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A Linha Central

Da
Revelação
Divina

A ECONOMIA DIVINA E O DISPENSAR DIVINO

Witness Lee
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
CONTEÚDO
1. Deus (1)
2. Deus (2)
3. A economia divina
4. O Dispensar Divino
5. A criação do homem por Deus com a perspectiva do Dispensar Divino, segundo a economia
divina (1)
6. A criação do homem por Deus com a perspectiva do Dispensar Divino, segundo a economia
divina (2)
7. A criação do homem por Deus com a perspectiva do Dispensar Divino, segundo a economia
divina (3)
8. Nas promessas e tipos da redenção e salvação que Deus mostrou como prefiguração (1)
9. Uma palavra complementar a respeito de Cristo, que é a tríplice descendência em Sua
humanidade para que Deus se dispense nos crentes em Cristo
10. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas o dispensar divino segundo a economia divina (1)
11. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas à realização do Dispensar Divino segundo a economia divina (2)
12. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas ao cumprimento do Dispensar Divino segundo a economia divina (3)
13. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas a realizar o Dispensar Divino segundo a economia divina (4)
14. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas à realização do Dispensar Divino segundo a economia divina (5)
15. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas ao cumprimento do Dispensar Divino segundo a economia divina (6)
16. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas ao cumprimento do Dispensar Divino segundo a economia divina (7)
17. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas ao cumprimento do Dispensar Divino segundo com a economia divina (8)
18. A totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com
vistas à realização do Dispensar Divino segundo a economia divina (9)
19. Nas promessas e tipos de redenção e salvação que Deus mostrou como prefiguração (2)
20. Nas promessas e tipos da redenção e salvação que Deus mostrou como prefiguração (3)
21. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus efetua em Cristo (1)
22. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus efetua em Cristo (2)
23. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus realiza em Cristo (3)
24. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus efetua em Cristo (4)
25. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus efetua em Cristo (5)
26. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus realiza em Cristo (6)
27. No cumprimento da plena redenção e salvação que Deus efetua em Cristo (7)
28. Na consumação da plena realização da redenção e salvação que Deus efetua em Cristo, como
claramente mostrado na Nova Jerusalém
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
PREFÁCIO
Este livro é composto de mensagens dadas pelo irmão Witness Lee em Anaheim, Califórnia, de
agosto a dezembro de 1991.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 01
DEUS (1)
Leitura bíblica: Gn 1:1, 26; 2:4; Ex 3:14-15; Gn 15:2,8; Mt 1:1,16,18,20-23;
At 2:36; 10:36; Jo 7:38-39; Ap 22:17; 1:4, 8; 11:15; 20:6
I. TODA A ESCRITURA REVELA DEUS COMO A DEIDADE ÚNICA, PRINCIPALMENTE EM
SEUS TÍTULOS DIVINOS E EM SUA PESSOA DIVINA
A linha central da revelação divina começa com Deus. O que a Bíblia revela primeiro e, finalmente, é
Deus. Quase todas as páginas da Bíblia revelam Deus. Deus é o principal fator da revelação divina. A
Bíblia nos mostra os títulos de Deus e de sua pessoa. Então, ela prossegue para nos mostrar Sua
economia e Seu dispensar. Esses quatro assuntos são a base da revelação divina: os títulos de Deus, a
pessoa de Deus, a economia de Deus e a maneira de realizar Sua economia, que consiste no dispensar
de Si mesmo em Seu povo escolhido. Mais tarde, veremos como Deus fez a criação com a intenção
de ser dispensado ao Seu povo escolhido. A principal coisa que veio depois que Deus criou tudo e que
o homem caiu foi a era da promessa e da tipologia. Havia muitas promessas e muitos tipos de coisas
por vir.
No Novo Testamento, a primeira grande questão é a encarnação. Desta vez, queremos estudar
a encarnação de uma maneira muito renovada. Então, chegaremos a ver a humanidade de Cristo, que
inclui Seu viver humano, Sua morte todo-inclusiva, Sua ressurreição e Sua ascensão com Seu ministério
celestial. Em Sua ascensão e ressurreição, Ele ministra em lugares celestiais por meio do Dispensar
Divino para produzir a igreja, edificar a igreja e levar a era da igreja à sua consumação. Mais tarde,
teremos comunhão sobre Sua manifestação. Ele se manifestará do céu como uma pedra que cairá
sobre o governo humano para esmagá-lo e destruí-lo (Dn 2:34-35, 44-45). Isto introduzirá a
manifestação do reino dos céus, o milênio, isso culminará finalmente no novo céu e na nova terra com
a Nova Jerusalém. Todas as coisas negativas e pessoas do universo serão eliminadas através da morte
de Cristo e Sua manifestação final.
No entanto, o elemento rebelde ainda estará dentro do homem durante o milênio. Assim, no
final do milênio, a última rebelião da humanidade, instigada por Satanás, acontecerá (Ap 20:7-10). E
pela última vez a natureza rebelde do homem será provada, a qual será totalmente eliminada através
do julgamento final do Senhor sobre a humanidade. Durante o milênio, os céus e a terra continuarão
em sua antiga condição. Para remover a velhice da criação, Deus usa quatro eras: a era anterior à lei,
a era da lei, a era da graça e a era do reino. Através destas quatro eras, tudo é introduzido na novidade
divina. A era do reino, isto é, a era milenar, será a era da restauração, mas não da novidade total.
Embora a crucificação de Cristo e Sua segunda manifestação purifiquem o universo, a velha
natureza da velha criação permanecerá. Então, haverá a necessidade de um fogo por meio do qual os
antigos céus e a velha terra possam ser renovados. O novo céu e a nova terra serão produzidos por
meio de um batismo, não em água, mas em fogo (2Pe 3:7, 10, 12-13). Os antigos céus e a velha
terra como um todo serão batizados no fogo. O fogo renovará os céus e a terra, introduzindo-os na
novidade divina de Deus, que terá sua consumação na Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém, juntamente
com o novo céu e a nova terra, será a conclusão eterna, a consumação da economia de Deus. Esta é
a linha central da revelação divina.
Precisamos orar para poder entrar em todos esses aspectos da linha central da revelação divina,
a fim de vivermos Cristo e sermos os vencedores de hoje para mudar a era, assim como Daniel e seus
três companheiros fizeram. Para sermos vencedores, precisamos conhecer a Palavra. Para conhecer a
Palavra de forma adequada e completa, precisamos da ajuda da exposição adequada. Atos 8 nos fala
sobre um eunuco etíope lendo Isaías 53. O Espírito Santo disse a Filipe que se aproximasse dele porque
ele sabia que o eunuco não entendia nada. Portanto, Felipe perguntou-lhe: "Você entende o que
lê? (v. 30) O eunuco respondeu: "E como posso, se alguém não me explica? (v. 31) Isso mostra que
precisamos da explicação e exposição adequadas da Palavra para compreendê-la.
Zacarias 1 apresenta a visão de um homem que, como o Anjo do Senhor, montou um cavalo
vermelho e ficou entre as murteiras (vv. 7-17). Como poderíamos entender isso sem uma exposição
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adequada? Li e estudei Zacarias 1 muitas vezes sem entender essa visão. Essa visão revela Cristo como
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o anjo de Jeová em sua humanidade. Que é montado em um cavalo vermelho, tipifica o rápido

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movimento de Cristo em Sua redenção. As murtas, que são árvores semelhantes a arbustos e crescem
no vale, representam o povo de Israel, humilhado, mas precioso, que está em cativeiro. Cristo, como
o Anjo de Jeová, permaneceu predominantemente entre os israelitas que foram mantidos cativos nas
partes inferiores do vale em sua humilhação. Sem essa exposição adequada de Zacarias 1, este capítulo
é muito difícil de entender. O apóstolo Paulo foi um grande intérprete da tipologia do Antigo
Testamento. Seu livro de Hebreus é uma exposição da tipologia encontrada em Levítico.
Depois que o livro do Apocalipse foi concluído e começou o segundo século, os pais da igreja
começaram a estudar toda a Bíblia. Eles eram verdadeiros estudiosos. Eles viram que Deus é triúno e
usaram esse termo para descrever Deus. Ao longo dos séculos, muitos mestres estudaram a Bíblia. Hoje
herdamos as melhores interpretações da Bíblia e confiamos nos ombros de muitos irmãos que nos
precederam.
Nesta série de mensagens, queremos ver a linha central da revelação divina. Meu desejo é
ajudar as pessoas a conhecer a Bíblia, não simplesmente em letras, mas em revelação.

II. OS TÍTULOS DIVINOS DE DEUS


A. Entre os muitos títulos de Deus no Antigo Testamento,
três são usados principalmente: Elohim, Jeová e Adonai
Elohim, Jeová e Adonai são os três principais títulos de Deus no Antigo Testamento.

1. Elohim
Elohim é um substantivo uniplural em hebraico e transmite a ideia de lealdade poderosa e respeito
àquele que é capaz e fiel. Nosso Deus é poderoso e fiel. Ele é forte em seu poder e fiel em sua
palavra. Tudo o que ele faz exibe seu poder. Tudo o que ele diz, ele vai cumprir. Ele é aquele que é
poderoso e fiel. Elohim é um substantivo uniplural. A pluralidade de palavra Elohim refere-se a
Trindade Divina (Gn 1:26a; 3:22a; 11:7a; Is 6:8a; Jo 17:11b, 22b; 28:19; 2Co 13:14). Este
título, que denota o Deus que é único e ainda triúno, é usado mais de duas mil e quinhentas vezes no
Antigo Testamento.

2. Jeová
SENHOR é outro título divino de Deus (Gn 2:4), que literalmente significa "Ele é quem é; portanto,
o eterno EU SOU". Este título denota principalmente Aquele que existe por Si mesmo e para sempre
(Ex 3:14-15, Jo 8:24b, 28a, 58, Ap 1:4, 8). Como Jeová, Ele é Aquele que esteve no passado,
que está no presente e que será no futuro. Apocalipse 1:4 fala de "Aquele que é e quem foi e quem
virá". No passado Ele era; no presente Ele é; e no futuro Ele será. Ele é o grande EU SOU. O Senhor
Jesus disse aos fariseus: "Se você não crê que EU SOU, você vai morrer em seus pecados" (Jo
8:24b). Então eles perguntaram: "Você ainda não tem cinquenta anos e viu Abraão?" Jesus lhes
respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo que antes de Abraão, EU SOU" (57-58). O Senhor
Jesus é o grande EU SOU de todas as eras. Ele é tudo. Tudo o que precisamos, ele é. Ele é nosso
Salvador, nosso Redentor, nossa visão, nossa capacidade, nossa habilidade, nossa luz, nossa vida, nossa
justiça, nossa santidade e nossa bondade. Ele é milhares de coisas para nós porque Ele é tudo e existe
em todas as eras.
Quando Deus chamou Moisés, Moisés perguntou-lhe qual era o seu nome. Êxodo 3:13-14
diz: "E Moisés disse a Deus: Se eu vier aos israelitas e dize-lhes: O Deus de vossos pais me enviou a
vós, e eles me perguntarem: Qual é o seu nome, o que eu vou responder? Deus respondeu a Moisés:
EU SOU O QUE EU SOU. E ele disse: Assim direis aos filhos de Israel: Eu Sou enviou a mim". Como
o EU SOU, Ele é o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó: o Deus que é de três e ainda
apenas um (v. 15). Em Sua pessoa está o Pai, assim como Abraão, o Filho, assim como Isaque e o
Terceiro, assim como Jacó. Ele é três e ainda um único Deus.
Como EU SOU, ele é eterno. Isso significa que não tem começo nem fim. Um círculo é um
bom exemplo de eternidade, porque aparentemente não tem começo nem fim. Em qualquer lugar do
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círculo, podemos colocar uma cruz para representar a crucificação de Cristo. Em relação à cruz, em
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que parte do círculo você colocaria os santos do Antigo Testamento, como Adão e Moisés, e onde
você colocaria todos os crentes em Cristo de todas as eras? De acordo com esse diagrama, seria difícil
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determinar quem precede a cruz e quem vem a seguir. É por isso que em Apocalipse 13:8 vemos que
o Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo, e em 1 Pedro 1:20 nos é dito que Cristo já era
conhecido desde antes da fundação do mundo. Embora Cristo tenha cumprido a redenção no
tempo, é uma redenção eterna (Hb 9:12). Do ponto de vista de Deus, de acordo com o eterno, é
difícil dizer o que vem antes e depois. Jeová, o Eterno, existe em todos os tempos. Ele estava no
passado, Ele está no presente e estará no futuro. Existiu, existe e existirá. Ele é tudo e está em toda
parte porque é eterno.
Gênesis 18 registra três pessoas que vieram visitar Abraão. Um era Jeová e os outros eram
anjos. Jeová apareceu a Abraão como um homem verdadeiro. Abraão trouxe-lhe água para lavar os
pés e Sara preparou-lhe uma refeição (vv. 3-8). Ele tinha a forma de um homem. Antes de sua
encarnação, ele já havia aparecido como homem a Abraão. Certamente, com o tempo, Deus se tornou
homem em Sua encarnação, mas com Deus não há elemento de tempo. Com Deus não há começo
nem fim. Em um determinado dia no tempo, o próprio Deus, Jeová, entrou no ventre de uma virgem
humana e nasceu como homem. Segundo a história humana, isso aconteceu há cerca de dois mil
anos. Mas aos olhos de Deus, a encarnação é eterna.
Sua crucificação é também eterna. Apocalipse 13:8 aponta que Ele foi morto desde a fundação
do mundo. Aos olhos de Deus, segundo o cálculo divino, Cristo foi imolado desde o princípio da
criação. No entanto, com o tempo, Cristo foi imolado muito depois. Desde a criação de Adão até a
crucificação de Cristo, levou cerca de quatro mil anos. Mas aos olhos de Deus, Cristo foi morto quando
a criação começou. Com Jeová não há elemento de tempo. Ele é quem ele era, quem ele é e quem
permanece para sempre.
O Senhor Jesus é o grande EU SOU. Quando os soldados e comissários dos principais
sacerdotes e fariseus saíram para prender Jesus e lhe disseram que estavam procurando por Jesus de
Nazaré, Ele lhes disse: "Eu sou". "Eu sou" é o nome de Jeová. Quando os soldados ouviram esse
nome, eles recuaram e caíram no chão (Jo 18:4-6). O nome Jesus significa "Jeová, o Salvador". Jesus
é o Jeová. O título Jeová, que denota o Deus Triúno como Aquele que não somente existe
eternamente, mas que também é eterno, é usado mais de sete mil vezes no Antigo Testamento.

3. Adonai
Em hebraico, Adonai significa Mestre (Gn 15:2, 8, Ex 4:10, cf. Gn 24:9, 10, 12) e Marido (cf. Gn
18:12). Em Gênesis 24, o mais antigo servo de Abraão chamou Abraão de seu mestre. Um escravo
tem um senhor, e esse senhor é seu mestre, seu dono, que é dono dele. Em Gênesis 18:12, Sara se
referiu a Abraão como seu senhor. O marido é senhor da esposa e o senhor é o amo. Por um lado,
nosso Deus é nosso Mestre. Por outro lado, nosso Deus é nosso Marido. Como nosso Mestre e Marido,
Ele é nosso Senhor; Ele é nosso Adonai.

B. Os principais títulos divinos usados no Novo Testamento são


Deus, Pai, Senhor, Jesus, Cristo e Espírito Santo.
Os principais títulos divinos usados no Novo Testamento são Deus, Pai, Senhor, Jesus Cristo e Espírito
Santo.

1. Deus
Em grego, Deus é Théos. Deus Théos, equivalente a Deus, Elohim no AT, que indica um Deus e ainda
triúno (1Co 8:4, 6; 1Tm 2:5a): o fato de que o pai é Deus (1Pe 1:2-3), que o Filho é Deus (Hb
1:8) e que o Espírito Santo é Deus (At 5:3-4). Teólogos tem salientado que o Pai, o Filho e o Espírito
não são três deuses separados, mas três hipóstases ou substâncias que suportam, o único Deus. Mais
tarde, os teólogos começaram a usar a palavra pessoas para descrever os três da Divindade. A
palavra pessoa vem da palavra latina persona, que denotava a máscara de um ator. Uma pessoa pode
ter três máscaras ou aparências.
Desde que vim para os Estados Unidos, falei muito sobre a Trindade Divina. Algumas pessoas
têm dito incorretamente que os três da Deidade - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - estão separados
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uns dos outros. Publiquei algo para salientar que os três da Deidade são diferentes, mas não estão
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separados. Eles são sempre um. Quando temos o Pai, temos o Filho e o Espírito porque os três são
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um. Se o Filho está aqui, o Espírito e o Pai estão com Ele. Os três não estão separados. Eles são
diferentes e, no entanto, um.
Deus é três e ainda um. Em essência, Deus é um. Em sua economia, em seu mover, Deus é
três. Esta é a razão pela qual a melhor teologia se refere à Trindade essencial e à Trindade
econômica. No aspecto essencial, Deus é um, mas no aspecto econômico, Deus é três. Deus Pai enviou
o Filho em Sua economia, em Seu mover. O Filho trabalhou através do Espírito em Seu mover. O
Pai, o Filho e o Espírito são três economicamente em Seu mover e administração, mas não em Sua
essência. Quanto à essência, Deus é um. É por isso que a Bíblia mostra que o Filho é o Pai (Is 9:6; Jo
14:9). Além disso, Paulo disse que o último Adão, que era o Filho na carne, depois de sua morte e
ressurreição se tornou o Espírito que dá vida. Em 2 Coríntios 3:17 Paulo disse que o Senhor, o Filho,
é o Espírito. O Senhor Espírito é um título composto, assim como Deus Pai e Senhor Cristo. Isso
significa que o Espírito é o Senhor e que o Senhor é o Espírito.
João indica que o Filho é a expressão do Pai. Esta é a razão pela qual o Filho disse: "Aquele
que me viu, viu o Pai" (14:9). Ele também disse: "Acredite em mim que eu estou no Pai, e o Pai está
em Mim" (v. 11). Humanamente falando, ninguém pode entender isso. Podemos dizer que somos
um com outra pessoa, mas nenhum ser humano pode dizer que está em outra pessoa e que a outra
pessoa está nele. O Filho está no Pai e o Pai está no Filho. Essa é a coinerência. Os três da divindade
não só coexistem, mas também são coinerentes. O Filho também apontou que Ele não falou por conta
própria e que Suas palavras foram as palavras e a obra do Pai (v. 10, 24). Isto é porque o Filho e o
Pai são um. Talvez algumas pessoas digam que creem que Deus é triúno, quando na verdade eles têm
um conceito de três deuses, um conceito de triteísmo. O Pai, o Filho e o Espírito não são três
deuses. Eles são um Deus com três aspectos: o aspecto do Pai, o do Filho e o do Espírito.

2. Pai
Outro título divino usado no Novo Testamento é o Pai. Pai, Páter em grego, denota que Deus como
Pai é a origem, a fonte, de todas as famílias das criaturas de Deus (Ef 3:15). Na criação feita por Deus,
há muitas famílias, como a família dos anjos, a família do homem e a família dos animais. A fonte, o
Pai, dessas famílias é Deus.
Finalmente, há uma família especial, a mais alta família, que é a família da fé (Gl 6:10). Deus
é o Pai, especialmente da família de fé, que foi gerada por Ele. Nós, crentes, somos uma família em
particular. Na verdade, somos a verdadeira família porque não apenas fomos criados por Deus em sua
capacidade como Criador, origem ou fonte, mas também fomos regenerados, gerados por Deus. Deus
transmitiu a essência de sua vida em nosso ser.
Deus é o Pai da linhagem humana. Lucas 3:38 diz que Adão era um filho de Deus, mas isso
não significa que Adão foi gerado por Deus. Adão foi criado apenas por Deus. Deus não era seu pai
em vida, mas seu pai, sua origem, na criação. No entanto, na nova criação, temos um Pai em vida que
nos regenerou, que nos deu sua própria essência de vida. Somos Sua verdadeira família, a família da
fé.
O Pai também é chamado Abba (do aramaico) Pai (do grego). Nos Evangelhos, o Senhor
Jesus chamou Deus de "Abba, Pai" (Mc 14:36). O apóstolo Paulo também nos disse que clamamos
"Abba, Pai" no espírito filial (Rm 8:15, Gl 4:6). Abba, o pai é uma intensa expressão de
intimidade. Dizer: "Pai" é doce. Dizer: "Abba" é muito doce. Mas dizendo: "Abba, pai" é ainda mais
agradável.

3. Senhor
O título Senhor, que é Kúrios em grego, denota Jesus Cristo como Senhor de tudo, que possui tudo
(Jo 20:28, At 2:36, 10:36). É frequentemente usado para substituir o título do Antigo
Testamento, Jeová, como em Marcos 1:3. Marcos 1:3 cita a palavra do Antigo Testamento em Isaías
40:3. Na terminologia do Antigo Testamento, era Jeová. Na citação do Novo Testamento, torna-
se Senhor. Isso indica que o título de Senhor no Novo Testamento é um substituto para o
título Jeová. Outra palavra grega, Despótes, é usado para denotar Deus ou o Senhor Jesus como
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Mestre dos escravos (Lc 2:29; At 4:24; Ap 6:10; Jz 4; 2Pd 2:1; cf. 1Tm 6:1-2). No Antigo
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Testamento, o Mestre dos escravos é chamado Adonai, mas no grego do Novo Testamento é
chamado Despótes.

4. Jesus
Jesus, que significa Jeová, o Salvador, ou Jeová a salvação (Mt 1:21), denota que Jesus é Jeová Deus,
que se tornou nosso Salvador, ou Jeová Deus, que se tornou nossa salvação. Isso significa que Jesus é
o Deus completo que se tornou um homem perfeito (v. 23) e, portanto, um homem-Deus (1Tm
2:5). Jesus é um homem-Deus. Ele é o próprio Deus e ele é um homem perfeito.

5. Cristo
Cristo, que é Christos em grego (Mt 1:16b), é equivalente à palavra hebraica Messias (Jo 1:41, Dn
9:26). Esses dois termos significam o Ungido (Sl 2:2). Cristo é o Ungido de Deus. Cristo é um título
de comissão. Ser ungido significa ser designado por Deus para ser Seu Cristo, Seu Ungido, com vistas
ao cumprimento de Sua economia eterna (Lc 4:18-19). O Ungido de Deus realiza a economia de
Deus em Sua salvação. No Novo Testamento, os dois títulos, Jesus e Cristo, são frequentemente
usados como um título composto, como Jesus Cristo ou Cristo Jesus (Mt 1:1b, 18a, 1Tm 1:15-16).

6. Espírito Santo
O título divino Espírito Santo, que significa Espírito Santo, refere-se ao Espírito de Deus, que é Deus
e o próprio Senhor. Atos 5:3-4 e 9 mostram isso. No versículo 3, Pedro disse a Ananias que havia
mentido ao Espírito Santo. No versículo 4 ele disse que Ananias havia mentido para Deus. Então, no
versículo 9, ele disse a Safira que ela e Ananias haviam tentado o Espírito do Senhor. Isso indica que
o Espírito Santo é Deus e também o Senhor.
Espero que este simples estudo dos títulos divinos nos ajude. Devemos fazer todo o possível
para lembrar esses títulos principais de Deus. O Novo Testamento também fala sobre o Espírito de
Deus (Rm 8:9), o Espírito de Jesus, o Espírito de Cristo e o Espírito de Jesus Cristo. O título Espírito
de Jesus é mencionado em Atos 16:7, o Espírito de Cristo é mencionado em Romanos 8:9 e em Fl
1:19 o Espírito de Jesus Cristo é visto. O Espírito de Jesus se refere a Jesus como Aquele que sofreu,
o Espírito de Cristo indica que Jesus é o único que é a ressurreição, e o Espírito de Jesus Cristo indica
que o Senhor é o Aquele que sofreu e está agora em ressurreição. Os títulos divinos que estão na
Bíblia são muito significativos. Para conhecer nosso Deus, precisamos conhecer Seus títulos
divinos. Nosso Deus não é muito simples. Ele é Elohim, Jeová, Adonai, Deus, Pai, Senhor, Jesus,
Cristo e o Espírito Santo.
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MENSAGEM 02
DEUS (2)
Leitura bíblica: Gn 1:1, 26; 2:4; Ex 3:14-15; Gn 15:2, 8; Mt 1:1,16,18,20-23;
At 2:36; 10:36; Jo 7:38-39; Ap 22:17; Mt 28:19; Ap 1:4, 8; 11:15; 20:6
Nesta mensagem chegamos ao ponto mais difícil da Bíblia: a pessoa de Deus. Em certo sentido, não é
muito difícil saber os nomes de Deus, os títulos de Deus. Esses títulos não são apenas revelados na
Bíblia, mas também impressos nela. Mas muitos cristãos são ignorantes sobre a pessoa de Deus. Na
mensagem anterior, salientamos que toda a Escritura é a revelação de Deus como a única Divindade,
principalmente em Seus títulos divinos e em Sua pessoa divina. Pelos títulos de Deus e de Sua pessoa,
sabemos que Ele é único.
A primeira vez que a Bíblia menciona Deus é encontrada em Gênesis 1:1, onde lemos: "No
princípio, Deus criou". A palavra traduzida "Deus" aqui é Elohim em hebraico. Elohim é uma palavra
composta e é um substantivo uniplural. Em Gênesis 1:26, Deus fala de si mesmo no plural, dizendo:
"Façamos o homem à nossa imagem". Deus disse: "Vamos fazer", e não "eu faço". Vamos fazer e
o nosso é plural. Deus é um e também é plural.
A pluralidade da palavra Elohim faz alusão à Trindade Divina. Gênesis 1:26a, 3:22a e 11:7
mencionam Deus usando o plural. Em Isaías 6:8, Deus disse: "A quem enviarei? Quem irá por
nós?" Eu envio é singular, mas nós é plural, mostrando que Deus é uniplural. Em João 17, o Senhor
Jesus orou ao Pai, dizendo: "Que eles sejam um, assim como nós somos um" (v. 22b, 11b). Ele
também orou, dizendo: "Que eles também estejam em nós" (v. 21). Deus Pai e Deus Filho são
"nós". Eles são plurais e, no entanto, um.
Nós escrevemos alguns folhetos úteis sobre a Trindade Divina, que eu sugiro que você leia.
Estes são: A revelação do Deus Triúno de acordo com a pura palavra da Bíblia; Que Heresia: Dois Pais
Divinos, Dois Espíritos que Dão Vida e Três Deuses! e A Trindade Bíblica. A verdade encontrada
nesses folhetos pode nos ajudar muito a ver a revelação bíblica do Deus Triúno. Agora queremos ver
algo sobre a pessoa de Deus.

III. A PESSOA DE DEUS


A. Deus, que denota que Deus é uma pessoa viva,
que é divina de eternidade a eternidade e, portanto, o Deus eterno
Deus (Gn 1:1; 1Tm 2:5) é uma pessoa viva, que é divina desde a eternidade até a eternidade
(Sl 90:2b). Então, Ele é o Deus eterno (Rm 16:26). Deus é um e somente da eternidade passada
para a eternidade futura. Isso significa que Deus é eterno e eternamente único. Ele é eternamente um.

B. As pessoas divinas da Trindade Divina


Agora queremos ver as pessoas divinas da Trindade Divina. Mateus 28:19 diz que precisamos
batizar os discípulos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Aqui apenas um nome é usado
para todos os três da Divindade. Uma pessoa pode ter seu primeiro nome, seu nome do meio e seu
sobrenome, mas, na realidade, esses são um nome único para uma única pessoa. O Pai, o Filho e o
Espírito não são três nomes, mas o nome do único Deus Triúno. Mateus fala de uma pessoa maravilhosa
que tem um nome composto: Pai, Filho e Espírito.

1. O Pai é a fonte da Trindade


O Pai é a fonte da Trindade (Jo 8:18; 16:27-28).

2. O Filho é o curso da Trindade, a corporificação do Pai para Sua expressão


O Filho é o curso da Trindade, a corporificação do Pai para a Sua expressão (14:9-11, Cl
1:19, 2:9). Isso é revelado em particular em João 14. João 14 pode ser considerado o capítulo mais
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notável da Bíblia. Neste capítulo, Filipe disse: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta" (v. 8). Isso
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indica que, provavelmente antes daquela época, os discípulos conversaram sobre o Pai porque o Senhor

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Jesus havia mencionado isso muitas vezes. Agora, em João 14, Felipe aproveitou a oportunidade para
pedir ao Senhor que lhes mostrasse o Pai. O Senhor Jesus disse a Filipe: "Tanto tempo estive convosco
e não me conheces, Filipe? Quem me vê, vê o Pai; então, como dizes: Mostra-nos o Pai?" (v. 9).
Quando o Senhor disse a Filipe isso foi no final de seu ministério terrestre. Já estaria com os discípulos
por um longo tempo, quase três anos e meio. O Senhor passou a dizer que Ele estava no Pai e o Pai
estava Nele: "As palavras que eu falo, não falo por mim mesmo, mas o Pai, que permanece em mim,
Ele faz as mesmas obras" (v. 10). Quando o Senhor falava o Pai trabalhava, porque Ele e o Pai eram
um.
Se estivéssemos lá, poderíamos ter dito: "Senhor Jesus, tu e o Pai são um, mas Tu e o Pai ainda
são dois. Há uma distinção". O Senhor também disse aos discípulos que Ele oraria ao Pai. Se Ele e o
Pai fossem um, como Ele poderia orar para Si mesmo? Ele disse: "Eu vou orar ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador" (v. 16). O Consolador que foi dado aos discípulos é o Espírito da realidade (v.
17). Isso indica que, além do Filho e do Pai, haveria um Terceiro, o Espírito.
Em João 14 o Senhor indicou que Deus é três e ainda um. Ele nos disse que Ele e o Pai são
um. Então, ele passou a dizer que o Espírito da realidade "habita convosco e estará em vós" (v.
17). Então ele disse: "Não vos deixarei órfãos; virei a vós [...] Naquele dia vós sabereis que eu estou
em Meu Pai, e vós em Mim, e eu em vós" (v. 18, 20). Finalmente, esta porção da Palavra mostra
que quando o Espírito está em nós, isso equivale ao fato de o Filho estar em nós. Quando o Filho
estava entre os discípulos, era o Pai. Então, quando o Espírito veio e entrou nos discípulos, foi o Filho.
Isso não significa que o Pai existiu primeiro, depois o Filho, e então o Espírito os seguiu como
o Terceiro que deveria existir. A heresia do modalismo diz que os três da Deidade não coexistem
eternamente. Precisamos entender claramente que os três da Trindade Divina existem ao mesmo
tempo, desde a eternidade até a eternidade. Além disso, os três não apenas coexistem, mas também
coinerem. O fato de serem coinerentes significa que eles existem um no outro. O Pai, o Filho e o
Espírito existem um no outro. Habitam mutuamente um no outro. Os três da Trindade Divina existem
juntos, e eles também são coinerentes, desde a eternidade até a eternidade.

3. O Espírito é o fluir da Trindade


O Espírito é o fluir da Trindade, o Filho tornado real para alcançar Seus crentes e entrar neles
(7:38-39; Ap 22:1; Jo 14:16-20). O Pai é a fonte, o Filho é o curso e o Espírito é o fluir. A fonte,
o curso e o fluir correspondem à noção de que nosso Deus Triúno é a água viva que finalmente se
torna um rio. No final da Bíblia, no último capítulo, nosso Deus Triúno é mostrado como um rio que
flui, o rio da água da vida (Ap 22:1). Um rio tão fluente tem uma fonte, um curso e um fluir. A
fonte, o curso e o fluir são três aspectos de um único rio.
Em 1977, visitei Israel com um grupo de irmãos. Um dia fomos à nascente do rio Jordão, aos
pés do monte Hermon. Havia um manancial cuja origem é uma fonte. O manancial tem um fluir e o
fluir é um riacho, um rio. Tal rio é uma figura do nosso Deus Triúno com o Pai como a fonte, o Filho
como o curso e o Espírito como o fluir. Este é o exemplo bíblico que é visto em Apocalipse 22.
Em Apocalipse 22:1 o Filho é o Cordeiro, o qual indica que o Filho é o Redentor. O rio da
água da vida vem do trono de Deus e do Cordeiro. Há apenas um trono para Deus e o Cordeiro, o
que significa que Deus e o Cordeiro são um: o Deus-Cordeiro, o Deus que redime, Deus o
Redentor. Apocalipse diz que o Cordeiro é a lâmpada (21:23), e que Deus está Nele como luz
(22:5). Portanto, Deus está no Cordeiro no trono e do seu trono corre o rio da água da vida, o
Espírito. Quando o Espírito flui, leva consigo o Cordeiro. Então, no fluir do rio, o Cordeiro se torna
a árvore da vida (v. 2). A árvore da vida crescer em ambos os lados do rio significa que a árvore da
vida é uma videira que se estende ao longo da água que flui de vida e chega ao povo de Deus recebê-
lo e desfrutá-lo. A árvore da vida simboliza o Deus Triúno como nosso suprimento de vida. O Deus
Triúno é a água da vida que nós bebemos e a árvore da vida que comemos.
Agora gostaria que percebêssemos que não deveríamos estudar a pessoa de Deus de maneira
objetiva e teológica. Não devemos estudar a Trindade Divina como uma doutrina simples. A Bíblia
nos mostra que a Trindade Divina é para nosso desfrute. Em 2 Coríntios 13:14 nos é dito: "A graça
10

do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos
vocês". Este verso menciona três coisas: graça, amor e comunhão. No entanto, é realmente apenas
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uma coisa em três aspectos. A fonte é o amor divino, o curso é a graça divina e o fluir é a comunhão

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
divina. Deus Pai flui graça através de Cristo. Então, esta graça flui na comunhão do Espírito. Em 2
Coríntios 13:14 nos são mostradas três pessoas em três aspectos: Deus o Pai, Cristo e o Espírito, e
também amor, graça e comunhão. Deus o Pai como amor é a fonte, Cristo como graça é o curso, e o
Espírito como comunhão é o fluir. No final da Bíblia, vemos nosso Deus Triúno fluindo para
sempre. Seu fluir destina-se a suprir seus redimidos consigo mesmo como bebida e alimento para que
desfrutemos como o suprimento abundante. No começo da minha vida cristã, não entendia isso. Mas
hoje compreendo perfeitamente que precisamos experimentar, desfrutar e expressar o Deus Triúno: o
Pai, o Filho e o Espírito. Seu fluir destina-se a suprir seus redimidos consigo mesmo como bebida e
alimento para que desfrutemos como o suprimento abundante.
O Filho é a corporificação do Pai para a expressão do Pai. Então, o Espírito é o Filho feito real
para nós, a fim de nos alcançar e entrar em nós. O Pai está corporificado no Filho e o Filho é real
como o Espírito. Agora o Espírito vem a nós e entra em nós. Quando o Espírito entra em nós, o Filho
está aqui e o Pai está aqui. Os três estão aqui em nós. O Espírito está em nós como o Filho feito real
para nós, que é a corporificação do Pai.
O Espírito como tal não estava lá antes da ressurreição de Cristo. Em João 7:38-39 o Senhor
disse: "Todo aquele que crê em mim, como dizem as Escrituras, fluirão correntes de água viva de
dentro dele. Isto dizia do Espírito que aqueles que Nele cressem deveriam receber; porque ainda não
havia o Espírito, porque Jesus ainda não havia sido glorificado”. Naquela época ainda não havia
Espírito. O Espírito de Deus estava lá desde o princípio (Gn 1:1-2); mas o Espírito como o Espírito
de Cristo (Rm 8:9), o Espírito de Jesus Cristo (Fl 1:19), ainda não estava lá quando o Senhor falou
essa palavra porque Ele ainda não tinha sido glorificado. Jesus foi glorificado quando ressuscitou (Lc
24:26). O Espírito de Deus estava ali na criação, mas antes da ressurreição de Cristo, ainda não
havia o Espírito, porque Cristo ainda não havia sido glorificado em Sua ressurreição. Isso indica que
após a ressurreição de Cristo, o Espírito está aqui.
Deus o Espírito na eternidade passada era simplesmente divino. Na eternidade passada, não
tinha humanidade Nele, era apenas Deus e ainda não era homem. Quando Ele criou a terra e o
homem, era apenas Deus. Não havia natureza humana dentro Dele. Na encarnação, Deus entrou na
humanidade e se mesclou com a humanidade. Ele permaneceu nove meses no ventre de uma virgem
e nasceu como Jesus, um homem-Deus. Aquela criança deitada na manjedoura (Lc 2:12) era Deus e
homem. Não só era divino, mas também humano.
Quando ele atingiu a idade de trinta anos, saiu para ministrar. Ele era uma pessoa maravilhosa
que surpreendia os que o cercavam. Eles se perguntaram como ele poderia ter tanta sabedoria e fazer
obras tão poderosas. Eles perguntaram: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago,
José, Judas e Simão? E não estão suas irmãs aqui conosco? E tropeçaram por causa dele” (Mc 6:3). Ele
foi maravilhoso em sua vida e duas naturezas. Ele tinha a vida divina e a vida humana; Ele tinha a
natureza divina e a natureza humana. Ele era divinamente humano e humanamente divino. Ele viveu
como homem-Deus. Ele chorou e teve fome e sede. Sentia o que sentíamos como homens, mas
também era divino. Cristo foi uma pessoa maravilhosa na terra, mas Ele não é meramente uma pessoa
histórica.
Na realidade, a biografia de Cristo começa na eternidade passada quando Ele era simplesmente
divino. Ele é o único Deus e, como tal, criou bilhões de coisas incluindo o homem como o centro de
sua criação. Ele criou o homem à sua própria imagem com a intenção de um dia entrar neste homem
para ser seu conteúdo e sua vida. Mas depois da criação do homem, ele esperou quatro mil anos para
se tornar um homem.
Cerca de dois mil anos depois de criar o homem, Deus deu a Abraão a promessa, dizendo-lhe
que seus descendentes seriam uma bênção para toda a terra (Gn 12:3; 17:7-8, 19). Esta promessa a
Abraão foi cumprida no próprio Deus, a verdadeira descendência de Abraão (Gl 3:16). Deus disse a
Abraão que um dia Ele viria como a semente de Abraão. Viria para nascer dos descendentes de
Abraão para ser homem. Então, na encarnação, Deus entrou no homem e se vestiu de humanidade.
Daquele dia em diante Ele se vestiu de humanidade e será revestido de humanidade pela eternidade. A
divindade se reveste de humanidade.
11

Ele viveu nesta humanidade por trinta anos e trabalhou e ministrou outros três anos e meio.
Quem era ele? A maioria dos judeus nunca soube. Os judeus sempre o consideravam um simples
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nazareno. Eles não sabiam que Ele era o próprio Deus, o Criador, Jeová, Elohim, a quem eles
adoravam. Mas eles adoravam um Deus divino que não tinha humanidade. Hoje nós cristãos adoramos
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Deus como aquele que é divino e também humano. Jesus é Aquele que é o Deus completo e o homem
perfeito. Nosso Deus é diferente do Deus judeu. O Deus judeu é apenas Elohim e não Jesus
Cristo. Mas nosso Deus é Jesus Cristo, que é Elohim e o próprio Jeová, que tem divindade e também
humanidade.
Esta pessoa admirável passou pelo viver humano e foi para a cruz. Através de Sua morte Ele
terminou a velha criação. Depois de três dias, Ele deixou a morte e Hades para entrar em ressurreição.
Ao entrar na ressurreição, ele introduziu a humanidade, à qual ele havia dado um fim, na divindade.
Sua encarnação e Sua ressurreição eram tráfego de mão dupla, para frente e para trás. Ele veio com a
divindade em encarnação para introduzir a divindade na humanidade. Então, retornou em ressurreição
com a humanidade para introduzir a humanidade na divindade. Ele combinou o divino com o humano
e o humano com o divino. Combinar também é mesclar.
Na eternidade passada Deus não havia entrado na humanidade nem experimentado a morte.
Mas depois de adquirir a humanidade e viver na natureza humana por trinta e três anos e meio, ele
entrou na morte. Não devemos pensar que Ele foi morto por decisão do homem. Se Ele não estivesse
disposto a morrer, ninguém poderia tê-lo matado. Quando os soldados dos principais sacerdotes e os
fariseus vieram para prendê-lo no Getsêmani, Ele disse: "Você acha que eu não posso apelar para meu
Pai, e Ele à minha disposição mais de doze legiões de anjos? Como, então, as Escrituras serão
cumpridas, para que assim seja? "(Mt 26: 53-54). Ele caminhou até a morte e voluntariamente entrou
em morte.
Depois de três dias, Ele saiu da morte e entrou em ressurreição. Ao entrar na ressurreição,
introduziu a humanidade na divindade. A Bíblia nos diz que a ressurreição foi um nascimento para Ele
(At 13:33). Em divindade Ele era o Filho unigênito de Deus (Jo 3:16), mas a Sua ressurreição trouxe
humanidade em divindade para nascer como o Filho primogênito entre muitos filhos, muitos irmãos
(Rm 8:29).
Na ressurreição, Jesus, o último Adão, tornou-se o Espírito que dá vida (1Co 15:45). Como
Deus se tornou homem em encarnação (Jo 1:14). Como tal, ele também se tornou o Espírito que dá
vida. Este Espírito que dá vida é a totalidade do Deus Triúno, a consumação do Deus Triúno. Como
Espírito que dá vida, Ele é o Filho e corporificado no Filho é o Pai. Portanto, o Pai e o Filho estão aqui
com o Espírito que dá vida, que é a consumação do Deus Triúno e a totalidade do Deus Triúno.
Podemos dizer que o Espírito que dá vida é o Deus consumado, o Espírito composto. O Espírito
de Deus é um composto que inclui o homem, a morte de Cristo e a ressurreição de Cristo. Na
eternidade passada, Deus estava simplesmente na divindade. Ele não havia entrado na humanidade, e
não havia nada da morte todo-inclusiva ou da poderosa ressurreição. Mas depois de passar pela
encarnação, crucificação e ressurreição, Aquele que era simplesmente divino é composto com a
humanidade, com a morte todo-inclusiva e com a poderosa ressurreição. Agora nosso Deus é um
homem-Deus com o elemento da morte todo-inclusiva e o elemento da poderosa ressurreição. Ele é
o Espírito que dá vida. Hoje ele é o Espírito. Esta é a razão pela qual hoje eu chamo o nosso Deus o
Deus processado, o Deus consumado. Ele é Aquele que é consumado como o Espírito que dá vida
para ser a totalidade do Deus Triúno, a consumação do Deus Triúno. Quando eu o tenho, tenho a
Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito. Quando eu O tenho, eu tenho tudo. Não somente eu tenho o
Deus Triúno divino e humano, mas também a maravilhosa morte de Cristo e Sua poderosa ressurreição.
Em Êxodo 30, o unguento composto é um tipo maravilhoso que representa o Espírito
composto. O petróleo é um elemento único, mas um unguento é uma substância composta. O
unguento composto tem como base o azeite, e este azeite é mesclado com quatro tipos de especiarias:
mirra, canela, cálamo e cássia. Esta mescla produz um unguento. Os sacerdotes e o tabernáculo e tudo
relacionado a ele foram ungidos com este unguento. No Novo Testamento, 1 João 2 fala da divina
unção (v. 20, 27), e essa divina unção é o Espírito da unção, o Espírito composto.
Após a ressurreição de Cristo, o Espírito de Deus foi consumado em Seu processo. Atualmente,
o Espírito residente é o Espírito processado que pode dar vida. Se não tivesse sido processado e
consumado, nunca poderia dar vida. Antes da ressurreição de Cristo, ele não era chamado de Espírito
que dá vida. Mas agora, após a ressurreição, tornou-se o Espírito que dá vida, e o Espírito que dá vida
12

é um Espírito composto.
A Bíblia chama isso de Espírito. No último capítulo da Bíblia, Apocalipse 22, o versículo 17
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se refere ao Espírito e à noiva. O Espírito é o Deus Triúno processado e a noiva é o homem tripartido
transformado. O Deus Triúno processado e o homem tripartido transformado se casam para ser um
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
casal universal: o Espírito e a noiva. O homem e Deus, Deus e homem, são totalmente
mesclados. Através de Sua morte aniquiladora e em Sua ressurreição germinativa somos feitos a nova
criação, que é uma combinação de humanidade com divindade e uma mescla de divindade com
humanidade. Sua morte trouxe um fim para a velha criação e gerou a nova criação para germinar
através de sua ressurreição. Somos a nova criação e, como tal, nos tornamos um com o Espírito (1Co
6:17).
Através do processo de morte e ressurreição de Cristo, o Espírito Santo de Deus tornou-se o
Espírito processado como consumação do Deus Triúno (Mt 28:19) para ser o Espírito que dá vida
que habita em nós (2Co 3:6b Rm 8:11). Precisamos perceber que temos o Espírito habitando em nós
e que o Espírito que habita em nós é o Deus Triúno consumado. Ele é o Espírito que dá vida em
crentes para selar o Filho (Ef 1:13), isto é, para ensinar e difundir as riquezas do ser de Deus, as
insondáveis riquezas de Cristo nos crentes, os membros de Cristo, para constituir e edificar o Corpo
orgânico de Cristo (Ef 3:8, 10; 4:16). O Espírito que dá vida, que habita em nós, é o Espírito que
sela. A tinta de um selo satura o material que está selado. Nós somos o material que é selado, e o
Espírito como tinta nos satura. Essa saturação, esse selo, nos mescla com Deus.
Esse selo é uma espécie de transfusão e saturação, que é o que chamamos de dispensar. Ora,
Deus, que é o Espírito que dá vida que habita em nós, está constantemente selando-nos e saturando-
nos e está se dispensando e se transfundido em nosso ser as insondáveis riquezas de Cristo para o nosso
ser permeado, mesclado com o Deus processado. Este carimbo continua a transfundir-nos em nós o
Deus Triúno processado selando-nos e saturando-nos para ungir em nosso ser Suas riquezas
insondáveis. Esta é o Dispensar Divino para a edificação do Corpo orgânico de Cristo.
Estamos sendo selados com o Espírito composto, que é Deus o Espírito, o elemento básico, a
quem a humanidade de Cristo foi adicionada, juntamente com Sua morte e a eficácia dela, e Sua
ressurreição e o poder dela, para formar um composto, como tipificado pelo unguento composto de
Êxodo 30:23-25. Tal Espírito é essencial em nós para a vida e é econômico sobre nós para a obra
(At 2:4, 4:31). O Espírito que dá vida hoje é a essência divina transmitida em nosso ser para ser o
próprio elemento da vida dentro de nós. O Espírito é também o Espírito de poder sobre nós que
realiza o trabalho que a economia de Deus deve realizar.

C. O Espírito
Como vimos, o Espírito (Jo 7:39; Ap 22:17) é a consumação do Deus Triúno e serve para
mesclar o Deus Triúno processado com o homem tripartido transformado.

IV. A REVELAÇÃO DIVINA NAS ESCRITURAS


SOBRE O DEUS ÚNICO E TRIÚNO
Revelação divina que temos na Escritura sobre o Deus triúno é progressiva, que começa com
Deus em Gênesis (1:1) e tem sua consumação no Cristo todo-inclusive no Apocalipse (1:1; 11:15;
20:6). A revelação divina e progressiva começa com Deus e vai mais e mais alto até chegar a Cristo
em Apocalipse como a culminação, o ápice. Os sessenta e seis livros da Bíblia revelam que o ápice da
revelação divina da pessoa de Deus é Cristo. Este Cristo hoje é o Espírito que dá vida que habita em
nós, e esse Espírito é o Deus Triúno consumado. Quando temos esse Espírito, temos todos os três do
Deus Triúno. Temos tudo relacionado ao Deus Triúno processado: Sua morte todo-inclusiva, Sua
poderosa ressurreição e as riquezas inescrutáveis de Seu ser. Todos estes estão disponíveis para ser a
nossa porção. Dia a dia, este Espírito que dá vida, que habita em nós, está se dispensando em nosso
ser para nos constituir e edificar, tornando-nos o Corpo orgânico de Cristo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 03
A ECONOMIA DIVINA
Leitura bíblica: Ef 1:5, 9-11; 3:8-11; At 2:23; 1Tm 1:4b; Ef 3:2; 1Co 9:17
Nestas mensagens, temos o encargo de apresentar a linha central da revelação divina. Se
perguntássemos a vários estudantes e mestres da Bíblia sobre o que é a linha central da Bíblia, eles
teriam opiniões diferentes. Nossa opinião sobre a linha central depende da nossa compreensão da
Bíblia, que, por sua vez, depende de quem somos. Muitos cristãos no Extremo Oriente preferem o
livro de Provérbios, enquanto os do Ocidente preferem o livro dos Salmos. Frequentemente o Novo
Testamento em chinês tem o livro de Provérbios em anexo, enquanto muitas vezes o Novo Testamento
em inglês é acompanhado por Salmos. É possível que o que você vê na Bíblia esteja de acordo com
sua preferência e esteja baseado em sua cultura e temperamento natural. Para ver a linha central da
revelação divina, precisamos vacinar-nos. Precisamos esquecer o que é deixado para trás, mesmo o
que ouvimos anteriormente na vida da igreja. Nesta série de mensagens, queremos apresentar de uma
nova maneira a verdade sobre a linha central da revelação divina.
A primeira coisa mencionada na Bíblia é a história da criação feita por Deus. Gênesis 1:1 diz: "No
princípio criou Deus os céus e a terra". No entanto, na realidade, a primeira coisa não foi a criação
de Deus. O princípio mencionado em Gênesis é o princípio do tempo. O tempo tem um começo,
mas não a eternidade. A eternidade não tem começo nem fim. Só Deus realmente sabe o que é a
eternidade, porque Ele é o Deus eterno. O Evangelho de João também usa a frase no princípio. João
1:1 diz: "No princípio era a Palavra". Em João 1:1 "no princípio" refere-se à eternidade passada. No
começo dos tempos, Deus criou, mas na eternidade passada a Palavra estava com Deus e era Deus.
Precisamos considerar o que Deus estava fazendo na eternidade passada. Os capítulos 1 e 3 de
Efésios nos dão uma indicação do que Deus estava fazendo antes do começo dos tempos. Eu gostaria
que nós lêssemos Efésios 1:9-11 e 3:9-11. Efésios 1:9-11 diz: “Ele nos revelou o mistério da sua
vontade, segundo o seu propósito, que ele apresentou em Cristo, de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra. Em Cristo
fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas
conforme o conselho da sua vontade". Efésios 3:9-11 diz: " e manifestar a todos qual é a dispensação
do mistério que, durante tempos passados, esteve oculto em Deus, que criou todas as coisas. E isso
para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida dos principados e das
potestades nas regiões celestiais, segundo o eterno propósito que Deus estabeleceu em Cristo Jesus,
nosso Senhor." Nesses versículos, Paulo usa vários termos cruciais: a vontade de Deus, o propósito de
Deus, o bom prazer de Deus, o conselho de Deus e a economia de Deus.
Vimos que a linha central da revelação divina começa com Deus. Então, a revelação divina nos
mostra a economia divina e o dispensar divino. O próprio Deus, a economia de Deus e a comunhão
de Deus podem ser vistos em toda a Bíblia. Essas três questões constituem a linha central da revelação
divina. A revelação divina apresenta três entidades principais: o próprio Deus, a economia de Deus e
a comunhão de Deus.

I. UM RESULTADO DA VONTADE, PROPÓSITO,


BENEPLÁCITO E CONSELHO DE DEUS
A economia divina é algo que vem da vontade, do propósito, do prazer e do conselho de Deus.

A. A vontade de Deus é o desejo de Deus


A vontade de Deus é o que Deus quer, o seu desejo. A vontade de Deus é o que Ele quer e
quer fazer. O bom prazer de Deus pertence à Sua vontade. Efésios 1:5 fala sobre o "bom prazer da
sua vontade". Seu bom prazer é corporificado em Sua vontade, assim Sua vontade precede. A vontade
de Deus estava escondida como um mistério em Deus, para o qual Efésios 1:9 fala do mistério da Sua
vontade. Na eternidade, Deus planejou uma vontade. Esta vontade estava escondida Nele; é por isso
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que era um mistério. A vontade de Deus como mistério escondido Nele produz a economia, o
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dispensar de Deus (3:9). Da vontade de Deus procede a economia de Deus através do Seu propósito,
Seu bom prazer e Seu conselho.
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
B. O propósito de Deus é a intenção de Deus determinada antecipadamente
O propósito de Deus é a intenção de Deus que foi determinada com antecedência. O bom
prazer de Deus foi proposto por Deus em Si mesmo (1:9b). Isso mostra que o bom prazer de Deus
não é apenas corporificado à vontade de Deus, mas também ao propósito de Deus. Nós fomos
predestinados de acordo com o propósito de Deus de todas as eras, que é Seu propósito eterno (v.
11a, 3:11). O propósito de Deus é eterno. É o plano eterno que Deus fez na eternidade passada antes
do começo dos tempos.

C. O bom prazer de Deus é o que Deus gosta, o que lhe agrada


O bom prazer de Deus é o que faz Deus feliz. É o que ele gosta, o que agrada a Deus. Temos
um hino em nosso hinário que fala da intenção e do prazer de Deus. Deus nos predestinou para a
filiação de acordo com o prazer da Sua vontade (1:5). Isso significa que Deus gosta de ter filhos. Ele
nos predestinou para a filiação. A palavra a dizer "resultando em" ou "direção". Deus nos predestinou
ao nos tornar Seus filhos, isto é, com vistas à filiação. Deus é feliz e gosta de ter filhos. É Seu prazer
ter-nos como Seus filhos.
Deus nos deu a conhecer o mistério da sua vontade, segundo a sua boa vontade, que ele mesmo
propôs (v. 9). Primeiro, temos a vontade de Deus, então, o propósito de Deus e, terceiro, o bom
prazer de Deus.

D. O conselho de Deus é a resolução de Deus consumada no conselho da Trindade Divina


O conselho de Deus é a resolução de Deus consumada no conselho da Trindade Divina. Um
conselho requer mais de uma pessoa. Um conselho é a decisão de um concílio. Um concílio é uma
reunião, e o conselho é a resolução feita pelo concílio. Se Deus é um, como ele poderia ter um
conselho? Como você poderia ter uma reunião para iniciar discussões para fazer uma resolução? Isso
indica que Deus não é apenas um, mas também três. Ele é a Trindade Divina.
Atos 2:23 diz que Cristo foi entregue e crucificado pelo determinado conselho e presciência
de Deus. Isso indica que na eternidade passada o Deus Triúno teve uma reunião; havia um conselho
entre os três da Deidade. O conselho determinado foi decidido em um concílio realizado pela Trindade
antes da fundação do mundo (1Pe 1:20, Ap 13:8), o que indica que a crucificação do Senhor não
foi um acidente na história humana, mas um cumprimento intencional do conselho divino determinado
pelo Deus Triúno. Não devemos pensar que Cristo foi crucificado, morto, tirado do nosso meio,
simplesmente de acordo com o julgamento de Pilatos. Sua morte foi determinada em um conselho
feito pela Trindade na eternidade passada.
Os três da Deidade tinham um conselho um com o outro e tomaram uma decisão chamada
conselho. Deus tinha uma vontade com um propósito de acordo com o Seu bom prazer. Então, a
mesma Trindade Divina teve um conselho, uma reunião, para tomar uma decisão, uma resolução. Esta
resolução é o conselho. Em Gênesis 1:26, Deus disse: "Façamos o homem". Isso mostra que a criação
do homem também foi feita de acordo com o conselho entre os três da divindade divina. Tal conselho
pode ser comparado ao Congresso de hoje no governo dos Estados Unidos. O Presidente não pode
agir sem um conselho determinado pelo Congresso em assembleia.

E. A economia de Deus é a administração familiar de Deus, o plano e arranjo de Deus


Depois da vontade, do propósito, do prazer e do conselho de Deus, temos a economia de
Deus. A economia de Deus é a administração familiar de Deus, isto é, o plano e arranjo de Deus. Para
ter uma administração, é necessário um plano e, para fazer um plano, são necessários certos
arranjos. Baseado na vontade de Deus, Ele fez um propósito. Em Sua vontade e propósito, há o Seu
bom prazer. Então, a Trindade Divina teve um conselho para tomar uma decisão, que é o conselho
divino. Com base nesse conselho, Deus fez um plano com algum arranjo, e esse plano, com seu arranjo,
é a administração de Sua família, Sua economia.
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A economia (isto é, a dispensação, o plano) de Deus consiste em fazer todas as coisas se


reunirem em Cristo (Ef 1:10). É fazer todas as coisas no universo sujeitas a Cristo, a Cabeça. A
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economia de Deus é o dispensar de Deus, o Seu plano, o que Ele tem disposto a respeito do mistério

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
da Sua vontade (3:9; 1:9a). O que Deus queria na eternidade passada era um mistério. Baseado nesse
mistério, Deus fez um acordo, e esse arranjo é a Sua economia.
A economia de Deus é a dispensação que Deus faz de si mesmo em Cristo, uma dispensação
baseada na fé (1Tm 1:4b). Nos dias do apóstolo, havia diferentes ensinamentos. Portanto, o apóstolo
pediu a Timóteo a permanecer em Éfeso para exortar alguns não ensinarem coisas diferentes, mas
cuidar da economia de Deus, que é baseada na fé (vv. 3-4). Qualquer coisa que esteja fora da
economia de Deus é baseada em obras humanas, mas a economia de Deus é totalmente baseada em
nossa fé em Cristo. Não é baseado na ação, mas na fé. Toda a Bíblia revela a economia de Deus, que
é o que Deus quer fazer, o que Deus quer nos dar e o que Deus quer trabalhar em nós.

II. A INTENÇÃO DE DEUS EM SUA ECONOMIA


A intenção de Deus em Sua economia é dispensar a Si mesmo em Seu povo escolhido, unindo-
se a eles. A Bíblia revela que Deus habita em Seu povo escolhido e que Ele quer se tornar plenamente
um com eles.
A intenção de Deus em Sua economia também é transmitir Cristo, com toda a sua riqueza, os
crentes em Cristo, que foram escolhidos por Deus para ser o Corpo de Cristo, a igreja, a fim de
expressar o Deus Triúno processado (Ef 3:8-10). Esta é a linha central da revelação divina.
Finalmente, a intenção de Deus em Sua economia é fazer todas as coisas se reunirem em Cristo
sob uma só cabeça (1:10). Hoje, todo o universo está em desordem, mas quando o novo céu e a
nova terra chegarem, tudo será submetido a Cristo, sob Sua autoridade como Cabeça. Na igreja,
estamos sujeitos a Cristo, a Cabeça, para que finalmente em Cristo todas as coisas possam ser reunidas
sob uma só cabeça, no novo céu e na nova terra.

III. A ECONOMIA DE DEUS E A ADMINISTRAÇÃO DO APÓSTOLO


No capítulo 3 de Efésios, Paulo usou a palavra grega oikonomia com duas denotações.
Primeiro, essa palavra se refere à economia de Deus. Em segundo lugar, refere-se à mordomado do
apóstolo. Finalmente, a economia de Deus se torna a mordomado do apóstolo. A economia de Deus
foi feita na eternidade (vv. 9-11). A mordomado (gr. Economia ) da graça de Deus, que o apóstolo
tinha, foi dada a ele na esfera do tempo para levar a cabo a economia eterna de Deus na graça (v. 2;
1Co 9:17). A economia de Deus é com o próprio Deus, mas a mordomado do apóstolo não foi dada
apenas a Paulo como indivíduo. Mordomado foi dada a todos os crentes.
Paulo revela em Efésios 3 que a economia de Deus foi dada a ele na forma de mordomado; mas
ele disse que, como aquele que recebeu a mordomado, ele era menos que o menor de todos os santos
(v. 8). Se o menor dos santos está qualificado para receber a mordomado, então todos nós estamos
qualificados. Hoje, um eletricista sabe mais do que Thomas Edison, porque herdou todo o
conhecimento desde a época de Edison. Porque vivemos em tempos depois de Paulo, herdamos tudo
o que ele e outros nos transmitiram desde então. Nesse sentido, somos maiores que Paulo, porque ele
declarou que era menos que o menor de todos os santos. De certa maneira, Paulo foi nosso começo
e somos sua consumação.
A economia de Deus tornou-se nossa mordomado pela qual compartilhamos a graça de
Deus. As riquezas de Cristo são graça. A mordomado da graça é mencionada em 3:2, e as insondáveis
riquezas de Cristo são mencionadas no versículo 8; assim, a mordomado da graça é o ministério cujo
propósito é distribuir ou transmitir aos crentes as insondáveis riquezas de Cristo como uma graça para
o desfrute deles.
Precisamos entrar em todos esses pontos com relação ao que Deus fez na eternidade passada.
Na eternidade passada Deus exerceu Sua vontade para o Seu propósito, no qual é Seu bom prazer e
para o qual Ele teve que determinar um conselho. Com base nisso, ele fez uma economia eterna para
transmitir as riquezas de Cristo no povo escolhido de Deus, os crentes, a fim de ter uma igreja, um
Corpo, um organismo para a Sua expressão. Finalmente, através desta dispensação, ele reunirá todas
as coisas sob uma só cabeça em Cristo. Para o cumprimento de Sua economia, Deus se dispensa a nós
16

de maneira muito detalhada. A comunhão de Deus em nós, Seu povo escolhido e redimido, terá sua
consumação na Nova Jerusalém.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 04
O DISPENSAR DIVINO
Leitura bíblica: Ef 3:8-9; 1:4-5, 7-11, 13-14a, 19-23, 6, 12, 14b; Ap 21:1-3, 10-11
Na mensagem anterior, vimos que a economia divina vem da vontade, propósito, prazer e conselho
de Deus; portanto, a vontade, o propósito, o prazer e o conselho de Deus têm como propósito o
dispensar divino. A intenção de Deus em Sua economia é dispensar-se em Seu povo escolhido e, assim,
tornar-se um com eles. A intenção de Deus em Sua economia é dar a Cristo com todas as Suas riquezas
aos crentes que Deus escolheu para constituir o Corpo de Cristo, a igreja, para que o Deus Triúno
processado possa ser expresso (Ef 3:8-10). Primeiro, o dispensar divino dispensa Cristo com tudo o
que o Deus Triúno processado é, realizou e obteve. Em segundo lugar, esta dispensação constitui o
corpo orgânico de Cristo. A igreja, como o Corpo de Cristo, não é apenas edificada, mas também
constituída.
Uma casa é edificada reunindo materiais inorgânicos, mas o corpo humano é edificado através do
crescimento. Uma criança cresce assimilando o elemento orgânico da comida. Para constituir nosso
corpo, podemos assimilar apenas coisas orgânicas como alimento. Um americano típico é a
composição de todos os alimentos ricos dos Estados Unidos. Para ser constituído dessas riquezas, é
preciso comer e digeri-las. A digestão com assimilação produz crescimento. Para constituir o Corpo
de Cristo, devemos assimilar mais e mais de Cristo. Desta forma, o elemento de Cristo, que é
totalmente orgânico, crescerá em nós. A intenção de Deus em Sua economia é nos dispensar o
elemento de Cristo para nossa constituição e crescimento orgânico.
A intenção de Deus em Sua economia é também fazer todas as coisas se reunirem em Cristo sob
uma só cabeça. Cristo é a Cabeça, não só da igreja, mas também de todas as coisas (1:10, 22). Deus
deu a Ele o dom de ser Cabeça sobre todas as coisas para a igreja, Seu Corpo. Ele é a cabeça do
corpo. Nosso próprio corpo é uma imagem disso. Todas as partes do nosso corpo estão organicamente
relacionadas com a cabeça por meio dos nervos. A união de todas as coisas sob Cristo, a Cabeça, é
feita organicamente através do crescimento do Corpo.
Na mensagem anterior, também notamos a relação que existe entre a economia de Deus e a
mordomado do apóstolo. A mordomado do apóstolo é simplesmente a realização da economia de
Deus. Tudo o que Deus planejou precisa ser feito. O verdadeiro apostolado é a realização da economia
de Deus.

I. O DISPENSAR DIVINO É A CONSUMAÇÃO DA ECONOMIA DIVINA


O livro de Efésios revela o dispensar de Deus como nenhum outro livro em toda a Bíblia.
Especialmente nos primeiros quatro capítulos, o ponto mais crucial é o dispensar divino. Para estudar
cuidadosamente o livro de Efésios, precisamos estudar e entender o Dispensar Divino. Ao longo do
livro, a palavra dispensação não é usada, mas o dispensar está lá.
Eu uso a palavra dispensação para me referir ao processo de comer, digerir e assimilar
alimentos em nosso ser. No final, quando o elemento da comida que tomamos é assimilado em nosso
ser, esse alimento se torna nós mesmos. Transmitir não significa apenas distribuir. Significa que as
coisas que recebemos foram assimiladas em nós para nos tornarmos.
O Dispensar Divino é a consumação da economia divina. Em outras palavras, o plano de Deus
é realizado através de Seu dispensar. O Dispensar Divino tem sua consumação na economia de Deus,
o plano de Deus. Em Efésios 3:8-9 Paulo disse: "Para mim, que sou menos do que o mínimo de todos
os santos, foi dada esta graça de pregar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo como o evangelho,
e iluminar a todos para ver qual é a economia do mistério escondido dos séculos em Deus, que criou
todas as coisas". Esses versículos revelam a comunhão de Deus. Paulo recebeu a graça de anunciar as
insondáveis riquezas de Cristo como evangelho. Anunciar significa distribuir. Que Paulo distribuiu as
riquezas de Cristo aos crentes concordava com a economia de Deus. Tal é o apostolado que visa levar
a cabo a economia de Deus.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
II. A ECONOMIA DIVINA PROCEDE DA VONTADE,
PROPÓSITO, BENEPLÁCITO E CONSELHO DE DEUS
A economia divina vem da vontade, propósito, prazer e conselho de Deus; portanto, a
vontade, o propósito, o prazer e o conselho de Deus têm como propósito o dispensar divino. Tudo o
que Deus alcançou tem apenas um propósito. Este propósito é para Deus se dispensar em Seu povo
escolhido.

III. O DISPENSAR DIVINO DA ECONOMIA DIVINA


É CONSUMADA PELA TRINDADE DIVINA
A comunhão divina da economia divina é consumada através da Trindade Divina. Quando
comecei a falar sobre a Trindade Divina neste país, eu disse às pessoas para não considerarem a
Trindade como uma simples doutrina teológica. A Trindade Divina não é uma questão de doutrina,
mas de nosso desfrute. Em 2 Coríntios 13:14 nos é mostrado: "A graça do Senhor Jesus Cristo, o
amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês". A Trindade - Deus, Cristo
e o Espírito Santo - é revelada aqui com amor, graça e comunhão. Isso é revelado para nossa
experiência e desfrute do Deus Triúno.
A Trindade é para a nossa experiência, mas se a Trindade não pudesse ser transmitida a nós,
como poderíamos experimentá-la? A comida é para nosso desfrute, mas se não pudéssemos comê-la,
digeri-la e assimilá-la em nosso corpo, como poderíamos apreciá-la? O alimento deve ser transmitido
em nosso corpo de tal forma que possamos desfrutá-lo. Em 2 Coríntios 13:14 nos é mostrado um
tipo de dispensação. Deus Pai, que é amor, está corporificado em Deus, o Filho, que é graça. A graça
é transmitida a nós através da comunhão do Espírito. A comunhão do Espírito Santo é simplesmente
o fluir e a transmissão a nós daquilo que o Deus Triúno é e tem. O Deus Triúno é amor com graça, e
graça com amor se torna o fluir. Esse fluir é comunhão, a comunhão é a dispensação do Deus Triúno
em nosso ser para nossa experiência e desfrute.

A. A natureza divina é concedida aos crentes em Cristo


através da eleição de Deus Pai, e a vida divina é transmitida
em virtude da predestinação de Deus Pai.
A natureza divina é transmitida aos crentes em Cristo através da eleição de Deus Pai, e a vida
divina é transmitida em virtude da predestinação de Deus Pai (Ef 1:4-5). Efésios 1:4 diz que Deus o
Pai nos escolheu em Cristo para que fôssemos santos. Ele nos escolheu para a santificação. Ser santo
tem a ver com a dispensação. Se a natureza divina de Deus não é transmitida em nosso ser, não temos
o elemento com o qual sermos santificados. Por natureza somos como um pedaço de barro. Como
poderíamos nos tornar ouro a menos que algum elemento de ouro fosse mesclado conosco? Não há
nada no universo que seja santo, exceto o próprio Deus. Quando o elemento divino e santo de Deus
é transmitido em nós homens de barro, nós nos tornamos santos. Para ser santo necessitamos que o
elemento santificador seja dispensado ao nosso ser.
Efésios 1:5 diz que Deus nos predestinou para a filiação. Predestinação significa marcação
antecipada. Se você for a uma loja para comprar pêssegos, primeiro escolha os pêssegos que deseja
comprar e marque-os. Fomos escolhidos por Deus e marcados para sermos feitos Seus filhos. A filiação
tem a ver com dispensação. Se a vida de Deus como um elemento divino não fosse transmitida em
nós, como poderíamos ser filhos de Deus? Para sermos filhos de Deus por nascimento, é necessário
que o elemento divino de Deus como vida seja transmitido a nós. Efésios 1:4-5, indicam claramente
que a natureza santa de Deus e Sua vida devem ser transmitidas em nosso ser para que possamos ser
santos e ser Seus verdadeiros filhos.

B. O elemento divino, pelo qual os crentes em Cristo são feitos a grande herança de Deus é
tansmitida nos crentes através da redenção de Deus Filho com uma vista para a economia de
Deus na plenitude do tempo, de para reunir todas as coisas em Cristo sob uma só cabeça
18

O elemento divino, que os crentes em Cristo são feitos a grande herança de Deus é dispensada
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nos crentes através da redenção de Deus Filho, com vista para a economia de Deus, na plenitude dos
tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas sob uma só cabeça (vv. 7-10). Deus o Filho,
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Cristo, nos redimiu. Isso implica que nos perdemos. Antes de sermos salvos, tínhamos caído em pelo
menos quatro categorias de problemas: pecado, ego, Satanás e o mundo. Através de Sua morte
redentora, Cristo nos redimiu dessas coisas negativas para Si mesmo. Nós estávamos em pecado, em
nós mesmos, em Satanás e no mundo, mas agora estamos em Cristo!
A frase em Cristo implica uma esfera, um ambiente e um elemento. Nós estávamos em Adão
e Adão era nossa esfera. Em Adão, fomos seres caídos, mas agora fomos redimidos e colocados em
Cristo. Cristo se tornou nossa esfera e nosso ambiente. Cristo também é nosso elemento. Seu elemento
é o elemento divino, a substância divina. Estar em Cristo significa estar no elemento divino. Dia a dia,
o próprio Cristo é trabalhado em nós para se tornar nosso elemento. Se não tivéssemos Cristo como
nosso elemento, como poderíamos ser chamados cristãos? Somos cristãos porque temos Cristo como
nosso elemento. Um copo é feito de ouro porque tem o elemento ouro. Se um copo não tiver nenhum
elemento de ouro, ele não pode ser chamado de copo de ouro.
Hoje estamos em Cristo, que é o nosso elemento. Esse elemento nos tornou um excelente
tesouro para se tornar a herança de Deus (v. 11). Em nós mesmos somos pedaços de barro, indignos
de ser sua herança. O que Deus quer herdar é algo excelente. Porque Cristo se tornou nosso elemento,
nós nos tornamos excelentes por este elemento. Portanto, Deus nos herda como Sua herança. Para
sermos uma herança, o elemento divino, que é o próprio Cristo, deve ser transmitido em nós.
Quando eu era jovem, duvidei da minha salvação porque não tinha muito do elemento divino.
Um dia eu estava lendo o livro O progresso do peregrino, por John Bunyan. Quando cheguei ao
capítulo em que o cristão recebeu um "certificado" que garantiu sua salvação, imediatamente parei de
ler e comecei a me perguntar se eu tinha tal certificado. O "certificado" era fé. Naquela época,
comecei a duvidar da minha salvação e fiquei muito perturbado. Então, eu verifiquei com as Escrituras,
lendo porções como João 3:15-16 e 36, e as li de novo e de novo. Eu duvidava da minha salvação
porque não tinha muito do elemento de Cristo. Cristo não havia sido constituído em meu ser, então
eu duvidei. No entanto, hoje não tenho dúvidas sobre a minha salvação, porque em mim há uma
acumulação de Cristo; agora eu tenho uma quantidade maior de Cristo em mim. O elemento de Cristo
foi dispensado em mim e ainda está sendo dispensado em mim.

C. A essência divina, pela qual os crentes em Cristo desfrutam do Deus Triúno processado, é
transmitida aos crentes através do selo e do penhor de Deus, o Espírito.
Em primeiro lugar, a natureza do Pai foi transmitida a nós. Em segundo lugar, o elemento de
Cristo também foi infundido em nós. Terceiro, a essência divina, pela qual os crentes em Cristo
desfrutam do Deus Triúno processado, é transmitida aos crentes através do selo e do penhor de Deus,
o Espírito (Ef 1:13-14). A ação de selar e dar-se em penhor é muito subjetiva.
O Espírito como selo é a consumação do Deus Triúno. Este selo é um selo molhado, cheio de
tinta divina. O Espírito como selo é também a tinta seladora, a tinta divina, como essência. Com o
selo está a natureza do Pai, o elemento do Filho e a essência do Espírito. A natureza está no elemento,
o elemento está na essência e a essência nos é transmitida como selo.
Desde o primeiro momento em que fomos selados com o Espírito, esse selo molhado nos
saturou. Quando um selo é aplicado a uma folha de papel, a tinta do selo se estende sobre o papel e
o satura. Essa saturação é um tipo de dispensação. Da mesma forma, fomos selados com o Espírito
Santo. Recebemos a transmissão do selo úmido do Espírito Santo, que inclui a natureza do Pai, o
elemento do Filho e a essência do Espírito.
A essência do elemento de uma substância é o seu extrato. Suco de laranja é o extrato da
laranja. Quando bebemos o suco, recebemos a essência da laranja. O Espírito como Deus Triúno
processado é a essência. Deus foi processado para que possamos recebê-lo. Essa é a razão pela qual
Deus é triúno. Ele tem que ser o Pai para planejar Sua economia, ele tem que ser o Filho para cumpri-
lo, e ele tem que ser o Espírito para ser o extrato da Trindade Divina. Como o Espírito, Ele está
disponível para que possamos desfrutá-lo e recebê-lo. Quando o Espírito está conosco como essência,
temos o Filho como o elemento e o Pai como natureza.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
IV. O DISPENSAR DIVINO DA ECONOMIA DIVINA
CONSTITUI O CORPO ORGÂNICO DE CRISTO
O dispensar divino da economia divina é o Corpo orgânico de Cristo, a igreja, com todo o
Deus Triúno processado é, tem e obteve, como resultado da Trindade Divina processado para sua
glória e a sua plena expressão, que tem sua consumação na Nova Jerusalém.
Efésios 1 é uma passagem cheia da verdade sobre o dispensar de Deus. Nos versos 4 e 5, a
natureza de Deus é transmitida a nós com a Sua vida. Nos versículos 7 a 11, o elemento de Cristo
nos foi transmitido por meio de Sua redenção. Nos versos 13 e 14, a essência do Espírito foi
transmitida como um selo em nosso ser. Nos versículos 15 a 18, Paulo ora pela igreja sobre a
revelação. Então, a partir do verso 19 no final do capítulo, Paulo fala sobre o poder que operou em
Cristo e agora é transmitido aos crentes. Este poder é o extrato do Deus Triúno: Deus Pai no Filho
como Espírito. A Trindade Divina se tornou um tal poder. Assim como a eletricidade é a energia
instalada em nossos lares, o Deus Triúno é o poder que foi instalado em nosso ser.
Este poder ressuscitou Cristo dentre os mortos, fazendo-o sentar nos lugares celestiais, colocou
todas as coisas debaixo de seus pés, e lhe deu o dom de ser cabeça sobre todas as coisas para a igreja
(vv. 20-22). Tudo o que aconteceu com respeito a Cristo, com Cristo e em Cristo deve ser transmitido
à igreja. Deste modo, a igreja é o grande produto da transfusão da Trindade Divina. A igreja como o
Corpo de Cristo é o resultado da transfusão do Deus Triúno. Podemos até dizer que o Corpo de Cristo
é o extrato da Trindade Divina.
A igreja como o Corpo de Cristo é a plenitude daquele que preenche tudo em todos (v. 23).
Eu creio que a frase [...] tudo em todos que é encontrado em Efésios 1:23 é semelhante à frase tudo,
e em todos em Colossenses 3:11. Em Colossenses 3, Cristo é todos os membros que constituem o
novo homem e estão em todos os membros. Em Efésios 1 a igreja é a plenitude daquele que
está em todos os crentes e que é todo crente. O dispensar da Trindade Divina produz o Corpo de
Cristo como a plenitude do Deus Triúno processado, que é todo crente e está em todos eles.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 05
A CRIAÇÃO DO HOMEM POR DEUS COM A PERSPECTIVA DO DISPENSAR DIVINO, DE
ACORDO COM A ECONOMIA DIVINA (1)
Leitura bíblica: Gn 1:26a; Ef 1:11b; Mt 28:19; 2Co 4:4b; Cl 1:15a; Fl 2:6; Hb 1:3;
1Ts 5:23; Hb 4:12b; Gn 2:7; Zc 12:1; Pv 20:27; Gn 2:8-9
Oração: Senhor, confiamos em Ti para o estudo desta palavra profunda. Senhor, revela-nos os Teus
mistérios e mostra-nos os mistérios ocultos. Senhor, queremos conhecer o Seu coração e o Seu
desejo. Queremos abrir nosso ser para Ti. Senhor, abra o Seu ser para que possamos ter uma plena
comunhão Contigo. Senhor, cobre-nos com o Teu precioso sangue e unge-nos com o unguento da
unção. Nós precisamos disso. Obrigado Senhor. Amém

Nas mensagens anteriores, cobrimos quatro questões principais: Deus em seus títulos; Deus em
sua pessoa; a economia divina, que é o plano eterno de Deus; e o dispensar divino. Essas quatro
questões servem de prólogo ao tema desta série de mensagens, que é "A linha central da revelação
divina".
Eu estou no ministério do Senhor há mais de sessenta e cinco anos. Durante todos esses anos,
através do estudo que fiz sobre a Palavra de Deus na Bíblia e os escritos de outros, descobri que a
Bíblia contém uma linha central que o Cristianismo ignorou. Na maioria das livrarias cristãs é difícil
encontrar uma publicação que lide com o dispensar de Deus ou a economia de Deus. Até onde eu sei,
aqueles na vida interior falavam muito sobre o plano de Deus, e um de seus escritores, a Sra. Charles
A. McDonough, publicou um livro chamado Plano de Redenção de Deus. Mas a palavra economia não
foi usada com respeito ao plano de Deus. Isto pode ser devido a Efésios 1:10, 3:9 e 1 Timóteo 1:4,
que são os principais versos onde a palavra grega é usada oikonomia, algumas versões da Bíblia
traduzida como "dispensação". A palavra dispensação não é um erro de tradução, mas sua denotação
foi arruinada. Uma tradução melhor da palavra economia é administração ou economia. A palavra
economia envolve o pensamento de uma administração familiar. Então, a economia de Deus é a
administração de sua família.
Na economia de Deus, o ponto principal é que Deus é transmitido em Seu povo escolhido. Esse
pensamento é novo. A palavra economia está na Bíblia, mas não a palavra transmitir. No entanto, o
fato de transmitir pode ser encontrado na Bíblia. A economia divina e o dispensar divino são a linha
central de toda a Bíblia.
Nos últimos trinta anos, quase terminei o estudo da vida de toda a Bíblia. Hoje começo um
novo estudo da Bíblia. O tema, os pontos e os fatos são os mesmos, mas o ponto de vista é
diferente. Eu chamo este estudo: "A perspectiva do Dispensar Divino de acordo com a economia
divina". O título desta mensagem é: "A criação do homem por Deus com a perspectiva do Dispensar
Divino de acordo com a economia divina". A frase com a perspectiva de é usado no título para mostrar
que a criação do homem foi realizada com a perspectiva do dispensar divino. Ter uma certa perspectiva
de algo é diferente de ter um propósito. Ao fazer qualquer coisa, devemos ter alguma perspectiva
sobre isso. Ao estabelecer uma escola ou um negócio, não devemos fazê-lo sem ter a perspectiva
adequada. Ao criar o homem, Deus tinha uma perspectiva definida. Deus criou o homem com a
perspectiva de seu dispensar.

