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a história de israel

Fabricio Carlos da Costa


introdução
Nesse estudo estaremos abordando o que consideramos
ser mais relevante dentro da ampla história de Israel.
Entendemos que é de suma importância para nós
enquanto cristãos conhecermos a história do povo
escolhido por Deus para dar origem ao Messias (Jesus
Cristo). Também estamos conscientes de que por tratar
se um assunto tão amplo se torna impossível de estudar
tudo sobre esse povo tão peculiar em apenas uma
apostila. Dessa forma estaremos no limitando aos fatos
considerados mais significativos dentro de um recorte
temporal que vai da pré-história de Israel ( Adão e Eva)
até o surgimento do Estado de Israel como Nação(1948).
Sendo assim, no final desse material estaremos
disponibilizamos outras fontes de consultas para quem
desejar se aprofundar um pouco mais no estudo desse
povo. Lembramos ainda que apesar de utilizarmos outras
fontes histórias para enriquecer o material, a Bíblia
Sagrada ainda continua sendo no estudo desse povo.
Lembramos ainda que apesar de utilizarmos outras
fontes histórias para enriquecer o material, a Bíblia
Sagrada ainda continua sendo nossa principal fonte de
informações, por isso é fundamental que o aluno tenha
ela sempre em mãos quando estiver fazendo uso desse
material. Cremos no que as Escrituras Sagradas dizem
por acreditarmos que as mesmas foram escritas por
homens inspirados pelo Espírito Santo de Deus. Ótimo
estudo a todos e que Deus nos abençoe nessa jornada.

Fabrício Carlos da Costa.


PRÉ-HISTÓRIA
DE ISRAEL
Podemos compreender que a pré-história de Israel
começa no jardim do Éden a partir da criação do
homem e da mulher, (aproximadamente 4000 a.C) “
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou”(Gênesis
1:27).

O projeto inicial de Deus para o homem era que


esse vivesse no Éden cultivando e cuidando do
mesmo. “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs
no jardim do Éden para lavrá-lo e o guardar”
(Gênesis 2:15).

Porém com a desobediência do Homem a aliança


inicial que Deus tinha com esse rompeu se, “E
ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda
a árvore do jardim comerás livremente, Mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres,
certamente morrerás” (Gênesis 2:16,17). “E viu a
mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu
também a seu marido, e ele comeu com ela”
(Gênesis 3:6,8).
Com o rompimento dessa aliança veio também o
pecado que separou o homem de Deus. A partir
desse momento houve a necessidade de um plano
maior de Deus para restaurar a comunhão entre ele
e sua criatura. É nessa conjuntura que iremos dar
início aos nossos estudos da pré-história de Israel.

Após serem expulsos do jardim do Éden Adão e Eva


tiveram inicialmente dois filhos Caim e Abel. Caim
sendo lavrador ofertou a Deus o fruto da terra, já
Abel que era pastor ofereceu o primogênito de suas
ovelhas e suas gorduras. Deus se agradou com a
oferta de Abel, porém o mesmo não aconteceu com
a oferta que seu irmão Caim ofereceu, (Gênesis 4:3-
5).

Ao perceber que sua oferta não foi tão agradável


aos olhos do Senhor como a do seu irmão, Caim
permitiu que a inveja e o ódio penetrassem em seu
coração. Esses sentimentos extremamente
negativos nos levam até o primeiro assassinato da
história do povo de Israel. É interessante
observarmos alguns detalhes que acompanharam
esse episódio trágico já na pré-história desse povo;
O primeiro aspecto que devemos considerar, é que
esse episódio ocorre entre membros da mesma
família. Ou seja, aconteceu não apenas o primeiro
homicídio da história como também o primeiro
crime no âmbito familiar, ou ainda o primeiro crime
passional da história. Essas intrigas acabaram por
enfraquecer os Judeus em muitos momentos
cruciais de sua existência. No percurso de nossos
estudos sobre a história do povo de Israel iremos
perceber também que todas as suas ações e
decisões geraram consequências, algumas delas
extremamente graves. Podemos começar
exatamente pelas consequências da decisão de
Caim em matar seu irmão. A descendência de Caim
tem na figura de Lameque outro assassino e
também o primeiro polígamo da história, “E disse
Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha
voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas
palavras; porque eu matei um homem por me ferir,
e um jovem por me pisar” (Gênesis 4:23). Os
descendentes de Caim deixaram um legado de
muita violência e promiscuidade, demonstrando
assim as consequências trágicas da também trágica
decisão de Caim.

Após a morte de Abel Adão e Eva tiveram um filho


chamado Sete, e esse deu início a uma
descendência que voltaria a adorar e cultuar a
Deus. Seu filho Enos, se tornou o primeiro homem a
prestar um culto a Deus, “E a Sete também nasceu
um filho; e chamou o seu nome Enos; então se
começou a invocar o nome do Senhor” (Gênesis
4:26). Foi da descendência de Sete que nasceu
Enoque, um homem que cultuava e andava com
Deus (Gênesis 5:24). É mister observarmos que a
descendência de Sete foi extremamente
significativa na pré-história de Israel, pois é a
partir dela que o culto a Deus foi estabelecido.
Porém com o passas do tempo as iniquidades dos
homens não paravam de se multiplicar e Deus
resolve acabar com a existência humana, e aqui
temos outra figura chave nessa história um homem
chamado Noé (Gênesis 6).

Apesar de a terra estar toda corrompida diante de


Deus, Noé achou graça aos olhos do Senhor, pois o
mesmo andava com ele, e o Projeto de restauração
de Deus continua agora na figura de Noé
(Gênesis: 7). Deus deu uma ordem á que Noé
construísse uma arca, para que ele juntamente com
sua família e mais um casal de animal de cada
espécie entrassem e continuassem o projeto futuro
de Deus. Após aproximadamente 190 dias, tempo
das chuvas mais o tempo para baixar as águas
começa o que podemos chamar de “Geração Pós
Diluviana”. Deus faz uma nova promessa para a
humanidade por meio de Noé, e seus filho: Sem,
Cam,(Cão) e Jafé dão continuidade a essa nova
geração.

A descendência de Cam acabou sendo amaldiçoada


conforme nos relata a Bíblia: “E começou Noé a ser
lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do
vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de
sua tenda. E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu
pai, e fê-lo saber a ambos seus irmão... Então
tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre
ambos os seus ombros, e indo virados para trás,
cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos
estavam virados, de maneira que não viram a nudez
do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o
que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja
Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos”
(Gênesis 9:20-25). Canaã foi um dos descendentes
de Cam, que mais tarde se tornou a pátria do povo
Judeu. Os povos dos atuais países Africanos também
tiveram sua origem no tronco genealógico de Cam.

Já os descendentes de Jafé são os: citas, eslavos,


russos, búlgaros, boêmios, polacos, eslovacos,
croatas, indianos as raças iranianas. medos, persas,
afgãs, curdos, gregos, romanos e as nacionalidades
latinas como portugueses, franceses, italianos,
espanhóis, trácios, teutões, alemães, os saxões, os
anglos, os escandinavos, dinamarqueses,
holandeses, ingleses, austríacos, checos, húngaros.

Dos filhos de Sem Descendem: Elão, Assur,


Arfaxade, Lude e Arão. Foi a partir dos
descendentes de Sem que se originaram os povos
do Oriente Médio e Ásia, conhecidos também como
Semitas. Dentre eles podemos destacar os:
Arameus, Assírios, Babilônicos, Sírios, Hebreus,
Fenícios e Caldeus. Esses povos são típicos de
ambientes com clima seco, o que os caracteriza
pela prática do pastoreio e do nomadismo. Além
disso, foi através da descendência de Arfaxade que
nasceu Abrão, considerado o Pai de toda a nação de
Israel ( Gênesis 11, 11 á 27).
MAPAS

ATIVIDADES

1. Em qual período e de que formar temos o início da


pré-história do povo de Israel?

2. Descreva quais foram às motivações que


ocasionaram o primeiro assassinato da história e
quais foram suas consequências.

3. Discorra sobre a importância da descendência de


Sete para o cumprimento da proposta divina de
remissão do Homem.
4. Com o passar do tempo houve uma disseminação
do pecado na terra, por isso Deus resolveu destruir
a mesma através de um dilúvio. Nesse momento
temos uma figura chave que continua o projeto de
Deus para seu povo, quem foi essa figura chave, e
quais os motivos que levaram Deus a escolhê-lo?

5. Após o dilúvio Noé possuía três filhos, um deles


teve sua geração amaldiçoada pelo seu pai. Qual foi
esse filho e por que isso ocorreu?

6. Quais foram as nações que descenderam de Sem


e Jafé?

7. Faça uma pesquisa sobre o nome das nações


descendentes de Jafé e Sem que você desconhece.

8. Qual a importância dos descendentes de sem


para a história do povo de Israel?

9. Pesquise qual o significado do nome dos filhos


de Noé: Cam(Cão) Sem e Jafé.

10. A Bíblia nos relato sobre um local específico em


que a arca repousou após as águas baixarem. Qual
foi esse local e aonde o mesmo se encontra hoje?

11. Faça uma pesquisa sobre a localização dos rios


Pisom e Giom.
PRÉ-HISTÓRIA
DE ISRAEL
Esse Período vai da chamada de Abrão
( aproximadamente 2000 a.C) “Ora, o SENHOR disse
a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da
casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.E
far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e
engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção”
(Gênesis 12:1,2), até José filho de Jacó (Gênesis
cap:50) ( aproximadamente 1700 a.C). Deus chama
Abrão de Ur que era uma cidade corrompida pela
idolatria (Josué 24:2), Para uma terra que o Senhor
ainda iria mostrar á ele. Abrão obedece á voz do
Senhor e essa obediência é um dos motivos que o
levou a ser conhecido como “Pai da Fé”, afinal ele
obedeceu ao chamamento de Deus mesmo não
sabendo qual seria exatamente o seu destino. “A
cidade de Siquém foi a primeira parada de Abrão
em Canaã. Aqui recebeu uma mensagem especial de
certeza que a promessa do Senhor iria se cumprir.
Deus lhe deu a terra como possessão e prometeu
que seus descendentes a possuiriam depois dele.
Com tribos guerreiras por todos os lados, Abrão
encontraria dificuldades em estabelecer seus
direitos na nova terra” (Comentário bíblico Moody)..
Nesse período Deus havia feito uma promessa a
Abrão que lhe daria um filho pois Sara sua esposa
era estéril. Porém ignorando a promessa divina,
Sara pede para Abrão deitar-se com sua serva Agar
e lhe gerar um filho ( hábito comum na época).

