e
valores que foram nutridos por princípios que não vem do céu. Esse modelo do “para mim” tem
princípio demoníaco pois o primeiro a dizer “eu” no céus foi o próprio satanás. Dessa forma, nessa
questão, se vivemos no “eu” vivemos em um princípio que não é celestial. Esse modo de andar não
suporta termos um pensamento onde meu irmão pode ser abençoado com muitas riquezas desde que
essas sejam menores do que as minhas!

De forma geral dizemos aqui que devemos investir sim nas pessoas, nos ministérios e em tudo
que pudermos com nossos recursos desde que tudo isso esteja ligado a uma firme e clara visão dada
por Deus a alguém que gire em favor do reino de Deus nas pessoas e não a uma única pessoa.

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