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DIFICULDADES E TRANSTORNOS
DE APRENDIZAGEM
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Sócrates (Platão, 2001, p. 63-65) exemplifica para Mênon como ocorre a
rememoração ao ensinar um escravo (menino). Sócrates argumenta que não há
necessidade de o escravo aprender, pois o conhecimento já está dentro dele:
SÓCRATES. Que te parece, Mênon? Há uma opinião que não seja dele
que este <menino> deu como resposta?
MÊN. Não, mas sim dele.
SÓ. E no entanto, ele não sabia, como dizíamos um pouco antes.
MÊN. Dizes a verdade.
SÓ. Mas estavam nele, essas opiniões; ou não?
MÊN. Sim, estavam.
SÓ. Logo, naquele que não sabe, sobre as coisas que por ventura não
sabia, existem opiniões verdadeiras – sobre estas coisas que não sabe?
MÊN. Parece que sim.
SÓ. E agora, justamente, como um sonho, essas opiniões acabam de
erguer-se nele. E se alguém lhe puser essas mesmas questões
frequentemente e de diversas maneiras, bem sabes que ele acabará por
ter ciência sobre estas coisas não menos exatamente que ninguém.
MÊN. Parece.
SÓ. E ele terá ciência, sem que ninguém lhe tenha ensinado, mas sim
interrogado, recuperando ele mesmo, de si mesmo, a ciência, não é?
MÊN. Sim.
SÓ. Mas, recuperar alguém a ciência, ele mesmo em si mesmo, não é
rememorar?
MÊN. Perfeitamente. (Platão, 2001, pp.63-65)
Por sua vez, Aristóteles (1996) – embora tenha sido aluno da escola de
Platão – inverte a concepção platônica/socrática. Por exemplo, em relação à
virtude, Aristóteles considerava que ela era uma prática, um hábito, fruto de um
processo de ensino. Aristóteles (1996, p. 33) também associava a aprendizagem
ao processo de imitação, argumentando que “Imitar é natural ao homem desde a
infância”.
Rafael Sanzio (1509/1510) pintou na Stanza della Segnatura no Vaticano
um afresco denominado A Escola de Atenas (Figura 1), em que retrata como
personagens centrais Platão e Aristóteles. Platão aponta para o alto (mundo das
ideias), enquanto a mão de Aristóteles faz um movimento para baixo (empirismo),
demarcando a diferença entre as duas concepções de aprendizagem.
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Figura 1 – Detalhe do afresco “A Escola de Atenas”, de Rafael Sanzio elaborado
no período de 1509/1510
1.1 Positivismo
1.3 Fenomenologia
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A fenomenologia busca ultrapassar as características sensíveis, para
colher aquilo que se tem de essencial. Neste sentido, ela deixa de ser apenas uma
questão de método. Ela é também uma doutrina a respeito do conhecimento
humano e, consequentemente uma palavra importante sobre o ser humano.
As influências da Fenomenologia em relação à Psicologia estão na
Psicologia da Forma/Figura e na Psicologia Cognitiva. Já a Pedagogia foi
influenciada na denominada Escola Nova.
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Já o condicionamento operante está relacionado às ações do sujeito sobre
o meio, ou seja, ele busca compreender uma determinada atividade ou
conhecimento e isso possibilita a aprendizagem de novos comportamentos de
modo voluntário.
Na relação ensino-aprendizagem, Skinner (1972) destaca que “aprender
fazendo” não implica em domínio de conhecimento, pois esperar que descobertas
aconteçam sem técnica e sem orientação levaria a práticas sem objetivos. Por
isso, a Psicologia Comportamental defende que a aprendizagem passa pelo
condicionamento operante, em que – a partir de orientações reforçadoras – o
sujeito passa a se dedicar ao domínio de conhecimentos.
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seu desempenho acadêmico não é bom, os familiares decidem que a criança só
poderá brincar novamente com o objeto quando suas notas melhorarem e ela
demonstrar um rendimento acadêmico adequado ao ano que está cursando.
Destacam-se no reforço negativo duas classes de comportamento, são
elas: a fuga e a esquiva. A fuga é uma resposta dada pelo sujeito para fugir de
estímulos aversivos depois que eles já se estabeleceram. A esquiva possibilita ao
sujeito uma resposta de prevenção a um ou mais estímulos aversivos antes deles
surgirem.
O reforço negativo contribui para o processo de aprendizagem, quando
mesmo retirando ganhos, faz com que o sujeito procure se dedicar ao domínio de
conhecimentos. Posteriormente esse reforço pode se tornar positivo, fazendo com
que a dedicação implique na não necessidade de comportamentos de fuga ou
esquiva.
2.3 Modelagem
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TEMA 3 – PSICOLOGIA DA FORMA/FIGURA
3.1 Percepção
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A percepção do todo não é um processo de simples junção das partes que
o compõem um elemento ou fenômeno. A parte é indissociável do todo e
possibilita a compreensão da totalidade a partir de um fragmento,
(re)estabelecendo um equilíbrio cognitivo para o entendimento da forma e do
objeto, na busca de solucionar um problema. Bigge (1977) destaca que:
3.2 Insight
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reconstitui o todo ao seu tempo, entendo o problema e elaborando ações
consistentes para a sua resolução.
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4.2 Teoria do desenvolvimento
Este estágio vai dos 2 aos 6-7 anos, sendo caracterizado pelo surgimento
da inteligência representativa. Piaget (1999) considera que esse processo envolve
o pensamento egocêntrico, em que a criança se volta para si e ignora situações a
sua volta.
A relação entre representação e egocentrismo faz com que a criança
adentre ao mundo dos processos cognitivos, contudo ela valoriza apenas o que
lhe chama à atenção, ficando indiferente a outros conhecimentos.
O egocentrismo é superado quando a criança passa a utilizar a linguagem
simbólica, modificando suas ações e seus processos mentais.
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4.2.3 Estágio operatório-concreto
As operações concretas ocorrem dos 6-7 aos 11-12 anos, tendo como
ênfase a solução lógica dos problemas com base na lógica.
A criança se liberta do comportamento egocêntrico fazendo uso de
conceitos de reversibilidade, o que lhe possibilita elaborar novas ações e ampliar
o seu processo intelectual.
Neste estágio se ampliam as ações coletivas e as brincadeiras, que
implicam no surgimento de novas habilidades, tanto motoras quanto cognitivas.
Este estágio vai dos 11-12 anos e segue ao longo da vida. Tem como
característica principal o domínio das representações lógicas e do raciocínio
hipotético-dedutivo.
O jovem passa a operar de modo reflexivo com o uso de hipóteses,
construindo assim um processo mental de representação sobre representações,
o que destaca a capacidade de operar sem o objeto físico concreto.
Nesse processo, o jovem passa a explicar, abstrair, generalizar e elaborar
teorias com base em hipóteses, o que irá desenvolver sua autonomia intelectual
sobre a realidade.
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O estágio motor e projetivo ocorre no período de 1 a 3 anos, sendo que a
criança apresenta um comportamento de curiosidade e exploração, melhorando
suas habilidades e organizando movimentos de agarrar, manipular e arremessar.
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REFERÊNCIAS
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