Cedendo aos desejos de Sara, Abrão tem relações


sexuais com Agar. Como fruto dessa relação nasce
Ismael, que é considerado o pai dos Árabes (Genêsis
16:16). Após isso a promessa de Deus se cumpre e
Sara da luz a Isaque aos 90 anos (Genesis 21: 1 a
5). Isaque por sua vez da Origem aos Judeus, Sará
vive mais 37 anos e morre. Após a morte de Sara
Abrão casa-se com Quetura e tem mais seis filhos.
Dentre eles Midiã do qual descendem os midianitas,
sendo que Jetro pai de Zípora, esposa de Moisés era
midianita (Êxodo 18: 1). Já na sua velhice Abrão
pede para um de seus servos buscar uma mulher da
casa de sua parentela para ser desposada por seu
filho Isaque. O servo seguindo a ordem de Abrão
trás para seu filho uma mulher chamada Rebeca. Do
relacionamento de Isaque e Rebeca nascem dois
filhos gêmeos Esaú e Jacó (Gênesis 25: 21 a 26). De
Esaú descendem os edomitas, já de Jacó que depois
teve seu nome mudado por Deus para (Israel)
descendem os israelitas. Jacó teve duas esposas Lia
e Raquel, e mais duas concubinas que eram servas
de suas esposas que se chamavam Zilpa e Bila. Com
Lia Isaque teve os seguintes filhos: Rubem, Simeão,
Levi, Judá, Issacar, Zebulom e Diná. Com Raquel
Isaque teve: José e Benjamin. Com zilpa foram mais
dois filhos: Gade e Aser, já com bila nasceram: Dã e
Naftali. Os doze filhos que Jacó tem com suas
esposas e suas concubinas são escolhidos por Deus
para formarem o povo de Israel.

A partir desse momento podemos destacar a


história de José o filho predileto de Jacó “E Israel
amava a José mais do que a todos os seus filhos,
porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma
túnica de várias cores”. (Gênesis 37:3). Junto a esse
fato podemos adicionar o que a bíblia diz lá em
(Gênesis 37:2), “Estas são as gerações de Jacó.
Sendo José de dezessete anos, apascentava as
ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem,
andava com os filhos de Bila, e com os filhos de
Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más
notícias deles a seu pai”.

José também denunciava as atitudes incorretas de


seus irmãos, além de tudo isso temos o sonho de
José no qual Deus lhe revela que iria governar
sobre a vida de seus irmãos, ( Gênesis 37 6 á 8).
Devido a esse conjunto de situações José não era
bem visto pelos seus irmão, muito pelo o contrário
a Bíblia nos relata que os mesmo odiavam seu
irmão José, (Gênesis 37:4). Movidos por esse ódio,
seus irmãos resolveram mata-lo, porém sob a
influência de Rúben mudaram seus planos e por fim
venderam-no como escravo a uma caravana de
mercadores que iam em direção ao Egito. Deus
tinha um plano e propósito maravilhoso para José e
tudo o que o então jovem passou no Egito estava
consonante com os projetos perfeitos de Deus. José
é vendido a Potifar, um oficial da corte de Faraó.
Inicialmente José trabalhou como servo pessoal de
Potifar, porém ao perceber a excelência de seus
trabalhos esse o colocou como superintendente
sobre todas as suas propriedades, dando lhe assim
os mais amplos poderes para dirigir sua casa. Ao se
encantar pela beleza de José a esposa de Potifar se
vê enamorada por José, tenta seduzi-lo, porém não
obtém êxito. Frustrada, a tentadora transformou-se
em difamadora, tomada de rancor ela acusou José
falsamente de tentativas indecentes esperando
dessa forma despertar a raiva de seu marido o
bastante para que matasse o jovem. Mas isso não
acontece milagrosamente José ao invés de ser
morto foi jogado na prisão (em uma situação dessa
no Egito antigo a morte do acusado era certa). Já na
prisão,José passava por uma situação extremamente
difícil, pois já havia sido vendido como escravo
injustamente e agora se encontrava preso também
sem haver nele culpa alguma. Em meio a todas
essas dificuldades José continua confiando em Deus
e após revelar os sonhos do mordomo e do padeiro
de Faraó sua história começa a ter outro rumo;
aquele que Deus havia estabelecido. Perceba que
durante toda a História de Israel Deus faz com que
situações que aparentemente possam parecer
trágicas se tornem verdadeiras provas do seu amor
e de sua soberana e infalível vontade. Após Faraó
ter um sonho extremamente confuso (Gênesis 41: 1
a 8)
e depois de observar a incapacidade dos
encantadores e magos do rei em interpreta lo, o
mordomo-chefe lembrou-se de José, e falou ao
soberano do Egito sobre sua capacidade de
interpretar sonhos. Esse por sua vez Rapidamente
mandou chamar o jovem hebreu. Então o fizeram vir
ao palácio, barbeado e extremamente bem vestido.
Faraó disse que ouvira contar que José podia
interpretar sonhos, mas José declarou que a
interpretação vinha do Senhor. Sem hesitar e com
uma extraordinária clareza , José revela ao rei que
seus sonhos prediziam sete anos de fartura
seguidos de sete anos de fome devastadora. O
primeiro período de sete anos seria uma estação de
fertilidade e colheitas significativas. Já os sete anos
da fome trariam carência, sofrimento e morte. Então
José instrui o Rei a escolher alguém capaz e
qualificado para administrar e armazenar o
alimento que teriam nos sete anos de abundância.
Faraó não vê ninguém mais capacitado para essa
função do que José no qual “havia o espírito de
Deus” (Gênesis 41:38).

A partir desse momento José se torna governador


de todo o Egito, sendo usado por Deus para salvar
milhares de pessoas da fome, inclusive seus irmãos
e seu pai que precisaram descer ao Egito para se
salvar da miséria que alastrou se por toda a terra.
(Gênesis 42).
ATIVIDADES

1. Descreva quando se inicia e quando termina o


período conhecido como “Patriarcal”.

2. Tanto para os Judeus como para nós cristãos,


Abrão (Abraão) é considerado o pai da fé. Discorra
sobre os motivos dessa afirmação (para isso além
do material didático utilize sua Bíblia).

3. Quais povos se originaram de Ismael e Isaque?

4. Jacó teve 12 filhos com quatro mulheres


diferentes, desses nasceram as 12 tribo de Israel.
Como foram chamados esses filhos e quais eram
suas mães?

5. Após fazer uma análise da história de José,


descreva a importância desse homem para a
continuidade do plano de Deus para o povo de
Israel.
A ESCRAVIDÃO
NO EGITO
“Entrementes se levantou sobre o Egito um novo
rei, que não conhecera a José. Disse ele ao seu
povo: Eis que o povo de Israel é mais numeroso e
mais forte do que nos. Eia, usemos de astúcia para
com ele, para que não se multiplique, e aconteça
que, vindo guerra, ele também se ajunte com os
nossos inimigos, e peleje contra nós e se retire da
terra. Portanto puseram sobre eles feitores, para os
afligirem com suas cargas. Assim os israelitas
edificaram para Faraó cidades armazéns, Pitom e
Ramessés. Mas quanto mais os egípcios afligiam o
povo de Israel, tanto mais este se multiplicava e se
espalhava; de maneira que os egípcios se
enfadavam por causa dos filhos de Israel. Por isso
os egípcios faziam os filhos de Israel servir com
dureza; assim lhes amarguravam a vida com
pesados serviços em barro e em tijolos, e com toda
sorte de trabalho no campo, enfim com todo o seu
serviço, em que os faziam servir com dureza”.
(Êxodo 1:8-14).

Para entendermos esse texto é importante nos


remetermos ao ano de 1800 a.C (aproximadamente).
Naquele tempo os Hicsos tinham invadido e tomado
o poder no Egito, eles eram conhecidos como reis
pastores e também eram de origem semita
Sendo assim os mesmos acabaram se identificando
com os Hebreus. Porém aproximadamente em 1580
a.C os Hicsos são expulsos, a Síria e a Palestina
tornaramse tributárias do Egito e novamente é
levantado um Faraó da linhagem egípcia. A partir
desse momento a linhagem de Totmés começa a
reinar na figura Do Faraó Totmés I, sendo
substituído após sua morte por Totmés II. Após a
morte de prematura de Totmés II sua irmã a Rainha
HATSHEPSUT provável mãe adotiva de Moisés
assume o trono. Em seguida Totmés III se torna uma
dos Faraós mais poderoso da história do Egito. Para
resgatar o povo da escravidão desses Faraó deus
escolhe Moisés, considerado por muitos Teólogos e
Judeus como o principal nome do Antigo
Testamento. Apesar de Moisés ter sido adotado pela
filha do Faraó Moisés foi criado pela sua mãe
Joquebede (Êxodo 2: 1 a 10). Porém toda essa
criação aconteceu no palácio de Faraó, dessa forma
Moisés acabou conhecendo toda a ciência do Egito
e foi criado com todas as mordomias e
prerrogativas de um príncipe. A pesar disso o
projeto de Deus para a vida de Moisés permanecia
mais firme no que nunca, e após 40 anos vivendo
no luxo do palácio o “Príncipe do Egito” precisa
fugir após ter matado um egípcio na tentativa de
defender um de seus compatriotas. ( Êxodo 2: 1 a
15). Na terra de Midiã Moisés conhece Jetro se casa
com uma de suas filhas chamada Zípora e se torna
pastor de ovelha. Aos 80 anos Moisés recebe o
grande chamado de Deus “E apareceu-lhe o anjo do
Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça;
e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça
não se consumia. Então, disse consigo mesmo: Irei
para lá e verei essa grande maravilha; por que a
sarça não se queima? Vendo o Senhor que ele se
voltava para ver, Deus, no meio da sarça, o chamou
e disse: Moisés! Moisé! Ele Respondeu: Eis-me
aqui!” (Êxodo 3: 1 a 4). E então após outros 40 anos
agora vivendo no deserto Moisés volta pra o Egito
com uma missão: libertar o povo Hebreu da
escravidão de Faraó. Moisés retorna ao Egito para
cumprir essa missão, porém como já previsto por
Deus Faraó insiste em não libertar os Hebreus.
Após uma série de pragas lançadas sobre o Egito
pelo próprio Deus como uma demonstração de seu
poder e sua glória que culminou com a morte de
todos os primogênitos do Egito, o povo de Deus
finalmente é libertado. Essa demonstração de poder
fica claro ao verificarmos que cada praga foi um
desafio aos deuses Egípcios como poderemos
analisar a seguir:

1) Água em sangue (Êx. 7:14-24) – A primeira


praga, a transformação do Nilo e de todas as águas
do Egito em sangue, causou desonra ao deus-Nilo,
Hápi. A morte dos peixes no Nilo foi também um
golpe contra a religião do Egito, pois certas
espécies de peixes eram realmente veneradas e até
mesmo mumificadas.
2) Rãs (Êx. 8:1-15) – A rã, tida como símbolo da
fertilidade e do conceito egípcio da ressurreição,
era considerada sagrada para a deusa-rã, Heqt.
Assim, a praga das rãs trouxe desonra a esta deusa.

3) Piolhos – (Êx. 8:16-19) – A terceira praga


resultou em os sacerdotes-magos reconhecerem a
derrota, quando se viram incapazes de transformar
o pó em borrachudos, por meio de suas artes
secretas. Atribuía-se ao deus Tot a invenção da
magia ou das artes secretas, mas nem mesmo este
deus pôde ajudar os sacerdotesmagos a imitar a
terceira praga.

4) Moscas (Êx. 8:20-32)- A linha de demarcação


entre os egípcios e os adoradores do verdadeiro
Deus veio a ficar nitidamente traçada da quarta
praga em diante. Enquanto enxames de moscões
invadiam os lares dos egípcios, os israelitas na
terra de Gósen não foram atingidos pela praga.
Deus algum pôde impedí-la,nem mesmo Ptah,
“criador do universo”, ou Tot, senhor da magia.

5) Peste sobre bois e vacas (Êx. 9:1-7) – A praga


seguinte, a pestilência no gado, humilhou deidades
tais como: Seráfis (Ápis) – deus sagrado de Mênfis
do gado, a deusa-vaca, Hator e a deusa-céu, Nut,
imaginada como uma vaca, com as estrelas afixadas
na sua barriga. Todo gado do Egito morreu, mas
nenhum morreu de Israel.
6) Feridas sobre os egípcios (Êx. 9:8-12) – Deus
nesta praga zombou a deusa e rainha do céu do
Egito, Neith. Moisés jogou o pó para o céu que deu
um tumor ulceroso na pele do povo que doeu
demais. Os magos também pegaram a doença e não
puderam adorar a sua deusa e rainha religiosa.
Israel novamente foi poupado dessa praga.

7) Chuva de pedras (Êx. 9:13-35) – A forte


saraivada envergonhou os deuses considerados
como tendo controle sobre os elementos naturais;
por exemplo, Íris – deus da água e Osiris – deus de
fogo.

8) Gafanhotos (Êx. 10:1-20) – A praga dos


gafanhotos significava uma derrota dos deuses que,
segundo se pensava, garantiam abundante colheita.
Deus encheu o ar de gafanhotos. Os deus egípcio
(Shu – deus ) não pode fazer nada para não deixar
acontecer.

9) Escuridão total (Êx. 10:21-23)- Com esta praga


Deus derrubou o deus principal do Egito, Rá, o
deus-sol. A palavra Faraó significa sol, ele era um
deus. Egito ficou nas trevas (sem ver nadinha)
durante 3 dias, mas Israel ficou na luz.

10) Morte de todos os primogênitos (Êx. 11-12) –


inclusive entre os animais dos egípcios – A morte
dos primogênitos resultou na maior humilhação
para os deuses e as deusas egípcios.
Os governantes do Egito realmente chamavam a si
mesmos de deuses, filhos de Rá ou Amom-Rá.

A partir desse momento sob a liderança de Moisés o


povo segue sua caminhada, sua “passagem” para a
terra que Deus havia prometido aos seus
antepassados. Essa peregrinação perdura também
por 40 anos como já acontecerá com Moisés no
palácio e no deserto de Midiã. Segundo os
estudiosos Moisés liderou aproximadamente 3
milhões de pessoas nessa peregrinação pelo
Deserto. É no início dessa peregrinação que também
acontece uma dos milagres mais conhecidos da
história do povo Hebreu, a abertura do mar
vermelho: “Disse o SENHOR a Moisés: Por que
clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que
marchem.E tu, levanta o teu bordão, estende a mão
sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel
passem pelo meio do mar em seco.Eis que
endurecerei o coração dos egípcios, para que vos
sigam e entrem nele; serei glorificado em Faraó e
em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus
cavalarianos; e os egípcios saberão que eu sou o
SENHOR, quando for glorificado em Faraó, nos seus
carros e nos seus cavalarianos.

Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército


de Israel, se retirou e passou para trás deles;
também a coluna de nuvem se retirou de diante
deles, e se pôs atrás deles, e ia entre o campo dos
egípcios e o campo de Israel; a nuvem era
escuridade para aqueles e para este esclarecia a
noite; de maneira que, em toda a noite, este e
aqueles não puderam aproximar-se. Então, Moisés
estendeu a mão sobre o mar, e o SENHOR, por um
forte vento oriental que soprou toda aquela noite,
fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as
águas foram divididas. Os filhos de Israel entraram
pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram
qual muro à sua direita e à sua esquerda” (Êxodo
15: 14 a 22).

MAPA
ATIVIDADES

1. Quem foram os Hicsos e qual a sua importância


para a compreensão da história de Israel?

2. Faça uma pesquisa em sua Bíblia descrevendo os


principais acontecimentos ocorridos no período em
que o povo de Israel foi escravizado. (Êxodo 1:14)
A PEREGRINAÇÃO NO
DESERTO E CONQUISTA
DA TERA DE CANAÃ

A partir da saída do povo Hebreu do Egíto a Glória e


o Poder de Deus continuavam a se manifestar
através de seus feitos a favor do povo por ELE
escolhido. Ao conduzir o povo de Israel rumo à terra
prometida Deus escolhe o caminho mais longo para
seu povo percorrer, pois os israelitas não estavam
prontos nem fisicamente (nesse caminho mais curto
havia os filisteus, historicamente eram inimigos de
Israel e já possuíam um poderio bélico muito
avançado para aquela época, sendo que os Hebreus
tinham sido escravos por toda sua vida e não
conheciam estratégias de guerra e combate) e nem
espiritualmente ( Deus vai provando a fé do povo
durante esse percurso e diversas vezes eles
vacilam, chegando ao ponto de desejar voltar ao
Egito). Dessa forma Deus conduz seu povo
exatamente para o lugar mais improvável, um
caminho que levaria o povo ao encontro do mar
vermelho. Como já comentado anteriormente o
povo atravessa o mar de formar miraculosa, é nesse
momento que começa a grande peregrinação do
povo hebreu por longos 40 anos até a entrada na
terra de canaã.
Segundo o historiador Judeu Flávio Josefo, além de
se afogarem no mar os Egípcios após tentarem
perseguir o povo de Deus, esses forneceram suas
armas aos israelitas, essas teriam sido levadas
pelos ventos e pelas ondas do mar até a praia
aonde se encontravam os Hebreus(Flávio Josefo; A
história dos Hebreus). Agora o povo passaria a viver
em uma terra árida, desconhecida com pouca água e
escassez de alimento, qual seria o propósito de
Deus em levar esse povo a um lugar tão difícil de
sobreviver?

Podemos destacar alguns motivos pelos quais Deus


levou o povo a um local como esse. Era necessário
que o povo se libertasse do espírito de escravidão
do qual haviam sido submetido durante toda a sua
vida, dessa forma eles precisavam de um
“Treinamento espiritual” para que esse julgo de
escravidão pudesse ser quebrado. Outra razão é que
pelo fato de não haver alimentação ou água no
deserto a única forma do povo sobreviver era
dependendo de Deus, aqui podemos verificar que o
Senhor queria trazer seu povo para debaixo da sua
proteção e dependência. O povo que outrora era
escravo de Faraó e dependia desse para sobreviver,
agora passaria a depender única e exclusivamente
de Deus. Outro motivo extremamente importante
era que Israel precisava se ver como uma Nação,
como um povo diferente, separado por Deus para
um propósito específico. E para que isso ocorresse
era necessário aprender alguns princípios básicos
de fé, união, amor, solidariedade, respeito, governo,
organização dentre outros. Para isso Deus usa as
situações cotidianas e também uma série de lei
morais e organizacionais descritas nos livros de;
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esses
livros juntamente com o livro de Gênesis forma o
que os Judeus chamam de Torá(lei) traduzida para
nossa língua como Pentateuco (os cinco primeiros
livros).

Durante esses quarenta anos de deserto o povo viu


á mão de Deus manifestar a favor deles, porém os
mesmos insistiam em permanecer com os seus
corações obstinados e endurecidos. Preferindo
muitas vezes voltar para a escravidão em que erão
submetidos no Egito do que permanecer no deserto
gozando da graça de Deus. Deus cuidou do seu povo
dando-lhe Maná e codornizes, quando estavam com
fome (Êx:16), mas os israelitas insistiam em
desobedecer às orientações divinas.