I. NA ETERNIDADE O DEUS TRIÚNO CELEBROU UM CONSELHO E DETERMINOU EM SEU


CONSELHO CRIAR HOMEM
Na eternidade, o Deus Triúno deve ter celebrado um conselho e determinado em Seu conselho criar
o homem (Gn 1:26a; Ef 1:11b). Um conselho, ou uma conferência, deve ter sido celebrado entre
os três da Trindade Divina. Um conselho indica que mais de uma pessoa está envolvida. Um conselho
ou conferência é realizado por um grupo de pessoas. Em Gênesis 1:26, Deus disse: "Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Este verso indica que antes de criar o homem,
21

o Deus Triúno teve um conselho no qual os três da Trindade Divina determinaram em Seu conselho
como fazer o homem. Esse conselho era o que Deus tinha em vista. Deus criou o homem tendo em
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vista a Sua divina comunhão. Por que Deus criou o homem à sua imagem e segundo a sua

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
semelhança? A razão é que isso estava de acordo com a perspectiva de Deus. Por que Deus criou o
homem formando um corpo feito de barro? E por que Deus formou um espírito para o homem com
o sopro de vida que saiu de Si mesmo? Por que, depois de criar o homem, Deus o colocou no Jardim
do Éden na frente das duas árvores? Por que havia um rio que corria ao lado da árvore, com três tipos
diferentes de materiais preciosos produzidos no fluir desse rio? A resposta a todas essas perguntas é
que Deus tinha alguma perspectiva, e isso veio de Seu conselho e isto provinha de seu Conselho.
A obra criadora de Deus foi mencionada muito brevemente em Gênesis 1, mas os detalhes
dela, especialmente a maneira como ele criou o homem, só foram definidos e revelados no capítulo
2. O capítulo 1 apenas nos diz que Deus criou o homem à sua imagem e segundo a sua semelhança
(vv. 26-27). Mas o capítulo 2 nos diz que Deus formou duas partes do homem: seu corpo feito de
barro e seu espírito vindo do sopro da vida soprado por Deus (v. 7). Quando essas duas partes foram
combinadas, a alma foi produzida. Em outras palavras, a combinação do corpo e espírito do homem
produziu um homem completo.
O homem criado em Gênesis 1 é masculino e feminino. O homem é um casal. No capítulo 1,
tanto homem quanto mulher são mencionados (v. 27), mas no capítulo 2 são dados os detalhes de
sua criação. No verso 18, Deus disse: "Não é bom que um homem esteja só". Isso indica que não é
bom que um homem seja solteiro. Em si mesmo, o homem não está completo. O homem precisa de
um complemento; ele precisa de outra parte que esteja a par com ele. Um homem é completado,
consumado, por sua esposa. Portanto, Deus teve que fazer uma mulher para complementar o
macho. Ao fazer este complemento, Deus usou uma pequena parte do homem, uma costela, com a
qual ele edificou a mulher (vv. 21-22). Então, a mulher era algo que vinha do homem e isso fazia
parte dele. Todas as mulheres são simplesmente parte dos homens.
Após a criação da mulher, Deus a trouxe ao homem e, quando o homem a viu, ele ficou muito
feliz. Adão disse: "Desta vez é osso dos meus ossos / carne da minha carne" (v. 23). O homem e a
mulher se tornaram uma só carne (v. 24). Eva veio de Adão e voltou para Adão. Adão e Eva
formaram um casal, uma pessoa corporativa. Assim Deus consuma a criação do homem.
Deus criou o homem tendo uma certa perspectiva, de acordo com um certo plano. O que
Deus tinha em mente eram os planos de Deus. Quando uma pessoa constrói uma casa, a primeira
coisa que deve ter são os planos. Então, faz o prédio de acordo com os planos. Ele constrói de acordo
com a perspectiva de design que aparece nos planos. Deus fez um desígnio em Seu conselho
divino. Esse conselho foi a perspectiva segundo a qual Deus criou o homem. Quando Deus criou o
homem, Ele tinha os planos. Esses planos eram Seu conselho, e esse conselho era a perspectiva segundo
a qual Ele fez o homem.
Deus criou o homem com vistas à transmissão divina de acordo com a economia divina. Na
eternidade, o Deus Triúno realizou um conselho e determinou um conselho sobre a criação do
homem. Efésios 1:11 diz que Deus faz todas as coisas de acordo com o conselho da Sua
vontade. Criando os céus e a terra e criando o homem, Deus determinou um conselho. Este conselho
foi determinado no conselho de Deus. Nossa escolha e predestinação para ser a igreja, o Corpo de
Cristo, foi feita de acordo com o conselho que os três do Deus Triúno determinaram entre Si mesmo.

II. O HOMEM FOI CRIADO


A. Pelo Deus Triúno: o Pai, o Filho e o Espírito
O homem foi criado pelo Deus Triúno: o Pai, o Filho e o Espírito (Mt 28:19). Gênesis 1:26
diz: "Então Deus disse: Façamos o homem". A palavra hebraica Elohim, que é traduzida como "Deus"
neste verso, é um substantivo plural em hebraico, que refere-se à Trindade Divina.

B. Na Sua imagem (interna)


O homem foi criado pelo Deus Triúno em Sua imagem (interna). Essa imagem é Cristo, o
Filho, como uma expressão do Deus invisível na essência de Seus atributos, tais como amor, luz,
santidade e justiça (2Co 4:4b; Cl 1:15a).
22

A imagem de Deus refere-se à imagem interna da essência de Deus. Cristo, o Filho, é a imagem
do Deus Triúno. Ele é a expressão do Deus invisível. Deus é invisível; no entanto, tem uma imagem, e
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essa imagem é Cristo, o Filho, que é a expressão do Deus invisível na essência de Seus atributos. Os

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
atributos de Deus são suas características. Deus é amor (1Jo 4:16), Deus é luz (1:5), Deus é santo e
Deus é justo. Finalmente, Deus é também santidade e justiça. Deus tem muitos outros atributos,
incluindo misericórdia e bondade, bem como poder, fortaleza e força.
Ao falar sobre essa questão, precisamos ser diligentes na distinção entre atributos e virtudes. Se
não tivermos cuidado, podemos usar esses termos incorretamente. Um atributo denota o próprio
elemento ou essência de algo que ainda não foi expresso. Quando um atributo é expresso, ele se torna
uma virtude. Certamente, como homens, não temos os atributos de amor, luz, santidade ou justiça. Os
verdadeiros atributos do amor, luz, santidade e justiça de Deus pertencem a Ele. Mas quando Deus se
fez homem para viver na terra, os atributos de Deus foram expressos em virtudes humanas. Os
atributos pertencem à divindade, mas as virtudes são expressas através da humanidade. Portanto, os
atributos expressos são as virtudes, a essência e elementos escondidos das virtudes são os atributos.
O Deus Triúno é uma constituição de todos os Seus atributos. A totalidade dos atributos
divinos é a essência interna de Deus. Essa essência interna precisa de uma expressão. A expressão da
essência interior de Deus é a Sua imagem e esta imagem está incorporada em Cristo. Toda a plenitude
da divindade habita corporalmente em Cristo (Cl 2:9). Cristo como imagem de Deus é a expressão
da essência dos atributos de Deus, que são o Seu próprio ser. O Deus Triúno fez o homem em Cristo
a esta imagem e de acordo com ela.
Todos os seres humanos carregam dentro de si a expressão, a imagem de Deus. Deus é amor
e também temos um certo tipo de amor. Nosso amor é uma cópia do amor de Deus. O amor de Deus
é amor verdadeiro e nosso amor é uma fotografia do amor de Deus. Os seres humanos são figuras,
sombras ou fotografias de Deus em Seus atributos. Deus também é luz. Como seres humanos, também
temos uma certa quantidade de luz. Também gostamos de luz e odiamos estar na escuridão. Quando
fazemos algo no escuro, não queremos que as pessoas saibam disso. Mas quando fazemos algo à luz,
certamente gostamos que as pessoas vejam que estamos brilhando e que pertencemos à luz. Também
gostamos de ser santos, isto é, não gostamos de ser comuns. Nós gostamos de nos separar das coisas
comuns. Também gostamos de ser justos e fazer a coisa certa. Nós não gostamos de trapacear
ninguém, embora algumas vezes possamos roubar dos outros devido à nossa natureza caída. Mesmo
antes de sermos salvos, gostávamos de ser gentis, resplandecentes, santos e justos. Em nossa natureza,
queríamos amar nossos pais, mas muitas vezes não o fizemos. Percebemos que isso não estava
certo. Isso prova que temos uma cópia dos atributos de Deus. Então, temos a imagem de Deus.

C. De acordo com a sua semelhança (externa)


O homem não foi criado apenas com a imagem interna do Deus Triúno, mas também de
acordo com Sua semelhança (externa). Essa semelhança é a forma do ser de Deus (Fp 2:6), a
expressão da essência e natureza da pessoa de Deus (Hb 1:3). Cristo existiu na forma de Deus, isto é,
à semelhança de Deus. Quando ele se tornou um homem, ele colocou de lado a semelhança de Deus
e assumiu a forma de um escravo (Fp 2:7). Ele se esvaziou da forma de Deus, mas ele não se despojou
da essência de Deus. Cristo deixou de lado a semelhança externa, a forma do ser de Deus. A forma
do ser de Deus é a expressão da essência e natureza da pessoa de Deus. Hebreus 1:3 diz: "Ele [Cristo],
sendo o resplendor de sua glória e a expressão de sua substância". A essência de Deus é algo que está
dentro do próprio Deus. Esta essência precisa de uma expressão externa, uma impressão; como a
impressão de um selo. Cristo é a imagem, a forma externa do ser de Deus.

D. Como a mais elevada vida criada


O homem foi criado com a mais elevada da vida criada. A obra criadora de Deus acontece na
vida. De acordo com Gênesis 1, a vida que Deus criou incluiu três categorias: vida vegetal, vida animal
e viver humano. A primeira coisa que Deus criou na Terra através do Seu Espírito foi a vida vegetal,
que inclui grama, árvores e flores. Esta é a vida que não tem consciência de si mesma, a mais baixa
das vidas criadas. Depois da vida vegetal, Deus criou a vida animal. Esta vida está em um nível mais
elevada é mais forte que a vida vegetal. A vida animal é consciente de si mesma, mas a vida vegetal
23

não. Mesmo os animais menores, como as formigas, são seres conscientes. Finalmente, com a criação
da vida humana, a obra criadora de Deus alcançou o nível mais alto. A vida humana é aquela que está
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mais consciente de si mesma. Embora muitos dos animais sejam muito inteligentes e habilidosos,

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nenhum deles pode falar uma língua humana. No entanto, os seres humanos têm a capacidade de
aprender a falar qualquer linguagem humana. Se um animal como a mula de Balaão (Nm 22:27-30)
falou uma língua humana, tal coisa é um milagre. Essa é uma indicação de que a vida do homem é a
mais alta entre as vidas criadas.

E. Segundo a espécie divina


O homem, como a mais alta vida criada, foi criado de acordo com a espécie divina (Gn 1:26-
27). Gênesis 1 nos diz que todas as plantas foram criadas de acordo com suas próprias espécies (vv.
11-12). Hoje, se plantarmos um pessegueiro, ele produzirá pêssegos. Da mesma forma, se plantarmos
uma amendoeira, produziremos amêndoas e não bananas. É o mesmo na vida animal (vv. 21, 24-
25). Caranguejos na água produzem mais caranguejos de acordo com suas espécies. Os caranguejos
não podem produzir tartarugas. Os caranguejos pertencem a um reino e as plantas a outro. No
entanto, os homens pertencem à espécie divina.
Quando duas árvores são enxertadas, elas devem ser muito semelhantes ou não podem crescer
juntas. Por exemplo, um ramo de um pessegueiro não pode ser enxertado em uma macieira. Contudo,
um ramo de um pessegueiro de certa variedade pode crescer com um pessegueiro de outra
variedade. Os dois podem crescer juntos porque são da mesma espécie. Da mesma forma, podemos
ser enxertados em Deus (Rm 11:17-24) e crescer junto com Ele (6:5), porque nós e Deus somos da
mesma espécie.

F. O homem é tripartido
1. Um corpo, formado a partir do pó da terra para ser o órgão exterior do homem
O homem foi criado como um ser tripartido (1Ts 5:23, Hb 4:12b). A primeira das três partes
do homem é o seu corpo. O corpo foi formado a partir do pó da terra para ser o órgão exterior do
homem, sendo consciente do físico para ter contato com o mundo material (Gn 2:7a). Todos os
nossos membros físicos, como pernas, boca, mãos e braços, são partes desse órgão exterior.

2. Um espírito, formado pelo sopro de Deus para ser o órgão interior do homem
e, como tal, receber a Deus
A segunda das três partes do homem, que foi criada em Gênesis 2, é o espírito do homem (v.
7b). O espírito do homem foi formado com o sopro de Deus, que era o corpo interior do homem e,
como tal, recebem Deus, sendo espiritualmente consciente de ter contato com o mundo espiritual (Zc
12:1; Pv 20:27). Provérbios 20:27 diz: "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor". Jeová nos
ilumina através do nosso espírito. Se não tivéssemos espírito, não teríamos luz nem nada para nos
iluminar internamente. No Antigo Testamento, a palavra hebraica que era usada com mais frequência
para denotar o espírito era ruach. Em hebraico, esta palavra significa "espírito", "sopro" ou
"vento". Mas a palavra que traduz "espírito" aqui em Provérbios 20:27 não é a palavra hebraica
ruach, porém, neshamah, a mesma palavra usada em Gênesis 2:7 para indicar "sopro". Então, de
acordo com Provérbios 20:27, o fôlego da vida em Gênesis 2:7 é o mesmo espírito do homem. Deus
formou um espírito com o sopro da vida. Neshamah o sopro da vida é a fonte do espírito e do
elemento com o qual o espírito humano foi formado. O corpo foi formado a partir do pó, e o espírito
foi formado a partir do sopro de vida que veio de Deus. Esse sopro de vida que veio de Deus não era
o Espírito de Deus. Não foi o Espírito de Deus, mas algo muito semelhante. A origem do nosso corpo
é pó, mas a origem do nosso espírito é Deus. Nossa respiração é quase idêntica ao nosso ser. Sem
fôlego, nós morreríamos. Mesmo assim, há uma grande diferença entre a nossa respiração e o nosso
eu. O sopro da vida de Deus não era o Seu Espírito, mas o próprio elemento com o qual Deus formou
o espírito do homem.
Deus criou o homem formando duas coisas. Primeiro, formou o corpo com pó. Em segundo
lugar, ele formou o espírito do homem com seu sopro de vida. Portanto, nosso espírito é muito
24

precioso porque nosso espírito é muito semelhante a Deus. O pó não tem muito a ver com Deus, mas
o nosso espírito é muito semelhante a Deus. Esta é a razão pela qual em alguns momentos até os ateus
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têm algo dentro de si que diz: "E se houver um Deus? O que vai acontecer comigo? Alguns podem

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dizer que são ateus e talvez ensinar isso aos outros. Mas à noite, algo dentro deles diz: "Se existe um
Deus, o que devo fazer?" Esse algo dentro deles é o espírito do homem.
Há poucos dias, os irmãos distribuíram literatura, cento e setenta mil porções em Moscou e
São Petersburgo (antiga Leningrado) na União Soviética, e obteve vinte e quatro mil nomes de pessoas
que queriam receber livros e publicações. Os irmãos nos informaram que entre os incrédulos russos
havia uma sede ardente pela verdade do evangelho e de Deus. Eles estão sob o ateísmo há mais de
setenta anos, mas esse ensinamento não pode mudar sua natureza. Ninguém pode mudar sua
natureza. Eles têm uma parte interior que foi formada a partir do sopro de Deus. Este elemento
permanece em todos os seres humanos. Então, é muito fácil para um ateu se voltar para Deus. A razão
para isso é que dentro do homem há um órgão - o espírito- que pode reconhecer Deus.

3. A alma é produzida pela combinação do espírito humano e do corpo humano


A alma era a terceira parte do homem sendo produzida na criação feita por Deus. Em contraste
com o corpo e o espírito, a alma não foi formada por um determinado elemento. A alma foi produzida
pela combinação do espírito humano com o corpo humano. A alma, que consiste da mente, da
emoção e vontade, é o eu do homem e tem consciência do psicológico de ter contato com o mundo
psicológico (Gn 2:7c). Um homem é uma alma. Quando Jacó e sua família desceram ao Egito, o
Antigo Testamento diz que setenta almas desceram ao Egito (Ex 1:5). Da mesma forma, Atos 2:41
narra que três mil almas foram salvas no dia de Pentecostes. O homem é uma alma e a alma é a
totalidade do corpo do homem mais seu espírito. Quando o corpo e o espírito são combinados, a
soma é uma alma. Essa alma é o próprio homem que consiste em sua mente, sua emoção e sua
vontade. Assim, o homem perfeito criado por Deus é uma alma com dois órgãos: o corpo como um
órgão exterior e o espírito como um órgão interior.

III. CRIAR O HOMEM FOI A PREPARAÇÃO QUE DEUS FEZ PARA DISPENSAR A SI MESMO
COMO DEUS TRIÚNO NO HOMEM TRIPARTIDO CONFORME SUA ECONOMIA
Os dois primeiros capítulos do Antigo Testamento nos apresentam um projeto de como Deus
criou os céus e a terra e como Ele criou o homem. A criação do homem é a preparação preliminar
que Deus fez para se dispensar como o Deus Triúno no homem tripartido de acordo com a Sua
economia. Esta é a nova maneira de estudar Gênesis 1 e 2.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 06
A CRIAÇÃO DO HOMEM POR DEUS COM A PERSPECTIVA DO DISPENSAR DIVINO, DE
ACORDO COM A ECONOMIA DIVINA (2)
Leitura bíblica: Gn 2:8-24; Ap 22:1-2a; Jo 7:38-39; Rm 5:14b; 1Co 15:45; Ef 5:25-32;
1:22-23; Ap 19:7; 21:2, 9b-10, 18-21
Oração: Senhor, quanto Te agradecemos que Tu, por Tua misericórdia, esteve conosco o tempo todo
nos últimos anos. No entanto, Senhor, confessamos que somos muito lentos em entender o que Tu
és. Também leva muito tempo para nos conhecermos. Hoje nos achegamos a Ti para aprender a estar
com temor e tremor diante de Ti. Senhor, ensina-nos de acordo com a Tua mente e de acordo com
a Tua economia. Agradecemos por ter uma economia divina para todo o universo. Senhor, há tantos
segredos, tantos mistérios, escondidos em Sua Santa Palavra. Precisamos que Tu os abra e revele para
nós. Nós ainda precisamos que Tu aponte esses mistérios lentamente. Obrigado, Senhor, que Tu
fizeste isso quando esteve na terra três anos e meio com os antigos discípulos. Senhor, nós Te
imploramos para fazer o mesmo conosco hoje. Capture-nos e mantenha-nos em Tua mente para este
difícil estudo. Senhor, lamentamos que seja tão difícil para nós superar o mundo miserável que nos
rodeia. Adotamos muitas coisas do cristianismo hoje nos Estados Unidos, o melhor país cristão com
sua ciência, cultura e religiões. Tenha misericórdia de todos nós e tire todos esses véus e
preocupações. Somos a favor de Ti e dizemos enfaticamente que odiamos todas essas coisas que nos
ocupam. Senhor, esteja conosco de uma maneira nova e cabal. Queremos estar vazios, sem nada em
nosso entendimento. Tu nos disseste que os pobres em espírito são abençoados. Senhor, nos conceda
ser pobre em nosso espírito. Conte-nos algo, nos ensine e nos ajude. Nos dê um coração vazio e uma
mente humilde. Amém.

Fui salvo em abril de 1925. Desde o primeiro dia em que fui salvo, gostei de conhecer a
Bíblia. Nos últimos sessenta e cinco anos e meio, passei quase todos os dias na Bíblia. Alguns dias,
talvez eu não abrisse a Bíblia externamente, mas internamente, de manhã à noite, a Bíblia estava em
minhas considerações. Nos primeiros anos do meu estudo da Bíblia, não percebi que a Bíblia não é
fácil de entender corretamente. Mas quanto mais eu continuei meu estudo da Bíblia, mais eu percebi
que a Bíblia é difícil de entender. A Bíblia é como uma mina profunda; é completamente
ilimitada. Quanto mais me aprofundo na Bíblia, mais percebo que não tem fim. Embora eu tenha
estudado a Bíblia por muitos anos, sinto que este ano foi meu primeiro ano de estudo da Bíblia.

Cristo é a imagem do Deus invisível na essência de seus atributos


Nos últimos anos tem sido difícil para mim entender qual é a imagem de Deus. Colossenses
1:15 diz que Cristo é a imagem do Deus invisível. Quando estudei este versículo há vários anos,
perguntei: "Como é possível que o Deus invisível tenha uma imagem?" Para mim, uma imagem deve
estar visível; mas eu estava imaginando como era possível que o Deus invisível tivesse uma imagem
visível. Eu não tinha ninguém que pudesse me ajudar a encontrar a resposta para essa pergunta. Mas
através de mais de cinquenta anos de estudo, adquiri uma melhor compreensão. A imagem de Deus é
simplesmente a forma dos atributos de Deus. Deus tem muitos atributos, e o ser interior de Deus é a
totalidade de seus atributos. Um atributo é um elemento que pertence a Deus. Deus é amor, luz,
santidade, justiça, poder e força. Estes e centenas de outros pontos são os elementos que pertencem
a Deus; então, eles são seus atributos. Quando esses atributos são expressos, eles se tornam virtudes. 1
Pedro 2:9 nos diz que somos uma raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade,
de modo que proclamam as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz. Aqui Pedro usou a palavra virtudes em vez de atributos. As virtudes são os atributos expressos e
os atributos são as virtudes ocultas ou escondidas. Quando Cristo viveu na terra, Ele expressou os
atributos de Deus em Suas virtudes; Ele expressou os atributos divinos em Sua humanidade como
virtudes. Todos os atributos divinos têm uma imagem. Essa imagem é Cristo, o Filho, como uma
26

expressão do Deus invisível na essência de Seus atributos (2Co 4:4b; Cl 1:15a).


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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
CRISTO TEM A FORMA DE DEUS
O homem foi criado de acordo com a semelhança do Deus Triúno. A semelhança de Deus é
a forma do ser de Deus (Fp 2:6), a expressão da essência e natureza da pessoa de Deus (Hb 1:3).
Anteriormente, pensava que a semelhança se referia à expressão externa de Deus e dizia às pessoas
que, no Antigo Testamento, antes de Sua encarnação, Deus já tinha a semelhança do homem. Mas
esse modo de entender não é o correto. A semelhança é a forma do ser de Deus, que é a expressão
da essência e natureza de Deus. Então, a semelhança é muito semelhante à imagem.

Em Filipenses 2:5-8 as palavras forma, semelhança e exterior são usadas. Estes versos dizem:
"Cristo Jesus, que, existindo a forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus algo que deve
ser aproveitada, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de um escravo, tornando-se como
homens; e encontrado em seu comportamento exterior como homem." Antes de Sua encarnação,
Cristo existiu em forma de Deus, mas quando ele se encarnou, externamente despojado da forma
divina tomou a forma de um escravo. A forma de Deus mencionada nestes versos é a expressão, não
o exterior, do ser de Deus (Hb 1:3). Essa forma é identificada com a essência e a natureza da pessoa
de Deus e, portanto, expressa-a. Isso se refere à divindade de Cristo.

A forma de Deus (Fp 2:6) implica a realidade interna da divindade de Cristo; a


frase semelhante aos homens (v. 7) denota a aparência externa de Sua humanidade. Ele se apresentou
aos homens como um homem exteriormente, mas internamente como Deus tinha a realidade da
divindade. No versículo 8, a expressão parte exterior se refere à aparência externa, a semelhança. Esta
é uma repetição específica da noção de semelhança encontrada no versículo 7. A aparição de Cristo
em Sua humanidade, o que os homens viram, foi Sua manifestação externa do homem.
Hebreus 1:3 diz que Cristo é o resplendor da glória de Deus e a marca da substância de
Deus. O brilho da glória de Deus é semelhante ao brilho ou brilho da luz do sol. O Filho é o resplendor,
o brilho da glória do Pai. Isso se refere à glória de Deus. A impressão da substância de Deus é
semelhante à impressão de um selo. O Filho é a expressão do que Deus Pai é. Isso se refere à substância
de Deus. Se eu tiver um selo que tenha meu nome gravado e também tenho a tinta, quando coloco o
carimbo em uma folha de papel, uma impressão é deixada no papel. O próprio Deus é o selo e Cristo
é a impressão, a expressão do selo.

O homem foi criado à imagem de Deus e segundo a sua semelhança. Deus criou o homem
deste modo como uma preparação para se dispensar no homem para o cumprimento de Sua economia
divina, Seu plano divino. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus para poder expressar
Deus. O homem é uma figura de Deus. Uma foto de alguém é tirada com o objetivo de ter uma
expressão. Da mesma forma, o homem foi criado para expressar Deus.

DEUS CRIOU O HOMEM À SUA IMAGEM E CONFORME SUA


SEMELHANÇA COMO VASO TRIPARTIDO
Há dois pontos cruciais em relação à criação do homem. O primeiro ponto crucial é que Deus
criou o homem à sua imagem e segundo a sua semelhança. O homem foi criado de acordo com Deus,
assim como a imagem de uma pessoa sai de acordo com essa pessoa. Portanto, a imagem e semelhança
do homem estão de acordo com Deus.

O segundo ponto crucial em relação à criação do homem é que Deus o criou dotado de três
partes (Gn 2:7). Então, o homem é tripartido. O corpo do homem foi formado a partir do pó e seu
espírito foi formado a partir do sopro de Deus. O sopro de vida que veio de Deus não era o ser de
Deus, mas era algo muito semelhante ao ser de Deus. A respiração que veio de Deus formou o espírito
do homem. Isto é provado comparando Gênesis 2:7 com Provérbios 20:27. Em ambos os versos é
usada a palavra hebraica neshamah, que indica que o sopro da vida que veio de Deus se tornou o
espírito do homem.
27
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O corpo é físico, mas o espírito não é. No estudo da medicina, os médicos estudam


principalmente nosso corpo físico. Mas o homem não tem apenas uma parte física, mas também uma
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
parte metafísica, que é o seu espírito. A palavra metafísica, em seu uso comum, refere-se ao estudo
de assuntos que vão além da realidade do mundo material. O espírito do homem está além do mundo
material e, portanto, é muito difícil de entender. O estudo do espírito é mais difícil que o estudo da
medicina. Se os médicos me perguntassem algo sobre meu corpo, eu não poderia dizer muita
coisa. Mas se eu perguntasse a eles sobre o espírito, não acho que eles poderiam me responder muito
bem. Os médicos sabem muito sobre o corpo humano, mas muitos deles não sabem ou sequer creem
que o homem tenha um espírito.

O corpo é o órgão exterior do homem e tem a consciência física para ter contato com o
mundo físico (Gn 2:7a). O espírito é o nosso órgão interior que serve não só para ter contato com
Deus, mas também para receber Deus (v. 7b). É como o nosso estômago, que é um receptor de
comida e que também é o lugar onde a comida que comemos é armazenada até ser digerida. Nosso
espírito serve para que tenhamos contato com Deus, recebamos Deus e preservemos Deus.

Esta manhã fui muito rigoroso comigo mesmo. Eu pensava que a cada minuto, até mesmo a
cada segundo, o Senhor Jesus está em meu espírito, e mesmo assim minha conversa foi muito
descuidada. A maneira como eu falei parecia que o Senhor não estava em meu espírito. Isso significa
que eu não tinha o temor de Deus. Em Filipenses 2:12-13 Paulo diz: "Desenvolvei a sua salvação com
temor e tremor, porque Deus é quem realiza em você tanto o querer como o fazer, por Sua boa
vontade". Temos que estar cheios de temor e tremor porque Deus está trabalhando em nós. Se o
presidente dos Estados Unidos nos visitasse, nós imediatamente mudaríamos e nos corrigiríamos.
Temos que entender que o Senhor Jesus, que está em nosso espírito, tem uma posição muito mais alta
que o Presidente. O Senhor Jesus deve receber nossa mais alta estima. Nós devemos estar cheios de
temor quando nos encontrarmos com o Senhor. Mas muitas vezes não temos temor. Se não temos
temor em tudo o que fazemos, isso mostra que nossa compreensão de que Cristo está dentro de nós
não é séria. Se tivéssemos um sentimento sério sobre esse assunto, não poderíamos discutir com nosso
cônjuge. Toda vez que perdemos a paciência, é uma indicação de que nos esquecemos de que o Senhor
Jesus vive em nós. É um sinal de que não estamos com temor e tremendo, sabendo que Ele está em
nós. Cristo vive em nós e vive para nós. Ele não está em nós de vez em quando, mas ele está em nós
a cada minuto e em todo lugar. É por isso que temos um espírito. Nosso espírito, como nosso órgão
interior, e está consciente de das coisas espirituais.

O corpo é o nosso órgão exterior e o espírito é o nosso órgão interior. No entanto, nenhum
desses dois órgãos é a nossa pessoa, o nosso eu. Nossa pessoa, nosso eu, é nossa alma. A alma não foi
formada de nenhum elemento. A alma foi produzida pela combinação dos dois órgãos, o corpo e o
espírito.

A IMAGEM DOS ATRIBUTOS DE DEUS E A SEMELHANÇA DO SER DE DEUS


Todos nós temos a imagem dos atributos de Deus. Ou seja, temos a imitação dos atributos de
Deus. Deus é amor e também temos amor. Deus é luz e também temos algo dentro de nós que é
brilhante. Deus é santo e também gostamos de ser santos. Nós não gostamos de ser baixos ou
comuns; ao contrário, gostamos de nos separar das coisas comuns. Deus é justiça e também gostamos
de ser justos. Nosso amor, nossa luz, nossa santidade e nossa justiça são imitações dos atributos de
Deus. O que temos é apenas uma figura dos atributos de Deus. Esta é a imagem de Deus.

Embora tenhamos a imitação dos atributos de Deus, podemos não ter a similaridade desses
atributos em nosso comportamento. Podemos perder a paciência ou ficar com raiva dos nossos
pais. Também é possível que façamos muitas outras coisas indevidas. Esse comportamento é nossa
semelhança. Nós não somos o que deveríamos ser. Temos a imagem de Deus, mas em nosso
comportamento não somos como Deus. Então, todos nós temos a imagem de Deus, mas podemos
não ter a Sua semelhança.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
A alma do homem consiste de sua mente, sua emoção e sua vontade
Ao combinar o corpo com o espírito, a alma do homem foi produzida (Gn 2:7). A alma é o
nosso eu, nossa própria pessoa. Quando andamos, usamos nosso corpo. Quando pensamos, usamos
nossa mente, uma parte de nossa alma (Sl 13:2). Quando oramos a Deus da parte mais profunda de
nosso ser, exercitamos nosso espírito. Portanto, o homem é uma alma com dois órgãos: corpo e
espírito. Por causa disso, ele é tripartido, um ser de corpo, alma e espírito. Aqueles que ensinam coisas
seculares, tanto na China quanto no Ocidente, instruem as pessoas que o homem tem apenas a parte
externa, o corpo físico e a parte interna, a alma. A parte externa, o corpo do homem, é a parte física
e é visível. A parte interna, a alma do homem, é a parte psicológica e não é visível. Para esses mestres,
o homem tem apenas duas partes. Mas de acordo com a Bíblia, o homem consiste em três partes (1Ts
5:23, Hb 4:12b).

Antes de sermos salvos, nossa pessoa interior era nossa alma com o corpo como um órgão
exterior e com o espírito como um órgão interior. Nossa alma era a pessoa interna com dois
órgãos. Mas quando fomos regenerados, Cristo entrou em nós para ser nossa vida e nossa
pessoa. Portanto, na regeneração, nosso espírito foi feito uma pessoa e nossa alma como o velho
homem foi crucificado (Rm 6:6; Gl 2:20). Por meio da regeneração, nosso espírito, que era um órgão
para a alma, tornou-se a pessoa, com a alma e o corpo como órgãos. A mente, a vontade e a emoção
da alma crucificada se tornaram nosso órgão interior, e o corpo permaneceu como órgão exterior.
Nossa alma como o velho homem foi crucificada (Rm 6:6). Em outras palavras, a vida da alma
acabou, mas as faculdades da alma ainda permanecem. As três faculdades da alma - a mente, a emoção
e a vontade - não devem ser postas de lado; em vez disso, eles devem ser renovados. Isto é provado
por Romanos 12:2, que diz: "Sejas transformados pela renovação de vossa mente". Se for necessário
que nossa mente, sendo parte de nossa alma, seja renovada, nossa emoção e nossa vontade também
devem ser renovadas. As três faculdades da nossa alma devem permanecer sendo renovadas, mas em
nossa vida, precisamos aprender a negar nossa alma crucificada, que é a vida da alma, o eu (Mt 16:24-
26; Lc 9:25).

O HOMEM INTERIOR DE ROMANOS 7 E O HOMEM INTERIOR DE 2 CORÍNTIOS 4


Segundo a Bíblia, nós cristãos temos agora dois homens interiores diferentes (Rm 7:22, 2Co
4:16). Em Romanos 7:22, Paulo disse: "Pois de acordo com o homem interior, eu me agrado da lei
de Deus". Aqui Paulo estava descrevendo uma situação que ele havia experimentado antes de ser
regenerado. Naquela época, como judeu, ele se deleitava na lei de Deus de acordo com o homem
interior. Este homem interior é a alma. Isto está provado no versículo 25, que diz: "Portanto, eu
mesmo, com a minha mente, sirvo a lei de Deus, mas com a carne a lei do pecado." A mente do
versículo 25 é o homem interior do versículo 22. Então, em 2 Coríntios 4:16 Paulo disse: "Portanto,
não estamos desanimados; antes, embora o nosso homem exterior esteja se desgastando, o interior é
renovado de dia após dia". O homem exterior é constituído pelo corpo como seu órgão físico e a
alma como sua vida e pessoa. O homem interior consiste do espírito regenerado como sua vida e
pessoa, e da alma renovada como seu órgão. Assim, no Novo Testamento, o homem interior
mencionado em Romanos 7:22 é diferente do homem interior mencionado em 2 Coríntios 4:16.

A CRIAÇÃO DO HOMEM FOI A PREPARAÇÃO PRELIMINAR QUE DEUS FEZ


PARA DISPENSAR A SI MESMO NO HOMEM CONFORME SUA ECONOMIA
A criação do homem como um vaso tripartido foi a preparação preliminar que Deus fez com
vista ao homem receber o Deus Triúno dentro de si mesmo. A entrada do Deus Triúno em nosso ser
é a Seu dispensar em nós. Antes de nos dispensar, Ele nos criou com um corpo e um espírito para
produzir uma alma. Nós fomos preparados por Deus de tal maneira. Então, nós homens somos uma
alma com dois órgãos: o corpo como um órgão exterior e o espírito como um órgão interior. Nosso
espírito como órgão interior tem a capacidade de receber e conter Deus. Esta é a preparação que Deus
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fez para se entregar ao homem de acordo com a Sua economia divina.


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IV. Depois de ser criado, o homem foi colocado no jardim do Éden
Depois de ser criado, o homem foi colocado no jardim do Éden (Gn 2:8). Um jardim é um
lugar agradável e bonito. Na terra recém-criada por Deus, Deus colocou o homem em um jardim.

A. Na frente de duas árvores


O homem foi colocado no Jardim do Éden na frente de duas árvores (v. 9). Uma árvore era
a árvore da vida e a outra era a árvore do conhecimento do bem e do mal. A árvore da vida simbolizava
Deus, que deveria ser recebido pelo homem como sua vida de dependência (v. 16). A árvore do
conhecimento do bem e do mal simbolizava Satanás como conhecimento de independência, o que
resulta em morte (v. 17).

B. Com um rio, que representa o fluir de Deus como vida para produzir três materiais preciosos
Um rio corria ao lado da árvore da vida. Finalmente, este rio foi dividido em quatro braços,
que correram para os quatro cantos da terra (vv. 10-14). Um dos braços era o rio Eufrates, que
atravessa o atual país do Iraque. O rio representa o fluir de Deus como vida para produzir três materiais
preciosos (vv. 10-14; Ap 22:1-2a; Jo 7:38-39).

O primeiro dos três materiais preciosos era o ouro (Gn 2:11b-12a), que representa a natureza
de Deus Pai. O segundo dos três materiais estava ao lado do fluir do rio e era bdélio (v. 12b). O
bdélio é formado por uma resina perfumada e representa Deus Filho em Sua redenção. O terceiro dos
três materiais preciosos era ônix, que representa Deus Espírito em Sua obra transformadora (v.
12c). Ouro, bdélio e ônix foram os três materiais preciosos produzidos pelo fluir do rio.

C. Para produzir um complemento para Deus


Imediatamente após criar o homem e colocar o homem diante da árvore da vida, Deus disse:
"Não é bom que o homem esteja só; farei uma auxiliadora idônea para ele" (Gn 2:18). Então, Deus
fez um complemento para Adão ao fazer cair um sono sobre o homem, abrindo seu lado, pegando
uma de suas costelas, e da costela extraída edificou uma mulher (vv. 21-22). A mulher tornou-se o
complemento, a segunda parte do homem. A mulher, Eva, foi edificada com a costela extraída de
Adão e retornou a Adão para ser uma carne com ele como seu complemento.

Adão, o primeiro Adão, tipifica Cristo, o último Adão, que é a corporificação de Deus (Gn
2:20b, Rm 5:14b, 1Co 15:45). Eva, que foi edificada com a costela extraída de Adão e voltou a
Adão para ser uma só carne com ele como seu complemento, representa a igreja, que veio do lado
de Cristo e voltou para Cristo para ser um espírito com Ele como seu complemento (o do Deus Triúno
processado). Este complemento é o Corpo orgânico de Cristo como Sua noiva, que se consuma na
Nova Jerusalém, que é edificado com o Deus Triúno processado como ouro, pérolas e pedras preciosas
(Ap 21:18-21.), materiais que são tipificados por ouro, ónix e bdélio, tanto no Velho Testamento e
Novo Testamento (Gn 2:11-12, 21-24; Ef 5:25-32; 1:22-23; Ap 19:7; 21:2, 9b-10).

D. A conclusão da criação do homem por Deus com a perspectiva de Seu dispensar de acordo com
a Sua economia, precisa de toda a Bíblia para defini-la completamente
Por que a narrativa de quando Deus criou os céus, a terra, as plantas, os animais, o homem e
bilhões de coisas apenas ocupa dois capítulos do livro de Gênesis? Não creio que Deus tenha escrito
esses dois capítulos apenas para narrar a criação. Na verdade, esses dois capítulos não falam
primariamente de criação; antes, eles nos revelam o dispensar divino de acordo com a economia
divina. Embora não possamos encontrar as expressões dispensar divino e economia divina nesses
capítulos, o fato está lá. A intenção de Gênesis 1 e 2 é nos mostrar como Deus fez os preparativos
para o futuro dispensar-se em conformidade com Sua economia divina. Gênesis 1 e 2 são uma narrativa
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de como Deus criou o homem com a intenção de que Ele era a vida e o conteúdo do homem.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Depois de criar o homem, Deus levou o homem a um jardim e colocou-o na frente de duas
árvores. Uma árvore, a árvore da vida, era boa para o alimento (2:9), mas a outra, a árvore do
conhecimento do bem e do mal, resultava em morte (v. 17). Deus advertiu o homem a não comer
da árvore do conhecimento do bem e do mal.

O próprio Deus foi corporificado na árvore da vida. A árvore da vida é mencionada novamente
no livro do Apocalipse (2:7, 22:2). Em Apocalipse 2:7 o Senhor Jesus prometeu aos vencedores:
"Ao que vencer, eu o farei comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus." Então, em
Apocalipse 22:1-2, um rio de água da vida vem do trono de Deus e do Cordeiro. Ao longo do rio e
em ambos os lados do rio, uma árvore, uma videira cresce. A árvore produz frutos todo mês para
suprir todos os habitantes da Nova Jerusalém, e o rio corre para saciar sua sede. A Nova Jerusalém
em si é constituída do Deus Triúno como ouro, pérola e pedras preciosas (21:18-21). A menção
desses materiais preciosos, o rio e a árvore da vida, corresponde à narrativa encontrada em Gênesis
2. Em Gênesis, os materiais preciosos estão lá, mas não são edificados. Mas no final da Bíblia, todos
esses materiais foram edificados e se tornaram um edifício, a Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém é a
composição desses três materiais para ser a noiva (19:7-8; 21:2; 22:17), a verdadeira Eva, para
complementar o verdadeiro homem, o Deus Triúno. Nesse tempo, Deus terá um complemento com
quem Ele pode passar a eternidade, para que Ele tenha descanso, alegria e satisfação.

Toda a Bíblia é uma narrativa do dispensar divino do Deus Triúno processado no homem
tripartido transformado, resultando em uma entidade que não só envolve uma combinação, mas
também uma visão, uma mescla de Deus Triúno com o homem tripartido. Essa entidade satisfaz a
Deus e o faz feliz, e ao mesmo tempo faz com que o homem descanse em Deus e fique satisfeito e
feliz com Ele.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 07
A CRIAÇÃO DO HOMEM POR DEUS COM A PERSPECTIVA DO DISPENSAR DIVINO, DE
ACORDO COM A ECONOMIA DIVINA (3)
Leitura bíblica: Gn 2:8-24; Ap 22:1-2a; Jo 7:38-39; Rm 5:14b; 1Co 15:45; Ef 5:25-32;
1:22-23; Ap 19:7; 21:2, 9b-10, 18-21
Oração: Senhor, quanto Te agradecemos por podermos voltar a Ti na Sua Palavra. Nós confiamos na
Sua presença. O quanto Te agradecemos que na terra há um livro como a Bíblia. Agora, Senhor,
queremos ver os segredos que estão nesta Palavra, e através desta Palavra queremos ver o Seu coração,
o desejo do Seu coração, o Seu bom prazer, e até mesmo o Seu propósito, o Seu conselho, a Sua
vontade. Finalmente, gostaríamos de alcançar a Sua economia. Senhor, mostre-nos todos esses
segredos. Nós não queremos ser cegos; nós não queremos permanecer na escuridão. Remova todos
os véus. Remova tudo o que já entendemos. Oh Senhor Jesus, esvazie-nos. Faça-nos pobres em nosso
espírito para que recebamos algo novo. Nós não sabemos muito; nós só sabemos um pouco. Senhor,
perdoa-nos. Perdoe nossa teimosia. Senhor, nós pedimos que Tu nos dê a palavra. Nós não confiamos
em nós mesmos no nosso falar ou na nossa capacidade. Senhor, nós precisamos do Seu sangue para
nos lavar, nos purificar, de tudo que é contra Ti. Cubra-nos de todo o engano do inimigo, e também
dos seus ataques. Senhor, somos um Contigo. Senhor, seja um conosco e até mesmo um espírito
conosco. Amém.
Gênesis 2 fornece uma imagem específica de como Deus criou o homem. Deus o criou
formando seu corpo do pó da terra e soprando em suas narinas o sopro da vida (v. 7). Depois de ser
criado, o homem foi colocado no jardim do Éden (v. 8) na frente de duas árvores (v. 9): a árvore da
vida, que simboliza Deus, a quem o homem deve tomar como sua vida de dependência (v. 16), e a
árvore do conhecimento do bem e do mal, que simboliza Satanás como o conhecimento (do bem e
do mal) da independência, que produz a morte (v. 17). No jardim há também um rio que foi dividido
em quatro braços, que representa o fluir de Deus como vida para produzir três materiais preciosos (cf.
10-14; Ap 22:1-2a; Jo 7:38-39): ouro, que representa a natureza de Deus Pai (Gn 2:11b-12a),
Depois disso, Deus fez todos os seres vivos que ele criou passarem na frente de Adão para ver
como ele os chamaria. No entanto, Adão não conseguiu encontrar nenhum que o complementasse
(vv. 19-20). Portanto, Deus fez com que um sono profundo caísse sobre Adão, pegou uma de suas
costelas e, dessa costela, Ele edificou uma mulher (v. 22). Então Deus a trouxe ao homem, e Adão
disse: "Desta vez é osso dos meus ossos e carne da minha carne" (v. 23). A mulher era o complemento
adequado para Adão, e os dois eram uma só carne (v. 24). Deus fez o homem de certa maneira e fez
a mulher de outro. Ao fazer o homem, Deus formou seu corpo a partir de um porção de barro,
soprou naquele barro o sopro da vida e fez dele uma alma viva. Ao fazer a mulher, Deus fez o homem
dormir, e de uma costela a seu lado ele edificou uma mulher.
No final da Bíblia, uma maravilhosa cidade é revelada, uma cidade de ouro que tem doze
portões de pérola e uma fundação de pedras preciosas. Nos primeiros dias de nossa pregação do
evangelho, nos referimos a esta cidade como uma mansão celestial e encorajamos as pessoas a crerem
em Jesus para que pudessem fugir do lago de fogo e ir a essa mansão. No entanto, com o tempo,
vimos que esta maravilhosa cidade não era uma mansão celestial. Apocalipse 21:10 diz que João viu
a cidade santa "descendo do céu, de Deus". Nesse dia, se formos para o céu, descobriremos que a
"mansão" desceu à terra. Essa revelação nos fez começar a ver o verdadeiro significado da Nova
Jerusalém (ver Hinos, 971-985). Com o tempo, vimos que o fim e o começo da Bíblia refletem um
no outro. Em Gênesis 2, há um pomar com uma árvore e um rio que corre, e materiais preciosos
também são vistos. Além disso, há um homem que se casa com a noiva. Em Apocalipse 21 e 22 são
as mesmas coisas, mas o jardim se tornou uma cidade. No começo havia um pomar, não algo edificado,
mas algo natural e criado por Deus. No final da Bíblia, no entanto, o jardim foi transformado em uma
cidade. Nesta cidade também estão a árvore da vida e o rio (22:1-2). Esta cidade é edificada com
ouro, pérolas e pedras preciosas, que são os mesmos materiais mencionados em Gênesis 2. Além disso,
a própria cidade é a noiva, o Deus Triúno e o Cordeiro é o Esposo (21:9-10). Eles são um casal
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universal.
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Entre os grandes escritores que existiram na história da igreja, poucos escreveram segundo essa
revelação. O irmão Nee nos ajudou, até certo ponto, a ver essa revelação. Tersteegen, um escritor
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
alemão de vários séculos atrás, disse que a Nova Jerusalém é uma entidade composta pelos crentes
amados, e irmão T. Austin-Sparks também disse que a Nova Jerusalém não é uma cidade física e tudo
o que estava em Gênesis 2, incluindo a árvore da vida e o rio, são símbolos. Ele disse que todas essas
coisas se referem a coisas divinas. Porque as coisas divinas são espirituais e misteriosas, a mente humana
não pode entendê-las. Portanto, Deus usou símbolos para simbolizá-los ou representá-los. É o mesmo
com respeito à Nova Jerusalém. Apocalipse 1:1b diz: "Ele declarou isso em sinais enviando-o através
do Seu anjo para o seu escravo João". O Senhor Jesus falou a João com sinais e não com palavras
claras. Portanto, o livro do Apocalipse contém muitos sinais. O primeiro sinal consiste nos
candelabros, que representam as igrejas locais (1:12). Outro sinal é o Cordeiro (5:6), que representa
o Senhor Jesus. A cidade vista em Apocalipse 21 e 22 é também um símbolo, um sinal. Então, é
necessário estudar seu significado. Estudamos a Nova Jerusalém há mais de trinta anos e pouco a
pouco recebemos uma revelação. Vimos que a Nova Jerusalém é o desejo do coração de Deus. Deus
deseja obter tal cidade e todos estaremos nessa cidade santa. Na verdade, já fomos edificados na
cidade, porque os nomes dos doze apóstolos, que são nossos representantes, eles estão inscritos nas
doze fundações (21:14). Além disso, os nomes das doze tribos de Israel estão inscritos nos doze
portões da cidade (v.12). Em nossa opinião, a edificação da Nova Jerusalém ainda não foi cumprida,
mas aos olhos de Deus, a edificação foi concluída antes mesmo da criação do mundo. Com relação a
Deus, existe apenas a eternidade; não há tempo. Assim, a maioria dos verbos usados no livro do
Apocalipse estão escritos no tempo passado. Aos olhos de Deus, tudo relacionado à edificação da
Nova Jerusalém já foi concluído.
Gênesis 2 fala sobre o precioso material bdélio, enquanto Apocalipse 21 menciona a pérola
em vez do bdélio (v. 21). Em Gênesis 2 não havia pecado, então não havia necessidade de redenção.
No entanto, depois de Gênesis 2, o pecado entrou. Bdélio é uma resina perfumada que vem de uma
árvore. Em contraste, a pérola é uma substância formada pela secreção do suco vital de uma ostra
ferida, um animal. Se não precisássemos de redenção, não precisaríamos da vida animal e de seu
sangue. Nós só precisamos que a vida vegetal nos sustente. No entanto, por causa do pecado,
precisamos de redenção, e a redenção requer o sangue da vida animal.
Falando da Nova Jerusalém, Apocalipse 21:23 diz: "A cidade não precisa do sol nem da lua
para brilhar nela; porque a glória de Deus a ilumina e o Cordeiro é a sua lâmpada". A Nova Jerusalém
não precisará de luz natural porque nosso Deus Triúno não é apenas nossa luz, mas também nossa
lâmpada. Se tivermos luz sem ter uma lâmpada, a luz não terá uma forma adequada. Podemos usar a
eletricidade como exemplo disso. A eletricidade produz luz, mas a luz está em uma lâmpada. Sem a
lâmpada, a eletricidade em si pode nos prejudicar. Cristo é a lâmpada, e Deus dentro dele é a luz. Isso
significa que o Deus Triúno é nossa luz e tem uma forma adequada em Sua incorporação, o Filho. O
princípio é o mesmo com relação ao candelabro. O candelabro em si é a forma, e dentro do
candelabro está o azeite ardente. Além disso, há sete lâmpadas em um único candelabro (Êx 25:37,
Zc 4:2, Ap 4:5) para expressar a luz, e as lâmpadas contêm a luz que o candelabro emite. Hoje nossa
luz não é apenas Cristo, mas Cristo como uma lâmpada na qual Deus é luz.
Apocalipse 22:3 também fala do "trono de Deus e do Cordeiro". Deus e o Cordeiro estão
sentados em um único trono. Eles não estão sentados lado a lado; em vez disso, um está sentado
dentro do outro. Deus se senta no Cordeiro e o Cordeiro está em Deus. Deus e o Cordeiro são
coexistentes e coinerentes; Eles são um. Eles são uma luz, e eles são uma única entidade sentados em
um único trono.

A MANEIRA DE RECEBER O DISPENSAR DIVINO


Ao criar o homem, Deus usou o barro para formar o corpo do homem como um órgão exterior
e físico que estaria ciente das coisas físicas para que o homem tivesse contato com o mundo
físico. Então, Deus soprou naquele corpo Seu sopro de vida; esse sopro se tornou o órgão interior do
homem, seu espírito. A combinação de corpo e espírito produziu a pessoa psicológica do homem, isto
é, a alma. O espírito como um órgão interior e espiritual é mais elevado que o corpo como o órgão
físico do homem, uma vez que o espírito é composto do sopro de Deus. O sopro de Deus não é o
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próprio Deus, mas é algo muito semelhante a Ele. Provérbios 20:27 diz: "A lâmpada de Jeová é o
espírito do homem, que busca as profundezas do ser". O sopro que veio da boca de Deus se tornou
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o espírito do homem que é a lâmpada de Deus que brilha em nós por Deus. Como homens, temos
dois órgãos, o físico e o espiritual, e nós mesmos somos almas viventes, isto é, pessoas vivas.
O desejo de Deus não era simplesmente ter um homem como uma alma viva que tenha um
corpo de barro e um espírito humano formado a partir do sopro de Deus. Isso não pode satisfazer a
Deus, porque o pensamento central de Deus é que Ele seria um com o homem. No Jardim do Éden,
Deus ainda não era um com Adão. Deus era Deus e Adão era Adão. Para realizar Seu desejo, Deus
colocou o homem na frente de duas árvores, uma das quais era a árvore da vida que simbolizava o
próprio Deus, e a outra, a árvore do conhecimento do bem e do mal, que era a incorporação de
Satanás. Então, Deus avisou o homem, dizendo-lhe para ter cuidado com o que ele comia. Ele disse:
"De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas você não deve comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn
2:16b-17). Que Deus colocou o homem na frente das duas árvores foi uma clara indicação de que
Deus queria que o homem o tomasse comendo-o. Se o homem recebesse a Deus, Deus seria a vida
em seu espírito. Isso foi cumprido no Novo Testamento. De acordo com o Novo Testamento, Deus
veio como o pão da vida (Jo 6:35), bom para comer. Se comermos, temos a vida eterna, a vida
divina em nosso espírito. Quando recebemos a vida eterna em nosso espírito, nosso espírito foi
regenerado e nascemos de novo. Primeiro, nós nascemos da carne através de nossos pais, mas agora
nascemos do Espírito em nosso espírito (3:6). Agora nós não só temos a vida de Deus em nós, mas
também somos um com Deus. Deus pode se alegrar porque ele entrou no homem e se tornou um
com o homem.
É maravilhoso nascer de Deus, porque este nascimento indica que Deus e nós somos agora um.
Podemos nos alegrar e exclamar: "Aleluia! Eu sou um com Deus e Deus é um comigo." Deus também
pode se alegrar porque obteve o desejo de seu coração, somente que ainda não o tem em plenitude.
Depois de sermos regenerados, nós, homens criados por Deus, precisamos ser transformados,
renovados e conformados à imagem da corporificação de Deus. Tudo o que Deus é está totalmente
corporificado no Filho (Cl 2:9). Além disso, o Filho tornou-se homem, e este homem passou pela
morte e ressurreição para tornar-se o Espírito que dá vida (1Co 15:45). Hoje, nosso Salvador, o Filho
de Deus, Jesus Cristo, é o Espírito que dá vida, e agora está em nosso espírito humano (2Tm 4:22).
Além disso, "aquele que se une ao Senhor, é um espírito com Ele " (1Co 6:17). Esta é a consumação
que Deus é um conosco. Deus está em nós para ser nossa vida, e nós somos regenerados e estamos
sendo transformados e conformados à Sua imagem. Fomos criados à imagem de Deus, mas essa
imagem era simplesmente uma fotografia de Deus. No entanto, agora Deus trabalhou-se em nosso ser
para transformá-lo na imagem de seu próprio ser.

SER EDIFICADO PARA SE TORNAR


UM COMPLEMENTO DO DEUS TRIÚNO PROCESSADO
A herança de Deus é a Nova Jerusalém e, com o tempo, nós, como pedras preciosas, seremos
edificados juntos para sermos Sua herança. Por um lado, não gostamos de ser edificados juntos. Em
vez de nos reunirmos, talvez preferíamos ficar em casa e ficar sozinhos. No entanto, por outro lado,
há algo em nós que nos faz sentir que não podemos viver sozinhos. Nós precisamos nos reunir. Na
vida divina há um sentimento de solidariedade. Reunir-se na vida divina é ser edificado. Enquanto
permanecemos na igreja em nossa localidade, estamos sendo edificados juntos sem estarmos cientes
disso. A soberania de Deus nos colocou juntos. Finalmente, na Nova Jerusalém com todos os irmãos
e irmãs, nos lembraremos de como Deus nos reuniu em muitas situações. É difícil para mim passar três
dias sem ver um santo. Eu gosto de ver os santos. A solidariedade é um atributo da vida divina e,
através desse atributo, temos a edificação.
Através da edificação, Deus vai ter uma noiva que corresponde a ele. A noiva em Gênesis 2
foi uma noiva física, mas, finalmente, na conclusão da edificação da Nova Jerusalém, a noiva não será
apenas física e humana, mas também espiritual e divina. Será uma noiva maravilhosa e admirável. A
noiva se preparará (Ap 19:7) em uma situação física, espiritual, divina e humana. Essa noiva é uma
pessoa corporativa e todos os componentes dessa pessoa são um. O Deus Triúno, depois de ser
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processado, mesclou-se com os homens tripartidos e transformados, tornando todos um. Esta pessoa
corporativa é a noiva e esta noiva é uma morada mútua para Deus e o homem. Deus habita no homem
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e o homem mora em Deus. A Nova Jerusalém é o tabernáculo de Deus (21:3), a morada de Deus, e

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Deus e o Cordeiro são o templo onde habitamos e servimos (v. 22). Deus é nossa morada e nós somos
a morada Dele. Esse é o desejo do coração de Deus e Seu bom prazer. Este também é o propósito de
Deus de acordo com o conselho da Sua vontade.
O conselho de Deus é Sua economia, e a economia de Deus é concedida a nós. Quando Deus
soprou no homem Seu sopro de vida, foi uma dispensação e quando a recebemos como a árvore da
vida, também é uma dispensação. Deste modo, Deus foi dispensado em nosso ser. Os elementos do
Seu ser foram dispensados em nosso ser, passo a passo e dia após dia. O dispensar de Deus também
inclui transformação, conformação e glorificação. Finalmente, Deus terá sido plenamente dispensado
em nós, não apenas como nossa vida e natureza, mas também como nossa glória. Então todos nós
seremos um com Ele e Ele será um conosco. Desta forma, nos tornaremos Sua noiva como seu
complemento.
O que nós apresentamos nesta mensagem, a respeito de como Deus criou o homem para Sua
divina transmissão de acordo com Sua economia divina, é o que Deus deseja. É o bom prazer de Deus,
e é o ministério, encargo e comissão nossa. Não temos outro encargo a não ser este ministério da
economia de Deus com Sua divina comunhão dentro da humanidade. Precisamos aprender a receber
o dispensar de Deus todos os dias. Ele está se dispensando a nós a todo momento e em todas as
situações, mesmo em pequenas coisas, para nos renovar, nos transformar e nos conformar. Finalmente,
seremos glorificados. Então, desfrutaremos da consumação de Sua divina transmissão de acordo com
Sua economia divina.
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MENSAGEM 08
NAS PROMESSAS E TIPOS DE REDENÇÃO E SALVAÇÃO
QUE DEUS MOSTROU COMO UM TIPO (1)
Leitura bíblica: Gn 3:15; Is 7:14; Mt 1:16; Gl 4:4; Jo 1:1, 14; Mt 1:23; Hb 2:14; Mt 1:20-21;
1Co 15:53-57; Gn 17:8; Gl 3:16; Mt 1:1-2a, 6; Gn 12:3; Gl 3:14; Jo 14:17-20; 1Co 15:45;
2Co 3:17-18; Rm 8:9; At 26:18; Ef 1:14a; 2Sm 7:12-14a; Mt 22:42-45; Rm 1:3; Ap
22:16; At 2:30, 31; Mt 16:16-18; At 13:32-35; Is 55:3-4; 2Tm 2:12; Ap 20:4, 6
OS QUATRO ERAS ENTRE AS DUAS ETERNIDADES
A Bíblia abrange quatro eras entre a eternidade passada e eternidade futura: a era antes da lei,
da lei, a era da graça e a era do reino. A era da graça cobre todo o Novo Testamento de Mateus 1 a
Apocalipse 19. A última era, a era do reino de mil anos, em Apocalipse 20, se consumará no novo
céu e da nova terra. Será a introdução do novo céu e nova terra mencionada em Apocalipse 21-22.

A era antes da lei


O período de tempo desde a criação de Adão até a primeira vinda de Cristo durou cerca de
quatro mil anos. A primeira parte deste período, de Gênesis 1 a Êxodo 19, é chamada de era antes
da lei.

A criação do homem
A primeira coisa que é narrada neste período é que Deus criou o homem (Gn 1:26, 2:7).
Embora a criação de muitas outras coisas esteja registrada em Gênesis 1 e 2, a coisa mais importante
de acordo com o estudo-vida é a criação do homem.
Gênesis 1:1 é o único verso nos dois primeiros capítulos que trata diretamente da criação dos
céus e da terra. Gênesis 1:1-2 diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra. Mas a terra tornou-se
desolação e vazio, e as trevas cobriram a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre a face das
águas. ” Os céus e a terra foram criados, mas a terra tornou-se desolação e vazio. Este foi o pano de
fundo da criação da vida. Quando a terra ficou desolada e vazia, Deus veio como um Espírito para
pairar sobre a face das águas. Isso diz respeito à vida. O espírito que estava pairando, no versículo 2,
é semelhante à galinha que choca seus ovos para aquecê-los para que a vida possa se manifestar.
A criação do universo foi o começo da criação da vida. Gênesis 1 é uma história da criação
da vida. Em Gênesis 1, o Espírito veio e começou a fazer muitas coisas maravilhosas. Primeiro, Deus
disse: "Haja luz" (vv. 3-4). Esta luz não foi destinada apenas para a criação da terra; ela teve a vida
como um fim. Segundo, Deus separou as águas de cima das águas abaixo, inserindo uma expansão (vv.
6-8). O ar, que todos os seres vivos precisam, estava nessa expansão. Terceiro, Deus separou a terra
da água (vv. 9-10).
As coisas mais importantes da terra são as diferentes formas de vida. Eu aprecio a grama, as
flores e as árvores. As plantas e as árvores são lindas. Gênesis 2:9 diz que as árvores eram agradáveis
aos olhos e boas para comer. Entre as árvores que eram agradáveis aos olhos e boas para comer estava
a árvore da vida. Esta árvore representa Cristo, que é ao mesmo tempo agradável aos olhos e bom
para comer.
Após o estabelecimento de plantas em Gênesis 1:11-12, Deus disse: "Povoem as águas com
um enxame de seres vivos, e voem as aves acima da terra no firmamento do céu'' (v. 20). Então Deus
criou o gado, todos os répteis que se arrastam, os animais da terra, tais como cães, gatos, leões,
leopardos, tigres e ursos (v. 24). Na Nova Zelândia, uma das coisas mais impressionantes é de ovelhas
inumeráveis. No Brasil, existem muitos tipos diferentes de pássaros. Os animais vivem no ar, terra e
água e tornam a terra linda.
Após a criação de plantas e animais, Deus disse: "Façamos o homem" (v. 26). O homem é o
mais elevado de toda a vida criada. No entanto, o mais alto nível de vida é a vida divina, representada
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pela árvore da vida (2:9). A história do Gênesis avança da vida das plantas, passa pela vida animal e
pela vida humana e atinge a vida divina. Na criação de plantas e animais, Deus começou das formas
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mais baixas e continuou até as formas mais elevadas. O relato da criação que está em Gênesis é a
narrativa da vida. Toda a Bíblia é um livro da vida.
Muitos cristãos falam da criação dos céus e da terra nos dois primeiros capítulos de Gênesis,
mas ignoram a questão da vida. Deus não nos disse como ele criou os planetas ou as estrelas, mas
investiu muito tempo em Gênesis 2 nos dando uma imagem detalhada. Primeiro, este quadro descreve
como Deus fez o homem do pó (v. 7), semelhante aa maneira como uma criança faria uma boneca
de barro. Então, ele descreveu em detalhes a árvore da vida e o rio que corre ao lado dele (vv. 9-
14). No fluir daquele rio, que foi dividido em quatro braços, havia três materiais preciosos: ouro,
bdélio e ônix (v. 12). Deus usou muitas palavras para descrever essas coisas, mas não deu detalhes
sobre as coisas que os cientistas estudam hoje. Isto é devido ao fato de que Gênesis 1 e 2 serem a
narrativa da vida.

A queda do homem
O primeiro ponto da história da vida na Bíblia é a criação do homem, e o segundo é a queda
do homem (3:1-6). Quando o homem caiu, Deus veio imediatamente para dar ao homem a promessa
da semente da mulher (v. 15). Depois que Adão e Eva pecaram, eles ficaram com temor de Deus (v.
10) e fizeram o seu melhor para se cobrirem (v. 7). Então Deus chamou Adão e disse: "Onde você
está?" (v. 9). Esta foi a primeira frase que o criador Deus disse ao homem caído. Por fim, Deus
encontrou Adão e Eva e os visitou com o evangelho. Esta foi a primeira visita ao levar o evangelho. De
acordo com este modelo estabelecido por Deus, encorajo-vos a visitar outras pessoas com o Evangelho.
Imediatamente após a queda do homem, Deus veio do céu para a terra para visitar o homem
caído e começou a pregar o evangelho para ele. Primeiro, Deus perguntou a Adão se ele havia comido
da árvore do conhecimento do bem e do mal (v. 11). Adão respondeu: "A mulher que me deste
para estar comigo deu-me da árvore e eu comi" (v. 12). Adão culpou Deus por lhe dar a mulher. Deus
não reprovou Adão; pelo contrário, ele se virou para a mulher e perguntou o que havia acontecido. A
mulher respondeu: "A serpente me enganou e eu comi" (v. 13). Então, Deus se voltou para a serpente
e a amaldiçoou (vv. 14-15). Na maldição sobre a insidiosa serpente, uma promessa estava implícita.
Gênesis 3:15 diz: "Eu porei inimizade entre você e a mulher, e entre a sua semente e a sua semente; /
Ele vai te ferir na cabeça, / mas você vai ferir no calcanhar.'' Ferir a cabeça significa matá-la. Quando
Deus disse que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente, Ele estava dizendo: "Serpente, você
usou essa mulher para arruinar o homem que eu criei. Mas eu vou usar essa mulher para produzir a
semente que vai te atingir na cabeça e te matar ".

A redenção e salvação que Deus mostrou como um antedesfrute


A primeira questão narrada na Bíblia é a obra criadora de Deus, a segunda é a queda do
homem, e o terceiro é o avanço da redenção e salvação que Deus tinha suprido para o homem
caído. Imediatamente após a queda do homem, Deus mostrou como prefiguração que ele traria
redenção e salvação ao homem. Quando Deus disse que a semente da mulher feriria a cabeça da
serpente, Adão e Eva estavam felizes. Possivelmente Adão se virou para Eva e disse: "Eva, isso é muito
bom! Você gerará a semente que atingirá a cabeça desta insidiosa serpente." A palavra de Deus sobre
a semente da mulher era uma promessa e também uma profecia. Todas as promessas são profecias,
mas nem todas as profecias são promessas. As melhores profecias são sempre promessas. Zacarias, um
livro cheio de profecias (9:1-14:21), comprova isso. Todas as profecias superiores em Zacarias
também são promessas. Zacarias 13:1 diz: "Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi
e para os habitantes de Jerusalém, pelo pecado e pela a impureza". Esta palavra é uma promessa e
uma profecia.
A antecipação da redenção e salvação providas por Deus durou quatro mil anos. A promessa
e a profecia sobre a semente da mulher em Gênesis 3:15 foram dadas quatro mil anos antes de
Cristo. Durante esses quatro mil anos, Deus nada fez para alcançar a verdadeira redenção para a
salvação do homem. Então, no final desse período de antecedência, João Batista veio para dar a Israel
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a boa notícia de que Jeová, o próprio Deus iria cumprir a redenção para eles (Is 40:3-5; cfr. Lc 3:4-
6). Com o tempo, essa redenção teria sua consumação em sua salvação.
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Adão e Eva, que haviam se tornado pecadores, acreditavam na promessa e profecia de Deus
de que a semente da mulher viria. Então, quando Eva deu à luz seu primeiro filho, Eva disse: "Eu
adquiri um macho de Jeová" (Gn 4:1). Eles deram à criança o nome de Caim, que significa
"adquirido", porque eles achavam que seu primeiro filho era o cumprimento da promessa dada em
Gênesis 3:15. No entanto, Caim não era a semente da mulher; foi a semente da serpente. Adão e
Eva estavam errados, porque a semente da mulher era a vinda de Cristo.
Três mil e trezentos anos após o tempo de Adão e Eva, o profeta Isaías repetiu a promessa
que Deus lhes havia dado. Isaías 7:14 diz: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe
chamará Emanuel". Essa profecia foi plenamente cumprida no primeiro livro do Novo Testamento,
em Mateus 1:23. Jesus é o cumprimento de Emanuel, que havia sido prometido em Isaías 7:14. Ele
era uma criança humana, mas seu nome era Deus Forte (9:6). Ele é Deus conosco.

A era da lei
O período de Adão até hoje abrange aproximadamente seis mil anos. Este período pode ser
dividido em três seções de aproximadamente dois mil anos cada: de Adão a Abraão, de Abraão a
Cristo e de Cristo até o tempo presente. A lei foi dada durante os dois mil anos que se passaram desde
Abraão até Cristo. O período de tempo desde a promessa de Deus a Abraão até a promulgação da
lei por Moisés foi de cerca de quatrocentos e trinta anos (Gl 3:17). Portanto, de acordo com a história
completa da Bíblia, a lei chegou muito tarde. A lei promulgada por Deus através de Moisés em Êxodo
20 no Monte Sinai surgiu cerca de mil e quinhentos anos antes de Cristo. Então, desde a primeira
vinda de Cristo até hoje, temos um período de aproximadamente dois mil anos. De Gênesis 3:15 até
o tempo de Moisés havia cerca de dois mil e quinhentos anos. Durante este longo período antes do
cumprimento de Sua redenção e salvação, enquanto Deus estava esperando e antecipando, Ele deu
Seu povo a lei, a fim de testá-los e expô-los ao máximo.
Os livros de Isaías e Jeremias relatam detalhadamente todos os pecados dos israelitas que
haviam caído. Segundo o relato de Isaías, tais pecados incluem a idolatria, a adoração de ídolos e a
criação de ídolos. Isso indica que eles quebraram os três primeiros mandamentos (Ex 20:1-7).
Jeremias os condenou por terem quebrado o sábado, que era a maneira deles de quebrar o quarto
mandamento (v. 8). De acordo com Jeremias, eles também não honravam seus pais e, assim, eles
quebraram o quinto mandamento (v. 12). Por fim, Jeremias clamou que não havia justiça em sua
sociedade. Isso indica que eles quebraram os últimos cinco mandamentos (vv. 13-17). Portanto, eles
quebraram os Dez Mandamentos ao máximo. Finalmente, toda a nação de Israel foi capturada, exceto
por um pequeno remanescente. Jeremias advertiu este remanescente, mas eles não queriam se
arrepender. A princípio, imploraram a Jeremias que lhes desse a palavra do Senhor, mas quando
Jeremias recebeu a palavra e a deu a eles, eles o rejeitaram. Em vez de receberem sua palavra, disseram-
lhe que estavam indo para o Egito e lá continuaram em sua idolatria adorando a rainha do céu (a
esposa de Ninrode).
Finalmente, o próprio Deus veio na forma de um homem. Quando ele veio à terra, Israel
estava cheio de pecado. Onde quer que ele fosse, as pessoas eram possuídas por demônios porque
adoravam ídolos. Ser demonizado é um sinal da adoração de ídolos. A história de Israel mostra que
ninguém pode guardar os Dez Mandamentos. Então, enquanto Deus estava esperando antecipada-
mente por Sua próxima redenção e salvação, Ele fez apenas uma coisa: ele deu ao povo a lei para os
provar e os expor.

CRISTO COMO SEMENTE DA MULHER,


DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO E DESCENDÊNCIA DE DAVI
As promessas dadas por Deus a respeito de Cristo como nosso Redentor e Salvador estão
relacionadas à semente: a semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi. Isso
é expresso no Hino,191, onde os três primeiros versos descrevem Cristo como a semente da mulher,
a descendência de Abraão e a descendência de Davi. Essas três sementes são prometidas no Antigo
38

Testamento; mas no Novo Testamento, Cristo veio como o cumprimento dos três. Mateus 1:1 diz:
"Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão". Tanto Davi como Abraão são
Página

mencionados no início da genealogia de Cristo, e Maria é mencionada no final (v. 16). Muitos nomes

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
são mencionados nesta genealogia, mas somente Jesus é mencionado como a semente da mulher
(Maria), descendentes de Davi e descendentes de Abraão.

I. NAS PROMESSAS
A economia divina e o dispensar divino são vistas nas promessas de redenção e salvação que
Deus mostrou como prefiguração.

A. Na promessa da semente da mulher: o filho que nasceria de uma virgem


A primeira promessa é a promessa da semente da mulher: a criança que nasceria de uma
virgem (Gn 3:15, Is 7:14). A promessa da semente da mulher foi dada imediatamente após a queda
de Adão. Depois disso, Deus permaneceu em silêncio por três mil e trezentos anos. Então, ele usou
Isaías para repetir a promessa que ele havia dado em Gênesis 3:15. Em Gênesis, Deus prometeu que
a semente da mulher viria, mas em Isaías 7:14 Ele disse que uma virgem conceberia e teria um
filho. Este filho seria a verdadeira semente prometida por Deus em Gênesis 3:15. Entre estas duas
promessas, por trinta e três séculos homem que caiu em quatro etapas consecutivas, até que ele tinha
caído ao máximo, ou seja, na idolatria, em Babel (ver Estudo-Vida de Gênesis, mensagens de 18 a
36).

1. Refere-se ao Cristo encarnado


A promessa da semente da mulher refere-se ao Cristo encarnado (Mt 1:16, Gl 4:4). Maria,
descendente do rei Davi, tornou-se mãe do Cristo prometido e mãe da semente da mulher. Gálatas
4:4 diz que Cristo nasceu "de uma mulher".

2. O Deus completo que se torna um homem perfeito,


dispensa a si mesmo na humanidade
O fato de Cristo ser a semente da mulher implica que o Deus completo se tornou homem
perfeito ao se entregar à humanidade (Jo 1:1, 14, Mt 1:23). A encarnação de Deus foi uma espécie
de dispensar. Na eternidade passada, Deus permaneceu em Si mesmo. Mas, num determinado
momento, ele aconselhou-se a não permanecer mais em si mesmo. Ele queria introduzir Sua divindade
na humanidade e profetizou sobre isso em Gênesis 3:15. No entanto, esta promessa não foi cumprida
até que Maria concebeu, como registrado em Mateus 1. Nosso Deus, porque ele foi muito paciente,
permaneceu em silêncio por quatro mil anos.
Quando o Senhor encarnou, Deus não veio visitar o homem como fez com Adão. Desta vez,
ele entrou no ventre de uma virgem, permaneceu lá por nove meses e nasceu dela como um homem-
Deus. Como homem Ele é Emanuel (Mt 1:23), Deus conosco. Através da encarnação, Deus se
dispensou a Si mesmo na humanidade. Desde o dia de Sua encarnação, Deus não mais permaneceu
em Sua divindade. Agora ele está tanto na divindade quanto na humanidade. A encarnação de Cristo
foi o dispensar do próprio Deus sobre a humanidade. Cristo é um homem verdadeiro, um homem
perfeito, mas dentro Dele também está o Deus completo. Por isso, Ele é o Deus-homem.
Hoje, nos céus, Ele ainda é um homem. O tema do Hino, nº 36 é a humanidade de Cristo. O
quarto verso deste hino indica que nos céus Cristo ainda é homem.
Estêvão viu a Cristo como o Filho do Homem, em pé à direita de Deus depois da Sua ascensão
(At 7:56). Na Sua segunda vinda, Cristo será um homem (Mt 26:64). Cristo também foi designado
por Deus como juiz dos vivos e dos mortos (At 10:42). Por ser homem, Deus lhe deu autoridade
para julgar os homens (Jo 5:22, 27). De acordo com o Novo Testamento, Deus permitiu o homem
Jesus para julgar os vivos quando Ele vier em Seu trono de glória antes do milênio (Mt 25:31-46) e
os mortos depois do milênio sobre o grande trono branco (Ap 20:11-15). Na eternidade Ele
permanecerá como homem (Jo 1:51).
Hoje, na terra, o dispensar do próprio Deus sobre a humanidade inclui não apenas Cristo, mas
39

todos os Seus crentes. Aleluia, Cristo é o Deus-homem e nós também somos homens-Deus. Jesus é o
dispensar do próprio Deus na humanidade e somos também o dispensar do próprio Deus na
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humanidade.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
3. Para destruir Satanás e salvar aqueles que crêem em Cristo do pecado e da morte
O objetivo da semente da mulher, a criança nasceu de uma virgem, era destruir Satanás e
salvar do pecado e da morte àqueles que creem em Cristo (Hb 2:14; Mt 1:20-21, 1Co 15:53-57).
Ferir o calcanhar da serpente é destruir a serpente (Gn 3:15). Cristo, através de Sua morte, destruiu
o diabo (Hb 2:14). Desde a queda de Adão, três coisas perturbaram o homem: Satanás, pecado e
morte. Essas três coisas são uma. Então, em Sua morte e ressurreição, Cristo destruiu Satanás e salvou
Seus crentes do pecado e da morte.

B. Sobre a promessa da descendência de Abraão


Pode-se também ver a economia divina e o dispensar divino na promessa da descendência de
Abraão (Gn 17:8; Gl 3:16; Mt 1:1-2a). A princípio, Deus criou o homem à sua imagem e segundo
a sua semelhança. Mas o homem caiu em quatro passos consecutivos até chegar a Babel, um lugar
cheio de ídolos. Finalmente, Deus foi expulso da terra pela idolatria do homem. A história nos diz que
todo tijolo na torre de Babel tinha o nome de um ídolo. Abraão nasceu em uma terra de idolatria (Js
24:2-3). Um dia, enquanto Abraão adorava ídolos, o Deus da glória apareceu a ele e o chamou (At
7:2-3). Deus chamou Abraão do lugar chamado Sinar, o berço da Babilônia, e levou-o para a boa
terra de Canaã. Quando Abraão chegou na terra de Canaã, Deus lhe apareceu e fez uma promessa
com respeito a semente (Gn 12:7).

1. Para a bênção de todas as famílias da terra


A descendência de Abraão é para a bênção de todas as famílias da terra (Gn 12:3). Embora
Ele tenha profetizado a respeito da semente da mulher em Gênesis 3:15, Deus não fez nada para
cumprir Sua promessa imediatamente. Pelo contrário, permitiu que o homem caísse de novo e de
novo até chegar ao fundo e cair ao máximo, em Babel. Então, Deus chamou uma pessoa, Abraão. Em
Gênesis 12:2-3, o que Ele falou a Abraão mostrou apenas um pouco de Sua intenção. Deus disse que
Ele iria magnificar Abraão e que todas as famílias da terra seriam abençoadas nele. Então, em Gênesis
17:7, Deus disse a Abraão que estabeleceria um pacto com ele e sua descendência. Esta palavra sobre
a descendência foi claramente explicada por Paulo em Gálatas 3:16 quando ele disse: "Agora a Abraão
foram feitas as promessas, e à sua semente. Não diz: E aos descendentes, como se falasse de muitos,
mas como um: "E à sua descendência", que é Cristo ".
Hoje temos que agradecer ao Senhor porque podemos entender mais claramente do que
Abraão a promessa da descendência. Pode ser que Abraão apenas entendesse que Deus lhe daria uma
boa parcela de terra, uma terra que fluía leite e mel. É improvável que Abraão tenha entendido que
através de muitos séculos, depois de quarenta gerações, uma virgem daria à luz um filho, que seria a
verdadeira semente para ser abençoada toda a terra. Abraão não só não entendeu essas coisas em seu
tempo, mas os judeus ainda não entendem essa promessa até hoje. Paulo era judeu e não entendia isso
antes de se tornar cristão. Eventualmente, depois de alguns anos, Paulo escreveu Gálatas 3, onde ele
disse que a promessa que Deus deu a Abraão era a Sua pregação do evangelho a Abraão e a bênção
de Abraão foi o Espírito (vv. 8 14). Deus não prometeu a Abraão um lote de terra. A promessa dada
a Abraão era que ele receberia o Deus processado como o Espírito consumado e todo-inclusivo.

2. Refere-se ao Espírito prometido


A bênção de Abraão refere-se ao Espírito prometido, que é a realidade de Cristo (v. 14; Jo
14:17-20). A única descendência de Abraão tornou-se o Espírito que dá vida (1Co 15:45).

