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ISSN: 2595-3516 41

Atualidades em relação à imunização


do sarampo: revisão de literatura

Gabriela Camargo PETTAN1


Thalita Nobrega ALVARENGA2
Débora Laís Justo JACOMINI3

Resumo: Esta revisão descreve a imunização do sarampo, bem como os


impactos da não vacinação pelos movimentos conhecidos por “antivacina” para
a saúde mundial. A pesquisa foi realizada por meio de material bibliográfico
obtido mediante pesquisa das palavras-chave “sarampo”, “imunização do
sarampo”, “antivacina” e “vacina contra sarampo”, de bases indexadas como
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e outras, referente a artigos
publicados entre os anos de 1983 e 2020. Dessa forma, o tema, considerado
convergente com os propósitos já explicitados, relaciona-se a atualidades sobre
a imunização do sarampo. A literatura indica a fundamental importância da
vacinação contra o sarampo, além da reincidência de doenças evitáveis, como o
sarampo, hodiernamente, por conta de movimentos que apoiam a não vacinação
de crianças e adultos por inúmeros fatores. Além do mais, o reaparecimento do
sarampo no território brasileiro, que antes fora extinto, implicou a suspensão do
certificado de erradicação do Sarampo no Brasil, concedido pela Organização
Pan-Americana de Saúde. Dessa maneira, a sociedade necessita compreender a
importância da imunização do sarampo para que essa epidemia seja novamente
erradicada no Brasil.

Palavras-chave: Sarampo. Vacina. Imunização. Antivacina.

1
Gabriela Camargo Pettan. Bacharelanda em Medicina pelo Claretiano – Centro Universitário.
E-mail: 8054425@souclaretiano.edu.br.
2
Thalita Nobrega Alvarenga. Bacharelanda em Medicina pelo Claretiano – Centro Universitário.
E-mail: thalitanobregaalvarenga@hotmail.com.
3
Débora Laís Justo Jacomini. Doutora em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Mestra em Medicina Tropical pela Universidade do Estado
do Amazonas (UEA). Bacharela em Farmácia e Bioquímica com ênfase em Análises Clínicas pela
Universidade Nilton Lins (UniNilton). Docente do Claretiano – Centro Universitário. E-mail:
deborajacomini@claretiano.edu.br.

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Updates on measles immunization:


literature review

Gabriela Camargo PETTAN


Thalita Nobrega ALVARENGA
Débora Laís Justo JACOMINI

Abstract: This study aimed to review the literature on immunization against


measles, as well as the impacts of non-vaccination due to movements known as
“anti-vaccine” for global health. A search was performed using bibliographical
material obtained by searching for the keywords “measles”, “measles
immunization”, “anti-vaccine” and “measles vaccine” from databases indexed
in the Scientific Library (SciELO) and others and published between 1983
and 2020. Thus, the topic is considered convergent with the purposes already
explained and relates to the current news on the immunization of the measles.
The literature indicates the fundamental importance of measles vaccination,
as well as the recurrence of preventable diseases, such as measles, due to
movements that support non-vaccination of children and adults by several
factors. In addition, the regression of measles in the Brazilian territory, which
had already been extinguished, led to the suspension of the measles eradication
certificate in Brazil, granted by the Pan American Health Organization. Society
needs to understand the importance of immunization against measles in order for
this epidemic to be eradicated again in Brazil.

Keywords: Measles. Vaccine. Immunization. Anti-vaccine.

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1. INTRODUÇÃO

O sarampo foi descrito pela primeira vez pelo médico árabe


Ibn Razi (860-932). Todavia, foi isolado apenas em 1952, tendo
sua vacina sido desenvolvida em 1963. É uma doença altamente
infectocontagiosa, causada pelo vírus Measles morbillivirus,
o qual foi responsável antigamente pelas principais causas de
morbimortalidade de crianças, principalmente as menores de um ano.
Caracteriza-se por aparecimento de um exantema patognomônico
na mucosa bucal, manchas de Koplik e manifestações catarrais
oculares e das vias respiratórias superiores, bem como erupção
máculo-papulosa típica da pele (BENENSON, 1983; MORLEY,
1982). Sua transmissão ocorre através de gotículas de saliva e
secreções de pessoas infectadas.
No Brasil, a vacina contra o sarampo foi introduzida na
década de 1960 e sua utilização na saúde pública foi resultante de
iniciativas de alguns governos estaduais (BRASIL, 1985, 1992).
Em 1997, ocorreu um aumento exponencial de casos no país
(Figura 1) e o isolamento do vírus tornou-se necessário, com a
intenção de avaliar seus genótipos, por meio da coleta de sangue,
urina e secreção por aspirado da nasofaringe de numerosos casos
suspeitos. A partir da urina e da secreção da nasofaringe, fizeram-
se o primeiro e o segundo isolamento, respectivamente, tendo sido
as amostras coletadas entre dois e três dias após o aparecimento
de exantemas. A análise genômica dessas evidências indicou que
são associados ao Grupo Genômico V, o qual hodiernamente possui
sua veiculação localizada no continente europeu. No ano seguinte,
1997, fora exercida a análise genômica por meio do soro sanguíneo
com isolamento dos vírus, demonstrando que o material ali contido
pertencia ao grupo IV, o qual atuava na Europa Ocidental. Dessa
forma, os resultados obtidos denotam que existiam, no mínimo,
três formas ativas do vírus do sarampo nos anos de 1996 e 1997
(DOMINGUES et al., 1997).

