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INTRODUÇÃO
dessas questões que trataremos, investigando até que ponto pode-se considerar Israel como sendo
um relógio de Deus na Terra e verificar a relação existente entre a sua história e a volta de Jesus,
O Messias.
Neste sentido a pesquisa será organizada em três capítulos:
No primeiro trataremos da história do povo de Israel desde o chamado de Abrão até os nossos
dias, enfatizando que as profecias sobre o Messias se cumpriram em Cristo e relatando fatos da
história que não foram citados nas Sagradas Escrituras, mas que contribuem como pano de fundo
afim de entendermos os propósitos de Deus. No segundo, analisaremos três filosofias de história
focando aquela que dá sentido à questão do papel de Israel no plano de Deus, mostrando suas três
subdivisões, ou seja, três correntes de interpretação seguidas por diversos teólogos. E, finalmente,
no terceiro e último capítulo, falaremos sobre a relação existente entre os fatos na história do
povo de Israel e a volta de Cristo; o que está profetizado sobre o futuro da Terra e da humanidade
e a diferença entre o arrebatamento da igreja, que é formada de judeus e gentios, e a volta de
Cristo, somente para os últimos judeus que restarem depois da última grande guerra.
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1. A HISTÓRIA DE ISRAEL
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[Gênesis 3.15]
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[Gênesis 3.14,16-19]
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constantemente falaria desse homem que nasceria e seria vencedor. Falaria através de Seus
profetas, através da vida de homens que seriam como sombras daquele que havia de vir, e até
mesmo através de suas próprias atitudes. Ainda em Gênesis no capítulo 3 verso 21, vemos uma
dessas atitudes. Conta-nos a narrativa, que Deus matou um animal, e com a pele dele fez túnicas
para o casal. Acontecia ali, o primeiro sacrifício da história, feito pelo próprio Deus, apontando
para o sacrifício de Cristo, o qual entregar-se-ia como cordeiro para sofrer o castigo que era do
homem. Tal atitude seria a partir de então, imitada por indivíduos da raça, que desejavam ter seus
pecados perdoados por Deus. Assim também fez Abel, filho de Adão (Gn.4.4).
Os homens foram se multiplicando na face da terra, e com
eles o pecado.
“Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.
Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe
pesou no coração. E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem
que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu;
porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos
olhos do Senhor.” 4
“No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias
do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do
céu se abriram, e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta
noites. Nesse mesmo dia entrou Noé na arca, e juntamente com ele seus
filhos Sem, Cão e Jafé, como também sua mulher e as três mulheres de
seus filhos, e com eles todo animal segundo a sua espécie... Entraram
para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia
espírito de vida. E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne,
como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro. Veio o dilúvio
sobre a terra durante quarenta dias; e as águas cresceram e levantaram a
arca, e ela se elevou por cima da terra. Prevaleceram as águas e
cresceram grandemente sobre a terra; e a arca vagava sobre as águas...
Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado,
animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem.
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[Gn.6.5-8]
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Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que
havia na terra seca, morreu. Assim foram exterminadas todas as criaturas
que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e
as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e
os que com ele estavam na arca. E prevaleceram as águas sobre a terra
cento e cinqüenta dias.” 5
“Disse mais: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por
servo. Alargue Deus a Jafé, e habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhe
Canaã por servo.” 6
7
[Gn.12.1-3]
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(Gn.14.18-20)
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Sara tentou pelas suas próprias mãos fazer com que cumprisse
a promessa de Deus sobre suas vidas. Ofereceu a Abraão sua serva Hagar, para que esta lhe desse
um filho. Abraão se deitou com Hagar e esta lhe deu um filho, ao qual chamaram de Ismael.
Ismael nasceu aos oitenta e seis anos de Abraão (Gn.16.16).
Apesar de Deus ter dito que faria de Ismael uma grande nação
(Gn.16.10), Ele abriu a madre de Sara, significando que Sua palavra estava de pé. Quando
Abraão tinha cem anos, nasceu seu filho Isaque (Gn.21.5), filho legítimo de Abraão com Sara,
sobre o qual estava a promessa.
“Ismael e Isaque não foram os únicos filhos de Abraão, pois após a morte
de Sara ele se casou com Quetura, de quem teve mais seis filhos (Gênesis
25.1-4)... os descendentes de Ismael e todos os outros filhos de Abraão
adotaram uma variedade de divindades pagãs para adorar e então
caíram na mesma idolatria que Deus condenou.” (David Hunt, p.76 e
77).
“É evidente que Abraão sabia que Deus estava testando tanto a sua
obediência quanto a sua fé. Todas as promessas de Deus para o futuro
estavam contidas em Isaque, o filho milagroso da promessa. Se Isaque
morresse antes de ter filhos, as promessas de Deus falhariam. Portanto,
Abraão estava confiante de que Isaque seria de alguma forma, pela graça
de Deus, trazido de volta à vida” (David Hunt, p. 242).