3. Como a consumação do Deus Triúno para o dispensar-se nos crentes de Cristo


O Espírito como a consumação do Deus triúno para o dispensar de si mesmo em crentes de
Cristo é a semente de Abraão (1Co 15:45; 2Co 3:17-18; Rm 8:9). O último Adão mencionado em
1 Coríntios 15:45 é a descendência de Abraão. Essa descendência tornou-se não apenas nosso
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Redentor e Salvador, mas também o Espírito que dá vida. O Espírito que dá vida é um descendente
de Abraão, um descendente transfigurado. A maior bênção, a bênção consumada, para nós,
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pecadores, é o próprio Deus como Espírito que dá vida. Por um lado, o Espírito que dá vida é um

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
descendente transfigurado de Abraão e, por outro lado, Ele é o próprio Deus Triúno. Este Espírito
que dá vida é o Espírito consumado do Deus Triúno processado. Essa é a verdadeira bênção.
Se hoje nós só temos um Redentor que morreu por nós na cruz e apenas um Salvador que
estende a mão para nos tirar da "água” dos nossos problemas, isso não seria suficiente. O Salvador de
que precisamos hoje é um Salvador que possa entrar em nós. Precisamos do Espírito que dá vida que
habita em nós e que é um espírito conosco (1Co 6:17). Quando caímos na "água", Ele vai lá
conosco. Ele sempre fica à tona. Se não tivéssemos o espírito que dá vida em nosso espírito,
afundaríamos na "água" porque não podemos nos manter à tona. Mas, louvado seja o Senhor, temos
dentro de nós Aquele que permanece flutuando. O terceiro verso de Hino, 218 expressa este
pensamento: "Há um homem na glória, / que é vida para mim / [...] Ele é muito vigoroso, / quão
forte é Ele!" Onde está Cristo forte? Ele é forte em nosso espírito. Ele tem sido forte em me manter
por sessenta e cinco anos. Por causa Dele, posso gloriar-me de ter sido salvo de cair. O Espírito que
dá vida como a descendência de Abraão e como a consumação do Deus Triúno processado é a bênção
suprema. Como tal, Ele pode estar em nós com a Sua divindade e com a Sua humanidade. Quão
maravilhoso é isso! A totalidade do que Ele é nós chamamos o Espírito. A boa terra que foi dada a
Abraão tipifica este Espírito. O Espírito é a bênção que Deus prometeu a Abraão.

4. Que aqueles que creem em Cristo, que são descendentes de Abraão, possam
herdar o Espírito consumado como sua herança divina.
A descendência de Abraão visa aqueles que creem em Cristo, que são os descendentes de
Abraão, herdar o Espírito consumado, a consumação do Deus Triúno processado como sua herança
divina, sua bênção espiritual pela eternidade (At 26:18 Ef 1:14a, Gl 3:14). Cristo é a semente de
Abraão, e todos os Seus crentes também são descendentes de Abraão (v. 29). Agora nós crentes não
somos mais apenas descendentes de pais americanos, chineses ou japoneses, que são os descendentes
de Abraão. Somos todos uma família e nosso sobrenome é Abraão, porque Abraão é nosso pai (Rm
4:12).
Nossa bênção espiritual para a eternidade é herdar o Espírito consumado, a consumação do
Deus Triúno processado, como nossa herança. No novo céu e na nova terra da Nova Jerusalém,
desfrutaremos do Deus Triúno processado, que é o Espírito todo-inclusivo, consumado e que dá
vida. Esta é nossa bênção. Ainda hoje, o mais agradável para nós é o Espírito que habita em nós.

C. Sobre a promessa da descendência de Davi


1. Refere-se ao Cristo ressuscitado
A economia divina e o dispensar Divino são também vistas na promessa da semente de Davi
(2Sm 7:12-14a; Mt 1:1, 6; 22:42-45; Rm 1:3; Ap 22:16). A descendência de Davi refere-se a
Cristo ressuscitado, que realiza a economia neotestamentária de Deus para o Deus Triúno processado
é dispensada nos membros do Corpo de Cristo (At 2:30-31; Mt 16:16-18).

2. Como as firmes misericórdias de Deus


O Cristo ressuscitado é a fiéis misericórdias de Deus, do qual Cristo é o centro e realidade,
mostrado a Davi por seu descendente Maria, a mãe de Cristo (Mt 1:16), que o próprio Deus pode
dar a todos os crentes de Cristo em Sua ressurreição (At 13:32-35; Is 55:3-4). De acordo com o
entendimento de que Paulo estava em Atos 13:34 e 35 (ver nota 1, v. 34), as fiéis misericórdias
mostradas a Davi, são o próprio Cristo na ressurreição. Em Cristo, firmes misericórdias, Deus vem a
nós em Sua graça para ser nosso desfrute. Porque estávamos em uma condição miserável que não
estava condizente com a graça de Deus, Cristo levou não só a etapa de encarnação para trazer o
próprio Deus como graça, Ele também tomou o passo adicional de morte e ressurreição, a fim de se
tornar firme misericórdia para nós na ressurreição. Através de Sua morte e ressurreição, Cristo, a
encarnação da graça de Deus, tornaram-se as fiéis misericórdias, e através dessas misericórdias estamos
41

na posição adequada agora para corresponder a Deus e recebemos como graça.


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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
3. Que aqueles que crêem em Cristo possam participar de Seu reinado
Cristo é a firme misericórdia de Deus demonstrada a Davi pelo dispensar do próprio Deus a
todos os crentes de Cristo em Sua ressurreição. Isto é para aqueles que creem em Cristo para participar
em Seu reinado em Sua ressurreição no reino eterno de Deus (2Tm 2:12, Ap 20:4, 6).
Economia divina o dispensar divino e as promessas da semente da mulher, a descendência de
Abraão e os descendentes de Davi tem um triplo objetivo: em primeiro lugar, para destruir Satanás e
nos salvar do pecado e da morte; segundo, fazer-nos herdar o Deus Triúno consumado como nossa
bênção e herança; e terceiro, nos faz participar do reino de Cristo. Esses três aspectos abrangem a
plena salvação de Deus de uma forma completa. A plena salvação de Deus é para nos livrar da mão
de Satanás e do pecado e da morte, para nos trazer para a plena herança de Deus como nossa bênção
e fazê-los participar no reinado com Cristo como seu co-reis na era do reino.
A semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi implicam o
dispensar divino. Estes três são um: um homem em quem Deus se transmitiu. Cristo, o Deus-homem,
é a semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi. Agora Nele, Deus e
homem, homem e Deus, são interpenetrados e mesclados em uma única entidade. Esta entidade é
representada na Nova Jerusalém, com ela e por ela plenamente. A Nova Jerusalém é a totalidade do
dispensar de Deus sobre a humanidade.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 09
PALAVRA COMPLEMENTAR A RESPEITO DE CRISTO, QUE É A DESCENDÊNCIA TRÍPLICE
EM SUA HUMANIDADE QUE DEUS ESTÁ TRANSMITINDO A SI MESMO NOS CRENTES EM
CRISTO
Leitura bíblica: Gn 1:26, 28b; 2:8-9, 22-24; Hb 2:14; Jo 1:29; Rm 8:3; 2Tm 1:10b; 1Pe 1:3b;
Rm 6:6a; 1Tm 2:14; Rm 5:12; 1Co 15:45; Rm 8:9b, 11; Ap 22:17a; Jo 3:5-6; 2Co 3:17-18;
Rm 8:29; Lc 1:31-32; At 13:33-34; 5:30b-31a; 2Tm 2:12a; Ap 20:4, 6; Rm 6:35; Ef 2:6;
1Co 6:17; Fl 3:10; 1:19b-21a; At 13:52; 4:31b; Gl 5:16, 25; Rm 8:4b; Ap 2:26-27; 3:21;
1Ts 5:17, 19
Oração: Senhor, voltamos nosso olhar para Ti mais uma vez para receber a Sua misericórdia e
bênção. Sem Ti não somos nada e não podemos fazer nada. Senhor, tenha piedade de nós e nos
fale. Dá-nos a graça para que possamos nos humilhar enquanto nos achegamos a Ti com a Tua
Palavra. Esperamos que Tu brilhes sobre nós e em cada linha enquanto lemos. Senhor, nos dê luz. Dê-
nos as palavras adequadas para que possamos falar o que Tu nos mostraste. Amém.
O fato de Cristo ser a tríplice descendência toca a essência da revelação divina. A revelação
da Bíblia é principalmente uma revelação de Cristo como uma descendência tripla: a semente da
mulher (Gn 3.15; Is 7:14) A descendência de Abraão (Gn 17:8; Gl 3:16) e a geração de Davi (2Sm
7:12-14; Mt 1:1, 6; 22:42-45; Rm 1:3; Ap 22:16) A promessa da semente da mulher foi dada
quase seis mil anos atrás. A promessa referente à descendência de Abraão foi dada dois mil anos após
a primeira promessa, e o cumprimento dessa promessa veio dois mil anos depois. Toda a revelação
das Escrituras está relacionada com a semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência
de Davi. Essa tríplice descendência liga Cristo como Deus ao homem e também a Cristo como homem
com Deus.
Como apontamos na mensagem anterior, a Bíblia nos diz que Cristo é apenas o fruto de três
pessoas: a mulher (Maria); Abraão, o patriarca do povo escolhido de Deus; e Davi, aquele que fundou
o reino de Israel. Estes três são mencionados de uma maneira particular na genealogia de Cristo em
Mateus 1. No verso 1, Cristo foi apresentado como o filho de Davi e o filho de Abraão. Isso indica
que Cristo é a descendência de Davi e a descendência de Abraão. Então, no final da genealogia, Mateus
relata que Cristo nasceu de Maria (v. 16). O marido de Maria era José, mas Cristo não nasceu de
José; nasceu de Maria. Isso indica que Cristo é a semente dela, a semente da mulher.

A ENCARNAÇÃO É O DISPENSAR DE DEUS NA HUMANIDADE


O fato de Cristo ser a semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi
implica categoricamente que Deus é transmitido ao homem. A semente da mulher (Gn 3:15) refere-
se à encarnação de Cristo. Isaías 7:14 confirma a promessa que vemos em Gênesis 3:15 e o
nascimento de Cristo em Mateus 1:22-23 e 25 foi o cumprimento de Isaías 7:14. A encarnação foi
o dispensar do próprio Deus sobre a humanidade.
A encarnação foi Deus nascido na humanidade. Quando José, marido de Maria, propôs
despedir em segredo a Maria, um anjo do Senhor apareceu em sonhos e lhe disse para não ter medo
de receber Maria como sua esposa, "porque o que nela foi gerado, era o Espírito Santo" (Mt 1:20). O
Espírito de Deus, que é Deus que vem ao homem, entrou no ventre de Maria. No processo de
encarnação, Deus foi gerado na humanidade. Com o tempo, nasceu uma criança que se chamava Deus
Forte (Is 9:6). Porque ele era o mesmo Deus, ele também era chamado Emanuel, Deus conosco (Mt
1:23). Através da encarnação, Deus entrou na humanidade, e essa entrada na humanidade foi o
dispensar do próprio Deus sobre a humanidade.
O dispensar de Deus sobre o homem é maior do que a criação dos céus e da terra, porque a
encarnação faz de Deus um com o homem e o homem se torna um com Deus. Na criação, Deus criou
muitas coisas e, antes de Sua encarnação, através do Antigo Testamento, Ele fez muitos milagres e
obras de poder, como dividir o Mar Vermelho (Ex 14:21-22). Mas não há comparação entre esses
43

milagres e a encarnação. A encarnação apresentou Deus ao homem.


Regeneração é um evento tão grande quanto a encarnação. No caso do Senhor Jesus, a entrada
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de Deus no homem foi a encarnação; mas no nosso caso, a entrada de Deus no homem é

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
regeneração. Por meio da regeneração, somos iguais a Cristo; somos mesmo pequenos "Cristos". D.L.
Moody disse uma vez que a regeneração é o maior milagre. Quando nos arrependemos e cremos,
recebemos o Senhor Jesus e, quando oramos, Deus entra em nós. O Novo Testamento nos diz
claramente: primeiro, que Deus está em nós (Ef 4:6); segundo, que Cristo está em nós (Rm 8:10,
2Co 13:5); e terceiro, que o Espírito está em nós (Rm 8:9). Finalmente, Filipenses 2:13 nos diz que
Deus está trabalhando dentro de nós. Todos os dias Deus está trabalhando em nós. O trabalhar de
Deus em nós é um grande assunto.

CRISTO COMO O DISPENSAR TRÍPLICE


Cristo é a semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi e, como
tal, é uma descendência tripla e é também uma tríplice comunhão. Deus prometeu que a semente da
mulher feriria a cabeça da serpente. Este é o primeiro aspecto da transmissão de Deus.
A promessa que Deus deu a Abraão de que sua descendência seria uma bênção para todas as
nações era o segundo aspecto de Seu dispensar. Essa bênção para todas as nações é o Espírito. A
descendência de Abraão é Cristo, o último Adão (1Co 15:45). Este último Adão, o Deus-homem,
finalmente se tornou o Espírito que dá vida. Um homem que foi o descendente de Abraão tornou-se
Espírito, o Espírito que dá vida (v. 45). João 1:14 revela que o Verbo se tornou carne. Então, de
acordo com 1 Coríntios 15:45, Cristo, o último Adão, tornou-se o Espírito que dá vida. A primeira
vez que vemos que Cristo se tornou algo foi quando ele se tornou homem para introduzir a divindade
na humanidade. A segunda vez foi quando Cristo, como o último Adão, se tornou o Espírito que dá
vida. Para poder transmitir Deus ao homem, o homem Jesus teve que morrer e ser ressuscitado para
se tornar o Espírito que dá vida. Quão maravilhoso é isso!
Cristo como a descendência de Davi foi gerado através de Sua ressurreição para ser o Filho
primogênito de Deus e as firmes misericórdias de Deus mostradas a Davi (At 13:33-34). Este é o
terceiro aspecto da seu dispensar.

I. A INTENÇÃO POSITIVA DA ECONOMIA DE DEUS


Na eternidade passada, o Deus Triúno realizou um conselho divino. Nessa conferência divina,
o Deus Triúno determinou um concílio, e este concílio se tornou Sua economia. A intenção positiva
da economia de Deus é composta de três elementos.

A. Cria um homem à imagem de Deus e de acordo com a Sua semelhança


para que o homem seja um com Deus para que Ele se expresse na humanidade
O primeiro elemento da intenção positiva de Deus em Sua economia era criar um homem à
imagem de Deus e conforme a Sua semelhança para que o homem possa ser um com Deus para que
Ele expresse na humanidade (Gn 1:26). Jesus era um homem na terra e, como tal, foi feito ou criado
à imagem de Deus e segundo a Sua semelhança. Cristo não nasceu apenas, ele também foi
criado. Quando ele entrou no útero humano, Cristo se uniu ao homem criado, Adão. Assim, Cristo
foi criado à imagem de Deus e segundo a Sua semelhança. Como seres humanos, fomos todos gerados
de nossos pais. Mas nós não fomos apenas gerados; nós também fomos criados. Nós fomos criados
quando Adão foi criado. Nosso nascimento simplesmente nos fez participar dessa criação. Da mesma
maneira, Cristo foi criado a imagem de Deus e conforme sua semelhança para ser um com o homem
e com Deus.
O homem foi feito à imagem de Deus e segundo a sua semelhança, para que Deus pudesse
expressar-se na humanidade. Deus se expressou na humanidade de Jesus enquanto esteve na terra por
trinta e três anos e meio. João 1:18 diz: "Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito, que está no
seio do Pai, o fez conhecido". Quando Jesus chorou, ele expressou a Deus. Quando ele ficou bravo
com os fariseus, ele expressou a Deus. Ele fez tudo expressando Deus em Sua humanidade.
Embora Deus fosse visto na humanidade do homem Jesus, isso não era suficiente. Era
necessário que o homem Jesus fosse duplicado, produzido em série. Na encarnação de Cristo, Deus
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entrou em um homem; mas quando Cristo se tornou um Espírito que dá vida, Deus entrou em milhões
de pessoas. No dia de Pentecostes, três mil pessoas foram produzidas ao mesmo tempo (At
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
2:41). Todos esses crentes foram feitos pequenos "Cristos"; isto é, eles eram a produção em série de
Cristo.

B. Dar o domínio ao homem sobre a terra, a fim de que o


homem possa representar Deus em Sua administração
O segundo elemento da intenção positiva de Deus em Sua economia era dar ao homem o
domínio sobre a terra e sobre todos os répteis da terra, água e céu com o homem representando Deus
em Sua administração (Gn 1:26b, 28b). O homem não deve apenas expressar Deus, mas também
representá-lo em sua administração. Isto toca a questão do governo de Deus. Os quatro evangelhos
revelam que Jesus não é apenas a expressão de Deus, mas também o representante de Deus. O
homenzinho Jesus repreendeu o vento e calou o mar (Mc 4:39). Seus discípulos disseram a si mesmos:
"Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?" (v. 41). Ele era um nazareno humilde, mas o
vento e o mar lhe obedeciam. Isso porque ele tinha o domínio de Deus; como homem Ele representou
Deus.

C. Ser recebido pelo homem como vida e como elemento constituinte


para que o homem seja o complemento do Deus Triúno
O terceiro elemento da intenção positiva de Deus em Sua economia era que o homem o
recebesse como sua vida e como seu elemento constituinte, de modo que o homem fosse o
complemento do Deus Triúno (Gn 2:8-9, 22-24). Adão foi criado à imagem de Deus e segundo a
sua semelhança. Deus formou o homem com um corpo de barro e com o sopro de vida que veio de
Deus. Essa respiração tornou-se o espírito do homem como receptor e recipiente que contém
Deus. Deus fez o homem desta maneira e colocou-o na frente da árvore da vida (v. 9) porque ele
tinha em mente que o homem deveria recebê-lo. Então ele disse ao homem que ele poderia comer de
todas as árvores do jardim, até a árvore da vida (v. 16). Ele também advertiu o homem a não comer
da árvore do conhecimento do bem e do mal (v. 17). A árvore da vida representa Deus como vida
para o homem. Se o homem tivesse comido da árvore da vida, ele teria recebido Deus dentro
dele. Sem a vida representada pela árvore da vida, o homem é um vaso vazio, um vaso sem
conteúdo. Hoje, nós, como recebedores de Deus, temos o Deus Triúno como nossa vida e nosso
conteúdo. Todos os dias esta vida se torna nosso elemento constituinte.
Hoje Deus está dentro de nós como nossa vida e nosso suprimento de vida. Como nosso
suprimento de vida, ele nos constitui consigo mesmo, tornando-se nosso elemento constituinte.
Quando comemos comida, ocorre uma certa dispensação. Uma vez comido, após cerca de oito horas,
a comida se torna nosso elemento constituinte. Quando os filhos de Israel foram levados do Egito para
o deserto, eles não tinham nada para comer. Eles não tinham lavoura para produzir comida, então
todas as manhãs Deus enviava o maná dos céus para comê-lo. Os filhos de Israel foram sustentados
pelo maná por quarenta anos. Onde quer que eles fossem durante aqueles quarenta anos, havia
maná. Antes de entrar no deserto, os filhos de Israel eram egípcios em sua constituição, porque tudo
o que tinham comido era a comida da dieta egípcia, que era peixes, pepinos, cebolas e alhos. Tal
alimento produziu uma constituição egípcia dentro deles. Mas Deus mudou sua constituição, dando-
lhes a comer maná. Ao comer o maná por quarenta anos, os israelitas passaram a ser feitos de
maná. Sua constituição mudou através do que eles comeram.
A intenção de Deus em Sua economia é que Ele mesmo se torne a vida do homem para ser o
elemento constituinte do homem, de modo que ele seja o complemento de Deus. Quão maravilhoso
que podemos ser o complemento de Deus! Isso é totalmente tipificado como uma revelação divina em
Gênesis 2. Deus criou Adão (v. 7), edificou uma mulher de uma de suas costelas (vv. 21-22), levou
a mulher a Adão e os dois se tornaram uma só carne (vv. 22-24). Eva se tornou o complemento de
Adão. Hoje nos tornamos o complemento de Deus, uma parte de Deus que corresponde a Ele.
Inicialmente, Deus estava sozinho; mas não era bom que ele estivesse sozinho (v. 18). Deus precisava
de um complemento. Depois de receber Deus como sua vida para sua constituição interna, o homem
45

se tornou o complemento do Deus Triúno.


De acordo com Efésios 4:4-6 o Pai, o Filho, o Espírito e o Corpo são um. Esta é a unidade do
Página

corpo. Dizer que o Pai, o Filho, o Espírito e o Corpo são um é perfeitamente correto. O Deus Triúno

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
é três, mas agora ele tem um quarto, um complemento. No entanto, apenas os três primeiros são
dignos do nosso louvor. O Deus Triúno com Seu complemento agora é quatro em um.

II. A NECESSIDADE NEGATIVA CAUSADA PELA QUEDA DO HOMEM,


COMO RESULTADO DA TENTAÇÃO DO ADVERSÁRIO DE DEUS, SATANÁS
A intenção positiva de Deus em Sua economia consiste nos três elementos mencionados
acima. Mas a queda do homem, como resultado da tentação do adversário, causou uma necessidade
negativa. Essa necessidade consiste em quatro elementos.

A. Destruir Satanás na humanidade de Cristo através da morte


O primeiro elemento da necessidade negativa causada pela queda do homem é destruir Satanás
- que é a origem do pecado e quem possui o império da morte - na humanidade de Cristo através da
morte (Hb 2:14). Satanás não é apenas o inimigo de Deus, mas também seu adversário. Um inimigo
é alguém que está do lado de fora, mas um adversário é aquele que está dentro. A intenção de Deus
é resolver a necessidade negativa do homem destruindo Satanás, seu inimigo e adversário.

B. Remover o pecado através da morte de Cristo em sua carne


O segundo elemento da necessidade negativa é para remover o pecado através da morte de
Cristo na Sua carne (Jo 1:29; Rm 8:3). Cristo como o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo.

C. Anular a morte através da ressurreição de Cristo em Sua humanidade


O terceiro elemento de necessidade negativa é anular a morte através da ressurreição na sua
humanidade (2Tm 1:10b; 1Pe 1:3b). Em Sua humanidade, Cristo anulou a morte por meio de Sua
ressurreição.

D. Dar fim ao velho homem que Satanás corrompeu com o pecado que resulta em morte
O quarto elemento da necessidade negativa causada pela queda do homem é acabar com o
velho homem corrompido por Satanás para o pecado resultando em morte (Rm 6:6a; 1Tm 2:14;
Rm 5:12). Deus não criou o homem em uma condição velha; Ele criou em uma nova condição. O
homem ficou velho quando Satanás entrou nele com o pecado que resulta na morte. Esses três fatores
- Satanás, pecado e morte - entraram em nós, nos corrompendo e nos tornando velhos. Ser velho não
é uma questão de quantos anos se tem, mas da condição de alguém. Estávamos imundos e pecaminosos
e estávamos destinados a morrer porque tínhamos Satanás, pecado e morte em nós. Todo nosso velho
ser, nosso velho homem, estava e ainda está envolvido com essas três coisas. Não obstante, mediante
a morte de Cristo na cruz em sua humanidade, este velho homem, corrompido por satanás com o
pecado que dá como resultado a morte, foi terminado.

III. CRISTO COMO A SEMENTE DA MULHER, DESTRUIU SATANÁS,


TIROU O PECADO, DESTRUIU A MORTE E CRUCIFICOU O VELHO HOMEM EM SUA
HUMANIDADE
Cristo, como semente da mulher, encarregou-se de Satanás, do pecado, da morte e do velho
homem. O primeiro verso do hino 401 expressa o fato de que Cristo é o vitorioso sobre Satanás,
pecado e morte:

Cristo é o vencedor!
Diga com fervor.
Da morte e do pecado,
Cristo é o vencedor!
46

Aleluia! Vitorioso!
Página

Diga isso em todos os lugares;

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Acima de todos os inimigos,
Ele é.

O pecado e a morte são o produto de Satanás. O pecado veio de Satanás e resulta em morte (Rm
5:12). No entanto, Satanás foi destruído por Cristo, o pecado foi levado pela morte de Cristo e a
morte foi anulada pela manifestação de Cristo na carne. Além disso, nosso velho homem, que foi
corrompido por Satanás, pecado e morte, chegou ao fim ao ser crucificado com Cristo. Todos esses
elementos foram incluídos quando a semente da mulher feriu a cabeça da serpente. Estas são as
realizações de Cristo, a semente da mulher.

IV. CRISTO COMO DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO O ÚLTIMO ADÃO E DEUS-HOMEM,


TORNOU-SE ESPÍRITO QUE DÁ VIDA PARA SE DISPENSAR EM SEUS CRENTES COMO A
CORPORIFICAÇÃO DE DEUS E COMO VIDA
Cristo, como descendente de Abraão, o último Adão e Deus-homem, o Espírito que dá vida,
o Espírito de Cristo, Espírito consumado que habita em nós, o Espírito divino processado e composto
com a humanidade de Cristo, com sua morte e eficácia do mesmo, e Sua ressurreição e o poder dele,
isto é, a um só Espírito e todo-inclusivo, o Espírito (como toda a bênção do evangelho pleno de Deus
em Cristo), nos ensinou como a corporificação de Deus como vida e somos regenerados,
transformados e conformados à imagem gloriosa de Cristo, o filho Primogênito de Deus (1Co 15:45;
Rm 8:9b, 11; Ap 22:17a; Jo 3:5-6, 2Co 3:17-18, Rm 8:29).
O primeiro homem, Adão, não era um homem-Deus. Mas o último Adão era um homem-
Deus, um homem totalmente envolvido pelo elemento de Deus. Como o último Adão, Cristo morreu
e ressuscitou, e através da morte e ressurreição ele se tornou o Espírito que dá vida (1Co 15:45). É
significativo que Paulo ponha o adjetivo que dá vida com a palavra Espírito. Poderíamos traduzir o
adjetivo que dá vida com a frase que transmite a vida. Cristo se tornou o Espírito que transmite a
vida. Visto que a vida é o próprio Deus encarnado em Cristo, esse Espírito que dá vida também é o
Espírito que transmite Deus. Isto está implícito na descendência de Abraão, e não na semente da
mulher (Gl 3:14, 16). Jesus Cristo, nosso Redentor e Salvador, tornou-se o Espírito que dá vida, o
Espírito que dispensa Deus.
Cristo como o Espírito que dá vida é também o Espírito de Cristo. Ele não é apenas o Espírito
de Deus, mas também o Espírito de Cristo. Este é o espírito consumado que habita em nós. A
palavra consumado implica em um processo. Assim, o espírito consumado que habita nos crentes é o
Espírito que passou por um processo para se preparar para habitar em nós. O Espírito de Deus não
poderia habitar em nós sem ser processado. Para habitar em nós, o Espírito de Deus passou pela
encarnação, viver humano, morte e ressurreição, etapas de um longo processo. Agora, com base nesse
processo, Ele está totalmente apto a habitar em nós. Quem habita em nós é uma grande coisa.
Os passos da encarnação, viver humano, morte e ressurreição são um processo verdadeiro. No
processo de encarnação, o próprio Deus foi confinado no ventre de Maria por nove meses. Então,
após o seu nascimento, ele continuou o processo através do viver humano por trinta e três anos e
meio. Dessa forma, o viver humano foi incluída no longo processo de sua encarnação. Então, ele
passou pela morte e viajou pela morte, permanecendo na esfera da morte por três dias. Então, ele
entrou no processo de ressurreição. Depois de Sua glorificação na ressurreição (Lc 24:26), o processo
do Deus Triúno foi concluído, e no dia da ressurreição Ele voltou aos seus discípulos e em Seu sopro
deu o Espírito (Jo 20:22). Antes de Jesus ser glorificado na ressurreição, ainda não havia o
Espírito, que é o Espírito de Cristo e o Espírito que dá vida (Jo 7:39). Depois da ressurreição de
Cristo, o Espírito, o Espírito divino, foi processado pela formação de um composto com a humanidade
de Cristo, com a Sua morte e a eficácia dela, com a Sua ressurreição e o poder dela. O unguento
composto de Êxodo 30:23-25 é um tipo definido do Espírito único e todo-inclusivo, que é o
Espírito. Esse Espírito é a totalidade da bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo.
Os oito elementos da bênção, que são o último Adão, o homem-Deus, o Espírito que dá vida,
o Espírito de Cristo, Espírito consumado que habita em nós, o Espírito divino, o Espírito todo-inclusivo
47

e do Espírito, são intimamente relacionados a Cristo como a descendência de Abraão. Se alguém tem
Página

o Cristo que é a descendência de Abraão, ele está qualificado para ser abençoado com esses oito
elementos. Embora Confúcio fosse um grande mestre de moralidade, ele não tinha as qualificações
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
necessárias para receber essa bênção óctupla. Somente os verdadeiros cristãos regenerados e
transformados estão qualificados para desfrutar dessas bênçãos. É com este Espírito que dá vida, através
Dele e Nele que somos qualificados. Esse Espírito é a totalidade da bênção do evangelho pleno de
Deus em Cristo.

V. CRISTO COMO DESCENTEN DE DAVI, FOI GERADO EM SUA RESSURREIÇÃO PARA


SER PRÍNCIPE (O REI) A FIM DE PARTICIPEMOS DE SEU REINADO
Cristo, como descendentes de Davi, o rei ungido por Deus, foi pela sua ressurreição para ser
o Príncipe (Rei) em Sua humanidade para que tomemos parte em Seu reino para a administração de
Deus (Lc 1:31-32; At 13:33-34; 5:30b-31a; 2Tm 2:12a; Ap 20:4, 6) Se lemos Atos 13:33 e
recebemos a luz do Senhor, podemos ver claramente que a ressurreição foi um nascimento para
Cristo. Ele era o Filho unigênito de Deus (Jo 3:16). Mas na ressurreição nasceu para ser o Filho
primogênito de Deus (Rm 8:29; Hb 1:5-6).
Quando Cristo como a semente de Davi tornou-se o Filho primogênito em ressurreição, Ele
tornou-se as fiéis misericórdias de Deus (At 13:33-34; ver nota 1, v. 34). Além disso, tornou-se o
príncipe, isto é, o Rei, em Sua humanidade para nós tomarmos parte no Seu reino para a administração
de Deus (5:30b-31a; ver nota 2, v. 31). Este é o cumprimento do segundo elemento da intenção
positiva da economia de Deus, que é dar ao homem o domínio de Deus para representar Deus em Sua
administração.

VI. VENCER SATANÁS, O PECADO E A MORTE, PARA DAR FIM AO VELHO HOMEM E
PARTICIPAR DAS BENÇÃOS DO ESPÍRITO DE CRISTO, E TOMAR PARTE NO REINO DE
CRISTO
A fim de vencer a Satanás, o pecado e a morte, para acabar com o velho homem, parte da
bênção do Espírito de Cristo, abençoadamente abrangente, e tomar parte no reinado de Cristo,
precisamos de pelo menos seis elementos. Estes abrangem todos os mandatos dados aos crentes no
Novo Testamento.

A. Ser identificado com o Cristo todo-inclusivo,


que é a tríplice descendência em Sua humanidade
Em primeiro lugar, precisamos ser identificados com o Cristo todo-inclusivo, que é a semente
tríplice na Sua humanidade, em sua morte, na Sua ressurreição e ascensão, para que possamos ser um
com Ele, mesmo um espírito com Ele (Rm 6:3-5; Ef 2:6; 1Co 6:17). Desta forma, somos um com
o Deus Triúno.

B. Viver na ressurreição de Cristo através de Sua cruz


Em segundo lugar, temos que viver na ressurreição de Cristo através de Sua cruz (Fl 3:10).
Todos os dias devemos andar e viver sob a sombra da cruz. Devemos sempre permanecer debaixo da
cruz, sem fazer nada de maneira natural. Então teremos a experiência da ressurreição de Cristo.

C. Viver Aquele que é o Cristo pneumático pela abundante provisão de Seu Espírito
Terceiro, temos que viver Aquele que é o Cristo pneumático pelo abundante suprimento de
Seu Espírito (1:19b-21a). O Cristo pneumático tem um suprimento: o Espírito de Jesus Cristo. O
Espírito de Jesus Cristo tem o suprimento abundante para nos sustentar, para que possamos viver o
Cristo pneumático, que não está na carne, mas no espírito, no pneuma.

D. Ser cheio do Espírito por dentro e por fora


e andar de acordo com o Espírito em nosso espírito
48

Quarto, temos que ser cheios do Espírito por dentro e por fora, e temos que viver e andar de
acordo com o Espírito em nosso espírito (At 13:52; 4:31b; Gl 5:16,25; Rm 8:4b). Ser preenchido
Página

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
é receber o preenchimento interior do Espírito, e ser preenchido externamente é experimentar o
derramamento do Espírito.

E. Superar o individualismo, o sectarismo e o cristianismo


e viver a vida do Corpo de Cristo
Quinto, temos que superar o individualismo, o sectarismo e o cristianismo, e temos que viver
a vida do Corpo de Cristo (Ap 2:26-27; 3:21). Devemos superar todos os tipos de "ismos", incluindo
o cristianismo e o "igrejismo". Nós também temos que aprender a viver a vida do Corpo de Cristo.

F. Receber o dispensar constante e oportuno de Deus


orando sem cessar e sem extinguir o Espírito
Em sexto lugar, temos que receber o dispensar constante e oportuna de Deus, orando sem
cessar e sem eliminar o Espírito (1Ts 5:17, 19). Quando nos tornamos essas pessoas, vamos vencer
Satanás, o pecado e a morte, vamos experimentar o fim do velho homem, participar da bênção do
Espírito de Cristo abrangente e tomar parte no reinado de Cristo. Isto é o que experimentamos através
da transmissão do Deus Triúno que nos vem diariamente e momento a momento.
49
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 10
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(1)
Leitura bíblica: 1Co 15:45; Gl 3:14; Jo 20:22; 14:9-11, 16-20; 16:13-15; 1Co 2:7-12; 2Co
13:14; Rm 8:2, 6, 9-11; Jo 16:7b-11; 3:5-6; 1:12-13; Gl 4: 6; Rm 8:15; 2Co 3:3b; Ef 1:11a,
13; 4:30b; 2Co 1:22a; Ef 1:14; 2Co 1:22b
Cristo é o centro de toda a Bíblia, especialmente do Novo Testamento. Conforme apresentado
nos quatro evangelhos, Cristo é Deus, um homem, um rei e um escravo. Contudo, esta não é uma
definição completa e adequada de quem é Cristo. A Bíblia é uma história de Cristo como uma semente
tripla semeada na humanidade, que, a fim de ser a nossa porção, o Espírito que dá vida como a
consumação do Deus Triúno processado e consumado. O próprio Deus Triúno tornou-se um homem
e, como tal, foi a descendência humana de três pessoas, a saber, a mulher (Maria), Abraão e Davi. No
início do Antigo Testamento, Gênesis 3:15 diz: "Eu porei inimizade entre você e a mulher, e entre a
sua semente e a sua semente; Ele te ferirá na cabeça, mas você ferirá o calcanhar”. A semente da
mulher realizou muitas coisas do lado negativo. Ele destruiu Satanás (Hb 2:14), removeu o pecado
(João 1:29.) A morte foi anulada (2Tim 1:10.) E deu um fim ao nosso velho homem (Rm 6:6).
Então, metade da história do Antigo Testamento, Deus prometeu a Abraão um filho que seria uma
bênção para todos (Gn 12:2-3; Gl 3:16). A descendência de Abraão como Deus-homem, o Deus
Triúno em um homem, é o próprio Deus que o homem recebe, desfruta e experiencia como uma
bênção. Em todo o universo, somente o próprio Deus é uma bênção; tudo o mais é vaidade de
vaidades. Se tivermos Deus, temos a bênção. No entanto, foi necessário um processo para que Deus
pudesse ser nossa bênção. Para que a comida seja nossa bênção, ela precisa ser cozida. Do mesma
maneira, Deus tinha que ser "cozinhado" para ser nossa bênção. Antes de passar pelo processo, Deus
era um Deus "cru". Ao passar por um processo, Deus veio a ser um Deus "cozido" e foi "servido à
mesa" como nosso suprimento de vida. Este Deus em Sua totalidade é o Espírito composto,
processado, consumado, todo-inclusivo e que dá vida, que também habita em nós. Ele é este Espírito
maravilhoso e, como tal, é a bênção de Deus para nós.
Como a descendência do rei Davi, Cristo é o herdeiro do trono de Davi. De acordo com Isaías
55:3 e Atos 13:34, essa descendência do rei são as firmes misericórdias de Davi. A descendência
ressuscitada de Davi é a firme misericórdia que Deus prometeu a Davi por aliança. As misericórdias
são o começo da bênção de Deus. Deus se dá a nós como uma bênção através de vários tipos de
misericórdia que servem como um começo.
No final da Bíblia, Apocalipse 22:17 diz: "O Espírito e a noiva dizem: Vem." Este versículo
indica que o Espírito e a noiva são um casal. O termo Espírito dá uma indicação do processo pelo qual
o Deus Triúno passou. O Deus Triúno processado casará com o homem tripartido que foi redimido e
glorificado, e juntos formarão um casal universal. Apocalipse 21 e 22 nos mostram que a Nova
Jerusalém é uma entidade composta, uma mescla, uma interpenetração desse Deus Triúno processado
e Seus santos tripartidos, escolhidos e glorificados. Essa é a bênção que nos é dada com base nas firmes
misericórdias de Deus.
Depois que Cristo, como descendente humano, viveu e realizou Seu ministério na Terra, Ele
se tornou o Espírito que dá vida (1Co 15:45). A partir de então, tudo o que aconteceu em relação
a Cristo teve a ver com esse Espírito. Hoje, o mesmo Deus que recebemos e a quem adoramos e
servimos é o Deus Triúno consumado, a realidade daquele que é o Espírito que dá vida, que torna o
homem Jesus, os três descendentes, real. Esta é a linha central, o conteúdo, a substância e a essência
de toda a Bíblia.

I. O ESPÍRITO TODO-INCLUSIVO É A TOTALIDADE DA BÊNÇÃO QUE TUDO INCLUI, A


BENÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE DEUS EM CRISTO, COM VISTAS A QUE SE REALIZE
O DISPENSAR DIVINO CONFORME A ECONOMIA DIVINA
50

O Espírito todo-inclusivo - o Cristo todo-inclusivo (a descendência tripla na humanidade)


Página

tornou-se o Espírito que é a totalidade do todo-abrangente bênção, a bênção do evangelho pleno de

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Deus em Cristo (Gl 3:14), tendo em vista o dispensar divino segundo a economia divina. Essa bênção
abrangente engloba muitos elementos. Conhecer esses elementos é ter uma "chave mestra" para abrir
todos os livros da Bíblia.

A. O Cristo processado e ressuscitado retorna aos Seus discípulos


e como um Espírito que dá vida se dispensa neles ao soprar
No dia da sua ressurreição, o Cristo processado e ressuscitado, que se tornou o Espírito que
dá vida como a consumação do Deus Triúno processado, voltou aos seus discípulos e, como Espírito
que dá vida deu a si mesmo neles, soprando, então eles receberam ao Espírito Santo como sua vida,
sua pessoa e tudo (Jo 20:22). Alguns que possuem um conceito triteísta em relação à Trindade se
opuseram a nós porque dizemos que Cristo é o Espírito. Contudo, na Bíblia há uma palavra clara que
diz que o mesmo Cristo que é nosso Redentor e Salvador é agora o Espírito. Em 1 Coríntios 15:45
nos diz: "Foi feito [...] o último Adão tornou-se Espírito que dá vida" e 2 Coríntios 3:17a diz: "E o
Senhor é o Espírito", o Espírito é "o Senhor Espírito" que nos transforma (v. 18). O irmão Nee
recebeu essa luz a respeito do Espírito há quase cinquenta anos, e a luz que recebemos nos últimos
anos é ainda mais intensa e profunda. Hoje temos a confiança de dizer que o Espírito que dá vida é a
consumação do Deus Triúno.
Repito, o dia da Sua ressurreição, o Cristo processado e ressuscitado, que se tornou a vida
- dando Espírito como a consumação do Deus Triúno processado, voltou aos seus discípulos e, como
a vida - deu a si mesmo neles, soprando. João 20:22 diz: "E, havendo dito isto, soprou sobre eles e
disse: ' Recebei o Espírito Santo." No Antigo Testamento, o título Espírito Santo não foi usado; este
título não foi utilizado até o início do Novo Testamento, quando Deus se encarnou (Mt 1:18, 20; Lc
1:35). O título o Espírito Santo definitivamente denota uma pessoa. O uso deste título em João
20:22 faz com que o sopro mencionado nesse verso seja diferente do sopro mencionado em Gênesis
2:7. Em Gênesis 2:7 o sopro era uma respiração, não uma pessoa. Mas em João 20:22 o sopro é
chamado de Espírito Santo. Sem dúvida, isso denota não apenas um sopro, mas uma pessoa, o mesma
que dá a respiração. O Espírito Santo que recebemos é o Deus Triúno que vem a nós. O Pai é a fonte,
o Filho é o curso e o Espírito é o fluir e também o Deus Triúno que vem a nós. O Espírito é a expressão
máxima do Deus Triúno; então, quando recebemos o Espírito Santo, recebemos a totalidade do Deus
Triúno.
A velha criação do homem veio do sopro mencionado em Gênesis 2:7. A nova criação
também vem de um sopro. Em Gênesis, só podemos ver como o sopro é soprado, não a pessoa da
Trindade Divina, pela qual o homem foi criado como parte da antiga criação. A respiração em João
20:22 foi feita depois que Cristo passou pelo processo de encarnação, o viver humano de trinta e três
anos e meio, a crucificação e a ressurreição. Antes de Sua ascensão, o dia de Sua ressurreição, Cristo
retornou aos seus discípulos. Ele não lhes deu nenhum ensinamento, mas sim ele soprou algo neles. O
que soprou neles foi o Espírito Santo, que é o Espírito que dá vida, que Cristo veio a ser. Este Espírito
que foi soprado por Cristo foi a consumação final do Deus Triúno. Quando Deus soprou seu ar em
Adão para dar vida ao homem de barro dotado de um espírito humano, Ele deu consumação à velha
criação. Mas o sopro mencionado em João 20:22 ocorreu depois que Cristo realizou Sua obra no
Novo Testamento.
A obra do Antigo Testamento da velha criação consistia em Deus criando coisas físicas. Mas a
obra do Novo Testamento de Cristo não é assim. A obra de Cristo no Novo Testamento foi realizada
em quatro etapas. Primeiro, Ele se tornou homem na encarnação. Antes de encarnar, Ele era apenas
o Filho Unigênito de Deus (1:18) e possuía apenas divindade; mas através da encarnação Ele
participou de sangue e carne (Hb 2:14a), que eram a Sua humanidade. Então, Ele viveu com os
discípulos por três anos e meio. Esta vida era o seu trabalho. Depois disso, Ele entrou em uma morte
todo-inclusiva e então entrou em Sua ressurreição. Sua encarnação tinha a intenção de apresentar Deus
à humanidade; Sua crucificação era para acabar com a humanidade; e Sua ressurreição foi introduzir
a humanidade crucificada na divindade, isto é, introduza o homem em Deus. Em Sua ressurreição, a
humanidade de Cristo foi "filificada" e em sua humanidade "filificada" Ele nasceu para ser o Filho
51

primogênito de Deus (At 13:33). O fato de que Cristo veio de Deus para se tornar homem e, assim,
trazer Deus para a humanidade e que passou por morte e na ressurreição para introduzir a humanidade
Página

na divindade em um relacionamento, uma mescla entre Deus e o homem e o homem e Deus, que

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
formaram um composto. Foi nessa condição que Cristo veio para os discípulos e dispensou neles a Si
mesmo com o sopro, para mesclar e unir com eles formando este composto.
Quando Pedro, João, Tiago e os outros discípulos estavam reunidos na pequena sala, eles
representavam o Corpo de Cristo em sua totalidade. Quando a Cabeça soprou no Corpo e disse ao
Corpo para receber o Espírito Santo, nós também estávamos lá. Depois que este sopro e recebimento
foram realizados, a composição, a interpenetração e a mescla de Deus com o homem foi levada à
consumação. Nos tempos da encarnação, havia apenas um Deus-homem. Depois de João 20:22, no
entanto, havia pelo menos cento e vinte homens-Deus. Hoje, esse Deus-homem encheu toda a
terra. Onde quer que possamos ver Deus-homens, que são um relacionamento, uma mescla e uma
entidade composta de Deus com o homem. Entender que somos a mescla de Deus com o homem
deve elevar nossa estimativa de nosso valor. Somos a mescla, a entidade composta de Deus com o
homem. Não há palavras que possam descrever quão grande é esta bênção.

B. Como uma realidade de Deus, o Filho, que é a corporificação de Deus Pai, vem a ser a realidade
do Deus Triúno, não somente em estar com os crentes de Deus, o Filho, mas também neles.
O Espírito todo-inclusivo, como a realidade de Deus, o Filho, que é a corporificação de Deus
Pai, veio a ser a realidade do Deus Triúno, não só para estar com os crentes de Deus, o Filho, mas
também neles, que o Deus Triúno é transmitido neles (Jo 14:9-11, 16-20). Cristo, que se tornou o
Espírito que dá vida com a transfiguração, a realidade da humanidade tríplice, primeiro soprou,
dispensando-se aos discípulos, e os discípulos o receberam. Então, baseado no fato de que Ele soprou
neles, o Espírito que Ele criou veio a ser a realidade Dele como corporificação do Pai dentro dos
crentes. Desta forma, o Deus Triúno entrou em nós para ser um conosco.
Antes da ressurreição de Cristo, o Deus Triúno não podia entrar no homem. Depois Ele passou
pela encarnação, viver humano, morte e ressurreição, Ele foi capaz de dispensar-Se com Seu sopro,
para seus discípulos que receberam como o Espírito Santo, a consumação do Deus Triúno. Este Espírito
que dá vida é a realidade do Filho, o Filho é a corporificação do Pai. Como esta pessoa, ele entra nos
seus discípulos para estar no intrínseco ser deles. Que bênção isso é!

C. Como Espírito da realidade, declara e transmite o Deus Triúno


nos crentes do Filho, para que Deus, o Filho, seja glorificado
Como Espírito da realidade, o Espírito declara e transmite aos crentes o que Ele recebe de
Deus Filho, a quem é dado, transmitindo, tudo o que o Pai tem como o Deus Triúno é dispensado aos
crentes do Filho, tornando-os um com o Deus Triúno, para que Deus, o Filho, seja glorificado (Jo
16:13-15). João 16:13-15 diz: "Mas quando o Espírito da realidade vier, Ele guiará você para toda
a realidade; pois ele não falará por conta própria, mas falará tudo o que ouvir, e lhe dirá as coisas que
estão para vir. Ele me glorificará; porque ele receberá do que é Meu e vos guiará. Tudo o que o Pai
tem é meu; é por isso que eu disse que ele vai receber da minha parte". Primeiro, o que o Pai tem é
dado ou transmitido ao Filho. Este é o primeiro passo da transmissão. Então, o que o Filho tem é
recebido pelo Espírito. Este é o segundo passo da transmissão. Finalmente, o que o Espírito recebeu é
dado ou transmitido aos discípulos. Este é o terceiro passo da transmissão. Esta transmissão inclui
quatro participantes: o Pai, o Filho, o Espírito e nós, os crentes. O que o Pai tem é dado, transmitido
ao Filho; o que o Filho tem é recebido pelo Espírito; e o que o Espírito recebe é dado, transmitido
para nós. Esta é a transmissão do Deus Triúno nos crentes do Filho.
A declaração do Espírito é Sua transmissão. O que o Espírito declara não é doutrinas, mas
realidades espirituais. No universo existe a realidade de que tudo que Deus o Pai tem é dado ao
Filho; tudo o que o Filho tem é recebido pelo Espírito; e todas as coisas do Pai e do Filho são declaradas
pelo Espírito a nós, os discípulos. Assim, no universo há uma transmissão maravilhosa: a transmissão
do Deus Triúno ao nosso ser.
A transmissão do Deus Triúno nos crentes do Filho os torna um com o Deus Triúno, para que
Deus, o Filho, seja glorificado. Que somos feitos um com o Deus Triúno é glorificar o Filho, isto é,
52

expressar o Filho como glória. Se vivermos uma vida na transmissão do Deus Triúno, seremos uma
expressão gloriosa de Cristo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
D. Como um Espírito que dá revelação, nos mostra as profundezas de Deus com respeito a Cristo
como nossa porção para nosso desfrute
Como Espírito dá revelação, o Espírito nos mostra as profundezas de Deus a respeito de Cristo
como nossa porção para nosso desfrute, isto é, as coisas que Deus preparou com antecedência,
preparou e nos dispensou; mas nenhum homem jamais viu ou ouviu, coisas que nunca entraram no
coração do homem que todas as riquezas misteriosas de Cristo são transmitidas em nosso espírito para
nossa glória (1Co 2:7-12). Cristo é rico em muitos elementos. De acordo com 1 Coríntios, Cristo é
rico, em primeiro lugar, no fato de que Ele é o poder de Deus e sabedoria de Deus (1:24) e, em
seguida, no fato de que Ele é a nossa justiça e santificação (santidade) e redenção para nós (v. 30) Ele
é rico em pelo menos vinte coisas mencionadas no livro de 1 Coríntios. O ponto final e consumado
das riquezas de Cristo neste livro é que Ele é o Espírito que dá vida. Se Cristo não fosse o Espírito que
dá vida, não poderíamos recebê-lo como sabedoria e poder ou como nossa justiça, santificação e
redenção. Para nós recebê-lo, ele tem que ser o Espírito que dá vida.
O dispensar de todas as riquezas misteriosas de Cristo em nosso ser espiritual é para a nossa
glória. Nós somos o que vivemos. Se vivermos um Cristo tão rico, quão gloriosos seremos! Nós
vivemos um Cristo assim através do suprimento abundante do Espírito de Jesus Cristo (Fl 1:19). Por
meio do Espírito de Jesus Cristo, podemos participar de Seu abundante suprimento a fim de magnificar
a Cristo vivendo-O. Que grande glória é essa!

E. Como o Espírito da comunhão divina, o fluir divino dispensa a nós, ministros, o amor de Deus
através da transfusão da graça de Cristo para nosso desfrute
Como o Espírito da comunhão divina, o fluir divino, o Espírito também nos dispensa, ministra,
o amor de Deus através da transfusão da graça de Cristo para nosso desfrute (2Co 13:14). Em 2
Coríntios 13:14 nos é dito: "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do
Espírito Santo estejam com todos vocês". Esta é a bênção que o Deus Triúno em três aspectos - amor,
graça e comunhão - seja transfundido em nós para nosso desfrute. Desfrutamos o Deus Triúno: o Pai
como amor, o Filho como graça e o Espírito como comunhão, o fluir. Essas riquezas são uma grande
bênção para nós.

F. Como Espírito de Deus, Espírito de Cristo e Espírito da vida,


Ele habita em nós para transmitir a vida divina em nosso espírito, alma e corpo
À medida que o Espírito de Deus, o Espírito de Cristo e do Espírito da vida, o Espírito habita
em nós para dar a vida divina em nosso espírito, alma (representada pela mente) e corpo (Rm 8:2,
6, 9-11). O mesmo Espírito maravilhoso é o Espírito de Deus, o Espírito de Cristo e o Espírito da
vida. Este Espírito habita em nós; é o Espírito que habita em nós. O Espírito habitar em nós, dando
vida divina em cada parte do nosso ser tripartido: a primeira é transmitida em nosso espírito; então,
se estende a nossa alma e, finalmente, atinge nosso corpo. O Espírito que habita em nós não permanece
passivo; pelo contrário, ele é muito ativo, mas mesmo assim é bastante lento e muito carinhoso. Temos
que entender que todos os dias temos o Espírito habitando em nós. Ele não é como um companheiro
de quarto que habita ao nosso lado exteriormente. Ele está em nós em tudo que fazemos. Mesmo
enquanto dormimos, Ele habita em nós silenciosamente, pacificamente e amorosamente.

G. Como Consolador, convence os pecadores e regenera-os


para se tornarem filhos de Deus
Como Consolador, o Espírito convence nós pecadores do pecado, justiça e juízo, a se
arrepender e crer no Filho, e regenera-nos para transmitir Cristo como vida divina em nós, para que
nos tornamos filhos de Deus (Jo 16:7b-11; 3:5-6; 1:12-13). A convicção de que o Consolador
produz em nós nos leva a nos arrepender e crer. Então, quando nos arrependemos e cremos, somos
regenerados. A condenação nos guia para a regeneração. Não pode haver regeneração sem
53

convicção. Então, em nossa pregação do evangelho, temos que ajudar as pessoas a receber essa
convicção.
Página

João 16:8 diz: "E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo." Este
verso implica que há três pessoas relacionadas a nós. Pecado refere-se a Adão; a justiça tem a ver com
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Cristo; e o julgamento tem a ver com o diabo, Satanás. Nós nascemos em Adão; portanto, somos
pecadores. No entanto, podemos sair dessa posição. Crendo em Cristo, recebemos a Cristo como
nossa justiça; o pecado não está mais lá e a justiça se manifesta. Entretanto, se não crermos,
receberemos a punição, o julgamento, que é reservado para Satanás. Um pecador deve ser convencido
dessa maneira. Então ele se arrependerá e crerá, e o Espírito virá imediatamente para regenerá-lo.
O Espírito nos regenera ao transmitir Cristo como a vida divina em nosso ser, para que
possamos ser filhos de Deus. O Deus Triúno não somente vem a nós para se dispensar em nós, mas
também para nos regenerar para que nasçamos de Deus como Seus filhos. O Deus Triúno não é só
em nós como uma bênção, mas somos agora Seus filhos. Esta é uma bênção adicional para nós.

H. Torna-se o Espírito de filiação pelo qual clamamos a Deus dizendo: "Abba, Pai"
Depois de nossa regeneração, o Espírito regenerador se torna o Espírito de filiação pelo qual
clamamos a Deus, dizendo: "Abba, Pai" (Gl 4:6, Rm 8:15). Abba é uma palavra em aramaico, e
pai vem do grego Pater. Em Marcos 14:36 o Senhor Jesus chamou o Pai: "Abba, Pai". Devemos
também chamar Deus Pai: "Abba, Pai". Chamá-lo desse jeito é muito bom porque ter um Pai assim é
uma grande bênção para nós. Uma mãe pode nos amar e nos entender, mas um pai é uma bênção
para nós porque um pai pode fazer muitas coisas para o nosso bem. Se temos um pai bom, forte,
capaz e rico, somos abençoados. Deus é o Pai que nos gerou; nós fomos gerados por Ele. Isto é uma
bênção para nós.

I. Como tinta que nos sela e nos satura


Como tinta para escrever, o Espírito todo-inclusivo nos sela como a marca da herança de Deus
para saturar-se à substância de Deus seja dispensada em nós que podemos ser formados à imagem de
Deus (2Co 3:3b; Ef 1:11a, 13; 4:30b; 2Co 1:22a). Ao colocar um carimbo em um objeto, a
imagem do carimbo nesse objeto é formada. O Espírito é a tinta para escrever, a substância
seladora. Quanto mais Ele nos sela, maior é a sua marca em nós e maior é a sua imagem dentro de
nós. Nós carregamos a imagem do Deus selador. Esta é uma bênção mais profunda.

J. É o penhor de Deus como nossa herança


O Espírito é o penhor de Deus e, como tal, é nossa herança para nós desfrutarmos Deus hoje
como um avanço para a glorificação (resgate) do nosso corpo, para garantir que Deus será o nosso
pleno desfrute nas próximas eras (Ef 1:14; 2Co 1:22b). As arras são uma garantia de que nosso Deus
é nossa herança. Como herança de Deus, precisamos de selamento; mas para que Deus seja nossa
herança, precisamos da garantia, o penhor. Hoje temos o Espírito como uma antecipação de Deus, e
este penhor é a garantia que teremos o pleno desfrute. Tanto a antecipação quanto o desfrute pleno
são o próprio Deus para o nosso desfrute.
Os pontos acima são alguns elementos da bênção abrangente em sua totalidade, a bênção do
evangelho pleno de Deus em Cristo. Essa bênção abrangente é Cristo, a tríplice descendência da
humanidade, que se torna o Espírito. Toda a Bíblia é um livro sobre o Espírito. Então, quanto mais
tocamos o Espírito, melhor. Tocar no Espírito requer que tenhamos contato com Ele em oração e em
comunhão com Ele.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 11
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(2)
Leitura bíblica: Rm 8:23, 14-15; 2Co 1:21; 1Jo 1:20-27; 5:6; Jo 14:16-20; Fl 1:19b-21a;
Rm 6:5; Cl 2:12; Ef 3:16-19; 4:3-6; Rm 6:19b, 22b; 15:16b; 1Ts 5:23; 2Pe 1:4b; Tt 3:5;
Ef 4:23; Rm 12:2a; 6:4; Os 14:8
Na mensagem anterior, vimos que a tríplice descendência se torna o Espírito. Este Espírito é o Espírito
que dá vida. O Espírito que dá vida é o Espírito composto, o Espírito composto é o Espírito todo-
inclusivo, porque eles adicionaram elementos da divindade, a humanidade, a morte de Cristo com a
sua eficácia e ressurreição de Cristo com a sua eficácia, formando assim um composto. A Bíblia nos
diz que Cristo, depois de passar pela encarnação, viver humano, morte e ressurreição, se tornou o
Espírito que dá vida. Que Ele se tornou o Espírito que dá vida foi a consumação de todos os processos
pelos quais Ele passou.

Pelo menos quatro mil anos após a criação do homem, o Deus completo entrou em um "túnel",
um processo. Esse "túnel", esse processo, era muito longo e tinha pelo menos quatro seções. A
primeira seção do "túnel" foi a encarnação. A encarnação, como Isaías nos mostra no capítulo 53,
incluiu Seu viver humano e durou trinta e três anos e meio, além dos nove meses que ele esteve no
útero. A segunda seção foi Sua morte todo-inclusiva, que, propriamente falando, durou apenas seis
horas, das nove da manhã até as três da tarde. No entanto, a preparação para a morte dele durou
pelo menos uma semana. Antes de sua crucificação, ele foi voluntariamente a Jerusalém. De acordo
com os tipos e profecias do Antigo Testamento, Ele teve que ser morto no dia da Páscoa (Ex 12:3-
6) naquele ano específico (Dn 9:25-26). Se não fosse assim, o tipo sobre a Páscoa e a profecia de
Daniel sobre as setenta semanas (vv. 24-27) não poderiam ter sido cumpridas. Ele sabia em que ano,
mês e dia isso aconteceria. Então, Ele foi a Jerusalém de acordo com a data solicitada antecipada-
mente. Ele entrou em Jerusalém e permaneceu lá por uma semana, incluindo o dia de sua morte (Jo
12:1, cf. Mc 12:37, nota 1). Portanto, levou pelo menos uma semana para passar pela Sua
morte. Naqueles seis dias antes de sua morte, Ele estava lá morrendo; Ele estava sendo imolado. Matá-
lo não era uma questão simples. Antes de ser preso, vários grupos de pessoas o colocaram à prova,
entre eles os principais sacerdotes, os saduceus, os fariseus, os herodianos, os escribas e os anciãos.

A terceira seção do "túnel" ou processo foi Sua ressurreição. Em Sua ressurreição Ele entrou
em outro reino: o reino divino, espiritual e celestial. Antes de Sua ressurreição, Ele estava em nossa
esfera e, antes de Sua encarnação, Ele estava na esfera eterna com o Pai. Agora ele está na quarta
seção: a ascensão.

Na primeira seção de Seu processo, Ele foi o Deus completo que fez um homem perfeito na
humanidade, tendo sangue e carne. Então, depois de trinta e três anos e meio, Ele se tornou o Espírito
que dá vida. Isso o colocou em outra área. Sua encarnação o tirou da esfera celestial e eterna e
colocou-o no mundo em que estamos. Ele esteve aqui por trinta e três anos e meio. Então, através do
processo de morte e ressurreição, Ele foi introduzido em outra esfera. Hoje, nesta outra esfera Ele está
em ressurreição e ascensão. Sua ressurreição sempre anda de mãos dadas com Sua ascensão. Hoje ele
está em ascensão e está ocupado fazendo muitas coisas.

Ele se tornou o Espírito que dá vida, e no Espírito foram adicionados a divindade, a


humanidade, a Sua morte todo-inclusivo com a eficácia do mesmo, e Sua poderosa ressurreição com
a sua eficácia e para formar um composto. Estes são os elementos com os quais o Espírito que dá vida
foi composto. Agora Ele se tornou o Espírito composto. O Espírito composto é o Espírito todo-
55

inclusivo. Se queremos ter Deus, temos que ir a este Espírito. Fora Dele, Deus não é encontrado. Se
quisermos ver um homem genuíno, verdadeiro, real e perfeito, temos que ir a Ele. Jesus é tal homem,
Página

e Ele está no Espírito hoje. Se quisermos desfrutar da Sua morte, experimentá-la e participar dessa

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
morte com sua eficácia, temos que ir ao Espírito. O elemento da morte de Cristo está no Espírito. Se
quisermos experimentar a Sua ressurreição e o poder dela, também temos que ir a este Espírito. Hoje
o Espírito é a realidade da pessoa divina, o Deus Triúno. Este Espírito é também a realidade do único
homem perfeito. Neste Espírito também temos a realidade da morte de Cristo e a realidade da
ressurreição de Cristo.

Lamento muito que muitos amados irmãos que estão na restauração do Senhor há anos nunca
tenham mergulhado nessas profundas verdades. Esta é a razão pela qual sua vida cristã é instável, fraca
e flutuante. Agradeço ao Senhor por me manter por mais de sessenta e seis anos com essas profundas
verdades. Cada passo que damos em nossa educação humana, do jardim de infância à universidade,
nos faz passar por certas mudanças em nosso comportamento, em nossa conversa e em nossa
atitude. A fim de servir ao Senhor corretamente, precisamos de algum grau de educação humana, e
nós também precisamos ser preenchidos, saturados e infundidos com a educação espiritual que nos faz
conhecer a Bíblia, mas não como as páginas impressas em preto e branco, mas o seu significado
espiritual, celeste e divino. Todos nós precisamos dedicar algum tempo para obter a educação celestial,
divina e espiritual. Encorajo especialmente os jovens a estudarem essas verdades; isso os ajudará a
crescer. Quando eu era jovem eu tinha a Bíblia como um livro de peso espiritual, eu não deixava o sol
se pôr sem antes me dedicar muito a estudá-lo, a ponto de não me preocupar tanto em comer ou
dormir. A razão pela qual eu tive uma vida tão longa e saudável é o meu estudo das verdades da
Bíblia. Estudar tem sido meu "hobby". Não importa quantas coisas me ofendam, descobri que a
melhor maneira de colocar as coisas ofensivas de lado é estudar as verdades divinas que estão na Santa
Palavra.

I. ESPÍRITO É A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO


PLENO DE DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A
ECONOMIA DIVINA
Nesta mensagem consideraremos mais dez elementos do Espírito todo-inclusivo, que é a totalidade de
bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo, com vista o dispensar divino
como a economia divina.

K. As primícias do desfrute que temos de Deus como nossa herança


O Espírito todo-inclusivo é as primícias do desfrute de Deus como nossa herança e, como tal, transmite
suas riquezas em nós até redenção (glorificação) do nosso corpo, ou seja, nossa gloriosa filiação
divina. Romanos 8:23 nos diz que o Espírito hoje é as primícias. As primícias do Espírito são
simplesmente o mesmo Espírito como as primícias da próxima safra do que Deus é para nós. O Espírito,
isto é, o Espírito composto que é a consumação do Deus Triúno tem dado a nós como as primícias.
Estes primeiros são as primícias de Deus como nossa herança. O próprio Deus Se nos deu como nossa
herança. Atos 26:18 afirma categoricamente que estamos sendo santificados como herança (ver nota
6), e que a herança é o próprio Deus (Rm 8:23; Ef 1:14). Nesta terra podemos herdar casas, títulos
e ações de grandes corporações. No entanto, devemos perceber que tudo o que temos, ao longo do
tempo, será reduzido a nada, já que quando chegar a hora da morte, seremos destituídos de
tudo. Portanto, esse tipo de herança terrena é vaidade das vaidades (Ec 12:8). Contudo, Cristo, a
tríplice descendência na humanidade, torna-se o Espírito, e este Espírito é as primícias da herança
divina. Em outras palavras, o Espírito como primícias é o primeiro aspecto de Deus como nossa
herança. Este Espírito, como as primícias, é indubitavelmente dado para nosso desfrute. Então, Ele é
as primícias do que desfrutamos de Deus como nossa herança. Como tal, Ele nos concede as riquezas
de Deus, que é nossa herança, para a redenção do nosso corpo. A redenção do nosso corpo no futuro
será o resultado dessa transmissão.

Hoje estamos desfrutando do dispensar das riquezas da herança divina, que é o próprio Deus,
56

e esse dispensar resulta na glorificação do nosso corpo. Essa glorificação não será uma coisa súbita
que acontecerá quando o Senhor Jesus retornar; será o resultado do nosso desfrute atual. Tal desfrute
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resulta nessa glorificação, é para ela e tem esse propósito. Versos como Efésios 1:13-14 e Efésios

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
4:30 dizem que o Espírito nos sela para a redenção do nosso corpo. Portanto, a futura redenção do
nosso corpo vai ser um resultado do desfrute de Deus, o desfrute é sempre acompanhado pelo
dispensar de Seu elemento em nosso ser. Isso nos muda e nos transforma com vistas a redenção e
glorificação do nosso corpo, que está por vir.

L. Como o Espírito de nossa filiação, Ele nos guia a nós os filhos de Deus,
através da vida e natureza do Pai
O Espírito todo-inclusivo como o Espírito de nossa filiação, nos guia a nós os filhos de Deus para
transmitir ao nosso ser a vida e a natureza do Pai em nossas vidas diárias, de modo que somos filhos
de Deus na prática (Rm 8:14-15). Romanos 8:14 diz: "Pois todos os que são guiados pelo Espírito
de Deus são filhos de Deus". Como filhos de Deus, devemos viver, andar e ter nosso ser de acordo
com o guiar do Espírito. No entanto, se formos ao cinema, podemos não ter a certeza de que estamos
implementando uma filiação prática. Fiquei profundamente impressionado com a história que li sobre
um proeminente pregador americano. Ele se mudou para uma nova casa e convidou seu pai para ver
a casa e todos os móveis. O pai viu os quartos e todos os móveis e disse: "Filho, tudo é muito bom, mas
há uma enorme falta: não há indicação de que você é um filho de Deus ". Questões como a maneira
como penteamos os cabelos, a maneira como nos vestimos e a decoração de nossos lares indicam se
somos filhos de Deus na prática ou não. Não estamos falando de filiação na doutrina, mas de filiação
na prática. A realidade de nossa filiação na prática se manifesta em nosso viver: na maneira como nos
comportamos, nos vestimos, para onde vamos. Todos estes são indicadores do aspecto prático de
nossa afiliação.

M. Como um Espírito composto, a quem foi acrescentada a natureza divina de Cristo e Sua natureza
humana, bem como a morte e ressurreição de Cristo para formar um composto, a fim de ser o
unguento da unção
O Cristo todo-inclusivo é o Espírito composto, que acrescentou a natureza divina de Cristo e Sua
natureza humana e da morte e ressurreição de Cristo, para formar um composto, a fim de ser o
unguento da unção, que nos unge com todos os elementos que o compõem, que permanecemos no
Senhor para receber a Seu dispensar, a fim de conhecer a verdade da Trindade Divina na economia
de Deus (2Co 1:21; 1Jo 1:20-27). A unguento é diferente do azeite. O azeite puro consiste apenas
em um elemento; mas a unguento, como em uma pintura, não um único elemento, mas é um elemento
de base a que foram adicionados outros elementos. Estes se combinam para se tornar um unguento
como um tipo de tinta.

No Antigo Testamento, é tipificado que o Espírito nos unge com todos os elementos que o
compõem. Êxodo 30 nos diz que depois que Moisés fez o unguento composto (vv. 23-25), Deus
disse a ele para ungir o tabernáculo, todos os seus utensílios, o altar e os sacerdotes (v. 26-30). Tudo
relacionado ao serviço e adoração a Deus tinha que ser ungido com este unguento. Isso indica que
tudo o que tem alguma relação com adoração e serviço a Deus precisa ser ungido pelo Espírito
composto.

O capítulo 2 de 1 João lida com o Espírito da unção (v. 20-27). O Espírito composto nos
unge com todos os elementos que o compõem, para que possamos permanecer no Senhor (v. 27). A
Bíblia nos diz para permanecer no Senhor (Jo 15:4), mas muitos cristãos não procuram maneiras de
fazê-lo. Cerca de cinquenta anos atrás eu tinha o desejo de permanecer em Cristo. Um dia encontrei
o livro Abide in Christ, por Andrew Murray. Nesse livro, Murray diz que, para permanecer em Cristo,
precisamos nos consagrar ao Senhor. No entanto, minha experiência foi que eu me consagrei ao
Senhor muitas vezes, mas ainda não sabia como permanecer Nele. Certamente esse não era o
caminho. Depois de muitos anos lendo 1 João 2, descobri que o caminho para permanecer no Senhor
é ser ungido. A unção é o caminho. Enquanto alguém for ungido com este unguento composto, a
57

pessoa permanece no Senhor. Em 1 João 2 nos é dito que permaneçamos no Senhor de acordo com
a unção (v. 27). A unção é, na verdade, o próprio Senhor em movimento. Ele nos unge para que
Página

permaneçamos Nele, a fim de receber a Seu dispensar, a fim de conhecer a verdade da Trindade

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Divina na economia de Deus. Em 1 João 2, aprendemos a verdade da Trindade Divina na economia
de Deus. Finalmente, essa verdade é o ensinamento da unção. Quando temos a unção do Espírito
composto, temos o Filho, e quando temos o Filho, temos o Pai. Assim, na unção, temos os três: o
Pai, o Filho e o Espírito. Esta é a Trindade Divina na economia de Deus.

N. Como realidade de Deus, de Cristo e da vida divina


O Espírito é a realidade de Deus, Cristo e da vida divina e, como tal, dá o elemento de Deus, Cristo
e da vida divina dentro de nós como suprimento de vida para o nosso sustento divino e espiritual (1
Jo 5:6; Jo 14:16-20; Fl 1:19b). De acordo com 1 João 5:6, o Espírito é a verdade, a realidade. A
realidade mencionada neste verso deve ser a realidade do Deus Triúno, de Cristo e da vida divina. Essa
realidade nos supre de maneira divina e espiritual, e nos faz ter sustento divino e espiritual. Como
mencionado em Filipenses 1:19, esse suprimento e sustento, em última instância, tornam-se o
suprimento abundante do Espírito de Jesus Cristo. João 14:16-20 fala do Deus Triúno - do Pai, do
Filho e do Espírito e nos diz que o Pai está corporificado no Filho, e do Filho se torna real para nós
como Espírito. Portanto, o Espírito é o Filho feito real para nós, e o Filho é a corporificação do Pai.
Quando temos essa realidade, temos a mesma corporificação e também temos o Deus Triúno. Este é
o suprimento abundante que nos abastece e nos sustenta em nossa vida espiritual.

O. Como realidade da ressurreição de Cristo com Sua morte


O Espírito todo-inclusivo é também a realidade da ressurreição de Cristo com a Sua morte, e
dispensação em nosso ser a morte de Cristo com a sua eficácia e ressurreição de Cristo com o seu
poder, de modo que somos identificados com Cristo e experimentamos a Sua morte e ressurreição
(Rm 6:5, Cl 2:12). Assim como não podemos separar a ascensão de Cristo de Sua ressurreição,
também não podemos separar a ressurreição de Cristo de Sua morte. Se tivermos a ressurreição de
Cristo, certamente desfrutaremos da Sua morte. Contudo, não experimentamos primeiro a
ressurreição de Cristo, mas primeiro experimentamos Sua morte.

No mesmo ano em que fui salvo, comecei a ler alguns livros escritos pelo irmão Watchman
Nee. Nesses livros ele ensinou principalmente que precisamos entender que nosso velho homem foi
crucificado com Cristo (Rm 6:6). Comecei a considerar como poderia ser crucificado com
Cristo. Cristo havia sido crucificado há dois mil anos no monte Calvário, nos arredores de
Jerusalém. Quanto ao tempo, Ele havia sido crucificado dois mil anos antes, e quanto ao espaço, Ele
estava longe do lugar onde eu morava. Ele era Ele e eu era eu. Como eu poderia ser crucificado com
Ele?

A.B. Simpson, fundador da Aliança Cristã e Missionária, publicou vários livros e escreveu uma
série de excelentes hinos sobre experimentar a morte e ressurreição de Cristo (Hinos, 199, 200, 484
e 692). Um desses hinos (692) diz: "Uma pequena palavra que o Senhor deu / Para o nosso auxílio
na hora da necessidade: / Vamos nos considerar mortos para o pecado / Para sermos mortos na
verdade". O coro diz: "Vamos considerar, considerar / considerar, em vez de sentir; / Vamos
continuar considerando sempre, / E Ele tornará isso real." Eu tentei "considerar, considerar e
considerar", e descobri que isso certamente não produz resultados. Quando pensei que estava morto,
mais vivo estava. O irmão Nee, no início de seu ministério, falou que alguém deveria se considerar
morto. Por exemplo, as mensagens do irmão Nee que foram publicadas como A Vida Cristã Normal,
elas foram dadas em 1938. Mais tarde, ele começou a ver o Corpo de Cristo, e seu ministério
amadureceu mais. Naquela época, ele disse que a verdadeira experiência da morte de Cristo está no
Espírito em Romanos 8. Romanos 6 Ele disse que só poderia ser experimentado em Romanos 8.
Romanos 6 contém a doutrina, o fato da nossa identificação com Cristo em Sua morte e
ressurreição; mas a experiência desse fato é pelo Espírito, como visto em Romanos 8. Se vivermos,
andarmos e fizermos tudo segundo o Espírito, experimentaremos a morte de Cristo e Sua ressurreição.
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É desse modo que podemos nos identificar com Cristo e experimentar Sua morte e ressurreição.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
P. Como o Espírito de Jesus Cristo, Ele nos provê Seu abundante suprimento
O Espírito todo-inclusivo é o Espírito de Jesus Cristo, e Ele nos provê com o Seu abundante suprimento
para que possamos magnificar a Cristo vivendo-O (Fp 1:19b-21a). Muito cedo na minha vida cristã
me foi dito que devo viver Cristo e magnificá-Lo. No entanto, não tinha como fazer isso. Filipenses
1:20 fala de engrandecer Cristo, e versículo 21 menciona a questão de viver Cristo, mas eu não vi
que a maneira de viver Cristo e engrandecer foi no versículo 19. Este verso fala do suprimento
abundante Espírito de Jesus Cristo. Não menciona o Espírito de Deus ou o Espírito de Jeová, mas o
Espírito de Jesus Cristo. Sem dúvida, este é o Espírito processado, o Espírito composto e consumado.
O Espírito de Deus veio a ser o Espírito de Jesus Cristo porque Deus, o Espírito, foi processado e
consumado. Neste Espírito está o abundante suprimento, e o suprimento abundante deste Espírito é
o caminho pelo qual podemos magnificar a Cristo vivendo-O. O suprimento do Espírito é, sem dúvida,
um dispensar. O suprimento abundante é transmitido em nossa vida cristã e, mais tarde, nós
magnificamos Cristo vivendo-O.

Q. Como um Espírito que habita em nós, nos fortalece (através do dispensar divino)
em nosso homem interior
Espírito que dá vida, o Espírito composto, o Espírito é o Espírito que habita em nós, é o Espírito todo-
inclusivo que nos fortalece (por meio do dispensar divino) em nosso homem interior, para que Cristo
possa fazer morada em nossos corações, de modo estarmos plenamente capazes de compreender, com
todos os santos, qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, que pode ser preenchido
até toda a plenitude de Deus, que é a igreja (Ef 3:16-19). Em Efésios 3:16, Paulo orou para que Deus
nos fortalecesse em nosso homem interior pelo Seu Espírito. Viver no homem exterior não exige que
façamos nada. Toda manhã, quando nos levantamos, estamos no homem exterior. Se não vigiarmos,
ficaremos no homem exterior o dia todo. Nós falamos no homem exterior, rimos no homem exterior,
expressamos nossa atitude no homem exterior; nós fazemos tudo no homem exterior. Nós não somos
mais do que o homem exterior. Mas devemos viver no homem interior. No entanto, isso só pode
acontecer se entrarmos no nosso homem interior. De acordo com Efésios 3:16, o caminho para entrar
no homem interior é ser fortalecido pelo Espírito. O Espírito nos fortalece em nosso homem interior.

Quando temos nossa vigília matinal e experimentamos um reavivamento matinal, estamos no


homem interior. Antes disso, talvez tenhamos desejado discutir com alguém em nosso homem
exterior; mas depois de dez minutos estávamos no homem interior tendo sido fortalecidos pelo
Espírito. No entanto, depois de dez minutos, podemos estar novamente no homem exterior. Nesse
momento precisamos orar. É por isso que a Bíblia nos diz para orar sem cessar (1Ts 5:17). Somente
orar e invocar o nome do Senhor pode fortalecer-nos no homem interior e nos manter no homem
interior. Esse tipo de fortalecimento também é um dispensar; Ele transmite o elemento divino em
nosso ser e nos fortalece em nosso homem interior para que Cristo faça Sua morada em nossos
corações. Cristo está em nosso espírito; mas ele precisa se estender desde o nosso espírito em nossos
corações para fazer a sua casa de modo que estamos plenamente capazes de compreender, com todos
os santos, qual é a largura, o comprimento e profundidade e altura, ou seja, as dimensões da Cristo.
Precisamos conhecer esse Cristo ilimitado para ser preenchido até a plenitude de Deus. Aqui, a
plenitude significa simplesmente a manifestação, a expressão de Deus, que é a igreja. A igreja é a
expressão de Deus. Quando Cristo faz Sua morada em nossos corações, podemos conhecer as
dimensões Dele e então seremos preenchidos até a plenitude de Deus. Isto é realizado exclusivamente
pelo dispensar interior do Espírito. Primeiro, o Espírito nos fortalece no homem interior; então, o
Espírito nos fortalece para que Cristo faça sua em nosso ser, fazendo-nos a expressão de Deus a fim de
que Deus seja plenamente expressado.

R. Como o Espírito da unidade do Corpo de Cristo, é a essência do Corpo


O Espírito é a unidade do Corpo de Cristo, é a essência do corpo, que é feita de elemento de Cristo
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de Deus Pai, que é a origem, a conclusão para levar a mescla Deus Triúno com Corpo de Cristo através
do dispensar divino (Ef 4:3-6). Cristo é o elemento do Corpo e o Espírito é a essência. Este elemento
Página

vem de Deus Pai, que é a origem. Portanto, com relação ao Corpo de Cristo, o Pai é a origem, o Filho
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
é o elemento e o Espírito é a essência. Este é o Deus Triúno: a origem, o elemento e a essência. Estes
três são coinerentes e mesclados com o Corpo de Cristo.

O Corpo de Cristo, a igreja, é "quatro em um": o Pai, o Filho, o Espírito e o Corpo. Efésios 4:4-6
fala de um Corpo, um Espírito, um Senhor e um Deus Pai. No Corpo, o Espírito é a essência. A
essência precisa do elemento, que é o Senhor Cristo. O elemento deve ter uma origem, uma fonte,
que é o pai. O Pai é a fonte, a origem. Do Pai procede o elemento e dentro do elemento está a
essência. Deus é a origem, o Filho é o elemento, o Espírito é a essência e o Corpo é a própria
constituição. Estes são "quatro em um". No entanto, apenas os três primeiros são dignos de nossa
adoração; o quarto, o Corpo, não deve ser deificado como objeto de adoração.

O Espírito como unidade de Corpo de Cristo, é a essência do corpo e, como tal, leva a mescla
de conclusão Deus Triúno com o Corpo de Cristo através do dispensar divino. Hoje está sendo
realizada a mescla do Pai, que é a origem do Filho, que é o elemento e do Espírito, que é a essência,
com o Corpo. Esta mescla continua hoje e alcançará sua consumação. O Espírito é a essência do Corpo
para levar essa mescla à sua consumação.

S. Como a consumação do Deus processado, ele nos santifica com a natureza divina e santa de Deus
O Espírito é a consumação do Deus processado e, como tal, nos santifica com a natureza divina e
santa de Deus para nós, para sermos separados e santificados para Deus (Rm 6:19b, 22b; 15-16b,
1Ts 5:23; 2Pe 1:4b). O Espírito hoje é um Espírito consumado, a consumação do Deus Triúno
processado. Este Espírito está nos santificando com a natureza divina e santa de Deus. Esta santificação
é, sem dúvida, a transmissão da natureza santa e divina de Deus em nós, para que nós estarmos
separados para Deus e feitos santos. A natureza de Deus é o próprio elemento que contém a essência
da santidade de Deus. Com essa essência podemos ser e seremos santificados para Deus.