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Figura 1. Distribuição dos casos confirmados por semana


epidemiológica em 1997.

Fonte: Brasil (1997).

Segundo o guia prático de atualização da Sociedade Brasileira


de Pediatria, o sarampo mantém-se como uma doença endêmica
em múltiplos continentes, tendo sido revelados 128.170 casos
suspeitos, com 81.635 casos confirmados de sarampo nos primeiros
cinco meses de 2018 no mundo. Já no Brasil, que está encarando
um surto da doença, contabilizaram-se, de fevereiro a início de
julho de 2018, cerca de três mil casos suspeitos e 527 confirmados
da enfermidade. Em relação aos brasileiros, o público-alvo mais
alastrado é o da faixa etária de seis meses a quatro anos de idade,
ou seja, destaca-se o grupo infantil (SBP, 2018).
Dessa maneira, para impedir que esse surto de sarampo se
expanda, o Ministério da Saúde (MS) está impulsionando ações
de imunização em algumas regiões do Brasil para que ocorram
o controle e a profilaxia da doença, por meio da vacina tríplice
viral.

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Vacinação

A vacina contra o sarampo fora introduzida no Brasil na


década de 1960, sendo sua utilização na saúde pública resultante
de iniciativas de alguns governos estaduais que, de acordo com
suas possibilidades, importavam o imunobiológico do mercado
internacional, embora de forma descontínua. Na Figura 2, pode-se
observar a distribuição geográfica de casos de sarampo confirmados
no Brasil pós-vacinação (DOMINGUES et al., 1997).
Figura 2. Distribuição geográfica de casos de sarampo confirma-
dos no Brasil em 1997.

Fonte: Brasil (1997).

As vacinas são consideradas uma importante ferramenta de


saúde pública para prevenção de doenças infecciosas. No entanto,
nos últimos anos, têm sido levantados questionamentos em relação
à eficácia e à segurança das vacinas, fato que tem desafiado de
maneira significativa a manutenção de altas taxas de vacinação na
população (McCLURE et al., 2017).

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Em 1992, quatro anos antes dos outros países da América


Latina, o Brasil adotou a meta de erradicação do sarampo até os anos
2000. Dessa forma, foram tomadas medidas para a implementação
de estratégias com a finalidade de alcançar tal meta dentro do prazo.
Sendo assim, dentre as estratégias adotadas, tem-se a campanha de
vacinação de forma ininterrupta para crianças na faixa etária de 6
meses a 5 anos de idade e para grupos de maior suscetibilidade.
O intuito desses recursos de vacinação deve-se ao princípio de
imunização em grupo, com a finalidade de erradicação da doença
(BRASIL, 1992).
A adoção de ações preconizadas também auxiliou para que o
Brasil pudesse concluir a sua meta no prazo estipulado, por exemplo:
vacinação em escolas das redes públicas e privadas, imunização
de bloqueio para indivíduos em contato com infectados, em áreas
de risco e de profissionais da área da saúde. O Brasil, portanto,
conquistou a efetivação da meta no ano de 2000, erradicando a
circulação do vírus no país e, ganhando, assim, um certificado pela
eliminação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana
de Saúde (OPAS/OMS) em 2016. Porém, em 2018, com os
movimentos antivacina iniciados nos Estados Unidos da América,
muitos casos reapareceram no país, fazendo com que o Brasil
permaneça temporariamente com o seu certificado de erradicação
suspenso.