“Então disse Isaque a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-
me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde
está o cordeiro para o holocausto?Respondeu Abraão: Deus proverá para
si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando
juntos. Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou
Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu
filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha. E, estendendo a mão,
pegou no cutelo para imolar a seu filho. Mas o anjo do Senhor lhe bradou
desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui. Então
disse o anjo: Não estendas a mão sobre o mancebo, e não lhe faças nada;
porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho,
o teu único filho. Nisso levantou Abraão os olhos e olhou, e eis atrás de si
um carneiro embaraçado pelos chifres no mato; e foi Abraão, tomou o
carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho.” (Gn.22.7-13).
“Abraão, porém, deu tudo quanto possuía a Isaque; no entanto aos filhos
das concubinas que Abraão tinha, deu ele dádivas; e, ainda em vida, os
separou de seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente, para a terra
oriental” 12
Dentre muitas nações, uma foi escolhida para ser um canal de bênção a
favor do mundo – Israel” (Robert J. Brennan, p.130).
18
“A nação midianita foi um resultado do casamento de Abraão com Quetura. Esses parentes distantes se tornaram
inimigos implacáveis de Israel. Por incrível que pareça, eles aparentemente ficaram tão misturados com os
descendentes de Ismael que também eram chamados de ismaelitas (Juízes 8.1,24). Tal era a prática de casamentos
mistos entre as tribos aparentadas, que continuou nos séculos que se seguiram. Consequentemente, não existe um
povo determinado hoje que reteve a identidade específica de ser descendentes de Abraão exceto os judeus. Só esses
podem provar sua descendência desde Abraão através de Isaque, o filho da promessa, e seu filho Jacó, conhecido
como Israel.”([David Hunt, p.77)
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prometera a Abraão, Isaque e Jacó. A princípio Moisés não aceitou argumentando incapacidade,
mas Deus o usou com sinais, os quais o convenceram e serviriam também para convencer ao
povo que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó que o mandara ali (Ex.4.1-9).
“Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? dize aos filhos
de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a mão sobre o
mar e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em
seco.” 25
“Assim o Senhor, naquele dia, salvou Israel da mão dos egípcios; e Israel
viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande obra que o
Senhor operara contra os egípcios; pelo que o povo temeu ao Senhor, e
creu no Senhor e em Moisés, seu servo.” 26
24
[Ex.13.21,22]
25
[Ex.14.15,16]
26
[Ex.14.30,31]
17
diversos outros detalhes a cerca da nação de Israel, a qual só saiu do pé do monte Sinai onze
meses depois que ali acampou.
30
[Nm.14.7-9]
31
[Nm.14.26-34]
19
“Depois que o Senhor teu Deus os tiver lançado fora de diante de ti, não
digas no teu coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me
introduziu nesta terra para a possuir. Porque pela iniqüidade destas
nações é que o Senhor as lança fora de diante de ti. Não é por causa da
tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua
terra, mas pela iniqüidade destas nações o Senhor teu Deus as lança fora
de diante de ti, e para confirmar a palavra que o Senhor teu Deus jurou a
teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.” [Dt.9.4,5] “Depois da morte de
Moisés, servo do Senhor, falou o Senhor a Josué, filho de Num, servidor
de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te pois agora,
passa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que eu dou aos filhos
de Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo dei, como eu
disse a Moisés. Desde o deserto e este Líbano, até o grande rio, o rio
Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do
sol, será o vosso termo.” 33
32
[Dt.18.15]
33
[Js.1.1-4]
20
Josué reuniu o povo e fez uma retrospectiva de tudo quanto o Senhor fizera no meio deles, ou
seja, todas as vitórias concedidas. E propôs-lhes o seguinte:
34
[Js.24.15,15]
21
Testamento”(Stanley A. Ellisen, p102). Como profeta, Samuel ungiu dois reis: Saul e Davi, os
quais reinaram 40 anos cada um (At.13.21; II Sm.5.4).
35
[I Sam.8.1-7]
36
[I Sm.15.23b]
37
[I Sm.16.13a,14]
22
Golias, por sua vez, “era uma fortaleza, tendo apenas a face
descoberta, que pela altura estava fora do alcance das armas de Davi. Este, livre da armadura
de Saul, que lhe embaraça os movimentos, armado de uma funda que muito bem sabia manejar, e
com cinco pedras no seu boldrié, não temeu o encontro com o poderoso inimigo, certo como
estava de combater por uma causa justa, e de ter o auxílio de Deus... Golias, cai abatido por
uma pedra que lhe entrou na fronte, impelida pela funda de Davi. Após o combate, seguiu para a
corte de Saul, levando consigo a cabeça de Golias que foi exposta à vista dos inimigos
juntamente com a sua armadura, a espada foi posta no Tabernáculo.” ( John D. Davis, p149).
minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes”38. O cumprimento dessa profecia vemos
registrado nos evangelhos (Mt.27.31; Mc.15.20,25; Jo.19.15-18).
Davi fez o que era reto aos olhos do Senhor, apesar de alguns
lamentáveis desvios no caso de Urias heteu.