Quando o povo estava diante de dificuldades em um


lugar chamado Refidim (Êx 17.1), onde não tinha
água para beber mais uma fez Deus proveu água
para o seu povo saciar sua sede. A primeira vez, em
Mara ele orientou á Moisés que saneasse as
águas de maneira milagrosa. Agora ele fez brotar
água da rocha (Sl 78.15). Além da falta de água
teriam que enfrentar os inimigos logo depois, mas
Deus continuava no controle de tudo, protegendo e
guardando seu povo.

Infelizmente, mesmo após Deus ter livrado o povo


da escravidão, fornecendo água, fazendo chover
Maná do Céu, providenciando codornizes o povo
continuava murmuravam contra Deus (Êx 15.24;
16.2-3; 17.3). A incredulidade e ingratidão em
relação a Deus eram constantes na vida do povo.
Toda essa incredulidade, inconstância e teimosia
teve uma consequência grave, todos eles morreram
no deserto sem poder desfrutar da promessa de
Deus. (Hb 3.17-19). Porém Deus preservou uma
segunda geração para continuar o seu plano em
relação ao povo de Israel (somente as pessoas com
idade inferior a 21 anos entraram na terra
prometida Números 14: 20 a 30). Após a morte de
Moisés Josué foi escolhido por pelo Senhor para dar
continuidade ao trabalho que antes fora de Moisés.
"Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do
SENHOR, que este falou a Josué, filho de Num,
servidor de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é
morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e
todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de
Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé,
vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. Desde
o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio
Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar
Grande para o poente do sol será o vosso limite.
Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua
vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não
te deixarei, nem te desampararei. Sê forte e
corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra
que, sob juramento, prometi dar a seus pais” (Josué
1: 1 á 6)

Josué e Calébe foram os únicos que não haviam sido


dominados pelo espírito de covardia e
incredulidade quando esses juntos com outros 10
homens das tribos de Israel haviam sidos
incumbidos por Moisés a espionar e trazer
informações sobre a terra de canaã. (Números
14:15). Josué obteve sucesso em sua jornada
liderando o povo de Israel, pois o mesmo creu na
palavra que o Senhor proferiu a ele. No texto de
Josué 1: 1 á 6 Deus estabelece alguns princípios
que foram chaves para que Josué conquistasse esse
sucesso. Do vers. 2 o Senhor da uma ordem para
Josué e o mesmo obedece de imediato “ dispõe-se,
agora, passa este Jordão, tu e todo esse povo, á
terra que eu dou aos filhos de Israel” Josué não
titubeou, não questionou, não murmurou ele
simplesmente creu e obedeceu. No versículo 6
encontramos uma outra orientação dada por parte
de Deus a Josué “ Sê forte e corajoso, por que tu
farás este povo herdar a terra que, sob juramento,
prometi dar a seus pais”, Coragem, espírito de
vencedor era o que Josué precisava ter para tomar
posse da terra prometida. A Falta de coragem havia
feito a geração de seus pais morrerem no deserto
sem poder usufruir da promessa de Deus, esse
espírito de medo e incredulidade precisava ser
afastado dessa nova geração. No vers 7 Deus torna
a pedir que Josué seja forte e corajoso e acrescenta
“.........para teres o cuidado de fazer segundo toda a
lei que meu servo Moisés te ordenou; não te
desvies, nem para a direita nem para a esquerda,
para que sejas bem-sucedido por onde quer que
andares”. Perceba que nesse texto Deus estabelece
o princípio da obediência para que Josué obtivesse
êxito em sua jornada rumo à terra prometida,
obediência essa que faltou a geração de seus pais.
Agora as normas e leis estabelecidas por Deus
precisavam ser cumpridas e respeitadas. Visto que
Josué observa e leva o povo a obedecer todas as
orientações de Deus inclusive punindo severamente
aqueles que assim não procedessem, o Senhor dá
vitória ao seu povo e entrega aos israelitas a terra
prometida: Canaã. Essa conquista inicia se em
Jericó culminando na posse da terra prometida,
sendo que depois de conquistada a terra acontece à
divisão da mesma entre as tribos de Israel. Do lado
oriental da terra antes do Jordâo (do leste) ficaram
as seguintes tribos: MANASSÉS, DÃ, GADE, E RÚBEN.
Já na região ocidental, após o Jordão ficaram as
tribos de: ASER, NAFTALI, ZEBULOM, ISSACAR,
MANASSÉS, EFRAIM, DÂ, BENJAMIM, JUDÁ, SIMEÃO.
Devido ao trabalho de cunho religioso que foi
atribuído a tribo de Levi, os mesmos não se
estabeleceram em uma única terra, sendo
distribuídos entre todas as tribos.

MAPA
ATIVIDADES

1. Descreva alguns dos motivos que fizeram com


que o povo Hebreu fosse guiado por Deus pelo
trajeto mais longo do deserto até a terra de Cannaã.

2. A Bíblia nos conta que toda a geração de 20 anos


para cima exceto Calébe e Josué não puderam
entrar na terra prometida. Discorra sobre os
motivos que levaram Deus a tomar tal decisão.

3. Deus estabelece alguns princípios que foram


chaves para que Josué conquistasse a terra
prometida. Quais foram esses princípios?

4. Assista o filme Moisés (1995, youtube) e faça


uma resenha sobre o mesmo.
JUIZES E REINADO
TEOCRÁTICO

No tempo dos Juízes no Antigo Testamento


prevalece a existência de um governo “Teocrático”
(governo de Deus). A partir dessa forma de governo,
uma série de personagens se esforçaram em dirigir
o povo e mantê-lo a salvo da hostilidade e do
domínio dos seus inimigos. Esses personagens
(Juízes) viveram no período compreendido entre a
morte de Josué e os anos imediatamente anteriores
ao início da monarquia de Israel (séculos XIII-XI a
.C.). Mais do que juízes no sentido estrito de
administradores da justiça, eram heróis que, de
modo ocasional, guiaram as tribos israelitas na sua
luta para permanecer nos territórios conquistados.
A raiz verbal de onde procede o substantivo
hebraico traduzido por juiz possui também os
significados de guia, direção e governo. E é muito
provável que a ideia de governar seja a original e
que dela se tenha derivado a ideia de julgar, visto
que o poder de julgar é uma responsabilidade
inerente ao governante ou ao aparato de governo.
No período dos Juízes, ocorrem guerras nas quais
aqueles heróis lideraram uma ou mais tribos de
Israel. Em situações difíceis, esses Juízes atuaram
como instrumentos do SENHOR, suscitados e
movidos pelo seu Espírito para levar a cabo uma
missão especial, em um determinado momento e
por um tempo limitado. Nas proezas que realizaram
sempre se revelou o poder de Deus, que, apesar das
frequentes atitudes reprováveis dos israelitas,
nunca deixou de cuidar deles com amor paternal e
de sustentá-los para que não sucumbissem vítimas
das decisões erradas. Dentre esses Juízes podemos
destacar: Débora se distinguindo como uma
profetisa que, ao pé de uma palmeira, governa o
povo e atendia àqueles que solicitam a sua
mediação em casos de litígio (4.4-5); Gideão um
camponês de humilde classe social (6.11); Jefté,
filho de uma prostituta, (11.1,3); e Sansão, o jovem
de bela aparência e excepcional força física (16.3),
que não consegue resistir aos encantos de uma
mulher filistéia (16.17). Nesse período observamos
uma espécie de “esquema de quatro tempos”.
Primeiro tempo: Fidelidade do povo. Sob a
liderança de um juiz que governa ou dirige, o povo
se mantém fiel ao SENHOR e vive um período de
paz e prosperidade (3.11,30; 5.31; 8.28). Segundo
tempo: Infidelidade do povo. Após a morte do juiz
sobrevém um período em que os israelitas
“tornaram a fazer o que era mau perante o SENHOR”
(4.1; 13.1), apartam-se do SENHOR e vão “após
outros deuses, dentre os deuses das gentes que
que havia ao redor deles” (2.12-13; 3.7; 10.6).
Terceiro tempo: Ira de Deus. A infidelidade de Israel
provoca a ira do SENHOR, que entrega o povo nas
mãos dos seus inimigos (2.14,20-21; 3.8; 4.2; 10.7).
Quarto tempo: Arrependimento de Israel.
Submetidos à opressão dos seus vizinhos, os
israelitas lamentam haver sido infiéis ao SENHOR.
Arrependidos, suplicam o seu auxílio (3.9,15; 4.3;
6.6), e ele lhes suscita um “juiz”, um libertador que
os salva das suas angústias e dos seus males (2.16;
3.9,15). É importante que muitos desses problemas
foram ocasionados pelo próprio povo que não
obedeceram a ordem de Deus de eliminar todo o
povo que estava na terra de Canaã, “Quando o
SENHOR, teu Deus, te introduzir na terra a qual
passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de
diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os
amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os
heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas
e mais poderosas do que tu; e o SENHOR, teu Deus,
as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente
as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás
piedade delas; nem contrairás matrimônio com os
filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus
filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos;
pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para
que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR
se acenderia contra vós outros e depressa vos
destruiria.
Porém assim lhes fareis: derribareis os seus altares,
quebrareis as suas colunas, cortareis os seus
postes-ídolos e queimareis as suas imagens de
escultura. Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu
Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que
lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos
que há sobre a terra”. Ao deixar de obedecer essa
ordem de Deus o povo de Israel comete exatamente
todos os pecados e erros que o Senhor de antemão
já previa ( Juízes 3:7,8), ( Juízes 3: 12 a 14), ( Juízes
6: 1 a 5). Dentre os povos que permaneceram em
Canaã estão Os: Moabitas, Amonitas, Midianitas,
Amalequitas, Filisteus e Cananeus. Esses povos
eram idólatras, praticavam rituais de “Prostituição
Sagrada” e sacrifícios humanos em seus cultos, e
infelizmente as tribos de Israel começaram a se
interessar e envolver-se nesses tipos de rituais. É
importante percebermos que os israelitas foram
escravizados e subjugados exatamente pelos povos
que esses deveriam ter exterminado da terra de
Canaã, porém não o fizeram.