T. Como um Espírito regenerador, ele nos renova com a novidade da vida


de ressurreição de Cristo e com o frescor do Deus que existe para sempre
O Espírito todo-inclusivo é o Espírito que regenera e, como tal, nos renova com a novidade da vida
de ressurreição de Cristo e o frescor de Deus existe para sempre como um cipreste verde (Tt 3:5; Ef
4:23, Rm 12:2a, 6:4, Os 14:8). Regeneração é uma renovação. O Espírito que regenera nos renova
com a novidade da vida de ressurreição de Cristo e o frescor de Deus existe para sempre como uma
árvore de cipreste verde. Oséias 14:8 nos diz que Deus é como um cipreste, que é uma árvore que
preserva a vegetação ao longo do ano. Esse verde é uma espécie de frescor. Precisamos da novidade
da vida de ressurreição de Cristo, e também precisamos do frescor do que Deus é. O Espírito
regenerador nos renova com estas duas coisas. Essa renovação também é uma dispensação. Sem
receber a transmissão da novidade de Cristo e o frescor de Deus, não poderíamos ser renovados. Para
ser renovado precisamos de um certo elemento, e esse elemento é a novidade de Cristo e o frescor
de Deus.

Em todos os pontos anteriores, podemos ver que tudo o que torna o Espírito todo-inclusivo,
que dá vida e composto é um dispensar. Principalmente, Ele dispensa Cristo como a corporificação de
Deus com todas as experiências de encarnação, crucificação, ressurreição e ascensão. O Espírito
dispensa em nosso ser o Deus Triúno processado, de modo que Ele é tudo para nós. Essa é a totalidade
da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus.
60
Página

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 12
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(3)
Leitura bíblica: Rm 8:2; At 13:52; Ef 3:8; 1:23; At 1:8a; 2:4a, 17, 33; 4:4, 8, 30; Lc 24:49;
At 16:6-10; 2Co 3:17-18; Rm 12:2a; 8:29; 1Jo 3:2; Rm 8:30b; Hb 2:10a; 1Pe 5:10a; Cl 1:27;
Ap 1:4; 4:5; 5:6; 2:7, 11, 17, 26-29; 3:5-6, 12-13, 21-22; 22:17a; 21:1-3, 9-23; 22:1-2, 14
Esta mensagem é uma continuação de mensagens anteriores sobre trinta e um aspecto do que o Espírito
todo-inclusivo como uma bênção toda abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo,
com vistas que se realize o dispensar divino de acordo com a economia divina.

O ENTENDIMENTO DA VERDADE DIVINA


Eu descobri que, sem a devida ajuda, é muito difícil entender a Bíblia. A chave para entender a Palavra
é semelhante à chave mestra que abre a porta de uma casa grande. Se você tem essa chave, você pode
usá-la para abrir todas as portas da casa. Eu não tinha essa chave até que comecei a ter contato direto
e pessoal com o irmão Watchman Nee.

Comecei a ter correspondência com o irmão Nee em 1925, o primeiro ano da minha salvação. Então,
em 1932, o Senhor nos reuniu. Fui ver o irmão Nee depois de ter começado a servir o Senhor em
tempo integral, e ele me pediu para ficar lá com ele. Durante esse tempo com ele, recebi a chave para
entender a Bíblia. Quanto mais tempo passava com o irmão Nee, mais recebia a chave para entender
a Palavra. Antes de ficar com o irmão Nee, não conhecia os aspectos cruciais da igreja, o Espírito, a
vida e a identificação com Cristo na Sua morte, ressurreição e ascensão. Mas desde 1933 comecei a
conhecer esses pontos cruciais, e todo o meu ser começou a se ocupar com eles. Descobri que a igreja,
o Espírito, a vida e a identificação com Cristo são minas insondáveis. Quanto mais eu as cavei, mais
profundas se tornaram. Descobri que o significado espiritual, celestial e divino dessas coisas bíblicas
nunca pode ser esgotado.

Avançar no entendimento da Bíblia


O irmão Nee foi salvo com cerca de dezessete anos e começou a ministrar em 1922, quando tinha
vinte anos de idade. Naquele ano, a primeira igreja local na China continental foi estabelecida através
de seu ministério. O ministério do irmão Nee durou três décadas, de 1922 a 1952. Em 1952 ele foi
preso e ficou na prisão até sua morte em 1972. Nos primeiros anos de seu ministério, de 1922 a
1932, o seu conhecimento sobre determinadas itens ainda não estava completo ou pleno. Mais tarde,
de 1932 a 1942, ele ganhou uma melhor compreensão. Mas de 1942 a 1952, ele atingiu o estágio
de maturidade em seu ministério. Tudo o que ele falou ou publicou de 1940 até o final de seu
ministério foi muito preciso. O irmão Nee progrediu continuamente em sua compreensão das
profundezas da Bíblia.
Por exemplo, o livro A vida cristã normal é composto por mensagens dadas pelo irmão Nee
no norte da Europa e na China antes de 1938. Nesse livro o irmão Nee enfatizou a questão da
considerar-nos mortos para o pecado e vivos para Deus, de acordo com Romanos 6:11. Mas com o
tempo, muitos descobriram que a prática de estar morto não afetava sua experiência.
O livro de Romanos não termina no capítulo 6. Romanos tem dezesseis capítulos, que podem
ser divididos em quatro seções. Essas quatro seções e seus principais temas são: do capítulo 1 ao 4,
justificação; dos capítulos 5 a 8, santificação; do capítulo 9 ao 11, a eleição; e dos capítulos 12 a 16,
a vida do Corpo, que tem sua consumação nas igrejas locais. Dizer que os capítulos 5 a 8 lidam com
a santificação é um entendimento superficial dessa seção. De fato, o tema desses capítulos é o Cristo
pneumático, isto é, Cristo como o Espírito. No capítulo 8, Cristo está em nós (v. 10) e o Espírito de
61

Cristo também está em nós (v. 9). Cristo é o Espírito de Cristo e o Espírito de Cristo é um com
Cristo. No Cristo pneumático, experimentamos a morte e ressurreição de Cristo. Nós não experimen-
Página

tamos isso nos considerando mortos, mas nos identificando com Cristo. Este Cristo com quem somos
identificados não é apenas o Cristo encarnado ou crucificado, mas o Cristo que se tornou pneumático
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
em Sua ressurreição. A menos que vejamos isso, nunca poderemos experimentar o que é revelado em
Romanos 5-8.
A quarta seção de Romanos começa com a vida do Corpo no capítulo 12 e consuma com as
igrejas locais no capítulo 16. Finalmente, todo o livro de Romanos é um livro sobre o evangelho de
Deus (1:1; 16:25). Então, as igrejas locais são parte do evangelho de Deus. Sem as igrejas locais como
parte do evangelho de Deus, o evangelho não seria completo. Romanos começa com os pecadores no
capítulo 1 e conclui com as igrejas locais no capítulo 16. Desta forma, Romanos revela que Deus em
Sua economia soberana pode fazer com que os pecadores se tornem igrejas locais.

Apreender o significado espiritual de estudar a Bíblia


Precisamos entrar na Palavra de Deus, não no caminho natural para estudar geografia, história e
palavras hebraica e grega da Bíblia, mas a forma de compreender o significado espiritual do que é
revelado na Bíblia. Precisamos adotar a maneira como o Senhor usou para interpretar a Bíblia. Em
Mateus 22:23-33 os saduceus chegaram ao Senhor com uma pergunta sobre a ressurreição. Eles não
criam na ressurreição (At 23:8) e queriam discutir com o Senhor Jesus sobre esse assunto. O Senhor
respondeu-lhes dando-lhe a interpretação de Êxodo 3:6. Segundo a interpretação do Senhor, o verso:
"Eu sou o Deus de vosso pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" deixa implícita
a ressurreição. O Senhor disse que Deus "não é o Deus dos mortos, mas dos vivos" (Mt 22:32). Deus
nunca poderia ser Deus dos mortos; Ele é o Deus dos vivos. Como Deus é o Deus dos vivos e é
chamado de "o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó", Abraão, Isaque e Jacó, que
estão mortos, serão ressuscitados. Neste título de Deus, a ressurreição está implícita. Simplesmente
lembrar o título em si é fácil e não vale muito; mas a implicação de tal título é de grande
importância. Esta é a maneira de interpretar a Bíblia, e é assim que devemos aprender a estudar a
Bíblia. Paulo também citou e interpretou muitas partes do Antigo Testamento da mesma maneira,
como o livro de Hebreus, que é uma interpretação do livro de Levítico. Não devemos apenas ler a
Palavra de acordo com as letras impressas; em vez disso, devemos ler, estudar e orar, pedindo ao
Senhor que nos mostre o verdadeiro significado das palavras impressas.

EDIFICAR A IGREJA COM VIDA, O ESPÍRITO E A VERDADE


Hoje há um grande debate sobre como edificar a igreja. As pessoas do movimento pentecostal dizem
que a igreja é edificada pelo Espírito. Mas esta é uma compreensão superficial de como edificar a
igreja. O movimento pentecostal começou nos Estados Unidos no começo do século XX. Em 1906,
espalhou-se pela rua Azusa, em Los Angeles. Neste movimento o Espírito Santo foi derramado e ardeu
por algum tempo entre os crentes. Mas depois descobriram que não podiam edificar a igreja
simplesmente com o Espírito. As Assembleias de Deus, um dos grupos que estão no movimento
pentecostal, descobriram isso, estabeleceram uma editoria e começaram a educar seu povo. Eles
disseram ao povo que não era possível edificar a igreja somente pelo Espírito; eles tiveram que edificar
com o ensino apropriado da Bíblia. Cinquenta anos após a fundação das Assembleias de Deus em
1914, essa denominação teve a maior taxa de crescimento entre as principais denominações cristãs.
Eles aumentaram porque se exercitaram na prática do ensino. Esta é uma prova de que a educação
adequada é necessária para edificar a igreja.
Os Batistas do Sul também enfatizaram a questão do ensino. Eles enfatizaram a Palavra de Deus
e aconselharam seus pregadores a não falar muito sobre o Espírito. Para eles, a Palavra é sólida, mas o
Espírito é muito abstrato e misterioso. Eles também confiaram no ensino da Bíblia em suas aulas da
escola dominical. Eles usam os leigos para ensinar essas classes e edificaram suas igrejas através do
ensino da Bíblia.
Outros disseram que para edificar o Corpo de Cristo, só a vida é necessária. O irmão T. Austin-
Sparks foi um exemplo típico daqueles que tiveram essa perspectiva. Eu o conhecia muito bem e fui
estar com ele por cerca de cinco semanas. Ele foi inflexível em não usar ensinamentos ou doutrinas, e
apenas enfatizou a vida, especialmente a vida da ressurreição. Na década de 1920, o irmão Nee e eu
62

apreciamos muito seus livros. Naqueles anos, o irmão Nee traduziu vários de seus livros para o
chinês. O irmão Sparks concentrou-se na vida da ressurreição, mas ele não viu a importância de ensinar
Página

a Bíblia. Por causa disso, a eficácia de seu ministério na edificação da igreja foi muito limitada.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Por termos aprendido as lições da história da igreja, enfatizamos continuamente a vida, o
Espírito e a verdade. A verdade é um tipo de doutrina ou ensino, mas nem todas as doutrinas ou
ensinamentos são a verdade. Precisamos perceber que essas três coisas - a vida, o Espírito e a verdade
- têm apenas uma essência. João 6:63 diz: "As palavras que vos tenho dito são espírito e são vida".
Neste verso a palavra, vida e o Espírito são combinados. Então em João 17:17 diz: "Santifica-os na
verdade; Sua palavra é a verdade". De acordo com esse versículo, a palavra de Deus, que pode ser
considerada como doutrina ou ensino, é a verdade. Portanto, a palavra, o Espírito, a vida e a verdade
são um só. Receber a "verdade" da palavra sem tocar no Espírito é o vazio. Cada vez que tocamos a
verdade, devemos tocar o Espírito. O Espírito sempre acompanha a verdade. Na verdade, a palavra e
o Espírito são um. A palavra é a verdade, e a verdade é o Espírito (1Jo 5:6b). Além disso, o Espírito
é chamado "o Espírito da vida" (Rm 8:2). Desta forma, a palavra é o Espírito e a vida. Quando
tocamos a palavra como verdade, devemos certamente tocar o Espírito, e esse Espírito é vida. Na
verdade, não há diferença entre o Espírito e a vida. É através destes três: vida, Espírito e verdade -
que a igreja é edificada.
A palavra, o Espírito e a vida estão completamente relacionadas ao nosso espírito. Portanto,
devemos aprender a estudar a Palavra exercitando nosso espírito e também devemos aprender a estudá-
la com oração. Seja o que for que estudemos, devemos transformá-lo em oração e, então, devemos
transformar nossa oração em experiência. Quando a palavra no Espírito se torna nossa experiência, o
resultado é a vida. O produto da palavra e do Espírito é a experiência da vida. A única maneira de
crescer é tocar a palavra com a oração e fazer com que essa palavra com a oração se torne o Espírito,
que produz a experiência da vida. Com a vida do Espírito que vem da palavra, podemos edificar a
igreja.
A palavra é a base da edificação da igreja. Alguns presbíteros, conscientes de sua falta de
palavra, convidam oradores para sua localidade. Mas esta é a prática antiga maneira. A nova maneira
é substituir os oradores treinando todos os santos para profetizar. Com a prática de profetizar, a
necessidade de ministrar a palavra no dia do Senhor pela manhã é satisfeita. Caso contrário, o ônus
de dar uma mensagem a cada dia do Senhor se tornaria um encargo fatal para os presbíteros. Mesmo
quando há bons oradores em uma localidade, depois de dois anos eles estarão exaustos e os ouvintes
perderão o desejo de ouvi-los. O caminho ordenado por Deus é que o falar de um ou dois oradores
seja substituído pela profecia de todos os santos.
Profetizar não é meramente falar. Simplesmente falar pode resultar em palavras descuidadas,
mas profetizar é falar algo da Palavra com pontos definidos. As irmãs, como os irmãos, devem
profetizar. O Novo Testamento nos mostra claramente que as irmãs podem profetizar (1Co 11:5,
14:31). Mas as irmãs não devem ensinar com autoridade no sentido de definir doutrinas (1Tm 2:12).
Fazer isso está ultrapassando seu limite. As irmãs devem profetizar para ministrar Cristo, ministrar a
vida a outros. Isto tem como propósito a edificação da igreja.

I. O ESPÍRITO TODO-INCLUSIVO É A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A


BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR
DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
O Espírito todo-inclusivo, que é o Cristo todo-inclusivo (a tríplice descendência na humanidade), é a
totalidade da abrangente bênção, a bênção do evangelho pleno de Deus em Cristo (Gl 3:14), com a
intenção de realizar o dispensar divino de acordo com a economia divina. Este Espírito todo-inclusivo
é composto por muitos elementos.

U. Como Espírito de vida, ele nos preenche interiormente


com Ele mesmo como o Espírito que dá vida
Como Espírito de vida, esse Espírito nos enche dentro com Ele mesmo como a vida - dando Espírito
para que estão saturados e saturado com as insondáveis riquezas de Cristo para nós para sermos a
plenitude de Cristo para Sua expressão (Rm 8:2; At 13:52; Ef 3:8; 1:23). As palavras saturar
63

e permear são semelhantes em significado, mas cada uma tem sua denotação especial. Saturação
significa encher até a capacidade máxima, absorvendo completamente e envolve um pensamento
Página

profundo. Permear significa espalhar-se ou fluir por toda parte, inundar completamente e implica o

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
pensamento de largura. Seria mais significativo dizer que uma sala está impregnada, em vez de
saturada, com o cheiro de perfume. O Espírito da vida nos enche internamente, de modo que estamos
saturados e também impregnadas das insondáveis riquezas de Cristo. As insondáveis riquezas de Cristo
são sempre encontradas no Espírito que dá vida. Cristo como descida tripla na humanidade é agora o
Espírito que dá vida. O Espírito que dá vida é o Espírito essencial, que é a essência espiritual, divina e
celestial de todas as riquezas de Cristo. Quando essas riquezas nos preenchem, estamos saturados de
Cristo e quando Ele nos enche mais, estamos imbuídos de Cristo. Finalmente, estamos cheios de Cristo
na vertical e na horizontal. Verticalmente, estamos saturados de Cristo e, horizontalmente, estamos
impregnados de Cristo. Este é o enchimento interior do Espírito da vida (At 13:52).

V. Como Espírito de poder, que nos enche exteriormente com Ele mesmo como Espírito Derramado
O Espírito todo-inclusivo como o Espírito de poder nos enche exteriormente com ele mesmo como
Espírito derramado, de modo que estamos revestidos de poder do alto como a nossa autoridade, a
fim de participar na obra do Senhor de acordo com a economia de Deus (1:8a; 2:4a, 17, 33; 4:4,
8, 30; Lc 24:49). A palavra grega usada para indicar o encher interior é pleroo, e a palavra
correspondente usado para indicar o preencher do lado de fora é pletho. Como usado no livro de
Atos, pleroo denota encher um copo dentro como o vento encheu a casa internamente em Atos 2:2,
e pletho denota preencher as pessoas por fora, como o Espírito encheu os discípulos exteriormente
Atos 2:4
O Espírito de poder é o Espírito em Seu aspecto econômico cujo propósito é levar a cabo a
economia de Deus. Este aspecto do Espírito é diferente do aspecto do Espírito da vida, ou Espírito
essencial. No dia de Pentecostes, o que foi derramado nos discípulos não era o Espírito essencial, mas
o Espírito econômico, o Espírito da vida, mas o Espírito de poder (v. 4), porque no dia de Pentecostes
o precisavam principalmente não era vida, mas poder (1:8). O poder que foi derramado de cima foi
o Espírito econômico que veio para revestir os discípulos como sua autoridade. Hoje em dia, ao dirigir
na rua, pode-se temer de ver um policial uniformizado. Isso porque seu uniforme é sua autoridade. Um
caminhão grande pode ser cheio de força e potência; mas quando o policial uniformizado dá ao
motorista do caminhão o sinal para parar, o caminhão deve parar. Dirigir um caminhão é uma questão
de poder, mas fazer o caminhão parar com um gesto é uma questão de autoridade. Poder do alto é a
nossa autoridade. Todo aquele que fala verdadeiramente pelo Senhor tem essa autoridade. Seu falar é
a autoridade. O poder do alto torna-se a autoridade com a qual participamos do dispensar do Senhor
de acordo com Sua economia.

W. Como o Espírito Santo e o Espírito de Jesus, dirige o mover dos ministros de Cristo
através da direção interior pelo Dispensar Divino.
O Espírito todo-inclusivo, como o Espírito Santo e o Espírito de Jesus, dirige o movimento dos
ministros de Cristo através da direção interna por meio do dispensar divino (16:6-10). Em Atos 16,
Paulo e seus associados viajavam pela Ásia Menor. Eles queriam ir para a Ásia, mas foi proibido pelo
Espírito Santo (v. 6); então, eles tentaram ir à Bitínia, mas o Espírito de Jesus não permitiu (v. 7).
Finalmente, eles pararam e, à noite, Paulo teve uma visão de um homem macedônio que implorou
aos irmãos que viessem à Macedônia e os ajudassem. Paulo e seus colaboradores concluíram que Deus
os havia chamado para anunciar as boas novas na Macedônia (vv. 9-10). Eles atravessaram o Mar
Egeu e entraram na Europa Oriental e na principal cidade daquela região, Filipos (vv. 11-12).
Paulo e seus colaboradores tiveram a direção externa e interna. O sonho em que o homem
macedônio lhes dizia: "Venham à Macedônia e nos ajudem" foi a direção externa. A direção interna
veio enquanto consideravam o sonho, concluindo que Deus os havia chamado para anunciar as boas
novas aos macedônios. Essa direção interna foi dada pelo Espírito por meio do dispensar divino. Por
meio da orientação do Espírito, Paulo e seus colaboradores receberam uma medida de dispensar. Esta
foi a sua direção interna.
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Hoje devemos tomar isso como nosso modelo. Muitas vezes os colaboradores vêm me ver e dizem:
"Irmão Lee, recebi um convite para ir a um determinado lugar. Devo ir ou não? Eu geralmente não
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lhes digo se devem ou não fazê-lo. Eu simplesmente digo a eles que orem. Quando digo isso, meu

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
sentimento é que eles recebam uma "chamada macedônica". Uma vez que eles recebam a chamada,
de acordo com o exemplo de Paulo, eles precisam considerar isso. Essa consideração é realizada
internamente no espírito humano com o Espírito divino.

X. Como um Espírito que se renova, ele nos transforma com todos os atributos de Cristo
na imagem gloriosa do Cristo ressuscitado e glorificado.
Como Espírito que renova o Espírito todo-inclusivo nos transforma com os atributos de Cristo na
imagem gloriosa de Cristo ressuscitado e glorificado, a fim de expressar a Sua imagem para a Sua glória
(2Co 3:17-18; Rm 12:2a). Os atributos de Cristo incluem muitos elementos, como Sua humildade,
Sua paciência e bondade. Quando eles são expressos externamente, esses elementos são as virtudes de
Cristo, mas dentro Dele são os Seus atributos.

Y. Como um Espírito que transforma, nos conforma, Seus muitos irmãos


transformados, à Sua imagem
Como Espírito que transforma o Espírito todo-inclusivo nos conforma a nós, Seus muitos irmãos
transformados, à Sua imagem, à imagem do Filho primogênito de Deus, de modo que sejamos
completamente o que ele é (8:29; 1Jo 3:2). A transformação efetuada pelo Espírito tem um objetivo,
que é conformar-nos à imagem do primogênito Filho de Deus. Cristo como o primogênito Filho de
Deus é o modelo, o molde, ao qual todos devemos nos conformar. Ao fazer pão, você precisa de um
molde. Uma vez que temos o molde, a massa pode ser colocada lá de modo que tenha a mesma
imagem que o molde. Cristo é o molde e nós somos a massa. Antes de ser colocado no molde, não
temos uma imagem adequada. Mas uma vez colocado no molde, temos a imagem certa.
Colossenses 1:15 nos diz que Cristo "é a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a
criação". Então, o versículo 16 diz que todas as coisas foram criadas em Cristo. Cristo é o molde.
Antes de Deus criar as coisas, ele primeiro criou Cristo para ser o molde, o modelo. Todas as outras
criaturas foram criadas neste modelo. Como poderia Cristo ser criado primeiro? Foi criado colocando
a natureza humana. Ao fazer isso, Cristo se tornou uma criatura. Mas como este fato de que Ele Se
vestiu na natureza humana, que ocorreu após a criação de Adão, fez com que ele se tornasse o
Primogênito, a primeira criatura? A resposta é que, com relação a Deus, não há elemento de
tempo. Nele só existe o fato. No universo existe o fato de que, de todas as criaturas, Cristo foi criado
primeiro. Então, este Primogênito da criação, tornou-se o molde, o modelo para produção em série.
Cristo foi crucificado antes de Adão ou depois? De acordo com Apocalipse 13:8, Cristo foi
morto desde a fundação do mundo. Isso indica que ele foi crucificado antes que Adão fosse
criado. Depois de desenhar um círculo, você não pode localizar o ponto de partida ou o ponto final. Se
você colocar uma marca em algum ponto do círculo, seria um pouco difícil determinar o que vem
antes da marca e depois. Adão precedeu a Cristo e ele também veio depois. Na verdade, Cristo é o
primeiro porque Ele é o centro e a centralidade do mover de Deus (Cl 2:16-17). É difícil dizer se
existimos antes ou depois Dele. Segundo a história humana, Abraão existia antes de Cristo. Mas em
João 8:58, Jesus disse: "Antes que Abraão existisse, EU SOU". A gramática correta para a frase
que EU SOU deveria ser Eu Era. Visto que Abraão estava no passado, o Senhor Jesus cometeu um
erro gramatical. Mas de acordo com o fato verdadeiro, ele estava certo porque Ele é eterno. Ele é o
grande Eu Sou e, como tal, Ele é o eterno Deus que existe para sempre. Ele existiu antes de Abraão e
é maior que Abraão. Nele não há elemento de tempo.
O Espírito transformador nos conformará à imagem do Filho primogênito de Deus, de tal
maneira que sejamos totalmente o que Ele é. Em 1 João 3:2 nos é dito: "Amados, agora somos filhos
de Deus, e o que somos ainda não foi revelado. Sabemos que quando Ele se manifestar, seremos como
Ele, porque o veremos como Ele é. " O verdadeiro significado deste verso é que o Cristo glorificado
que está em nosso espírito nos saturará verticalmente e nos permeará horizontalmente, enchendo-nos
para que possamos expressá-lo. Finalmente, seremos conformados à Sua imagem glorificada e seremos
exatamente como Ele é.
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Página

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Z. Como o Espírito que conforma, nos glorifica com a glória divina de Deus e de Cristo
Como um Espírito que renova, Ele nos transforma; e como um Espírito que transforma, Ele nos
conforma. Então, como o Espírito que conforma, Ele nos glorifica com a glória divina de Deus e de
Cristo, para a glória de Deus que está dentro de nós, hoje, se expressa exteriormente, no qual seremos
semelhantes a Cristo na glória de Deus (Rm 8:30b; Hb 2:10a; 1Pe 5:10a; Cl 1:27). Ser glorificado
na glória divina não é meramente um fato objetivo. Nos primeiros anos da minha vida cristã, aprendi
que, embora sejamos muito baixos e de barro, um dia, quando o Senhor Jesus vier, seremos
introduzidos à glória de Deus. Naquela época, eu não entendia o que era glorificação, então aceitei
esse ensinamento. Mais tarde, percebi que esse tipo de ensino é objetivo demais. Se nós, como pedaços
de barro, formos introduzidos na glória, continuaremos sendo pedaços de barro. A única diferença
será que hoje estamos vestidos de barro, mas naquele dia seremos de barro revestidos de glória.
A maneira como somos glorificados não é objetiva, mas muito subjetiva. Cristo, que é a glória
hoje, já está dentro de nós como uma esperança de glória (v. 27). Não está em nós de maneira inativa,
mas está nos saturando e impregnando para nos levar através do processo de conformação. Sua obra
de conformação é também Sua obra de glorificação. Quando esta glorificação atingir o seu pico, nosso
corpo será redimido (Fl 3:21, Rm 8:23). A essa altura, não mais seremos barro, mas nosso barro será
transformado e conformado à expressão de Cristo em glória.

AA. Como os sete espíritos de Deus, como as sete lâmpadas de fogo


e como os sete olhos do Cordeiro

O Espírito todo-inclusivo como os sete espíritos de Deus, as sete lâmpadas de fogo e os sete olhos do
Cordeiro cumpri a função de esquadrinhar ao iluminar as igrejas com todos os santos por meio do
dispensar divino (Ap 1:4; 4:5; 5:6). Os sete espíritos são o Espírito de Deus sete vezes intensificado.
Os sete espíritos de Deus como Espírito são os sete olhos do Cordeiro, Cristo (v. 6). Isto claramente
contradiz a teologia tradicional que diz que todos os três da Trindade Divina são pessoas distintas. Em
Apocalipse 5:6 o terceiro da Trindade Divina, que é o Espírito, são os olhos do segundo, que é o
Cordeiro, Cristo o Filho de Deus. Eles são duas pessoas separadas ou uma única pessoa? Os olhos de
uma pessoa não podem ser separados dessa pessoa para se tornar outra. O terceiro da Trindade Divina
é um com o segundo da Trindade Divina. Quão maravilhoso é isso!
Os sete espíritos de Deus, sendo os olhos do Cordeiro, são também sete lâmpadas de fogo
(4:5). Quando fechamos nossos olhos, nos encontramos na escuridão; nós não temos "lâmpadas"
com as quais ver. Então, nossos dois olhos são duas lâmpadas. Se fôssemos cegos, não teríamos luz,
porque não teríamos lâmpadas. Para ter luz, precisamos de uma lâmpada. Sem nossos olhos, não
teríamos luz, não teríamos uma lâmpada para nos iluminar. Isso nos mostra como os olhos são as
lâmpadas. Porque os nossos olhos são as nossas lâmpadas, devemos orar para que o Senhor abra os
nossos olhos para que tenhamos luz (At 26:18, Ef 1:18). Provérbios 20:27 diz: "O espírito do
homem é a lâmpada do Senhor". Nosso espírito é a lâmpada que traz o Senhor, que é a luz. Nosso
espírito não é luz; é a lâmpada que recebe a luz. Mas sem a lâmpada, nós não podemos receber a luz.
Portanto, devemos exercitar nosso espírito, que é a lâmpada, para ter uma consciência limpa, de modo
que a luz resplandeça em nós.
As sete lâmpadas de fogo devem escrutinar ao iluminar. Se vamos varrer um quarto escuro,
precisamos de luz. Os sete olhos do Cordeiro servem para infundir ao observar. Quando eu observo
você, meus olhos dão algo para você. Se estou com raiva de você, meus olhos infundem raiva e deixam
você com raiva também; mas quando estou alegre, meus olhos infundem alegria e fazem você feliz. Isso
significa que ou minha alegria ou minha raiva são transmitidas. Então, antes de olharmos para os outros,
devemos ser cheios do Espírito. Então nosso olhar lhes dará o Espírito, assim como o Senhor faz
quando nos olha.

BB. Como os sete Espíritos, o Espírito sete vezes intensificado


fala às igrejas como o próprio Cristo
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O Espírito todo-inclusivo como os sete Espíritos, o Espírito sete vezes fala às igrejas como o próprio
Página

Cristo para transfusão e infundindo os santos que se esforçam para ser vencedores, tudo o que Cristo
é, como Cristo disse ao iniciar cada uma das sete cartas (Ap 2:7, 11, 17, 26-29; 3:5-6, 12-13, 21-
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
22). Em cada uma das sete epístolas de Apocalipse 2 e 3, o próprio Cristo, Aquele que falou declarou
quem e o que ele é. Então, no final de cada epístola, nos é dito que o Espírito fala às igrejas. Isso indica
que o Espírito e Cristo são um. Isso também indica que o Espírito que fala dá o mesmo Cristo as igrejas
constituídas de todos os santos. Ele transfunde e infunde nos santos que procuram ser vencedores de
tudo o que Cristo é. Desde que nós queiramos ser vencedores, todas as manhãs devemos ouvir o que
o Espírito diz. Enquanto ouvimos, algo de Cristo é transfundido e infundido em nosso ser. Esta é a seu
dispensar.

CC. Como consumação do Deus Triúno processado, ele se casa com os santos tripartidos, redimidos
e transformados, de modo que Ele e nós somos um casal universal.
O Espírito todo-inclusivo, que agora é sete vezes, é a consumação do Deus Triúno processado. Este
Deus Triúno consumado casa com os santos tripartidos, redimido e transformado para que Ele e nós,
nós e Ele, sejamos um parceiro universal, para que Seus redimidos desfrutem da riqueza e plenitude
do Deus Triúno processado como a bênção toda-inclusiva da Nova Jerusalém por meio de seu
dispensar de acordo com a sua economia, para a eternidade (22:17a). Toda a Bíblia, composta de
sessenta e seis livros, culmina na Nova Jerusalém, a incorporação da bênção do evangelho de
Deus. Gálatas 3:14 revela que o Espírito é a bênção do evangelho. A Nova Jerusalém é a soma total
do Espírito, que é a bênção atribuída a nós no evangelho de Deus para nosso desfrute eterno.

DD. Como uma bênção abrangente, a bênção do evangelho completo de Deus em Cristo tem Sua
consumação na Nova Jerusalém no novo céu e na nova terra.
O Espírito todo-inclusivo, como uma bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus em
Cristo se consuma na Nova Jerusalém, no novo céu e da nova terra como a soma total, a totalidade
de Cristo, a descendência tripla na humanidade (Ap 21:1-3, 9-23, 22:1-2, 14). O Espírito é a
consumação de Cristo, a tríplice descendência de Maria, Abraão e Davi.

EE. Essa bênção total é a mescla, a união do Deus Triúno processado e consumado com Seus santos
tripartidos, escolhidos e glorificados, como uma conclusão da revelação divina para a eternidade.
Esta bênção total é a mescla, a união do Deus Triúno processado e consumado com Seus santos
tripartidos, escolhidos e glorificados, como a conclusão da revelação divina para a eternidade. Este é
o fim da Bíblia, e esta é a linha central da revelação divina.
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Página

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 13
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(4)
Leitura bíblica: Gl 1:16a; 3:2; 4:29b, 6; 3:27; 2:20
Oração: Senhor, nós fixamos nossos olhos em Ti para receber Seu ensino, Sua instrução, Sua direção
e também a interpretação de Sua Palavra. Precisamos que Tu nos ensine, leve-nos à Sua luz. Senhor,
purifica-nos e unge-nos, e concede-nos a Tua ajuda para que possamos conhecê-Lo através da Tua
Palavra. Amém!

Esta mensagem tem a ver com a maneira de receber, a experiência e apreciar o Cristo todo-inclusivo
como Espírito que dá a vida todo-inclusivo - a toda abrangente bênção, a bênção do evangelho pleno
de Deus - no livro de Gálatas. O livro de Gálatas nos diz que a bênção do evangelho pleno de Deus é
o Espírito prometido (3:14). Este Espírito prometido, quando se trata de nós em Sua consumação, é
o Espírito que dá vida. Segundo a interpretação de Paulo, a promessa que Deus deu a Abraão foi a
bênção deste Espírito que dá vida. Precisamos gastar algum tempo para ver a lógica com a qual Paulo
disse isso. Paulo era muito lógico, tanto doutrinal quanto espiritualmente e economicamente, de
acordo com o plano de Deus.

O livro de Gálatas nos apresenta o mesmo Cristo que é a tríplice descendência da humanidade. Ele
era o Deus completo na eternidade. Então, ele veio prometer algo à linhagem caída, começando com
o primeiro casal, Adão e Eva (Gn 3:15). Eu acho que ele dirigiu essa promessa particularmente para
a mulher, Eva, porque Eva lamentou muito do que ela tinha feito. Foi ela quem falou com a serpente
e, como resultado, a serpente a feriu e também o marido através dela. Portanto, ela tinha plena
responsabilidade por esse erro, levando à queda do homem (2Co 11:3; 1Tm 2:14). Após a queda,
o Deus completo, o Senhor desceu do céu para a terra, o Jardim do Éden, em busca de pecador caído:
"E o Senhor Deus chamou a Adão, e disse: Onde está você?" (Gn 3:9). Esta foi a primeira visita que
foi feita com o propósito de pregar o evangelho. Então, Deus lhes deu a promessa. Essa promessa foi
a primeira pregação do evangelho. Essa promessa, que é a primeira pregação do evangelho, Deus fez
uma promessa para o casal, especialmente a Eva, amaldiçoando a serpente (v.14). A primeira
pregação do evangelho foi a declaração de uma maldição. Quando Deus amaldiçoou a serpente nociva,
Ele prometeu a pessoas que foram danificadas que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente
(v. 15). Nos sessenta e seis livros da Bíblia, encontramos essa maravilhosa realidade da semente da
mulher. Isto não é uma coisa insignificante. Em Gálatas 4:4 Paulo disse intencionalmente que Aquele
que vem, é Cristo, nascido de mulher. Isso indica que Paulo sabia o que Deus havia prometido em
Gênesis 3:15. Paulo conhecia a Bíblia, o Antigo Testamento; por isso ele disse: "Deus enviou o Seu
Filho, nascido de uma mulher".

Após a primeira promessa, em Gênesis 3:15, que passou vinte e sete séculos até o tempo de Isaías,
que repetiu a promessa de Deus: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamará o seu
nome Emanuel" (Is 7:14). Este filho nascido da virgem é a semente da mulher. Dois mil anos após a
primeira promessa, nada aconteceu para cumpri-la. O homem continuou a cair, passo a passo, para o
fundo, para Babel (Gn 11:1-9). No entanto, Deus chamou Abraão da linhagem caída e prometeu
que seria uma bênção para todas as nações da terra (12:1-3). Por fim, Deus não deu mais detalhes,
dizendo que não seria por meio de Abraão diretamente, mas seriam abençoadas através de sua semente
todas as nações da terra (22:18). Esta se tornou a promessa dada a Abraão sobre a descendência de
Abraão. Então, cerca de mil anos depois, Deus prometeu a Davi que ele estabeleceria para sempre o
trono de sua descendência (2Sm 7:12-13). Esta foi a promessa feita a Davi sobre a descendência de
Davi.
68

Estas três promessas, sobre a semente da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi,
Página

foram cumpridas quatro mil anos após a criação do homem (Mt 1:1, 18-23). O Senhor foi muito
paciente. Primeiro ele prometeu; então, quatro mil anos depois, ele cumpriu sua promessa. No meio
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
de quatro mil anos, ele repetiu a promessa a Abraão, e depois de outros mil anos, ele repetiu para
Davi. Mil anos depois disso, Jesus veio para cumprir as três promessas.

Cristo, como a tríplice descendência da humanidade, é um grande tema em toda a Bíblia. O Deus
Triúno, o Deus completo, criou o homem e depois propôs nascer do homem caído para ser uma
descendência tripla. O primeiro aspecto dessa descendência foi destruir Satanás e libertar o homem
caído do pecado, da morte e do ego. O segundo aspecto era ser uma bênção para a linhagem caída. Ele
mesmo seria a bênção em Sua Trindade. Nisto podemos ver que a Trindade não é revelada como uma
doutrina, mas é revelada com respeito à transmissão divina e ao desfrute da linhagem caída. A
descendência de Abraão é o Deus consumado. Essa é a verdade que o Senhor nos mostrou em Sua
restauração. Antes da encarnação, Deus estava completo, mas Ele ainda não havia alcançado a Sua
consumação. No final, Sua intenção era se tornar um homem-Deus. Precisamos perceber que hoje
nosso Deus é totalmente diferente do Deus dos judeus e dos muçulmanos. O Deus dos judeus e
muçulmanos é apenas uma pessoa divina, não um homem-Deus. Mas nosso Deus hoje é Deus mais
homem, o Deus-homem. Nosso Deus é um Deus que é um com o homem a ponto de se tornar um
homem, um homem-Deus. Agora, em Sua constituição Ele tem divindade e humanidade como Seus
elementos.

Quase todas as páginas dos sessenta e seis livros da Bíblia tratam da tríplice descendência da
humanidade. Esta tripla descendência na humanidade é Deus feito homem. Em primeiro lugar, Ele se
tornou a semente da mulher para vencer todos os inimigos, isto é, Satanás, o pecado, a morte e o ego
do homem. Em segundo lugar, os descendentes de Abraão foram feitos para serem o Deus Triúno
consumado. Essa consumação começou com a encarnação e terminou na ressurreição. Na
ressurreição, esta Pessoa encarnada tornou-se o Espírito que dá vida (1Co 15:45). Esta é uma grande
verdade na Bíblia. O Credo de Nicéa não menciona isto, nem menciona o Espírito sétuplo mencionado
em Apocalipse 1:4, 4:5 e 5:6. O Deus Triúno não apenas alcançou Sua consumação como um
Espírito que dá vida, mas também se intensificou sete vezes. Esta é a clara revelação da Bíblia. Em 1
Coríntios 15:45 Paulo só viu o Espírito que dá vida; mas João não viu simplesmente o Deus Triúno
consumado, mas também o Deus Triúno consumado e sete vezes intensificado.

A conclusão do meu estudo da Bíblia é que o Triúno Deus, o Deus completo e eterno, um dia fez uma
humanidade descendência tríplice: primeiro, para destruir os inimigos de Deus; segundo, alcançar a
consumação para ser a bênção do povo escolhido; terceiro, ser a descendência de Davi para trazer o
reino. Não só veio ser uma bênção para o seu povo escolhido, mas para estabelecer o seu povo
escolhido como um reino. Este reino é a grande montanha mencionada em Daniel 2:34-35, que
encherá toda a terra. A grande montanha representa a tríplice descendência corporativa na
humanidade, que inclui todos os crentes em Cristo. Estamos todos corporificados naquela grande
montanha.

Primeiro, a tríplice descendência da humanidade derrotou todos os inimigos; em segundo lugar,


tornou-se o Deus Triúno consumado como a nossa bênção completa sete vezes intensificada e, em
terceiro lugar, fez que o Seu povo escolhido fosse Seu reino, que não só enche a terra, mas também
os céus, fazendo com que todo o universo seja o seu grande reinado. Os inimigos foram eliminados, a
bênção está aqui e nós estamos no reino. Esta é a revelação de toda a Bíblia. Quão maravilhoso é isso!

II. O CAMINHO PARA RECEBER, EXPERIMENTAR E RECEBER O CRISTO TODO-INCLUSIVO


NA QUALIDADE DE ESPÍRITO QUE DÁ VIDA E TODO-INCLUSIVO QUE É A TOTALIDADE
DA BENÇÃO QUE A TUDO INCLUI, A BENÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE DEUS
A. O caminho revelado no livro de Gálatas
A maneira de participar da tríplice descendência e participar dela pode ser visto no livro de Gálatas. No
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pequeno livro de Gálatas, Paulo apresenta o fato de que o mesmo Cristo que ele ministrou ao povo é
o Deus consumado como o Espírito para ser nossa bênção (3:14). Estudei a exposição que fez
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Martinho Lutero em Gálatas, e eu apreciei sua interpretação do Capítulo 3. No entanto, ele não viu

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
a bênção de Deus é o Deus Triúno como um fato consumado no Espírito. No entanto, Paulo
apresentou isso para nós e agradecemos ao Senhor por abrir nossos olhos para vê-lo.

1. Deus revela Cristo em nós


A maneira de receber, experimentar e desfrutar o Cristo todo-inclusivo na sua qualidade de Espírito
todo-inclusivo, a totalidade da benção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus que dá vida,
primeiro Deus deve revelar Cristo em nós (Gl 1:16a). Além da revelação de Deus, nenhum de nós,
nem mesmo Paulo, pode conseguir isso. Paulo tinha dito anteriormente que ele tinha muito zelo pela
religião de seus pais (v. 14) e que na religião ele ia além de muitos de seus contemporâneos. Paulo
lutou intensamente pela religião de seus pais e contra Jesus Cristo. Um dia ele foi de Jerusalém a
Damasco para prender os seguidores de Jesus e entregar ao Sumo sacerdote. Como descia a estrada,
chegando perto de Damasco, de repente, foi cercado por uma luz do céu e, caindo no chão, ele ouviu
uma voz dizendo: "Saulo, Saulo, por que você está me perseguindo?" (At 9:3-4). Isso o assustou. Ele
pensava que estava perseguindo os seguidores de Jesus na terra. Como, então, uma voz veio do
céu? Paulo respondeu, e chamou espontaneamente: "Senhor", dizendo: "Quem és tu, Senhor?" (v.
5). Ele não sabia quem ele era, mas o chamava de "Senhor". Com isso ele foi salvo, porque "todo
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10:13). O Senhor respondeu a Paulo: "Eu sou
Jesus". A partir desse momento, a revelação começou a brilhar dentro de Paulo. Ele recebeu uma
revelação de Cristo e também recebeu o encargo de pregar, ministrar e apresentá-lo a outros.

O Novo Testamento nos diz que Paulo era um modelo para todos os crentes (1Tm1:15-16). Portanto,
uma vez que Deus revelou Cristo em Paulo, no nosso caso, deve ser o mesmo. Deus deve revelar a
Cristo em cada um de nós. Aqueles que foram verdadeiramente regenerados e salvos podem testificar
que a partir do momento em que ouviram o evangelho, houve uma certa revelação dentro deles.
Depois que ouviram o evangelho, a manifestação de uma pessoa, Jesus, começou a brilhar dentro
deles. Daquele momento em diante, quase todo dia algo mais é revelado sobre essa pessoa. Nós não
só ouvimos algo; nós vimos algo internamente. Nós não poderíamos ter sido salvos a menos que
tivéssemos essa revelação de Cristo em nós.

O Cristo que vimos é um Cristo profundo, uma pessoa cujas dimensões são as do universo inteiro. As
dimensões do universo são ilimitadas. Ninguém pode determinar o comprimento, a largura, a altura
ou a profundidade do universo. No entanto, Paulo disse que, se permitir que Cristo fazer morada em
nossos corações, seremos capazes de conhecer com todos os santos a largura, o comprimento, a altura
e a profundidade deste universo, ou seja, as dimensões de Cristo (Ef 3:17-18). Desde 1960, quando
eu estava em Taiwan, comecei a contar quantos aspectos de Cristo são revelados na Bíblia. Eles são
inumeráveis. A partir daquele ano, comecei a pregar as riquezas insondáveis de Cristo (v. 8). Oh, as
riquezas de Cristo são inescrutáveis!

Hoje, Cristo ainda brilha em mim e eu continuamente vejo mais Dele. Todos nós precisamos de tal
revelação. Essa é a obra de Deus. Todos os aspectos da vida cristã vêm dessa revelação. Nós vivemos
a vida cristã de acordo com o Cristo que temos visto. Minha vida cristã não está de acordo com os
ensinamentos que adquiri como resultado da leitura da Bíblia ou da escuta de mensagens; minha vida
cristã vem do Cristo que tenho visto dia após dia. Cristo deve ser revelado não apenas dentro de nós,
mas também em nós. Isso significa que algo está acontecendo dentro de nós. Desde o dia em que
cremos no Senhor Jesus, a revelação que Deus nos dá de Cristo continuou. Essa revelação não tem
fim.

2. Recebemos Cristo em Sua qualidade de Espírito por ouvir pela fé


Dia após dia vemos mais do Senhor Jesus. Enquanto Deus, de sua parte, é revelador, para nós, estamos
recebendo. Ao receber, nós recebemos Cristo em Sua qualidade de Espírito ouvindo com fé (Gl
70

3:2). O Espírito que recebemos é o Espírito que dá vida, composto, sete vezes intensificado, que
habita em nós. Precisamos receber o Cristo que é o Espírito.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Quando fomos salvos, recebemos o Espírito ouvindo com fé. A fé mencionada aqui não se refere ao
ato de crer, mas às coisas em que cremos. A palavra fé primeiro denota aquilo em que cremos; então,
com base nisso, realizamos o ato de crer. Em Gálatas 3:2 a palavra fé se refere ao que cremos. Nós
recebemos Cristo ouvindo as coisas da fé. A fé cristã é o próprio Cristo em sua pessoa e em sua obra
redentora. A pessoa de Cristo e a obra de Cristo constituem nossa fé.

Quando pregamos o evangelho, pregamos o que cremos, isto é, a pessoa de Cristo e Sua obra
redentora. Quando os ouvintes ouvem nossa pregação, eles ouvem a fé, isto é, eles ouvem o que
cremos. Eles ouvem algo sobre a pessoa de Cristo e a obra redentora de Cristo. Enquanto ouvem isso,
algo surge neles, que é a capacidade de crer. Quando ouvimos, cremos.

Romanos 10 diz que a fé vem pelo ouvir, ouvir através da pregação (vv. 14, 17), e a pregação vem
daqueles que foram enviados (v. 15). Recentemente, recebi uma carta de um querido irmão que acaba
de voltar de uma viagem que fez à Europa Oriental para visitar a Tchecoslováquia, a Polônia e a
Hungria. A impressão que recebi do seu relatório é que é necessário pregar o que cremos. Esses países
precisam que nossos jovens vão para lá para ensinar às pessoas o que cremos, nossa fé. Acredito
firmemente que o Senhor nos dará o caminho a percorrer. Precisamos enviar um bom número de
jovens para esses países. Mas onde estão as pessoas que irão? O Senhor disse a Isaías: "A quem devo
enviar? Quem irá por nós? ” (Is 6:8). Você responderia: "Senhor, aqui estou eu. Eu irei"? Você não
precisa se preocupar com o seu sustento. Jesus vai te alimentar. Alguns de vocês podem ir a esses
países para ensinar inglês. Enquanto ensinam inglês para as pessoas, podem ensinar a verdade, a fé, o
que cremos e a palavra sagrada que ouviram. Se alguém estivesse lá e cuidasse de apenas dez pessoas,
acho que em meio ano isso traria os dez para o Senhor e para a verdade.

3. Nascemos de acordo com o Espírito e recebemos o Espírito do Filho de Deus em nossos corações
A terceira maneira descrita no livro de Gálatas para receber, experiência e desfrutar o Cristo todo-
inclusivo na sua qualidade de Espírito que dá a vida e com todo-inclusivo é nascer no Espírito e receber
o Espírito do Filho de Deus em nossos corações (Gl 4:29b, 6). Gálatas 4:29 refere-se a nascer de
acordo com o Espírito. Este nascimento certamente se refere à nossa regeneração. Nossa regeneração
foi realizada de acordo com o espírito, isto é, foi feito de acordo com o Espírito dentro de nós.

Anteriormente, você não cria no Senhor Jesus porque não tinha ouvido nada sobre Ele. No entanto,
um dia você ouviu algo. Enquanto o pregador falava, algo estava acontecendo dentro de você. O
Espírito em ti mostrou-te a preciosidade do Senhor Jesus, ou te convenceu dos teus pecados ou
mostrou-te como te sentiste infeliz na tua vida humana. Como resultado, você sentiu remorso e se
arrependeu. Mesmo antes de alguém lhe pedir para fazer qualquer coisa, algo dentro de você o levou
a orar e dizer espontaneamente: "Oh Senhor, eu quero crer; eu quero te aceitar És tão bom". Você
também pode ter dito: "Senhor, sou uma pessoa má". Este foi o seu arrependimento. O
arrependimento foi suficiente para ser salvo. Ou talvez tenha dito: "Senhor Jesus, Tu conhece a minha
situação. Olha a minha situação. Quão miserável eu sou! Apenas com isso, você foi salvo.

Isto é o que significa ser regenerado de acordo com o Espírito. Nós não fomos regenerados
apenas pelo Espírito; fomos regenerados de acordo com o Espírito. Depois da reunião do evangelho,
talvez você tenha voltado para casa e o sentimento interior tenha continuado. Na verdade, esse não
era o sentimento seu; foi o mover do Espírito. Talvez tenha durado uma semana. Quando me lembro
da minha experiência, esse mover do Espírito em mim durou muito tempo. Como resultado, comecei
a perder o interesse em todas as coisas mundanas. Comecei a considerar minha atitude em relação a
minha mãe. Essa não foi apenas minha consideração ou sentimento; foi o mover do Espírito. Talvez
depois de uma semana ou dez dias, você fique plenamente consciente da sua regeneração.
71

É correto dizer que a regeneração é instantânea. No entanto, a regeneração também é um


processo. Este processo é o mover do Espírito dentro de nós para nos regenerar. Portanto, fomos
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regenerados de acordo com o Espírito. Ser regenerado pelo Espírito é instantâneo, mas ser regenerado
de acordo com o Espírito implica um processo. Eu sei de alguns que foram regenerados não só em
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
uma semana, mas em seis meses. O Espírito começou a se mover um pouco neles, mas eles não
prestaram muita atenção a Ele. No entanto, o Espírito continuou se movendo neles. Este processo
continuou por um longo tempo, até que eles entenderam claramente que eles foram regenerados.

Doutrinariamente falando, a regeneração é imediata e instantânea. No entanto, embora a regeneração


seja instantânea, em algumas pessoas o processo não é muito rápido, mas muito lento.

Foi de acordo com o processo de mover o Espírito em nós que fomos regenerados. Portanto, nosso
ser regenerado é absolutamente espiritual. Imediatamente após este nascimento em que fomos
regenerados, Deus enviou o Espírito de Seu Filho para nossos corações (v. 6). Nascemos de acordo
com o Espírito que dá vida e, imediatamente após o nascimento, Deus nos deu o Espírito que dá
vida. Esta é uma porção dupla. Nascemos de acordo com o Espírito que dá vida, e Deus nos deu um
presente: o Espírito de Filiação. Este dom é também o Espírito que dá vida, e o Espírito que dá vida é
o Deus Triúno consumado. Portanto, nascemos de acordo com o Deus Triúno consumado, e depois
de nosso nascimento recebemos como presente o Deus Triúno consumado. Esta é a tríplice
descendência da humanidade.

4. Revestimos de Cristo através do batismo que nos coloca em Cristo


Nós recebemos, experimentamos e desfrutamos o Cristo todo-inclusivo em Sua qualidade de Espírito
todo-inclusivo, também nos revestindo de Cristo através do batismo que Ele nos coloca em Cristo (Gl
3:27). Vestir-se com Cristo é ser revestido de Cristo. Anteriormente, estávamos nus, sem nada para
nos cobrir. Estar nu é uma vergonha. No entanto, quando cremos e fomos batizados, algo nos foi
colocado para nos vestir. Nós nos revestimos com Cristo através do batismo. Mateus 28:19 diz:
"Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo". Nós batizamos os outros não apenas na água, mas também no Deus Triúno. Ao fazê-
lo, nós os vestimos com Cristo; nós os vestimos com Cristo através do batismo.

O batismo nos coloca em Cristo. Quando vamos para pregar o evangelho a outras pessoas, precisamos
estar plenamente conscientes de que, quando os batizamos, não apenas os colocamos na água, mas
também no Deus Triúno processado e consumado. Devemos dizer-lhes: "De agora em diante, você
não estará mais nu; está vestido e coberto com o Deus Triúno processado e consumado. " Esta é a
maneira de receber, a experiência e desfrutar o Cristo todo-inclusivo na sua qualidade de Espírito que
dá a vida e todo-inclusivo, que é a totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de
Deus.

5. Nos identificamos com Cristo em Sua morte de tal forma


que não mais vivemos, mas Ele vive em nós
A quinta forma descrita em Gálatas para experimentar a Cristo com todo-inclusivo em sua qualidade
de Espírito que dá a vida é para ser identificado com Ele, para que não mais vivamos, mas Ele vive em
nós, e a vida que agora vivo na carne vivamos na fé de Cristo (Gl 2:20). Estar identificado com Cristo
é ser feito um com Cristo. O batismo nos identifica com Cristo fazendo uma única entidade com Ele.
Estamos especialmente identificados com Cristo em Sua morte. Romanos 6:3 diz: "Não sabeis que
todos os que foram batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?" Nós fomos batizados
em duas coisas: em Cristo e em Sua morte. Portanto, nós já somos uma entidade com Cristo em Sua
morte. Isso significa que Ele morreu e nós também morremos. Sua morte é a nossa morte. No seu
caso, Sua morte já é história; mas na nossa, é uma experiência atual, viva e clara. Quando somos
batizados, somos colocados na morte de Cristo, o que faz com que a Sua morte seja nossa. Uma vez
mortos e enterrados, como poderíamos viver mais? Nós fomos identificados com Cristo em Sua morte
para que não vivamos mais, mas Cristo viva em nós, e a vida que agora vivemos na carne, nós vivemos
na fé de Cristo.
72

Viver na fé de Cristo significa que o mesmo Cristo que vive em nós se torna nossa fé. Gálatas 2:20
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diz que não vivemos mais, mas Cristo vive em nós. Então, ele acrescenta que a vida que agora vivemos,

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
nós vivemos na carne e, no entanto, vivemos por Cristo como nossa fé. Cristo vive em nós e esse
Cristo vivo que está dentro de nós torna-se nossa fé. É através dessa fé, que é Cristo feito real em nós,
que ainda vivemos na carne. Nesse tipo de vida, na realidade, não vivemos mais a não ser Cristo. Que
Cristo vive em nós significa que ainda vivemos na carne através de Cristo, que é a nossa fé. Portanto,
a vida mencionada em Gálatas 2:20 é uma vida que é absolutamente Cristo. Talvez as pessoas dirão:
"Já que você ainda come, dorme, estuda, trabalha e faz coisas, ainda vive". A isso podemos responder:
"Sim, ainda vivo, mas não vivo sozinho; vivo para Cristo como minha fé. E esse Cristo é quem vive
em mim. Então, isso não é realmente a minha vida. Esta é a vida de Cristo, porque eu não vivo mais,
mas Cristo vive em mim. Eu ainda tenho algum tipo de vida; mas esta vida não é realizada por mim,
mas por Cristo como minha fé. Quanto mais Ele vive em mim, mais percebo Sua preciosidade. Quanto
mais eu valorizo Sua preciosidade, mais fé eu encontro em mim. Portanto, de modo algum isso é uma
vida para mim mesmo, mas uma vida para Cristo. Quanto a mim, terminei, cheguei ao fim; fui
crucificado e sepultado. Eu não vivo mais, mas Cristo vive em mim. Ainda vivo; mas eu não vivo
sozinho, mas pelo próprio Cristo como minha fé ".

Desta forma, desfrutamos, experimentamos e recebemos este maravilhoso Cristo. O que Paulo está
apresentando sobre o caminho não é simples. É muito profundo e muito lógico. Esta é a vida cristã. Eu
não acredito que hoje, entre os cristãos, tal verdade seja adequadamente ensinada. Agradecemos ao
Senhor por abrir Sua Palavra e também aos nossos olhos para que hoje possamos ver algo. Espero que
todos aprendam essas coisas. Então você experimentará isto espontaneamente, e você terá algo como
um testemunho ou ensinamento da verdade que você pode dar a outros. Hoje em dia todo mundo
tem uma necessidade. Por toda a terra existe uma enorme escassez como a dos tempos de José (Gn
41:30-31). Portanto, precisamos ser criados como mordomos para dispensar todas as riquezas da
grande casa de nosso Pai. Espero que muitos de vocês sejam encorajados a sacrificar todas as coisas
que as pessoas consideram bênçãos para que elas ganhem a verdadeira bênção. Todo mundo está
morrendo de fome, à espera de ajuda das fontes certas. Todos nós precisamos entender a soberania
do Senhor ao ler a atual situação mundial. Nós também precisamos entender que a maneira ordenada
por Deus é não usar um grande orador, mas todo o seu povo escolhido “sobe” para profetizar por
Ele. Todos temos acumulado muitas das riquezas do Senhor que estão em Sua Palavra; portanto, agora
é a hora de todos sairmos para ministrar aos famintos tudo o que recebemos.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 14
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(5)
Leitura bíblica: Gl 2:20; 5:16, 25; 4:19; 6:7, 8b, 14-15, 18
Esta mensagem vamos continuar a ter comunhão sobre como receber, a experimentar e desfrutar o
Cristo todo-inclusivo na sua qualidade de Espírito que dá a vida e todo-inclusivo, que é a totalidade de
bênção abrangente, a bênção do Evangelho Pleno Deus.
Primeiro, gostaria de apresentar algo mais sobre o assunto que mencionamos na mensagem
anterior, isto é, nossa identificação com Cristo em Sua morte, para que não vivamos mais, mas Cristo
viva em nós (Gl 2:20). Para ser identificado com alguém, primeiro devemos estar em união com
ele. Não podemos ter comunhão sem primeiro ter união. No Antigo Testamento, os sacerdotes
impunham as mãos sobre os sacrifícios que ofereciam. Isso indicava sua união com as ofertas. No
entanto, na realidade, os sacerdotes ainda eram os sacerdotes e as ofertas ainda eram as ofertas. A
união não é feita por meios físicos; a união é realizada pelo Espírito. Se o Senhor não fosse Espírito ou
se não tivéssemos um espírito humano, seria impossível haver uma união entre o Senhor e nós. O livro
de 1 Coríntios 15:45 diz: "O último Adão, tornou-se o Espírito que dá vida" e 1 Coríntios 6:17 diz:
"Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele". Ser identificado com o Senhor significa ser
um só espírito com Ele e mesmo ser uma entidade única com Ele. Ser uma entidade única com o
Senhor significa que nos tornamos Ele e Ele se torna nós, isto é, que Ele e nós somos um. Esta é uma
união mais profunda do que a do marido e da esposa. A união de um casal não é absoluta porque eles
ainda podem se divorciar. No entanto, assim como nosso corpo não pode se divorciar de nossa cabeça,
é impossível nos "divorciarmos" do Senhor. Somos uma entidade com ele.
Nós nos tornamos um com o Senhor crendo Nele. Em certos versículos do Novo Testamento,
como João 3:16, não se fala simplesmente de crer em Cristo, mas também de entrar em Cristo
crendo. Entrar no Senhor crendo Nele é um fato, e não simplesmente uma doutrina. Gálatas 3:27
diz: "Pois todos os que foram batizados em Cristo estão revestidos de Cristo". Entender que fomos
batizados em Cristo e revestidos com Ele requer que exercitemos a capacidade de crer. Muitas vezes,
quando pregamos o evangelho aos pecadores, não falamos com eles sobre o espiritual e o profundo,
porque não cremos que possam entendê-lo. Isso é um erro e devemos dizer ao povo: "Queridos
amigos, hoje vocês podem estar em Cristo, e Cristo está esperando para entrar em vocês. Deixe-me
dizer como isso pode ser. Deus é um Espírito, e um dia, dois mil anos atrás, esse Deus se tornou um
homem chamado Jesus. Este homem viveu na terra trinta e três anos e meio. Então, foi até a cruz para
morrer por você e seus pecados. Ele foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia. Agora vou lhe contar
uma coisa maravilhosa: no terceiro dia, esse Jesus em Sua ressurreição se tornou o Espírito que dá
vida. Em suma, Jesus se tornou o Espírito. Você provavelmente já ouviu o nome de Jesus, mas talvez
não saiba quem e o que é Jesus. Jesus é Deus, o Espírito. Ele está em mim e Jesus como Espírito é o
que eu trago para você. Enquanto estou falando com você, Ele está falando com você. Se você crer
Nele e invocá-Lo, você vai entrar Nele e Ele vai entrar em você ".
Ser identificado com o Senhor é ser um espírito com Ele. É um fato que hoje Jesus é o Espírito
e está esperando para entrar em quem crer Nele. Se alguém exercitar o seu interior e invocar Jesus,
não importa sua raça, cor ou cultura, Jesus vem como um Espírito e entra nele. Depois disso, a pessoa
deve ser batizada. Ser batizado é ser colocado em Cristo, o que indica o que recebemos ao crer. Ser
batizado é também revestir-se de Cristo. No batismo há um tráfego de duas direções. Entramos em
Jesus e colocamos sobre Ele. Não é um formalismo ou um rito; é um fato. Quando batizamos os
outros, devemos dizer-lhes que não apenas os colocamos na água, mas também os colocamos em Jesus
Cristo, que é o Espírito. A partir do momento em que alguém é batizado, alguém está em Cristo, e
Cristo está sobre ele como uma roupa. Este é um fato que devemos crer, e devemos ter certeza e
confiança para contar às pessoas.
Mateus 28:19 diz: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em
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nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". É fácil crer que estamos batizando pessoas na água,
porque a água é visível; mas, por falta de compreensão, podemos não ter a confiança e a certeza de
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dizer-lhes que os estamos batizando no Deus Triúno. Por causa da nossa fraqueza, o Senhor não disse

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
aqui que batizar as pessoas no Deus Triúno diretamente, mas indiretamente que devemos fazer para
batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. No entanto, o nome é na verdade a soma total
do Ser Divino e é equivalente a Sua pessoa. Batizar alguém em nome do Deus Triúno é imergi-lo em
tudo o que é o Deus Triúno. Se sairmos para contatar os outros sem ter tanta certeza e confiança, nós
não teremos poder. Nós mesmos precisamos ter a experiência de que estamos realmente em Jesus e
que Jesus realmente está em nós. Então, com confiança e total segurança, podemos ir para pregar o
que experimentamos.
Precisamos crer no que pregamos e devemos crer que, quando batizamos os outros, os
colocamos no Deus Triúno. Aquele que é batizado está no Deus Triúno; está em Jesus e Jesus está
nele. Agora ele e Jesus, Jesus e ele, são um. São duas pessoas unidas como uma só. Portanto, a pessoa
batizada é identificada com Cristo. Se tivermos tanta certeza, não pregaremos o evangelho a outras
pessoas de maneira fraca e leve. Antes de pregar aos outros, devemos orar primeiro até entrarmos no
Espírito e na Palavra de Deus. Devemos orar pelo menos vinte minutos, não principalmente pela
salvação dos pecadores, mas por nós mesmos. Podemos orar dizendo: "Senhor, tenha piedade de nós
e nos reveste com poder. Ponha-nos em Ti. Quando saímos, saia em nós e deixe-nos entrar em Ti. Nós
não queremos sair sem estar em Ti ". Depois de vinte minutos, teremos certeza de que Ele está em
nós e que estamos Nele. Então teremos a verdadeira ousadia e poder. Tal certeza, ousadia e poder
somados, são o Espírito.
Depois de alguém ter sido batizado, precisamos visitá-lo novamente para lhe dizer que ele é
um com Jesus. Jesus morreu na cruz e, como somos um com Ele, também morremos (2Co 5:14).
Estamos identificados com Ele em Sua morte para que não vivamos mais. Essa foi a razão pela qual
morremos com Ele. Precisávamos chegar ao fim e agora fomos germinados. Agora Cristo vive em nós.
Este é o maior evangelho, que precisamos pregar aos recém-batizados. Nós devemos crer que as
pessoas podem entender tal evangelho.
A vida de Cristo em nós deve ser um fato, não meramente uma doutrina ou declaração.
Quando acordamos de manhã, devemos invocar o Senhor várias vezes antes de fazer qualquer outra
coisa. Se praticarmos isso, quando terminarmos de arrumar a cama, seremos pessoas
diferentes. Invocar o Senhor dessa maneira nos ajudará a experimentar o Cristo que vive em nós.
Copiar dois versos da Bíblia após o reavivamento matinal e ingeri-los pouco a pouco ao longo do dia
também nos ajudará a experimentar o Cristo que vive em nós. Não devemos nos preocupar apenas
com a doutrina que Cristo vive em nós. Temos que lidar com o fato em si.
De acordo com Gálatas 2:20, a vida que agora vivemos na carne, nós vivemos na fé de
Cristo. Nós vivemos uma vida na carne, mas nós a vivemos na fé de Cristo. Nós não vivemos uma
vida assim em nossa fé, mas na fé de Cristo, ainda mais em Cristo como nossa fé. Quando vivemos
assim, desfrutamos de Cristo e O apreciamos, e Ele, dentro de nós, se torna nossa fé atual. Isso significa
que nos colocamos de lado. Em nós não há mais nada além de Cristo. Cristo é tudo para nós, a tal
ponto que ainda se torna nossa fé. Isso é de grande importância.
Todos nós precisamos ver que o fato de crermos em Jesus e sermos batizados Nele significa
que Ele entrou em nós e que fomos colocados Nele de tal maneira que Ele e nós nos tornamos um. Ele
está em nós e nós estamos nele, o que só é possível por causa dos dois espíritos. Ele é o Espírito divino
e nós temos um espírito humano. O Espírito divino está em nosso espírito humano. Portanto, em
nosso espírito, somos um espírito com Ele. Ele morreu e morremos Nele. Nós vivemos, mas Ele vive
em nós. Continuamos a viver, mas não vivemos esta vida por nada de nós mesmos, mas por Ele como
o tudo, mesmo como nossa fé. Todos nós precisamos ver isso. Isto não é meramente doutrina; deve
ser a nossa experiência.

6. Vivemos e andamos pelo Espírito


A sexta maneira de receber, experimentar e desfrutar do Cristo todo-inclusivo em Sua qualidade de
vida e do Espírito todo-inclusivo é viver e andar no Espírito (Gl 5:16, 25). Viver e andar pelo Espírito
é existir pelo Espírito. O Espírito está em nosso espírito humano (Rm 8:16). Muitas vezes, nos escritos
de Paulo, os tradutores acham difícil determinar se a palavra espírito deve ser com “E” maiúscula ou
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não. Nos escritos de Paulo, o espírito é o espírito mesclado, o Espírito que está em nosso espírito.
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Depois de levantar de manhã, devemos fazer tudo pelo nosso espírito. Nós devemos começar
nosso dia vivendo e andando em nosso espírito. Se nos levantarmos de maneira negligente, vamos
arruinar o dia todo. Depois de levantar, a melhor coisa a fazer é invocar o nome do Senhor. Quando
invocamos, dizendo: "Oh, Senhor Jesus", estamos no espírito (1Co 12:3). Invocar assim nos separa
de tudo e nos traz de volta ao nosso espírito. Então teremos um bom começo para o dia e teremos a
capacidade de lidar com qualquer situação. Seremos capazes de enfrentar cada circunstância usando
nosso espírito. Isso é viver e andar pelo Espírito. Tal experiência vem depois de ser identificado com
Cristo em Sua morte, para que Ele viva em nós. Se não experimentamos a identificação com Cristo,
não podemos viver nem andar pelo Espírito.

7. Temos Cristo formado em nós quando estamos sofrendo dores de parto


O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo em Sua qualidade de Espírito é também
ter Cristo formado em nós quando estamos sofrendo dores de parto. Gálatas 4:19 diz: "Meus
filhinhos, por quem sofro dores de parto, até que Cristo seja formado em vocês". Em Gálatas 1:16,
Cristo é revelado em nós; em 2:20 Cristo vive em nós; e em 3:27 Cristo está sobre nós, cobrindo-
nos como uma roupa. Agora em 4:19 Cristo é formado em nós.
Tudo o que somos foi terminado, chegou ao fim e que tudo em Cristo se tornou o nosso
elemento. Agora o seu elemento é tudo para nós. Isto é o que significa para Cristo ser formado em
nós. Em seus escritos, Paulo também usa as palavras transformados (2Co 3:18) conforme (Rm
8:29). Se não somos transformados, Cristo não foi formado em nós. Que Cristo seja formado em nós
depende de nós sermos transformados. Somos transformados à Sua imagem e Ele é formado em
nós. O processo no qual somos transformados e Ele é formado em nós nos faz conformar à Sua
imagem. Nossa conformação à Sua imagem é Sua formação adicional em nós.
Romanos 12:2a diz: "Não se amolde com este mundo, mas seja transformado pela renovação
de sua mente." Aqui a renovação está relacionada à transformação. Isso indica que quando Cristo é
formado em nós, nossa alma - nossa mente, nossa emoção e nossa vontade - é renovada. Nossa mente
é a parte principal da nossa alma. Que nossa mente seja renovada é equivalente a Cristo "invadindo"
nossa mente. Nossa mente, nossa emoção e nossa vontade estão cheias de nós mesmos e do mundo.
Ser renovado em nossa mente é remover o eu e o mundo de nossa mente, de nossa emoção e de
nossa vontade, e substituí-los por Cristo. Se formos renovados assim, Cristo será formado em nós, e
nossa mente, nossa emoção e nossa vontade serão como Ele é. Cada parte do nosso ser interior terá
a imagem de Cristo. Isto é o que significa para Cristo ser formado em nós. Pensando, seremos como
Cristo; amando ou odiando, sentindo o gosto ou o desgosto, seremos como Ele; ao escolher ou
rejeitar, seremos como Cristo.
No entanto, muitos de nós ainda não são assim. Às vezes podemos ter pensamentos nobres,
mas em nossa vida prática nossa mente não é como a de Cristo. Nossa mente só expressa nosso ego e
o mundo. A mesma coisa acontece com a nossa emoção. É possível que nós amemos, nós rimos e
choremos pelo ego e pelo mundo, e não por Cristo. Isso indica que Cristo não foi formado em nós,
que Cristo não “invadiu” nossa mente, nossa emoção e nossa vontade de substituir o eu e o elemento
do mundo consigo mesmo. Muitas vezes, quando as pessoas falam, o que dizem é cheio de si e do
mundo. A mente, a emoção e a vontade de tais pessoas estão cheias do eu e do elemento do
mundo. O que foi formado neles é o eu com o mundo e eles são a expressão do eu e do mundo. Nunca
poderemos ser uma expressão de Cristo até que Cristo tenha entrado todo o nosso ser interior para
fazer com que o eu e o mundo sejam retirados da nossa mente, da nossa emoção e da nossa vontade,
e sejam substituídos por Ele mesmo. Então nosso ser interior terá a forma, a imagem de Cristo.
A palavra forma segundo o uso de Paulo no Novo Testamento, é a expressão externa do eu
interior (ver Fl 2:6 e nota 2). Se em nosso ser interior somos cheios de si mesmo e amamos o mundo,
nossa forma exterior será simplesmente do eu e do mundo. Ao escolher um par de sapatos, uma
gravata ou um carro, a nossa seleção indicará o mundo e irá expressar coisas que gostamos e não
gostamos, estarão cheios do mundo. Mas se Cristo nos “invadir”, conquistar e subjugar, e fará com
que o eu e o mundo saiam de nosso ser interior e substituído com Ele, e nós expressaremos Ele. O
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que somos se expressa no nosso ser exterior. Se Cristo substituir o eu e o mundo em nossa mente, em
nossa emoção e em nossa vontade, teremos a forma de Cristo. Os gálatas estavam ocupados com o
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judaísmo; então, em sua forma externa, eles expressaram o judaísmo. Portanto, Paulo disse: "Meus

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filhinhos, por quem estou novamente em dores de parto, até que Cristo seja formado em vós". Paulo
teve que sofrer como uma mãe, sofrendo dores de parto pelos gálatas, até que o ego e o mundo neles
foram substituídos pelo próprio Cristo.

8. Semeamos para o Espírito em vista do desejo e


do objetivo do Espírito, a fim de realizar o que o Espírito deseja.
Outra forma de receber, a experiência e desfrutar o Cristo todo-inclusivo como Espírito que dá a vida
e com todo-inclusivo é semear no Espírito tendo em vista o desejo e propósito do Espírito, para fazer
o que o Espírito deseja (Gl 6:7, 8b). Nossa vida humana é uma sementeira. Ao fazer qualquer coisa,
semeamos as sementes e o que semeamos é o que vamos colher. Se semearmos algo nobre e bom,
colheremos a mesma coisa, e se semearmos algo vil e inferior, podemos esperar que colheremos o
mesmo. Tudo o que fazemos em nossa vida diária é semear. Não devemos pensar que a maneira como
penteamos o cabelo é insignificante. Até isso é uma sementeira. Depois de um certo tempo, vamos
colher o que semeamos. Gálatas 6:8 diz: "Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a
corrupção; mas quem semeia no Espírito do Espírito colherá a vida eterna ". Temos que tentar semear
corretamente. Se semearmos de acordo com o Espírito, colheremos segundo o Espírito.
Nós semeamos para o Espírito, tendo em mente o desejo e a meta do Espírito. Nosso desejo
e objetivo não são de nós, mas do Espírito. Cristo vive em nós, mas podemos semear segundo nosso
próprio desejo. Pode ser que o nosso penteado esteja de acordo com um certo estilo, porque esse é o
nosso desejo. Entretanto, quando penteamos nossos cabelos, devemos ter em mente o desejo e
propósito do Espírito. O nosso desejo e meta deve ser que o estilo de nosso cabelo expressar o Senhor
a quem amamos e que é o Espírito dentro de nós, de modo que as pessoas possam ver Cristo, mesmo
no nosso cabelo. Quando semeamos, devemos ter em mente o desejo e o objetivo do Espírito de
realizar o objetivo do Espírito. Tudo o que temos e fazemos e a maneira como nos vestimos devem
corresponder ao propósito, desejo e objetivo do Espírito.
Semear para o Espírito dessa maneira é receber, experimentar e desfrutar o Espírito como a
bênção do evangelho todo-inclusivo. Se vivermos uma vida sem o Espírito e semearmos de acordo
com a carne, não podemos esperar desfrutar de Cristo como a bênção abrangente. Vários anos atrás,
as principais denominações dos Estados Unidos se reuniram para considerar um trabalho conjunto para
evangelizar o mundo. Sua conclusão foi que não era possível fazê-lo por falta de pessoal. Hoje, nos
Estados Unidos, há milhões de cristãos, mas quantos vivem Cristo? Quantos vivem Cristo na maneira
de pentear os cabelos ou comprar sapatos? Isto não é uma coisa insignificante. Quando compramos
uma gravata estamos semeando. A colheita virá quando ficarmos com a gravata na frente do povo
para pregar o evangelho para eles. Se o laço é mundano, nossa pregação estará vazia. Se não estivermos
vestidos de acordo com o Espírito, as pessoas não vão querer ouvir nossa mensagem. Semear pelo
Espírito é viver Cristo, e isto é receber, experimentar e desfrutar de Cristo.

9. Nos Gloriamos na cruz de Cristo e vivemos como uma nova criação


O caminho para receber, experimentar e desfrutar Cristo em Sua qualidade de Espírito é também
gloriar-se na cruz de Cristo e viver como uma nova criação, que não é religião nem falta de religião
(Gl 6:14-15). A cruz de Cristo é a nossa glória. Nós nos gloriamos no fato de que tudo foi terminado
na cruz. O amor pelos carros, pelas casas grandes e as últimas modas foram colocados na cruz. Tudo
foi eliminado pela cruz. Esta é a nossa glória. Agora nós vivemos como uma nova criação. Porque nos
gloriamos na cruz, não podemos viver na velha criação; temos que viver na nova criação. Tudo deve
ser novo porque somos uma nova criação em Cristo. Este é o caminho para desfrutar de Cristo.

10. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo é com nosso espírito


O caminho consumado para receber, experimentar e desfrutar de Cristo em Seu Espírito é que a graça
do Senhor Jesus Cristo esteja com nosso espírito. O livro de Gálatas termina com 6:18: "A graça de
nosso Senhor Jesus Cristo seja com o seu espírito, irmãos. Amém. " O fato de que a graça do Senhor
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Jesus Cristo é com o nosso espírito é o caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 15
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(6)
Leitura bíblica: Jo 1:1, 14, 16
II. A MANEIRA DE RECEBER EXPERIMENTAR E DESFRUTAR O CRISTO TODO-INCLUSIVO
EM SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO TODO-INCLUSIVO E QUE DÁ VIDA, QUE É A
TOTALIDADE DA BENÇÃO QUE TUDO INCLUI, A BENÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS
B. A maneira apresentada no Evangelho de João
A maneira de receber, a experiência e desfrutar o Cristo todo-inclusivo na sua qualidade de Espírito
que dá a vida e todo-inclusivo, que é a totalidade de bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno
de Deus, consiste em pelo menos vinte e cinco pontos no Evangelho de João. Nesta mensagem,
cobriremos os treze primeiros.

A maioria dos cristãos está muito familiarizada com o Evangelho de João. Depois de ser salvo, passei
muito tempo no Evangelho de João e descobri que havia muitas coisas difíceis de entender. Eu tinha
muitas perguntas que mesmo os obreiros cristãos não podiam responder: Perguntas como: O que é a
Palavra (1:1)? O que é regeneração (3:6)? E o que é a vida eterna (v. 16)? Podemos estar
familiarizados com o Evangelho de João, mas não devemos considerá-lo um livro simples ou superficial.
É um livro cheio de profundidade. Portanto, precisamos mergulhar em suas profundezas e extrair os
tesouros que estão lá.

O apóstolo João, em seu evangelho, usou palavras e expressões muito simples. Esta é uma
característica marcante de seus escritos. A linguagem que ele usou é simples, mas o que as palavras
dele transmitem é profundo. Porque muitas das coisas mencionadas no Evangelho de João são
extremamente profundas, poucas pessoas dedicaram tempo para extraí-las. Agradeço ao Senhor
porque, ao longo dos anos, quando lemos alguns livros de outros autores, recebemos ajuda deles. Nos
últimos vinte séculos, milhões de cristãos leram a Bíblia. Estamos descansando sobre os ombros de
todos os santos que nos precederam. Agradeço ao Senhor por ter preservado nos livros a melhor
compreensão desses santos. Hoje, através de seus escritos, podemos saber o que os irmãos dos últimos
anos entenderam.

1. Recebemos Cristo, que é o Filho de Deus, crendo Nele para nascer de Deus
A primeira maneira de receber, a experiência e desfrutar o Cristo todo-inclusivo em Sua qualidade de
Espírito todo-inclusivo e no Evangelho de João é receber Cristo, o Filho de Deus, crendo Nele que
nos dá vida ao nascer de Deus (1:12 -13).

Em 1964, fui convidado para falar em uma igreja bíblica independente, localizada na cidade de Las
Vegas. Enquanto eu estava lá, falei sobre o coração e o espírito do homem. Eu lhes disse que Deus
criou o homem dando-lhe um coração para amá-lo e um espírito para recebê-lo. Eu lhes disse que o
homem só pode receber a Deus através do seu espírito e que ele pode amar a Deus com o seu
coração. Durante a minha visita, fiquei na casa de um dos líderes da congregação. Aprendi que a
esposa desse irmão estava muito perturbada com o que eu dissera sobre a diferença entre coração e
espírito. Na sua opinião, os dois eram a mesma coisa. Parecia-lhe que eu tinha ido muito longe em
fazer uma distinção entre coração e espírito. Na manhã seguinte, ele nos serviu o café da
manhã. Quando ela veio me oferecer os ovos, eu disse: "Irmã, me dê um ovo. " Enquanto me passava
o ovo, disse novamente: "Irmã, me dê um ovo". Então ela me disse: "Irmão Lee, aqui está". Eu disse:
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"Eu certamente amo os ovos e gostaria de ter um." Ao dizer isso, não estendi a mão para pegar o
ovo. No começo, ela não entendeu o que eu queria mostrar para ela. Então eu disse: "Irmã, eu gostaria
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de mostrar a diferença entre receber e amar. Não se pode receber o ovo com o coração, nem ele

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pode amá-lo com as mãos. Para amar o ovo, é preciso usar o coração; mas para recebê-lo, é preciso
usar as mãos. Quando Deus nos criou, Ele nos deu um coração para que pudéssemos amá-lo. Mas da
mesma forma que não se pode receber o ovo sem usar as mãos, não se pode receber Deus sem usar
um órgão receptor. Esta é a razão pela qual Deus criou um espírito no homem, bem como um
coração". Depois dessa breve explicação, a irmã me entendeu completamente e ficou muito feliz.