“mas escolhi Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e escolhi
Davi para que estivesse sobre o meu povo Israel... A tua casa, porém, e o
teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será
estabelecido para sempre” 39
38
[Sl.22.1,16-18]
39
[II Cr.6.6; II Sm.7.16]
24
40
[Sl.89.3-4,20-21,29-36]
25
“Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” [Is. 7.14]
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará
sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz
não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e
o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do
Senhor dos exércitos fará isso.” 41
41
[Is. 9.6,7]
26
“E toda esta terra virá a ser uma desolação e um espanto; e estas nações
servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que quando
se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia, e esta nação,
diz o Senhor, castigando a sua iniqüidade, e a terra dos caldeus; farei
dela uma desolação perpetua.” [Jr.25.11] “Porque assim diz o Senhor:
Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e
cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este
lugar.” 43
“Deus foi extremamente paciente com Seu povo escolhido. Ele lhes deu
muitos avisos, mas eles não deram ouvidos aos Seus profetas. Finalmente,
por causa da grande maldade que continuavam a cometer, Deus permitiu
que exércitos invasores destruíssem Jerusalém e o Templo e levassem seus
habitantes para o cativeiro” (David Hunt, p.57).
42
[Zc.7.14]
43
[Jr.29.10]
27
“Israel não somente está sem rei e sem país, como também sem templo e
sem os meios de cumprir os ritos religiosos ordenados por Moisés. O
único lugar de ajuntamento religioso na Babilônia registrado por
Ezequiel é a sua própria casa, onde ele aconselhava os anciãos. Esses
anciãos eram evidentemente os primeiros líderes de sinagoga, que se
tornaram mais tarde os governadores delas e do povo. Sem um templo, o
sistema ritual de animais sacrificados, festas e todas as funções
relacionadas com o templo era inoperante” (Stanley A. Ellisen, p.249).
“Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as
minhas ovelhas, e as buscarei. E suscitarei sobre elas um só pastor para
as apascentar, o meu servo Davi. Ele as apascentará, e lhes servirá de
pastor. E eu, o Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será príncipe
no meio delas; eu, o Senhor, o disse.” 44
“Em 515 A.C. estava completo o segundo templo de Jerusalém. Não tinha
a glória e o esplendor do templo de Salomão, mas serviu para
restabelecer o culto religioso dos judeus, em Jerusalém, dando aos
mesmos uma nova esperança e determinação” (R. N. Champlin, p.4486).
selêucidas, chamado Antíoco, o Grande, tomou Jerusalém. Mas foi o oitavo dos selêucidas que
mais prejudicou aos judeus: Antíoco Epifânio. Este é o pequeno chifre mencionado na visão de
Daniel (Dn.8.9). Ele profanou o templo de Jerusalém, apropriou-se de seu altar de ouro, seus
vasos e seus tesouros para os cofres reais; ofereceu uma porca sobre o altar dos holocaustos;
levantou no Santo dos Santos a estátua de Júpiter; demoliu os muros de Jerusalém; proibiu a
circuncisão fazendo dela um crime passível de pena de morte; destruiu todos os livros sagrados
que pôde encontrar e deu ordens para a helenização compulsória de todos dos judeus. No lugar do
antigo altar, mandou construir um altar grego. Proibiu que guardassem o sábado ou as festas
judaicas e todo judeu que se recusasse a comer porco ou que fosse encontrado com o Livro da lei
em sua posse, deveria ser aprisionado ou morto. Ele tornou-se assim o tipo mais vívido do ainda
futuro anticristo. Seus excessos é que provocaram a revolta dos Macabeus, ou Hasmoneanos. O
exército macabeu vivia nas montanhas como animais, alimentando-se de ervas. De vez em
quando eles desciam sobre uma vila vizinha, matavam traidores, derrubavam altares pagãos, e
quaisquer crianças que encontravam não-circuncidadas, eles as circuncidavam valentemente.