Movimento antivacina e a situação atual do Brasil

Iniciado nos Estados Unidos da América (EUA), o movimento


antivacina ganhou forças após uma pesquisa publicada em 1998
pela revista científica The Lancet. O autor, Andrew Wakefield,
articulava que a vacina tríplice viral (caxumba, sarampo e rubéola)
desencadeava autismo. Apesar de o contrário ter sido comprovado
por vários cientistas, ou seja, que não há fundamentação científica
correlacionando o surgimento do autismo e o fato de a criança ter
sido imunizada; desde a publicação da mencionada pesquisa, muitos
ainda acreditam na sua veracidade, e outros realizam estudos para
tentar comprovar a relação com o autismo.

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O fenômeno das redes antivacinação, inalcançáveis pelas


campanhas de esclarecimento e de difícil contenção pelas
intervenções sanitárias, parece ser produto da “sociedade de
risco” em confluência ampliada pelos ciclos de enunciação
autorreferenciada da “sociedade midiatizada” contemporânea.
Os discursos acerca dos perigos da vacinação, enunciados e
reproduzidos pelas mídias de maior influência cultural, não serão
aqui tratados como assertivas de poder ilocucionário próprio,
pontual, mas como fenômenos culturais nascidos e reproduzidos
em tessitura social especialmente afeita às mensagens desse feitio
(VASCONCELLOS-SILVA; CASTIEL; GRIEP, 2015).
O movimento começou a adquirir mais dinamismo e crescer
descontroladamente com o auxílio da internet, que promove essa
causa – denominada campanha da desinformação. Assim, conhecido
como “anti-vax” e, com o intuito de convencer os pais a não vacinar
seus filhos, o movimento atinge as Américas e a Europa de forma
preocupante, afinal, pode retroceder toda a evolução alcançada com
a imunização para o combate a doenças evitáveis. Sendo assim, no
ano de 2018, muitos países europeus e americanos começaram a
ter um número crescente de casos de sarampo, ocasionando-se, por
consequência, a morbimortalidade infantil.
No Brasil, a crescente adesão aos “anti-vax” fez com que o
sarampo, considerado erradicado, voltasse em 2017 com grande
ascendência e atingisse muitas crianças devido à não vacinação.
Por conta disso, no ano de 2019, o Brasil apresentou seu certificado
de erradicação suspenso, possuindo um breve tempo para recuperá-
lo. Assim, faz-se notório que há desafios para garantir a vacinação
dos brasileiros, pois, se fosse completamente aceita por estes, não
ocorreria esse surto de sarampo hodiernamente.
A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, passou a
considerar esse movimento como uma das dez ameaças globais à
saúde, decretando um problema em nível mundial, o qual necessita
ser combatido. O movimento antivacinação é uma corrente popular
que acredita que vacinas não são seguras, afirmando que o correto
é permitir que, naturalmente, organismos se protejam (BRASIL,
2018). No entanto, as questões que levam indivíduos a não se

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vacinar ou pais a não vacinar seus filhos são complexas e incluem


uma vasta gama de crenças e preocupações individuais (McCLURE
et al., 2017).
Diante desse contexto, este estudo vem manifestar as
dimensões do sarampo, sua imunização, fatores que distanciam essa
doença de sua erradicação, bem como seus impactos na sociedade
atual.

2. METODOLOGIA

Realizou-se uma revisão de literatura que conduziu à


compreensão do objeto de estudo e fundamentou a análise dos
dados. Esta pesquisa foi desenvolvida com base em material
bibliográfico obtido a partir de pesquisa das palavras-chave
“sarampo”, “imunização do sarampo” e “vacina contra sarampo”
em bases indexadas como SciELO (Scientific Eletronic Library
Online), de artigos publicados entre os anos de 1983 e 2020. Após
a leitura dos artigos, deu-se início à fase de análise dos mesmos,
buscando-se os seguintes aspectos: ano de publicação, país de
realização do estudo e bases utilizadas.
Dessa forma, o tema considerado convergente com os
propósitos já explicitados relaciona-se a atualidades sobre a
imunização do sarampo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dos artigos analisados referentes aos anos de 1983 a


2020, estes concluem que o sarampo é uma doença de alto nível
infectocontagioso, e que o único meio de prevenção se dá por meio
da vacinação. No Brasil, desde o decreto nº 78.231 de 1976, Art.
27, a vacinação é obrigatória para todos os brasileiros no território
nacional (BRASIL, 1976).
Ainda mais, vale ressaltar que a atual situação epidemiológica
do sarampo no Brasil indica a necessidade premente de medidas de
controle capazes de proteger, em primeiro lugar, o grupo de maior