A palavra receber é usada muito enfaticamente no Evangelho de João. João 1:14 e 16 dizem: "E o
Verbo se tornou [...] carne cheio de graça e realidade [...] Por causa de Sua plenitude recebemos
tudo e graça sobre graça". Muitos cristãos sabem que a palavra crer é muito usada no Evangelho de
João, mas poucos sabem que a palavra receber também é usada enfaticamente neste Evangelho. João
1:12-13 diz: "Mas a todos os que o receberam, aos que creem em seu nome, deu-lhes autoridade
para se tornarem filhos de Deus; que não são gerados de sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus ". O versículo 12 primeiro fala sobre receber o Filho de Deus; então
fala de crer no Filho de Deus. Portanto, receber Cristo é crer em Cristo. Quando cremos em Cristo,
recebemos e o Obtemos.

O propósito de crer em Cristo é nascer de Deus. Antes de experimentarmos a regeneração, fomos


criados por Deus, mas não havíamos nascido Dele. Éramos Suas criaturas, mas não éramos Seus
filhos. João 1:12-13 diz que aqueles que recebem o Filho de Deus crendo Nele nascem de Deus para
serem filhos de Deus. Quão maravilhoso é que nós, os seres caídos e pecadores, possamos nascer de
Deus para sermos Seus filhos! Quando Jesus disse a Nicodemos que ele precisava nascer de novo
(3:3), Nicodemos entendeu mal a palavra do Senhor, porque ele achava que ele precisava voltar ao
ventre de sua mãe e nascer de novo fisicamente. No entanto, o que ele realmente precisava era receber
a Cristo como Filho de Deus crendo Nele para que ele pudesse nascer de Deus como Seu filho.

2. Tomamos Cristo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo


Para receber, experimentar e desfrutar do Cristo todo-inclusivo, devemos tomá-lo como o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo (1:29, 36). O fato de que Cristo é o Cordeiro de Deus é um
dos aspectos mais profundos do Evangelho de João. Sem dúvida, o Cordeiro de Deus é Jesus, mas
sabemos que não é um cordeiro com cauda e quatro patas. Jesus foi chamado o Cordeiro de Deus
porque aos olhos de Deus era o sacrifício, a oferta pelo pecado do mundo. O mundo aqui mencionado
é constituído pelas pessoas do mundo. As pessoas que compõem o mundo são pecaminosas, e o
mundo formado por essas pessoas também é pecaminoso. De acordo com Isaías 53:7, Cristo foi levado
como um cordeiro ao matadouro. Todos aqueles que lidaram com Ele durante Sua crucificação, O
levaram como um cordeiro para a cruz, para o matadouro. Na cruz, Deus reuniu todos os nossos
pecados e colocou nele o pecado em sua totalidade. Deste modo, aos olhos de Deus, Cristo era o
Cordeiro de Deus. Através de Sua morte, Ele tirou o pecado do mundo. Quando cremos em Cristo
recebendo-o como o Cordeiro de Deus, obtemos Cristo. Este é o caminho básico de tomar Cristo e
desfrutá-Lo.

3. Seguimos Cristo em Sua qualidade de Messias (o Ungido de Deus)


Para receber, experimentar e desfrutar Cristo em Sua qualidade como Espírito todo-inclusivo, devemos
segui-Lo em Sua qualidade como Messias (Jo 1:37, 40-41, 43-45). A palavra Messias em hebraico
é o equivalente da palavra Cristo em grego. Cristo significa "o Ungido" e o Ungido é também o
Designado. Devemos seguir aquele que foi designado e ungido por Deus para ser o executor da
economia de Deus. Precisamos perceber que o mesmo Jesus a quem seguimos é o Messias, o Escolhido
de Deus, ungido e designado por Deus.

4. Nascemos de novo, do Espírito


Para receber, experimentar e desfrutar Cristo todo-inclusivo, precisamos nascer de novo do Espírito
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(3:3, 5-6). João 3:6 diz: "O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito".
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Este versículo indica que nascer de novo é totalmente uma questão dos dois espíritos, isto é, de Deus,
o Espírito e nosso espírito. Nós não nascemos de novo em nosso corpo físico, mas em nosso espírito,
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não por sangue ou carne, mas pelo Espírito de Deus. Nosso espírito humano nasceu do Espírito de
Deus. Nascer de novo é um modo muito subjetivo de obter Cristo para nosso desfrute.

O Evangelho de João em sua totalidade é sobre desfrutar de Cristo através do Espírito. Sem o Espírito,
não temos como desfrutar de Cristo. Receber, experimentar e desfrutar de Cristo são coisas
absolutamente relacionadas ao nosso espírito e ao Espírito de Deus. Antes de nascermos de novo, o
Espírito e nosso espírito estavam separados e muito distantes um do outro. Mas através da regeneração,
os dois espíritos foram reunidos como um só espírito (1Co 6:17). Através deste espírito, temos o
caminho para receber, desfrutar e experimentar Cristo.

5. Recebemos o Espírito de Cristo sem medida


Também recebemos, experimentamos e desfrutamos do Cristo todo-inclusivo recebendo o Espírito
Dele sem medida (João 3:34b). Se o Espírito, que recebemos de Cristo, pudesse ser medido ou
limitado, isso não seria suficiente para nosso desfrute. O Espírito que recebemos de Cristo não tem
medida e é ilimitado. O Espírito não é apenas sem medida, mas também recebido sem medida.
Portanto, o desfrute de Cristo é ilimitado.

6. Bebemos a água viva que Cristo nos dá e em nós se torna uma fonte de água
que jorra para a vida eterna, por meio da adoração que damos a Deus o Espírito em nosso espírito
A maneira de receber, experimentar e desfrutar o Cristo todo-inclusivo é beber a água viva que Ele
nos dá e tornar-se em nós uma fonte de água que jorra para a vida eterna, por meio da adoração que
damos a Deus o Espírito em nosso espírito (4:10, 14, 24). Enquanto bebemos da água viva, ela se
torna uma fonte de água dentro de nós, que brota para a vida eterna. Beber da água viva é beber da
vida eterna. De acordo com a clara revelação do Novo Testamento, a vida eterna é Deus corporificado
em Cristo e transmitido em nós pelo Espírito (11:25; 14:6; 16:13-15). Então, a vida eterna é o
próprio Deus Triúno. Nós bebemos do Deus Triúno, e Deus considera isso nossa adoração a Ele.

De acordo com João 4, beber de Cristo como água viva é oferecer verdadeira adoração a Deus (vv.
10, 14, 24). A adoração verdadeira de Deus não é sobre dar-lhe algo ou se ajoelhar diante Dele; a
verdadeira adoração a Deus consiste no desfrute que temos Dele bebendo-O. Quanto mais o
apreciamos, mais o adoramos. Os anjos podem cantar para Deus, mas eles não têm a capacidade de
recebê-Lo. O que Deus realmente quer é que as pessoas o bebam. O homem foi feito com a
capacidade de receber Deus e de bebê-lo como água viva. Essa é a verdadeira adoração de Deus.

Na noite em que o Senhor Jesus foi traído, Ele tomou o pão e, havendo dado graças, partiu-o e disse:
"Este é o meu corpo que é dado por vós; faça isso em memória de mim ". Ele também pegou o cálix
e disse: "Esse cálix é a nova aliança estabelecida em Meu sangue; faça isso quantas vezes você beberem,
em memória de Mim "(1Co 11:23-25). Comer e beber Cristo é lembrar-se Dele e, lembrando-se do
Senhor, nós O adoramos, o Deus Triúno processado. Comer e beber Cristo é o caminho para adorá-
Lo, e também é o caminho para recebê-Lo, experimentá-Lo e desfrutá-Lo.

7. Ouvimos a palavra de Cristo e cremos no Pai que enviou,


para que vivamos em nosso espírito e tenhamos vida eterna
Nós recebemos, experimentamos e desfrutamos Cristo também ouvindo a palavra de Cristo e crendo
no Pai que o enviou, para que possamos viver em nosso espírito e ter a vida eterna (Jo 5:24a, 25).
Nós fomos salvos primeiro ouvindo a palavra de Cristo sobre o Pai, e então crendo no Pai, que enviou
a Cristo. O Pai enviou Cristo para que pudéssemos viver em nosso espírito e ter a vida eterna.

A vida eterna é difícil de explicar; mas a partir de nossa experiência, podemos testificar que, desde o
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dia em que cremos no Senhor Jesus, o Deus Triúno, o Senhor Jesus Cristo, e o Espírito que dá vida,
entrou em nós. Este Deus Triúno é a vida eterna (14:6; 1Jo 5:12; Rm 8:2). Porque o Deus Triúno
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está em nós, podemos viver em nosso espírito. As pessoas mundanas não têm a capacidade de viver
em seu espírito, porque não têm a vida eterna em seu espírito. Depois que cremos em Cristo, o Deus
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Triúno entrou em nós como vida eterna, o que nos deu a capacidade de viver em nosso espírito. Essa
capacidade é o próprio Deus Triúno. Vivendo em nosso espírito, nós vivemos o Deus Triúno.

8. Comemos Cristo (recebendo-O como alimento em nosso espírito) e vivemos por causa Dele
Nós recebemos, experimentamos e desfrutamos Cristo também comendo Cristo (recebendo-o como
alimento em nosso espírito) e vivendo por Ele (Jo 6:57). Comemos Cristo recebendo-o como
alimento em nosso espírito. Para comer a comida física, devemos recebê-la em nosso estômago. Da
mesma forma, devemos receber em nosso espírito o Deus Triúno, que está corporificado em Cristo e
se torna real para nós como o Espírito, a fim de ser nosso alimento espiritual e suprimento de
vida. Assim vivemos por causa Dele.

Antes de falar nas reuniões, muitas vezes me sinto vazio por dentro. Portanto, preciso passar algum
tempo a sós com o Senhor para olhar para Ele, orar a Ele e conversar com Ele. Às vezes, depois de
apenas cinco minutos, estou cheio. No começo eu me sinto como um "pneu furado", mas depois de
alguns minutos, meu "pneu" está cheio de "ar". Então eu tenho a segurança, a confiança e o poder
de falar. Esse poder é simplesmente o Espírito. Precisamos ir a este Jesus, a este Espírito, para tomá-
Lo como alimento espiritual e suprimento de nossa vida.

9. Comemos as palavras faladas por Cristo que são espírito e vida


Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é comer as palavras ditas por Cristo,
que são espírito e vida. João 6:63 diz: "As palavras que vos disse são espírito e são vida". Cristo fala
a palavra, a palavra é o Espírito e o Espírito é vida. Então, a palavra, o Espírito e a vida são três em
um. Aquele que fala a palavra é o Deus Triúno processado, e o Seu falar nos transmite o Deus Triúno
processado na forma da palavra. Depois que essa palavra entra em nós, ela se torna o Espírito, e o
Espírito é vida. Então, quando proclamamos este Espírito aos outros, o Espírito se torna a palavra para
eles. Quando os outros recebem a palavra em seu interior, ela se torna novamente o Espírito. Então,
quando eles proclamam o Espírito aos outros, Ele se torna a palavra novamente. Assim que, quando
recebemos a palavra em nós, a palavra se torna o Espírito e o Espírito se torna nossa própria vida. Esta
é a transmissão do Deus Triúno para nós como nosso suprimento de vida, primeiro vindo na forma da
palavra, e então na forma do Espírito e, finalmente, na forma de vida. Assim, o Deus Triúno torna-se
nosso desfrute.

10. Bebemos do Espírito crendo em Cristo para que rios de água viva fluam do nosso interior
O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também beber do Espírito crendo em
Cristo para que os rios de água viva fluam de dentro de nós (7:37-39). Rios de água viva são as muitas
correntes dos diferentes aspectos da vida divina (cf. Rm 15:30; 1Ts 1:6; 2Ts 2:13; Gl 5:22-23.)
Que eles se originam em um único rio de água da vida (Ap 22:1), que é o Espírito da vida de Deus
(Rm 8:2). O rio visto em Gênesis 2:10-14 foi dividido em quatro braços. Da mesma forma, existem
muitos rios que fluem do nosso ser interior e não apenas um.

11. Seguimos Cristo para ter a luz da vida e nunca andar na escuridão
Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo no Evangelho de João é seguir a Cristo
para ter a luz da vida e nunca andar nas trevas (8:12). Ao seguirmos Cristo, nunca andaremos em
trevas. Agradeço ao Senhor porque tenho a sensação de que estou na luz e que não estou nas
trevas. Uma pessoa viva tem luz, mas uma pessoa morta está totalmente nas trevas. Mesmo que uma
lâmpada elétrica brilhe, uma pessoa morta não receberá a luz porque não tem vida. Permanecerá na
escuridão. No entanto, uma pessoa viva, sob a mesma luz, receberá imediatamente a luz porque tem
vida.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
12. Deixamos o rebanho da religião e seguimos Cristo de acordo com a Sua voz para desfrutar da
liberdade da Sua salvação e participar nas riquezas dos Seus pastos que nos alimentam.
Outra forma de receber, experimentar e desfrutar o Cristo todo-inclusivo no Evangelho de João é fora
do rebanho da religião e seguir Cristo como Sua voz para desfrutar de liberdade de Sua salvação e
participar das riquezas das suas pastagens que nos alimentam (10:1-4, 9) Quase toda pessoa na terra
tem uma religião. Se alguém não tem a religião dos outros, ele tem a sua própria. Uma pessoa pode
dizer que não tem religião e que não acredita em Deus. No entanto, tal pessoa é seu próprio deus e
sua própria religião.
Cada religião é um aprisco. Budismo, islamismo e judaísmo são apriscos. O judaísmo era o
aprisco que o Senhor Jesus mencionou em João 10. Em um sentido positivo, um rebanho protege e
guarda as pessoas; mas num sentido negativo, aprisiona-os. Durante anos fomos presos em muitos
apriscos diferentes. Até nós mesmos éramos nossa própria prisão. Mas um dia nós cremos no Senhor
Jesus e fomos libertados da nossa prisão.
Se queremos receber, experimentar e desfrutar de Cristo, devemos deixar todo o rebanho
religioso e seguir Cristo de acordo com a Sua voz. Em João 10:27 o Senhor Jesus disse: "As minhas
ovelhas ouvem a minha voz e eu as conheço, e elas me seguem". Hoje não devemos seguir Cristo de
acordo com qualquer tipo de religião, nem de acordo com o nosso próprio pensamento, que na
realidade é uma religião feita por nós mesmos. Nós devemos seguir de acordo com a voz Dele. É por
isso que devemos orar a Ele e escutar Sua fala viva dentro de nós, e também a Bíblia Sagrada do lado
de fora. Precisamos da Bíblia Sagrada externamente porque não podemos ouvir a voz interior do
Senhor com precisão. A santa Palavra é nossa salvaguarda. Portanto, devemos conhecer a Bíblia.
Quando deixamos o rebanho e seguimos a Cristo de acordo com a Sua voz, desfrutamos da
liberdade de Sua salvação e compartilhamos as riquezas de Seus pastos que nos alimentam. O Senhor
Jesus disse que íamos entrar e sair e encontrar pastos (v. 9). Isso é liberdade. O próprio Cristo é a
rica pastagem onde nos alimentamos o tempo todo. Ao nos alimentarmos Dele como a rica pastagem,
nós o desfrutamos.

13. Tomamos Cristo como a ressurreição e a vida crendo Nele para viver a vida eterna
No Evangelho de João, recebemos, experimentamos e desfrutamos o Cristo todo-inclusivo, tomando-
O como a ressurreição e a vida crendo Nele para viver a vida eterna. Em João 11:25 o Senhor Jesus
disse a Marta: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. ” É
difícil entender tal verso, mas é fácil experimentar Cristo de acordo com esse versículo. Se você disser
ao Senhor: "Eu creio que Tu és a ressurreição e a vida", você imediatamente viverá a vida eterna em
todos os tipos de situações. Se você repetir esta oração antes de lidar com sua esposa, viverá a vida
eterna. Mas se você não orar assim, pode estar com raiva e totalmente na carne. Orar assim salvará
sua carne e a transferirá para outra esfera, para a esfera da vida eterna. Isto não é superstição ou
psicologia. Muitos discípulos de Confúcio apreciam muito seus ensinamentos, mas eles também
maltratam suas esposas. Mas eu nunca vi uma pessoa que diga: "Senhor Jesus, Tu és a ressurreição; Tu
és a vida ", e depois se volta para maltratar seu cônjuge. A razão para isso é que Cristo é o único que
é vivo e real.
Cristo é a ressurreição e a vida. Ele não é apenas a vida, mas também a vida que supera a
morte. Ele é a ressurreição. Ele é vivo e poderoso. Se você mencionar o nome Dele, Ele imediatamente
"eletrificará" você e você será outra pessoa. Ao invocá-lo, conversando com Ele e orando a Ele, irá
experimentá-Lo e desfrutá-Lo. Muitos irmãos e irmãs experientes escreveram hinos sobre como eles
têm desfrutado invocar o nome do Senhor Jesus muitas vezes ao dia (Hinos, 95 e 41). Invocar o
Senhor mil vezes por dia, ou a cada minuto, não é demais. Nós podemos desfrutar invocando-O.
Os treze pontos mencionados nesta mensagem são as maneiras subjetivas de receber,
experimentar e desfrutar do Cristo todo-inclusivo. Comer, beber e invocar o nome do Senhor é
subjetivo. Quando exercitamos nosso espírito para ter contato com Ele em Sua qualidade de Espírito
que dá vida, Ele se torna nossa experiência e desfrute.
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MENSAGEM 16
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(7)
Leitura bíblica: Jo 1:1, 14, 16
II. A MANEIRA DE RECEBER EXPERIMENTAR E DESFRUTAR O CRISTO TODO-INCLUSIVO
EM SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO TODO-INCLUSIVO E QUE DÁ VIDA, QUE É A
TOTALIDADE DA BENÇÃO QUE TUDO INCLUI, A BENÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS
B. A maneira apresentaao no Evangelho de João
O Evangelho de João começa com as palavras: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus" (1:1). Verso 14 acrescenta: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós
(e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai), cheio de graça e de realidade." O versículo
16 diz: "Porque todos nós recebemos e graça sobre graça". A plenitude de Deus é a expressão de suas
riquezas. Podemos dar um exemplo do que é plenitude derramando água em um copo. Quando a
água enche parcialmente o copo, temos as riquezas da água; mas quando a água enche o copo até a
borda, o transbordamento da água é a plenitude, a expressão da água. Paulo em suas epístolas fala de
riquezas e plenitude. Em Efésios 3:8 ele diz: "Para mim, que sou menos que o menor de todos os
santos, esta graça me foi dada para anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo como
evangelho ". Em 1:23 ele fala de "a plenitude Daquele que enche tudo em todos", e em 3:19 ele diz:
"Para que sejais cheios à medida de toda a plenitude de Deus".

As riquezas de Cristo são o que Cristo é. Cristo é extremamente rico. Cristo é Deus (Rm 9:5); Ele é
um homem (1Tim 2:5); Ele é o Filho (Mt 16:16), o Espírito (2Co 3:17) e também o Pai (Is 9:6); e
Ele é o corpo de todas as sombras (Cl 2:16-17). O sol, o ar e a água são sombras. Até comida e
bebida, feriados, novas luas e sábados são sombras. Comer e beber tem a ver com nossas experiências
diárias; sábado se refere à conclusão e descanso que desfrutamos semanalmente; as luas novas estão
relacionadas a um novo começo todo mês; e os feriados referem-se à nossa alegria e desfrute anual.
Tudo o que desfrutamos diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente é uma sombra, mas
Cristo é o corpo, a realidade, de todas as sombras. Este Cristo é a nossa porção designada (1:12). Em
todo o universo Deus nos tem atribuído Cristo, servindo-O, em todos os aspectos e em todas as coisas,
como o brilho do sol, ar, água, comida, a festa, conclusão, o novo começo e verdadeiro descanso. Estas
são as riquezas de Cristo. Quando desfrutamos de todas as riquezas de Cristo, as assimilamos nas fibras
de nosso ser. Então, o que assimilamos se torna nossa constituição intrínseca, e nos tornamos a
totalidade do que é Cristo. A soma desta totalidade é o Corpo de Cristo, e o Corpo de Cristo é a
expressão de Cristo. Os americanos são a totalidade e expressão das riquezas dos Estados Unidos,
riquezas que ingeriram e digeriram, que incluem a carne, porco e peixe deste país. Da mesma forma,
a expressão das riquezas de Cristo que comemos, digerimos e assimilamos é a plenitude de Cristo, o
qual é o Corpo de Cristo.

O Evangelho de João fala da plenitude de Cristo. João 1:14 diz que Cristo veio como aquele que
encarnou, cheio de graça e realidade, e o versículo 16 diz que da Sua plenitude todos nós
recebemos. Isso nos mostra que Cristo veio na encarnação com um único propósito: que recebamos
Ele. Deus é abstrato e misterioso. O mistério de Deus é Cristo (Cl 2:2), e esse Cristo se encarnou.
Colossenses 2:9 diz: "Pois nele habita toda a plenitude da Divindade". Toda a plenitude da Deidade
habita em Cristo, o mistério de Deus, de maneira corporal. A vinda de Cristo como a corporificação
de Deus pode ser comparada a servir a água em um copo. Quando a água está no cano, não pode ser
bebida. Mas quando é servido no copo, pode ser facilmente ingerida. Cristo veio através da encarnação
para que pudéssemos recebê-Lo. O Verbo era Deus, e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio
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de graça e realidade; da Sua plenitude recebemos tudo e graça sobre graça. Este é o Evangelho de
João. O Evangelho de João fala do Deus Triúno, como Deus em Sua Trindade torna-se a riqueza e
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plenitude, por sua parte, transmitir-se e dispensar-se em nós, de modo que nós podemos receber o
Deus Triúno. Ele está se transmitindo e nós estamos O recebendo.

Cada um dos quatro evangelhos apresenta um aspecto específico de Cristo. Mateus apresenta Cristo
como rei; Marcos apresenta Cristo como um servo; Lucas apresenta Cristo como homem e João
apresenta Cristo como Deus. O Evangelho de João nos diz que Cristo é o caminho, a realidade e a
vida (14:6), luz (8:12), a ressurreição (11:25) e o grande Eu Sou (8:58). Nenhum dos outros
Evangelhos fala de maneira tão particular sobre Cristo. Embora o Evangelho de João seja muito
misterioso, que contém dois pontos claros e fortes: um tem a ver com o Deus Triúno dá-Se a nós e é
dispensado e transmitido a nós, e a outra tem a ver com nós O receber. João 3:16 diz: "Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito". Entre os quatro evangelhos, somente
João diz que Deus se entregou a nós. Deus se entrega a nós em sua trindade. Ele se dá como o Pai, o
Filho e o Espírito. O fato de que Deus é triúno serve para nos ser dado. O amor de Deus, a graça de
Cristo e a comunhão do Espírito Santo (2Co 13:14) têm como propósito o dispensar de Deus, que
Ele dá a si mesmo. Se Deus não fosse o Pai, o Filho e o Espírito, ele não teria como se dar a nós.

O Novo Testamento nos diz que cremos no Filho para recebê-lo (Jo 1:12). Nós recebemos o Filho
porque, através de Sua morte e ressurreição, o Filho se tornou o Espírito (1Co 15:45). Portanto, o
Novo Testamento também nos diz para receber o Espírito. João 20:22 diz: "E quando ele disse isso,
soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo." Em Gálatas 3:2, Paulo disse: "Você recebeu
o Espírito pelas obras da lei ou pelo ouvir com fé?" Receber o Filho e receber o Espírito não são duas
ações separadas. Receber o Filho é receber o Espírito porque o Filho hoje é o Espírito (2Co 3:17). Da
mesma forma, receber o Espírito é receber o Filho porque o Espírito hoje é o Filho.

Quando recebemos o Filho, também recebemos o Pai. Em 1 João 2:23 nos é dito: "Todo aquele que
nega o Filho também não tem o Pai. Aquele que confessa o Filho também tem o Pai ". Jesus disse:
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10:30). Visto que o Filho e o Pai são um, quando recebemos o Filho,
também recebemos o Pai. Jesus também disse: "Crede em mim que eu estou no Pai, e o Pai está em
mim" (14:11). O Pai e o Filho são coinerentes, não podem ser separados. Portanto, quando
recebemos um, recebemos o outro. O caminho para receber o Deus Triúno não é receber o Pai
diretamente, mas receber o Filho. Receber o Filho é está realmente recebendo o Espírito. Quando
temos o Filho e o Espírito, temos o Pai.

De acordo com João 3:16, é através do Filho que o Deus Triúno se dá. No Evangelho de João, o
Filho é comparado a comida e água. Jesus disse que Ele é o pão da vida (6:35, 48), o pão que desceu
do céu (v. 51b) e o pão vivo (v. 51a). Isto é maravilhoso. Como o pão da vida, Ele é o pão vivo; Ele
é fresco e vivo. Jesus é também a água viva (4:10, 14) e a água que flui (7:38). Isto corresponde a
Apocalipse 22:1-2a, que diz: "E ele me mostrou o rio da água da vida, claro como cristal, que sai do
trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua. E de ambos os lados do rio, havia a árvore da vida ".
Do trono de Deus e do Cordeiro flui o rio da água da vida, e neste rio a árvore da vida cresce como
uma videira que se estende. A Bíblia conclui com este rio e sua árvore da vida. O rio e a árvore são o
Cristo que Deus nos deu para recebê-lo. Quando nós O recebemos, tudo o que Dele entra em nós se
torna o que nos constitui. Nisto consiste a economia divina com o dispensar divino de acordo com o
pensamento central de Deus de mesclar-se com o homem para fazer de Deus e do homem, do homem
e de Deus, uma entidade única, a Nova Jerusalém.

O Evangelho de João também revela Cristo como sopro. Depois que Cristo veio para a Sua
consumação através do Seu processo, Ele foi aos seus discípulos em ressurreição e soprou sobre eles,
dizendo: "Recebei o Espírito Santo" (20:22). A palavra traduzida Espírito neste verso também pode
ser traduzida como sopro. O santo sopro é soprado por Cristo e inalado por nós. Toda a Bíblia é um
falar da exalação da parte de Deus e da inalação da parte do homem. Toda a Escritura é dada pelo
84

sopro de Deus (2Tm 3:16). Toda vez que vamos às Escrituras, não devemos meramente lê-las, mas
também devemos inalá-las. Isto é ler-orar. Orar-lendo a Palavra nos transforma porque quando lemos,
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estamos respirando. Quando oramos, primeiro exalamos nossa aflição e nosso pecado; então nós
inalamos a plenitude de Deus.

A.B. Simpson foi uma das pessoas mais espirituais que os Estados Unidos produziram nos últimos cem
anos. Ele desfrutava inalar a plenitude do Senhor e exalar todas as coisas negativas que ele tinha dentro
dele. O caminho para receber a plenitude do Senhor é inalá-Lo. Isso nos renova, nos santifica, nos
transforma e nos conforma. Finalmente, isso nos glorificará.

Deus nos dá exalando, e nós O recebemos inalando-O. Fisicamente, a chave para ter uma vida longa
é respirar, comer e beber corretamente. Aquele que nos é dado é a respiração, a comida e a água, e
nós a recebemos quando a inalamos, comemos e bebemos. Como João mostra que, esta é a maneira
que nós podemos receber Aquele que foi dado a nós, Aquele que é o Deus Triúno processado em Sua
Trindade, toda a bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus. Esta é a mais alta
compreensão do Evangelho de João.

Todas as igrejas devem aprender a "cozinhar" algo do Deus Triúno para o seu suprimento. Quando
vamos à Bíblia, temos que aprender a exercitar nosso espírito, mas não apenas ler, mas também ler-
orar. Podemos não entender uma passagem da Palavra, mas podemos comê-la. Podemos orar e ler
João 1:1, dizendo: "No princípio era a Palavra. Amém! Oh a palavra! Aleluia pela Palavra! A Palavra
estava com Deus. Aleluia pelo começo, pela Palavra e por Deus! Embora eu não possa entender estas
coisas, eu tenho Deus, a Palavra e o começo ". Ler-orar desta forma será um reavivamento matinal e
um verdadeiro "café da manhã" para nós. Ler-orar também nos ajudará a ter a compreensão adequada
da Palavra.

No restante desta mensagem, considere uma dúzia de outras formas reveladas no Evangelho de João
para receber, experimentar e desfrutar o Cristo todo-inclusivo em Sua qualidade de Espírito todo-
inclusivo e que dá vida: toda a bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus.

14. Abominamos nossa vida da alma para que a mantenhamos para a vida eterna
Para receber, experimentar e desfrutar do Cristo todo-inclusivo em Sua qualidade de Espírito que tudo
inclui e dá vida, devemos abominar nossa vida da alma neste mundo para que possamos guardá-la para
a vida eterna (12:25). A vida da nossa alma é o nosso eu. Portanto, odiar a vida de nossa alma neste
mundo é odiar a nós mesmos em nossa vida diária. Se amamos a vida de nossa alma, nós a
perderemos; mas se odiarmos, vamos mantê-la. A palavra traduzida "para" no grego carrega a noção
de "tendo em vista" e "dando como resultado". Portanto, manter a vida de nossa alma para a vida
eterna é guardá-la para a vida eterna, resultando na vida eterna.

Nós todos temos três vidas. Nossa vida física é a vida que está em nosso corpo. Nossa vida psicológica
é a vida que está em nossa alma. Essa é a vida natural. A vida espiritual, zoé, é a vida eterna, a vida
divina que está em nosso espírito. O caminho para desfrutar da vida divina que está em nosso espírito
é odiar a vida de nossa alma. Se nós odiarmos a vida de nossa alma, nós a manteremos, o que resultará
em nossa vida eterna. Quanto mais odiarmos a vida da alma, a vida natural, mais a manteremos, o
que nos trará mais desfrute da vida eterna. Esse desfrute se estenderá por toda a eternidade. Temos a
vida eterna, mas muitas vezes não a desfrutamos porque não odiamos a vida de nossa alma. Se nos
abominamos, manteremos a vida de nossa alma para desfrutar e experimentar a vida divina, que está
em nós a partir de agora e para a eternidade.

15. O seguimos em Sua morte, que liberou a vida divina e nos fez receber a honra do Pai
Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é segui-Lo em Sua morte, para que a
vida divina seja liberada e recebamos a honra do Pai (12:24, 26). Em João 12:24 o Senhor disse:
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"Em verdade, em verdade vos digo que, se o grão de trigo não cair na terra e morrer, fica só; mas se
morrer, dará muito fruto ". Aqui o Senhor disse que se Ele como grão de trigo caísse sobre a terra e
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morresse, a vida divina seria liberada, Ele se tornaria muitos grãos, e assim aumentaria e multiplicaria.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Nós, como grãos de trigo hoje, não precisamos aprender a viver primeiro; nós precisamos aprender a
morrer. Morrer é viver. Quando Cristo estava na terra, Ele estava sempre morrendo. Agora
precisamos seguir Seus passos para aprender a morrer. Se aprendermos a morrer, o Pai nos honrará.
Quanto mais alguém fala, insiste em certas coisas e se expressa, menos honrado ele é. Essa pessoa é
muito ativa e viva. A pessoa que mais honra tem é a pessoa que está sempre morrendo. Não é glorioso
estar vivo e ativo na vida natural; a glória está em aprender a morrer. Então, todo cristão deve ser
uma pessoa que está morrendo.

16. Mantemos Seu novo mandamento de amar uns aos outros para expressar Seu amor
O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é guardar o Seu novo mandamento de
amar uns aos outros, a fim de expressar o Seu amor, para que todos saibam que somos discípulos de
Cristo (13:34-35). No Antigo Testamento havia dez mandamentos, mas no Evangelho de João, o
Senhor só dá um: amem-se uns aos outros. Se nos amarmos um ao outro, expressaremos o Seu amor
e todos os homens saberão que somos discípulos de Jesus.

17. Recebemos a realidade e a vida como caminho para poder ir ao Pai


Recebemos, experimentamos e desfrutamos de Cristo, tomando-o como caminho, realidade e vida
para poder ir ao Pai. João 14:6 diz: "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a realidade e a vida; ninguém
vem ao Pai senão por mim.” Este é um excelente verso sobre como receber e desfrutar de Cristo. Sem
ter Jesus como caminho, realidade e vida, ninguém pode ir ao Pai. Isso não significa que ninguém
possa se aproximar do lugar onde o Pai está, mas que ninguém pode ir ao próprio Pai. Alguns têm
entendido mal este verso e pensam que significa que o Pai está em uma mansão celestial e que Jesus é
o caminho para os crentes chegarem a essa mansão. No entanto, uma vez que o caminho é Cristo,
uma pessoa viva, o lugar onde o Senhor nos introduz também deve ser uma pessoa, o mesmo Deus
Pai.

O caminho refere-se principalmente ao Filho. O Filho como caminho encarnou-se para introduzir Deus
no homem. Então, Ele morreu para efetuar a redenção e ressuscitou para transmitir a vida divina.
Realidade refere-se principalmente ao Espírito, pois o Espírito é realidade e é chamado "o Espírito da
realidade" (v. 17; 1Jo 5:6). O Pai está no Filho, e o Filho está no Pai (Jo 14:11), e o Espírito vem
como o Espírito da realidade para ser a realidade do Filho. Se temos o Espírito, temos o Filho, que é
o caminho.

A vida refere-se principalmente ao pai. Nós recebemos Cristo como caminho para o Pai. O caminho
é o Filho e o destino é o Pai como vida. 1 João 1:2 diz: "E a vida foi manifestada, e nós vimos e
testemunhamos e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada". Este
verso diz que a vida eterna estava com o pai. O Filho é o caminho, o Espírito é a realidade e o Pai é
a vida como o destino final. É por esse caminho que vamos ao Pai e o desfrutamos como a fonte com
o Filho como canal e com o Espírito, que vem a nós para nos alcançar, a realidade da Trindade Divina.

18. Nós amamos e guardamos Sua palavra


A maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é amá-lo e guardar Sua palavra para ganhar
o amor do Pai e deixar que Cristo nos seja revelado e para que Ele e o Pai façam Seu lar conosco (Jo
14:21, 23). Se amarmos o Senhor e guardarmos a Sua palavra, haverá três resultados. Primeiro,
obteremos o amor do Pai. Esta é a resposta do amor divino. Em segundo lugar, teremos a manifestação
do Filho. Terceiro, tanto aquele que nos ama como aquele que se manifesta virá a nós e fará o seu lar
conosco. O amor vem do Pai como a fonte; a manifestação vem através do Filho, e a morada é feita
pelo Pai e pelo Filho. O Pai e o Filho não apenas nos fazem Sua morada, mas eles também se tornam
nossa morada. Nós o Pai e o Filho se tornam uma morada mútua no amor do Pai e na manifestação
do Filho. Desta forma, o Deus Triúno tem uma morada, e nós crentes de Cristo também temos uma
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morada. Sua morada está em nós e nossa morada está Nele.


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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
19. Permanecemos Nele como ramos que permanecem na videira
para desfrutar de todas as riquezas do que Ele é
A maneira de desfrutar, experimentar e desfrutar Cristo todo-inclusivo também habitando Nele como
ramos que permanecem na videira para desfrutar as riquezas de que Ele é (15:4-5). Nós não somos
ramos que nasceram na videira, mas tornamo-nos ramos da videira para serem enxertadas sobre ela
(Rm 11:17). Se nós, como ramos, permanecermos Nele, desfrutaremos de todas as riquezas daquilo
que Ele é. Nós somos os ramos de uma oliveira brava que foram enxertados em Cristo, a videira
verdadeira, e nós temos a posição, a capacidade e o direito de desfrutar de tudo o que há em Cristo.
Portanto, permanecer em Cristo é o caminho para desfrutar das riquezas de Cristo. Depois que
inalamos, comemos e bebemos Cristo, permanecemos como ramos que foram enxertados Nele para
absorver todas as suas riquezas.

20. Vamos dar frutos que permanecem


O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também ir e dar frutos, um fruto que
permanece, para que possamos ser salvos no desfrute de Suas riquezas (Jo 15:16, 2). Para dar frutos,
temos que ir. Temos que ir de porta em porta, mesmo de uma cidade para outra e de um país para
outro. João 15:16 diz: "Você não me escolheu, mas eu te escolhi e te constituí para ir e dar seus
frutos, e seus frutos permanecerão." Cristo nos colocou, como ramos enxertados, em si mesmo para
que possamos ser os que vão e dão frutos. Se não formos, não podemos dar frutos. Devemos ir e ter
contato com as pessoas todos os dias. Podemos, pelo menos, entrar em contato com alguém por
telefone. Além disso, dar frutos que permanecem significa dar comida. O fruto não pode permanecer
se não for alimentado. Tem que ser regada e fertilizada e precisa de luz solar e ar adequados. A razão
pela qual parte do nosso fruto não permanece é que não lidamos com ele adequadamente.

Ir dar frutos e ajudar o fruto a permanecer é o caminho para desfrutar das riquezas de Cristo. Se não
dermos fruto, seremos cortados da videira (v. 6). Ser cortado da videira não é perecer; é perder o
desfrute das riquezas da videira. Para desfrutar da totalidade da bênção abrangente, bênção de todo o
evangelho de Deus, temos que permanecer na videira; mas não podemos permanecer na videira sem
dar fruto. Nós temos que ir e dar frutos, e fazer algo para que o fruto permaneça. Então estaremos
na posição certa e teremos o direito de desfrutar das riquezas de Cristo. É possível que alguns afirmem
que não foram cortados da videira. Eles continuam a participar de reuniões, orando e exercendo sua
função. No entanto, isso não significa que eles estejam desfrutando de Cristo. Se levarmos até mesmo
um fruto que permanece, teremos alegria no desfrute de Cristo. Vendo que nosso fruto permanece
na igreja e começa a servir da mesma maneira que nós, nos faz regozijar. Essa alegria indica que estamos
desfrutando de Cristo. Se não temos novos frutos e isso permanece, não temos tanta alegria. Isso
indica que perdemos nosso desfrute, que fomos separados das riquezas de Cristo.

21. Estamos convencidos pelo Consolador, o Espírito da realidade


Outra forma de receber, experimentar e desfrutar de Cristo deve ser sendo convencido pelo
Consolador, o Espírito da realidade, sobre o pecado (Adão), justiça (Cristo) e julgamento (porção
eterna do diabo), de modo que somos justificados e regenerado (16:8-11). Por um lado, o Espírito é
o Consolador; em segundo lugar, Ele é o único que o convence que reprova e condena. Um bom
consolador sempre repreende. Se alguém sempre fala bem de você, esse alguém é um enganador e
tem uma má conduta. Se alguém é um Consolador franco e fiel, essa pessoa deve repreender e
reprovar. Eles vão dizer aos outros que se fizerem alguma impropriedade, sofrem e não têm nenhum
consolo. Essa pessoa vai exortá-los a mudar e corrigir. O Consolador é o Espírito da realidade. Ele
trata de confortar e convencer. Ele nos convence do pecado, da justiça e do juízo. O pecado veio de
Adão e a justiça é Cristo. Nós temos que renunciar a Adão, isto é, colocar o pecado de lado e receber
Cristo como nossa justiça. Caso contrário, teremos uma parte no julgamento que é a porção
consumada do diabo. Nós viemos de Adão; mas se formos a Cristo, Ele se tornará nossa justiça e não
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sofreremos o julgamento eterno que é a porção do diabo. Nós seremos justificados para que Cristo
seja a nossa justiça, e nós seremos regenerados para ter o Espírito como nossa vida.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
22. Recebemos as riquezas do Deus Triúno através da transmissão da Trindade Divina
A maneira de receber, experimentar e desfrutar do Cristo todo-inclusivo é também receber as riquezas
do Deus Triúno através da transmissão da Trindade Divina, para que possamos compartilhar em todas
as realidades a Sua glorificação. Em João 16:13-15a o Senhor Jesus disse: "Mas quando o Espírito da
realidade vier, Ele guiará você para toda a realidade [...] Ele me glorificará; porque ele receberá do
que é meu... Tudo o que o Pai tem é meu ". Cristo herdou tudo o que o Pai tem. As riquezas do ser
do Pai são a herança de Cristo; o que Cristo herda do Pai é recebido pelo Espírito; e tudo o que o
Espírito recebe de Cristo Ele nos dispensa. Esta é uma transmissão. As riquezas estão no Pai, que é a
fonte; eles passam pelo Filho, que é o canal; e o Espírito vem a nós com todas as riquezas do Deus
Triúno. É do Pai, através do Filho e através do Espírito, que todas as riquezas do Deus Triúno se
tornam nossa porção. Nós desfrutamos dessa bênção sendo um com o Deus Triúno e permitindo que
o Deus Triúno seja transmitido a nós. Desta forma, temos as riquezas do Deus Triúno através do
dispensar divino.

23. Somos um com os crentes para participar na unidade da Trindade Divina.


A maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também para ser um com os crentes para
participarem na unidade da Trindade Divina para as pessoas do mundo crerem Nele (17:21). A
unidade é um atributo particular da Trindade Divina. Os três da Trindade são um e podemos participar
dessa união sendo um. Quanto mais somos um com os crentes, mais estamos na unidade da
Trindade. Esta é uma bênção corporativa. Quando não somos um com irmãos e irmãs, sofremos.
Quando somos um, desfrutamos das riquezas do Deus Triúno. Esta é a participação que temos da
Trindade Divina em Sua unidade. Sua união torna-se nossa unidade e, assim como eles habitam a
coerência, nós vivemos em coinerência com eles. Efésios 4:4-6 fala de um Corpo, um Espírito, um
Senhor e um Deus e Pai. Estes quatro são coinerentes e são um. O Novo Testamento fala fortemente
contra a divisão. Romanos 16:17 diz: "Agora, peço-lhes, irmãos, que percebam aqueles que causam
divisões contra o ensinamento que aprenderam, se afastem deles". As divisões limitam nosso desfrute
do Deus Triúno em Sua unidade trina. Ter tal desfrute é uma grande bênção.

24. Recebemos a Sua respiração para desfrutá-lo como o Cristo pneumático


Recebemos, experimentamos e desfrutamos de Cristo, recebendo também a Sua respiração para
desfrutá-lo como o Cristo pneumático (Jo 20:22). O Senhor se dispensa com o Seu sopro, e nós
estamos recebendo não apenas Seu encorajamento, mas também Seu sopro, que inclui Sua pessoa. Este
é o nosso desfrute.

25. O amamos pastoreando Seus cordeiros


e pastoreando Suas ovelhas para o benefício de Seu rebanho: a igreja
A forma final que é revelado no Evangelho de João para receber, experimentar e desfrutar o Cristo
todo-inclusivo em Sua qualidade de Espírito todo-inclusivo e que dá vida é amá-lo para alimentar Suas
ovelhas e apascentar Suas ovelhas para o bem do seu rebanho, a igreja (21:15-17). Pastorear os
cordeiros, os novos, ocorre nas reuniões de casa e pastorear as ovelhas ocorre nas reuniões do
grupo. Os cordeiros de Cristo são apascentados e Suas ovelhas pastoreadas para o benefício do seu
rebanho, a igreja, que é o desejo em seu coração e sua boa vontade (Ef 1:9). Esta é também a maneira
pela qual podemos desfrutar do Deus Triúno.

Com todos os pontos, podemos ver que o Evangelho de João é um livro sobre o dispensar do Deus
Triúno que os crentes recebem este ensinamento respirando-O, comendo e bebendo-O e
permanecendo Nele.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 17
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(8)
Leitura bíblica: Rm 8:3-6; 12:2-5; 1Co 1:2b, 9; 6:17; 12:13; 3:45; 2Co 13:14
Oração: Senhor, nós te adoramos e te louvamos por ser Aquele que trabalha entre nós em
tudo. Confiamos em Ti e cremos que Tu estás conosco. Também temos a confiança e a segurança de
que estamos sob o seu cuidado. Senhor, nós não somos nada, não temos nada e não podemos fazer
nada. Mas nós te louvamos porque temos a Ti, o Cristo todo-inclusivo. Hoje, chegamos à Sua Palavra
para aprender Contigo e aprender como vivenciar e desfrutar a Ti. Senhor, abra Seu ser para
nós. Confiamos em Ti quanto ao Teu mover e obra. Senhor, nos lembramos dos santos que estão
trabalhando ativamente hoje em Moscou. Senhor, lembra deles. Agradecemos por este momento, por
Sua presença e por tudo. Amém.

II. A MANEIRA DE RECEBER EXPERIMENTAR E DESFRUTAR O CRISTO TODO-INCLUSIVO


EM SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO TODO-INCLUSIVO QUE DÁ VIDA, QUE É A
TOTALIDADE DA BENÇÃO QUE TUDO INCLUI, A BENÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS
C. O caminho apresentado nos outros livros do Novo Testamento
Nas mensagens anteriores, vimos como receber, experimentar e desfrutar do Cristo todo-inclusivo em
Sua qualidade de Espírito todo-inclusivo e que dá vida no livro de Gálatas e no Evangelho de
João. Nesta mensagem, começamos a ver como receber, experimentar e desfrutar Cristo nos outros
livros do Novo Testamento.

Primeiro, vamos considerar dezesseis pontos relacionados à maneira apresentada em Romanos, 1


Coríntios e 2 Coríntios. O caminho apresentado nesses livros de receber, experimentar e desfrutar de
Cristo, Aquele que é a totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus, está
relacionado ao Espírito. A bênção é o Espírito, e o caminho para experimentar e desfrutar desse
Espírito é também o Espírito. Por um lado, o Espírito é a bênção e, por outro, o Espírito é o caminho
para participar da bênção. Tanto a bênção quanto o caminho são o Espírito todo-inclusivo, e este
Espírito é a consumação do Deus Triúno processado.

1. Andamos de acordo com o espírito


De acordo com o livro de Romanos, o primeiro ponto sobre como receber, experimentar e desfrutar
do Cristo todo-inclusivo em Seu espírito todo-inclusivo é andar de acordo com o espírito (Rm 8:3-4).
A palavra para andar em grego significa ter nosso ser, mover e agir. Denota a caminhada geral em
nossa vida. Andar de acordo com o espírito é fazer com que o nosso ser se conforme ao espírito e
não apenas pelo ou através do espírito.

Certamente, não devemos expressar nada que não esteja de acordo com o espírito. Se nos
perguntarem se algo está certo ou não, não devemos responder sim ou não. Nós devemos responder
de acordo com o espírito. Por natureza, sou uma pessoa rápida e franca, especialmente com minha
esposa. Mas aprendi a lição de que não devo responder à minha esposa de acordo com o sim ou não,
mas de acordo com o Senhor.

Nós devemos fazer tudo de acordo com o espírito. Devemos pentear os cabelos não de acordo com
as instruções do cabeleireiro, mas de acordo com o espírito. Tudo o que dizemos e fazemos tem que
estar de acordo com o espírito. Talvez oremos de maneira muito espiritual e tenhamos a capacidade
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de falar muito bem, usando muitos termos espirituais; mas é possível que nossa aparência esteja de
acordo com a moda moderna desta época, e não de acordo com o espírito. Fazer algo de acordo com
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as instruções de outra pessoa é muito difícil. Uma pessoa pode ser um bom filho ou estudante, mas é

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
difícil para a criança fazer tudo de acordo com os pais ou para um aluno fazer tudo de acordo com
seu professor É fácil fazer as coisas de acordo com a nossa opinião. Devemos fazer todo o nosso ser
conforme Cristo e não somente por Cristo.

Em Romanos 8:3-4 Paulo disse: "Para o que a lei não podia fazer porque era fraca pela carne, Deus,
enviando o seu Filho na semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado, condenou o pecado
na carne; que a justa exigência da lei seja cumprida em nós, para que não andemos segundo a carne,
mas segundo o espírito ". A lei era ineficaz porque era fraca por causa da carne. Por causa disso, Deus
enviou Seu Filho à semelhança da carne pecaminosa. A frase carne pecaminosa neste versículo e a
palavra carne em João 1:14 eles são termos negativos. Cristo, como a Palavra de Deus, se fez carne,
e essa carne é a carne do pecado; mas isso não significa que Cristo tivesse pecado em Sua carne. Em
Romanos 8:3 Paulo disse que Cristo veio "em semelhança da carne do pecado", o que implica que
Cristo tinha a semelhança, a forma da carne do pecado, mas ele não tem a realidade do pecado da
carne. Deus condenou o pecado na carne através da morte de Cristo na cruz, à semelhança da carne
do pecado, de modo que o justo requisito da lei seria cumprido em nós que andamos de acordo com
o espírito.

Fazer todo o nosso ser simplesmente conforme a letra impressa da Bíblia não é adequado. Se houvesse
dez vezes mais palavras na Bíblia, ainda assim seria inadequado. Mas a frase simples de acordo com o
espírito abrange tudo. Não há nenhum verso na Bíblia que nos diga como pentear nossos cabelos. Mas,
se andarmos de acordo com o espírito, o Espírito Santo não apenas nos incomodará quanto à maneira
como penteamos nossos cabelos, mas também afetará nossa atitude e nossa intenção. Ao andar de
acordo com o espírito, desfrutamos do Cristo que é o Espírito todo-inclusivo e que dá vida, que é a
bênção do evangelho. Portanto, o Espírito não é apenas a bênção, mas também o caminho.

2. Colocamos a mente no espírito


Nós recebemos, experimentamos e desfrutamos Cristo também colocando a mente no espírito (Rm
8:5-6). Romanos 8:4 nos diz para andarmos de acordo com o espírito, e o verso 5 nos diz para
colocarmos nossas mentes no espírito. Não devemos fazer nada que não esteja de acordo com o
espírito, e não devemos pensar em nada sem ter a mente voltada para o espírito. Cada pessoa, até
mesmo uma criança pequena, é controlada por sua mente. Como somos cristãos que buscam o Senhor,
sempre que começamos a pensar em algo, devemos sempre nos perguntar se nossa mente está voltada
para o espírito. Se nossa mente não é colocada no espírito, a fonte de nossos pensamentos é a fonte
errada. Se nossa mente não está no espírito, certamente estará na carne. A carne é contra o Espírito
(Gl 5:17). Porque a nossa mente é uma mente caída; tudo o que pensamos quando nossa mente está
na carne é uma ofensa para Deus (Rm 8.7).

O espírito mencionado em Romanos 8:4-6 é o espírito regenerado, onde o Espírito Santo habita e
com o qual está mesclado. John Nelson Darby, em sua Nova Tradução, disse que em muitos versos
do Novo Testamento não se pode discernir se a palavra espírito se refere ao espírito humano ou ao
Espírito Santo. Então, ele disse que o espírito mencionado em versos como Romanos 8:4-6 se refere
ao espírito humano e ao Espírito divino. Além disso, eu diria que o espírito mencionado nestes versos
é o espírito mesclado, o Espírito divino mesclado com o espírito humano.

Atualmente, não temos mais um espírito singular e independente; nós temos um espírito mesclado.
Esse espírito mesclado é uma importunação para nós. Muitas vezes o espírito mesclado nos
incomoda. Em certas ocasiões, gostaria de dizer à minha esposa algo desagradável; mas quando estou
prestes a dizer isso, algo me incomoda por dentro, e tenho que parar, sem terminar minhas palavras.
Em vez de dizer algo desagradável, mudo o tom e começo a louvar ao Senhor. Talvez eu pareça
misterioso por tal comportamento. Na verdade, eu me comporto assim porque tenho um espírito
mesclado. Todo cristão adequado é um mistério, e em todo cristão adequado existe um mistério, o
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espírito mesclado. Precisamos aprender a andar de acordo com o espírito e colocar a mente nesse
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espírito. Quando colocamos a mente no espírito, temos vida e paz (v. 6).

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
3. Permitimos que nossa mente seja renovada com vistas à transformação de nossa alma, para que
conheçamos a vontade de Deus em relação à vida do Corpo.
A maneira de receber, desfrutar e experimentar Cristo no livro de Romanos inclui três coisas: primeiro,
andar de acordo com o espírito, segundo, colocar a mente no espírito e, terceiro, renovar a mente. A
renovação de nossa mente significa que nossa alma seja transformada para que conheçamos a vontade
de Deus em relação à vida do Corpo (12:2-5). A mente é a parte principal da alma. Quando a parte
principal da alma for renovada, toda a alma será transformada. O propósito da transformação é que
conheçamos a vontade de Deus. A vontade de Deus revelada em Romanos 12:2 não é a Sua vontade
em relação às questões da nossa vida diária, mas é a Sua vontade quanto à vida do Corpo, a vida da
igreja.

O livro de Romanos, que é o evangelho de Deus (1:1), tem quatro seções. A primeira seção trata da
justificação (capítulos 1-4); a segunda seção lida com a plena compreensão e experiência de estar em
Cristo (capítulos 5-8); a terceira seção trata da eleição de Deus (capítulos 9-11); e a quarta seção
trata da vida do Corpo, que resulta nas igrejas locais (capítulos 12-16). Primeiro, precisamos
experimentar a justificação, objetiva e subjetivamente. Então, devemos ter plena compreensão e
experiência de estar em Cristo. Hoje não estamos mais em Adão; agora estamos em Cristo. Em vista
disso, precisamos experimentar a vida do Corpo e levar uma vida da igreja adequada na localidade.

Romanos 12 lida com a vida do corpo. O versículo 5 diz: "Assim, nós, sendo muitos, somos um só
corpo em Cristo e cada membro em particular, um do outro". Precisamos viver a vida do corpo. Para
viver tal vida, todos os membros devem permitir que a mente seja renovada. Essa renovação nos
tornará pessoas que conhecem a vontade de Deus em relação à vida do Corpo, à vida da igreja.

Desde 1939, a restauração do Senhor enfatizou a vida do Corpo. Em 1934, o irmão Nee ensinou
que Cristo é a centralidade e a universalidade de Deus. Naquela época, meus olhos se abriram e minha
vida cristã mudou radicalmente, mudando de doutrinas e conhecimento para uma pessoa viva, Cristo,
que é a centralidade e universalidade de Deus. Cinco anos depois, depois que o irmão Nee voltou da
Europa, ele convocou uma conferência e começou a dar mensagens sobre o conhecimento do Corpo
de Cristo. Essas mensagens produziram outra mudança em mim. Primeiro, cheguei a conhecer a Cristo
e depois conheci o Seu corpo. Conhecer a Cristo é apenas metade do que precisamos. Nós também
devemos conhecer o Corpo de Cristo. Cristo é a cabeça (Ef 1:22), e ele também é o corpo (1Co
12.12)

4. Participamos da comunhão de Cristo como nossa porção


O caminho para desfrutar de Cristo é participar da comunhão de Cristo como nossa porção (1:2b,
9). Em 1 Coríntios 1:2b nos diz: "aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os
que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso." O significado
da frase Senhor deles e nosso é que Cristo é a porção dos santos em Corinto e também dos santos que
"em qualquer lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo". Se eu disser que uma certa coisa
é minha, indico que é minha possessão. Da mesma forma, a frase Senhor deles e nosso indica que
Cristo é a porção que todos os santos possuem.

Em 1 Coríntios 1:9, lemos: "Deus é fiel, através de quem você foi chamado à comunhão de Seu Filho,
Jesus Cristo, nosso Senhor". Ter a comunhão de Cristo é participar de Cristo, isto é, desfrutar de
Cristo. Hoje temos participação em Cristo. Todos os dias nós desfrutamos como nossa porção.
Desfrutamos o Espírito todo-inclusivo como a totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho
pleno de Deus, participando da comunhão de Cristo como nossa porção.

5. Participamos em Cristo como poder e sabedoria de Deus para nós


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O caminho para desfrutar de Cristo é também participar em Cristo como poder e sabedoria para nós
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de Deus (1:24, 30). Para conseguir qualquer coisa, precisamos de poder e sabedoria. Poder é
habilidade e sabedoria é o caminho. De acordo com 1 Coríntios 1:30, Cristo é feito para nós sabedoria
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
de Deus, como justiça para o nosso passado, santificação para o presente e redenção para o nosso
futuro. Primeiro Cristo é o nosso poder, e então a nossa sabedoria, isto é, o nosso caminho. Que Ele
seja feito poder de Deus significa que existe agora uma transmissão que vem de Deus e vem até nós
(Ef 1:19-22). A eletricidade que flui da usina para um prédio é um exemplo de como o poder e a
sabedoria são transmitidos de Deus para nós.

Sem essa transmissão de poder e sabedoria de Deus, não temos poder ou sabedoria. A cada dia, o
poder e a sabedoria de Deus são transmitidos de Deus, o Doador, para nós, que o desfrutamos. De
manhã, talvez eu participe da transmissão, mas ao meio-dia é possível que eu esteja fora disso.
Precisamos aprender a permanecer nessa transmissão hora após hora, dia após dia, o tempo todo.
Poder e sabedoria são continuamente dados a nós por Deus. Não é algo que é feito de uma vez por
todas. Nosso desfrute nessa transmissão contínua é o caminho para desfrutarmos de Cristo.

6. Participamos de Cristo, que é o Cordeiro da Páscoa e o


pão sem fermento , para se tornar uma nova massa
Também desfrutamos de Cristo participando de Cristo, que é o Cordeiro da Páscoa e o pão sem
fermento, para nos tornarmos uma nova massa (1Co 5:7-8). O cordeiro pascal tinha como finalidade
a redenção e a alimentação inicial. Os israelitas pegavam o cordeiro, o matavam, derramavam seu
sangue e cortavam sua carne em pedaços. O sangue do cordeiro servia para a redenção dos israelitas,
e a carne do cordeiro era a sua comida. Depois da Páscoa, eles tiveram que sair do Egito imediata-
mente. Para deixar o Egito, eles precisavam de força, e a carne do cordeiro fornecia-lhes a força
necessária.

O cordeiro pascal foi comido com pão sem fermento (Ex 12:8). De acordo com sua constituição
intrínseca, os filhos de Israel estavam completamente levedados, isto é, haviam sido constituídos
pecadores (Rm 5:19a). Mas depois de comer o cordeiro pascal com pão sem fermento, eles foram
purificados e começaram a ter uma constituição sem fermento. Essa mudança em sua constituição
intrínseca foi afetada pela mudança em sua dieta.

Desde que fomos regenerados, começamos a ter uma nova constituição. Cristo, como o pão sem
fermento, tornou-se nosso alimento sem fermento para nos reconstituir, de modo que nos tornássemos
uma nova massa. Antes de sermos regenerados, éramos a massa velha, cheia de fermento. Mas agora
nós fomos feitos novos enquanto nos tornamos algo novo sem fermento. Esta nova massa é a igreja.

Em Levítico 23, dois pães assados com fermento foram apresentados ao Senhor no dia de Pentecostes
(vv. 15-17). Estes dois pães representam a igreja em duas seções, os judeus, representados pelos
judeus no dia de Pentecostes (At 2:1-4.) E dos gentios, representada pela casa de Cornélio (10:24
44). Os dois pães tinham fermento porque os crentes judeus e gentios ainda têm pecado. Ao comer
Cristo, pão sem fermento, nos tornamos pão sem fermento. Nós devemos comer o Cristo que é o
Cordeiro e o pão sem fermento. Como Cordeiro, Ele nos fortalece e sustenta. Como o pão sem
fermento, tira o fermento que temos em nossa constituição, tornando-nos uma nova massa.

7. Unir-se ao Senhor como um espírito


Também desfrutamos de Cristo unindo-nos ao Senhor como um só espírito (1Co 6:17). Em 1
Coríntios 6:17, temos um dos versos mais elevados da Bíblia inteira. Hoje nós, como seres humanos
caídos, podemos nos tornar um espírito com o Senhor. Talvez isso seja difícil de crer; no entanto, é
um fato. Porque Paulo escreveu essa palavra em sua epístola, temos de crer que somos um espírito
com o Senhor, que é o Espírito, processamento, composto, habitação que dá vida todo-inclusivo
consumado. Por ser um espírito com Ele, nós experimentamos Sua crucificação, Sua ressurreição e
Sua ascensão. Este é o caminho para desfrutar de Cristo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
8. Comemos a comida espiritual e bebemos a bebida espiritual
Nós também desfrutamos do Cristo todo-inclusivo comendo comida espiritual e bebendo bebida
espiritual (10.3-4). Alimento espiritual é tipificado pelo maná (Ex 16:4, 14-15, 35.), E bebida
espiritual é tipificado pela água que fluiu da rocha fendida (17:6; Nm 20:10-11). Hoje temos Cristo
como nosso maná, e temos como nossa bebida o Espírito Santo que vem do Cristo crucificado. Comer
e beber assim é desfrutar do Cristo todo-inclusivo.

9. Bebemos do Espírito
Outra maneira de receber, desfrutar e experimentar o Cristo todo-inclusivo é beber do Espírito. Em
1 Coríntios 12:13 nos é dito: "Porque em um só Espírito fomos todos batizados em um só corpo,
judeus ou gregos, sejam eles escravos ou livres; e todos nós fomos dados beber do mesmo Espírito ".
Este verso diz que somos um só corpo porque fomos todos batizados em um só Espírito. O Espírito
foi o primeiro meio pelo qual fomos batizados em um só corpo. Agora que fomos batizados no Corpo
através de um só Espírito, devemos beber continuamente do mesmo Espírito. Cristo nos deu a beber
do mesmo Espírito, em quem todos nós fomos batizados. O Espírito em quem fomos batizados e de
quem agora bebemos tem dois aspectos, o exterior e o interior. O Espírito no aspecto exterior é o
Espírito econômico, e o Espírito no aspecto interior é o Espírito essencial. Somos batizados no Espírito
econômico e bebemos do Espírito essencial. Então, o batismo sobre nós é o econômico e o beber do
Espírito é o essencial.

10. Participamos em Cristo, que é o Espírito que dá vida


Também desfrutamos da totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus,
participando de Cristo, que é o Espírito que dá vida (1Co 15:45). O Cristo encarnado, crucificado e
ressuscitado tornou-se o Espírito que dá vida. Todos os dias devemos participar Nele como Seu Espírito
que dá vida.

11. Temos a unção, o selo e o fervor do Espírito


Também desfrutamos do Cristo todo-inclusivo através da unção, do selo e do penhor do Espírito (2Co
1:21-22). A unção é horizontal, mas o selar é vertical. A unção do Espírito nos satura
horizontalmente, e o selo do Espírito nos satura atingindo verticalmente a parte mais profunda do
nosso ser. O penhor do Espírito é o antedesfrute, um sinal do Espírito. A unção, o selo e o penhor
revelam três aspectos que o Espírito tem hoje. O Espírito está sobre nós como o Espírito da unção; Ele
está em nós como o Espírito que sela; e Ele está conosco como o Espírito que se dá como penhor. O
Espírito que unge nos satura, o Espírito que sela nos satura, e o Espírito que é dado como penhor é a
garantia, a antecipação, a amostra, dados a nós para nosso desfrute. Através desta ação de unção, o
selar e o penhor, nós desfrutamos Cristo todo-inclusivo.

12. O Espírito que dá vida como tinta que escreve em nosso ministério
O caminho para desfrutar de Cristo é também ter o Espírito que dá vida como uma tinta que escreve
em nosso ministério (3:6b, 3). Em 2 Coríntios 3:3 nos é dito: "Está sendo manifesto que você é uma
carta de Cristo escrita por nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus
vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de coração de carne. " Este verso refere-se não somente
aos crentes que recebem o ministério dos apóstolos, mas também àqueles que ministram a palavra de
Deus a outros. É necessário que Cristo escreva tanto nos crentes como nos ministros com o Espírito
que dá vida como tinta. Hoje o Espírito que dá vida está escrevendo em nós. Quanto mais Cristo
escreve em nós com a tinta do Espírito, mais desfrutamos da totalidade da bênção abrangente, a
benção do evangelho.
Eu posso certamente dar testemunho de que quanto mais eu falo, mais Cristo escreve em mim.
Atualmente algo está sendo escrito em mim. Quando comecei a escrever os esboços dessas mensagens
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sobre como desfrutar de Cristo, muito foi escrito em mim. Quanto mais eu escrevia, mais foi escrito
em mim. Assim, nos tornamos ministros da palavra. O ministério vem da escrita que Cristo faz em
Página

nós com o Espírito como tinta. Este Espírito que escreve é o Espírito que dá vida.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
13. Olhamos para a glória do Senhor para sermos transformados de glória em glória
à Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor com o elemento do Senhor.
Também desfrutamos do Cristo todo-inclusivo, olhando a glória do Senhor para ser transformado de
glória em glória à Sua imagem, assim como pelo Espírito do Senhor com o elemento do Senhor (v.
18). Atualmente, todos nós precisamos ter um rosto descoberto, um rosto sem véu. Com um rosto
aberto, podemos olhar para a glória do Senhor. Quanto mais olhamos para a glória do Senhor, mais
somos transformados pelo Espírito do Senhor. A frase do Senhor Espírito indica uma transmissão.
Quando olhamos para o Senhor, acontece uma transmissão. Essa transmissão vem do Senhor Espírito
e tem o elemento do Senhor. A transformação requer a adição de outro elemento; sem esse
acréscimo, a transformação não é possível. Através da transmissão que vem do Senhor Espírito, em
quem é o elemento do Senhor, somos transformados de glória em glória.
Todos nós estamos ocupados pela manhã, mas devemos fazer todo o possível para separar dez
ou quinze minutos todos os dias para olhar para o Senhor. Fazer isso não é uma perda de tempo. Se
possível, devemos reduzir o tempo de sono. Se costumamos acordar às seis horas, podemos ganhar
quinze minutos levantando quinze minutos antes. Se dedicarmos mais dez minutos do tempo dedicado
ao nosso negócio, poderemos ter um total de vinte e cinco minutos para olhar para o Senhor todos
os dias. Olhando para Ele, recebemos um elemento do Senhor que nos transformará na imagem
gloriosa de Cristo, de glória em glória. Este é o caminho para desfrutar de Cristo.

14. Somos renovados em nosso homem interior de dia em dia


Outra maneira de desfrutar do Cristo todo-inclusivo é ser renovado em nosso homem interior, dia a
dia (2Co 4:16). Hoje enfatizamos a questão de sermos reavivados a cada manhã e de sermos
vencedores todos os dias. No entanto, Paulo também nos diz que devemos ser renovados "dia a
dia". Não devemos apenas vencer, mas também devemos ser renovados. Todos os dias nosso homem
exterior se desgasta, ele é consumido e nosso homem interior é renovado. Essa renovação do homem
interior vem do Espírito, que está em nosso espírito. Esta é também uma maneira de desfrutar de
Cristo.

15. Somos renovados como uma nova criação em Cristo


Outra maneira de desfrutar de Cristo é ser renovado como uma nova criação em Cristo (5:17).
Anteriormente, éramos a velha criação em Adão. Porque fomos trazidos de Adão para Cristo, somos
agora uma nova criação em Cristo. Esta transferência não é apenas externa, mas também interna. Essa
transferência interna é equivalente a renovação. Somos renovados da velha criação para ser a nova
criação. O Novo Testamento usa a palavra renovar muitas vezes (Rm 12:2; Ef 4:23; Cl 3:10; Tt
3:5). Se quisermos experimentar a renovação da mente, da renovação do espírito da nossa mente, a
renovação do novo homem e da renovação do Espírito Santo, temos que ser renovados em nosso
homem interior de dia em dia. Todos esses aspectos da renovação destinam-se a desfrutar de Cristo,
o Espírito.

16. Temos a comunhão do Espírito no desfrute da Trindade Divina


Podemos desfrutar de Cristo em Sua qualidade de Espírito também através da comunhão do Espírito
no desfrute da Trindade Divina. Em 2 Coríntios 13:14 nos é dito: "A graça do Senhor Jesus Cristo,
o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês". A graça de Cristo, o
amor de Deus e a comunhão do Espírito são para nosso desfrute. O amor de Deus é corporificado na
graça de Cristo, e a graça de Cristo é transmitida através da comunhão do Espírito. Atualmente,
estando na comunhão do Espírito, participamos da graça de Cristo e desfrutamos do amor de
Deus. Este desfrute da Trindade Divina está totalmente na comunhão do Espírito, que está em nosso
espírito. Portanto, devemos aprender a lição para permanecer em nosso espírito ou nos voltar ao nosso
espírito. Temos que aprender a não sair do nosso espírito. Se estamos longe do espírito, devemos fazer
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o melhor para nos voltar ao espírito. Em nosso espírito, encontramos o Espírito de comunhão. Por
meio da comunhão deste Espírito, participamos do desfrute do Deus Triúno em todos os aspectos. Esse
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desfrute é a totalidade da bênção abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 18
A TOTALIDADE DA BENÇÃO ABRANGENTE, A BÊNÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS EM CRISTO, COM VISTAS O DISPENSAR DIVINO SEGUNDO A ECONOMIA DIVINA
(9)
Leitura bíblica: Ef 3:2, 8, 16-19; Fl 1:19b-21a; 4:13; Cl 1:12; 2:6; 3:4; Ap 2:6-7,
17a; 21:6b; 22:1-2, 14, 17
II. A MANEIRA DE RECEBER EXPERIMENTAR E DESFRUTAR O CRISTO TODO-INCLUSIVO
EM SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO TODO-INCLUSIVO QUE DÁ VIDA, QUE É A
TOTALIDADE DA BENÇÃO QUE TUDO INCLUI, A BENÇÃO DO EVANGELHO PLENO DE
DEUS
C. O caminho apresentado nos outros livros do Novo Testamento
Nesta mensagem teremos comunhão sobre como receber, experimentar e desfrutar o Cristo todo-
inclusivo na sua qualidade de Espírito que dá a vida todo-inclusivo, que é a totalidade de bênção
abrangente, a bênção do evangelho pleno de Deus, como revelado nos livros de Efésios ao Apocalipse.

17. Recebemos o dispensar das riquezas de Cristo através do mordomado dos ministros
A maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo em Sua qualidade de provisão abrangente
de vida é receber o dispensar das riquezas de Cristo através da mordomado dos ministros (Ef 3:2, 8).
Efésios é um livro cujo tema é a igreja como um complemento de Cristo, que recebe, experimenta e
desfruta do rico suprimento de Cristo através da mordomado dos apóstolos. A
palavra mordomado em grego é oikonomia. Em Efésios 3:9 esta palavra é traduzida como "economia"
com respeito à pregação das riquezas insondáveis de Cristo. Tal pregação das riquezas de Cristo é uma
transmissão de acordo com a economia de Deus. No versículo 2, a mesma palavra é traduzida como
"mordomado" e refere-se à mordomado dos apóstolos como ministros. Deus tem o plano de dispensar
a si mesmo, em Sua trindade divina, ao homem, e esta dispensação é realizada pelo mordomado dos
apóstolos como ministros.
Para entender a Bíblia, precisamos do mordomado dos ministros. Paulo não nos ensinou a ler
a Bíblia sem interpretação. Com efeito, o livro de Hebreus é sua exposição do Levítico. Sem hebreus,
ninguém pode entender Levítico. Da mesma forma, precisamos da exposição do Novo Testamento.
Não é fácil entender a pura palavra do Novo Testamento. Em Hebreus, Paulo falou da palavra da
justiça, que é comida sólida, e da boa palavra de Deus, que é leite (5:12-14; 6:5). Sem exposição
adequada, não podemos entender que tipo de palavras são essas. A compreensão que temos da Palavra
hoje é baseada no mordomado dos ministros, começando com os pais da igreja no segundo século e
culminando no século XX com o irmão Watchman Nee. Esses ministros incluem Martinho Lutero, os
místicos, como Madame de Guyon, Francisco de Fenelon e o irmão Lawrence, e também os crentes
da vida interior, como William Law, Andrew Murray e os oradores das conferências de Keswick; eles
também incluem G.H. Pember, D.M. Panton e Robert Govett, bem como A.B. Simpson, McDonough
e Ruth Paxson. Todos estes eram ministros da Palavra, de quem recebemos muita ajuda.
Como ministros que falam a Palavra de Deus, todos nós precisamos aprender a tornar nosso
mordomado num ministério de dispensar. Em nosso ministério, o que dispensamos deve ser Cristo, o
Espírito, a vida e a igreja. Paulo fez isso com muita frequência em seu ministério de ensino. Ele falou
sobre Cristo e sobre a igreja como o Corpo de Cristo, Seu complemento.

18. Somos fortalecidos pelo Espírito para que Cristo faça Sua morada
em nossos corações para que possamos ser cheios até a plenitude de Deus.
O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também ser fortalecido pelo Espírito,
para que Cristo faça Sua morada em nossos corações, para que possamos ser cheios até a plenitude de
toda a plenitude de Deus (Ef 3:16-19). O Espírito que habita em nós está sempre presente para nos
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fortalecer, a fim de que Cristo faça Sua morada em nossos corações, para que possamos ser cheios até
a plenitude de toda a plenitude de Deus. Muitos cristãos não sabem que Cristo quer fazer Sua morada
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em nossos corações, mas estou confiante de que a maioria dos santos na restauração do Senhor sabe

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
algo sobre esse assunto. Portanto, devemos aproveitar a oportunidade para conversar com outras
pessoas sobre essa verdade.

19. Nos apegamos à Cabeça para crescer em tudo Nele para a edificação de Seu Corpo.
Também recebemos, experimentamos e desfrutamos de Cristo, apegando-nos à Cabeça, a fim de
crescer em tudo Nele para a edificação do Seu Corpo (4:15-16). Para entender qualquer parte da
Bíblia, devemos prestar atenção ao contexto. O significado de apegar a Cabeça em Efésios 4:15 é
encontrado nos versículos 13 a 16. Precisamos ler esses versículos repetidas vezes. Algo que é
mencionado nestes versos são os ventos do ensino (v. 14). Enquanto estamos na restauração crescendo
em Cristo, muitas vezes os ventos do ensino vêm. Várias vezes nos últimos anos vieram tais ventos, e
alguns santos fracos foram levados por eles, isto é, eles deixaram a Cabeça. Unir-nos a Cabeça é
apreender a Cristo como nossa centralidade, nossa universalidade e nosso tudo, e não escutar
ensinamentos heréticos que nos distraem.

20. Somos renovados no espírito da mente para revistir-nos do novo homem


O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também ser renovado no espírito da
mente para nos revestir do novo homem (Ef 4:23-24). Como uma faculdade do nosso ser, nossa
mente pode estar vazia ou cheia do espírito. Se tivermos um espírito forte, ele invadirá e ocupará
nossa mente, tornando nossa mente plena de nosso espírito. Nossa mente deve estar sob o controle
de nosso espírito, e nosso espírito deve estar em nossa mente. O espírito que está em nossa mente nos
renova. Esta é uma das maneiras de experimentar Cristo como revelado em Efésios.
Ser renovado no espírito da mente é para nós revestirmos do novo homem. Estamos no
processo de nos despojarmos do velho homem como nossa velha "vestimenta" e nos colocarmos na
nova vida da igreja. Hoje muitos cristãos estão "nus" porque não têm a vida da igreja. Para muitos
santos, passar muito tempo no telefone é algo do vestido velho. Devemos despir a velha vestimenta,
isto é, os velhos hábitos diários, e nos esforçar todos os dias para vestir mais o novo homem. Ao
sermos renovados assim, desfrutamos de Cristo.

21. Para ser nutrido e cuidados com ternura como membros do Corpo de Cristo, a cabeça

Ser nutrido e cuidado carinhosamente como membros do Corpo de Cristo por Cristo, a Cabeça (5:29)
é outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo. Ser nutrido é ser alimentado, enquanto
ser cuidado com ternura é ser animado ou encorajado. Receber esse cuidado carinhoso inclui receber
um carinho caloroso. Como ministros que servem ao Senhor, todos nós precisamos aprender a fazer
as pessoas felizes. As pessoas que visitamos precisam de cuidados tão delicados. Se visitarmos alguém
e tivermos um rosto muito sério, isso pode fazer com que ele se sinta ameaçado. Quando visitamos
pessoas, nossos rostos e especialmente nossos olhos devem ser agradáveis. Visitar os outros dessa
maneira é cuidar deles com ternura. As mães sabem como cuidar e nutrir carinhosamente de seus
filhos. Se uma mãe castiga uma criança desobediente que não quer comer, a criança se tornará mais
desobediente. No entanto, se a mãe o pegar e abraçar, a criança ficará cheia de afeto. Então ele se
comportará bem e receberá a comida de sua mãe de uma forma agradável. Os presbíteros devem
aprender a cuidar dos santos com ternura. Um olhar severo pode frustrar o ministério dos presbíteros
para os santos.
Muitas vezes Cristo não apenas nos nutre, mas também cuida de nós com ternura. Por anos o
Senhor cuidou de mim muitas vezes. Ele não veio me repreender, me condenar ou me censurar; em
vez disso, ele me disse: "Eu te amo". Isso me moveu e me fez confessar e lamentar meus erros, às
vezes com lágrimas. Uma única experiência deste terno cuidado nos edifica mais do que ouvir dez
mensagens. Ao receber a comida e terna atenção de Cristo, nossa Cabeça, nós O desfrutamos.

22. Somos fortalecidos no Senhor para vestir toda a armadura de Deus


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O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também ser fortalecido no Senhor para
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revestir-se de toda a armadura de Deus (6:10-11). Ser fortalecido no Senhor é nos armar para

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
lutar. Em Efésios 5 a igreja como noiva de Cristo é uma mulher; como tal, não deve ser ousada
demais. Mas em Efésios 6 a igreja é uma guerreira corporativa que luta por Deus; como tal, a igreja
deve ser ousada. Não devemos ser tímidos ou medrosos; nós devemos ser ousados. A graça de Deus
nos coloca como Seus majestosos cavalos em batalha (Zc 10:3). Somos guerreiros, não lutar contra
as igrejas e contra os nossos irmãos, mas contra o único inimigo, Satanás, que é o príncipe da
autoridade do ar (Ef 2:2). Diante dele, devemos ser corajosos sem ter piedade. Se lutarmos por Cristo,
iremos desfrutá-Lo.

23. Apreciamos a oferta abundante do Espírito de Jesus Cristo para magnificar Cristo vivo
Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é desfrutar do suprimento abundante
do Espírito de Jesus Cristo para magnificar Cristo vivendo-O (Fl 1:19b-21a). Atualmente, o Espírito
não é mais simplesmente o Espírito de Deus; Ele também é o Espírito de Jesus Cristo. Ele é o Espírito
de Jesus (At 16:7), que viveu uma vida pobre, humilde e aflita na terra e cresceu como uma planta
tenra, como uma raiz de terra seca (Is 53:2). O Espírito é o Espírito de tal pessoa. É também o
Espírito de Cristo em Sua glória, ressurreição e ascensão (Rm 8:9). Hoje, Jesus Cristo é o Espírito
(1Co 15:45; 2Co 3:17), e esse Espírito é chamado de Espírito de Jesus Cristo. O Espírito de Jesus
Cristo é o suprimento abundante. A palavra grega traduzida como "abundante dispensação" refere-se
ao suprimento de tudo o que o coro precisava do corego, o diretor do coro. Esse suprimento
abundante do Espírito todo-inclusivo de Jesus Cristo destina-se a magnificar Jesus Cristo vivendo-
O. Nós vivemos para que Ele seja magnificado. Primeiro nós vivemos Cristo; então nós o
magnificamos. Paulo engrandeceu a Cristo dessa maneira. Estando na prisão romana, ele não desonrou
a Cristo, mas magnificou-O, vivendo-O todos os dias.