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe,
desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido
do Espírito Santo. E como José, seu esposo, era justo, e não a queria
infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em
sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não
temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito
Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele
salvará o seu povo dos seus pecados” [Mt. 1.18-21]. “Naqueles dias saiu
um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse
recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era
governador da Síria. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria
cidade. Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de
Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de
alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam
ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho
primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura,
porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela
mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam durante as
vigílias da noite o seu rebanho. E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a
glória do Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de
grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais, porquanto vos trago
novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu
hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos
será por sinal: Achareis um menino envolto em faixas, e deitado em uma
manjedoura. Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão
da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas
maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade. E logo
que os anjos se retiraram deles para o céu, diziam os pastores uns aos
outros: Vamos já até Belém, e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor
nos deu a conhecer. Foram, pois, a toda a pressa, e acharam Maria e
José, e o menino deitado na manjedoura; e, vendo-o, divulgaram a
palavra que acerca do menino lhes fora dita; e todos os que a ouviram se
admiravam do que os pastores lhes diziam. Maria, porém, guardava todas
estas coisas, meditando-as em seu coração. E voltaram os pastores,
glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto,
como lhes fora dito. Quando se completaram os oito dias para ser
circuncidado o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe
fora posto antes de ser concebido. Terminados os dias da purificação,
segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para apresentá-lo ao
Senhor (conforme está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito será
consagrado ao Senhor), e para oferecerem um sacrifício segundo o
disposto na lei do Senhor: um par de rolas, ou dois pombinhos. Ora,
havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem,
justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito
Santo estava sobre ele. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele
não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Assim pelo Espírito foi ao
templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele
segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a
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Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua
palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste
ante a face de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para
glória do teu povo Israel. Enquanto isso, seu pai e sua mãe se admiravam
das coisas que deles se diziam. E Simeão os abençoou, e disse a Maria,
mãe do menino: Eis que este é posto para queda e para levantamento de
muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, sim, e uma espada
traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos
de muitos corações. Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel,
da tribo de Aser. Era já avançada em idade, tendo vivido com o marido
sete anos desde a sua virgindade; e era viúva, de quase oitenta e quatro
anos. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e
orações. Chegando ela na mesma hora, deu graças a Deus, e falou a
respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.”
[Lc.2.21-38] “Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo
do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que
perguntavam: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do
oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. O rei Herodes, ouvindo
isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém; e, reunindo todos os
principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia
de nascer o Cristo. Responderam-lhe eles: Em Belém da Judéia; pois
assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo
nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti
sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel. Então Herodes
chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do
tempo em que a estrela aparecera; e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide,
e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-
mo, para que também eu vá e o adore. Tendo eles, pois, ouvido o rei,
partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia
adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o
menino. Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. E
entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o
adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro
incenso e mirra. Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos
para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro
caminho. E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor
apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua
mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de
procurar o menino para o matar. Levantou-se, pois, tomou de noite o
menino e sua mãe, e partiu para o Egito. e lá ficou até a morte de
Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo
profeta: Do Egito chamei o meu Filho. Então Herodes, vendo que fora
iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os
meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus
arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos.
Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias: Em Ramá se
ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus
filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem. Mas
tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a
José no Egito, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a
terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do
menino. Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a
terra de Israel. Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em
lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por
divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia, e foi habitar
numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito
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[Mt.2.1-23]
46
[Mt.27.21]
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[Mc.15.12]
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[Mt.27.24,25]
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[Jo.1.29b,30]
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[Mt.11.3b]
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que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos
ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.”51. Era exatamente
isso que não só os discípulos de João viam, mas todas as multidões que seguiam a Jesus. Havia
multiplicação de pães (Mt.14.13-21), cura (9.18-26), libertação (8.28-34) e muitos outros sinais.
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas
aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e
a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor” 52. Isaías, nesta
passagem, refere-se a Jesus. E foi exatamente lendo este texto de Isaías que Jesus iniciou sua
missão aplicando tais palavras ao Seu ministério (Lc.4.16-20). Foi sobre Ele que o Espírito Santo
repousou de maneira toda especial, garantindo-lhe o sucesso. Quando começou Seu ministério,
Jesus tinha cerca de trinta anos de idade (Lc.3.23).
“mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido debaixo de lei”53. Jesus Cristo veio exatamente na ocasião planejada
por Deus, na hora certa. Apesar de os judeus ainda esperarem nos dias de hoje o seu Messias, Ele
já veio, mas não foi reconhecido e está prestes a voltar novamente a esta terra. Jerusalém recebe
diariamente diversas caravanas de cristãos que vão até ali para andar onde Jesus andou, ver onde
Ele nasceu, onde morreu e visitar o túmulo que Ele deixou vazio no terceiro dia de Sua morte,
pois ressuscitou. Contam os evangelhos que Ele subiu ao céu prometendo retornar do mesmo
modo que subiu. Jerusalém, a cidade orgulho dos judeus, tornou-se o palco das três religiões
monoteístas do mundo: O Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, sendo esta última, a que mais
cresce atualmente.
O Cristianismo nasceu do judaísmo. Jesus escolheu para Si
discípulos judeus, os quais espalharam o Seu nome por todo o mundo antigo. Os escolhidos
foram: Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus,
Tiago (filho de Alfeu), Tadeu, Simão o Zelote e Judas Iscariotes (Mt.10.1-3). Posteriormente
Judas Iscariotes, que foi o traidor, foi substituído por Matias em uma assembléia da Igreja
(At.1.23-26). Paulo foi chamado para o apostolado posteriormente em uma visão quando estava a
caminho de Damasco para perseguir os discípulos de Jesus Cristo, passando assim de perseguidor
para perseguido (At.9.1-31). Os cristãos foram encarados pelos judeus como seita e por eles
51
[Mt.11.4b,5]
52
[Is.61.1,2a]
53
[Gl.4.4]
34
foram perseguidos. Estevão, um dos primeiros diáconos da igreja do Senhor foi apedrejado
(At.7.54-60). Pedro e João foram presos e levados ao Sinédrio (At.4.1-23). Mas a perseguição
impulsionava ainda mais o crescimento da igreja, que espalhou-se pelos continentes habitados
levando a mensagem duma nova vida (At.5.20).
