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1.

Educação na Grécia

Sendo a educação um processo importante para a formação do Homem crítico e dotado de saberes
incontestáveis, na Grécia:

Segundo (Luzuriaga, 1984, p.2) o processo da educação é inerente ao desenvolvimento humano e,


pelo visto, parece indispensável a sua ânsia de se aperfeiçoar em sua trajetória existencial e histórica:
“[...] é, parte integrante, essencial, da vida do homem e da sociedade, e existe desde quando há seres
humanos sobre a terra.

Civilização grega antiga foi tida como berço da educação ocidental, porque foram os gregos que
sustentaram várias contribuições notáveis, para todos os seus sistemas educacionais.

Miranda (2009) defende que eles não somente elevaram o saber enciclopédico como também lhe
proporcionaram uma maior valorização.

Com o surgimento da pólis ( antigas cidade gregas) os gregos viram-se obrigados à busca pelo
Homem ideal- Homem da pólis. E perspectivaram a concepção de uma educação que o abrangesse
na sua totalidade. A sociedade civil e urbana tinha desvantagens em relação à aristocracia, por isso a
sociedade civil e urbana viu a necessidade de uma educação capaz de satisfazer os ideais do homem
da pólis.

O processo histórico do desenvolvimento da educação grega deu origem a Paideia que é a síntese de
uma capacidade não só de criar e inventar, mas também, de garantir a assimilação sistemática dos
elementos de diversas culturas com as quais os gregos tiveram contacto. Após a conquista do império
grego, pelos romanos, eles não só ficaram com os bens materiais, mas também, adquiriam
conhecimentos sobre o significado da Paideia grega. Assim sendo, os romanos tiveram a sua
educação influenciada pelos gregos visto que, estes apresentavam valores educativos incontestáveis.

a) Educação pela poesia

Os poemas de Homero ‒ Ilíada e Odisséia ‒ segundo Cambi (1999), são produtos do uso de poesia
oral – já que não contavam com a escrita ‒, que por diversos séculos foi composta, recitada e
transmitida seja por bardos de profissão e por aedos.

educação transmitida em Homero contribuía naformação humana: o homem de ação ‒ personificado


em Aquiles ‒ e o de sabedoria ‒ cuja personificação era o herói Ulisses. Esses ideais deveriam ser
alcançados por quem gozasse do status de “homem llivre”.

b) Pólis: consciência da educação

Todas as atividades citadinas na polis possuiam fins educativos. Se assim o for, mais que possibilitar
esse processo educacional, a polis o resguarda. Fazer isso ‒ desenvolver tal atividade educativa ‒
incluía recorrer a rituais religiosos e festivos, teatro (tragédia e comédia) e jogos agonísticos
(competições ginásticas ou atléticas disputadas pelos jovens gregos), que tinham um propósito-
chave: incentivar a excelência da pessoa e exigir domínio de seu corpo como atividade espiritual.
Tinha como objetivo formar cidadãos que respeitassem os deuses, dedicados à polis, que
demonstrassem bravura e fossem fortes.

Virada na educação de Atenas


Em Atenas a educação era direcionada ao corpo e à força (bélica), não desvalorizando o aspecto
intelectual. Enquanto que a educação espartana visava a prática de bons costumes, a busca do
autodomínio, adversidades, o estilo simples de viver e o incentivo à vida comunitária. Nesse ponto,
a educação espartana distinguia-se da educação de Atenas, no sentido democrático: o ateniense era
formado para participar da vida social e pública da polis enquanto que na a educação espartana não
mudava a condição do mesmo de propriedade do Estado, do qual era defensor.

c) Educação na reflexão filosófica

Os pensadores e filósofos, no início, foram vistos pelos críticos como mercenários do saber porque
cobravam para ensinar e incentivadores do individualismo, mas os sofistas ajudaram a consolidar
uma nova concepção de educação e prática educacional.

d) A pedagogia de Sócrates

Embora confudido por sofista, combateu de forma incansável as ideologias dos sofistas.

Sócrates, ele inovou com o chamado método socrático, que supõe dois momentos ou estágios: o da
ironia, que faz seu interlocutor reconhecer sua ignorância; e o da maiêutica, que ajuda o interlocutor
‒ já ciente de que ignora ‒ a conceber ideias em busca do cconhecimentoe

e) As ideias educacionais de Platão

Para Platão, tudo o que existe no plano terreno são cópias imperfeitas das ideias ou dos modelos
existentes no Hiperurânio: mundo celeste onde tudo é perfeito e eterno. (Supostamente, antes de se
encarnar, a alma conheceu e contemplou esse mundo perfeito via anamnese ‒ recordação ou
reminiscência. No mundo terreno, o conhecimento adquirido se organiza em duas esferas: a doxa ‒
fundada na mera opinião ‒ e a episteme ‒ que origina a ciência. Mediante uma alegoria ‒ a da
caverna ‒, Platão afirma que os homens vivem enclausurados na caverna escura, onde visualizam só
as sombras projetadas da realidade.

f) Aristóteles e a educação pela imitação

Para Aristóteles, o mundo real é o mundo apreensível pelos sentidos (concreto, objetivo,

palpável, mensurável, observável, tateável...); logo, o conhecimento seria aquilo que permite

ao homem, mas não aos demais seres, agir sobre a realidade ‒ manipulá-la ‒ e ficaria mais

amplo, à medida que tal ação predominasse mais, com mais força. Daí uma ideia de uma

incompletude, de um estar-por-fazer, de um processo; em uma palavra.

g) Período Helenístico

Cambi (1999, p. 94) defende que o movimento helenístico chegou “[...] a construir a verdadeira e
própria koiné grega (uma língua comum) e a afirmar um modelo de cultura baseados na humanitas”.
formação ou educação encíclica compreendia uma reformulação da Paiedia no contexto do
helenismo. Daí surgiu a enkyklios Paidéia, ou seja, o homem desse período deveria ser dotado de
conhecimentos mais amplos, pois, tornara-se de cidadão da polis em habitante da Cosmópolis –
homem do mundo, do universo -. A partir daí, tanto o ensino secundário quanto o superior foram
reformulados.

h)Educação romana

Na Roma a educação tinha como base a família. Onde o pai era a autoridade máxima e responsável
por garantir a formação dos filhos. Este processo educacional intrafamiliar ocorria mediante a
transmissão (oral) de valores, costumes e moral; sobretudo, do amor à pátria.

Afirma-se que a educação Romana produziu muito pouco de original visto que grande parte de seus
saberes vieram da Grécia. Onde é possível destacar dois pontos comparativos:

• elementos de culturas diversas: exceto a semelhança na busca e assimilação de valores de outras


tradições culturais, os gregos apropriaram-se dos elementos estrangeiros, por meio de seus cidadãos,
e os processou em seu solo, onde se sujeitaram aos interesses desse povo, de modo tal que
contivessem suas características; os romanos assimilaram, em maior proporção e intensidade, os
elementos de culturas estrangeiras, a ponto de recorrer a ação dos gregos em dimensões-chave como
a educação;

• elementos da cultura grega: o império não se ocupou de conformá-los às suas características; como
se pode verificar o uso corrente da língua gregaparalelamente ao latim, a língua nacional ‒ para não
dizer que em dados momentos a língua-mãe foi preterida em favor da língua estrangeira.

É possível concluir que os gregos foram os grandes percussores da educação e dos sistemas
educativos aplicados na actualidade, a sede de formação do Homem da pólis fez com que os ideais
defendidos pelos gregos fossem de interesse comum.

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