24. Nós seguimos Cristo para obter Aquele que é o Cristo excelente
Seguir a Cristo para obter Aquele que é o Cristo excelente (Fp 3:8-14) é outra maneira de receber,
experimentar e desfrutar de Cristo. Cristo não é apenas o Cristo todo-inclusivo, mas também o Cristo
excelente. Às vezes nossa maneira de viver e se comportar é bom, mas não é excelente. Devemos ser
excelentes em desfrutar do Cristo excelente. O caminho para obter o Cristo excelente e viver é
prosseguir, é seguir após Ele. Paulo disse que ele prosseguiu em ir após Cristo (v. 12). A palavra grega
traduzida como "prosseguir" é a mesma que "perseguir". Quando Paulo era Saulo, ele perseguiu
Cristo; mas depois de ser salvo, Paulo continuou seguindo após Cristo.
Precisamos "perseguir" Cristo, forçando-o a fazer alguma coisa e não deixar ir. Jacó lutou com
Deus (Gn 32:24-30). Ele forçou Deus a abençoá-lo, então, Deus fez isso e Jacó se tornou Israel, o
príncipe de Deus. É verdade que devemos ser sempre submissos e confiar que tudo está sob a soberania
de Deus e que todas as coisas cooperam para o nosso bem. Nesse sentido, não precisamos forçar Deus
a fazer nada por nós. No entanto, toda verdade tem mais de um lado. Um exemplo disso é encontrado
nos quatro evangelhos. As quatro biografias de Cristo apresentam Cristo em quatro aspectos
diferentes: como Rei (Mateus), como Escravo (Marcos), como homem (Lucas) e como Deus (João).
Por um lado, precisamos aprender a nos submeter, isto é, a sofrer tudo o que nos acontece com a
adoração ao soberano Senhor. Por outro lado, devemos exercitar nosso espírito para comandar o
Senhor. Podemos dizer: "Senhor, somos muito estéreis. Nós o comandamos que nos dê frutos. ” Esta
é uma das muitas maneiras de experimentar e desfrutar de Cristo.

25. Estamos revestidos de poder em Cristo para poder fazer todas as coisas
O caminho para receber, experimentar e desfrutar de Cristo é também estar revestido de poder em
Cristo para poder fazer todas as coisas. Em Filipenses 4:12-13, Paulo disse: "Eu sei ser humilhado e
sei como ter abundância; em todas as coisas e em tudo aprendi o segredo, tanto para ser saciado
quanto para ter fome, para ter abundância a ponto de sofrer necessidade. Eu posso fazer tudo naquele
que me fortalece ”. A palavra tudo no verso 13, refere-se aos seis assuntos mencionados no versículo
8: tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honrado, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
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que é amável, tudo que é de bom nome. Paulo foi capaz de expressar as altas virtudes da vida humana
não apenas por Aquele que o revestiu de poder, mas sim Naquele que o revestiu de poder. Fazer tudo
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em Cristo é desfrutar Cristo e experimentar a comunhão de Cristo em nós.


A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
26. Participamos do Cristo que é a porção que Deus designou aos santos
Participar do Cristo que é a porção que Deus designou aos santos (Cl 1:12) é uma maneira rica de
receber, experimentar e desfrutar de Cristo. Colossenses nos diz que Cristo é a porção que Deus nos
designou. Quando os israelitas entraram na boa terra, cada família recebeu uma porção da terra. Todos
nós, os israelitas do Novo Testamento, recebemos o Cristo todo-inclusivo como uma porção designada
por Deus. Esta porção é a imagem de Deus, o Primogênito de toda a criação, Aquele em quem, através
de quem e para quem todas as coisas foram criadas, e Aquele em quem todas as coisas são mantidas
juntas (v. 15-17). Ele também é a Cabeça do Corpo, o princípio, o Primogênito dos mortos e Aquele
em quem Ele fez habitar toda a plenitude (vv. 18-19). Esta pessoa é a nossa parte.

27. Recebemos Cristo e andamos Nele como aqueles que vivem na boa terra dada por Deus
Receber Cristo e andar Nele como aqueles que vivem na boa terra dada por Deus (2:6) também deve
ser considerado uma maneira de experimentar e desfrutar de Cristo. Primeiro, recebemos Cristo como
nossa porção da boa terra, e então andamos Nele. Vivemos, nos movemos, agimos e estamos Nele
enquanto vivemos na boa terra dada por Deus. Os filhos de Israel desfrutaram da boa terra cultivando,
semeando, regando e colhendo a terra. Este é um tipo de maneira de desfrutar de Cristo.

28. Participamos do Cristo que é o corpo das sombras de todas as nossas necessidades
Participar também do Cristo que é o corpo das sombras de todas as nossas necessidades (v. 16-17) é
uma maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo. Nossas necessidades incluem comer,
beber, descansar semanalmente, ter um novo começo a cada mês e festas anuais. Os judeus tinham o
desfrute diário de comer e beber, o desfrute semanal (sábado) para conclusão e descansar, o desfrute
mensal (lua nova) com um novo começo, e desfrute anual com as férias anuais. Hoje, Cristo é nosso
suprimento diário, nosso descanso semanal, nosso novo início mensal e nossa satisfação anual. Cristo
é todo tipo de desfrute para nós. Os desfrutes da religião judaica são simplesmente sombras, mas
Cristo é o corpo de todas as sombras.

29. Tomamos Cristo como nossa vida e vivemos por Ele para sermos glorificados
em Sua manifestação
Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é tomar Cristo como nossa vida e viver
para que Ele seja glorificado em Sua manifestação (3:4). Hoje temos Cristo em nós e no futuro
seremos manifestados com Cristo em Sua glorificação. Nós recebemos como nossa vida e vivemos por
Ele. Enquanto vivemos por Ele como nossa vida, esta vida satura nosso ser. Essa saturação continuará
até que nosso corpo seja redimido e glorificado. Essa será nossa manifestação com Cristo em glória.
Todos os dias, especialmente todas as manhãs, precisamos orar, dizendo: "Senhor, hoje é outro dia
para recebê-lo como minha vida e viver para Ti". Essa é uma das maneiras de desfrutar e experimentar
Cristo.

30. Estamos sempre alegres, oramos sem cessar, agradecemos em tudo, não extinguimos o Espírito
e não desprezamos as profecias.
Outra maneira prática para receber, experienciar e desfrutar de Cristo é estar alegre sempre, orar sem
cessar, dar graças em todas as circunstâncias, não extinguir o Espírito e não desprezar profecias, para
ser santificado completamente saturado com o elemento da natureza santa Deus em nosso espírito,
alma e corpo (1Ts 5:16-20, 23).
Este modo prático de desfrutar de Cristo inclui a questão de não desprezar as profecias. Todas
as manhãs do dia do Senhor praticamos profetizar. Talvez algumas das profecias não pareçam muito
elevadas. No entanto, devemos ter cuidado para não subestimá-las. Se os desprezamos, perderemos o
desfrute do dispensar de Cristo. Não devemos menosprezar qualquer profecia. Em 1 Tessalonicenses
5:20 a profecia não se refere primariamente ao ato de predizer, mas ao falar do Senhor. É bom que
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os novos crentes falem uma palavra do Senhor, mesmo que o falar deles seja incompleto ou muito
breve. É muito bom que você simplesmente diga: "Eu amo o Senhor porque Ele é bom". Se
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desprezarmos uma profecia como essa, ofenderemos o Senhor. Essa fala curta vem da inspiração do

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Espírito. Antes de ser salvo, os novos crentes nunca disseram isso, mas agora eles podem falar assim
com alegria. Também devemos estimar essas palavras e não subestimá-las.
A prática de estar sempre alegres, orar sem cessar, dar graças em todas as circunstâncias, não
extinguir o Espírito e não desprezar profecias, resulta que são completamente santificados e saturadas
com o elemento da natureza santa de Deus em nosso espírito, alma e corpo. Se você despreza as
profecias de novos crentes e criticar as reuniões de profetizar, nós não atingiremos a meta de
santificação e até mesmo perder o ensinamento que nos constitui com a natureza santa de Deus. No
entanto, se dissermos: "Louvado seja o Senhor! Tantas pessoas estão falando do Senhor!",
Receberemos Cristo como nosso suprimento.

31. Invocamos o Senhor com um coração puro para seguir Suas virtudes
Invocar o Senhor com um coração puro para seguir Suas virtudes (2Tm 2:22b) é outra maneira de
receber, experimentar e desfrutar de Cristo. Precisamos invocar com um coração puro, dizendo
continuamente: "Oh, Senhor Jesus!". Isto é para o propósito de seguir a justiça, fé, amor, paz e todas
as virtudes de Cristo.

32. A renovação do Espírito, que Deus derrama sobre nós abundantemente


Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é que o Espírito, que Deus derrama
sobre nós abundantemente, nos renova (Tt 3:5-6). Deus não derrama o Seu Espírito de uma vez por
todas; ele faz isso continuamente. Todos os dias e todas as horas, Deus continua a derramar o Seu
Espírito. Este Espírito derramado nos renova. Precisamos ter contato com o Senhor para continuar
recebendo o derramamento do Espírito, que nos renova em todos os momentos, dia após dia, para
nosso desfrute de Cristo.

33. Comemos a palavra da justiça como alimento sólido


Comer a palavra da justiça como alimento sólido (Hb 5:13-14) é uma maneira muito forte de receber,
experimentar e desfrutar de Cristo. A palavra de justiça é comida sólida. O livro de Hebreus é dividido
em cinco seções e cada seção termina com uma advertência sobre o reino vindouro (2:1-4; 3:7-4:
13; 5:11-6:20; 10:19-39; 12:1-29). Se não dermos atenção aos avisos, seremos punidos e
perderemos o reino durante o milênio. No cristianismo de hoje, há muitos que não apenas não
entendem essa palavra, mas também se opõem a ela. Alguns dizem que desde que a redenção realizada
pelo sangue de Jesus é perfeita e completa, e desde que fomos lavados por Ele, não podemos ser
punidos quando Cristo retornar. Eles dizem que se Cristo pode punir Seus redimidos, então Sua
redenção não é completa. É verdade que a redenção de Cristo é completa, mas Hebreus nos diz que
Deus disciplina aqueles que Ele recebe (12:6). A disciplina de Deus não contradiz a redenção de
Cristo. Além disso, não há nenhuma palavra no Novo Testamento que Deus disciplinasse Seu povo
somente nesta era e não na próxima. Em quase todos os livros do Novo Testamento, somos advertidos
sobre a possibilidade de sermos disciplinados por Deus na era vindoura. Nós devemos viver uma vida
de justiça superior. Se o fizermos, entraremos no reino dos céus e desfrutaremos dele como
recompensa (Mt 5:20). Caso contrário, de acordo com a palavra do Senhor nos Evangelhos, como
disciplina, seremos lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes (25:30).
Muitos cristãos perderão a recompensa do reino, mas ainda assim desfrutarão da redenção
eterna. A palavra sobre o reino não é "a boa palavra de Deus" (Hb 6:5); é a palavra da justiça. A boa
palavra de Deus é como leite. É fácil de receber, mas não nos sustenta muito tempo. Paulo disse aos
hebreus que eles tinham gostado do dom celestial, que haviam se tornado participantes do Espírito
Santo e tinham provado a boa palavra de Deus e os poderes da era vindoura (vv. 4-5). No entanto,
ele também disse a eles que ele tinha coisas mais profundas para lhes dizer que eles não podiam
entender (5:10-12). Em contraste, a palavra de justiça é comida sólida. É difícil de aceitar, mas é
sólido e nos sustenta por muito tempo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
34. Tomamos o leite da palavra como filhos recém-nascidos, a fim de crescer para a salvação
Outra maneira de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é tomar o leite da palavra como filhos
recém-nascidos, a fim de crescer para a salvação (1Pe 2:2). Enquanto ainda somos crianças, é
apropriado experimentar Cristo assim. No entanto, depois de um certo período de tempo, não
devemos mais ser filhos. Precisamos nos mudar de 1 Pedro 2:2 para Hebreus 5:13-14 para comer a
palavra de justiça.

35. Permanecemos no Senhor segundo o ensinamento da divina unção


Outra maneira maravilhosa de receber, experimentar e desfrutar de Cristo é permanecer no Senhor
de acordo com o ensinamento da divina unção (1Jo 2:27). Dentro de nós há um ensinamento que
não vem do falar do homem, mas da unção interior. O Espírito que habita em nós hoje está se
movendo, agindo, trabalhando e operando em nós como uma unção. A unção é a operação do
Espírito. Em Filipenses 2:13, Paulo disse que Deus realiza em nós o querer e o fazer, por Seu bom
prazer. Essa operação em nosso interior é uma unção, e essa unção é um dispensar. Enquanto
penteamos o cabelo, talvez esse movimento interior nos mostre como devemos fazê-lo. Este é o ensino
interior que não vem de uma palavra falada, mas da operação da unção. Para desfrutar de Cristo
devemos permanecer Nele conforme o ensinamento da unção.

36. Superamos as coisas que o Senhor abomina ao ouvir o Espírito falando e desfrutando de Cristo
em Sua capacidade como a árvore da vida e o maná escondido.
Outra forma de receber, experiência e desfrutar Cristo é vencer as coisas que o Senhor odeia ouvir o
falar do Espírito e desfrutar Cristo em Sua qualidade da árvore da vida e do maná escondido (Ap 2-
3.); é assim que ganha. Em Apocalipse 2:6 o Senhor disse: "Mas tens isto, que aborreces as obras dos
nicolaítas, as quais eu também odeio". O Senhor detesta o sistema do clero e leigos, no qual há apenas
um orador, que anula as funções dos outros membros do Corpo de Cristo. Entre as coisas que o
Senhor abomina são também as religiões judaica e cristã. Tanto o judaísmo quanto o cristianismo
organizado são abomináveis aos olhos de Cristo, e devemos vence-los ouvindo o Espírito falar e
desfrutando de Cristo em Sua capacidade como a árvore da vida e o maná escondido.
É difícil para os membros de uma denominação saírem de lá. Todos os seus esforços são
necessários para superar isso. Mesmo depois de deixar as denominações, ainda é difícil vencer as coisas
da denominação. Pode ser que entre nós existam alguns que ainda querem que continuemos com
apenas um orador nas reuniões do Dia do Senhor no período da manhã. Você pode preferir isso a
uma reunião em que muitos profetizam. Este desejo é a inclinação para retornar a um aspecto do
cristianismo organizado hoje. Se nossos olhos se abrirem, veremos que isso é abominável e
detestável. Tal coisa rejeita a Cabeça, mata o Corpo e anula a função de todos os membros. Isto não
é uma coisa insignificante.
Precisamos superar todos os aspectos dos diferentes "ismos". Se o fizermos, poderemos comer
Cristo como uma árvore da vida e um maná escondido. Cristo como a árvore da vida e o maná
escondido é a melhor parte que os eleitos de Deus podem comer. No entanto, muitos dos eleitos de
Deus não são vencedores. O pequeno remanescente que vencer desfrutará desta porção especial dada
por Deus.

37. Bebemos do Espírito, o fluir da água viva, e nós comemos Cristo,


a árvore da vida que nos abastece
A maneira de receber, experiência e desfrutar Cristo, uma forma que sempre sustenta e satisfaz, é
beber o Espírito, o fluir da água viva, e comer Cristo, a árvore da vida que nos supre (Ap 21:6b;
22:1-2, 14, 17). No final da Bíblia, há um rio que flui do Deus Triúno e, neste rio, a árvore da vida
cresce. O rio representa o Espírito de Deus e a árvore da vida representa Cristo que cresce ao longo
do fluir do Espírito. Estas são duas questões no suprimento de Deus. O rio destina-se a satisfazer-nos
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e saciar a nossa sede, e a árvore da vida destina-se a preencher e fortalecer-nos constantemente. O rio
da vida é a bebida e a árvore da vida é a comida. Este é o nosso desfrute eterno.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 19
NAS PROMESSAS E TIPOS DA REDENÇÃO E SALVAÇÃO
QUE DEUS MOSTROU COMO PREFIGURAÇÃO (2)
Leitura Bíblica: Ex 12:1-10; 1Co 5:7b; Mt 15:32; Ex 12:11; 14:22; 15:13, 22; Hb12:1b;
2Tm 4:7b; 1Co 5:7a, 8; Ex 13:6-7; 16:13b-15; Nm 11:7-9; 1Co 10:3; Jo 6:35, 50,
57b; Ex 17:5-6; 1Co 10:4; Jo 7:37-39; 1Co 2:12
Nós cobrimos as três promessas sobre a semente da mulher (Gn 3:15; Is 7:14), as sementes de
Abraão (Gn 17:8; Gl 3:16; Mt 1:1-2a) e a geração de Davi (2Sm 7:12-14a; Mt 1:1, 6; 22:42-45;
Rm 1:3; Ap 22:16) em mensagens anteriores, sobre promessas da redenção e salvação que Deus
mostrou como prefiguração. Nesta mensagem, vamos considerar mais tipos de redenção e salvação
que Deus mostrou como prefiguração. Nestes tipos, a transmissão de Cristo como a corporificação do
Deus Triúno é claramente revelada.

A PÁSCOA É UM QUADRO COMPLETO DA SALVAÇÃO PLENA DE DEUS


A salvação realizada por Deus é baseada em sua redenção. Sem redenção, a salvação de Deus não teria
fundamento. Contudo, a salvação não é tão simples; inclui muito mais elementos do que redenção. O
quanto nós agradecemos ao Senhor por nos ter dado na Páscoa um quadro completo da salvação plena
de Deus. Antes da Páscoa, Adão e Eva, a primeira geração da humanidade, desfrutou da salvação de
Deus em um grau limitado. Esta geração foi a primeira a desfrutar da salvação de Deus. Então, Abel
desfrutou da salvação de Deus mais do que seu pai e mãe. Então, muitas gerações passaram, incluindo
Abraão, Isaque e Jacó, mas ninguém experimentou a plena salvação de Deus até a Páscoa. Não foi até
a época do êxodo que Deus ordenou a Páscoa.

DEZ ASPECTOS DA SALVAÇÃO PLENA DE DEUS,


EXPERIMENTADOS PELOS FILHOS DE ISRAEL
A plena salvação de Deus, tipificado pela experiência dos filhos de Israel, inclui dez aspectos: o sangue
do cordeiro, a carne do cordeiro, pão sem fermento, ervas amargas, o braço do Senhor, o Anjo do
Senhor, a nuvem, o maná, água e cura realizada pelo Médico.
A Páscoa claramente tipifica o aspecto redentor da salvação provida por Deus. Na Páscoa, o
que primeiro é notado é o sangue que foi derramado pelo Cordeiro Pascal (Ex 12:7). Muitos cristãos
colocam grande ênfase no sangue. No entanto, a Páscoa não inclui apenas o sangue do cordeiro, mas
também a carne do cordeiro, o pão sem fermento e as ervas amargas (v. 8). O sangue do cordeiro
era aplicado externamente, sendo aspergido nas ombreiras das casas. Mas a carne do cordeiro, os pães
sem fermento e as ervas amargas foram colhidos para dentro, porque os filhos de Israel os comeram.
O sangue nos dois batentes das portas e no limiar era um sinal para o anjo da morte (v. 23). Na
noite da Páscoa, Deus julgou o primogênito em toda a terra do Egito. O primogênito representa o
primeiro homem, Adão (1Co 15:45a). Segundo o julgamento de Deus, todos os primogênitos
tiveram que morrer. O julgamento de Deus incluiu não apenas os egípcios, mas também os israelitas,
que eram tão pecadores quanto os egípcios. Todos estavam sob a condenação de Deus em Sua
justiça. Mas na noite da Páscoa, todos os israelitas tinham sangue em suas casas como sinal. Pelo sangue
em suas casas, os primogênitos dos filhos de Israel foram redimidos. A obra redentora de Deus resolveu
o problema que eles tinham diretamente com Ele, isto é, aquele que Deus havia condenado por causa
de seus pecados. O sangue do cordeiro resolveu esse problema; mas foi a carne do cordeiro, o pão
sem fermento e as ervas amargas que salvaram os filhos de Israel do Faraó, do Egito e da tirania da
servidão egípcia.
A plena salvação de Deus que os filhos de Israel experimentaram também incluiu os atos
miraculosos de Deus. No Antigo Testamento, ações miraculosas, como a abertura do Mar Vermelho,
tinham a ver com o braço de Jeová (Êx 15:16). O braço de Jeová, que se refere ao poder, à força
101

miraculosa de Jeová, agiu para salvar os filhos de Israel. Além disso, Cristo como o Anjo de Jeová
liderou o exército de Israel como seu comandante invisível. Antes de os filhos de Israel cruzarem o
Mar Vermelho, quando fugiram do Egito, o exército egípcio os perseguiu. O Anjo do Senhor, que foi
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antes do acampamento, moveu-se e foi atrás deles para protegê-los (14:19-20).

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Os filhos de Israel também desfrutaram da coluna de nuvem durante o dia e da coluna de fogo
durante a noite. Estes se tornaram uma cobertura, um dossel, para os filhos de Israel (Is 4:5). Na
plena salvação de Deus, os filhos de Israel desfrutavam de tal cobertura o tempo todo.
A salvação realizada por Deus não incluía apenas a partida dos filhos de Israel do Egito, mas
também o suprimento de que desfrutavam ao passar pelo deserto. Depois de deixar o Egito e entrar
no deserto, os filhos de Israel não tinham um mar onde pudessem pescar ou desembarcar para cultivar
e colher cereais e verduras. Não havia nada para comer no deserto. Assim, o maná dos céus fazia
parte da salvação de Deus (Ex 16:14-22). Eles não conseguiam comida por nenhuma outra
fonte. Deus deu-lhes maná, não da água ou da terra, mas do céu.
No deserto, os filhos de Israel também tinham problemas com a água. Deus lhes deu água da
rocha da ferida (17:1-6). De acordo com o que Paulo diz em 1 Coríntios 10:4, a rocha seguiu-os
pelo deserto. A rocha foi atingida pelo doador da lei, Moisés, e da rocha ferida fluíram as águas para
saciar a sede.
Além dos pontos anteriores, a plena salvação de Deus incluía a questão da cura. Em Mara,
Deus como seu Médico curou os filhos de Israel, adoçando a água amarga (Ex 15:23-25).
Entre os dez aspectos que mencionamos com respeito à plena salvação de Deus, o primeiro
aspecto que indica algo da comunhão de Deus em Seus redimidos é o da carne do cordeiro pascal. Na
noite da Páscoa, o cordeiro teve que ser abatido. De acordo com a história, os israelitas colocam o
cordeiro em dois pedaços de madeira colocados em forma de cruz, com uma vara vertical e uma barra
horizontal. Eles seguravam as patas dianteiras do cordeiro na barra horizontal e as patas traseiras no
bastão vertical. Então, eles mataram o cordeiro, derramaram seu sangue e o aplicaram no limiar e nas
duas portas de sua casa para sua redenção. Ao aplicar sangue assim, eles foram salvos. Eles sabiam que
o anjo atacaria o primogênito em toda a terra do Egito; mas porque eles estavam sob a cobertura do
sangue, seu primogênito não estaria morto. Então, em suas casas, eles assaram o cordeiro para comê-
lo.
A plena salvação de Deus exigia algo de Deus e algo dos filhos de Israel. A parte divina incluía
os dez pontos já mencionados. Os filhos de Israel, por sua vez, comiam o cordeiro com o bastão nas
mãos, as sandálias nos pés e com os lombos cingidos (12:11). Assim, eles se prepararam para deixar
o Egito. Depois que o povo comeu a carne do cordeiro, foi-lhes dado, e através dessa concessão eles
foram fortalecidos.
Na plena salvação de Deus, tipificada pela experiência dos filhos de Israel, além da carne do
cordeiro, o pão ázimo, o maná e a água indicam alguma coisa da comunhão de Deus sobre o povo
redimido. É o mesmo conosco hoje. Na plena salvação de Deus, hoje desfrutamos da comunhão de
Deus através de Cristo como nosso Cordeiro, nosso pão ázimo, nosso maná e nossa água espiritual.

II. EM TIPOLOGIA
A. No desfrute dos elementos da páscoa
A economia divina e o dispensar divino são exibidas no desfrute dos elementos da Páscoa (vv. 1-10),
de acordo com o tipo de redenção e salvação que Deus mostrou como prefiguração.

1. A carne do cordeiro era para ser comido pelos redimidos de Deus, que representa o Cristo
redentor que deve ser dispensado em Seus crentes como um suprimento de vida.
Primeiro, o povo redimido de Deus tinha que comer a carne do cordeiro (v. 8a). Isso significa que o
Cristo redentor deve ser dispensado em Seus crentes como uma provisão de vida (1Co 5:7b). O
Cordeiro, que é o Cristo redentor, é dispensado aos Seus crentes para dar-lhes a força e a energia para
continuar no caminho ordenado por Deus.
A carne de cordeiro foi comida pelo povo redimido de Deus para satisfazê-los (Ex 12:4; Mt
15:32). E fortalecê-los para que eles continuassem no caminho de Deus (Ex 12:11; 14:22; 15:13,
22, Hb 12:1b, 2Tm 4:7b). Primeiro, a carne do cordeiro foi dada para satisfazer o povo de
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Deus. Então, uma vez que eles estavam satisfeitos, a carne do cordeiro os fortaleceu e deu a eles a
energia para seguir o caminho de Deus. Os filhos de Israel não poderiam ter tomado o caminho que
Deus lhes havia ordenado se, na noite da Páscoa, não tivessem comido a carne do cordeiro. A carne
Página

do cordeiro, transmitida como fonte de vida, deu-lhes força e energia para seguir o longo caminho

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
estabelecido por Deus com o objetivo de alcançar o Seu objetivo. Com essa força eles viajaram do
Egito para o Monte Sinai, e ali Deus os treinou e edificou.

2. O pão sem fermento deveria ser comido pelos redimidos de Deus, que representa o Cristo sem
pecado, que deve ser transmitido em Seus crentes como um elemento sem fermento.
Os redimidos de Deus tinham que comer o pão ázimo (Ex 12:8b), o que significa que o Cristo sem
pecado deve ser transmitido em Seus crentes como elemento sem fermento (1Co 5:8). O cordeiro
representa o Cristo redentor; o pão sem fermento representa o Cristo sem pecado. Os pães eram
usados como oferta de refeição (Lv 2). A oferta de refeição representa Cristo em sua humanidade.
Todos os homens têm o elemento do pecado em sua carne, mas Cristo como um homem não tinha
pecado em Sua carne (2Co 5:21). Romanos 8:3 nos diz que Cristo veio "à semelhança da carne do
pecado". Ele tinha a semelhança da carne do pecado, mas ele não tinha a realidade do pecado da
carne. Ele não tinha dentro de si a substância do pecado. Cristo não teve pecado nem pecou (1Pe
2:22a); não tinha nada a ver com o pecado. Aparentemente, estava na carne pecaminosa. Mas, na
verdade, na carne de Cristo não era a realidade de qualquer pecado, porque Ele não nasceu de
Adão. Ele nasceu de uma virgem através do Espírito Santo (Mt 1:20, 23). Como resultado, ele se
colocou na carne, mas Sua carne não tinha nenhum elemento pecaminoso. Cristo não tem pecado.
Este Cristo sem pecado tem que ser dispensado em Seus crentes como um elemento sem fermento
(sem pecado).

a. Para fazer o povo redimido de Deus levar uma vida sem fermento
O elemento da nossa natureza é totalmente pecaminoso. Mas Cristo entrou em nós para ser em nós
outro elemento, um elemento sem pecado. Esse elemento faz com que o povo redimido de Deus leve
uma vida sem fermento (Ex 13:7, 1Co 5:7a). Em 1 Coríntios 5:7 nos é dito: "Purificai-vos do velho
fermento, para que sejais uma nova massa". A nova massa é uma massa sem fermento. Isso significa
que nos tornamos uma nova criação (2Co 5:17) sem pecado.

b. Para fazer do curso da vida do povo redimido de Deus uma festa


Os pães ázimos, quando consumidos pelos redimidos de Deus, fizeram do curso de suas vidas uma
festa (Ex 13:6, 1Co 5:8). Já que somos os redimidos de Deus, nossa vida deve ser sempre uma vida
festiva e feliz. Durante o curso da nossa vida, devemos sempre ser agradáveis. Ao longo de todos os
nossos dias, semanas, meses e anos, devemos ser agradáveis. No entanto, muitas vezes não somos
assim porque comemos pão fermentado. O fermento representa o elemento pecaminoso. Quando
comemos o pão levedado, nos tornamos pessoas descontentes. Nos tornamos desagradáveis toda vez
que o pecado entra. Quando não temos fermento, somos felizes e tudo relacionado a nós é
agradável. Esta é a função do pão sem fermento em nós.
Temos um Cristo de dois aspectos: o aspecto redentor e o aspecto sem fermento. No aspecto
redentor, Ele se torna nosso alimento para nos satisfazer e fortalecer, a fim de terminarmos a corrida
que Deus colocou diante de nós. No aspecto sem fermento, Ele é o pão sem fermento que nos fornece
o elemento sem fermento para que possamos levar uma vida sem fermento. Desta forma, podemos
levar uma vida sem pecado, seguindo o Senhor durante todo o curso da nossa vida. Vivendo assim,
nos tornamos felizes. Todos os dias, todas as semanas, todos os meses e todos os anos é uma festa e
celebramos sem cessar.

B. No desfrute do suprimento celestial e espiritual


Enquanto os filhos de Israel viajavam pelo deserto, precisavam mais do que a Páscoa com o cordeiro,
o pão sem fermento e as ervas amargas. Então, Deus abriu os céus para dar-lhes maná. A palavra
hebraica para maná significa "O que é isso?" Até hoje ninguém sabe o que é o maná. No entanto,
sabemos que o maná veio do Senhor. Todos os dias, durante quarenta anos, os filhos de Israel olhavam
103

para um dos maiores milagres do universo. Todas as manhãs, onde quer que viajassem, o maná estava
lá, fora de suas tendas. Contudo, os filhos de Israel eram teimosos e não podiam crer. Na verdade,
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somos iguais a eles. Todos os dias o Senhor continua realizando tal milagre. Quando acordamos,

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
devemos dizer: "Oh Senhor!" Dizendo: "Oh Senhor!" De manhã e tendo um reavivamento matinal é
estar colhendo maná.

1. Que o maná deve ser comido pelos eleitos de Deus significa que Cristo como alimento
celestial deve ser transmitido em nós para nos nutrir e nos tornar um povo celestial
Que o maná era para ser comido pelos eleitos de Deus, isso significa que Cristo como alimento celeste
deve ser transmitido em nós para nutrir e estabelecer-nos um povo celestial (Ex 16:13b-15; Nm 11:
7-9; 1Co 10:3; Jo 6:35, 50, 57b). Todo ser humano é uma constituição do que ele come. Antes
do êxodo dos filhos de Israel, eles estavam no Egito e, intrinsecamente, tinham uma constituição
egípcia. O livro dos Números nos diz que, enquanto os filhos de Israel passavam através do deserto
lembraram dos peixes, pepinos, melões, alhos, cebola e alho comeram livremente no Egito (11:5).
Essa dieta tornou os filhos de Israel egípcios em sua constituição intrínseca.

a. Para mudar a dieta do povo redimido de Deus do terrenal para o celestial


Deus deu o maná aos filhos de Israel para mudar sua dieta do terrenal para o celestial (Nm 11:5-6;
Jo 6:57b). Durante os quarenta anos que passaram no deserto, a dieta que Deus lhes deu substituiu a
dieta egípcia. Através de tal mudança de dieta, cada um dos filhos de Israel passou a ser constituído
da dieta celestial. Desta forma, não era mais um povo egípcio, mas um povo celestial. De acordo com
João 6, o maná tipifica Cristo (vv. 35, 50, 57b). Ele é nossa comida celestial, nossa comida da vida
e nossa comida viva. Se comermos Dele, nos tornaremos o que Ele é; então vivemos para Ele. Hoje
ainda estamos sendo constituídos de Cristo como nossa dieta para que possamos nos tornar um povo
celestial. Cristãos não são "egípcios"; eles são um povo celestial que tem uma nova dieta.

b. Para substituir a constituição terrena do povo redimido de Deus por uma constituição celestial
O propósito da mudança na dieta era substituir a constituição terrena do povo redimido de Deus por
uma constituição celestial. Cristo não apenas nos redimiu de coisas externas e pecaminosas, mas
também entrou em nós. No entanto, essa entrada não foi de uma vez por todas. Desde o primeiro dia
em que Ele entrou, todos os dias devemos tomá-Lo como nossa comida diária, nossa carne diária. Ao
tomarmos isso dia após dia e hora após hora, Ele nos constitui e muda nossa constituição interna.

2. Que a água da rocha fendida deva ser bebida pelos eleitos de Deus
significa que o Espírito de Cristo, como bebida espiritual,
deve ser transmitido em nós para nos dar bebida e nos tornarmos pessoas espirituais.
Que a água da rocha dividida fosse para ser bebida pelos eleitos de Deus significa que o Espírito de
Cristo como uma bebida espiritual deve ser transmitido em nós para nos dar bebida e nos tornar
pessoas espirituais (Ex 17:5-6, 1Co 10:4; Jo 7:37-39). A água que flui da fenda da rocha destina-se
a saturar o povo redimido de Deus com o Espírito de Cristo e não com o espírito do mundo (1Co
2:12) e para constituir o povo redimido de Deus como pessoas espirituais em vez de pessoas
mundanas. Quando os filhos de Israel estavam no Egito, eles tinham um certo sabor espiritual. Esse
sabor era o do Egito. Esse gosto também era um espírito, um espírito egípcio. Nosso caso é o mesmo
hoje. Se somos brasileiros, talvez possamos emitir um sabor brasileiro, um espírito brasileiro. Se somos
japoneses, podemos ter um sabor japonês
Atualmente, nós cristãos não devemos mais beber a água egípcia. Nós bebemos a água que
vem da rocha dividida, isto é, do Cristo ferido. O Espírito flui de Cristo, a rocha dividida, para ser a
água viva que nós bebemos. Enquanto bebemos do Espírito, da água viva, recebemos o elemento da
água. Então, depois de beber de tal Espírito por um longo período, temos um espírito divino e celestial
como nosso sabor especial. Outros vão perceber que temos um certo sabor. Este sabor é o Espírito de
Cristo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 20
NAS PROMESSAS E TIPOS DE REDENÇÃO E SALVAÇÃO
QUE DEUS MOSTROU COMO PREFIGURAÇÃO (3)
Leitura Bíblica: Lv 2:1-3; 6:14-18; 7:9-10; 6:26, 29-30; 7:5-7, 15-21, 28-36; 23:4-21, 23-43;
1Co 5:7, 8; 15:12-20; At 2:1-4, 32-33; Mt 24:31; Zc 12:10-13: 1; 14:16-21; Jo 20:16-17;
Rm 4:25b; Fl 3:10a, 11b
Oração: Oh, Senhor Jesus, nós te adoramos pelo que Tu és e pelo Seu mover. Senhor, chegamos a
Ti em busca de Sua fala. Obrigado, Senhor, por ser comestível. Tu dispensas a Si mesmo através de
todas as Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse. Senhor, abre o Teu ser para nós e abre os nossos olhos
para que eles possam ver o que está no Teu coração. Queremos ver o Seu bom prazer, o Seu desejo,
para nós. Senhor, cobre-nos novamente e nos unge com o Teu próprio ser, com a palavra viva. Amém
Nesta série de mensagens, enfatizamos o Cristo todo-inclusivo que comemos, e não a maneira
como o comemos. Alguns oradores enfatizaram os detalhes sobre a maneira como o cordeiro pascal
foi comido em Êxodo 12:1-10, mas negligenciaram o ponto central de comer. A maneira como você
come não é tão importante quanto o que você come. O Senhor Jesus que comemos é rico em muitos
aspectos. Precisamos ver as riquezas do Cristo que comemos e que vamos comer por toda a eternidade
na Nova Jerusalém. No entanto, quando chegamos às Escrituras, muitas vezes nos distraímos com
nossas preocupações ou nosso conhecimento anterior. Atualmente, muito poucos enfatizam o desfrute
de Cristo. Antes de 1958, nós mesmos não falamos sobre desfrutar e comer Cristo. João 6:57 diz:
"Aquele que me come, esse também viverá por causa de mim ". Todos nós precisamos ver que Deus
é bom para comer; Ele é comestível.
Nas mensagens anteriores, vimos as promessas e tipos do Antigo Testamento sobre a obra
redentora e salvadora de Deus, especialmente em relação a comer Cristo como a tríplice descendência
da humanidade. Devemos enfatizar isso, em vez de enfatizar a maneira como o comemos. Em João
14, um dos discípulos do Senhor pediu-lhe que lhe mostrasse o caminho e, no versículo 6, o Senhor
lhe disse: "Eu sou o caminho, a realidade e a vida". Então, a maneira de comer o Senhor é o próprio
Senhor. O caminho é uma pessoa, a pessoa que comemos.

II. NA TIPOLOGIA
A tipologia do Antigo Testamento nos mostra o caminho para desfrutar de Deus como nosso
suprimento de vida para que Ele possa ser dispensado a nós. A melhor maneira de ensinar é usar tipos
ou imagens. Um tipo, ou um quadro, é melhor que mil palavras. É por isso que os mestres do ensino
fundamental costumam usar desenhos para ilustrar seus assuntos. Tudo nas Escrituras sobre Cristo é
misterioso, divino, espiritual e invisível. É muito difícil de entender. Deus, o melhor Educador, usou
tipos para ilustrar tais assuntos, de modo que Seu povo entendesse Sua intenção de ser transmitido
neles como o elemento nutritivo e constitutivo. Deus espera a oportunidade de ser transmitido em
nós. Se lermos o Novo Testamento sem o Antigo Testamento, isso não será tão claro para nós.
Porém, sem o Novo Testamento, não podemos entender os tipos do Antigo Testamento. Precisamos
do Antigo e do Novo Testamento. Quando colocamos os dois juntos em nosso entendimento,
desfrutamos de Deus e Ele tem mais oportunidades de nos dispensar.
Na mensagem anterior consideramos o ensinamento de Deus no desfrute que os filhos de Israel
dos aspectos da Páscoa, principalmente a partir de comer a carne de cordeiro com pães ázimos, e o
desfrute que eles tinham o suprimento celestial e espiritual recebida no deserto comendo o maná e
bebendo a água viva que saía da rocha fendida. Nesta mensagem chegamos à segunda parte, que trata
da questão de comer para que o Senhor se dispense a nós, isto é, a questão de desfrutar de todas as
ofertas. Antes que a lei fosse promulgada no monte Sinai, Abel, Noé e Abraão fizeram ofertas a Deus.
A vida de Abraão consistia em estabelecer uma tenda e um altar para oferecer algo a Deus (Gn 12:7-
8, 13:18). Os descendentes de Abraão, os filhos de Israel, também praticavam algo semelhante, mas
sem treinamento. No entanto, no Monte Sinai, Deus treinou os filhos de Israel sobre como comê-lo
105

de maneira regulamentada através das ofertas. As ordenanças relacionadas às ofertas foram divididas
em duas seções. A primeira tinha a ver com as ofertas contínuas, isto é, as ofertas diárias, semanais e
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mensais; a segunda, com as ofertas anuais das festas anuais. Isso nos mostra que em nossa vida diária,
semanal, mensal e anual, e até mesmo para a eternidade, precisamos receber o dispensar de Deus em
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
nós, não simplesmente pelo fato de Ele nos dar, mas pela nossa própria ação de comer. O papel de
Deus é dispensar-Se; o nosso é comer. Nós devemos comer o que Deus transmite.

C. No desfrute das ofertas contínuas


A economia divina e o dispensar divino são vistas nos tipos de desfrute das ofertas contínuas (Lv 1-
7). O desfrute das ofertas contínuas tipifica o desfrute que temos de Deus como nosso suprimento de
vida pelo qual Ele nos dispensa de maneira contínua. As ofertas contínuas tipificam o mesmo Cristo
de quem desfrutamos diária e regularmente. As ofertas foram apresentadas em horários
regulamentados porque as ofertas eram como refeições. Quase todo mundo come três vezes ao dia:
café da manhã, almoço e jantar. Nossas refeições são reguladas pela experiência que a humanidade
teve por seis mil anos. Essa dieta regulada resulta na melhor dispensação. Todos os dias, tudo o que
comemos nos é transmitido e é assimilado para nos tornarmos através de tal dispensa. Na economia
de Deus o mais importante é a seu dispensar.

1. A oferta de farinha era para ser comido pelos sacerdotes


A oferta de farinha que seria comido pelos sacerdotes significa que Cristo em Sua humanidade deve
ser dispensado a nós para que possamos viver uma vida sacerdotal (2:1-3; 6:14-18; 7:9-10). A oferta
de farinha era um pão ou um bolo (2:4-5). Estes bolos entraram dentro dos sacerdotes quando os
comiam, e o elemento dos bolos era dado a eles. Visto que a oferta de farinha tipificava Jesus, os
sacerdotes comendo indicava que devemos comer Jesus. No entanto, o Jesus que comemos não é um
bolo. De acordo com o Novo Testamento, hoje esse Jesus em Sua ressurreição é o Espírito (1Co
15:45). O pão que comemos é um bolo espiritual, que é simplesmente o próprio Espírito. Cristo é o
bolo e o pão da oferta de farinha, e este Cristo é o Espírito (2Co 3:17). Comemos o pão físico com
nossas mãos e boca, e o recebemos em nosso estômago. Mas hoje o pão espiritual, o bolo espiritual,
é o próprio Cristo como Espírito. Nós não comemos este pão espiritual com nossos órgãos físicos, mas
com nosso órgão espiritual, nosso espírito. Isso nos mostra claramente que a maneira de comer Jesus
é exercitar nosso espírito para ter contato com Ele e refletir sobre Ele. Assim, através de nosso espírito
podemos tomar Cristo, o Espírito, como nosso pão espiritual.

2. A oferta pelo pecado e a oferta pelas transgressões deviam ser comidas


pelos sacerdotes que as ofereciam
A oferta pelo pecado e a oferta pelas transgressões, que eram comido pelos sacerdotes que ofereciam
significa Cristo em Sua obra de nos redimir do pecado e do pecado deve ser dispensado em nós, para
que desfrutemos com outros como aquele que nos redime do pecado e dos pecados (Lv 6:26, 29-
30, 7:5-7). A oferta pelo pecado e a oferta pelas transgressões foram duas ofertas e, ao mesmo
tempo, foram uma. Em Levítico 5, essas ofertas são mencionadas de forma intercambiável (vv. 7-12).
Todos os sacerdotes podiam comer a oferta de farinha (2:3, 10; 6:16, 18; 7:10); no entanto,
somente os sacerdotes que serviam, aqueles que apresentavam as ofertas, tinham o direito de desfrutar
da oferta pelo pecado (6:26; 7:7).
Cristo como Espírito é como a oferta de cereais, e Ele é a oferta pelo pecado e transgressões.
Quando nos exercitamos nosso espírito para desfrutar Cristo, refletimos sobre Ele e recebê-lo como
oferta pelo pecado e expiação da culpa, estamos cheios de Cristo, o Espírito, e nós sentimos que os
nossos pecados sumiram. Não temos mais pecado ou os pecados; só temos Cristo, o Espírito. Então
nós sacerdotes que servimos, nós oferecemos a Deus o Cristo, a quem temos tido como oferta pelo
pecado e transgressões. No entanto, nós não o oferecemos para nós mesmos, mas para os
outros. Depois de desfrutar de Cristo por nós mesmos, precisamos nos voltar para Deus para fornecer
esse Cristo para os outros. Isso é ter contato com os pecadores para que o Cristo que recebemos e
desfrutamos possa ser ministrado a eles. Desta forma, desfrutamos de Cristo ainda mais como nossa
oferta pelo pecado e pelas transgressões. Ao ministrar este Cristo a outros como uma oferta pelo
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pecado e pelas transgressões, nós mesmos desfrutamos dessas ofertas. Este é o significado do tipo da
oferta pelo pecado e das transgressões.
A oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para a Tenda da Reunião para fazer expiação no
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Lugar Santo, não devia ser comido; tinha que ser queimado ao fogo (6:30). Contudo, a oferta cujo
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sangue era aspergido sobre o altar só podia ser desfrutada pelos sacerdotes que a ofereciam, e não
pelo pecador. O pecador trazia uma oferta pelo pecado e um sacerdote a oferecia em favor do
pecador. Assim, os sacerdotes que o ofereciam tinham o direito de desfrutar do que o pecador havia
oferecido a Deus. O desfrute de Cristo como uma oferta pelo pecado e pelas transgressões é muito
subjetivo e particular. Primeiro, devemos desfrutar do Cristo que é a oferta pelo pecado e das
transgressões em nosso espírito e sermos cheios de Cristo, o Espírito. Então, podemos ajudar os outros
ministrando essa oferta, esse Cristo, isto é, oferecendo para eles a oferta pelo pecado e pelas
transgressões, que é o próprio Cristo. Então, eles e nós nos beneficiaremos de Cristo sendo nossa
oferta pelo pecado. De nossa parte, desfrutaremos de Cristo, enquanto de sua parte, Ele terá mais
oportunidade de nos dispensar como um elemento sem pecado, o elemento que supera o pecado.
Então este elemento que não tem pecado e que supera o pecado será dispensado em nós para se tornar
nosso elemento constituinte, e nós venceremos o pecado. Ele terá mais oportunidade de nos dispensar
como um elemento sem pecado, o elemento que supera o pecado.
É fácil ficar com raiva. Este é um dos nossos muitos pecados e não podemos superá-lo em nós
mesmos. No entanto, todas as manhãs, podemos dedicar algum tempo para exercitar nosso espírito,
fixando nosso olhar em Cristo, refletindo sobre Ele, que é o Espírito. Isto é comer, desfrutar e absorver
Ele como o mesmo elemento que não tem pecado e que supera o pecado. Seu elemento é transmitido
em nós e se torna nossa constituição intrínseca. Desta forma, nossa constituição mudará. Então,
quando surgir a oportunidade de pecar, teremos uma constituição interna capaz de vencer o pecado.
Isso é o que significa viver pelo Espírito. Viver pelo Espírito não é meramente considerar que morremos
com Cristo; é viver pelo elemento positivo que nos constitui continuamente.

3. A oferta de paz era para ser comido pelas pessoas limpas


A oferta de paz que seria comida por pessoas limpas representa Cristo, que é a nossa paz, que deve
ser transmitida em nós, que somos limpos, para nosso desfrute espiritual em comunhão com Deus
(7:15-21). Para todo o povo de Deus, enquanto ele estava limpo, ele foi autorizado a comer a oferta
de paz. Apresentar a Deus com a oferta de paz é maior do que apresentar a oferta pelo pecado e as
transgressões. Ajudar os outros a vencer o pecado e os pecados não é tão elevado quanto introduzi-
los na comunhão com Deus e Seus santos.

4. A oferta movida, do peito da oferta de paz e a oferta da coxa direita da oferta de paz deviam ser
comidas pelos sacerdotes que as ofereciam
O peito da oferta movida, da oferta de paz e a oferta alçada da coxa direita eram para ser comida
pelos sacerdotes que ofereciam, o que significa o Cristo do amor e o Cristo de poder são para serem
dispensadas a nós sacerdotes que oferecem os dons para o nosso desfrute de Cristo no Seu amor e Seu
poder (vv. 28-36). A oferta de paz poderia comê-la todas as pessoas limpas do meio do povo de
Deus. No entanto, peito e coxa direita eram peças especiais da oferta de paz que só podia comer os
sacerdotes que ofereciam. Se somos filhos de Deus e formos purificados pelo seu sangue, temos o
direito de comer o Cristo que é a oferta de paz para o nosso desfrute em comunhão com Deus e com
todos os seus santos. No entanto, não temos o direito de comer o peito, que representa o Cristo do
amor, nem a coxa direita, que representa o Cristo do poder. Essas partes especiais são reservadas
apenas para os sacerdotes que servem. Para o Deus Triúno, corporificado em Cristo, ser dispensado
em nós, precisamos ser pessoas adequadas. Primeiro, precisamos ser o povo de Deus; em segundo
lugar, devemos ser aqueles que Deus purificou; terceiro, precisamos ser sacerdotes de Deus; e quarto,
devemos ser sacerdotes que servem a Deus, que ministrará aos outros o que temos desfrutado de
Cristo. Se somos simplesmente pessoas limpas e redimidas, só temos o direito de desfrutar da oferta
de paz. Nós não temos o direito de desfrutar do Cristo que é a oferta de farinha, a oferta pelo pecado
feita para os outros, e o peito e coxa direita da oferta de paz.
Atualmente, muitos crentes seguem em frente de um modo geral. Eles são salvos, e quando
pecam, eles confessam, e o sangue do Senhor purifica-os. No entanto, a maioria deles não são
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sacerdotes, mas aqueles que são sacerdotes não são sacerdotes que fazem ofertas. Eles não apresentam
a oferta pelo pecado e transgressões em favor de outros ou, se o fizerem, eles não podem fazer a
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oferta de paz por causa dos outros. Quando oferecemos Cristo a Deus pelos outros, temos um direito

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especial de desfrutá-lo. Se formos tais pessoas, podemos desfrutar de Cristo que é a oferta de cereais,
a oferta pelo pecado e da transgressão, a oferta de paz e as duas partes especiais da oferta de paz, ou
seja, peito de amor e a coxa do poder. Desta forma, temos um maior desfrute de Deus, e Deus tem
mais oportunidades de ser dispensado em nós. Existem quatro níveis nos quais desfrutamos de Deus e
Deus nos é transmitido nesses níveis. É dispensado em nós, Seu povo limpo e redimido, em geral, é
dispensado em nós, Seus sacerdotes, de uma forma mais elevada, os sacerdotes que oferecem Cristo
como uma oferta pelo pecado e as transgressões e, de maneira ainda mais elevada, nos sacerdotes que
oferecem Cristo como oferta de paz para que outros tenham comunhão com Deus e com o seu povo.
Quando pregamos o evangelho a um pecador, o que oferecemos é Cristo, a oferta pelo pecado
e as transgressões. Pode ser que a pessoa com quem tenhamos contato seja um pecador perdido ou
um crente caído. Nós fazemos contato com uma pessoa que tem um encargo e com Cristo em nosso
espírito para trazer a ele o Cristo que é sua oferta pelo pecado e pelas transgressões. Isso é oferecer
Cristo aos outros. Ter esse contato com os outros nos fortalecerá cada vez mais na pregação do
evangelho. Muitas vezes nos aproximamos de um pecador sem saber o que dizer, sem ter nada que
possamos ministrar a ele. Se desfrutarmos do Cristo que é a oferta pelo pecado, teremos uma palavra
clara para dizer que Cristo é a oferta pelo nosso pecado. Quando falamos assim, desfrutamos de Cristo.
Da mesma maneira, se você não tem muita comunhão com Deus no desfrute de Cristo não tem muito
a ministrar aos santos para ajudá-los a entrar em comunhão com Deus através do desfrute de Cristo
que é a oferta de paz. Se nós experimentamos as riquezas de Cristo, podemos ajudar os outros.
Podemos ministrar Cristo aos outros como uma oferta de paz, e também desfrutar de nós mesmos o
que ministro. Isto irá dar oportunidades que Deus nos dispensar.

D. No desfrute das ofertas apresentadas nas festas anuais


O dispensar de Deus é tipificada pelo desfrute das ofertas apresentadas nas festas anuais (Lv 23).

1. As sete festas anuais designadas por Deus para os filhos de Israel


As sete festas anuais foram designadas por Deus para os filhos de Israel. Deus ordenou a vida de Seu
povo de tal maneira que eles tivessem festas solenes, e cada festa era uma ocasião para Seu povo
desfrutá-lo como uma grande festa. As festividades davam a Ele a oportunidade de Si dispensar em
Seu povo.

a. A Festa da Páscoa
A festa da Páscoa representa a salvação dos crentes do Novo Testamento (vv. 4-5; 1Co 5:7b).
Quando as crianças aprendem algo novo, preferem ouvir uma história em vez de ouvir instruções ou
avisos. Precisamos aprender a pregar o evangelho para as pessoas usando os quadros do Antigo
Testamento. Nós devemos apresentar a salvação do Novo Testamento usando o quadro da Páscoa
para ensinar às pessoas que a salvação provida por Deus é baseada primeiramente na redenção pelo
Seu sangue e então no suprimento da vida. Se apresentarmos a salvação desta maneira, despertaremos
o interesse das pessoas e teremos a atenção delas.

b. A Festa dos pães ázimos


A Festa dos Pães Ázimos representa a libertação do pecado que carregam os crentes do Novo
Testamento durante todo o curso da sua vida cristã (Lv 23:6-8.; 1Co 5:7a, 8). A Páscoa aconteceu
em uma noite, mas a Festa dos Pães Ázimos durava sete dias. Na Bíblia, sete dias sempre denotam um
período integral. Assim, a festa de sete dias dos pães ázimos denota todo o curso da nossa vida cristã,
desde o dia em que fomos salvos até o dia em que seremos arrebatados para encontrar o Senhor ou
quando já dormirmos no Senhor e irmos ao nosso descanso. Todo o curso da nossa vida cristã deve
ser livre de fermento, livre de pecado.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
c. A Festa das Primícias
A Festa das Primícias representa o desfrute que os crentes do Novo Testamento têm do Cristo
ressuscitado (Lv 23:9-14, 1Co 15:12-20). As primícias representam Cristo como um produto da
terra.

d. A Fsta do Pentecostes
O Pentecostes representa o desfrute dos crentes do Novo Testamento tem do Espírito como
propagação de todo o produto rico Cristo ressuscitado (Lv 23:15-21; At 2:1-4, 32-33). A Festa do
Pentecostes acontecia cinquenta dias depois da Festa das Primícias, o que indica que o Espírito
derramado é a totalidade do produto rico do Cristo ressuscitado. O produto rico da ressurreição de
Cristo inclui o Filho primogênito de Deus (Rm 8:29; Hb 1:6). O Espírito que dá vida (1Co 15:45),
os muitos filhos de Deus (Rm 8:29) e a nova criação efetuada por Deus (2Co 5:17). Cristo não foi
o primogênito de Deus até ser ressuscitado. Na ressurreição, Ele se tornou o primogênito Filho de
Deus. Da mesma forma, antes da ressurreição, ainda não havia Espírito que dá vida (Jo 7:39); Cristo
produziu o Espírito que dá vida através de Sua ressurreição. Antes da ressurreição, além do Seu Filho
unigênito, Deus não tinha outro filho; mas através da ressurreição de Cristo, fomos todos gerados por
Deus para sermos Seus muitos filhos (1Pe 1:3). Esses muitos filhos tornaram-se os muitos grãos (Jo
12:24), que são os membros de Cristo, irmãos de Cristo que constituem o Seu Corpo (1Co
10:17). Todos esses aspectos são encontrados na totalidade do rico produto do Cristo ressuscitado. A
festa do Pentecostes é a totalidade do produto do Espírito através da ressurreição de Cristo.

No dia da ressurreição, Cristo foi produzido como o Filho primogênito de Deus, o Espírito que
dá vida foi produzido, os muitos filhos de Deus foram produzidos e a nova criação foi produzida. No
entanto, neste momento a igreja não foi produzida. A igreja surgiu no dia de Pentecostes. Este foi o
último aspecto de tudo produzido pelo Cristo ressuscitado como as primícias oferecidas a Deus. A
totalidade, o conjunto total, dessas primícias é o Espírito derramado.

e. A Festa do toque da trombeta


As primeiras das quatro festas correspondem aos crentes do Novo Testamento. A Festa do Toque das
Trombetas, no entanto, representa a convocação de Israel, o povo escolhido e disperso, de Deus (Lv
23:23-25, Mt 24:31). Este feriado corresponde aos judeus no futuro. O dia desta festa ainda não
chegou. Virá no futuro. Quando Cristo voltar, os anjos soarão as trombetas pelas quais o povo disperso
de Deus será convocado.

f. A Festa da expiação
A Festa da Expiação representa a expiação de Deus pelo Israel arrependido (Lv 23:26-32; Zc 12:10-
13:1). Quando Zacarias 12:10-13:1 for cumprido, todo o restante de Israel se arrependerá com
grande choro. Uma fonte será aberta para limpá-los, e todos eles serão perdoados. Essa será a sua
Festa da Expiação.

g. A festa dos tabernáculos


A Festa dos Tabernáculos representa o pleno desfrute de Israel da velha criação restaurada no milênio
(Lv 23:33-43; Zc 14:16-21). Este feriado trará os novos céus e a nova terra.

2. As primícias da Festa das Primícias, depois de serem oferecidos a Deus para seu desfrute,
deviam ser comidas pelo povo de Israel
As primícias da Festa dos Primícias, depois de serem oferecidas a Deus para seu desfrute, deviam ser
comidas pelo povo de Israel. Isto significa que Cristo ressuscitado, depois de ser apresentado a Deus
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em Seu frescor (Jo 20:16-17), deve ser dispensado com todas as riquezas da Sua ressurreição a nós
para o nosso desfrute (Lv 23:14; 1Co 15:14, 17; Rm 4:25b; Fp 3:10a, 11b). De acordo com o
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relato de Levítico 23, apenas a oferta de uma das sete festas, a Festa dos Primícias, deveria ser

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
comida. Como vimos, as primícias referem-se a Cristo em Sua ressurreição. As primícias não devem
ser consumidas imediatamente após serem colhidos. Isso indica que, depois da colheita, devemos
primeiro oferecer a Cristo em Seu frescor diante de Deus. Isso é revelado em João 20. Na manhã da
ressurreição, Maria viu o Senhor Jesus. Quando ela tentou tocá-lo, o Senhor lhe disse: "Não me
toques, porque ainda não subi ao meu pai; mas vai a meus irmãos, e dize-lhes que subo para meu Pai
e para vosso Pai, para o meu Deus e para o vosso Deus "(v. 17). Cristo tornou-se nossa porção
somente depois da ressurreição. Seu frescor havia sido oferecido ao Pai.

Tudo o que Cristo é como a porção que podemos comer está relacionado à Sua ressurreição. O
sangue do cordeiro pascal representa o Cristo crucificado, mas a carne do cordeiro representa o Cristo
ressuscitado. O sangue vem do Cristo crucificado, mas a carne se refere ao Cristo que está em
ressurreição. Se Cristo não fosse o Espírito na ressurreição, não poderíamos recebê-lo em nosso ser. O
Cristo crucificado, em si mesmo, não é o nosso suprimento de vida; somente o Cristo em ressurreição
pode ser o nosso suprimento de vida. O pão sem fermento, usado na Páscoa, era feito de grãos moídos
e amassados para formar um único pão, que representa a morte e a ressurreição. Portanto, tanto a
carne do cordeiro como o pão sem fermento representam Cristo, o Espírito em Sua ressurreição. É
Cristo em Sua ressurreição que nos dispensa em muitos aspectos. Esta é a razão pela qual a oferta de
apenas uma das sete festas, a Festa dos Primícias, deveria ser comida.

De acordo com a tipologia das festas, o que desfrutamos e o que é transmitido em nós é o
Cristo ressuscitado. O Cristo ressuscitado é o Deus Triúno consumado. Na eternidade passada, Deus
ainda não havia alcançado a Sua consumação; mas depois de passar pelos processos de encarnação,
crucificação e ressurreição, o Deus Triúno foi consumado. Agora Ele possui a natureza divina e a
natureza humana com encarnação, crucificação e ressurreição. Agora Ele é o Deus processado,
consumado e composto. Ele é Aquele que pode comer e que, em Sua ressurreição e consumação, é
transmitido em nós.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 21
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS EFETUA EM CRISTO (1)
Leitura bíblica: Jo 1:14; Lc 1:35; Mt 1:20; Jo 1:17, 16; 12:24; 1Pe 1:3; 1Co 15:45
Nesta mensagem, consideraremos a economia divina e o Dispensar Divino na iniciação do Novo
Testamento. No Novo Testamento, os dois primeiros eventos que realizam o dispensar de Deus são a
encarnação e ressurreição de Cristo. Nosso Deus passou por um processo; o começo desse processo
foi a encarnação e seu fim foi a ressurreição. Tanto o começo como o fim do processo de Deus
dependem do dispensar de Deus. Entre a encarnação e a ressurreição estão os passos do viver humano
de Cristo e Sua morte todo-inclusiva. É muito difícil encontrar qualquer indicação de que o dispensar
de Deus estava relacionado a qualquer um desses dois passos.
A encarnação de Cristo foi um grande passo pelo qual Deus pôde ser dado a humanidade. O
ponto crucial sobre o nascimento do Senhor é o dispensar, mas hoje a maioria dos cristãos não entende
esse pensamento. A maioria dos cristãos não vê isso como estando sob o véu de todas as coisas
exteriores da celebração do Natal. Porque vivemos no ambiente do cristianismo, temos de esquecer
todo o conhecimento prévio que deriva da celebração do Natal, porque esse conhecimento tornou-se
um véu espesso que nos cega para o mistério da Encarnação do Senhor. Da mesma forma, a maioria
dos cristãos está sob um véu a respeito do mistério da ressurreição do Senhor.
Como observei em mensagens anteriores, a questão de ensinamento divino pode ser visto nas
promessas, profecias e tipos no Velho Testamento, mas o fato do dispensar divino não ocorreu no
Antigo Testamento. Certamente, nos primeiros quatro mil dos seis mil anos da história do homem,
não houve transmissão. Nesse período, Deus sempre permaneceu separado do homem. No máximo,
vinha ao homem ou sobre o homem. Portanto, é muito difícil encontrar um verso no Antigo
Testamento onde se diz que Jeová Deus estava no homem ou que ele entrou no homem.
No Novo Testamento, especialmente nas Cartas, há muitos versos em que a preposição
usados no para formar frases como em Cristo (2Co 5:17), Nele (Ef 1:4, 10, 3:12), no Senhor Jesus
Cristo (2Ts 3:12.) em Cristo Jesus (Rm 6:23b; 8:2; 1Co 1:30), Deus (1Ts 1:1.) e no Espírito (Cl
1:8). Na era do Antigo Testamento, Deus intencionalmente não se juntou ao homem; Deus era Deus
e o homem era homem. Mas hoje não podemos dizer que Deus e o homem estão separados, porque
fomos regenerados por Deus. Portanto, é impossível nos separarmos de Deus. Mesmo se descermos
em nossa vida cristã, Ele vai conosco. Em Lucas 24, depois da ressurreição do Senhor, o Senhor fez
um tour com dois dos seus discípulos enquanto caminhavam de Jerusalém para Emaús (vv. 13-35).
Desceram, mas o Senhor os acompanhou, caminhando com eles. Os dois discípulos falaram sobre o
Senhor e até o repreenderam (v. 18), mas o Senhor fingiu não saber de nada. Seus olhos estavam
velados e eles não o reconheceram (v. 16). No entanto, finalmente Ele abriu os olhos e eles O
reconheceram (v. 31). Assim que eles o reconheceram, Ele desapareceu. Isso mostra que nunca
podemos ser separados do Senhor.
Hoje, a era da graça é a era do dispensar de Deus. Ele está se transmitindo a tal ponto que Ele
e nós, nós e Ele, estamos mesclados como uma entidade única (Jo 17:21, 1Co 6:17). Jesus foi o
primeiro a ser mesclado com Deus, o primeiro homem-Deus. Antes dele, Deus era Deus e o homem
era homem. Mas começando com Ele, Deus e o homem se tornaram um. Por todo o universo, um
homenzinho chamado Jesus é tanto Deus quanto homem. Ele é homem e Deus. Deus e o homem não
são apenas unidos, mas também mesclados. Essa mescla depende inteiramente da transmissão. Como
Deus-homem, Jesus é uma pessoa composta, isto é, uma pessoa composta de Deus e do homem.
Antes de sua morte, Jesus era uma pessoa composta de Deus e homem, da divindade e da
humanidade. Mas depois de passar pela morte e ressurreição, ele adquiriu os elementos da morte e
ressurreição. Esses elementos foram adicionados a Ele. Hoje Ele não é simplesmente Deus e
homem; Ele também inclui morte e ressurreição. Ele é um homem-Deus com morte e ressurreição. Ele
é um tal composto. Este composto é o produto do dispensar de Deus. Se o dispensar fosse removida
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da encarnação, não haveria encarnação. Da mesma forma, se o dispensar fosse removida da


ressurreição, não haveria ressurreição.
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I. NA ENCARNAÇÃO DE CRISTO
A encarnação é o cume da concepção universal. Mateus 1:20 diz: "Como eu considerava isso, eis que
um anjo do Senhor apareceu em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua
mulher, porque o que nela foi gerado é o Espírito Santo". José e Maria ainda não haviam se casado e,
no entanto, Maria estava grávida. Isso deu a Jose dúvidas sobre se casar com ela. Naquele momento,
um anjo do Senhor apareceu em sonhos e lhe disse para não ter medo de receber Maria como sua
esposa, porque "gerado [nascido] nele, o Espírito Santo". Aquele que nasceu no ventre de Maria não
era um homem, mas o próprio Deus. No início da concepção, Deus nasceu em Maria. No final da
concepção, nove meses depois, Deus saiu com a humanidade. Este é Jesus, o Deus-homem. Antes
dessa concepção, Maria não tinha Deus dentro. Mas, na concepção, Deus entrou nela quando se
transmitiu a nela.

A. A encarnação de Cristo foi realizada através da concepção realizada pelo Espírito Santo em uma
virgem humana, que transmitiu a natureza santa de Deus na humanidade
O primeiro passo no cumprimento da plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo, foi a
encarnação de Cristo. A encarnação de Cristo foi realizada através da concepção realizada pelo Espírito
Santo em uma virgem humana, que transmitiu a natureza santa de Deus na humanidade (Lc 1:35).

1. O que nasceu desta concepção era sagrado e teve a natureza santa da divindade
Desde o primeiro dia da concepção de Maria, Deus foi dispensado na humanidade. Deus estava no
ventre de Maria por nove meses. A divindade de Deus e a humanidade de Maria foram unidas e
mescladas durante nove meses. Durante esses nove meses, o Dispensar Divino aumentou. Esse aumento
na transmissão da divindade à humanidade causou o crescimento do que foi concebido. Desta forma,
todo o processo deste dispensar divino foi "maduro", quando nove meses se passaram, uma criança
nasceu. Aquela criança era a mescla, a interpenetração, produzida pelo Dispensar Divino sobre a
humanidade. Seu nome era Emanuel, Deus conosco (Mt 1:23). Ele era um filho pequeno e, no
entanto, ele era Deus com o homem. Por um lado, ele era o Deus completo e, por outro lado, ele era
um homem perfeito. Ele era o Deus completo mesclado com um homem perfeito. Na história humana,
nunca houve tal pessoa. Ele é maravilhoso! Ele era um menino que possuía pele, ossos, sangue e
carne. Ele era um homem verdadeiro. No entanto, dentro dele estava todo o Deus Triúno (Cl 1:19;
2:9). Ele não era simplesmente o Filho de Deus, mas era o Deus Triúno: o Pai, o Filho e o Espírito (Is
9:6, Lc 1:35, Mt 1:20).
Como tal, Ele finalmente se tornou o Cristo. Atos 2:34-36 indica que na ascensão de Cristo,
Ele foi feito Senhor e Cristo. Quando Ele nasceu, Ele foi chamado de Cristo (Mt 1:16-18); mas trinta
e três anos e meio depois, quando ele subiu ao céu, foi feito Cristo. Através da ressurreição, Cristo
alcançou Sua consumação para se tornar o Cristo perfeito e completo, Aquele que é a mescla da
divindade com a humanidade.
Atualmente existem milhares de "cristos". Esses cristos se chamam cristãos. A palavra cristã
significa "uma pessoa que pertence a Cristo". Como cristãos, pertencemos a Cristo e somos Seu
complemento. Como nós que pertencemos a Cristo, somos Cristo (1Co 12:12). Ele é a mescla da
divindade com a humanidade e nós também somos. Somos exatamente como Ele na vida e na
natureza. Somos cópias de Cristo e essas cópias são a mescla da Trindade com a humanidade. Ele é o
modelo, o molde e nós somos a produção em série.
No caso do Senhor Jesus, a divindade e a humanidade começaram a se mesclar no tempo de
Sua encarnação; mas no caso de nós, Sua produção em massa, essa mescla começou no tempo de Sua
ressurreição. Na ressurreição, todos nós nos mesclamos com Deus e começamos a viver uma vida de
tal mescla. Este foi o começo da mescla realmente. Mas essa mescla começou no sentido prático
quando fomos regenerados. Naquela época, Deus nasceu em nós. Porque Deus nasce em nós, somos
pessoas maravilhosas! Todo cristão adequado é uma pessoa maravilhosa. Não somos maravilhosos em
112

posses materiais, mas somos maravilhosos em Deus. Não importa quem somos, desde que sejamos
cristãos adequados, somos pessoas maravilhosas.
A mescla feita pelo Dispensar Divino no momento da encarnação do Senhor chegou à
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consumação em nove meses. Mas é possível que a vida cristã abranja um período de muitos anos;

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
portanto, o dispensar divino em nossa vida cristã continua em nós todos os dias, da manhã à
noite. Desde o momento de nossa regeneração, temos desfrutado da comunhão divina. Depois disso,
todo o curso da nossa vida cristã tem sido um período do dispensar de Deus. Esso dispensar divino
mescla Deus conosco. Se precisamos de santificação, precisamos dessa mescla. Se a vitória é necessária,
precisamos dessa mescla. Se precisamos de transformação, precisamos dessa mescla. Regeneração,
renovação, santificação, transformação, a conformação e a glorificação são o fruto do dispensar.
Embora tenhamos sido regenerados, em outro sentido ainda não nascemos. Apocalipse 12:1-
5 revela que uma mulher, que representa todo o povo de Deus na terra, dá à luz uma criança do sexo
masculino. Este filho do sexo masculino é um símbolo dos vencedores das igrejas (2:26-27). Hoje
esses vencedores foram concebidos dentro da mulher, mas ainda não nasceram. Regeneração foi o
início de sua concepção, mas a consumação dessa concepção será o seu nascimento como vitoriosos
corporativos, o filho varão. No presente, eles ainda estão em processo de concepção, porque ainda
precisam receber mais dispensação. Todos nós precisamos receber muito mais dispensação. Nós
amadureceremos ao receber mais deste dispensar. A maturidade será o verdadeiro nascimento, e este
nascimento será o fruto do dispensar divino.

2. "O santo" é chamado Filho de Deus, aquele que nasceu de Deus


possuindo a vida e a natureza de Deus através da transmissão do Espírito Santo.
Lucas 1:35 diz: "Respondeu o anjo e disse-lhe: O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo
te cobrirá; portanto também o santo que nascerá será chamado Filho de Deus. " O ente santo que
nasceu de Maria foi chamado de Filho de Deus. "O santo" mencionado neste verso é o próprio Deus,
isto é, Cristo como a corporificação de Deus. Ele nasceu de Deus, possuindo a vida e a natureza de
Deus através da transmissão do Espírito Santo. Embora Cristo tenha nascido de Maria (Mt 1:16), ele
era um filho do Espírito Santo. O nascimento de Cristo veio diretamente do Espírito Santo (v. 20). Sua
fonte era o Espírito Santo e Seu elemento era divino.

B. O concebido na virgem foi Deus gerado nela do Espírito Santo


1. Primeiro, Deus foi concebido em Maria em sua concepção, transmitindo
a natureza de Deus através da obra de Seu Espírito.
Algumas pessoas pensaram que a concepção não pode ser considerada um nascimento. Mas Mateus
1:20 diz claramente que o gerado nela era do Espírito Santo. Desde o primeiro dia em que Maria
concebeu, Deus nasceu nela. Deus foi gerado em Maria através da transmissão da natureza de Deus
através da obra do Seu Espírito.

2. Uma vez realizada a concepção, Deus nasceu com a natureza humana, para ser um homem-Deus
Primeiro, Deus foi gerado em Maria através do Seu Espírito; então, uma vez que a concepção foi feita,
Deus nasceu com a natureza humana, para ser um homem-Deus, e assim possuir divindade e
humanidade. Este Deus-homem é Jesus, nosso modelo.

C. Cristo veio através da encarnação


1. Com Deus como realidade e graça para ser dispensado em Seus crentes
Cristo veio através da encarnação com Deus como realidade e graça para ser transmitida aos Seus
crentes. João 1:14 diz: "E o Verbo se fez carne e estabeleceu um tabernáculo entre nós [...] cheio de
graça e realidade", e o versículo 17 diz: "Porque a lei, foi dada por meio de Moisés, mas Graça e
realidade vieram através de Jesus Cristo". A lei não poderia vir porque não tinha vida; então, foi dado.
Mas porque Ele é uma pessoa viva, Jesus não foi dado, mas veio ao homem, desceu ao homem e veio
trazendo algo com ele. Cristo veio através da encarnação com Deus como realidade e como graça.
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A realidade é Deus obtido por nós e a graça é Deus desfrutado por nós. Nós obtemos Deus e
desfrutamos de Deus. Deus como graça é Deus desfrutado por nós, e Deus como realidade é Deus
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obtido por nós. Quando obtemos Deus e desfrutamos Dele, eventualmente desfrutamos de toda a Sua
plenitude.

2. De Sua plenitude todos os Seus crentes receberam graça sobre graça


De Sua plenitude todos os Seus crentes receberam graça sobre graça (v.16). A graça sobre graça que
desfrutamos hoje é uma questão de dispensação. Nós desfrutamos e Ele se dispensa. Ele se dispensa
para nós desfrutarmos. Nosso desfrute hoje é totalmente uma questão da comunhão do Deus Triúno
em nós.
Esse dispensar do Deus Triúno em nós só pode acontecer através do Espírito Santo em nosso
espírito. Esta é a razão pela qual devemos permanecer em nosso espírito. Quando deixamos nosso
espírito, devemos retornar rapidamente e ficar lá. Em nosso espírito, desfrutamos do dispensar e, do
dispensar, recebemos a plenitude, todas as riquezas do que é o Deus Triúno.

II. NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO


Na encarnação, o dispensar divino ocorreu principalmente para Cristo, a Cabeça; mas na ressurreição,
o dispensar divino ocorre principalmente para nós, o Corpo. A Cabeça e o Corpo são duas entidades
maravilhosas no universo. O dispensar na encarnação já foi completada pelo Cabeça, mas a transmissão
na ressurreição para o Corpo ainda continua até hoje.

A. Cristo como grão de trigo produziu, em Sua ressurreição, muitos grãos a fim de conceder Sua
vida divina em Seus muitos crentes, para ser Seus muitos membros.
Cristo como grão de trigo produziu, em Sua ressurreição, muitos grãos a fim de conceder Sua vida
divina em Seus muitos crentes como Seus muitos membros (12:24). Cristo era o grão de trigo. Ele
caiu na terra e morreu, e então ele cresceu. Nesse crescimento ocorreu uma espécie de transmissão
pela qual muitos grãos foram produzidos para serem os muitos membros de Seu Corpo.
Anteriormente, entendíamos que os muitos grãos eram o fruto de Cristo, o único grão de trigo. Mas
nós não entendemos que a produção dos muitos grãos era totalmente uma questão de transmitir. Sem
a transmissão da vida divina, os muitos grãos não poderiam ter sido produzidos. Nós, os muitos grãos,
somos o fruto da transmissão da vida divina que Cristo realiza em nosso ser.

B. Deus o Pai nos regenerou, os crentes, através da ressurreição de Cristo a fim de compartilhar Sua
vida divina em nós para que pudéssemos nos tornar Seus muitos filhos.
Deus o Pai nos regenerou, os crentes, através da ressurreição de Cristo, a fim de compartilhar Sua vida
divina em nós, para que pudéssemos nos tornar Seus muitos filhos (1Pe 1:3). A ressurreição de Cristo
foi um dispensar. Nós os muitos grãos foram produzidos para serem os muitos membros de Cristo.
Sendo muitos crentes, nascemos para ser os muitos filhos de Deus. A produção dos muitos grãos e a
regeneração dos muitos filhos foram levados a cabo pelo mesmo processo de transmissão divina.

C. Cristo como o último Adão se tornou, em Sua ressurreição, o Espírito que dá vida
a fim de transmitir a vida divina para fazer germinar os crentes do Novo Testamento.
Cristo como o último Adão, na Sua ressurreição, o Espírito que dá vida para transmitir a vida divina
para germinar os crentes do Novo Testamento para que se tornem a nova criação de Deus (1Co
15:45). Na ressurreição de Cristo, todos nós, pecadores, nos tornamos três coisas: os muitos grãos,
os muitos filhos e a nova criação (2Co 5:17). Os muitos grãos são os muitos filhos e os muitos filhos
são a nova criação. Esses três assuntos se devem à transmissão da vida e da natureza divinas em nós.
Graças a esse dispensar, nos tornamos membros do Corpo de Cristo, os muitos filhos da família de
Deus e a nova criação. Anteriormente, vimos que somos os muitos membros do Corpo de Cristo, os
muitos filhos da família de Deus e a nova criação; mas não vemos muito claramente que o ponto
114

crucial sobre esses três assuntos é a transmissão da divindade à humanidade. Hoje esse dispensar ainda
está em andamento.
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MENSAGEM 22
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS EFETUA EM CRISTO (2)
Leitura bíblica: Jo 20:22; At 2:17, 33; 10:45; Tt 3:6; At 2:4; 1:5; 13: 52b; 1Pe 1:3; Jo 17:2b;
3:5, 6b; 1:12-13; Rm 6:19, 22; 2Pd 1:4; 1Ts 5:23
No Antigo Testamento, a comunhão de Deus de acordo com Sua economia divina pode ser vista nas
promessas e tipos de redenção e salvação que Deus mostrou antecipadamente. No Novo Testamento,
a economia divina e o dispensar divino são reveladas no cumprimento da plena redenção e salvação
de Deus. Primeiro, esse cumprimento aconteceu na encarnação de Cristo e, depois, na ressurreição de
Cristo. Nós ignoramos a morte de Cristo porque nada foi transmitido na morte de Cristo. Após a
ressurreição de Cristo, o cumprimento da plena redenção e salvação de Deus prosseguiu infundindo
como o sopro do Espírito essencial para os crentes e depois no derramamento do Espírito econômico
sobre os crentes.

Muitos cristãos celebram o derramamento do Espírito econômico que aconteceu no dia de Pentecostes.
No entanto, para eles, o sopro do Espírito essencial infundido nos discípulos em João 20 não é tão
importante quanto o derramamento do Espírito econômico. A ressurreição de Cristo, o sopro do
Espírito essencial e o derramamento do Espírito econômico podem ser comparados ao nascimento de
um filho. Depois de nascer, primeiro começa a respirar e depois toma banho. O nascimento dos
crentes ocorreu no tempo da ressurreição de Cristo (1Pe 1:3). Após este nascimento, os discípulos
começaram a respirar o Espírito Santo em João 20:22. Então, o Senhor Jesus como Cabeça do Corpo
"banhou" o Corpo pelo batismo do Espírito Santo no dia de Pentecostes.

A BIOGRAFIA DA TRINDADE DIVINA


O Evangelho de João pode ser considerado a biografia da Trindade Divina. O Deus Triúno teve e
ainda tem uma biografia. Muitos cristãos consideram os quatro evangelhos como quatro biografias do
único Salvador, o Senhor Jesus. A ordem em que os quatro Evangelhos estão organizados é muito
significativa. Mateus, Marcos e Lucas, os evangelhos sinóticos, falam principalmente sobre Cristo em
Sua humanidade. Em Mateus, Cristo em Sua humanidade é revelado primeiramente como o Salvador-
Rei, então, em Marcos, como o Salvador-Escravo, e depois, em Lucas, como o Salvador-Homem.
Contudo, o que é revelado no quarto Evangelho, o Evangelho de João, é a divindade de Cristo. No
Evangelho de João, a biografia do nosso Deus Triúno em Sua humanidade, Cristo é revelado como
Deus-homem, uma pessoa com a natureza divina e natureza humana. Enquanto Mateus e Lucas contêm
uma genealogia do Senhor Jesus (Mt 1:1-17; Lc 3:23-38), João não tem uma genealogia. Antes,
João 1:1 diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". A Palavra
não teve começo no tempo; portanto, não tem genealogia.