Neste período de crescimento e avanço da igreja, o Novo
Testamento ia sendo montado pelo Espírito de Deus. Paulo, Pedro e João escreveram cartas às
igrejas, como também aos pastores. Os evangelhos foram escritos por Mateus, o cobrador de
impostos; Marcos, companheiro de Pedro; Lucas, o médico que andou com Paulo e João, o
apóstolo amado. A carta destinada aos hebreus, no entanto, não traz consigo o nome de seu autor.
Lucas se encarregou de escrever também sobre os primeiros anos da igreja primitiva em seu livro
intitulado Atos dos Apóstolos.
Nenhum outro povo chamou tanta atenção ou influenciou
tanto a humanidade como o povo de Jesus Cristo, ou seja, o povo judeu. Não é somente pelo fato
de estarem justamente num ponto tão disputado da terra, que é a Palestina, mas porque Satanás
sempre tentou frustrar os planos de Deus. Deus escolheu esse povo pra trazer à humanidade a
salvação (Jo. 4.22). Apesar das tentativas de Satanás de impedir o nascimento do Messias
(Mt.2.16), Ele veio e cumpriu a Sua missão. Deus provou mais uma vez ser Fiel e Verdadeiro,
cumprindo a Sua Palavra. Mas nem todas as profecias estavam cumpridas. Ainda havia muito
pela frente e Satanás sabia disso. Sabemos que as profecias na Bíblia giram em torno de dois
temas principais:
“Israel e o Messias que vem para Israel e, por meio de Israel, ao
mundo... Há tanta profecia que já foi cumprida nos menores detalhes, que
podemos ter confiança absoluta que aquelas profecias que ainda se
referem ao futuro também serão cumpridas da mesma maneira” (David
Hunt, p.92).
modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome
do Senhor.” [Mt.23.37-39] “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de
exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que
estiverem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da
cidade, saiam; e os que estiverem nos campos não entrem nela. Porque
dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que
estão escritas. Ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem
naqueles dias! porque haverá grande angústia sobre a terra, e ira contra
este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão
levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos
destes se completem.” [Lc.21.20-24] “Igualmente, quanto à mulher mais
mimosa e delicada no meio de ti, que de mimo e delicadeza nunca tentou
pôr a planta de seu pé sobre a terra, será mesquinho o seu olho para com
o homem de seu regaço, para com seu filho, e para com sua filha;
também ela será mesquinha para com as suas páreas, que saírem dentre
os seus pés, e para com os seus filhos que tiver; porque os comerá às
escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo
te apertará nas tuas portas.” 54
54
[Dt.28.56,27]
36
“E virás a ser por pasmo, provérbio e ludíbrio entre todos os povos a que
o Senhor te levar.” [Dt.28.37]“E persegui-los-ei com a espada, com a
fome e com a peste; farei que sejam um espetáculo de terror para todos os
reinos da terra, e para serem um motivo de execração, de espanto, de
assobio, e de opróbrio entre todas as nações para onde os tiver lançado”
[Jr.29.18] “Não temas, pois, porque eu sou contigo; trarei a tua
descendência desde o Oriente, e te ajuntarei desde o Ocidente. Direi ao
Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe, e minhas
filhas das extremidades da terra” 55
55
[Is.43.5-6]
40
onde os judeus eram obrigados a viver longe dos “cristãos”. A entrada era guardada por soldados
alemães, que atiravam para matar, mediante a menor tentativa de fuga. As execuções eram por
fuzilamento, afogamento, queima, gases tóxicos e torturas com o maior requinte de crueldade. O
território tornou-se um imenso cemitério e o solo encharcado com sangue de incontáveis
cadáveres anônimos. Nos campos de concentração, antes e depois da morte, os judeus eram
despojados de tudo quanto possuíam, não só objetos de uso, mas também cabelos, dentes de ouro,
pernas mecânicas. Até seus ossos foram transformados em fosfato e sua gordura em sabão. Os
campos de concentração de Treblinka, Auschwitz e Maidaneck tornaram-se uma máquina de
morte, trabalhando 24 horas por dia. Só no campo de Auschwitz foram executados três milhões
de judeus. Os alemães mantinham um grupo de judeus mais alimentados, responsável pelo
despojo de seus próprios compatriotas judeus. Mas até esses periodicamente eram executados.
Em junho de 1942 teve início a liquidação nazista do gueto de Varsóvia. Em pouco tempo
440.000 foram mortos. A população judaica antes da guerra nos países da Europa que foram
ocupados pelos alemães era de 9.800.000. Desses, pelo menos seis milhões foram mortos. Os
sobreviventes tornaram-se numa comunidade amontoada sem lar. (Is.5.25, Jr.7.33).