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risco de complicações e óbitos, ou seja, os menores de 5 anos de


idade (BRASIL, 2017).
Ao não realizar a vacinação, o corpo suscetibiliza-se a
doenças e à transmissão das mesmas. Tratando-se da tuberculose,
por exemplo, o compartilhamento de ambientes com portadores da
doença pode causar a contaminação de várias pessoas sem defesas
no organismo. A propagação de epidemias pode se instalar caso
a população não se imunize corretamente, bem como doenças
podem ser erradicadas com a devida vacinação. Visto isso, a
decisão de não se vacinar é, antes de um direito individual, uma
questão de saúde pública (ANTUNES, 1999). Em confluência à
questão de saúde pública dessa enfermidade, a maior epidemia
registrada da doença foi em 1986, com 129.942 casos. Então,
diante desses dados no ano posterior foi realizada uma campanha
de vacinação em massa contra o sarampo no estado de São Paulo
e no ano seguinte no Paraná. Mesmo com as campanhas de
vacinação, eram registradas no Brasil, epidemias a cada dois anos
(DOMINGUES et al., 1997).
Destarte, o aumento de casos é digno de nota e leva-se à
conclusão de que o movimento antivacina, advindo de conspirações
norte-americanas, é o maior responsável pela disseminação e
adesão do movimento, gerando a não vacinação. Portanto, esse
movimento antivacina é uma séria ameaça crescente à saúde
global.
Em relação aos determinantes da cobertura vacinal, segundo
o Programa Nacional de Imunizações (PNI), estão associados
com a compreensão equivocada dos familiares e cuidadores de
que não é mais necessário o ato da vacinação, uma vez que creem
que essa doença fora erradicada; além da desinformação sobre as
vacinas e a carência de acompanhamento em unidades de saúde da
população a ser vacinada. Na Figura 3, pode-se analisar a cobertura
vacinal da tríplice viral no Brasil, em menores de um ano.

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Figura 3. Cobertura da vacina de sarampo, caxumba e rubéola


(tríplice viral) no Brasil, em menores de um ano.

Fonte: Folha de São Paulo (2019).

Segundo Domingues e colaboradores (1997), dados revelam


que no Brasil, apensar de nunca ter atingido média nacional
satisfatória para a cobertura vacinal de rotina (> 95%), a adoção de
estratégias como campanhas de vacinação para menores de 15 anos
no ano de 1992, assegurou uma redução significativa do sarampo
nos âmbitos de mortalidade e incidência. É possível observar a
eficácia dessa implementação no período de 1992 a 1995, quando
houve apenas 21 casos confirmados da doença e 4000 suspeitos.
Em contrapartida, em 1995, baixa cobertura (< 95%) e falta de
adesão de campanhas para menores de 4 anos contribuíram para
maior disseminação e ocorrência de surtos.
Além disso, dados revelam que há uma grande proporção de
adultos jovens adquirindo a doença, o que pode ser associado à
rápida urbanização e intenso fluxo migratório entre esses jovens
adultos, auxiliando na disseminação do surto.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização da revisão de literatura fundamentada


principalmente em artigos, ficou claro que, em relação ao atual
surto de sarampo no Brasil e mundialmente, o público mais afetado
é o infantil. Assim, faz-se necessário que as autoridades gestoras

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de saúde atuem no tocante a esse aspecto, impulsionando ainda


mais, por meio de programas de imunização, a necessidade da
vacinação contra o sarampo e também estimulando pesquisas de
imunobiológicos, para que profissionais de saúde sejam capacitados
para a resolução rápida dessa enfermidade infectocontagiosa e para
que cidadãos exerçam seus direitos e deveres. Além disso, é papel
da vigilância epidemiológica adotar medidas de controle, realizar
busca ativa de casos suspeitos e informar profissionais de saúde
para que façam a notificação compulsória do sarampo.
Assim, após este projeto, notou-se que as razões para esse
surto são as seguintes: a falta da homogeneidade das coberturas
vacinais em vários locais dentro do Brasil; o turismo; a adesão a
movimentos contra a vacinação que foram iniciados pelos norte-
americanos, tendo brasileiros já aderido a esse grupo; e, para
finalizar, o fato de a eficácia vacinal contra o sarampo não ser 100%
garantida, perpetuando, assim, a transmissão dessa doença.
Vacinas foram criadas para prevenir óbitos, ou seja, proteger a
vida. Assim, permitir que um dos maiores avanços da humanidade se
torne um vilão da sociedade é reprovável (SCHÄFER et al., 2018).
Dessa forma, a única maneira de profilaxia para essa enfermidade é
a imunização com a vacina anti-sarampo.

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Medicina e Saúde, Rio Claro, v. 4, n. 1, p. 41-54, jan./jun. 2021

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