Por quatro mil anos da história humana, desde a criação de Adão, Deus existiu apenas em Sua
divindade. Naquela época, ninguém conhecia o verdadeiro significado do universo e da vida humana.
Deus teve contato com o homem e o Espírito do Senhor veio sobre o homem (Nm 11:25; Jz 3:10;
6:34; 1Sm 16:13), mas Deus era Deus, e o homem era o homem. Então, um dia, cerca de dois mil
anos atrás, a Palavra saiu da eternidade e entrou no tempo. Como um descendente triplo - a semente
da mulher, a descendência de Abraão e a descendência de Davi - Ele entrou na humanidade. O infinito
e eterno Verbo se fez carne (Jo 1:14). Foi concebido em um útero humano e nasceu de uma virgem
para ser um homem maravilhoso com sangue e carne. A encarnação do Senhor, como Seu começo
em Sua humanidade, foi um marco transcendental na biografia de Sua humanidade. Em Sua
encarnação, a Trindade Divina foi transmitida ao ser do homem. Essa foi o Dispensar Divino.
115

Quando este homem maravilhoso e único chamado Jesus veio em encarnação, ele não chegou de
mãos vazias. Em vez disso, João 1:14 diz: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós (e vimos a sua
glória, glória como do unigênito do Pai), cheio de graça e de realidade." Todo o seu ser não estava
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cheio de mandamentos, ordenanças e regulamentos, mas estava cheio de graça e realidade.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Poucas pessoas sabem o que são graça e realidade. Muitos creem que a graça é simplesmente um favor
imerecido. Eles podem até pensar que ter uma casa nova ou um carro novo é a graça de Deus. No
entanto, Paulo disse que ele considerava coisas como lixo (Fp 3:8). Na sua mais alta definição, a graça
é Deus no Filho para ser apreciado por nós. Realidade é Deus em Seu Filho para ser obtido por nós. O
sábio rei Salomão disse que tudo é vaidade (Ec 1:2); mas Deus no Filho obtido por nós é a realidade.
Cristo veio cheio em Seu ser como Deus no Filho, a fim de ser dado a nós, para que pudéssemos
desfrutá-lo e obtê-lo como nossa realidade. Quando as pessoas nos perguntam o que temos, podemos
dizer: "O que temos não são bens materiais, mas temos Deus como nossa graça, nosso desfrute e como
nossa realidade, nosso verdadeiro ganho". Cristo não veio com uma pequena medida de graça e
realidade; pelo contrário, Ele estava cheio de graça e realidade. João 1:16 diz: "Porque todos nós
recebemos e graça sobre graça". Assim começa o Evangelho de João, a biografia do Deus Triúno em
Sua humanidade.

João 1:12-13 diz: "Mas a todos os que o receberam, aos que creem em seu nome, deu-lhes autoridade
para se tornarem filhos de Deus; que não são gerados de sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus ". Nascido de Deus como Seus filhos é o dispensar da Trindade
Divina em nós para que possamos desfrutá-Lo como graça e obter como realidade a tal ponto que ele
se torna a nossa vida, natureza, elemento, essência e nosso próprio ser. Tal dispensar nos permite ser
Seus filhos.

Em João 3 Nicodemos, príncipe dos judeus, veio Jesus à noite para obter algum ensinamento, Jesus
disse: "Em verdade, em verdade vos digo quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus "
(v. 3). Nicodemos não entendeu o Senhor e lhe respondeu, dizendo: "Como pode um homem nascer
sendo velho? Pode ele entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e nascer? ” (v. 4). O Senhor
Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade vos digo que quem não é nascido da água e do Espírito
não pode entrar no reino de Deus" (v. 5). O Senhor disse a Nicodemos que ele precisava ser sepultado
pela água e ter um novo nascimento pelo Espírito Santo; então seria regenerado. Como resultado, em
Nicodemos, como em muitos outros, o Senhor teria Seu crescimento, Sua noiva, Seu complemento
(v. 29-30). Embora a palavra dispensar não é encontrada na Bíblia, sem o dispensar não poderia ter
aumento de Cristo. O aumento vem do Dispensar Divino. Cada ponto que é encontrado no Evangelho
de João tem a ver com o dispensar divino.

Em João 3, um homem moral veio ao Senhor Jesus, mas no capítulo 4 o Senhor chegou a ter contato
com uma mulher imoral (v. 3-4). O Senhor disse a ela que Ele tinha a água viva (vv. 10, 14). Ela
disse-lhe: "Senhor, dá-me a água, para que eu não tenha sede, nem venha para tirá-la" (v. 15). Ele
disse a ela: "Vá, chame seu marido e venha para cá" (v. 16). A mulher respondeu: "Eu não tenho
marido", e Jesus disse a ela: "Você disse bem: não tenho marido; porque você teve cinco maridos, e
aquele que você tem agora não é seu marido; isso você disse com verdade "(v. 17-18). Desta forma,
o Senhor sabiamente tocou sua consciência, e ela percebeu que Ele conhecia toda a sua história
pecaminosa. Finalmente, o Senhor Jesus ajudou-a a receber a água viva bebendo-O. O Senhor disse-
lhe: "Mas a hora está chegando, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e com veracidade; pois o Pai também busca que tais adoradores que o adorem" (v. 23).
Receber o Senhor Jesus como água viva é adorar a Deus Pai. A verdadeira adoração a Deus não é
ajoelhar-se diante Dele; é receber a Seu dispensar. O que mais agrada a Deus é que permitimos que
Ele seja transmitido em nosso ser. Abrir o nosso ser e aceitar e receber o que Ele transmite é a melhor
adoração que podemos dar a Deus. Hoje, Deus espera que o sedento seja transmitido como água viva
em nós. Quando bebemos e recebemos seu dispensar, Deus fica muito feliz. Isso agrada a ele.

João 5 nos diz que se estamos no túmulo ou não, estamos todos mortos; contudo, o Senhor vem a
nós para que tenhamos vida. Além disso, Sua vida nos é transmitida por sua palavra. Se recebemos a
116

Sua palavra e cremos naquele que O enviou, nós O recebemos como vida, que nos transporta da
morte para a vida eterna (v. 24). Novamente, esta é a transmissão, o dispensar do Deus Triúno como
vida no Filho para nós.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Em João 6 o Senhor disse que Ele é o pão da vida (vv. 35, 48), o pão do céu e o pão vivo (v. 51). Se
estivermos com sede, devemos beber Dele e, se tivermos fome, devemos comer Dele. Aqueles que
ouviram a palavra do Senhor em João 6 não O entenderam (v. 60). Portanto, ele disse-lhes: "É o
Espírito que dá vida; a carne não beneficia nada; as palavras que vos tenho falado são espírito e são
vida "(v. 63). Quando ouvimos as palavras do Senhor, recebemos espontaneamente o dispensar de
Cristo como Deus em nós. Depois de participar de uma reunião cheia do falar do Senhor, estamos
cheios de tal dispensar.

João 7:37-39 diz: "No último grande dia da festa, Jesus levantou-se e levantou a voz, dizendo: Se
alguém tem sede, venha a mim e beba. Aquele que crê em Mim, como diz a Escritura, fluirá rios de
água viva do seu interior. Isto dizia do Espírito daqueles que Nele cressem deveriam receber; porque
ainda não havia o Espírito, porque Jesus ainda não havia sido glorificado ”. Beber a água viva é receber
o dispensar de Deus.

Em João 8:12, Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará em trevas, mas
terá a luz da vida. ” A luz tem como finalidade o dispensar. As árvores que recebem luz solar suficiente
crescem bem e florescem, mas pode ser que uma árvore plantada à sombra não cresça bem porque
não recebe o que o sol transmite.

Em João 9, um cego se aproximou do Senhor Jesus. O Senhor cuspiu no chão e fez barro com a
saliva, e ungiu os olhos dos cegos com lama (v. 6). O cego recebeu a visão (v. 7), e através de sua
visão ele recebeu a luz. Isso foi para receber o dispensar divino.

Em João 10:1-9 o Senhor Jesus disse que Ele é a porta do rebanho. Do lado positivo, o curral mantém
as ovelhas. Ele as cobre no inverno e à noite as protege, e também as guarda dos lobos. No entanto,
o aprisco também as mantém num sentido negativo, impedindo-as de desfrutar do pasto. Cristo veio
para abrir a porta e chamar as ovelhas para fora do aprisco e segui-Lo, a fim de receber o sol e ar
fresco, água potável e fresca comer pasto da grama verde. Cristo é o verdadeiro sol, ar, água e o
verdadeiro pasto verde. Ele é o pasto. Isso novamente é a transmissão da Trindade Divina em Seu
povo escolhido.

Em João 11, Jesus ressuscitou Lázaro dos mortos. Ser ressuscitado é receber o dispensar divino. Em
João 12:24, Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo: a menos que o grão de trigo caia na
terra e morra, fica só; mas se morrer, dará muito fruto ". Se o Senhor não tivesse caído na terra e
morrido, teria permanecido como um grão. Ao cair na terra e morrer, Ele jorrou em Sua ressurreição,
e um grão se tornou muitos. Esta é a vida do grão único transmitida em muitos grãos.

Nós nunca podemos esgotar o significado de João 14-16. A primeira parte do capítulo 14 nos fala
que Cristo é a corporificação de Deus Pai e que, como tal, Ele expressa isto (vv. 7-11). Os versículos
16 a 20 nos dizem que o Espírito é a realidade de Cristo e que, como tal, Ele torna real para nós, e
que todos os que creem Nele receberão o Espírito. Quando recebemos o Espírito, temos o Filho e
quando temos o Filho, temos o Pai. Desta forma, temos a Trindade Divina em nós continuamente
transmitindo.

No capítulo 15 há uma videira com muitos ramos. Em cada momento de cada dia a videira transmite
sua rica seiva vital nos ramos. No capítulo 16, o Senhor comparou Sua iminente ressurreição com o
nascimento de uma criança (vv. 16-24). A ressurreição é uma rica transmissão da Trindade Divina no
povo escolhido de Deus.

Em João 17, Jesus orou ao Pai, dizendo: "Que todos sejam um; como tu, Pai, estás em mim e eu em
117

ti, para que também eles estejam em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste "(v. 21). A
unidade pela qual o Senhor orou aqui é um estado de coinerência, isto é, uma morada mútua do Pai,
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do Filho, do Espírito e dos crentes, na qual todos habitam uns nos outros. O Pai está no Filho, o Filho
está no Pai e todos os crentes estão no Pai e no Filho. Deste modo, os crentes participam da unidade
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
da Trindade Divina. Esta participação indica o dispensar da Trindade Divina. Ele dispensa e nós
recebemos e desfrutamos da unidade que existe na e entre a Trindade Divina. Agora, além do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, nós nos tornamos o quarto participante nesta unidade. Quer possamos
explicá-lo ou não, é um fato que a unidade revelada em João 17 é uma unidade de quatro entidades.
Incluindo o quarto participante nesta unidade não foi fácil. O Senhor realizou muitas coisas para entrar
em nós e nos introduzir no Deus Triúno, a fim de nos tornarmos um com o Deus Triúno. Tudo isso é
devido à transmissão divina.

Em João 18 o Senhor foi preso e em João 19 ele foi crucificado. Quando Ele foi crucificado, sangue
e água fluíram de Seu lado (19:34). O sangue nos redime e a água transmite a vida. Esta transmissão
de vida é o dispensar divino.

III. INFUNDIR O ESPÍRITO ESSENCIAL COMO SOPRO NOS CRENTES


Em João 20, o Senhor ressuscitou. Depois que o Senhor foi crucificado, os discípulos ficaram com
medo e aflitos. Eles podem não ter dormido bem, mas o Senhor descansou bem no sepulcro e no dia
da ressurreição ele saiu de lá. Quando Maria foi ao túmulo, ela viu que a pedra havia sido removida
(v. 1). Então ela disse a Pedro e João, e quando eles foram e viram a tumba vazia e os panos de linho
colocados em ordem, eles criam que o Senhor havia ressuscitado (vv. 2-8). Então os dois voltaram
para casa, mas Maria ficou junto ao túmulo, chorando pelo Senhor (v. 10-11). Naquele momento,
Jesus apareceu a ela e disse: "Não me toques, porque ainda não subi ao Meu Pai; mas vai a meus
irmãos, e dize-lhes que subo para meu Pai e para vosso Pai, para o meu Deus e para o vosso Deus "(v.
17). O Senhor quis apresentar o frescor de Sua ressurreição ao Pai.
Em Sua palavra a Maria, o Senhor Jesus se referiu aos discípulos como Seus irmãos e referiu-
se a Deus como Seu Pai e Pai para eles, como Seu Deus e seu Deus. Foi nesse dia que os discípulos se
tornaram irmãos do primogênito Filho de Deus. Naquela manhã, Jesus, que fora o Filho Unigênito de
Deus, tornou-se o primogênito de Deus, com muitos irmãos. Maria anunciou isso aos discípulos; mas
eles não receberam nenhum consolo, pois ainda mantinham as portas fechadas no lugar onde estavam
reunidos por temor dos judeus. De repente, Jesus veio e, de pé no meio, disse-lhes: "A paz esteja
convosco" (v. 18-19). Mostrou-lhes as mãos e o lado, e eles se alegraram quando viram o Senhor (v.
20). Então ele soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo" (v. 22).
Quando o Senhor foi infundido em Seus discípulos soprando sobre eles, algo maior do que a
encarnação ou a ressurreição foi realizado. Com isto, o Cristo ressuscitado, o Cristo pneumático como
Espírito que dá vida, foi transmitido de maneira prática em Seus crentes. Também o Espírito Santo,
como Deus Triúno processado e consumado, foi infundido como um sopro em Seu povo escolhido. O
objetivo de todos os eventos mencionados no Evangelho de João foi a consumação do Deus Triúno. Na
eternidade passada, o Deus Triúno não alcançou a Sua consumação. Era apenas divino; não era
humano. Ele só tinha divindade, sem humanidade. O elemento da maravilhosa morte todo-inclusiva
de Cristo ainda não estava Nele, e mesmo que Ele fosse a ressurreição (11:25), Ele não teve a
experiência da ressurreição. Depois de passar pelos processos de encarnação, viver humano,
crucificação e ressurreição, Deus Triúno foi realizado como o Deus completo com a divindade, a
humanidade, o viver humano, todo-inclusivo a morte com a sua eficácia, e ressurreição com o seu
poder. Nosso Deus hoje não é apenas divino, mas também humano. Em Sua humanidade Ele passou
por encarnação e viver humano, entrou na morte e passou por ela, então entrou na ressurreição e
permaneceu naquela ressurreição. Agora Ele tem tudo: divindade, humanidade, viver humano, morte
todo-inclusiva e a ressurreição poderosa e excelente.
Um Deus tão processado e consumado tornou-se a melhor "dose" do universo. Quando
tomamos esta dose, Seu elemento é transmitido para nós, e os "antibióticos" da dose matam todos os
"micróbios" dentro de nós. Ele é tudo. Ele é Deus, ele é homem, ele é morte, ressurreição e vida. Ele
é uma dose para nós, pessoas doentes. Quando o Senhor Jesus veio aos discípulos naquela noite, Ele
lhes trouxe essa dose consumada para que eles pudessem inalá-lo. Quando recebemos o Deus Triúno
118

processado e consumado como nossa dose, somos curados, supridos e sustentados pela comunhão de
Deus em nosso ser. Esta é a infusão do Espírito essencial como uma respiração nos crentes.
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Nosso nascimento celestial, divino e espiritual aconteceu quando Cristo ressuscitou (1Pe 1:3),
e começamos a respirar quando Cristo, como Espírito que dá vida, soprou e se dispensava em Seus
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
discípulos. Isso é verdade mesmo que não estivéssemos fisicamente presentes no momento em que
isso aconteceu. Quando um médico nos dá uma injeção no braço, a injeção é dada ao nosso corpo
inteiro. Nós não precisamos receber a injeção em todas as partes do nosso corpo, porque depois de
alguns minutos a injeção que recebemos em nosso braço começa a se espalhar para o resto do nosso
corpo. Quando Cristo com o Seu sopro instilou o Espírito Santo nos discípulos, este sopro foi uma
injeção do Espírito Santo em todo o Seu Corpo, do qual somos membros. Assim como não há
elemento de tempo em Deus, também não há elemento de separação entre os membros do Corpo. O
que Deus faz para todas as partes do corpo. Nós nascemos de novo na ressurreição de Cristo, e
começamos a respirar quando Ele infundiu o Deus Triúno consumado em Seus crentes soprando sobre
eles. Essa é o dispensar divino.
A intenção eterna do nosso Deus é ser transmitido, infundido, dispensar e trabalhar em nós.
Antes de sua encarnação, Deus não foi dispensado no homem; mas, desde a época de Sua encarnação,
Seu viver humano, Sua morte todo-inclusiva e Sua ressurreição, até hoje, Sua transmissão esteve em
marcha. Seu sopro nunca para. Isto tem como fim a sua contínua e incessante dispensação dentro de
nós, para que possamos ser um com o nosso Deus Triúno. Efésios 4:4-6 diz que nós, o único Corpo,
e o único Espírito, o único Senhor e o único Deus e Pai estão mesclados. Neste universo existe tal
mescla, e essa mescla é a igreja. A igreja é a transmissão do Deus Triúno nos chamados e escolhidos
para torná-los um com Deus.

IV. NO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO ECONÔMICO SOBRE OS CRENTES


O cumprimento da plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo também é visto no
derramamento do Espírito econômico sobre os crentes (At 2:17, 33, 10:45, Tt 3:5-6). Após o
nascimento dos crentes na ressurreição do Senhor, foi necessário banhá-los como um recém-nascido.
Então, no dia de Pentecostes, os crentes foram batizados no Espírito.
O derramamento do Espírito econômico é o encher exterior do Espírito de poder e do batismo
no Espírito Santo (At 2:4; 1:5). O derramamento do Espírito econômico anda de mãos dadas com
o encher interior do Espírito essencial, e o encher interior do Espírito essencial é a comunhão do Deus
Triúno processado como vida nos crentes (13:52b). O batismo do Espírito Santo, o encher do
Espírito, sempre acompanha o encher interior. O encher do Espírito exterior pode ser comparado ao
banho na água, enquanto o encher do Espírito interior pode ser comparado à beber água. De acordo
com as leis naturais da criação de Deus, se todos os dias nos banharmos e depois bebermos água,
seremos muito saudáveis. A água de beber segue a água do banho. A primeira nos enche interiormente
e esta exteriormente.

V. NA REGENERAÇÃO DOS CRENTES


O cumprimento da plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo também é visto na
regeneração dos crentes (1Pe 1:3). A regeneração dos crentes é a realidade, o fato, do Cristo
ressurreto dispensado aos crentes que Deus o Pai lhe deu (Jo 17:2b). É também a transmissão do
Espírito, a vida divina e o Deus Triúno processado nos crentes (3:5, 6b; 1:12-13).
Embora tenhamos nascido de novo na ressurreição de Cristo, antes de um certo tempo, não
foi nossa experiência. Como vimos, a ressurreição de Cristo foi um grande nascimento. Na
ressurreição, Cristo nasceu para ser o Filho primogênito de Deus. Ele assumiu a liderança e todos nós
o seguimos e também nascemos. Esse foi o cumprimento da realidade, o fato de que Deus gerou
muitos filhos por meio da ressurreição de Cristo. Mesmo assim, ainda precisamos da experiência prática
e pessoal de nossa regeneração.
Nossa necessidade de ter uma experiência pessoal de regeneração pode ser vista no êxodo do
Egito dos filhos de Israel. O êxodo dos filhos de Israel era um assunto corporativo, mas cada israelita
teve que experimentar o êxodo pessoalmente. A experiência de deixar o Egito foi o êxodo pessoal de
cada israelita. O evento foi corporativo, mas a experiência foi pessoal. Nascemos na ressurreição de
Cristo, mas naquela época ainda não havíamos nascido fisicamente. Depois do nosso nascimento físico,
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Deus designou um tempo para nós experimentarmos o que Ele realizou. O que Ele realizou foi uma
realidade, um fato; o que experimentamos é o aspecto prático desse fato.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Tanto a experiência corporativa como a experiência pessoal de regeneração visam transmitir
Deus. Quando fomos regenerados, experimentamos o dispensar. Talvez não tenhamos entendido todas
as doutrinas sobre regeneração; mas no momento da nossa regeneração, algo muito forte entrou em
nós para revolucionar toda a nossa vida humana. Essa foi o dispensar divino em nossa regeneração.

VI. NA SANTIFICAÇÃO SUBJETIVA DOS SANTOS


O cumprimento da plena redenção e salvação que Deus realiza em Cristo progride na santificação
subjetiva dos santos (Rm 6:19, 22). Depois da nossa regeneração, precisamos ser santificados
subjetivamente. Santificação subjetiva é o dispensar da natureza santa dentro do santo, que separa o
santo para Deus através de saturação do ser santo com a natureza santa (2Pe 1:4; 1Ts 5:23).
Quando fomos regenerados, uma grande mudança ocorreu em nossa vida. No entanto,
naquela época ainda éramos comuns e mundanos, tanto interna quanto externamente. A aplicação do
sangue de Cristo, que nos separa do mundo (Hb 13:12), tem a ver com a nossa posição, que é algo
exterior, e não com a nossa maneira de ser. Ainda precisamos ser santificados em nossa maneira de
ser, que é realizado pela vida interior, pelo Espírito que habita em nós, pelo mesmo Deus que está em
nosso espírito. Todos os dias a vida divina, como o Espírito Santo, que é o próprio Deus, trabalha e
se move, saturando-nos e nos ungindo pouco a pouco. Pode ser que hoje somos mais santos do que
quando fomos regenerados. Depois de sermos regenerados, talvez desfrutemos de certas diversões
mundanas, mas hoje em dia não queremos fazer isso. Quando fazemos isso, não nos sentimos bem em
nosso espírito. Por sermos subjetivamente santificados, preferimos reunir-nos com os santos para
desfrutar do Senhor e louvá-lo.
Precisamos que a santificação siga nossa regeneração. A regeneração é um começo, uma
renovação, mas a santificação é uma continuação, uma renovação constante que ocorre dia após dia.
Por tal santificação, não seremos moldados a este século, mas seremos transformados pela renovação
de nossa mente (Rm 12:2).
Tanto a regeneração como a santificação são a comunhão de Deus dentro de nós. A intenção
de Deus é Si trabalhar em nosso ser. Ele faz isso pouco a pouco, saturando-nos verticalmente e nos
permeando horizontalmente em todas as partes do nosso ser, até que nosso corpo seja redimido
(8:23). A redenção do nosso corpo é equivalente à transformação do nosso corpo (Fl 3:21). Isto é
ter todo o nosso ser saturado e permeado com o elemento glorioso do divino Deus. Quando
estivermos saturados a tal ponto, seremos glorificados. Tudo isso constitui o dispensar da Trindade
Divina, da regeneração à glorificação. Este é o cumprimento e a experiência da plena redenção e
salvação que Deus produz em Cristo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 23
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS EFETUA EM CRISTO (3)
Leitura bíblica: Tt 3:5b; Rm 12:2b; Ef 4:23; Rm 6:4; 7:6b; 2Co 4:16; 5:17; Gl 6:15; Ap 21:2;
2Co 3:18; Rm 8:29-30; Fl 3:21; Rm 8:23; Ef 1:14; 4:30; Hb 2:10; 1Pe 5:10a
CINCO GRANDES REVELAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento contém algumas grandes revelações, dadas principalmente através do apóstolo
Paulo. Estes incluem a economia de Deus, Cristo, o Espírito, a transformação dos crentes e do Corpo
de Cristo. O dispensar de Deus está incluída em cada uma dessas importantes revelações. Sem
conhecê-los, é impossível conhecer o dispensar do Deus Triúno.

A economia de Deus
A primeira das cinco grandes revelações do Novo Testamento é a economia de Deus (1Tm 1:4, Ef
1:10, 3:9). A palavra grega oikonomia, traduzida "economia", significa "administração doméstica"
ou "economia doméstica". Em toda a Bíblia, somente o apóstolo Paulo usa essa palavra com referência
à economia de Deus. Nem mesmo o Senhor Jesus usou nos quatro evangelhos. A palavra economia é
de grande importância porque se refere ao propósito eterno de Deus de acordo com o desejo do Seu
coração.

Algumas pessoas disseram que o ensinamento dos apóstolos, mencionado em Atos 2:42, inclui apenas
os ensinamentos que o Senhor Jesus transmitiu aos doze apóstolos enquanto estavam na Terra. No
entanto, em João 16, o Senhor disse claramente a Seus discípulos que Ele tinha muitas coisas para
dizer a eles, mas que eles não poderiam suportá-los (v. 12). Então Ele lhes disse que esperassem pela
vinda do Consolador, o Espírito da realidade, que receberia as coisas do Senhor Jesus e as declararia
aos discípulos (v. 13-15). De acordo com meu estudo da Bíblia, a palavra do Senhor aqui se cumpriu
principalmente com o apóstolo Paulo. Ele foi quase o único que recebeu a revelação adicional do
Senhor a respeito da economia de Deus. Nas quatorze epístolas escritas por Paulo, a primeira grande
revelação não tem apenas a ver com Deus, mas também com a sua economia. A economia de Deus,
isto é, o plano eterno de Deus, é revelado especialmente nos quatro livros de Gálatas, Efésios, Filipenses
e Colossenses. Nos últimos anos de ministério, demos atenção especial à questão da economia de
Deus.

Cristo é todo-inclusivo
A segunda grande revelação do Novo Testamento é que Cristo é todo-inclusivo. Nos escritos de Paulo,
o conhecimento sobre Cristo e o que é apreendido de Cristo foram liberados a um grau excepcional. O
apóstolo Paulo usou as dimensões do universo - largura, comprimento, altura e profundidade - para
mostrar as dimensões de Cristo (Ef 3:18). A largura, o comprimento, a altura e a profundidade são
Cristo. Só Cristo sabe o quão larga é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do
universo. O próprio Cristo é a largura, comprimento, altura e profundidade de todo o universo. Ele é
todo-inclusivo e abrangente. Este Cristo primeiro desceu do céu para a terra; então, ele desceu para
o Hades, para as partes mais baixas da terra. Depois, subiu a terra e depois ascendeu acima de todos
os céus para tudo encher (4:8-10).

O Espirito
A terceira grande revelação do Novo Testamento é o Espírito. O Espírito é a chegada do Deus Triúno
a nós. Além disso, Ele é também a consumação do Deus Triúno processado. O Deus Triúno, depois
de ser processado através da encarnação, viver humano, crucificação, ressurreição e ascensão, tornou-
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se o Espírito. Finalmente, a Bíblia termina no título divino O Espírito. Apocalipse 22:17 diz: "O
Espírito e a noiva dizem: Vem." O Espírito como consumação do Deus Triúno e da noiva como
consumação da humanidade escolhida, redimida, regenerada, transformada e glorificada, torna-se um
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casal universal. Este casal é a Nova Jerusalém.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
A revelação sobre o Espírito foi dada principalmente ao apóstolo Paulo. João em seu evangelho teve
alguma revelação sobre o Espírito, mas seus escritos apenas narram o que ele viu; ele não ensinava
isso. No entanto, o que Paulo escreveu em suas epístolas é o que ele ensinava.

A transformação dos crentes


A quarta grande revelação do Novo Testamento é a transformação dos crentes. Regeneração,
santificação subjetiva, renovação, conformação e glorificação também estão incluídas nesta revelação.
Quando jovem, eu estava procurando uma definição adequada de regeneração até que um dia eu li
uma frase em um dos livros de T. Austin-Sparks, que dizia que ser regenerado significa receber outra
vida além da vida natural. Quando li essa frase, fiquei bastante animado. Esta é uma maravilhosa
definição de regeneração. Além de compreender a regeneração, também precisamos entender o que
são santificação, renovação, transformação, conformação e glorificação. A Bíblia diz que na
glorificação, seremos exatamente como Cristo em todos os sentidos (1Jo 3:2).

O Corpo de Cristo
A quinta grande revelação do Novo Testamento é o Corpo de Cristo (Ef 1:22-23). O corpo não é
mencionado nos trinta e nove livros do Antigo Testamento. A primeira menção do Corpo no Novo
Testamento é encontrada em Romanos 12:5. De acordo com Romanos 12, devemos apresentar
nossos corpos físicos (v. 1) ao Corpo místico de Cristo (v. 5). Quando apresentamos nossos corpos e
nos renovamos em nossa mente, vemos, discernimos e verificamos que a vontade de Deus é obter um
Corpo para Cristo que deve ser Sua plenitude e expressão (v. 2).

A economia de Deus e Seu dispensar estão intimamente relacionadas a essas cinco grandes
revelações. Se você quiser saber sobre o dispensar do Deus Triúno, devemos conhecer a Deus em Sua
economia, Cristo em Sua inclusão, o Espírito como a consumação do Deus Triúno, a transformação
espiritual e divina de crentes, e o Corpo de Cristo.

A RENOVAÇÃO REVELADA NO NOVO TESTAMENTO


Nesta mensagem, vamos considerar os principais versos do Novo Testamento que tratam da questão
da renovação.

A novidade da vida e a novidade do espírito


Romanos 6:4 diz: "Fomos, pois, sepultados com Ele na Sua morte pelo batismo, para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade
de vida." Então Romanos 7:6 diz: "Mas agora estamos livres da lei, havendo morrido para aquilo em
que estávamos retidos, para que sirvamos em novidade de espírito e não na velhice da letra." O espírito
mencionado aqui é o nosso espírito regenerado, onde o Senhor habita como um Espírito (2Tm 4:22).
A novidade da vida é para o nosso caminhar diário e a novidade do espírito para o nosso serviço. Talvez
conheçamos o termo novidade da vida, mas podemos saber muito pouco sobre a realidade deles. Em
nosso serviço evangélico, precisamos pregar o evangelho na novidade do espírito, e não na velhice de
uma certa maneira ou em uma certa fórmula.

A nova criação
No Novo Testamento, os crentes são uma nova criação. Em 2 Coríntios 5:17 lemos: "Portanto, se
alguém está em Cristo, ele é uma nova criação; coisas velhas já passaram; eis que novos são feitos ".
Na Bíblia, a palavra criação refere-se a algo que é criado a partir do nada. Em Gênesis 1, Deus não
precisava de nenhum material para ser capaz de criar. Ele disse: "Haja luz; e houve luz "(v. 3). Ele é
aquele que chama as coisas que não são, como existentes (Rm 4:17). No entanto, a formação de
122

Adão foi diferente; não foi chamado um ato de criação. Gênesis 2:7 diz que "Deus formou
o homem". Deus usou o pó da terra como material para formar o primeiro homem, Adão.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Deus criou Sua nova criação sem qualquer material físico. A nova criação foi criada por Deus com
Cristo, a incorporação da vida divina. Assim, o material para a nova criação é a vida divina. Toda
pessoa que está em Cristo é uma nova criação porque a vida de Deus entrou nessa pessoa. Antes da
nossa regeneração, não tínhamos a vida divina; mas, através da regeneração, Deus se transmitiu a nós
e tornou-se nossa vida. Portanto, nos tornamos a corporificação de Cristo. Ele nasceu em nós como
nossa vida. Desta forma, nos tornamos uma nova criação.

Nem circuncisão nem incircuncisão, mas uma nova criação


Gálatas 6:15 diz: "Pois nem a circuncisão aproveita coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser uma
nova criação." O termo circuncisão refere-se aos religiosos, e o termo incircuncisão refere-se ao
secular. Nenhum destes tem qualquer valor em termos da nova criação. Apenas a nova criação é
importante. A intenção de Deus não é ter um grupo de pessoas circuncidadas ou um grupo de pessoas
não circuncidadas. Ele quer reunir um grupo de pessoas regeneradas como Sua nova criação, criada
por Ele com Sua vida divina incorporada em Cristo.

Nós éramos parte da velha criação, mas através da regeneração nos tornamos uma nova criação.
Embora sejamos uma nova criação, permanecemos cheios de velhice em nossa mente, em nossa
emoção e em nossa vontade. Nós ainda amamos e odiamos na velha criação. Portanto, precisamos ser
renovados. Todo o nosso ser, incluindo nosso corpo físico, precisa ser renovado. A redenção do nosso
corpo (1Co 1:30, Rm 8:23) é a renovação de todas as partes do nosso corpo. Tal será a consumação
da renovação de todo o nosso ser.

Somos homens tripartidos compostos de espírito, alma e corpo (1Ts 5:23). No tempo de nossa
regeneração, Deus entrou em nosso espírito e imediatamente nosso espírito foi renovado. Agora nossa
alma também precisa ser renovada em cada parte. Tito 3:5 diz: "Ele nos salvou, não por obras de
justiça que nós teríamos feito, mas de acordo com a Sua misericórdia, pela lavagem da regeneração e
pela renovação do Espírito Santo." Por meio da regeneração, nosso espírito foi renovado, mas nossa
alma não foi renovada pela regeneração. Portanto, após a regeneração, o Espírito continua a nos
renovar saturando nossa alma.

De acordo com Efésios 1:13, fomos selados pelo Espírito Santo como tinta seladora. Quando um selo
embebido em tinta é colocado em uma folha de papel, a tinta úmida satura o papel. Da mesma forma,
o Espírito Santo como tinta que sela, satura e permeia nossa alma. Saturar é encher ou absorver
profundamente, e saturar é se espalhar por uma certa coisa. A saturação é vertical e a permeação é
horizontal. Desde o dia em que fomos regenerados, Deus, corporificado em Cristo, nos foi transmitido
como vida. Ao mesmo tempo, Ele colocou o Seu Espírito em nós como um selo vivo. A partir daquele
dia, o Espírito que sela nos saturou e nos impregnou. Primeiro, o Espírito satura e permeia nossa alma,
incluindo nossa mente, nossa emoção e nossa vontade. Com o tempo, Esse Espírito de vida que nos
satura alcançará nosso corpo mortal para que nosso corpo possa ter vida (Rm 8:11). Esta saturação e
permeação continuará em nós até a redenção da possessão de Deus" (Ef 1,14), isto é, até a redenção
do nosso corpo (Rm 8:23).

O selo do Espírito entra primeiro em nosso espírito. A partir daí, Ele nos satura verticalmente e nos
satura horizontalmente em todas as partes de nossa alma para alcançar nosso corpo. Em seguida, segue
a saturação e permeando nosso corpo até um dia nosso corpo é totalmente saturado e impregnado,
ou seja, totalmente redimidos. Nosso corpo será redimido não pelo sangue de Cristo, mas pelo Cristo
que habita em nós como nossa vida. Então, Paulo disse que Cristo em nós é a nossa vida hoje (Cl 3:4)
e nossa esperança de glória para o futuro (1:27). A redenção do nosso corpo é a glorificação do
nosso corpo (Rm 8:30, Fl 3:21). Quando nosso corpo for redimido, estaremos total e completamente
em glória. Naquela época, estaremos complemente impregnados e saturados do Deus Triúno que se
123

expande e impregna.
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Os aspectos de regeneração, santificação, transformação, conformação e glorificação, mencionados


acima, constituem a totalidade do processo de renovação. Uma bola de algodão branca saturada com
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
tinta vermelha é um exemplo do processo de renovação. Se eu injetar tinta vermelha no centro do
algodão por um certo período de tempo, todo o algodão ficará vermelho. Se a injeção for lenta, pode
levar mais tempo para a bola ficar vermelha. Mas, com o tempo, a bola de algodão ficará
completamente vermelha. Essa é a "glorificação" do algodão.

Estamos atualmente em processo de renovação. Através de muitos anos de experiência, aprendi que
tudo o que acontece comigo faz parte do processo de renovação. No começo, não entendi por que
certas coisas aconteceram comigo; mas depois de considerá-los por um longo tempo, meus olhos se
abriram para ver que todos faziam parte do processo de renovação. Em 2 Coríntios 4:16 nos é dito:
"Embora o nosso homem exterior esteja se desgastando, o homem interior é, no entanto, renovado
dia a dia." Outra tradução deste versículo é: "Embora nosso homem exterior esteja sendo consumido".
Dia a dia somos renovados quando consumidos. A razão pela qual certas coisas nos acontecem é que
precisamos ser consumidos. Quando somos consumidos, somos renovados. Sendo consumido pelo
nosso meio ambiente, somos renovados. Nossos parentes fazem parte desse ambiente de consumo.
Ser casado ou solteiro também faz parte do ambiente que Deus providenciou para nos consumir.

Se fôssemos tão macios quanto o algodão, poderíamos facilmente receber a injeção do Espírito. Mas
porque podemos ser tão duros quanto o mármore, é possível que a "tinta" do Espírito não nos
penetre. Portanto, precisamos que nosso ambiente nos quebrante e nos triture, a fim de nos
suavizar. Talvez Deus primeiro nos martele e nos reduza ao pó. Uma vez feito pó, podemos facilmente
receber a injeção do Espírito. Na verdade, somos todos um pouco difíceis. Alguns de nós são como
pedras macias, enquanto outros são mais duros que o aço. Quer sejamos duros ou moles, o Senhor
tem um jeito de trabalhar em nós. Ele pode usar martelos, mós, água ou fogo para lidar conosco. O
Senhor usa vários meios em nosso ambiente para nos consumir, para que possamos ser renovados.

A Nova Jerusalém é a consumação da novidade


Na Bíblia, a Nova Jerusalém é a consumação da novidade (Ap 21:2). A Nova Jerusalém é uma
composição viva de todos os crentes renovados. Nenhuma pessoa que não tenha sido renovada está
qualificada para estar lá. Adão foi feito do barro, do pó da terra (Gn 2:7). Mas a Nova Jerusalém
não é uma entidade composta de barro; é composto de ouro, pérola e pedras preciosas (Ap 21:18-
21). Cada parte da Nova Jerusalém é transformada e renovada. Hoje não tenho a certeza que fui
completamente renovado. Mas quando entrarmos na Nova Jerusalém, toda a nossa lama e poeira
terão desaparecido. Somente o ouro, a pérola e as pedras preciosas permanecerão. Tudo terá sido
renovado; portanto, a cidade é chamada a Nova Jerusalém.

A renovação através do dispensar do Deus Triúno processado


Renovação é uma questão do dispensar do Deus Triúno processado. O Deus que recebemos é o Deus
que passou por um processo. Na eternidade Ele era apenas Deus, mas através da encarnação ele se
tornou um homem chamado Jesus. Este Jesus é Deus com a natureza humana. Não podemos receber
o Deus que existia antes da encarnação, mas podemos receber o Deus que se fez homem, que passou
pelo viver humano na terra, entrou na morte por crucificação e ressurreição. Ele não é mais
simplesmente Deus; é Deus com humanidade, viver humano, crucificação e ressurreição.

Experimentar a renovação
O Deus Triúno processado que passou pela encarnação, pelo viver humano, pela morte e pela
ressurreição nos é dado para O experimentar. Enquanto O experimentamos, somos renovados. Ele
nos renova ao nos tocar em todos os detalhes da nossa vida humana. Ele se preocupa com o tipo de
sapato ou gravata que usamos. Ele também se preocupa com a maneira como penteamos nossos
cabelos e até com o tipo de botões que temos em nossas roupas. Se você usar um certo tipo de botão
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em suas roupas, talvez não tenha paz para comer ou dormir. Talvez ele diga: "Senhor Jesus, não creio
que Tu se importes com tais detalhes da minha vida humana". Mas quanto mais você diz isso, mais
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você será incomodado pelo Senhor Jesus, até que você perca sua liberdade e paz para fazer muitas

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
coisas. Quanto mais jovem uma pessoa é, mais livre ela pode ser. Porém quanto mais os jovens
crescerem no Senhor, mais o Senhor os incomodará. Com o tempo sua liberdade será reduzida.

Uma vez comprei uma gravata. Não tinha nada de errado, mas toda vez que eu usava, eu não tinha
paz e não podia orar livremente. Quando tirei a gravata, senti paz e pude orar sem impedimentos. Essa
é a experiência da renovação.

TRANSFORMAÇÃO ATRAVÉS DA RENOVAÇÃO


Cristo como a corporificação de Deus é muito real; Ele é a realidade (Jo 14:6). O Espírito também é
real e é chamado de Espírito da realidade (v. 17; 16:13). Ele é invisível, mas ele é real. Quando
tocamos Nele, tocamos algo real. Tudo que é real tem substância, e toda substância tem um elemento.
Dentro do elemento é sua essência. Quando comemos comida, recebemos alguma substância. Naquela
substância existe um elemento e dentro do elemento há uma essência. Ao entrar em nosso corpo, a
essência renova e transforma nosso corpo em outra forma. Essa renovação é a transformação.

Nos primórdios do meu ministério neste país, usei termos como metabólico e orgânico, emprestados
da biologia e da química, para descrever o trabalho de transformação em nossa vida cristã. Eu disse
aos santos que a transformação não é apenas orgânica, mas também organicamente metabólica. Eu
nunca estudei química, mas entendo que química é um estudo de elementos e compostos. Para ter um
composto químico, deve haver mais de um elemento. Quando vários elementos diferentes são
combinados, alguma transformação ocorre.

O agente de uma casa funerária pode embelezar o rosto de uma pessoa morta, maquiando-a
externamente. No entanto, isso não é transformação. A transformação é metabólica. Em contraste,
minha aparência pode mudar de pálida para rosa se eu comer alimentos ricos e nutritivos por um
período de tempo. Essa mudança é transformação. Tal transformação é realizada pela renovação. Essa
renovação é uma mudança metabólica; então, isso está relacionado à vida.

A transformação não é realizada por meio do ensino. Se simplesmente ouvirmos uma palavra de
ensino, nada acontecerá dentro de nós. No entanto, se estivermos abertos à palavra que ouvimos e
oramos, algo acontece. Talvez nós oremos, dizendo: "Senhor, eu recebo o que Tu me disse. Eu
agradeço e recebo. Eu quero desfrutar e aproveitar. Senhor, eu quero continuar considerando isso."
Enquanto tal oração é oferecida, o elemento divino com a essência divina é transmitido em nosso ser.
Tal elemento e essência divina são invisíveis e, no entanto, muito reais. Esse dispensar nos renova e
nos modifica. Renovação não é simplesmente uma questão de ensino. É possível entender o
ensinamento sobre o Corpo de Cristo e, no entanto, não ter o elemento ou a essência do Corpo. Para
ter o elemento e a essência, devemos abrir nosso ser de novo e de novo e constantemente para o que
temos ouvido e orar. Se estamos abertos ao Senhor e oramos assim todas as manhãs, nossa oração
pode parecer a mesma todos os dias. No entanto, isso pode ser comparado ao fato de que nós
comemos o mesmo café da manhã nutritivo todas as manhãs. Não é necessário mudar nossa "dieta"
dia a dia. Assim como os filhos de Israel comeram maná todos os dias durante quarenta anos no
deserto, sem mudar sua dieta, devemos comer Cristo da mesma maneira, sem mudar nossa dieta
espiritual. Essa prática produzirá uma mudança em nossa constituição intrínseca, e essa mudança é
renovação.

O verdadeiro significado de ser renovado não é apenas ler mensagens. Você pode ler sobre o segredo
da renovação nesta mensagem; mas a verdadeira renovação não ocorre até que aplique em sua
experiência o que leu, aproximando-se do Senhor, tocando-O e permanecendo em sua presença por
um certo período de tempo. Desta forma você receberá o elemento Dele, que irá renová-lo e
transformá-lo metabolicamente. Isso não só o tornará orgânico, mas também produzirá uma alteração
125

metabólica interna, uma mudança de uma forma para outra. Sua vida cristã crescerá e você
experimentará o selo, que resultará na glorificação de seu corpo. Por seu lado, Deus é dispensado e,
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do nosso lado, nós O recebemos. Enquanto recebemos o dispensar de Deus, a transformação ocorre
através da renovação.
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 24
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS EFETUA EM CRISTO (4)
Leitura bíblica: Tt 3:5b; Rm 6:4; 8:2a, 6b, 9-11; 12:2b; Ef 4:23; 2Co 4:16; 5:17; Gl 6:15;
Ap 21:2, 9-11
Esta série de mensagens tem a ver com a economia divina e o dispensar divino no cumprimento da
plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo. A redenção é diferente da salvação; é um
aspecto da salvação de Deus. Em Êxodo 12, a Páscoa tipificava a salvação que Deus nos dá. A Páscoa
foi baseada na redenção de Deus e levou a cabo a Sua salvação. Em 1 Coríntios 5:7, Paulo disse que
o Senhor Jesus é a nossa Páscoa. Na versão chinesa unida do Novo Testamento, os tradutores
acrescentaram a palavra cordeiro à palavra Páscoa, que faz o versículo dizer: "Porque o nosso Cordeiro
pascal, que é Cristo, foi sacrificado". Na verdade, a palavra cordeiro não deveria ter sido
adicionado. Cristo não é apenas o Cordeiro; Ele é toda Páscoa. Naturalmente, o principal elemento
da Páscoa é o cordeiro. Então, sem o cordeiro, não pode haver Páscoa.
O cordeiro da Páscoa consistia principalmente de duas partes: sangue e carne. Primeiro os
israelitas desfrutaram da cobertura do sangue do cordeiro. Essa cobertura foi sua redenção. Aos olhos
de Deus, os israelitas eram tão pecadores quanto os egípcios. Portanto, os primogênitos, que
representavam todas as famílias dos egípcios e também dos israelitas, seriam mortos por Deus. Na
noite da primeira Páscoa, Deus pretendia matar todos os primogênitos na terra do Egito, e também
queria resgatar Seu povo para fora do Egito. Para libertar seu povo do Egito, Deus disse aos israelitas
para tomar um cordeiro por família e colocar o sangue em ambas as ombreiras e na verga da porta
das casas (Ex 12:3-7). Quando o anjo da morte veio para matar todos os primogênitos em toda a
terra do Egito, ele viu o sangue espargido nas portas dos israelitas e passou por suas casas (v. 12-13,
23). Este aspecto da Páscoa tipifica a redenção. O sangue derramado pelo cordeiro foi o sangue
redentor, que resgatou todos os primogênitos de Israel da sentença de morte. Como os primogênitos
representavam todos os israelitas, a redenção de todos os primogênitos significa que toda a linhagem
de Israel foi redimida por Deus. Esta redenção foi realizada através do sangue do cordeiro e não através
de sua carne. O sangue derramado pelo cordeiro foi o sangue redentor, que resgatou todos os
primogênitos de Israel da sentença de morte. Como os primogênitos representavam todos os israelitas,
a redenção de todos os primogênitos significa que toda a linhagem de Israel foi redimida por Deus. Esta
redenção foi realizada através do sangue do cordeiro e não através de sua carne. O sangue derramado
pelo cordeiro foi o sangue redentor, que resgatou todos os primogênitos de Israel da sentença de
morte. Como os primogênitos representavam todos os israelitas, a redenção de todos os primogênitos
significa que toda a linhagem de Israel foi redimida por Deus. Esta redenção foi realizada através do
sangue do cordeiro e não através de sua carne.
Deus ordenou aos filhos de Israel que comessem a carne do cordeiro enquanto estivessem em
suas casas sob o sangue aspergido. Eles tinham que comê-lo assado no fogo, e eles também tinham
que comer pão sem fermento e ervas amargas (v. 8). Deus prescreveu uma dieta tão saudável, que
consistia em carne (vida animal), pão (vida vegetal) e ervas (uma salada). Nenhum desses elementos
estava relacionado com a redenção, porque os filhos de Israel já haviam sido redimidos pelo sangue. A
carne do cordeiro, o pão ázimo e as ervas amargas foram dadas a eles para fortalecê-los, satisfazê-los
e enchê-los para que tivessem energia para fugir do Egito. Portanto, essas coisas tinham como propósito
a salvação delas.
A salvação que os filhos de Israel experimentaram também incluiu todos os milagres realizados
pelo Senhor. Nestes milagres, Deus exerceu seu braço de poder para destruir o Egito, ferindo Faraó,
seu país e seu exército. Esses milagres não faziam parte da redenção, mas da salvação. Esta salvação
foi Cristo como Anjo do Senhor, que conduziu os filhos de Israel do Egito, e se moveu para trás para
proteger do exército egípcio que os perseguiu (14:10, 19). Além disso, incluiu a coluna de fogo
durante a noite e a coluna de nuvem durante o dia. A carne do cordeiro pascal, o pão ázimo, ervas
126

amargas, milagres, o Anjo do Senhor, a coluna do fogo e coluna de nuvem foram os elementos que
constituíam a salvação que Deus proveu para os israelitas.
Em sua totalidade, a salvação efetuada por Deus inclui a redenção. O fato de Israel ter sido
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resgatado e deixado o Egito no dia da Páscoa implica tanto a salvação quanto a redenção realizada por

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Deus. Por um lado, a redenção salvou-os da morte sob o julgamento de Deus. Além disso, os milagres
realizados por Deus no Egito, a carne do cordeiro, pão ázimo com ervas amargas, o Anjo do Senhor,
na coluna do fogo e coluna de nuvem os libertou da escravidão egípcia. Somados, esses elementos
equivalem à salvação de Deus.
Muitos cristãos frequentemente confundem redenção e salvação. A regeneração que o Espírito
Santo realiza é a salvação, mas é baseada na redenção. Regeneração precisa de uma base. Deus é santo,
justo e puro, mas somos sujos, mundanos e injustos. Deus só pode regenerar pessoas através da Sua
redenção. Então, antes que Deus nos regenerasse, Cristo morreu na cruz e derramou Seu sangue para
nos lavar e nos purificar de nossos pecados. Não fomos apenas lavados e purificados, mas também
perdoados e justificados. Por meio da redenção, fomos considerados justos aos olhos de Deus, para
que Ele pudesse nos regenerar. Portanto, a regeneração foi realizada com base na obra redentora de
Deus. A regeneração da salvação é baseada no sangue da redenção.

VII. NA RENOVAÇÃO DOS CRENTES REALIZADOS PELO ESPÍRITO SANTO


Nas mensagens anteriores, falamos de seis elementos da economia divina e do dispensar divino no
cumprimento da plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo. Esses elementos incluem a
encarnação de Cristo (Jo 1:14.), a ressurreição (12:24; 1Pe 1:3). A infusão de Espírito essencial nos
crentes pelo sopro do Senhor (Jo 20:22), o derramamento do Espírito econômico sobre os cristãos
(At 2:17, 33; 10:45; Tt 3:6), a regeneração dos fiéis (1Pe 1:3) e a santificação subjetiva dos santos
(Rm 6:19, 22). Destes seis elementos, quatro procedem do lado de Deus e dois têm a ver com os
crentes. Do lado de Deus, temos a encarnação de Cristo, Sua ressurreição, a infusão do Espírito
essencial nos crentes pelo sopro do Senhor e o derramamento do Espírito econômico sobre os
crentes. Do lado dos crentes, temos a regeneração dos crentes e a santificação subjetiva dos santos.
No lado dos crentes, o primeiro passo do dispensar de Deus é a regeneração. Deus nos
regenerou porque Ele queria que tivéssemos a vida Dele. O caminho para obtê-lo é o dispensar de
Deus. Quando invocamos o nome do Senhor Jesus, cremos Nele, imediatamente fomos lavados dos
nossos pecados, perdoados e justificados aos olhos de Deus. Ao mesmo tempo, Deus como Espírito
entrou em nós para transmitir Sua vida em nosso ser. Dispensar é distribuir. Deus se dispensou em nós,
distribuindo-se como uma vida divina. Então, a regeneração é a primeira experiência que temos do
dispensar de Deus.
Depois da regeneração, todos nós precisamos ser santificados, não objetivamente, mas
subjetivamente, em nossa maneira de ser. Na santificação do nossa maneira de ser, Deus confere Sua
natureza santa como um elemento em nosso ser. Quando esse elemento é adicionado a nós, torna-se
nossa santidade. Deus não precisa trabalhar muito para nós. Simplesmente põe Sua natureza, o
elemento divino, em nosso ser, e essa natureza age em nós. Somos santificados pela natureza santa de
Deus transmitida em nós. No lado dos crentes, este é o segundo passo no cumprimento da plena
redenção e salvação que Deus efetua em Cristo.
A renovação dos crentes pelo Espírito Santo (Tt 3:5b) é o terceiro passo da economia divina
e do dispensar divino no cumprimento da plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo. Deus
criou o homem de maneira pura com o propósito de entrar nele, de modo que, como um recipiente
o homem O contenha. Mas antes que Deus pudesse entrar no homem, Satanás interveio para
prejudicá-lo com o pecado. Deste modo, o homem ficou sujo e imediatamente envelheceu. A velhice
do homem não se deveu à sua antiguidade. O homem envelheceu por causa da imundície do pecado.
Em Gênesis 4, Caim matou seu irmão Abel (v. 8). Hoje em dia, assassinato e roubo são muito
comuns. Isso não parece estranho hoje porque o homem esteve na terra há vários milhares de anos e
sua condição passou de mal a pior. Mas Caim, que pertencia à segunda geração da humanidade, não
era velho com relação ao tempo. Ele era velho por causa do pecado.
Todas as mães amam seus filhos, mas eventualmente todas as crianças adoráveis se tornam um
pouco desagradáveis. Nenhuma mãe ensina seu filho a mentir, mas depois de algum tempo, toda
criança mente. Ele não aprendeu a mentir, mas nasceu assim. Toda criança está "suja" desde o
127

nascimento. Portanto, até mesmo um recém-nascido é velho. Ser velho é ser pecador. Todas as
pessoas na terra são pecadoras e, portanto, velhas. Então, todos nós precisamos ser regenerados para
receber outra vida a fim de ter um novo começo.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Então precisamos ser santificados. Estamos todos envolvidos com o mundo. Ao viajar, descobri
que todos os jovens são iguais em seu amor pelo mundo, não importando sua linhagem ou
nacionalidade. Eles nunca foram ensinados a amar o mundo, mas espontaneamente sabem como fazê-
lo. Por causa disso, os jovens são velhos. Todos eles precisam ser santificados subjetivamente.
Contudo, somente a santificação é insuficiente. Depois de sermos santificados, precisamos ser
renovados. No sentido bíblico, a renovação ocorre quando um novo elemento é adicionado ao nosso
ser para substituir o elemento antigo e descartá-lo. Este processo é chamado metabolismo. Para ter
essa renovação metabólica, outro elemento deve ser adicionado ao nosso ser. Em todo o universo,
somente Deus pode ser um elemento tão novo que é adicionado ao nosso ser para substituir o elemento
antigo. Então, precisamos receber Deus dentro de nós para sermos renovados.
Cada parte do nosso ser é velho, sujo e pecador. Porque nossa mente é velha, suja e pecadora,
durante o dia temos muitos pensamentos que não nos atrevemos a expressar. Todas as partes do nosso
ser precisam ser renovadas. Não precisamos apenas ser lavados; precisamos ser renovados. Lavar
apenas remove a sujeira, mas não introduz um novo elemento em nós. Somente a renovação realizada
por Deus introduz um novo elemento.
Alguns dos mestres e filósofos da ética, como Confúcio, ensinaram aos seus seguidores que
eles deveriam ser renovados. No entanto, as pessoas que receberam seus ensinamentos tiveram que se
renovar por conta própria. Essas pessoas receberam muitos ensinamentos sobre renovação, mas não
receberam um elemento que pudesse renová-las. No entanto, o ensinamento do Novo Testamento
sobre a renovação enfatiza que o Espírito Santo traz tal renovação. Essa renovação não consiste no
Espírito Santo tentando nos aperfeiçoar. Este é o conceito natural e humano. O Espírito Santo nos
renova infundindo e dispensando-se em nós.
Na minha juventude, aprendi os ensinamentos éticos da China. Com o tempo, fui à
Bíblia. Quando estudei a Bíblia, os pensamentos da ética chinesa me perturbaram. Eu descobri que a
ética não funciona. Somente o Espírito produz resultados. Na verdade, ele não faz um trabalho; é
simplesmente adicionado como um elemento ao nosso ser.
A renovação feita de acordo com o Novo Testamento é realizada pela adição de um novo
elemento no ser interior dos crentes. A química é principalmente um trabalho de combinar vários
elementos para obter um determinado composto. Então, a química depende dos elementos. Quando
dois elementos são combinados, ocorre uma certa reação. Esta é a ação da química e também uma
imagem de renovação pelo Espírito.
Deus é sábio. Ele não fez muito trabalho, mas simplesmente colocou Seu elemento divino como
vida dentro de nós. Esse elemento divino é o próprio Deus consumado para ser o Espírito que dá vida
e habita em nós. Como um Espírito, Ele nos dá vida. Esta vida é um forte elemento divino. O elemento
de Deus, o elemento mais forte, é o elemento da vida. Que Deus colocou Sua vida em nós não é
insignificante.
A Bíblia usa o enxerto como um exemplo do processo orgânico de renovação. Quando um
ramo de uma determinada árvore é enxertado em outra, uma vida é colocada em outra. Essas duas
vidas são dois elementos. Quando esses dois elementos se juntam, ocorre uma reação bioquímica. Isso
é algo orgânico; é um trabalho exterior.
Em João 15 o Senhor Jesus disse que Ele é a verdadeira videira e que nós somos os ramos (v.
1, 5). Em Romanos 11, Paulo disse que nós, os gentios, não somos os ramos naturais da videira (v.
24), mas que éramos ramos da oliveira brava (v. 17). Um dia, a misericórdia de Deus veio a nós, nos
levou a Cristo e fomos enxertados Nele, através do qual um outro elemento entrou em nós.
Espero no Senhor que em Sua igreja todos aprendamos a ensinar essas coisas. Ensinar maridos
a amar suas esposas e instruir esposas a se submeterem a seus maridos não funciona. Precisamos ensinar
os outros a experimentar Deus como o elemento divino que é transmitido a eles. Quando os maridos
tiverem mais de Deus transmitido a eles, certamente amarão suas esposas. Eles vão até amar seus
inimigos. Esta é a renovação. Dia após dia não precisamos apenas de limpeza, lavagem e purificação,
mas também precisamos da renovação que ocorre através do dispensar do Espírito Santo.
128

A. O Espírito de Deus
O Espírito Santo é o Espírito de Deus (Rm 8:9a). Quando ele entra, Deus entra. O Espírito Santo
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dispensa Deus como este elemento interior.

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B. O Espírito de Cristo
O Espírito Santo é também o Espírito de Cristo (v. 9b). Se Cristo não fosse o Espírito, ele não poderia
entrar em nós. De acordo com Romanos 8:9, o Espírito de Deus é o Espírito de Cristo. Então, quando
o Espírito de Cristo entra em nós, o próprio Cristo entra. Quando temos Cristo, temos Deus como
este elemento interior.

C. O Espírito da vida
O Espírito Santo é também o Espírito da vida (v. 2a). Deus, Cristo e a vida são um. Eles são três em
um. Deus é Cristo e Cristo é vida (Jo 11:25; 14:6). Esta vida é simplesmente o Espírito. Portanto, o
Espírito é chamado "o Espírito da vida".

D. O Espírito que habita em nós


O Espírito Santo é também o Espírito que habita em nós (Rm 8:11a). Quão maravilhoso é isso! Não
diga porque é uma pessoa má, que não é digno do Espírito habitar em você. Não há um justo (3:12),
mas somente Deus (Mt 19:17). Somos todos maus; portanto, todos podemos receber Deus.
Precisamos de Deus, precisamos de Cristo e precisamos da vida. Agora, o Espírito, que é Deus, Cristo
e vida, habita em nós. Ele é o Espírito que dá vida e habita em nós. Que Ele nos dá vida significa que
Ele nos dispensa vida. Posso testemunhar que, em quase todos os momentos de todos os dias, o Espírito
que habita em mim está em meu interior transmitindo vida.

E. O Espírito que dá vida


O Espírito Santo como o Espírito que habita em nós é também o Espírito que dá vida.

1. Para o espírito dos crentes


O Espírito que habita em nós primeiro dá vida ao espírito dos crentes (Rm 8:10). Nós temos três
partes: espírito, alma e corpo (1Ts 5:23). Quando o Espírito dá vida ao nosso espírito, nosso espírito
é regenerado (Jo 3:6).

2. Para as mentes dos crentes


Então o Espírito dá vida às mentes dos crentes (Rm 8:6b). Em Romanos 8, a mente é mencionada no
lugar da alma, porque a parte principal, a parte dirigente da alma é a mente. No Novo Testamento,
a mente é igual à alma. Na renovação dos crentes, o primeiro passo é dar vida ao seu espírito, e o
segundo é dar vida à sua alma.

3. Para o corpo dos crentes


Finalmente, o Espírito dá vida ao nosso corpo (v. 11b). Paulo chama nosso corpo de corpo
mortal. Isso significa que nosso corpo está morrendo. Quanto mais vivemos, mais perto estamos da
morte. Quando terminamos a vida, nós morremos. Hoje somos pessoas moribundas. Mas, apesar de
estarmos morrendo, temos O Vivente: Deus, Cristo e o Espírito. Nós estamos morrendo, mas Ele está
vivo. Como homem idoso, sempre perguntei ao Senhor quanto tempo ele quer que eu viva. Até agora
não recebi a resposta. Mas morra quando eu morrer, eu tenho Deus, Cristo e o Espírito como um
fator de vida em mim.
Hoje temos o suprimento abundante do Espírito de Jesus Cristo (Fl 1:19). Este suprimento
abundante do Espírito de Jesus Cristo é nossa salvação, e Ele é a fonte do dispensar que desfrutamos
a cada momento. Este Espírito que nos supre é o dispensador. Seu suprimento é Seu dispensar. Ele
continuamente nos transmite nada menos que Deus, Cristo e Vida. Esse dispensar introduz em nós o
novo elemento para substituir nosso antigo elemento e descartá-lo de nosso ser. Isso não apenas nos
129

torna um novo homem, mas também uma nova criação (2Co 5:17). Através desse dispensar, seremos
fatos totalmente novos.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
F. Nas mentes dos crentes
A renovação dos crentes pelo Espírito Santo ocorre principalmente nas mentes dos crentes. Romanos
12:2 diz: "Não seja reconciliado com este mundo, mas seja transformado pela renovação de sua
mente." A renovação visa a transformação. A renovação começa em nossa mente. A parte do nosso
ser que mais precisa de renovação é a nossa mente. Nossa mente nos direciona. Tudo o que pensamos,
fazemos; tudo o que pensamos, dizemos; tudo o que pensamos, expressamos isso. Nossa mente é o
diretor. Por essa razão, Deus quer tocar nossa mente. Antes de tocar a mente, Ele tocou nosso espírito
e fomos regenerados; nós fomos vivificados em nosso espírito. Mas nossa mente ainda é um
problema; Então, Deus continua tocando nossa mente para renová-la.

G. No espírito das mentes dos crentes


A renovação dos crentes pelo Espírito Santo também ocorre no espírito das mentes dos crentes (Ef
4:23). Um dia nossa mente se tornará a mente do espírito. Isso significa que finalmente nosso espírito
entrará em nossa mente. Em Romanos 8:6, Paulo disse: "Pois a mente na carne é a morte, mas a
mente fixada no espírito é vida e paz". Uma vida cristã adequada é uma vida em que sempre voltamos
a mente para o espírito.
Como seres humanos, todos temos parentes: maridos, filhos, pais, irmãos e irmãs. Nós também
temos vizinhos, amigos, colegas e assim por diante. Porque nós temos muitos relacionamentos, é fácil
se envolver e ter conflitos. Podemos não gostar de alguns de nossos parentes e talvez nossos parentes
não nos amem. Isso causa problemas, e se moramos na mesma casa, esses problemas podem nos
manter na mente o dia todo. Nossa mente pode estar ocupada o dia todo com pensamentos sobre os
outros. Quanto mais pensamos nos outros, mais eles parecem ser. Se você pensar em sua esposa desde
a manhã até o anoitecer, você certamente discutirá com ela. Mas se a mente se voltar para o espírito,
depois de alguns minutos, você dirá: "Louvado seja o Senhor!" Antes de voltar para o espírito, talvez
pensasse que todos estavam errados e que só você estava certo. Mas depois de voltar ao espírito, vê
que todos estão certos e que você é quem não está certo.
Nós devemos colocar nossa mente no espírito (v. 6). Quando colocamos a mente na carne,
experimentamos a morte. A morte inclui coisas como ódio, escuridão, vazio, fraqueza e insatisfação.
Todos estes são elementos da morte. Não ter paz ou sentir-se interiormente na escuridão denota a
morte. Estas são indicações de que colocamos a mente na carne. Devemos examinar se temos a
sensação de morte ou a sensação de vida. Se percebemos a vida, então a nossa mente está no espírito.
Se percebemos a morte, nossa mente está na carne. Se a nossa mente está voltada para a carne,
sofreremos de ódio, insatisfação e várias outras coisas negativas. Portanto, devemos voltar nossa mente
para o espírito.
Quando nos falta espírito, nos falta o dispensar. Quando colocamos a mente no espírito, nossa
mente e espírito estão conectados. Isso é semelhante a ativar a eletricidade. Uma vez ativado, a
corrente flui. Da mesma forma, quando nossa mente é colocada no espírito, a transmissão do elemento
divino flui continuamente. Quando permanecemos em nosso espírito com a mente voltada para o
espírito, desfrutamos de renovação. Esta renovação não só nos manterá limpos e purificar-nos, mas
também nos renovará para nos impedir de envelhecer.

H. O Espírito dispensa a novidade da vida de ressurreição de Cristo no ser interior dos crentes
O Espírito renova os crentes ao transmitir a novidade da vida de ressurreição de Cristo ao ser interior
dos crentes (6:4). A transmissão do Espírito supre o elemento da vida de ressurreição de Cristo em
nosso ser. É disso que precisamos todos os dias. A razão pela qual oramos-lemos a Palavra é que
precisamos que o Espírito dispense continuamente o elemento da vida de ressurreição de Cristo em
nosso ser. Quando recebemos esse dispensar, nossa necessidade é satisfeita em todos os aspectos.

1. Através do ambiente que consome os crentes


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O Espírito dispensa o elemento da vida de ressurreição de Cristo ao ser interior dos crentes através do
ambiente que os consome (2Co 4:16). Nosso homem exterior se desgasta, isto é, é consumido. O
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ambiente que nos rodeia nos consome. O marido consome a esposa, a esposa consome o marido, os
pais consomem os filhos e os filhos consomem os pais. Companheiros de quarto também consomem
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
um ao outro. Um par de sapatos novos, um corte de cabelo ou uma boa saúde também podem nos
consumir. Tudo o que nos rodeia nos consome.

O Senhor é soberano. Nós não precisamos nos preocupar. Nós simplesmente devemos
continuar a ter contato com Ele e abrir nosso ser a ele. Ele está em nós para nos dispensar Deus,
Cristo, a Vida e a Deus consumados como um Espírito. Desta forma, somos renovados e nos tornamos
uma nova criação. Estou feliz por estar sob o ambiente que me consome por muitos anos. Este
processo me deu muita renovação. Por causa do ambiente que nos consome, o homem exterior se
consome, mas o homem interior se renova.

2. Faz que os crentes sejam a nova criação em um sentido prático


Essa renovação torna os crentes a nova criação em um sentido prático (5:17, Gl 6:15). Em 2
Coríntios 5:17 nos é dito: "Se alguém está em Cristo, é uma nova criação". Esta é uma afirmação,
mas não é muito prática até que tenhamos sido consumidos. Depois de consumido até certo ponto,
nos tornamos, pelo menos em parte, uma nova criação. Quanto mais permanecermos no Senhor, mais
consumidos seremos. Esse processo de ser consumido nos ajuda a ser uma nova criação no sentido
prático.

3. Tem sua consumação na Nova Jerusalém


A renovação dos crentes realizada pelo Espírito Santo terá sua consumação na Nova Jerusalém (Ap
21:2, 9-11). Na cidade santa, a Nova Jerusalém, não haverá barro ou pó. A Nova Jerusalém será
uma entidade composta de ouro, pérolas e pedras preciosas. Esses três materiais preciosos não são
barro; portanto, eles não produzem poeira. Mas hoje todos os seres humanos, incluindo os cristãos,
ainda estão muito "empoeirados". Enquanto nosso corpo não tiver sido transfigurado, ainda estaremos
empoeirados. Porque ainda somos barro, quanto mais ficamos juntos, mais poeira produzimos. Mas
quando entrarmos na Nova Jerusalém, seremos pérolas e pedras preciosas. Esse será o resultado da
renovação feita pelo Espírito, que é a consumação do Deus Triúno.

Hoje nosso Deus é um Deus consumado, um Deus processado, o próprio Espírito. Este Espírito
habita em nós para transmitir Deus em nosso ser ao longo do dia. O elemento que Ele transmite em
nosso ser substitui nosso elemento antigo e o descarta. Desta forma, não apenas experimentamos uma
mudança, mas também uma renovação. Nós não somos simplesmente lavados e purificados; nós somos
renovados. Coisas antigas passam e o novo elemento entra para substituir o elemento antigo. Esta é a
renovação.
131
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 25
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS EFETUA EM CRISTO (5)
Leitura bíblica: Rm 12:2b; 2Co 3:16, 18
Oração: Senhor, quão gratos somos por podermos ir a Ti através de Sua Palavra e Seu Espírito.
Agradecemos-Lhe que hoje Tu és muito para nós. Tu és a Palavra da vida e também é o Espírito que
dá vida. Senhor, nós confiamos em Ti. Não somente Tu estás conosco, mas também Tu como a
Palavra e como o Espírito habita em nós. Esta manhã chegamos a um ponto elevado e difícil para nós
tocarmos. Senhor, ajuda-nos neste assunto e cobre-nos e purifica-nos com o Seu precioso sangue para
que possamos desfrutar da Sua unção. Unge-nos ricamente para que tenhamos o entendimento e até
mesmo a revelação junto com a visão. Senhor, visita cada um de nós dessa maneira. Obrigado Senhor,
amém.

VIII. NA TRANSFORMAÇÃO DOS CRENTES RENOVADOS


Nas duas mensagens anteriores, falamos sobre a renovação dos crentes através do Espírito Santo. Nesta
mensagem, consideraremos a transformação de crentes renovados.

A. Através da renovação da mente (na alma)


A transformação dos crentes renovados ocorre através da renovação da mente, isto é, na alma (Rm
12:2b). Mais uma vez, a questão da renovação é de importância vital. Pelo que sei, aqueles filósofos,
como Confúcio, que enfatizavam a ética e a moralidade humanas, também enfatizavam a renovação.
No entanto, essa renovação é realizada por meio do próprio esforço. Pelo contrário, nossa renovação
não depende do nosso esforço, mas do elemento renovador, isto é, do elemento divino. Tal elemento
nada mais é do que a divindade ministrada em nosso ser como o mesmo elemento que nos renova. Um
composto químico não é formado pelo esforço humano, mas pela adição de um novo elemento a um
elemento que já está presente. Do mesma maneira, a renovação não é realizada através do nosso
trabalho ou esforço. A renovação é realizada pelo elemento renovador.

Na verdade, a renovação não é uma obra em nenhum momento. O processo de renovação


pode ser exemplificado com a digestão dos alimentos. Estritamente falando, a digestão não é uma
obra. Sempre que comemos comida, a própria comida opera em conjunto com nossa
digestão. Enquanto a comida está sendo digerida dentro de nós, nutrientes entram no nosso sangue. Na
verdade, isso não é um trabalho, mas o fator nutritivo da comida em si. Temos que ficar
impressionados com o fato de que na Bíblia a renovação ordenada por Deus e exigida por Deus não é
realizada através de nosso trabalho; não é realizado pela obra de Deus também. Ao realizar a
renovação, Deus faz tudo ao se dispensar como um elemento divino em nosso ser. Esse elemento que
está dentro de nós é tudo.

Tal pensamento é divino, espiritual e abstrato; então, não faz parte da nossa lógica natural. De
acordo com nossa lógica, temos que trabalhar por tudo que queremos obter. Sem obras, não
conseguiremos nada. Este é o nosso pensamento, nossa lógica, e aplicamos essa lógica a tudo. Até
pensamos assim: "Como posso ser regenerado? Isso é como dizer: o que eu tenho que fazer para poder
ser regenerado?" Uma pergunta que as pessoas costumam fazer na Bíblia é: "O que devo fazer?" (Mt
19:16; Marcos 10:17b; Lc 10:25-b; Jo 6:28; At 16 :30). Logo no início, talvez nós perguntamos:
"O que devo fazer para ser santo" ou "O que devo fazer para ser espiritual", ou "O que devo fazer
para ser vitorioso", ou mesmo "O que Devo fazer para ser renovado?

Recebi recentemente uma carta muito curta que consistia em apenas uma pergunta: "Caro
132

irmão Lee: a oração tem influência sobre nossa transformação?" Minha resposta é um sim
definitivo. Orar-Ler influencia nossa transformação porque ler-orar nos mantém na presença do
elemento divino. Sempre que permanecermos na presença do elemento divino, absorveremos o
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
elemento divino em nós. Esse elemento nos transformará. Quanto mais permanecermos na presença
do Senhor, mais seremos transformados espontaneamente.

Para sermos renovados e transformados, não precisamos fazer nada; mas precisamos absorver
em nós mesmos o elemento divino. Não há outra maneira de absorver o elemento divino, mas
permanecer na presença do Senhor. Além disso, enquanto permanecemos na presença do Senhor,
precisamos respirar invocando o nome do Senhor. Invocar o Senhor faz uma grande diferença. Se
todas as manhãs invocarmos: "Oh, Senhor Jesus", mesmo algumas vezes, nos tornaremos uma pessoa
diferente. Então, se abrirmos a Palavra e orarmos-lemos dois ou três versos, provaremos algo da
palavra. Se nós mastigarmos a palavra mais, nós saborearemos a palavra ainda mais e receberemos
mais do elemento divino. Este elemento entrará em nós e nós o digeriremos e assimilaremos. Dizer
que a palavra nos nutre dessa maneira não é superstição.

A renovação consiste no elemento divino sendo dispensado em nós. Sempre que esse elemento
entra em nós é orgânico; espontaneamente entra em uma união conosco. Antes que a comida entre
em nosso estômago, o processo orgânico de digestão não pode ser realizado. Mas uma vez que a
comida entra em nosso estômago, o processo orgânico de digestão faz com que a comida tenha uma
união orgânica com o nosso ser. Isso não significa que nosso estômago faz um trabalho ou que a comida
faz um trabalho. Pelo contrário, isso significa que um mover orgânico ocorre em nós. Este mover é
digestão. Embora tenhamos um estômago orgânico, se durante três dias não comermos nenhum
alimento, não haverá mover orgânico dentro de nós que faça com que o alimento seja digerido e
assimilado.

Especialmente no Novo Testamento, nossa vida espiritual é comparada à nossa vida física. Em
João 6:57 o Senhor Jesus disse que Ele é comestível e que todos os que O comiam também viveriam
por causa Dele. Além disso, em 7:37 o Senhor disse que Ele pode dar de beber. Ele disse que Ele é o
pão da vida e o pão vivo (6:35, 48, 51), e Ele também disse que Ele é a água viva (4:14; 7:38).
Quando recebemos o Senhor como nosso alimento orgânico, esse alimento orgânico une nossos
"órgãos" orgânicos e um mover orgânico ocorre dentro de nós. Como resultado, somos santificados,
renovados e transformados.

Com relação à nossa experiência espiritual, há seis questões principais: primeiro, regeneração
e, em seguida, santificação, renovação, transformação, conformação e glorificação. É muito difícil
encontrar qualquer coisa dessas seis questões nos atuais ensinamentos cristãos. No entanto, todos esses
seis assuntos fazem parte do ensinamento do apóstolo Paulo. Paulo cobriu essas seis questões de uma
maneira muito detalhada.

Regeneração consiste em a vida divina ser adicionada à nossa vida humana. Santificação
consiste em ser separado para Deus e por Deus, separado de tudo que não é Deus. Isso nos torna
santos, não fazendo algo, mas recebendo a sagrada natureza divina. Quando o elemento santo entra
em nós, nos santifica. Além disso, devido à devastação causada por Satanás e pelo pecado, as três
partes do nosso ser - espírito, alma e corpo - envelheceram. Então, precisamos ser renovados. A
intenção de Deus é nos fazer Sua nova criação, começando em nosso espírito. Quando fomos salvos,
o Espírito de Deus entrou em nosso espírito para nos regenerar, para nos renovar em nosso espírito
(3:6). Esta é a renovação do Espírito em nosso espírito. Então, do nosso espírito esta renovação se
estende à nossa mente, isto é, à nossa alma. Finalmente, de nossa alma esta renovação atinge nosso
corpo e finalmente torna nosso corpo glorificado. Estes são os passos da renovação para nos tornar a
nova criação de Deus.

A renovação produz a transformação. Em 2 Coríntios 3:18 nos é dito: "Somos todos [...]
transformados de glória em glória na mesma imagem". A palavra grega traduzida "transformado" neste
133

verso é a mesma palavra que é usada em Romanos 12:2. Esta palavra refere-se a uma alteração
metabólica interna. Tal mudança metabólica requer que um novo elemento seja adicionado a nós para
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substituir o elemento antigo e descartá-lo. Isso resulta em nossa transformação.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
A palavra forma está incluída na palavra transformação. Gênesis 2:7 nos diz que Deus formou
o homem do pó, isto é, ele formou o corpo do homem. Formar algo é fazer uma nova forma usando
uma substância existente. Antes de Deus criar Adão, não havia criatura como Adão. Havia apenas pó,
que misturada com água, produz barro. Deus usou o pó com a água para produzir uma nova forma,
isto é, o corpo de Adão com todas as suas diferentes partes, o que não existia antes disso. Em
comparação, transformar é formar algo novo a partir de uma forma já existente. Nossa forma atual é
a forma velha. Da forma deste velho homem, Deus está criando uma nova forma. Isso é transformar,
produzir uma forma a partir de outra forma já existente.

Nós, antes de receber o Senhor Jesus, tínhamos certa forma; mas, depois de receber o Senhor
Jesus, chegamos a ter outra forma. Esta nova forma foi produzida a partir da forma original. Renovação
produz transformação, uma mudança de forma. Quando somos renovados, nossa forma muda, não
por causa do que fazemos, mas por causa do elemento divino orgânico que se move dentro de nós
organicamente. Quanto mais somos renovados, mais somos transformados em uma forma diferente.
Antes de sermos transformados, já tínhamos uma certa forma; no entanto, precisamos ter
outra forma. Para ser transformado é que a nossa forma atual é alterada para um novo formato. Antes
de experimentar a transformação, somos simplesmente nós; o que nós somos é a nossa forma
atual. Mas Deus quer produzir outra forma a partir do que temos agora. Ele faz isso depositando-se
em nós como um novo elemento, primeiro, para nos regenerar, segundo, para nos santificar e,
terceiro, para nos renovar. Os passos de regeneração, santificação e renovação resultam na mudança
de nossa forma atual para uma forma diferente. Sou grato ao Senhor porque muitos dos santos, depois
de permanecerem na restauração por algum tempo, experimentaram uma mudança de forma. Dentro
deles, houve alguma medida de transformação. Essa transformação é a soma total da regeneração,
santificação e renovação. Quando essas três coisas se somam, o total é transformação.

É claro que não precisamos ser regenerados todos os dias, mas precisamos ser santificados e
renovados todos os dias. Contudo, a santificação e a renovação requerem uma base e essa base é a
regeneração. Desde o dia da nossa regeneração, precisamos ser santificados um pouco mais a cada dia,
e também precisamos ser renovados dia a dia. Estou certo de que quando muitos dos treinandos em
tempo integral voltarem a visitar seus pais depois de estarem treinados por dois semestres, ficarão
surpresos e felizes em ver que algo adicional foi formado em seus filhos e filhas a partir do que eles
eram anteriormente. Nos dois semestres de formação, os formandos não tentam se corrigir ou
emendar. Eles simplesmente se deixam levar pela atmosfera do treinamento. Quando os outros dizem:
"Oh Senhor", eles também dizem: "Oh Senhor". Quando os outros oram-leem, eles também oram e
leem. Depois de continuar nessa atmosfera por um ano, quando voltarem para casa, seus pais verão
que têm outra forma.