Paralelamente ao período de Juízes nós temos uma


história bem conhecida que encontramos no livro
de Rute, contemporânea ao dos Juízes. Rute foi uma
moabita que casou se com um israelita filho de
Noemi que conheceu muito cedo as amarguras da
viuvez. Noemi, procedente de Belém de Judá, havia
emigrado com o seu marido e os seus dois filhos
para as terras dos moabitas devido à escassez de
alimento que estava assolando sua cidade. Porém
Noemi perde seus dois filhos e seu marido e fica
desamparada em uma terra estrangeira. Naquela
situação trágica, Noemi resolve regressar a Belém,
porém uma de suas noras moabitas chamada Rute
faz questão de acompanhar sua sogra. Rute não só
acompanhou Noemi de volta para Belém como
também fez uma declaração que faria com que ela
entrasse para a história de Israel: “O teu povo é o
meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (1.16). Rute
era uma jovem dotada das mais belas qualidades:
dedicada, decidida e trabalhadora, disposta,
inclusive, a pôr a sua honra em risco com o fim de
perpetuar o nome do seu esposo falecido. O
encanto pessoal de Rute atraiu em Belém um
parente do marido de Noemi, chamado Boaz, o qual,
conforme as leis e costumes da época, a tomou por
esposa.

Desse relacionamento nasce Obede, o seu primeiro


filho que foi avô paterno de Davi. Dessa forma Rute
uma estrangeira, não só foi integrada ao povo de
Deus como também, mais surpreendentemente
ainda, à própria linhagem da monarquia davídica O
livro de Ruth É uma ponte fundada sobre uma
constância histórica, com a sua presença no Antigo
Testamento, Rute se torna parte importantíssima
não só da história de Israel, como faz parte da
genealogia do Próprio Jesus Cristo (cf. Mt 1.5).

ATIVIDADES

1. O que significa uma teocracia?

2. Explique quais eram as funções dos Juízes.

3. Com o Auxílio da sua Bíblia descreva os nomes


dos Juízes que julgaram e governaram o povo de
israel.

4. Quais foram as consequências geradas pela


desobediência dos israelitas em relação à ordem
dada por Deus para eliminarem todos os povos que
se encontravam na terra de canaã?

5. Discorra sobre a importância da história de Ruth


dentro da história de Israel.
O INÍCIO DA MONARQUIA
DE ISRAEL

O período monárquico do povo israelita da se início


na figura do profeta Samuel, que também era
Sacerdote e foi considerado o último Juiz. Podemos
considerar Samuel uma figura de extrema
importância a partir da análise do seguinte texto:
“O jovem Samuel servia ao SENHOR, perante Eli.
Naqueles dias, a palavra do SENHOR era mui rara;
as visões não eram frequentes. Certo dia, estando
deitado no lugar costumado o sacerdote Eli, cujos
olhos já começavam a escurecer-se, a ponto de não
poder ver, e tendo-se deitado também Samuel, no
templo do SENHOR, em que estava a arca, antes que
a lâmpada de Deus se apagasse, o SENHOR chamou
o menino: Samuel, Samuel! Este respondeu: Eis-me
aqui” ( I Samuel 3: 1 a 4)”. Uma olhada mais
apurada nesse texto, nos leva a entender que no
tempo de Samuel a presença de Deus não se
manifestava mais como outrora. Para entendermos
alguns dos motivos precisamos analisar outro texto
bíblico: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de
Belial e não se importavam com o SENHOR; pois o
costume daqueles sacerdotes com o povo era que,
oferecendo alguém sacrifício, vinha o moço do
sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um
garfo de três dentes na mão; e metia-o na caldeira,
ou na panela, ou no tacho, ou na marmita, e tudo
quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si; e
assim se fazia a todo o Israel que ia ali, a Siló.
Também, antes de se queimar a gordura, vinha o
moço do sacerdote e dizia ao homem que
sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote;
porque não aceitará de ticarne cozida, senão crua.
Se o ofertante lhe respondia: Queime-se primeiro a
gordura, e, depois, tomarás quanto quiseres, então,
ele lhe dizia: Não, porém hás de ma dar agora; se
não, tomá-la-ei à força. Era, pois, mui grande o
pecado destes moços perante o SENHOR, porquanto
eles desprezavam a oferta do SENHOR”. ( I Samuel
2: 12 a 17). Além disso os filhos de Eli Tinham um
comportamento extremamente promíscuo ( I Samuel
2:22), junta se a toda essa situação o fato de Eli
parecer não ter sido firme o suficiente ao
repreender seus filhos ( I Samuel 2:28 a 29).
É nessa conjuntura de confusão e pecado que Deus
levanta Samuel como seu Sacerdote, para organizar
a então confusa vida religiosa dos israelitas.
Samuel da início 31 a série dos profetas de Israel
com a unção (isto é, a consagração) dos dois
primeiros reis de Israel, Saul e Davi (1Sm 9:27,
10:1, 16:13).

Os primeiros tempos do reinado de Saul (aproxima-


damente 1040-1010 a.C.) inicialmente foi marcado
por uma brilhante vitória sobre os amonitas,
antigos inimigos de Israel (1Sm: 11); mas não
demorou muito até que a imagem de força e
coragem do jovem Saul começasse a desvanecer. O
rei tornou-se instável, arrogante e covarde. Saul
começa á tomar decisões sem consultar ou
contrariando a vontade de Deus, e a partir dai Deus
resolve destituir o mesmo do trono entregando o a
Davi ( I Samuel 15).

É a partir dessa decisão que o profeta Samuel unge


a Davi como novo rei de Israel (1Sm 16.12-13),(
aproximadamente 1010-972 a.C). Que, para os
israelitas, representa o monarca ideal, é aquele a
quem, de fato, se deve a unidade e a independência
da nação. Corajoso, decidido e dotado de lúcida
inteligência, combateu fora das suas fronteiras para
consolidar e aumentar o reino conquistando
inclusive a cidade de Jerusalém tornando essa a
capital de seu Reino. Também lutou internamente
para sufocar conspirações contra o seu governo,
como a que foi promovida pelo seu próprio filho
Absalão (2Sm 15:18). A profunda Fé em Deus de
Davi é uma constante na sua biografia (cf. 2Sm
6.14,21-22; 7.18-29). Davi também se tornou um
monarca preocupado em assentar em bases firmes a
administração da justiça e a organização do reino
(2Sm 8.15- 18). A pesar disso Davi também cometeu
erros considerados extremamente graves, como por
exemplo o adultério com Bate-Seba e a morte de
Urias. Erro esse que fez com que o profeta Natã
repreendesse o Rei (2Sm:11: 12). De qualquer
forma Davi deixou uma marca profunda no mundo
israelita, que, nele, viu prefigurado o Messias, o
Ungido do SENHOR. Após a morte de Davi seu filho
Salomão herdou seu trono e ficou conhecido por ser
um Soberano extremamente sábio. A sua prudência,
sabedoria e riquezas eram conhecidas por muitas
nações “Deu também Deus a Salomão sabedoria,
grandíssimo entendimento e larga inteligência
como a areia que está na praia do mar. Era a
sabedoria de Salomão maior do que a de todos os
do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
Era mais sábio do que todos os homens, mais sábio
do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda,
filhos de Maol; e correu a sua fama por todas as
nações em redor” (1 Reis 4: 29 a 31). Foi também o
escritor de inúmeros provérbios ( 1 Reis 4:32), e
Ficou conhecido por ser o responsável pela
construção do Templo (1 Reis 6). Do ponto de vista
político, deve-se destacar que Salomão soube
sempre manter a unidade do reino e evitar que
Israel se visse envolvido em conflitos bélicos. Uma
das formas que Salomão encontrou para manter
essa unidade foram os casamentos políticos, que
levaram Salomão a possuir muitas mulheres e
concubinas. Mulheres essas que levaram o Rei
Salomão a prestar culto para outros deuses e ser
repreendido por Deus (1 Reis 11: 1 a 8). Podemos
dividir a monarquia israelita em duas partes. A
Primeira é chamada de Reino Unido que durou 120
anos e teve os seguintes Reis:
➢ Saul que Reinou por 40 anos
➢ Davi que Reinou por também 40 anos
➢ Salomão que Reinou por mais 40 anos
Esse período é caracterizado pela união de todo o
povo israelita em torno de um só Reino.

Após a morte de Salomão e sob o Governos de


Roboão acontece à ruptura da unidade nacional dos
Hebreus ( 930 a.C). Os israelitas se dividem em dois
Reinos. o do Norte ( Tribo de Israel) e o do Sul
(Tribo de Judá). No Reino do Sul ficaram as tribos
de Judá e Benjamim tendo como capital a cidade de
Jerusalém, já as demais tribos se estabeleceram no
Reino do Norte tendo como capital política Samaria.
Antes, porém de Samaria ser estabelecida como
capital do Reino do Norte pelo Rei Onri, as tribos
estabelecidas nesse reino foram levadas pelo seu
primeiro Rei Jeroboão a adorar um bezerro de ouro
como sendo seu deus. Isso aconteceu pelo
descontentamento do Rei ao ver seus súditos indos
até a capital do Reino do sul (Jerusalém) para
adorar a Deus no templo. Para que isso não
ocorresse mais o Rei Jeroboão estabeleceu Betel e
Dã como capitais religiosas , construiu um templo,
proibiu o povo de ir adorar em Jerusalém, e
colocou um bezerro de ouro em cada templo.

Podemos atribuir parte dessa divisão exatamente


aos casamentos políticos de Salomão e também as
altas taxas de impostos cobradas para financiar
suas suntuosas Construções. É sob o Governo de
Roboão que o povo se revolta ao saber que o jugo
de seu reino seria ainda mais pesado do que o de
seu pai. Dessa forma se da à ruptura da unidade
nacional dos Hebreus. Desse momento em diante as
histórias de Judá e Israel, acontecem paralelas e
separadas tornando o povo Hebreu incapaz de
superar a sua hostilidade mútua. Iniciando com
Roboão ( Reino do Sul) e Jeroboão ( Reino do Norte)
Os reis de um e de outro reino aparecem
alternadamente, enquadrados em fórmulas literárias
que se repetem em cada caso e seguindo a
respectiva ordem dinástica.