‘Há ocasiões em que uso o telefone branco várias vezes num mesmo dia’,
respondeu o premiê de Israel. Surpreso, o presidente americano
perguntou como o governo israelense conseguia administrar uma conta
telefônica tão dispendiosa.
‘Na verdade, não é tão caro telefonar para Deus’, disse o primeiro-
ministro israelense. ‘Em Jerusalém, trata-se de uma ligação local’”
(William C. Varner, p.8 a 10).
Israel é hoje uma nação como todas as outras. Tem sua língua,
sua economia, seu território, seu governo, cultura, etc. Porém Israel tem algo especial que o
destaca dos demais países; algo que não é simplesmente sua religião monoteísta, até porque
muitos judeus que lá vivem são ateus. Há algo de especial nesse povo, nessa nação e em sua
capital de 3.000 anos de história. E é exatamente isso que atraiu e continua atraindo tantos
olhares sobre Israel, como também o faz dentre todos, o país mais perseguido e odiado. Deus
escolheu esse povo, com ele fez uma aliança e o multiplicou na face da terra. Usou-o para
advertir e até mesmo castigar outros povos, o que não impediu dele próprio ser castigado quando
foi necessário. Ainda que estar em Israel não significa que estamos mais pertos de Deus, sabemos
que esta nação está em Seu coração, e por assim ser, está na mira de Satanás, que tenta destruí-la
e frustrar os planos de Deus, fazendo-o mentiroso. Apesar da humanidade acompanhar com
espanto tudo quanto tem acontecido a este povo nos últimos 60 anos, e como Israel tem escapado
de forma surpreendente da destruição e extinção na guerra contra ele declarada pelos árabes, as
opiniões se dividem quando o assunto é discutido. Muitos argumentam que o novo Estado de
Israel, criado em 1948, é simplesmente uma obra do acaso. Defendem eles, que esse Israel de
hoje nada tem a ver com o Israel dos tempos bíblicos, e chegam até mesmo a negar que ele seja
ainda o povo escolhido de Deus. São vários os pontos de vista, diferentes interpretações. Vamos
46
abordar neste capítulo algumas dessas interpretações e identificar qual delas recebe o apoio das
Escrituras.
amilenismo não crê num milênio literal e futuro, mas ensina que o milênio de Apocalipse 20 é
toda a era do Novo Testamento, desde o nascimento de Cristo até o fim do mundo. Portanto, os
mil anos devem ser entendidos simbolicamente, e não literalmente. O amilenismo, portanto, não
espera um milênio ainda porvir, mas crê que estamos no meio do milênio agora, e que, quando o
milênio terminar, o fim do mundo terá acabado. Esta era do Novo Testamento é a última era do
mundo. Os amilenistas não esperam um arrebatamento mil anos antes do fim, nem uma vinda de
Cristo mil anos antes do fim, nem esperam que a grande tribulação ocorra mil anos antes do fim
do mundo. Antes, eles ensinam que todos esses eventos ocorrerão no fim e serão seguidos pelo
estado eterno.
“Ele [Deus], portanto, escolheu a raça israelita para ser seu próprio
povo e estabelecer uma aliança com ela. Ele gradualmente instruiu esse
povo... e o fez santo diante de si...
Cristo instituiu essa nova aliança... em seu sangue, ele chamou uma raça
composta por judeus e gentios... [para] ser o novo Povo de Deus.
48
Essa é a única Igreja de Cristo, que no Credo nós professamos ser uma,
santa, católica e apostólica, a qual nosso salvador, após sua ressurreição,
confiou ao cuidado pastoral de Pedro...” (David Hunt, p.64 e 65).
“Desta maneira deu o Senhor a Israel toda a terra que, com juramento,
prometera dar a seus pais; e eles a possuíram e habitaram nela. E o
Senhor lhes deu repouso de todos os lados, conforme tudo quanto jurara
a seus pais; nenhum de todos os seus inimigos pôde ficar de pé diante
deles, mas a todos o Senhor lhes entregou nas mãos. Palavra alguma
falhou de todas as boas coisas que o Senhor prometera à casa de Israel;
tudo se cumpriu.” 56
56
[Js.21.43-45]
50
permaneciam nas mãos dos cananeus, a promessa de que a terra de Canaã seria dada à casa de
Israel para possessão tinha sido cumprida, pois Deus não havia prometido a destruição total e
imediata dos cananeus, mas apenas a sua exterminação gradual (Ex.23.39-30; Dt.7.22). Deus fez
sua parte, Ele havia feito por Israel o que prometera. O Senhor não havia falhado no
cumprimento de Sua promessa, ainda que Israel não tivesse tido fé para conquistar toda a terra.
Devido à falha do povo em tomar posse do que Deus lhes deu, profecias que prometem a posse
da terra por parte do povo de Israel, foram feitas em época posterior a Josué (por exemplo, Amós
9.14-15). Portanto, Josué 21.43 refere-se à extensão de terra delimitada em Números 34, e não à
área total que será ocupada no reino messiânico (Gn.15.18-21). Além disso, embora possuísse a
terra naquela época, Israel foi posteriormente desapossado, enquanto a aliança abraâmica
prometia que Israel possuiria aquela terra para sempre (Gn.17.8).