A transformação ocorre quando o elemento divino de Deus é transmitido em nosso elemento


humano. Antes disso, nosso elemento humano tinha uma certa forma. O novo elemento divino, depois
de ser adicionado ao nosso antigo elemento, participa de um mover orgânico com nossos antigos
"órgãos". Isso produz a nova criação de Deus. Na velha criação, o elemento divino não estava
presente. Depois de ser regenerado, como eles são santificados e renovados dia após dia o mover
orgânico que tem um determinado lugar em nós pelo elemento divino e, com ele, juntamente com o
nosso velho elemento que foi regenerado, santificado e renovado. O resultado desse mover é algo
novo, uma forma transformada. Isso não acontece por causa do nosso labor; nem para a obra de
Deus. Neste processo, Deus não faz muito. Não obstante, como mencionei anteriormente, podemos
continuar a orar e até pedir ao Senhor que faça alguma coisa para nos santificar e transformar. Em
resposta, o Senhor pode dizer: "Não me implore para fazer alguma coisa. Eu simplesmente me
deposito em você como um elemento adicional. Eu te criei com uma certa forma, com todos os tipos
de órgãos. Agora vou depositar-me em você como um novo elemento, um elemento superior, e ele
tocará seus órgãos interiores; então um mover orgânico acontecerá e você será santificado, renovado
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e transformado em algo diferente". Esse algo é a nova criação, e essa nova criação é uma forma
transformada.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
B. Pela transfusão do Espírito do Senhor na glória no interior dos crentes
A definição anterior de transformação é baseada em dois versos, Romanos 12:2 e 2 Coríntios
3:18. Primeiro, em Romanos 12:2, Paulo disse: "Não vos conformeis com este mundo, mas seja
transformado pela renovação de sua mente." Então, em 2 Coríntios 3:18 Paulo disse: "Mas todos
nós, com o rosto desvendado, contemplando e refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Senhor Espírito". Com base nesses
dois versículos, podemos ver que a transformação serve para nos "reformar". Segundo a criação, já
fomos formados, mas essa forma é velha. Nela não há glória, mas apenas velhice. No entanto, hoje
Deus removeu os véus da nossa face. Agora temos um rosto descoberto para olhar e refletir a glória
do Senhor. A primeira coisa que devemos fazer de manhã cedo é ir ao Senhor com o rosto aberto
para contemplar, olhar e refleti-Lo por um certo tempo. Ficar na presença do Senhor enquanto
olhamos para Ele e O refletimos nos dá um verdadeiro sabor, um desfrute real. Durante esse tempo
em que estamos na presença do Senhor, quando olhamos para Ele e O refletimos, Ele Se transfunde
em nós, e essa transfusão coloca em nós o elemento divino. Esse elemento divino corresponde aos
nossos "órgãos". Como resultado, somos transformados na imagem do Senhor de glória em glória. Essa
transformação vem do Espírito do Senhor, que é o Senhor consumado como o Espírito que dá vida.

Depois de comer um café da manhã saudável pela manhã, me sinto forte e cheio de
energia. Mas depois de quatro horas eu fico cansado e sinto fome novamente. Então, depois de
almoçar, mais uma vez estou cheio de energia. No entanto, depois de mais cinco horas, preciso de
outra refeição. Não pense que se você teve um bom dia de reavivamento, isso será suficiente. Depois
de três ou quatro horas, você deveria dizer: "Oh Senhor, eu estou vazio. Senhor, eu já estou com
fome, estou com sede". Ir ao Senhor assim é ter contato com a própria fonte, que é o Deus Triúno
processado e consumado. Quando nós O vemos, permanecendo em Sua presença, nós olhamos para
Ele, e Ele se transfunde como um Espírito que dá vida em nós.

Na economia do Antigo Testamento, o Anjo do Senhor estava com Israel durante os quarenta
anos em que peregrinaram no deserto (Ex 14:19, 23:20, 23). O anjo foi Cristo. Zacarias 1, mesmo
enquanto Israel ainda estava no cativeiro em condições precárias no vale, havia um que estava
montando em um cavalo vermelho entre as murtas, e ele foi chamado o Anjo do Senhor (vv. 8-12).
Como o Anjo do Senhor, Cristo estava entre os filhos de Israel, ao redor deles e sobre eles; no entanto,
ele nunca entrou neles. Mas hoje, depois de passar pelo processo de encarnação, crucificação e
ressurreição, o Anjo de Jeová se tornou o Espírito que dá vida (1Co 15:45). Além disso, o Espírito
que dá vida do Novo Testamento é condensado, ou corporificado, na palavra viva. Então, estas três
pessoas - Cristo o Senhor (Rm 8:10a, 2Co 13:5b), o Espírito que dá vida (Rm 8:11) e a palavra de
Cristo corporificada (Cl 3:16) - habita em nós. De fato, esses três - o Senhor, o Espírito e a palavra -
são um. O Senhor Jesus Cristo habita em nós na forma tríplice, o Espírito que dá vida e a palavra da
vida. Todos os dias, estes três não estão apenas conosco, mas também em nós, e até habita em nós. Eles
nunca nos deixarão.

O Senhor como pessoa habita em nós. Portanto, o seu Espírito que dá vida habita em nós e a
sua palavra também habita em nós. Por habitar em nós Ele não faz algo em nós, mas Ele mesmo é algo
em nós. Ele está continuamente se comunicando como um elemento em nosso ser. A comida que
comemos, a água que bebemos e o ar que respiramos são elementos que nos são transmitidos todos
os dias. Comemos três vezes ao dia, bebemos água com frequência e respiramos continuamente. A
transmissão de elementos de comida, água e ar faz muito por nós. O princípio é o mesmo em nossa
vida espiritual. É por isso que em João 6, o Senhor Jesus se compara a comida; em João 4 e 7 Ele se
compara à água; e em João 20 é comparado ao ar, ou a respiração (v. 22). Coma, beber e respirar
introduz um elemento substancial em nosso ser. Em nossa vida espiritual, esse elemento é o Deus
Triúno processado e consumado, o Espírito que dá vida, e esse Espírito consumado é a dose todo-
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inclusiva que nos nutre, nos cura e nos resgata. Não só isso, mas também está dentro de nós. Sua
presença dentro de nós tem muito significado. Esta presença é o elemento santificador, renovador e
transformador.
Página

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
C. Para transmitir o elemento divino do Senhor
em Sua vida de ressurreição ao elemento interior de Seus crentes
A transformação dos crentes renovados é feita pela transmissão do elemento divino do Senhor, em
Sua vida de ressurreição, ao elemento interior de Seus crentes. Nós temos um elemento natural, e este
não é de todo ruim. Como a obra redentora de Cristo anulou o elemento maligno, nosso elemento é
um elemento redimido. O elemento divino está agora sendo dado a esse elemento. Quando o
elemento divino é acrescentado ao nosso elemento natural redimido e elevado, somos santificados e
renovados. O resultado disso é que somos transformados metabolicamente, e a imagem do Senhor
ressuscitado, que está na glória de Sua vida divina, é formada em nós.

Os cristãos não são um grupo de pessoas que trabalham, mas um grupo de pessoas que comem
e desfrutam. Nós cristãos precisamos aprender a ficar longe de trabalhar. Devemos nos separar do
"escritório", do local de trabalho e voltar para "casa" para comer e desfrutar. O ensinamento que eles
têm no cristianismo atual produz um grupo de pessoas que trabalham. Os maridos são ensinados a
amar suas esposas e esposas a se submeterem a seus maridos. É possível encontrar centenas de
mandamentos no Antigo Testamento e no Novo. O irmão Nee disse uma vez que qualquer
ensinamento que nos encoraje a trabalhar está errado, mas que qualquer ensinamento que nos faça
entrar em Cristo para desfrutá-Lo está correto. Nós não precisamos trabalhar para ter nossa
transformação, mas precisamos olhar e refletir a glória do Senhor em ressurreição. Então algo de Seu
elemento será dispensado a nós e será absorvido por nós. Ele se dispensa, e nós o absorvemos, o
mesmo Deus Triúno processado e consumado, como o Espírito que dá vida e compõe o que habita
em nosso ser. Então, nós proclamamos Aleluia a Ele o dia todo. Se louvarmos a nosso Senhor todos
os dias, seremos abençoados; nós seremos um povo que desfruta.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 26
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS EFETUA EM CRISTO (6)
Leitura bíblica: Rm 8:29; Fl 3:10-11; 4:8
Poucos cristãos hoje sabem quais são os principais aspectos da salvação plena que Deus efetua em
Cristo. A plena salvação de Deus não consiste apenas em nos salvar da condenação eterna.
Naturalmente, a salvação da condenação eterna está incluída na plena salvação de Deus. Precisamos
imprimir em nós mesmos o fato de que a salvação plena de Deus em Cristo abrange seis aspectos
específicos: primeiro, regeneração, isto é, nascer de novo; segundo, santificação, isto é, ser santificado
subjetivamente em nossa maneira de ser, e não apenas objetivamente em nossa posição; terceiro, a
renovação, que é ser renovados; quarto, a transformação, que é ser transformados; quinto, a
conformação, que é ser conformados à imagem do primogênito Filho de Deus; e sexto, a glorificação,
que é ser glorificado.
Precisamos perceber que cada um desses seis aspectos requer o dispensar de Deus. Se Deus
não é dispensado em nosso ser como vida, não podemos ser regenerados. Na regeneração, o principal
é que Deus Se dispensa, isto é, ele se dá como a vida em nosso ser para nos regenerar, para nos fazer
nascer de novo. Regeneração é o resultado do dispensar de Deus. Então, Deus continua a se dispensar
em nós. Após a regeneração, Ele nos santifica, transmitindo-se como a natureza santa em nosso
ser. Esse dispensar adiciona um novo elemento, assim como um elemento é adicionado a um composto
químico. Primeiro, o elemento de Deus como vida foi transmitido em nosso ser, fazendo-nos
renascer. Depois disso, Deus continua a se dispensar em nós como a natureza santa. Em todo o
universo, somente Deus é santo. Deus nos torna santos ao nos dispensar-nos como um elemento
sagrado, a natureza santa, em nosso ser. Isso resulta em um "composto" no qual há um elemento
sagrado.
Deus também quer ter uma nova criação. No entanto, somos velhos, então Deus tem que nos
renovar. A renovação na obra salvadora de Deus não é como a renovação de uma casa, que consiste
em dar-lhe uma camada de tinta. Na obra salvífica de Deus, somos renovados, não por uma "pintura"
exterior, mas pela renovação interior realizada quando Deus acrescenta um elemento adicional ao
nosso ser.
O Corpo de Cristo é a mescla do Deus Triúno com o homem tripartido; é o Deus Triúno
mesclado com os crentes. Essa definição simples é a conclusão do estudo que fiz dos escritos de Paulo
em suas quatorze epístolas. A obra de Deus em Sua nova criação nada mais é do que ser transmitida
em nós, Seu povo escolhido, para nos mesclarmos, em Seu elemento divino, com nosso elemento
humano, tornando a divindade e a humanidade uma só. Ele viveu nesta terra por trinta e três anos e
meio como modelo, um exemplo, do mesclar divino. O homem Jesus era a mescla de Deus com o
homem. Ele era Deus e ele também era homem; Ele era um homem-Deus. Mesmo assim, o
termo Deus-homem não expressa adequadamente o significado da mescla. Enquanto Jesus estava
trabalhando e andando nesta terra, Ele era a mescla do Deus Triúno com o homem tripartido. Cristo
foi assim, e este Cristo hoje foi aumentado, ampliado. Esse aumento é a igreja. A igreja é a mescla do
Deus Triúno conosco tripartidos. Esta mescla é realizada pelo dispensar, não por uma "injeção" dada
de uma vez por todas, mas por uma transmissão contínua e diária. Todos os dias Deus é dispensado a
nós pouco a pouco. O resultado desse dispensar divino é a santificação.
Uma vez que Deus quer que sejamos uma nova criação, Ele tem que se dispensar como uma
novidade em nosso ser e assim nos renovar. Nos sessenta e seis livros da Bíblia, apenas um versículo
nos diz que Deus é sempre novo, como uma árvore perene. Em Oséias 14:8 nosso Deus é comparado
a uma árvore perene, um cipreste verde. Como Ele é sempre novo, Ele mesmo é um elemento tão
exuberante. Agora Ele é dispensado em nós como aquele elemento que nos renova. Eu realmente
sinto que todos os dias sou mais novo. Eu não sou mais velho; sou mais novo não sou velho porque
estou sendo reformado. Algo de Deus como um "cipreste verde" está sendo dispensado em meu ser.
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O próximo passo no trabalho salvífico de Deus é a transformação. A salvação de Deus não apenas nos
renova, mas também nos transforma de uma forma para outra. Mesmo dizer que somos transformados
de uma forma para outra não é suficiente. Precisamos ser transformados em um formato específico.
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Portanto, é necessário ser conformado à imagem do primogênito Filho de Deus.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
IX. NA CONFORMAÇÃO DOS CRENTES TRANSFORMADOS
O cumprimento da plena redenção e salvação que Deus produz em Cristo encontra-se na conformação
dos crentes transformados. O Novo Testamento fala diretamente da conformação uma vez, em
Romanos 8:29, que diz: "Porque os que de antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, para que Ele seja o Primogênito entre muitos irmãos ". No entanto,
em outros versos, a noção de conformação é implícita. Em 2 Coríntios 3:18 lemos: "Mas todos nós,
com o rosto desvendado, contemplando e refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos
sendo transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Senhor Espírito". Este
versículo diz que, ao olhar e espelhar Cristo, somos transformados em Sua imagem. Embora a
palavra conformação não é usado diretamente aqui, a preposição usada em o que indica que a nossa
transformação na imagem de Cristo implica conformação.
Em 1 João 3:2 nos é dito: "Amados, agora somos filhos de Deus, e o que havemos de ser
ainda não é revelado. Sabemos que quando Ele se manifestar, seremos como Ele, porque o veremos
como Ele é. " Ser semelhante ao Senhor em Sua glória também implica conformação.

A. Conformar os crentes transformados à imagem do primogênito Filho de Deus na ressurreição


A conformação dos crentes transformados faz com que eles se conformem à imagem do primogênito
Filho de Deus em ressurreição. Há um versículo, Romanos 8:29, que claramente e especificamente
diz que os crentes serão feitos conforme a imagem do primogênito Filho de Deus. Nós não seremos
conformados de uma maneira geral, mas de um modo específico, à mesma imagem, a verdadeira
semelhança, do primogênito Filho de Deus. Este verso não significa que somos conformados à imagem
do Filho unigênito de Deus, mas que somos conformados à imagem do primogênito Filho de
Deus. João 3:16 diz que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito. Devemos
considerar porque este versículo fala do Filho unigênito de Deus e por que Romanos 8:29 faz referência
ao primogênito Filho de Deus. Primogênito Cristo nasceu em Sua humanidade como o Filho
primogênito de Deus em ressurreição (At 13:33), em Sua ressurreição nós, os crentes, também
nascemos para ser os muitos filhos de Deus, os muitos irmãos de Cristo (1Pe 1:3). Portanto, não
devemos nos conformar à imagem do Filho unigênito, mas à imagem do primogênito Filho de Deus.
Agora estamos todos no processo em que Deus está nos transformando para sermos
conformados. A transformação tem por fim a conformação. Transformação simplesmente nos
transforma de uma forma para outra. Não está especificado para que forma somos transformados. Mas
a conformação indica de que forma estamos sendo moldados. Estamos sendo conformados à imagem,
a forma do primogênito Filho de Deus.
Na minha juventude, ouvi muitos cristãos que enfatizaram a questão de seguir a Jesus. Naquela
época eu não entendia o que isso significava, então não gostei do termo. Eu disse que Jesus estava aqui
há mil e novecentos anos, mas hoje ele se foi. Já que Ele está longe e eu não posso vê-lo, como posso
segui-lo? Então me disseram que Jesus nos ama; portanto, seguir a Jesus é amar os outros. Minha
resposta foi que Confúcio ensinou a mesma coisa: Confúcio nos aconselhou a amar os outros. Portanto,
amar os outros é seguir Confúcio. Então, qual é a diferença entre seguir Jesus e seguir Confúcio?
Graças ao Senhor por Paulo. Paulo também nos disse que temos que seguir o Senhor. Mas ele
nos disse isto: "Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo" (1Co 11:1). Paulo não usou a
palavra seguir; Ele usou a palavra imitar. Ele foi um imitador de Jesus; então ele se tornou outro
Jesus. Ao imitar Paulo, nós também nos tornamos imitadores de Jesus. A palavra imitar, usada aqui
por Paulo, é melhor do que o termo a seguir, mas permanece ambígua até certo ponto.
Quando eu era jovem, entendia isso como imitar, mas não entendia a questão de se conformar
à imagem do primogênito Filho de Deus. Não se trata de imitar Jesus, mas de se conformar à sua
imagem. Isto significa que, na vida, natureza, aparência, sabor, em todas as coisas e em todos os
sentidos, nos tornamos exatamente como Ele. Finalmente, não só seremos semelhantes a Ele, mas Ele
e nós, nós e Ele seremos uma única entidade. Ele se torna nós, e nós nos tornamos Ele. Os sete
candelabros de Apocalipse 1 são os mesmos, mas eles ainda são sete, não um. No entanto, nós e
138

Cristo não somos apenas iguais, mas somos um. Para isso, temos que nos conformar à Sua imagem, a
imagem do primogênito Filho de Deus.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
1. À imagem do primogênito Filho de Deus em Sua divindade para expressar os atributos
do Deus processado no Cristo ressuscitado
Crentes transformados são conformados à imagem do primogênito Filho de Deus em Sua divindade
para expressar os atributos do Deus processado em Cristo ressuscitado. Os atributos de Deus são os
atributos que pertencem a Deus. Quando Cristo viveu na terra, Ele expressou os atributos de Deus,
que são amor, luz, santidade e justiça. Eu estudei os Dez Mandamentos ponto por ponto. Eu fiz o meu
melhor para descobrir o que eles nos mostram. Com o tempo, descobri que os dez mandamentos da
lei nos mostram uma imagem de Deus em quatro aspectos. Os Dez Mandamentos nos mostram que
Deus é amor, que Deus é luz, que Deus é santo e que Deus é justo. Estes são os quatro elementos
básicos - amor, luz, santidade e justiça - dos quais os Dez Mandamentos são compostos.
Quando Jesus viveu na terra, Ele expressou Deus. Primeiro, Ele expressou Deus nestes quatro
aspectos: no amor, na luz, na santidade e na justiça. Ao ler os quatro Evangelhos, recebemos a
impressão de que Aquele que é descrito nos quatro Evangelhos é elevado em amor, em luz, em
santidade e em justiça. Finalmente, temos que concluir que Ele mesmo é amor, luz, santidade e
justiça. Ele nos ama, nos ilumina; Ele é santo, Ele é a própria corporificação da santidade; e Ele é justo,
é a própria composição da justiça. Quando nós o vemos desta maneira, nós admiramos e também
reconhecemos que estamos muito diferente Dele. Não podemos amar nosso cônjuge, muito menos
nossos inimigos, mas Ele amava seus inimigos (Lc 23:34). Nele não havia trevas. Onde quer que Ele
fosse, havia luz porque Ele é luz (Mt 4:16; Jo 8:12). Para onde Ele ia, havia santidade e também
havia justiça. Esta é a expressão de Deus na divindade de Cristo. Cristo pode ser tão amoroso, tão
cheio de luz, tão santo e tão justo porque Ele é Deus. Em nós mesmos não podemos ser como Ele; mas
em Mateus 5:48 Ele nos disse que, como somos filhos de Deus, podemos ser perfeitos como nosso
Pai celestial é perfeito. Podemos ser perfeitos porque nosso Pai entrou em nós.

2. A imagem do Filho primogênito de Deus em Sua humanidade ressuscitada para expressar


as virtudes do homem elevado na ressurreição de Cristo
Os crentes transformados também são conformados à imagem do primogênito Filho de Deus em Sua
humanidade ressuscitada para expressar as virtudes do homem elevado na ressurreição de Cristo.
Enquanto Cristo estava na terra, Ele expressou Deus em Sua divindade: em amor, luz, santidade e
justiça. E isso não é tudo; Ele também expressou as virtudes humanas em Sua elevada humanidade.
Quando Jesus estava na terra, Ele era muito manso e também humilde. Deus não precisa ser manso
ou humilde. Mansidão e humildade são virtudes humanas. Portanto, Filipenses 2:7 nos diz que Cristo
se esvaziou, assumindo a forma de um escravo, tornando-se como homem. Isso não é divino, mas
humano. Então, por um lado, Cristo expressou amor divino, luz, santidade e justiça, enquanto, por
outro lado, Ele expressava as virtudes humanas tais como mansidão, humildade, obediência e ser
compreensivo.
Em 2 Coríntios 10:1, Paulo disse que ele implorou aos crentes pela mansidão e ternura (ou
pelo entendimento) de Cristo. Então, em 11:10 ele diz: "A veracidade de Cristo que está em
mim". Mansidão, ser compreensivo e veracidade são três virtudes humanas. Deus não precisa ser
compreensivo. No entanto, quando Cristo estava na terra, Ele viveu como homem sob todos os tipos
de perseguições e problemas. Ele era muito manso e sempre demonstrava compreensão, lidando
continuamente com as pessoas humildemente. Além disso, em seu lidar com o povo, Ele sempre foi
cheio de veracidade. Ele não expressou nenhum tipo de desonestidade, mas apenas expressou
veracidade. Ele disse: "Seja o vosso falar: sim, sim; não, não; porque o que vai além disso vem do
maligno " (Mt 5:37). Mas às vezes ele não respondia, nem sim ou não. Ele sempre respondia de uma
maneira elevada, na maneira da vida, de uma maneira que expressada Deus (Jo 4:20-24; 8:3-9;
9:2,3).
Enquanto Cristo viveu na Terra como uma pessoa, por um lado, ele expressou os atributos
divinos de Deus, como o amor, luz, santidade e justiça e, por outro, expressando as virtudes humanas,
como a mansidão, a humildade e ser compreensivo. Hoje somos Seus crentes e Ele está nos
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transmitindo tanto em Sua divindade como em Sua humanidade. Quando ele estava na terra, era uma
mescla do divino e do humano. O Novo Testamento primeiro nos fala que Cristo como o Filho de
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Deus era o unigênito Filho de Deus (1:18). Finalmente, na Sua ressurreição Ele nasceu como o Filho
primogênito de Deus (Cl 1:18; Rm 1:4; 8:29). No unigênito Filho de Deus, havia apenas divindade;
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
mas no primogênito Filho de Deus há divindade e humanidade. Através da encarnação, Deus se
estendeu do divino para o humano. Portanto, como Deus-homem que andou na terra, Ele era Deus e
homem; mas sua humanidade ainda não havia sido introduzida na divindade. Romanos 1:4 nos fala
que através da ressurreição Ele foi designado Filho de Deus segundo o Espírito de santidade. Na
ressurreição a humanidade de Cristo foi introduzida na divindade e foi "filificada". Deste modo Ele se
tornou o Primogênito entre muitos irmãos.
Recebemos Cristo enquanto Ele era o Filho unigênito ou depois que Ele se tornou o Filho
primogênito? É o Cristo que recebemos o primogênito Filho de Deus ou o unigênito Filho de Deus? A
resposta é que todos nós recebemos o Cristo que não é mais o unigênito Filho de Deus, mas se tornou
o Filho primogênito de Deus. Em outras palavras, o mesmo Cristo que recebemos é divino e humano.
Em Sua divindade, Ele expressa Deus e, em Sua humanidade, expressa o homem. Em Sua divindade,
ele expressa os atributos divinos, tais como o amor divino, a luz, a santidade e a justiça, e em Sua
humanidade exprime as virtudes humanas, tais como mansidão, humildade, compreensão e obediência.
Nós, como imitadores de Cristo, não O imitamos em Sua divindade, mas em Sua humanidade.
Todos nós precisamos ser gentis, humildes e compreensivos. Não importa como os outros nos tratam,
devemos permanecer alegres; não devemos reclamar, mas simplesmente continuar a amar os outros.
Filipenses 2:14 nos diz para fazer "tudo sem murmurar e discutir". Murmúrios e argumentos não estão
relacionados ao divino, mas ao humano. Se um dia não murmurarmos ou discutirmos, nesse dia somos
as pessoas mais santas. O fato é que murmuramos em quase tudo. Maridos expressam suas
murmurações a suas esposas; as esposas para seus maridos e as crianças para seus pais. Às vezes,
expressamos nossos murmúrios nas janelas ou até na cama. Paulo disse que se vivemos para Cristo,
devemos fazer tudo sem murmurações e argumentos. Essa é a humanidade ideal. Quando considero
minha própria experiência a esse respeito, percebo que sou igual aos outros; não posso fazer coisas
sem murmurar e discutir. Só Jesus pode fazer isso.
Filipenses 1:19 diz: "Pois eu sei que por vossa petição e pelo suprimento abundante do Espírito
de Jesus Cristo, isso resultará em minha salvação." A oferta abundante do Espírito de Jesus Cristo
pode nos salvar de nossas murmurações e argumentos. Nossa vida conjugal e nossa vida familiar estão
cheias de murmúrios e discussões. Somente Jesus pode viver uma vida livre de murmurações e
argumentos. Nós não podemos porque não somos Jesus. Esta é a razão pela qual precisamos que Deus
seja dispensado, pouco a pouco, em nosso ser. Aqueles que me conhecem bem podem atestar que
hoje minhas murmurações foram reduzidas significativamente em comparação com as de vinte anos
atrás. Isto é porque eu recebi mais dispensar de Cristo.
Ser conformado à imagem do primogênito Filho de Deus é ser conformado àquele que é divino
e humano. Como cristãos que somos, devemos expressar Deus em Sua divindade e, ao mesmo tempo,
devemos também expressar o homem com a devida humanidade. Nós somos homens-Deus. Como
tal, devemos sempre ser mansos e humildes. Isso não está relacionado com a divindade de Deus porque
Deus não precisa ser manso e humilde. Por outro lado, às vezes devemos expressar Deus em Sua
divindade. É possível que nos ofendam no máximo e, mesmo assim, não os odiaremos, mas
continuaremos a amá-los apesar de tudo. Isso não é algo humano; é algo divino. Esse amor não
corresponde ao nível humano, mas ao nível divino. Podemos fazer e expressar coisas que ninguém
mais pode, porque temos dentro da comunhão divina de Deus. Nós podemos perdoar e esquecer. Só
Deus pode perdoar e esquecer (Hb 8:12); os seres humanos não podem. Quando nós seres humanos
perdoamos os outros, sempre nos lembramos da ofensa; nós não perdoamos quando esquecemos. No
entanto, quando Deus perdoa, Ele esquece. Estamos sob a divina comunhão de Deus. Graças a esse
dispensar, podemos perdoar como ele. Quando perdoamos, nos esquecemos. Isto não é uma virtude
humana; é um atributo divino.
Primeiro, devemos nos conformar à imagem do Filho primogênito de Deus em Sua
divindade. Então, devemos nos conformar à imagem do primogênito Filho de Deus em Sua
humanidade ressuscitada, para expressar as virtudes do homem elevado que está na ressurreição de
Cristo. Por um lado, expressamos os atributos divinos e, por outro, expressamos as virtudes
humanas. Ambos estão na ressurreição. Cristo é o unigênito Filho de Deus e o primogênito Filho de
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Deus, e é assim que Ele pode ser nossa porção na ressurreição. Depois que Ele ressuscitou, nós
recebemos o Cristo ressuscitado com Sua divindade e também com Sua humanidade. Portanto, hoje
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podemos expressar tanto a divindade quanto a humanidade ressuscitada.

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
B. Ao transmitir o elemento do Cristo ressuscitado, o primogênito Filho de Deus, nos crentes
transformados para sua conformação
Deus molda os crentes transformados na imagem de Seu Filho primogênito, transmitindo o elemento
do Cristo ressuscitado, o primogênito Filho de Deus, aos crentes para sua conformação. Devemos estar
conscientes de que durante todo o dia, de manhã à noite, Deus opera em nós, transmitindo-nos o
elemento do Cristo ressuscitado. Todo dia o Cristo ressuscitado é acrescentado ao nosso ser. É por
isso que Ele se tornou o Espírito que dá vida. Como um Espírito que dá vida em nós, Ele é
continuamente dispensado a nós em Seu elemento ressuscitado.

1. Quando os crentes tomam o Cristo ressuscitado,


o modelo de um homem-Deus, tanto em Sua humanidade como em Sua divindade
O elemento do Cristo ressuscitado é dispensado aos crentes transformados, para que possam ser
conformados, levando-os ao Cristo ressuscitado, modelo de um Deus-homem, tanto em Sua divindade
como em Sua humanidade. Deus é dispensado, e temos que responder tomando o Cristo ressuscitado,
Aquele que é o modelo de um homem-Deus, de alguém que é divino e humano, recebendo-o em Sua
humanidade e em Sua divindade.

2. Sendo conformado à Sua morte no poder da Sua ressurreição


Agora estamos na ressurreição de Cristo. A ressurreição é um poder; ela nos capacita a sermos
conformados à morte de Cristo (Fl 3:10). Todos os dias, o Cristo ressuscitado é dispensado em nós
para produzir apenas uma coisa, isto é, para obedecer à Sua morte.
Se alguém, como nossa esposa, nossa mãe ou nosso parceiro, nos maltrata, devemos reagir,
conformando-nos à morte de Cristo. Se alguém nos maltrata e perdemos a paciência, isso é
inquestionavelmente não estar conformado com a morte de Cristo. Seja o que for que nos aconteça,
devemos manter a atitude de que somos pessoas mortas. Um homem morto não reage a nada. Isso é
ser conformado com a morte de Cristo.
Quando Jesus estava na frente dos governantes judeus e dos governantes romanos, Ele foi
desafiado e acusado, mas Ele não reagiu ou proferiu uma palavra (Mt 26:59-63a; 27:12-14). Essa
foi a imagem, a forma da Sua morte. Nós somos Seus imitadores e recebemos a Sua transmissão. Ele
agora está se transmitindo em nosso ser; no entanto, nosso ambiente não nos ajuda. Tudo ao nosso
redor nos torna impacientes e nos estimula a reagir. Em tal situação, devemos nos conformar com a
morte de Cristo. Ninguém pode fazer isso, exceto o Cristo ressuscitado. Ele está em nós e o Cristo
ressuscitado em nós é o poder da ressurreição. Ele nos reveste com poder para nos conformarmos
com a Sua morte. Ele vive em nós e nos ajuda a sermos conformados à Sua morte. Então, finalmente,
não reagimos a nada que nos rodeia.
Paulo disse que ele poderia fazer tudo naquele que o fortalece (Fp 4:13). Aqui “tudo” inclui
tudo o que é verdadeiro, tudo é nobre, tudo está certo, o que é puro, tudo o que é amável, tudo é
de boa fama, tudo excelente e digno de louvor (v. 8). Podemos fazer essas coisas, não em nós mesmos,
mas naquele que nos fortalece. Isto é ser revestido com poder pelo Cristo ressuscitado para ser
conformado à Sua morte. Finalmente, seremos conformados a Ele como o primogênito Filho de Deus,
que tem duas naturezas, a divina e a humana.

3. Com vista ao prêmio da super ressurreição : a ressurreição extraordinária, a ressurreição extra


Em Filipenses 3:11, Paulo disse que procurava alcançar o prêmio da super ressurreição: a ressurreição
extraordinária, a ressurreição extra. Se estamos conformados à imagem do Filho primogênito de Deus,
será dado um prêmio, uma recompensa: participar da super ressurreição dos mortos, que é ressurreição
extra. Todos os crentes que morrem em Cristo terão uma parte geral na ressurreição dos mortos
quando o Senhor retornar (1Ts 4:16; 1Co 15:52). Mas os santos vencedores desfrutarão de uma
porção extra, uma porção notável dessa ressurreição.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 27
NO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO COMPLETA E SALVAÇÃO
QUE DEUS ESFETUA EM CRISTO (7)
Leitura bíblica: Rm 8:30; 1Pe 5:10a; Hb 2:10; Rm 8:23; Fl 3:21; Ef 1:13-14; 4:30
A revelação divina referente à economia divina e à transmissão divina é a linha central entre as muitas
linhas da Bíblia. As expressões economia divina e dispensar divino são novas para muitos cristãos
porque muito poucos conhecem o ensinamento da economia de Deus no Novo Testamento. A
palavra economia, uma forma em português da palavra grega oikonomia, foi fortemente enfatizada
nas epístolas do apóstolo Paulo (Ef 1:10, 3:9, 1Tm 1:4). A palavra grega oikonomia refere-se a uma
administração familiar. Então, a economia de Deus refere-se à administração familiar de Deus. Nesta
administração há um maravilhoso arranjo no qual Deus é dispensado em Seu povo escolhido, criado e
redimido. A economia divina de Deus, Sua administração familiar, é realizada através de Sua divina
comunhão.
O pensamento central da obra redentora e salvadora de Deus é que Ele seja trabalhado em
Seu povo. Deus nos redimiu e nos salvou com o propósito de Se trabalhar em nosso ser. Para este
propósito, ele também nos criou e nos deu um corpo, uma alma e um espírito (1Ts 5:23).
Externamente, temos um corpo e internamente temos um espírito na parte mais profunda do nosso
ser. Entre nosso espírito e nosso corpo está nossa alma. Poucos cristãos sabem que o homem tem um
espírito humano. Eles tomam o espírito, a alma, a mente e o coração por uma única entidade. No
entanto, 1 Tessalonicenses 5:23 claramente menciona o espírito humano como uma das três partes
do nosso ser, e Hebreus 4:12 diz que a alma e o espírito do homem podem ser separados.
Trinta anos atrás, quando comecei a ministrar nos Estados Unidos, dei muita ênfase à questão
do espírito humano. Onde quer que ele fosse, falava sobre isso. Muitos me disseram que não sabiam
que tinham um espírito humano. Eles só tinham ouvido falar do Espírito Santo e não do espírito
humano. Hoje, a vida de muitos cristãos é pobre porque negligenciaram o órgão indispensável para a
vida cristã: o espírito humano. Em 1 Coríntios 6:17 Paulo disse: "Aquele que se une ao Senhor é um
espírito com ele". Isto indica que o Espírito de Deus pode habitar no espírito do homem a tal ponto
que os dois espíritos se tornam um.
O dispensar de Deus está intimamente relacionada com os dois espíritos. Em primeiro lugar, o
próprio Deus é Espírito. Em João 4:24 o Senhor Jesus disse: "Deus é Espírito; e aqueles que o adoram,
em espírito e com veracidade, devem adorar. ” Neste verso não há nenhum artigo entre as
palavras é e Espírito. Isso indica que a frase que Deus é Espírito se refere à essência de Deus. A essência
de um anel de ouro é o ouro, e a essência de uma mesa de ferro é de ferro. Da mesma forma, a
essência de Deus é o Espírito. Então, se queremos adorar a Deus que é Espírito, devemos adorá-Lo em
nosso espírito.
Além disso, o Segundo da Trindade Divina, depois de encarnar e morrer na cruz e entrar na
ressurreição, tornou-se o Espírito que dá vida (1:1, 14; 1Co 15:45). Portanto, o Filho também é
Espírito. Além disso, o Terceiro da Trindade Divina, o Espírito Santo, também é Espírito. Portanto,
os três da Trindade Divina são Espírito. A essência do Deus completo, de todo o Deus Triúno, é
Espírito. O Pai é a fonte, o Filho é o jorrar e o Espírito Santo é o Deus Triúno que flui, que nos
alcança. Os três da Trindade Divina são o Espírito com o propósito de transmitir o Deus Triúno ao
nosso ser.
No dia da ressurreição a noite, o Senhor Jesus veio a seus discípulos, soprou neles e disse-lhes:
"Recebei o Espírito Santo" (Jo 20:22). Isso indica muito claramente que a intenção de Deus em Sua
redenção e salvação é tornar-se um com Seu povo redimido por meio do dispensar divino. Deus é
Espírito e nós temos um espírito; portanto, Deus pode se tornar um conosco. Somente o Espírito pode
tocar o espírito. Então, Deus como Espírito toca nosso espírito. Deus nos regenerou em nosso espírito
(3:6), e hoje habita em nosso espírito para torná-lo um com o Seu (1Co 6:17): um espírito
mesclado. Esta é a linha central da revelação divina, e esta é o dispensar divino do Ser Divino em nosso
142

ser.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
X. NA GLORIFICAÇÃO DOS CRENTES QUE ESTÃO CONFORMADOS
Em mensagens anteriores vimos que o dispensar de Deus foi profetizada nas promessas de Deus para
nós, tipificados em tipos do Antigo Testamento, e é realizado em conformidade com a plena redenção
e salvação de Deus em Cristo. No restante desta mensagem, trataremos do aspecto final do
cumprimento da plena redenção e salvação que Deus realiza em Cristo: a glorificação dos crentes
conformados.
Romanos 8:30 diz: "E a quem ele predestinou, a estes também chamou; e a quem ele chamou,
ele também justificou; e a quem ele justificou, ele também glorificou." Primeiro, Deus nos
chamou; então, ele nos justificou, nos regenerou, nos santificou, nos renovou, nos transformou e nos
conformou à imagem do Filho primogênito de Deus. Finalmente, ele nos glorificará. Quanto a
redenção, salvação de Deus é o perdão dos pecados, a lavagem dos pecados, justificação e
reconciliação, enquanto sobre a vida, a salvação de Deus inclui a regeneração, santificação, renovação,
transformação, conformação e glorificação. A glorificação é o passo final da salvação plena de Deus
em Cristo.

A. O destino da filiação predestinada de Deus é a glorificação


Efésios 1:5 diz que Deus nos predestinou para a filiação, isto é, para ser Seus filhos. O destino da
predestinação feito por Deus é a glorificação (v. 29-30).

1. A meta do chamado do Deus de toda a graça é a Sua glória eterna


Em 1 Pedro 5:10a lemos que o Deus de toda a graça nos chamou para a glória eterna em
Cristo. Assim, o objetivo do chamado do Deus de toda a graça é a glória eterna de Deus. Deus nos
chamou para a Sua glória eterna. Essa glória não inclui um único tipo de graça, mas "toda graça" de
Deus.
João 1:14 e 16 dizem que Cristo como Palavra se tornou um homem de carne, cheio de graça
e realidade, e que da Sua plenitude todos nós recebemos e graça sobre graça. A graça que recebemos
tem muitos aspectos diferentes. Em 1 Pedro 4:10 esta graça é chamada "a multiforme graça de Deus".
Em 1 Pedro 3:7 a graça da vida é mencionada, e em Efésios 1:7 a graça do perdão é mencionada. Estes
são apenas dois exemplos dos muitos tipos de graça encontrados na salvação de Deus. Finalmente, a
salvação de Deus em sua totalidade é realizada pela graça (2:8). Tudo o que desfrutamos de Deus é
um aspecto da graça. A presença de Deus é um aspecto da graça Que Ele nos fortalece é um aspecto
da graça que Ele nos fala de Seu poder é um aspecto da graça e que Ele nos santifica é outro aspecto
da graça. A totalidade da graça é simplesmente o próprio Deus (1Co 15:10, cf. Gl 2:20). Este Deus
de muitos tipos de graça nos chamou para a Sua glória eterna.

2. A intenção de Deus em Sua salvação é trazer muitos filhos à glória


A intenção de Deus em Sua salvação é levar muitos filhos à glória (Hb 2:10). Deus está nos levando
para a glória. Não nos leva a uma mansão celestial ou a qualquer tipo de bênção na esfera material
para a eternidade. Ele está levando Seus muitos filhos para a Sua glória eterna.

B. A glorificação dos filhos de Deus que foram moldados é a redenção do seu corpo
A glorificação dos filhos de Deus que foram moldados é a redenção do seu corpo (Rm 8:23). Antes
de sermos glorificados por Deus, devemos nos conformar à imagem do primogênito Filho de Deus (v.
29). Não podemos ser bebês, crianças ou mesmo pessoas de meia-idade; nós devemos ser filhos
maduros de Deus. Um filho maduro é aquele que foi moldado em sua maturidade de vida à imagem
do primogênito Filho de Deus.
Por um lado, Jesus Cristo, como o primogênito Filho de Deus, expressa os atributos divinos e,
por outro lado, expressa as virtudes humanas. Nos quatro Evangelhos, Jesus foi um modelo, um
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exemplo, de uma pessoa que expressou os atributos de Deus em Sua divindade e as virtudes humanas
em Sua humanidade. Como homem, Ele expressou divindade e humanidade. Em Sua divindade Ele
expressou os atributos de Deus, tais como amor, luz, santidade e justiça. Em Sua humanidade Ele
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expressou as virtudes humanas, tais como mansidão, compreensão e humildade. Em Sua divindade Ele

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
era muito proeminente e exaltado, mas em Sua humanidade Ele era uma pessoa humilde que viveu
humildemente.
Nos quatro Evangelhos podemos ver Jesus como uma pessoa que exibiu os atributos de Deus
e virtudes humanas, mas em um pecador pobre não podemos ver nada de Deus ou de virtudes
humanas. No lugar das virtudes humanas, podemos ver como os homens pecaminosos são. Depois de
serem salvos, a maioria dos cristãos não entende que a intenção de Deus é que eles expressem Deus
não apenas nas virtudes humanas, mas também em Seus atributos divinos. Como resultado, eles só
procuram melhorar sua pessoa e seu comportamento em sua vida humana, sem perceber que tal busca
é contra a intenção de Deus.
O cristão deve ser um homem-Deus com duas naturezas: o humano e o divino. Primeiro, somos
humanos; então somos divinos. Somos divinos porque nascemos de Deus (Jo 1:12). Nós recebemos
a vida divina com a natureza divina (2Pe 1:4), e a essência divina entrou em nosso ser. Nós não somos
simplesmente filhos de Adão; nós também somos filhos de Deus. Nós tivemos dois nascimentos, um
nascimento humano e um nascimento divino. Portanto, somos homens-Deus, assim como Jesus. Por
um lado, devemos viver uma vida humana elevada, com todas as virtudes humanas, como mansidão,
humildade e compreensão. Por outro lado, devemos expressar a divindade em todos os atributos
divinos, como amor, luz, santidade e justiça.
Precisamos entender que a glorificação ocorrerá nos filhos de Deus que foram conformados,
isto é, nos filhos maduros. Hoje não podemos ser glorificados porque ainda não estamos maduros.
Estamos no processo de amadurecimento. Quando estivermos plenamente maduros, a glorificação
virá. A glorificação pode ser comparada ao florescimento de uma flor. Quando uma rosa floresce por
exemplo, essa é a sua glorificação. Uma rosa não pode florescer a menos que tenha botões. Se você
tivesse apenas o caule com galhos e folhas, o processo de floração não ocorreria. Mas quando um
botão aparece, ele continua crescendo até atingir a maturidade. Então floresce. O florescimento do
casulo é sua glorificação.
Quando eu era um novo crente, aprendi que a glória de Deus era objetiva, que estava longe
no céu. Eles me disseram que quando o Senhor Jesus vier, num piscar de olhos, Ele nos levará ao céu
para que entremos em uma esfera objetiva de glória. Este ensinamento era baseado em Hebreus 2:10,
que diz: "Porque convinha que aquele, para quem e através de quem são todas as coisas, em levando
muitos filhos à glória pelas aflições para o autor da salvação deles." De acordo com esse ensinamento,
o destino para o qual Cristo nos conduz é a glória objetiva de Deus nos céus. Este parece ser confirmada
em 2 Timóteo 2:10, que diz: "Por isso, tudo suporto por amor dos eleitos, para que também eles
alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna." Parece que a eterna glória de Deus
é objetiva e distante de nós, e que somos guiados até chegarmos a esse destino. No entanto, este
ensinamento não concorda com a revelação intrínseca da Bíblia.
A queda de Adão fez com que todo o nosso ser - espírito, alma e corpo - caíssem. Mas através
da redenção de Cristo, Deus nos salva desta condição caída. A obra salvadora de Deus começa em
nosso espírito. Nosso espírito é a parte mais interna de nosso ser. Está trancado em nossa alma, que
está dentro de nosso corpo. Quando Deus veio para nos salvar, Ele redimiu nosso espírito lavando
nossos pecados e regenerando nosso espírito. Regeneração ocorreu em nosso espírito (Jo 3:6). Antes
de sermos salvos, éramos muito ativos em nossa alma e vivíamos muito em nosso corpo, mas estávamos
mortos em nosso espírito (Ef 2:1). Depois de perdoar nossos pecados (1:7), Deus tocou nosso espírito
e nos vivificou em nosso espírito (2:5). Assim, Deus redimiu nosso espírito.
Deus pretende redimir todo o nosso ser, incluindo o nosso corpo, mas antes que possamos
redimir o nosso corpo, ele tem que redimir a nossa alma, que está entre o nosso espírito e o nosso
corpo. Desde que fomos regenerados, Deus tem esperado, todos os dias e todos os momentos,
aproveitar todas as oportunidades para estender nosso espírito à nossa alma. Devemos nos coordenar
com Ele colocando nossa mente no espírito e não na carne (Rm 8:4b-6). Deus quer entrar em nossa
mente, nossa emoção e nossa vontade, mas muitas vezes ele acha que a porta para as três partes da
nossa alma está fechada. Como resultado, Deus não tem como se estender dentro de nós. Em vez de
abrir a porta do nosso ser a Deus, muitas vezes podemos tentar fazer o bem por nós mesmos.
144

Portanto, devemos aprender a colocar nossa mente, a parte principal de nossa alma, no espírito e não
na carne. Quando nossa mente é posta na carne, esses dois cooperam como "bons amigos". No
Página

entanto, quando voltamos nossa mente para o nosso espírito e colocamos nossa mente no espírito,
nossa mente será preenchida, ocupada e dominada por Deus. Esta é a transformação da alma (12:2).
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Regeneração e transformação são a redenção de duas partes do nosso ser. Nosso espírito foi
redimido quando Deus o regenerou e nossa alma é redimida quando é transformada. Através da
regeneração e transformação, nos tornamos muito espirituais; mas nosso corpo ainda é um
problema. Às vezes sentimos luxúria em nosso corpo. Nosso espírito abomina essa luxúria e nossa alma
detesta a pecaminosidade da carne. No entanto, ainda há algo muito ativo em nossa carne. Isso
significa que, embora nosso espírito tenha sido redimido e nossa alma esteja sendo redimida, nosso
corpo ainda não foi redimido. Por esta razão, devemos ser fortes em nosso espírito para controlar
nossa mente, tornando nosso espírito o espírito de nossa mente (Ef 4:23), a fim de controlar nossa
carne.
Quando nossa mente se torna o espírito de nossa mente, a vida divina gradualmente se estende
de nosso espírito, passa por nossa alma e finalmente alcança nosso corpo mortal (Rm 8:11). Essa é a
verdadeira cura divina. A realidade da cura divina é que o nosso corpo mortal está saturado da vida
divina do nosso espírito e da nossa alma. Tal experiência da vida divina que se estende ao nosso corpo
pode curar nosso corpo e prolongar nossa vida.
É possível que uma pessoa descuidada, que se comporte e aja de acordo com a carne, sofra
uma morte prematura. Em princípio, ninguém que vive de acordo com seus desejos carnais viverá uma
vida longa. A maioria das pessoas que vive mais de setenta anos abstém-se de se gratificar nos desejos
da carne. Comer, beber e viver sem autocontrole é suicídio lento e gradual. Se aprendermos a
controlar nossa carne regulando o que comemos, bebemos e quanto dormimos, viveremos uma vida
mais longa.
Não apenas controlamos nossos desejos carnais exercitando o autocontrole, mas também
podemos invocar o nome do Senhor. Invocar o nome do Senhor também prolongará nossa vida.
Quando alguém está prestes a ficar com raiva e expressar insatisfação com seu cônjuge, a melhor
maneira de lidar com a raiva ou a insatisfação é invocar, dizendo: "Oh, Senhor Jesus!". Cada vez que
invocamos o Senhor, nossa raiva e os danos que causam à nossa saúde cessam. Além disso, quando
invocamos o nome do Senhor, o Espírito Santo, como a corporificação da vida divina, se estende até
ao nosso corpo.
Embora hoje a vida divina toque nosso corpo, o corpo permanecerá um problema até ser
redimido. Portanto, aguardamos a redenção final do nosso ser, isto é, a redenção do nosso corpo. A
redenção do nosso corpo é a filiação completa (v. 23). Acontecerá quando o Espírito com a vida
divina que satura totalmente nosso espírito, alma e corpo, absorve todo o nosso ser com a vida divina
de Deus. Esse empapar é o florescimento da vida divina desde o nosso interior.
A glorificação do nosso corpo é semelhante ao florescimento de uma rosa. Quando uma flor
brota, o broto não pode mais ser visto. O broto se tornou uma flor. Hoje nosso corpo é um incômodo,
mas um dia nosso corpo será glorificado. Todos os dias o Espírito de selamento dentro de nós continua
a saturar nosso corpo. Ele nos satura verticalmente, de cima para baixo, e nos embebe horizontal-
mente, para frente e para trás. Tal é o processo da nossa glorificação. Quando este processo atingir o
seu pico, estaremos totalmente maduros e essa maturidade será a nossa glorificação.

1. Pela transfiguração de seu corpo de humilhação no corpo da glória de Cristo


A redenção do nosso corpo é realizada através da transfiguração do nosso corpo de humilhação no
corpo da glória de Cristo (Fl 3:21). Quando o Senhor Jesus estava na terra, Ele foi transfigurado na
presença de Pedro, Tiago e João (Mt 17:1-8). Essa transfiguração do Senhor Jesus na montanha foi
o modelo da transfiguração vindoura do nosso corpo. Hoje nosso corpo é um corpo de humilhação,
sem glória, honra ou dignidade. Somos muito vis e desprezíveis principalmente por causa do nosso
corpo. No entanto, um dia esse corpo de humilhação será transfigurado no corpo da glória de
Cristo. Atualmente, nosso corpo é como o broto de uma flor. Mas no dia da nossa transfiguração,
nosso corpo será transfigurado do botão para florescer.

2. Iniciado pelo selo do Espírito para o dia da redenção do corpo dos crentes
145

A glorificação dos filhos de Deus que foram moldados é iniciada pelo selo do Espírito para o dia da
redenção do corpo dos crentes (Ef 1:13-14, 4:30). Hoje o Espírito nos sela e esse selo não é aplicado
Página

a nós apenas uma vez, mas continuará por toda a vida. Desde o dia de nossa regeneração, o selo do

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Espírito começou a saturar e nos permear. Essa saturação continuará até o dia da redenção do nosso
corpo, até que o selo em nós atinja sua plenitude. Mesmo assim, o Espírito não vai parar de nos
selar. O Espírito continuará a nos selar continuamente com a essência divina por toda a eternidade.

3. O selamento do Espírito também tem como propósito a redenção do corpo dos crentes
O selo do Espírito também tem como propósito a redenção do corpo dos crentes (v. 30). Quanto
mais o Espírito nos sela, mais somos redimidos. Quando a redenção chegar à sua consumação, seremos
glorificados. Essa glorificação será a redenção do nosso corpo.

4. A redenção do corpo dos crentes é sua filiação completa


A redenção do corpo dos crentes é a sua filiação completa (Rm 8:23). A filiação completa indica
amadurecimento. Nos Estados Unidos, uma pessoa só tem idade legal após os dezoito anos de
idade. Alcançar a era adulta é uma questão de maturidade. É sempre perigoso para uma pessoa fazer
certas coisas quando ainda são menores de idade. Hoje em dia alguns jovens querem se casar mesmo
quando são adolescentes. Mas eu vi que aqueles que se casaram como adolescentes sempre
sofreram. A razão pela qual eles sofreram é que eles não tinham maturidade. Deus nos predestinou
para a filiação (Ef 1:5). Sua intenção é nos tornar Seus filhos, mas precisamos crescer até atingirmos
a maturidade. Quando atingirmos a maturidade, nossa filiação estará completa. Hoje Deus não pode
nos glorificar porque ainda não estamos maduros. Não podemos florescer porque ainda não atingimos
a maturidade. Portanto, devemos crescer.

5. Através do dispensar da essência divina


em todo o ser dos crentes através do Espírito como primícias
Os filhos de Deus que foram conformados são glorificados pelo Espírito que, como primícias, transmite
a essência divina a todo o ser dos crentes (Rm 8:23). Deus nos deu o Espírito como as primícias,
antecipação, do desfrute que teremos de Deus como nossa herança. Hoje, desfrutamos de Deus como
um ante desfrute e não como prazer total. Enquanto desfrutamos do Espírito como nosso ante
desfrute, Ele está transmitindo a essência divina em todo o nosso ser. Este dispensar prossegue desde
que Ele começa a nos selar e tem sua consumação na glorificação dos crentes, que será o sabor total
do desfrute que eles terão de Deus como sua herança.

6. A glorificação, a transfiguração, a redenção do corpo dos crentes,


é a maturidade do dispensar divino nos crentes
A glorificação, a transfiguração, a redenção do corpo dos crentes é a maturidade do Dispensar Divino
sobre os crentes, que começa com a sua regeneração e continua ao longo de sua vida espiritual.

C. A glorificação dos crentes é a consumação do cumprimento


da plena redenção e salvação que Deus realiza em Cristo
A glorificação dos crentes é a consumação do cumprimento da plena redenção e salvação de Deus em
Cristo e o que ele fez para o povo escolhido de Deus totalmente apto para ser completamente
mesclados com o Deus Triúno processado para ser apreciado plenamente na eternidade, que é
representada pela Nova Jerusalém, a consumação completa da salvação eterna que Deus através do
dispensar divino (Ap 21:1-22: 5).
146
Página

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
MENSAGEM 28
NA CONSUMAÇÃO DO PLENO CUMPRIMENTO DA REDENÇÃO E SALVAÇÃO QUE DEUS
EFETUA EM CRISTO CONFORME É MOSTRADO NA NOVA JERUSALÉM
Leitura bíblica: Ap 21:1-22: 5; 1Co 3:9b; 2Co 5:17; Gl 6:15
Oração: Senhor, nós Te adoramos porque Tu nos sustentou por tantos dias. Tu nos levaste à
conclusão, à consumação, da linha central da revelação de Deus. Senhor, purifica-nos com o Teu
precioso sangue e cobre-nos com o Teu sangue prevalecente. Confiamos em Ti para esta última
reunião. Nos dê uma boa conclusão. Tu és o alfa e o ômega. Nós confiamos em Ti como nosso
fim. Senhor, cobre-nos para que possamos ser verdadeiramente protegidos nesta hora, enquanto
ouvimos a Tua palavra. Nós não queremos apenas ouvir a tua palavra; nós também queremos ver
alguma coisa. Queremos entrar na revelação intrínseca do Seu Corpo, a igreja, que terá sua
consumação na Nova Jerusalém. Queremos sentir o que Tu sentes, de acordo com o Teu sentimento,
e queremos entender como Tu entendes, de acordo com o Seu entendimento. Senhor, nós somos a
Nova Jerusalém. Nós somos o corpo. Nós somos o Seu complemento. Senhor, nesta noite, nesta
reunião, revele tudo o que está em Seu coração. Ajude-nos a falar. Senhor, reconhecemos que somos
muito fracos neste assunto. Fique do nosso lado em um espírito conosco. Amém!
Nesta mensagem chegamos ao final da Bíblia. Toda boa escrita sempre termina com uma
palavra sobre o tópico real. Se quisermos entender o que a Bíblia quer transmitir, devemos ir até o fim
para ver como ela termina.
A maioria dos leitores da Bíblia aprecia o início da Bíblia, mas não presta muita atenção no
final. Isso ocorre porque a compreensão deles os priva da preciosidade do fim da Bíblia. Sua
compreensão é que a Bíblia termina simplesmente em uma mansão celestial. Isso é muito objetivo e
tem muito pouco a ver conosco subjetivamente. De acordo com esse entendimento natural, Deus
passa muitos anos e faz muitas coisas apenas para preparar uma mansão. Essa é a razão pela qual muito
poucos prestam atenção a essa parte da revelação divina. Isso nos mostra a grande importância de ter
um entendimento adequado.
Muitos anos atrás, comecei a perceber que a conclusão da Bíblia não poderia ser uma cidade
física, uma mansão na qual entraríamos para residir por toda a eternidade. Se a Bíblia realmente
terminasse assim, seria muito pobre. Depois de ter estudado a Bíblia por muitos anos, entendi até certo
ponto a preciosidade da Bíblia e seu conteúdo. Com base nesse princípio, percebi que a figura
culminante apresentada no final da Bíblia não poderia ser tão inferior ou tão simples. Deve ser algo
muito significativo, precioso e misterioso.
Comecei a procurar material e livros sobre a Nova Jerusalém produzidos por escritores de
séculos passados. Eu encontrei alguma verdade sobre a cidade santa nos escritos de Tersteegen, um
escritor alemão. Tersteegen indicou que a Nova Jerusalém deve estar relacionada com os próprios
crentes em Cristo. Isso abriu meus olhos um pouco. O irmão Austin-Sparks foi um pouco mais
longe. Ele observou que a Nova Jerusalém deve ser uma figura, como no início da Bíblia, onde Deus
também usa figuras, como a árvore da vida (Gn 2:9). Em todo o universo, não existe tal árvore física,
a árvore da vida. Há macieiras e pessegueiros; existem muitos tipos de árvores, mas quem já viu ou
ouviu falar de uma árvore da vida? O que é a vida? A vida é misteriosa. Assim pois, O irmão Austin-
Sparks disse que deveria ser uma figura retórica. Uma figura retórica é usada para falar sobre algo que
não é visto, algo que é um pouco misterioso, oculto e escondido. Quando uma certa coisa não é fácil
de entender ou compreender, não é possível expressá-la em termos normais. É por isso que figuras
retóricas são usadas. A árvore da vida é uma figura retórica.
Com base nisso, percebi outra coisa. Como a árvore da vida em Gênesis 2 é uma figura retórica
que indica algo misterioso, invisível e glorioso, a mesma árvore da vida mencionada no último capítulo
da Bíblia também deve ser uma figura retórica. A árvore da vida cresce na Nova Jerusalém (Ap 22:2).
Além disso, como uma parte da Nova Jerusalém é uma figura retórica, as outras partes também devem
ser uma. Apocalipse é um livro de símbolos (1:1) porque nos revela o que nunca vimos e o que não
147

podemos entender. De acordo com esse princípio, a Nova Jerusalém como a conclusão do livro do
Apocalipse certamente deve ser um sinal.
Precisamos de sinais, ou figuras, para nos ajudar a ver as coisas misteriosas da nova criação. A
Página

velha criação é totalmente visível e física, e a Bíblia nos diz que a intenção de Deus não é que a velha

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
criação resista para sempre. Pelo contrário, Deus usa a velha criação como um meio para produzir o
novo. A velha criação é totalmente física, enquanto a nova criação é totalmente espiritual. Adão era
físico, mas o segundo homem, o último Adão, é uma pessoa espiritual.
Hoje no universo há uma coisa chamada, em linguagem figurada, a árvore da vida. Nós não
vimos, e ainda existe. Na realidade, é a vida incriada, a vida divina, a vida eterna de Deus. Essa vida
não é física e é totalmente invisível. Para descrevê-la, Deus usa uma figura retórica em Sua revelação
divina. Gênesis 1 e 2 discutem como Deus criou os céus e a terra com bilhões de coisas, incluindo o
homem. O universo criado é físico e visível. Das coisas mencionadas em Gênesis 1 e 2, uma é real e
invisível; e essa é a árvore da vida. A árvore da vida é real, mas invisível.
Todo o livro do Apocalipse nos mostra coisas invisíveis. Você acha que existem sete
candelabros físicos? Certamente esses candelabros não são físicos. Os sete candelabros representam as
sete igrejas locais (1:11-12, 20). Uma igreja local pode ser vista porque é física, mas para ver a
realidade intrínseca da igreja local, precisamos de uma figura retórica. Então, candelabros não são
simplesmente candelabros; eles são figuras, sinais. Eles representam as igrejas locais, não no sentido
físico, mas no sentido intrínseco e invisível.
Em Apocalipse, o Senhor Jesus é descrito como o Cordeiro (5:6, 8, 12-13; 6:1, 16; 7:9-
10, 14, 17; 12:11; 13:8; 14:1, 4 10; 15:3; 17:14; 19:7, 9; 21:9, 14, 22-23, 27; 22:1, 3). O
Evangelho de João também se refere ao Senhor Jesus como o Cordeiro. Quando João Batista viu
Jesus, ele declarou: "Eis o Cordeiro de Deus" (1:36, 29). É claro que o Senhor Jesus não era um
cordeiro físico com cauda e quatro patas. O cordeiro de Deus é uma figura retórica que tem muito
significado. No livro de Apocalipse, temos os candelabros e o Cordeiro. Há também muitos outros
sinais no livro do Apocalipse. No final deste livro, há um grande sinal: a Nova Jerusalém. Isso deve
nos ajudar a entender que a Nova Jerusalém não é algo físico. Deve ser algo misterioso, algo muito
intrínseco e espiritual, algo que nunca pode ser apreendido pela mente humana ou visto por olhos
físicos.
Eu dediquei muito tempo ao estudo dos dois últimos capítulos do Apocalipse sobre a Nova
Jerusalém. Eu agradeço ao Senhor por isso. Quando eu estava na China continental, entendia até certo
ponto, o que era a Nova Jerusalém, mas não entendia claramente até depois ir para Taiwan em 1949.
No início dos anos sessenta, quando analisamos nossos hinários em chinês e Inglês, eu escrevi alguns
novos hinos. Quatro deles lidam com a Nova Jerusalém (454, 455, 456 e 979). Esses hinos
expressam a compreensão da realidade intrínseca do Corpo de Cristo. No universo existe algo
chamado Corpo de Cristo. O Corpo de Cristo não é físico como o corpo humano. O Corpo de Cristo
é uma figura retórica que indica que a igreja é um organismo. Esta figura retórica deve ser usada
porque ninguém pode explicá-la. O misterioso e intrínseco deve ser descrito com figuras retóricas.
O livro do Apocalipse é realmente um livro de revelação e, neste livro, um grande sinal é
revelado: a Nova Jerusalém. Este grande sinal representa a consumação final da obra de Deus na nova
criação. Quando esta obra da nova criação for cumprida em sua totalidade, o velho céu e a velha terra
passarão (21:1). A obra de Deus na nova criação requer pelo menos sete mil anos para ser
concluída. Quase seis mil anos se passaram. Deus também usará o reino de mil anos para completar
Sua obra na nova criação. A obra de Deus na nova criação não é simples. Para fazer a velha criação,
não era necessário que Deus se tornasse homem. Que Deus se tornou homem e viveu na terra trinta
e três anos e meio não era uma coisa simples.
Em Apocalipse 21 e 22, vemos uma imagem da cidade santa. Este quadro deve ser muito
significativo. Há mais de trinta e cinco anos, recebi uma compreensão detalhada do significado de
todos os aspectos dessa cidade. O Hinos 979, composto de dezesseis estrofes, nos dá os detalhes
desses pontos. Precisamos ver o que é esta cidade santa, a Nova Jerusalém. No cristianismo, muitos
dizem que é uma mansão celestial, mas devemos descartar esse conceito incorreto.

I. A NOVA JERUSALÉM, COMO A SANTA CIDADE DE DEUS, É:


A. A edificação universal de Deus Sua nova criação produzida a partir de sua antiga criação
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Nova Jerusalém, cidade santa de Deus, é o edifício universal de Deus, Sua nova criação produzida a
partir de sua velha criação (1Co 3:9b; 2Co 5:17; Gl 6:15). A Nova Jerusalém é o edifício que Deus
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produz em sua nova criação. Deus dedicará pelo menos sete mil anos para terminar esta obra. Como
Ele realiza esse trabalho? Primeiro, Ele se tornou um homem. Ele foi gerado no ventre de uma virgem
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
e permaneceu lá por nove meses. Mateus 1 diz que Deus nasceu no ventre de Maria através da obra
do Seu Espírito (v. 18, 20). Era uma maravilha que o Deus infinito, o Deus eterno, estivesse confinado
por nove meses no ventre de uma virgem, um ser humano. Estar no ventre de uma virgem pode ser
considerado como aprisionamento para Ele. Então, Ele deixou esse útero para ser um homem-Deus. O
tempo gasto na humanidade em seu viver humano foi uma prisão mais longa. Como uma pessoa divina,
ele foi preso na humanidade na terra trinta e três anos e meio. Então ele foi para a cruz e sofreu lá
por seis horas até que ele morreu (Mc 15:25, Mt 27:45-46). Depois, ele desceu para o Hades e
ficou lá três dias (12:40). Ele ressuscitou no terceiro dia (16:21). Como o Cristo ressuscitado, ele
tem trabalhado quase dois mil anos nos céus para realizar Sua nova criação. Este trabalho ainda não
foi concluído. Espero que possamos ver quanto tempo, quanta energia e quanta sabedoria Deus
dedicou ao trabalho de Sua nova criação. Portanto, a Nova Jerusalém, como a consumação final de
Sua obra na nova criação, deve ser muito significativa.
Temos que descobrir o que é a Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém é um edifício. Em 1
Coríntios 3:9 nos diz que a igreja é a lavoura de Deus, terra cultivada de Deus, onde é cultivado algo,
e é também o edifício de Deus. Em todo o universo, há um edifício e este edifício é a edificação da
nova criação. A Nova Jerusalém é o edifício universal de Deus.

B. O tabernáculo de Deus, o templo de Deus e a noiva, a esposa de Cristo


A Nova Jerusalém é o tabernáculo de Deus, a morada de Deus pela a eternidade (Ap 21:3a). É
também o templo de Deus como o lugar onde o povo redimido de Deus vive e serve a Ele (v. 22). No
Antigo Testamento, o tabernáculo existia primeiro e depois o templo. O tabernáculo era a morada de
Deus, e o templo era a morada dos sacerdotes. O templo era o lugar onde o povo de Deus o adorava
e servia. Devemos entender que até hoje no Novo Testamento nós vivemos no templo como a nova
criação de Deus. Nós vivemos no templo porque a igreja é o templo (1Co 3:16-17). Para nós é o
templo; porque Deus é o tabernáculo. A Nova Jerusalém como um tabernáculo denota o que o povo
redimido de Deus será para Deus na eternidade, isto é, a eterna morada de Deus. E a Nova Jerusalém
como um templo denota o que o Deus Triúno será para o Seu povo redimido pela a eternidade, ou
seja, a sua morada eterna. No novo céu e na nova terra, a Nova Jerusalém será uma morada mútua
para o Deus redentor e o homem redimido pela a eternidade.
O tabernáculo como um sinal indica que o Deus Triúno processado e consumado depois de
passar através do deserto da encarnação, viver humano, com Sua morte toda-inclusiva e ressurreição
que dá vida, e entrar em Sua ascensão incomparável, adquiriu pessoas redimidas como Sua morada
para a eternidade. Isto é visto na tipologia: depois que ele andou com os israelitas no deserto e
chegaram ao monte Sinai, Ele obteve para Seu povo redimido edificar uma tenda como sua morada
na terra. E o templo como um sinal significa que o Deus Triúno processado e consumado - após
trabalhar em Seu povo redimido, regenerado, transformado e glorificado, tendo passado, em Sua
humanidade, pela morte, ressurreição e ascensão, foi constituída com Seu povo redimido e glorificado
como seu organismo, que finalmente chega a ser a morada do povo redimido pela eternidade.
A Nova Jerusalém é também a noiva, a noiva de Cristo, do Cordeiro (Ap 21:9). A cidade se
torna mulher. A noiva é virgem e a mulher é uma mulher casada. A Nova Jerusalém é uma virgem,
assim como uma esposa. A Nova Jerusalém é a esposa de Cristo e Cristo é a corporificação de Deus.
Portanto, a Nova Jerusalém, por um lado, é a morada de Deus e, por outro, é o complemento de
Cristo. O complemento de Cristo é o Seu corpo, a igreja. Que a esposa é o complemento do marido
significa que ela é parte dele. Para Deus, a Nova Jerusalém é o tabernáculo; para nós, é o templo; e
para Cristo, é uma esposa, um complemento.

C. A mescla do Deus Triúno processado e consumado com o Seu povo tripartido


redimido, regenerado, transformado, conformado e glorificado
A Nova Jerusalém é a mescla do Deus Triúno processado e consumado com o Seu povo tripartido,
redimido, regenerado, transformado, conformado e glorificado. Este aspecto da Nova Jerusalém nos
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leva ao ponto central do dispensar divino. Para nos mesclar, Deus teve que passar por um processo.
O Deus Triúno processado passou pela encarnação, pelo viver humano, por uma morte todo-inclusiva
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e por uma maravilhosa ressurreição. Estes são quatro passos, quatro processos. Para nos mesclarmos,

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
Deus também teve que chegar à Sua consumação. Ele era perfeito na eternidade, mas não estava
completo quanto ao que queria ser. Ele queria ser Deus mesclado com o homem. Eu queria ser divino
e humano. Ele era completo na eternidade passada? Era divino, mas não era divino e humano. Era
perfeito, sem falhas, mas não era completo.
Ele alcançou Sua consumação ao ser processado. Ele se tornou homem, viveu uma vida humana
e entrou na morte. Podemos pensar que Ele simplesmente sofreu quando entrou na morte. Foi um
sofrimento, mas também foi um processo maravilhoso. O eterno Deus que é a vida divina, a vida
incriada, a vida indestrutível, entrou na morte. Você gostaria de viajar pela morte? Deus queria fazer
isso e Ele fez. Ele viajou pela morte. Ele fez uma turnê no Hades. Para Deus isso foi maravilhoso porque
foi o Seu processo. Então, ele entrou na ressurreição e ascendeu aos céus em Sua ascensão. Agora Ele
está lá como o perfeito e completo Deus. Hoje ele não é apenas perfeito, mas também completo. Ele
alcançou Sua consumação através da encarnação, viver humano, uma maravilhosa morte, ressurreição
e ascensão. Ele está completo. Foi consumado.
Assim, Deus, o Deus processado e consumado, está plenamente qualificado e pronto para se
mesclar com o Seu povo, para que possam ser redimidos, regenerados, transformados, conformados
e glorificados. Hoje Deus não é simples, nem nós somos. Deus foi consumado e desfrutamos disso
como o Deus consumado. Um dia também seremos consumados. Essa consumação será a glorificação,
a redenção, a transfiguração, do nosso corpo de humilhação ao corpo da glória de Cristo (Fl 3:21).
Nós seremos iguais a Ele. Ele passou por todos os processos e também passaremos por todos os
processos de redenção, regeneração, transformação, conformação e, finalmente, glorificação. Nós
fomos redimidos e regenerados. Agora estamos passando pelo "túnel" da transformação. Com o
tempo, passaremos pelos processos de conformação e glorificação. Nosso Deus é o Deus Triúno
processado e consumado, e nós somos os tripartidos redimidos, regenerados, transformados,
conformados e glorificados. Ele mescla conosco e nos mesclamos com Ele para ser um. A Nova
Jerusalém não é simplesmente Deus ou simplesmente homem. A Nova Jerusalém é um homem-Deus
no sentido corporativo. A Nova Jerusalém é uma mescla do Deus Triúno processado e consumado
com o homem tripartido redimido, regenerado, transformado, conformado e glorificado. Ele é triúno
e nós somos tripartidos e estamos mesclados com Ele.

D. Uma entidade composta pelos santos de Deus no Antigo Testamento


e os crentes de Cristo no Novo Testamento
A Nova Jerusalém é uma entidade composta por dois povos: os santos de Deus no Antigo Testamento
e os crentes de Cristo no Novo Testamento. Isso é indicado pelos nomes das doze tribos e pelos nomes
dos doze apóstolos (Ap 21:12b, 14b). Os nomes das doze tribos de Israel estão inscritos nos doze
portões, a entrada para a cidade santa. Isso indica que a Nova Jerusalém inclui todos os santos
redimidos do Antigo Testamento. Os nomes dos doze apóstolos estão nos doze fundamentos da cidade
santa. Isso indica que a Nova Jerusalém também é composta dos santos do Novo Testamento,
representados pelos apóstolos. Os santos do Antigo Testamento são a entrada, enquanto nós, os
crentes do Novo Testamento representados pelos apóstolos, somos os fundamentos da cidade
santa. Sem os santos do Antigo Testamento, não temos a entrada; mas sem nós, eles não têm as
fundações. Tanto os santos do Antigo Testamento como os santos do Novo Testamento formam a
Nova Jerusalém.

E. Uma constituição de Deus o Pai como substância, de Deus o Filho como iniciação (entrada) e de
Deus o Espírito como um edifício (o muro e seus fundamentos)

A Nova Jerusalém não é apenas uma entidade composta, é também uma constituição. Uma entidade
composta é exterior, mas uma constituição é interior. Nosso corpo humano é um exemplo disso. O
esqueleto exterior é feito de ossos, mas também temos uma constituição interna. A constituição interna
da Nova Jerusalém é o Deus Triúno, e exteriormente consiste dos santos e crentes redimidos. A
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constituição interior tem Deus Pai como substância, representado por ouro puro, Deus o Filho como
iniciação (entrada) através da Sua redenção, representado por pérolas, e Deus o Espírito como o
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edifício (as paredes e fundações) por meio de Sua obra de transformação, representada por pedras
preciosas (vv. 18-21).
A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
A Nova Jerusalém é edificada com três tipos de materiais preciosos, o que indica que ela é
edificada com o Deus Triúno. Primeiro, a cidade em si, com a sua rua, é ouro puro (vv. 18, 21). O
ouro, símbolo da natureza divina de Deus, representa o Pai, que é a fonte, de quem vem o elemento
para a existência substancial da cidade.
Os doze portões da cidade são doze pérolas. Pérolas são produzidas por ostras nas águas da
morte. Quando é ferida por um grão de areia, a ostra segrega seu suco vital em torno do grão de areia
e o transforma em uma pérola preciosa. Esta é uma figura da morte redentora e vencedora de Cristo
e da Sua ressurreição que produz e transmite a vida, segregando a Sua vida sobre nós, a fim de nos
tornar pérolas. Cristo, o vivente, entrou nas águas da morte, foi ferido por nós e segregou Sua vida
sobre nós a fim de nos tornar preciosas pérolas para a edificação da expressão eterna de Deus.
A cidade santa também é feita de pedras preciosas. O Espírito trabalha para transformar os
santos redimidos e regenerados, transformando-os em pedras preciosas. A obra de Cristo é redenção;
o trabalho do Espírito Santo é transformação. Pedras preciosas são transformadas. A transformação
inclui calor e pressão. Um pedaço de carvão pode ser transformado em pedra preciosa quando
submetido a calor e pressão intensos. Podemos não querer ser submetidos a calor ou pressão; mas sem
o calor e a pressão ainda somos pedaços de carvão e não podemos edificar juntos na Nova Jerusalém.
Na Nova Jerusalém não há carvão.
Alguns santos que participam da vida da igreja acabam se aposentando porque não gostam de
ser transformados. Eles não gostam dos presbíteros porque parecem muito rigorosos. Eles não gostam
de velhas irmãs ou jovens. Na verdade, eles não gostam de ninguém. Eles só se amam. Eles não querem
que ninguém lhes traga calor ou pressão. Eles querem permanecer em si mesmos e querem sua
liberdade. Eles podem dizer que os Estados Unidos são um país de liberdade e que os presbíteros estão
controlando isso. Nos últimos anos, alguns tentaram introduzir a democracia na vida da igreja. Onde
estão estes hoje? São pedaços de carvão que estão fora da vida da igreja.
Para ser transformado de pedaços de carvão em pedras preciosas, precisamos sentir pressão e
calor. Eu tenho experimentado calor e pressão por mais de sessenta anos. Eu tenho experimentado o
calor dos mais velhos, os irmãos e irmãs mais novos, minha esposa, meus filhos e meus netos. São
carvões que me queimam. Quando eu era jovem, tentei colocar os outros sob pressão. Mas hoje em
dia aprendi que é melhor sofrer a pressão. As esposas são grandes pedaços de carvão para queimar
maridos, e todo presbítero é um carvão ardente que nos transforma. Eu acho que recebi muita
transformação através desse calor.
Este é o arranjo soberano do Senhor e não podemos evitá-lo. Um marido não pode se afastar
de sua esposa porque o Senhor não permite o divórcio. Temos que permanecer sob o arranjo soberano
do Senhor para experimentar a queima do calor todos os dias. Nesse sentido, devemos ser felizes com
todos os santos e também com nosso cônjuge e nossos filhos. Não podemos evitar calor e pressão
porque esta é a era da transformação. Precisamos ser transformados pelo calor e pela pressão para nos
tornar pedras preciosas da Nova Jerusalém.

II. O CONTEÚDO DA NOVA JERUSALEM


A. A glória de Deus como a luz incriada e o Cordeiro como a lâmpada
Agora queremos ver o conteúdo da Nova Jerusalém. Primeiro, a Nova Jerusalém tem a glória de Deus
como a luz incriada e o Cordeiro como a lâmpada que irradia a radiação divina por toda a cidade (Ap
21:23, 11; 22:5b). Na Nova Jerusalém, não haverá luz feita pelo homem ou criada por Deus, porque
a glória de Deus será luz. Dentro da lâmpada, que é Cristo, está a luz, que é Deus. Assim Deus brilha
por toda a cidade. Deus é a luz, Cristo é a lâmpada, e a igreja, a Nova Jerusalém, é o vaso da
lâmpada. A Nova Jerusalém é o que contém a lâmpada na qual Deus é a luz que ilumina.

B. O trono de Deus e do Cordeiro


O trono de Deus e do Cordeiro também está na Nova Jerusalém. Este é o trono do Deus redentor,
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pelo qual a administração de Deus em Seu reino eterno será exercida por toda a eternidade (v. 1b,
3b). Este trono de autoridade para a administração de Deus em todo o universo é também o trono
da graça. Sabemos que é o trono da graça porque de lá flui o rio da água da vida, onde a árvore da
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vida cresce. Estes não são sinais de autoridade, mas de graça. O rio da água da vida é graça. A árvore

A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM
da vida com seus doze frutos também é graça. O trono é de Deus e do Cordeiro. Deus e o Cordeiro
não estão separados; Eles são um. Nosso Deus é o Deus-Cordeiro, o Deus-Redentor, para a
administração de Deus em Seu reino eterno por toda a eternidade.

C. Uma rua que sai do trono de Deus e do Cordeiro


Nova Jerusalém é uma rua que deixa o trono de Deus e do Cordeiro em espirais para baixo em toda
a cidade para chegar as doze portas da cidade em todos os quatro lados, para se dispensar (v. 1c). A
Nova Jerusalém tem apenas uma rua. Esta rua não é uma rua reta, mas um espiral. Desce em espiral
do trono até chegar às doze portas. Existem três portas ao norte, três ao sul, três ao leste e três a
oeste. Esta única rua que deixa o trono atinge todas as portas em espiral para a frente. Isso tem como
finalidade o dispensar. Hoje, mesmo na igreja, há uma única rua que desce em espiral. Não há rua que
a atravesse onde se possa virar. Ninguém pode se perder nesta única rua. Nesta rua pode-se chegar a
todas as entradas. Isso é muito significativo. Muitas vezes há santos que gostam de andar por aí, mas
na vida da igreja não há cruzamentos pra fazer. Nós simplesmente temos que avançar em uma única
rua.

D. Um rio de água da vida


O rio da água da vida flui do trono de Deus e do Cordeiro no meio da rua até alcançar os doze portões
da cidade para regar toda a cidade (v. 1a). Onde a rua está, haverá o fluir da vida. Onde o fluir da
vida está, haverá a rua. Nossa rua, nossa estrada, é o fluir da vida.

E. A árvore da vida
A árvore da vida cresce em ambos os lados do rio da água da vida e produz doze frutos, dando a cada
mês seu fruto, para suprir toda a cidade (v.2a). A árvore da vida cresce em ambos os lados do rio e
o rio fica no meio da rua. Então, a rua, o rio e a árvore estão mesclados. Estes três descem em espiral
do trono e passam por toda a cidade até alcançarem os doze portões. Toda a cidade recebe o
suprimento de água da vida e o fruto da vida. Este é o suprimento de vida da Nova Jerusalém.

F. A luz incriada, o rio da água da vida e a árvore da vida são para o propósito do dispensar divino
A luz incriada, o rio da água da vida e a árvore da vida têm a intenção de manter o divino dispensar
na Nova Jerusalém, para atender às necessidades da cidade santa e sustentar o edifício divino pela a
eternidade. A luz brilha para transmitir, o rio flui para transmitir e a árvore cresce para transmitir. A
luz, o rio e a árvore destinam-se a transmitir em nosso ser a mesma substância, elemento e essência do
Deus Triúno. Esse dispensar produz a mescla da Trindade Divina com o homem tripartido. Tal mescla
é a Nova Jerusalém. A Nova Jerusalém é a mescla do Deus Triúno com o homem tripartido.

Esta mescla não é realizada ou é facilmente concluída. Não é algo muito simples ou direto. Do
lado de Deus, foi necessário passar por muitos processos. Do nosso lado, temos que passar por cinco
"ção": redenção, regeneração, transformação, conformação e glorificação. Cada "ção" é um processo.
A Nova Jerusalém é a consumação final da obra de Deus na nova criação. Essa consumação é uma
mescla do Deus Triúno processado e consumado com o homem tripartido redimido, regenerado,
transformado, conformado e glorificado. A mescla de divindade e humanidade é a igreja. Esta é a
visão intrínseca da igreja como o Corpo de Cristo que tem sua consumação na Nova Jerusalém, e esta
é a consumação de toda a Bíblia. Toda a Bíblia tem sua consumação nessa mescla, que é representada
pela Nova Jerusalém.
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A linha central da revelação divina – W. Lee – tradução não autorizada pela LSM

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