ATIVIDADES

1. Qual foi o último Juiz de Israel e quais foram


suas principais contribuições no contexto histórico
e espiritual do povo Hebreu?
2. Descreva os principais feitos e pecados dos Reis,
Davi, Saul e Salomão.

3. A Bíblia nos diz que no tempo em que Eli era o


profeta de Israel Deus quase não falava como
outrora. Discorra sobre os motivos que levaram
Israel a viver essa frieza espiritual.

4. Em que contexto ocorre a divisão do Reino de


Israel?

5. Como o povo Hebreu ficou dividido com o


término do Reino Unido?
QUEDA E CATIVEIRO DOS
REINOS DE ISRAEL E JUDÁ

O Reino do Norte durou aproximadamente 220 anos


sendo invadido pela Assíria em aproximadamente
722 a.C. Os assírios levaram parte do povo de Israel
como cativos para outras nações, e trouxeram
pessoas de outras nações para Morarem naquela
região. Os assírios eram, em sua maioria, um povo
semítico (grupo a que pertenciam os israelitas); seu
idioma era muito semelhante ao babilônico.
Também usavam o sistema de escrita cuneiforme,
feita com sinais em forma de cunha, que
representavam sons ou sílabas e eram escritos em
tabletes de barro com uma espécie de punção
(depois chamado “ponteiro”). As listas reais
mostram que os assírios já estavam em sua terra
por volta do ano 2300 a.C., e a arqueologia assinala
que Nínive foi fundada em cerca de 4000 a.C. Por
volta do ano 1100 a.C., a Assíria já havia se tornado
uma potência do Oriente. Logo depois, passou por
um tempo de decadência, mas a partir de 900 a.C.
teve uma série de reis de grande poder, os quais
lançaram as bases do poderoso Império Assírio. .
Com o império veio também a riqueza. As histórias
narradas na Bíblia e em outros documentos, mais as
cenas de batalhas que decoravam as paredes dos
palácios assírios, dão a impressão de que eram um
povo cruel e guerreiro. Porém a vida assíria não se
limitava somente à guerra. Os reis construíram
grandes palácios e templos nas cidades mais
importantes (Nínive, Assur e Calá). As paredes
estavam revestidas com placas de pedra talhadas
em baixo relevo. Tais placas mostravam o rei
durante a caça, o tratamento com seus vassalos ou
a adoração aos seus deuses,e também narravam
suas vitórias.(Bíblia de Estudo Almeida; Sociedade
Bíblica do Brasil, 1999). Porem no ano de 600 a.C
os assírios foram derrotados por uma tribo de
caldeus, cujo chefe mais tarde se tornaria rei da
Babilônia. O filho desse chefe se chamaria
Nabucodonosor e se tornaria o maior Soberano da
história do império babilônico.

Já o Reino de Judá perdurou até aproximadamente


350 anos e foi Invadido pelos Babilônicos. Esses por
sua vez levaram os principais príncipes, nobres e
jovens sábios de boa aparência como cativos
deixando os mais pobres sob o comando de um 36
governador estabelecido pelo rei da Babilônia (
Daniel 1:3 a 4). O exército babilônico se dirigiu até
o Reino do Sul que na ocasião era governado Rei
Jeoaquim de Judá, que considerou sábio declarar-se
vassalo de Nabucodonosor. Alguns anos depois,
mudou de opinião e decidiu rebelar-se. No ano em
que morreu Jeoaquim, os exércitos babilônicos
marcharam contra Jerusalém e a sitiaram. O novo
rei (Joaquim) se rendeu e foi levado cativo à
Babilônia, junto com muitas pessoas de Judá (2Rs
23.36—24.17). mais tarde, o rei Zedequias, de Judá,
rebelou-se contra a Babilônia. Desta vez, os
babilônicos destruíram Jerusalém e o templo, e
deportaram a maioria da população para a Babilônia
(2Rs 24:18,25:21). Os exilados de Judá foram
levados à grande cidade de Babilônia que
Nabucodonosor havia construído. Apesar de toda
sua glória, o Império Neobabilônico durou menos
de um século.

O RETORNO DO POVO JUDEU

Após conquistar a Babilônia, Ciro o rei da Pérsia


permite que os judeus retornem novamente para
Jerusalém. Ciro promulgou um decreto, pelo qual os
judeus exilados na Babilônia ficavam livres para
regressar à sua pátria, levando consigo a tarefa de
construir “a Casa do SENHOR, Deus de Israel... que
habita em Jerusalém” (Ed 1.3). Quase cinquenta
anos haviam transcorrido desde o dia em que
caldeus (ou “babilônios”) incendiaram o Templo,
derrubaram os muros de Jerusalém e queimaram
todos os seus palácios (2Cr 36:17 a 19). Naquela
ocasião, a maioria dos que conseguiram se salvar
foram levados cativos para Babilônia. A partir desse
contexto começa um grande projeto de
reconstrução da cidade e de reforma religiosa e
moral do povo, cuja fé e costumes haviam estado
expostos, durante os longos anos do exílio, a
influências externas que muitas vezes haviam
desviado o povo da reta obediência à Lei de Deus.
Porem, a alegria do regresso foi efêmera, pois não
tardou muito a aparecerem os problemas e as
dificuldades. Em certo momento, chegou a
aumentar tanto o desânimo entre os trabalhadores,
que até a reconstrução do Templo foi suspensa (
Esdras 4:24). Finalmente, a decisão pessoal de
Zorobabel e a de outros responsáveis, unida à
palavra profética de Ageu e Zacarias ( Ag 1, Zc 4.6-
9) possibilitaram que no ano 516 a.C. se celebrasse
a dedicação do santuário único de Jerusalém. Antes,
durante e depois do cativeiro, Deus usa os seus
profetas para exortar, interceder, repassar o recado
Divino, e animar o povo por diversas vezes,
(Is:1:2:3:812, Jer: 4:6:7:9:21:, Eze: 6:9:36, Dan:
9:11, Os: 2:4:12, Joel: 3, Amós: 3:6, Obad: 1, Jon: 3,
Miq: 1:5:7, Naum: 1:2:3, Hab: 1, Sof: 1:3, Ag: 1: 2,
Zac: 1:10, Mal: 1:3).

ATIVIDADES
1. Qual foi a duração do Reino do Norte e do Sul e
quais foram os povos que subjugaram esses Reinos?
2. Descreva um em algumas linhas uma breve
resenha sobre a história dos povos que Dominaram
Israel e Judá.

3. Discorra sobre a importância dos profetas antes,


durante e depois do cativeiro Babilônico.

4. Quais foram as principais consequências politicas


e religiosas desse período para o povo Hebreu.

5. Na figura de qual Rei se dá o retorno do povo a


Jerusalém?
PERÍODO
INTERTESTAMENTÁRIO

O fim do Antigo Testamento se dá com o retorno do


povo Judeu para seu antigo território que mais
tarde seria conhecido como Palestina. O povo
Reconstrói o templo e a cidade de Jerusalém é
parcialmente recuperada ainda sob o domínio dos
Persas. Porém entre o ano 400 a.C e o início do
período que abrange o Novo testamento tivemos
importantes acontecimentos históricos que não
estão descritos na Bíblia. O estudo desses
acontecimentos é mister para entendermos melhor
a história do povo Judeu. Dessa forma, estaremos
estudando o período na história de Israel conhecido
como “ Período Intertestamentário), que vai
exatamente no ano 400 a.C até o início do Novo
Testamento. Podemos dividir esse assunto em três
períodos:
1) O período Persa ( 400 – 332 a.C)
2) O período Grego ( 332 – 167 a.C)
3) O período da divisão grega e independência ( 167
– 63 a.C)
O PERIODO PERSA

Conquistada pelos Persas em 539 a.C os povos


subjugados pela Babilônia tornaram-se sujeitos á
autoridade de Ciro, o líder dos Persas. Desde então
os Judeus receberam vários privilégios concedidos
pelos lideres Persas. Ciro permitiu a volta dos
judeus para a terra deles e deu-lhes, assistência e
proteção nesse importante processo de restauração.

Os persas trataram os Judeus com respeito, tanto


nas regiões persas como também nos territórios que
os Hebreus fixaram se. Apesar de não terem plena
liberdade, desfrutavam de um bom tratamento por
parte dos Persas desde que observassem e
obedecessem as leis estabelecidas pelos mesmos.
Os Judeus permaneceram sob o domínio do povo
Persa até 332 a.C quando os Gregos conquistaram e
subjugaram esse grande império.

O PERIODO GREGO
Os gregos surgiram como uma grande nação
influenciando a história e cultura do mundo, seu
maior líder foi Alexandre o Grande. Ocupavam a
parte sudoeste da Europa e algumas ilhas na região
atualmente chamada de Grécia. Os gregos obtive-
ram grande êxito nas mais diversas áreas. Sua
capital Atenas era o grande centro intelectual da
história pré-cristã. Esse povo desenvolveu o que
muitos consideram a mais sofisticada língua
conhecida da história. Na filosofia, literatura, artes
plásticas, arquitetura, contribuíram como nenhum
outro conseguira até então. Deram ao mundo
homens como Sócrates, Platão, Aristóteles,
Diógenes, Alexandre e muitos outros, marcando não
apenas uma época, porém muitas outras perdurando
inclusive até a modernidade.