57
[João 14.2-3] (Grifo Nosso)
58
[I Tessalonissenses 4.16-17]
52
efetuada pelo Messias, pelo Servo do Senhor. Isso nos leva a rejeitar essa equação histórica e a
ênfase, fortemente judaica, que certos grupos querem impor à Igreja do Senhor Jesus Cristo.
“tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra
a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” 59
59
[Fl.6.1]
53
O FUTURO DE ISRAEL
54
“Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa
cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e
para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a
profecia, e para ungir o santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da
ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe,
haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e
tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de
sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o
povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu
fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão
determinadas assolações. E ele fará um pacto firme com muitos por uma
semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e
sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição
determinada, a qual será derramada sobre o assolador” 60
60
[Dn.9.24-27]
55
“Visto que tais fatos deveriam acontecer após as sessenta e nove semanas
haverem decorrido e antes que a septuagésima semana começasse,
deveria haver um período de tempo entre o fim da sexagésima nona
semana e o começo da septuagésima semana. A história prova que as
sessenta e nove semanas e aqueles importantes eventos se cumpriram. A
história mostra, também, que o cumprimento total dos objetivos dessa
profecia ainda não ocorreu em relação a Israel” (Robert J. Brennan,
p118).
61
[I Ts.4.16-17]
56
“Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua,
imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua
aparência era terrível. A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o peito e
os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas de ferro; e os
pés em parte de ferro e em parte de barro. Estavas vendo isto, quando
uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos
pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o
ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a
pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar
nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma
grande montanha, e encheu toda a terra.” 63
“Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, numa visão noturna, e eis que
os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. E quatro grandes
animais, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como
leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as
asas, e foi levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-
lhe dado um coração de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo
animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na
boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te,
devora muita carne. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro,
semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha
também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Depois disto,
eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal,
terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro;
ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez
chifres. Eu considerava os chifres, e eis que entre eles subiu outro chifre,
pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e
eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que
falava grandes coisas”64.
nascimento do Messias, hoje Ele continua preparando o mundo, mas desta vez para Sua segunda
vinda. Antes dessa segunda vinda, porém, como vimos anteriormente, é necessário que haja o
arrebatamento, em que a Igreja será retirada da terra e levada para estar com Cristo. Muitos
confundem esses dois eventos, pensando tratar-se de um só. Mas não é assim. Obviamente a
Bíblia não contém um texto que explique a diferença das duas vindas de Cristo, porém, as
Escrituras ensinam a diferença de um modo peculiar, da mesma forma que cremos na Trindade,
mas sabemos que não há nenhuma passagem Bíblica que afirme clara e simplesmente a Tri-
Unidade de Deus. Apontaremos abaixo algumas diferenças entre o arrebatamento da Igreja e a
Segunda Vinda de Cristo.
1) No arrebatamento
Cristo volta nos ares
sem sinal algum, e o
mundo não o verá (I
Ts.4.13-17). Na
Segunda Vinda Cristo
pisa no monte das
Oliveiras com sinais
para o mundo. Todo
olho O verá
(Zc.14.3,4;
Mt.25.29,30;
Ap.1.7,8).
2) O propósito do
arrebatamento é para
ressuscitar os corpos
dos crentes mortos e
trasladar os crentes
vivos para Sua
presença (I Co.15.50-
56; I Ts.4.13-18). O
propósito da Segunda
59
Cristo (Ap.19.7,8,12;
Zc.14.5).
6) Logo após o
arrebatamento terá
início a tribulação e o
Anticristo será
revelado (II Ts.2 e
Ap.6-19). Logo após a
Segunda Vinda terá
início o Reino
Messiânico e o
Anticristo será
destruído (Mt.25.31-
34; II Ts.2.8)
7) No arrebatamento não
há modificações na
terra, isto é, com a
criação (I Ts.4.13-18).
Na Segunda Vinda há
tais modificações
(Is.35.1,2; Zc.14.4,5).
8) O arrebatamento é
iminente, ou seja, pode
ser a qualquer
momento, até mesmo
agora. A Segunda
Vinda será precedida
por sinais (Mc.13.24-
26; Lc.21.25-28).
65
[Mt.24.4-8]
62
66
[Dn.11.31,36; 12.9-11]
63
objetivos. As religiões do mundo estão cada vez mais preparando a base teórica de uma teologia
mundial. Mesmo assim, apesar de todas as tendências atuais, algo mais é necessário. É
inconcebível que um mundo tão dividido possa ser repentinamente (ou mesmo gradualmente)
unido por um simples homem, não importa quão talentoso, carismático, ou movido por Satanás
ele seja. Com isso a Bíblia concorda. Ela declara que o Anticristo não pode ser revelado, isto é, o
mundo não o aceitará, até que aconteça um evento específico, que é o arrebatamento.