A cultura grega acabou se espalhando para todo o


oriente e também para Ásia. O Rei Felipe da
Macedônia pai de Alexandre o Grande desejava
realizar pelo menos duas grandes ambições: A
primeira seria conseguir para a Grécia um lugar de
liderança no mundo; A segunda ter um filho capaz
de tornar isso possível, ambas foram realizadas.
Alexandre o Grande proporcionou ao povo grego um
novo conceito das possibilidades gregas como
nação tendo o seu coração a ambição de conquistar
o mundo. Alexandre afetou a vida de milhões de
pessoas e dezenas de nações. Alexandre Assumiu o
trono no ano de 335 a.C, reinando por apenas 12
anos, porém conseguindo realizar mais do que
qualquer um antes dele. Ele venceu diversos países
em batalhas épicas, uma delas foi exatamente a
vitória sobre Dario, então Rei da Persa.
Alexandre continuou sua jornada passando pela
Síria e Palestina e Egito. Nesse caminho passou por
Jerusalém não encontrando dificuldades para
conquistar Jerusalém, pelo contrário sua relação
com os Judeus foi tranquila, segundo alguns
historiadores afirmam que Alexandre ficou
impressionado com os sacerdotes Judeus quando
esses lhe mostraram as profecias que falavam dele
no livro do profeta Daniel ( Daniel 2:8:7:11).
Saindo de Jerusalém Alexandre vai para o Egito o
qual, também, dominou rapidamente. Na costa do
norte do mesmo país ele fundou uma cidade que
recebeu seu nome, Alexandria. Esta cidade existe
até hoje e tem figurado muitas vezes no palco da
história mundial. Mesmo depois de tantas vitórias
Alexandre não se da por satisfeito, continuou
conquistando várias outras regiões daquela época.
Uma das campanhas mais audaciosas foi a tentativa
de conquistar a Ásia, começando pela Índia.
Alexandre conseguiu passar pelos rios Indos e
Hispades, além de tomar Poros.

Extremamente orgulhoso de tudo o que havia feito


e de seu sucesso conhecido em todo mundo da
época, Alexandre era vaidoso e passou a abusar na
ingestão de bebidas alcoólicas. Debilitado devido
aos seus hábitos alcóolicos, ficou muito doente e
em 323 a.C após ter sofrido uma febre muita alta
veio a óbito com apenas 33 anos. Alexandre com
certeza foi um dos maiores nomes da história do
mundo. Pois foi por meio dele que a cultura grega
foi transportada para outras partes do mundo
conhecido da época.

Como já comentado anteriormente ao longo do seu


reinado Alexandre demonstrou certa simpatia pelo
povo Judeu. Ele admirava suas qualidades e
concedeu a eles cidadania em Alexandria, no Egito.
Durante seu reino os Judeus não sofreram mau
tratos ou qualquer tipo de discriminação. Essa
também foi uma das estratégias de sucesso de
Alexandre, ao conquistar os povos que não se
opunham a ele, esses obtinham de Alexandre o
direito de continuar a seguir suas crenças e
culturas. Porém, depois de sua morte os Judeus
vivenciaram uma das épocas mais tristes e amargas
de sua história. Após a morte de Alexandre seu
reino ficou dividido e enfraquecido. De qualquer
forma Alexandre influenciou diretamente a cultura
israelita ao ponto de o Novo Testamento ter sido
escrito na língua Grega.

PERÍODO DOS PTOLOMEUS E


DOS SELEUCIDAS

Como vimos anteriormente o império de Alexandre


foi dividido logo após sua morte. Dessas divisões
duas tiveram consequências diretas sob os Judeus,
pois suas terras ficavam entre estas duas, a Síria e
o Egito. Logo após a divisão do império Grego a
Palestina ficou sujeita ao domínio dos Ptolomeus.
Ptolomeu Soter era o General que estava no poder e
inicialmente foi extremamente cruel com o povo
Judeus. Com o passar do tempo foi reconhecendo as
qualidades do Judeus e começou a trata lós com
mais respeito e consideração, dando inclusive
cargos importantes a alguns deles. O sucessor de
Soter foi Filadelfo, conhecido também como
Ptolomeu II. Este também tratou bem os Judeus, foi
um grande líder contribuindo na cultura mundial
com a criação da biblioteca de Alexandria que
chegou a ter 3 milhões de exemplares. Durante sete
séculos esta Biblioteca abrigou o maior patrimônio
cultural e científico de toda a Antiguidade. Ela não
apenas continha um imenso acervo de papiros e
livros, mas também incentivava o espírito
investigativo de cientistas e literatos, transmitindo
à Humanidade uma herança cultural incalculável.
Essa biblioteca gigantesca foi destruída por
seguidores de Maomé no século VII d.C.

Foi também durante o reinado de Filadelfo que a


primeira versão da Bíblia, versão grega do Antigo
testamento foi preparada. Naquele momento a
cultura grega havia dominado o mundo
mediterrâneo inclusive ao ponto de alguns Judeus
não mais conseguirem falar o hebraico, mas
mas somente o grego. Alguns Judeus ficaram com
medo de seus filhos não conseguirem estudar as
Escrituras Sagradas caso as mesmas não fossem
traduzidas para a língua grega. Para que isso não
ocorresse uma versão grega da mesma foi
preparada. Esse foi um momento histórico, pois a
partir daquele momento o Antigo Testamento se
tornou acessível á maioria das pessoas. A essa
versão grega do Antigo Testamento deu-se o nome
de Septuaginta (LXX), devido aos setentas
estudiosos que organizaram a mesma. Nessa época
a filosofia helenista acabou por influenciar muitos
Judeus que abandonavam ou mesclavam sua cultura
com essa nova filosofia. O Helenismo foi resultado
da fusão da cultura Grega com á Oriental, sendo
essencialmente urbana tornando as cidades gregas
muito bem planejadas para a época. A beleza e
expressão artista também eram muito valorizadas
pela cultura helenista. Outra filosofia helenista era
que a vida deveria ser aproveitada ao máximo,
sendo que a saúde era fundamental para isso ser
necessário. Poesias, musicas, teatros, danças e as
mais variadas manifestações artísticas também
faziam parte da filosofia helenista. Além disso, os
gregos eram extremamente competitivos, havia nas
cidades gregas estádios para as mais variadas
competições, além de hipódromos para corridas de
cavalo entre outros. Os gregos possuíam grandes
grandes centros de discussões filosóficas, dentre
eles á Ágoras. Ágora era o nome que se dava às
praças públicas na Grécia Antiga nestas praças
ocorriam reuniões onde os gregos, principalmente
os atenienses, discutiam assuntos ligados à vida da
cidade. A religião grega era pagã e cultuava vários
deuses, além disso, a helenismo defendia que o
prazer de todas as formas era desejável e legítimo.
Muitos Judeus acabaram assimilando essa cultura
que ia ao desencontro do que os mesmos tinham
aprendido com as leis e os profetas. Porém a
maioria dos Judeus achou que não poderia viver
dessa forma, caso contrário teriam que negar sua fé
tradicional.

Embora os Ptlomeus tenham dominado a Palestina,


este domínio nunca conseguiu ser estabelecido de
forma plena. Pois havia no caminho os Seleucidas
povo que estava constantemente em guerra com
eles. Essa guerra foi tão constante que Jerusalém
chegou a mudar de domínio por 7 vezes após a
morte de Alexandre o Grande. Nesse período
Ptlomeus e Seleucidas se revezavam no poder de
acordo com os resultados de suas batalhas. Porém
em 198 a.C os Ptlomeus finalmente foram
derrotados pelos selêucidas que a partir dai,
assumem o controle efetivo da palestina. Sob o
julgo do domínio dos selêucidas os Judeus entraram
em uma das mais tristes e dolorosas épocas de toda
a sua existência. Antíoco III era o governador da
palestina quando essa passou a ser controlada
pelos selêucidas, apesar de sabermos pouco sobre
esse governante tudo indica que o mesmo não fora
tão duro com os Judeus. Porém com a ascensão ao
poder de Antíoco IV a perseguição aos Judeus ser
intensificou de forma intensa gerando muito
sofrimento a esse povo. Antioco IV era conhecido
por alguns como Epifaneo ( O Brilhante), e por
outros como Epimanes ( o Idiota). Ambos apelidos
eram legítimos, pois de certa forma ele era um rei
brilhante, mas de outra se mostrava incrivelmente
estúpido e ingênuo. Apaixonado pelo Helenismo sua
principal ambição era impor os valores e filosofia
grega em todas as regiões de seu reino.

Antíoco IV desagradou os Judeus ao nomear para o


Templo um sumo Sacerdote que o povo não poderia
aceitar. Essa relação entre Antíoco e os Judeus se
agravou quando o governador foi ao Egito e a falsa
notícia de sua morte chegou até aos Judeus, que
comemoram esse suposto acontecimento. Quando
ele voltou para Síria acabou profanando e
saqueando o templo para se vingar dos Judeus. Com
o passar do tempo o sofrimento e a desordem do
culto Judeu só aumentava, e Antíoco se entregava
cada vez mais à tarefa de humilhar e subjugar os
Judeus. Alguns Judeus chegaram a aceitar o
Helenismo e começaram a persuadir os demais para
que também aceitassem essa filosofia. Muitos dos
Judeus que não aceitavam tal filosofia que ia contra
suas crenças, foram presos, mortos, e escravizados.
Não satisfeito Antíoco proibiu os Judeus de
estudarem sua lei, o que resultou em mais Judeus
mortos, tanto homens adultos como mulheres e
crianças. Antioco também proibiu todas as festas
religiosas dos Judeus, a guarda do sábado e a
circuncisão das crianças judias. Antíoco profanou o
templo dos Judeus ao sacrificar um porco e com a
sopa desse processo pichou as paredes do mesmo.
Além disso edificou um Altar dedicado a Zeus no
lugar do antigo Altar. Essas ações de Antíoco contra
os Judeus ficaram conhecidas como A Grande
Abominação, gerando a grande revolta dos
Macabeus.

MAPA
ATIVIDADES

1. Explique o que foi o período Intertestamentário?

2. Quais eram as principais ambições de Alexandre


o Grande?

3. Como foi a relação entre Alexandre e os Judeus?

4. Quais as principais características da filosofia


Helenista?

5. Quem foi o causador da Grande Profanação do


Templo e por quê?
OS MACABEUS

Os Macabeus foram uma das famílias mais


importantes de toda a história dos judeus. O líder
dessa família era Matatias, um sacerdote que vivia
em uma aldeia chamada Modim e possuía 5 filhos,
João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Esse
sacerdote liderou uma revolta que colocou o nome
de toda a sua família como lideres dos Judeus. É
interessante termos em mente que essa família foi
constituída de chefes de resistência judaica, e não
propriamente como “reis” de um suposto estado
Macabeu. Antíoco IV havia mandado a uma pequena
aldeia de Judeus, conhecida como Modim, um
emissário para testar a lealdade do povo. Este
emissário edificou um altar a Zeus e mandou que
Matatias e seus familiares oferecessem sacrifício a
este Deus pagão. Porém Matatias negou-se a
cumprir tal exigência, diante desse impasse outra
pessoa acabou oferecendo o sacrifício para cumprir
a ordem de Antíoco. Matatias ao presenciar essa
situação agiu de forma violenta e acabou matando
tano o judeu que se dispusera a oferecer o sacrifício
quanto o próprio emissário do rei. Percebendo que
não era possível mais voltar atrás, Matatias apelou
para os demais Judeus a juntarem-se a ele contra os
gregos opressores.
Ele, juntamente com seus filhos e mais um grupos
de Judeus fugiram para as montanhas declarando
assim guerra contra Antíoco IV.

Muitos Judeus seguiram Matatias ao ver seu


exemplo, formando assim um grande exército de
resistência aos gregos. O comando desse exército
foi entregue a Judas filho de Matatias que se
mostrou ser um líder muito capaz. Era confiante e
habilidoso na batalha, entendia de estratégia de
guerra e utilizava o elemento surpresa em suas
batalhas. Conforme a tradição judaica, a revolta dos
Macabeus abriu um precedente na história da
humanidade: nunca antes uma nação ousou morrer
por seu Deus. Esta foi à primeira guerra religiosa e
ideológica da história da civilização. Judas Macabeu
derrotou sucessivas vezes o exército grego,
imensamente mais numerosos e mais preparados no
sentido militar. Era, segundo se constata, dono de
quatro predicados importantes: forte senso de
determinação, coragem pessoal, visão militar e fé
incondicional no Deus de seus pais. Após essas
sucessivas vitórias sobre o exército de Antíoco
Epifânio, Judas logrou reconquistar Jerusalém.
Ocupou-se então de restaurar e purificar o Templo.
Juntamente com seu exercido Judas e suas forças
choraram ao ver a então situação do Templo de
Deus, quebraram os altares pagãos vindo a
consagrá-lo novamente ao serviço religioso judaico,
exatamente três anos após Antíoco o haver
violado.A celebração deste evento marca a origem
da Festa da Dedicação celebrada (Hanukkah) pelos
judeus até os dias de hoje no mês de Kislêv
(Dezembro). Após a morte de Judas, seu irmão
Jônatas assumi o poder em seu lugar. Porém acabou
sendo morto por um general sírio que desejava
assumir o poder. Na sequência Demétrio II fez um
acordo com Simão, outro dos filhos de Matatias,
reconhecendo-o como sumo sacerdote dos Judeus e
cancelando os tributos pagos pelos Judeus aos
Sírios. A partir dai dar-se-ia inicio a uma nova
história de independência do povo Judeu que
duraria aproximadamente 100 anos.

ATIVIDADE

1. Faça uma síntese da importância dos Macabeus


na história de Israel ( utilize outras fontes de
pesquisa para essa atividade).
O IMPÉRIO ROMANO E A
DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

A última etapa da história de Israel, no Antigo


Testamento, é marcada pela presença dos romanos.
De 167 a 63 AC, Israel teve um período de certa
autonomia política com os Macabeus. Porém o
Império Romano, aos poucos, vai chegando e
tomando conta. Em 63 AC, Pompeu (63-48 AC)
invade e toma Jerusalém. Inicia-se assim a
dominação romana, que se estenderá além do
“período bíblico”, o qual termina nos inícios do 2º
século da era cristã, quando a Bíblia praticamente
fica concluída. Nesse período, temos diversos reis
que foram se sucedendo no comando do império.
Depois de Pompeu, toma posse Júlio César (48-44
AC) que nomeou procuradores para cuidar da
Palestina. A seguir toma posse Antônio (41-30 AC)
que nomeou Herodes governador da Galileia e da
Pereia. Por fim, o próprio Herodes (37-4 AC) foi
nomeado pelo senado romano rei da Judeia e fica
até depois o nascimento de Jesus.

O rei Herodes estendeu seu poder além da Judeia.


Seu governo foi extremamente repressor, era o
braço forte do imperador Augusto de Roma. Logo
que assumiu o comando, elimina os opositores
e ele próprio nomeia os sumos sacerdotes.
Instrumento político dos romanos, encarna o
espírito helenista. Além de político perverso e
opressor, Herodes é visto também como grande
construtor. Em Jerusalém, construiu seu palácio, a
torre Antônia e reconstruiu o templo. Além disso,
na Palestina, construiu a fortaleza de Massada, o
próprio mausoléu, tumba grandiosa onde foi
enterrado e a cidade de Cesareia marítima em
homenagem a César, além de ginásios e outras
cidades. Todos esses gastos acabaram caindo sobre
o povo, com a cobrança de pesados impostos. Foi
considerado maior chefe da nação judaica, depois
de Davi e Salomão. Durante os anos de dominação
romana antes da era cristã, o Antigo Testamento
ficou concluído.

A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

“Depois das sessenta e duas semanas, será morto o


Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que
há de vir destruirá a cidade e o santuário........”
(Daniel 9:26). A cidade de Jerusalém foi destruída
pelos romanos em 70 d.C. O cerco e a queda de
Jerusalém são descritos com detalhes pelo
historiador judeu do primeiro século, Flávio Josefo,
no livro Guerras dos Judeus, que foi publicado cerca
do ano 75 d.C. Flávio Josefo descreve a destruição
de Jerusalém da seguinte forma: “É então um caso
miserável, uma visão que até poria lágrimas em
nossos olhos, como os homens agüentaram quanto
ao seu alimento ... a fome foi demasiado dura para
todas as outras paixões... a tal ponto que os filhos
arrancavam os próprios bocados que seus pais
estavam comendo de suas próprias bocas, e o que
mais dava pena, assim também faziam as mães
quanto a seus filhinhos... quando viam alguma casa
fechada, isto era para eles sinal de que as pessoas
que estavam dentro tinham conseguido alguma
comida, e então eles arrombavam as portas e
corriam para dentro... os velhos, que seguravam
bem sua comida eram espancados, e se as mulheres
escondiam o que tinham dentro de suas mãos, seu
cabelo era arrancado por fazerem isso...”

A situação era tão desesperadora ao ponto de mães


comerem seus próprios filhos: “Ela então tentou a
coisa mais natural, e agarrando seu filho, que era
uma criança de peito, disse, ‘Oh, pobre criança!
Para quem eu te preservarei nesta guerra, nesta
fome e nesta rebelião? ...Logo que acabou de dizer
isto, ela matou seu filho e, então, assou-o, e comeu
metade dele, e guardou a outra metade escondida
para si.” ( Flávio Josefo, A Guerra dos Judeus). A
miséria desses tempos era desesperadamente
grande, Israel foi quase que totalmente sitiada e
destruída. Segundo Flavio Josefo mais de noventa
mil pessoas foram levadas cativas pelos soldados
romanos, e outras milhares foram mortas, uma
verdadeira carnificina. O templo de Jerusalém foi
queimado pelos soldados romanos e a então casa
de Deus já não existia mais. Esse seria apenas o
início de uma perseguição aos Judeus que iria
transpassar pelos séculos e chegaria até a era
contemporânea.

ATIVIDADE

1. Encontre no Evangelho de Mateus algumas


profecias de Jesus Cristo que falam a respeito de
todo o sofrimento que o povo Judeu estaria por
experimentar.
A PERSEGUIÇÃO NA IDADE
MODERNA E RESTAURAÇÃO
DE ISRAEL
A partir da Idade Moderna, os judeus foram
expulsos da Península Ibérica. A grande maioria das
comunidades judaicas teve que se instalar em
regiões protestantes sendo extremamente
perseguidos. Após o advento dos Direitos Universais
do Homem, durante a Revolução Francesa, os
judeus passaram a gozar de certa liberdade
religiosa e desenvolveram várias atividades no
continente europeu, em diversos setores, tais como:
bancos e indústrias; além de atividades
intelectuais, como: ciências, artes e filosofia. Com
grande ascensão econômica e intelectual, no século
XIX, vários países começaram a acusar a
comunidade judaica de querer dominá-los. Nesse
contexto, começaram a surgir ideias de aversão e
preconceito contra os judeus (o antissemitismo).
Ainda no século XIX, surgiu entre a civilização
judaica o desejo de retornar ao seu território de
origem, a Palestina, e criar um Estado Judaico nesse
território. Esse movimento ficou conhecido
‘Sionismo’.

No século XX, a comunidade judaica foi vítima


novamente de perseguições cruéis. Os judeus
sofreram com o que ficou conhecida com uma das
maiores atrocidades da história, o chamado
holocausto. Instituído pelo líder nazista Adolf
Hitler, durante a II Guerra Mundial (1939-1945),
seis milhões de judeus foram submetidos aos
campos de concentração, sendo torturados e
mortos. Após o término da guerra, o movimento
sionista reivindicou à Organização das Nações
Unidas (ONU) a criação do Estado de Israel na
Palestina. Liderada pelo brasileiro Osvaldo Euclides
de Sousa Aranha que presidiu a cessão que aprovou
a proposição No ano de 1948, foi criado o Estado
Judeu – contrariando os palestinos e árabes que
viviam na região, milhares de judeus retornaram a
sua pátria. A partir desse momento os Judeus
deixam de ser uma nação para se tornar um estado
de fato. Dessa forma as profecias Bíblicas foram
cumpridas ( Zacarias 12:2,3,6,8. Jeremias 31:10.)

Após a criação do Estado de Israel, vários conflitos


étnicos e guerras passaram a se tornar constantes
na região conhecida como faixa de Gaza, conflitos
esses que perduram até os dias de hoje.
ATIVIDADE

1. O que foi o movimento que ficou conhecido como


“ Sionismo”.

2. Descreva qual a principal diferença entre nação e


estado.

3. O que é a faixa de Gaza e por que esse pedaço de


terra já causou tantas guerras e morte?

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