Muito em breve, milhões e milhões dos que vivem nesta terra
serão misteriosamente arrebatados do planeta e levados ao céu. Apenas então o Anticristo poderá
ser revelado. Não é difícil imaginar qual será a reação do mundo.
“porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve
desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. E se aqueles
dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos
escolhidos serão abreviados aqueles dias.” [Mt.24.21,22] “Naquele
tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos
64
68
[Zc.12]
66
“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança
das coisas passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e
regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém
motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. E exultarei em
Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de
choro nem voz de clamor.” 69
“Esta será a praga com que o Senhor ferirá todos os povos que
guerrearam contra Jerusalém: apodrecer-se-á a sua carne, estando eles
de pé, e se lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua se lhes
apodrecerá na boca, Naquele dia também haverá da parte do Senhor um
grande tumulto entre eles; e pegará cada um na mão do seu próximo, e
cada um levantará a mão contra o seu próximo. Também Judá pelejará
contra Jerusalém; e se ajuntarão as riquezas de todas as nações
circunvizinhas, ouro e prata, e vestidos em grande abundância. Como
esta praga, assim será a praga dos cavalos, dos muares, dos camelos e
dos jumentos e de todos os animais que estiverem naqueles arraiais”
[Zc.14.12.15]. “Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela
as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o
lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. No manto, sobre a
sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores. E vi um
anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que
voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus,
para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de
poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de
todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os
reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que
estava montado no cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com
ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os
que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes
dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os
demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava
montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.” 70
70
[Ap.19.15-21]
68
“para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus,
e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor, para glória de Deus Pai” [Fl.2.10-11].
71
[Ef.6.12]
72
[Ap.20.1-3]
73
[Lc.1.32,33]
74
[Zc.14.16,17]
69
75
[Is.11.1-12]
70
CONCLUSÃO
fizemos provou aquilo que já sabíamos: tudo está no controle de Deus. Deus dirigiu a história de
Israel, e até mesmo das nações pagãs, em preparação ao nascimento de Seu Filho. Cada povo,
cada governo, teve sua parcela de contribuição positiva ou negativa para a chegada do Messias.
Jesus veio na plenitude dos tempos, cumprindo em Si as profecias registradas nas Escrituras, mas
os Seus não o reconheceram. Interpretaram mal os profetas e crucificaram o Filho de Deus, que
ressuscitou e prometeu retornar. Os judeus pediram que Jesus fosse crucificado, e que Seu sangue
caísse sobre si e seus filhos. Desde então, esse povo tem sofrido as conseqüências de sua escolha.
Todo tipo de horrores sofreram e foram dizimados morrendo mais de 6 milhões na Europa na
época do holocausto. Todo o sofrimento que lhes sobreveio não lhes abriu a mente para que
reconhecessem a Jesus.
A rejeição de Israel levou muitos teólogos a diferentes
interpretações a respeito do papel de Israel na história e nos planos de Deus. Há aqueles que
crêem que Israel também foi rejeitado por Deus e substituído pela Igreja, devido à sua escolha.
Nossa visão, no entanto, é de que Israel continua sendo o povo escolhido e que as profecias
continuam a se cumprir. A criação do novo Estado de Israel em 1948 e o fato de Israel estar sendo
reunido desde então é prova suficiente de que Deus continua zelando pelo Seu povo e que tem
planos para o mesmo. E nós sabemos que planos são esses, pois estão registrados nas Sagradas
Escrituras. A Palavra de Deus nos afirma que em breve Cristo arrebatará a Sua igreja e que sete
anos depois ele voltará à terra para livrar Israel de seus inimigos e implantar o Seu Reino. Esses
sete anos correspondem à ultima semana de anos da profecia de Daniel, quando haverá a Grande
Tribulação, como nunca houve antes na Terra. Depois disso Jesus governará as nações durante
mil anos sentado no trono de Davi em Jerusalém e haverá paz sobre a terra.
A história de Israel é assim, inseparável da história da
redenção. Falar sobre esse povo, é falar também sobre a vitória de Deus sobre a serpente, o
Diabo. Por isso, e por muito mais, concluímos que Israel é o Relógio de Deus na terra. É o sinal
que nós temos da proximidade do cumprimento de tudo quanto Deus anunciou, de tudo quanto os
autores bíblicos escreveram inspirados pelo Espírito Santo de Deus.
Esperamos que este estudo seja útil aos leitores do mesmo, e
que venha despertá-los para a volta iminente de Jesus para buscar Sua igreja e Seu retorno pra
reinar sobre a terra. Jesus está às portas. Nós somos testemunhas dos sinais do fim. Não é tempo
72
de olharmos para trás, pararmos ou vacilarmos. “Aquele que testifica estas coisas diz:
Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus” (Apocalipse 22.20).
BIBLIOGRAFIA
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Batista Regular, 2004. 268 p.
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73
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