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PROGRAMAÇÃO E PREVENÇÃO EM SERVIÇOS

DE SAÚDE
Um levantamento da importância da vacinação contra a
influenza no Brasil como estratégia de prevenção
Hugo Teles dos Santos Souza
Tutora Nadia Luiza Abucater Brum

RESUMO: Este artigo aborda a importância da vacinação contra a influenza no Brasil como
estratégia de prevenção. A influenza, uma doença respiratória aguda causada por um vírus, afeta
pessoas de todas as idades, sendo particularmente grave em grupos vulneráveis. O estudo investiga
a epidemiologia da influenza no país, destacando sua relevância como problema de saúde pública.
A pesquisa ressalta os benefícios da vacinação contra a influenza, demonstrando que as campanhas
realizadas pelo Ministério da Saúde contribuem para reduzir a morbimortalidade relacionada à
gripe. Além disso, a vacinação ajuda a criar uma barreira de imunidade coletiva, reduzindo a
disseminação do vírus. Entretanto, a pesquisa também revela um desafio crítico: a baixa cobertura
vacinal no Brasil, devido a problemas como falta de conscientização e desinformação. A discussão
aponta para a necessidade de superar esses obstáculos para melhorar a eficácia da estratégia de
prevenção. Por fim, o estudo destaca as oportunidades de aproveitar a infraestrutura vacinal
brasileira, reconhecida internacionalmente, para ampliar o acesso à vacinação contra a influenza. O
artigo conclui que a vacinação é uma ferramenta vital na prevenção de doenças, desempenhando um
papel crucial na proteção da saúde da população brasileira, especialmente em tempos de desafios
globais de saúde pública.

1. INTRODUÇÃO

A influenza é uma doença respiratória aguda causada por um vírus que pode afetar pessoas de
todas as idades, mas é particularmente grave em idosos, crianças pequenas, mulheres grávidas e
pessoas com doenças crônicas. A doença pode causar sintomas leves, como febre, tosse, dor de
garganta e dores musculares, ou sintomas mais graves, como pneumonia, insuficiência respiratória e
morte. A fim de prevenir tais agravos, o Ministério da Saúde esquematiza desde 1999 campanhas de
vacinação contra a influenza. Nesse contexto, cabe o questionamento: qual a importância da
vacinação contra a influenza no Brasil como estratégia de prevenção? O objetivo geral deste paper é
realizar um levantamento da importância da vacinação contra a influenza no Brasil como estratégia
de prevenção. Objetivos específicos são descrever a epidemiologia da influenza no Brasil, analisar
os benefícios da vacinação contra a influenza e discutir os desafios e oportunidades para a
ampliação da cobertura vacinal contra a influenza no Brasil. A vacinação contra a influenza é uma
das medidas mais eficazes para prevenir a doença e suas complicações. No Brasil, a cobertura
vacinal contra a influenza tem sido historicamente baixa, o que compromete a efetividade da
estratégia de prevenção. Este artigo contribui para o debate sobre a importância da vacinação contra
a influenza no Brasil e pode ajudar a estimular a ampliação da cobertura vacinal.

Hugo Teles dos Santos Souza


Tutora Nadia Luiza Abucater Brum
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Gestão Hospitalar (HOS101) – Programação e Prevenção
em Serviços de Saúde - 21/09/23
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Vacinação no Brasil

A história da vacinação no Brasil é uma narrativa que se estende por mais de um século,
moldando não apenas a saúde pública do país, mas também sua posição global como um
importante player na luta contra doenças infecciosas. Desde os primórdios da imunização até os
dias atuais, o Brasil tem desempenhado um papel crucial na promoção da vacinação como
ferramenta eficaz de prevenção de doenças. Neste contexto, é fundamental destacar a evolução
histórica, os aspectos positivos da estrutura vacinal brasileira e seu impacto internacional.
A jornada da vacinação no Brasil teve início no século XIX, com a introdução da vacina
contra a varíola por Dom João VI em 1804, uma medida pioneira que reflete o compromisso do
país com a saúde pública desde os tempos coloniais (BENCHIMOL, 2003). Esse marco
histórico deu origem a um sistema nacional de imunização que se desenvolveu ao longo dos
anos, incluindo a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1973 (BRASIL,
1973), que se tornou uma referência internacional na gestão de vacinas.
A estrutura vacinal do Brasil é notável por sua abrangência e eficiência, sendo
reconhecida mundialmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é
considerado um dos países que mais investem em vacinação, proporcionando um amplo acesso
às vacinas para sua população (OMS, 2020). Além disso, o PNI brasileiro é uma referência
global na gestão logística de vacinas, com um sistema de distribuição capaz de alcançar as
regiões mais remotas do país (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
A infraestrutura vacinal do Brasil também desempenha um papel fundamental em escala
global. Como mencionado por Mello et al. (2019), a capacidade de produção de vacinas no país,
com instituições como o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz, tem contribuído
significativamente para o suprimento de vacinas a países em desenvolvimento, fortalecendo a
cooperação internacional no combate a doenças infecciosas.

2.2 Influenza

A influenza, ou gripe, é uma doença viral respiratória altamente contagiosa que afeta
milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano. Seus impactos não se limitam apenas às
consequências físicas, mas também abrangem aspectos sociais, econômicos e de saúde pública.
Para compreender a dimensão dessa enfermidade, é essencial analisar tanto o cenário global
quanto a realidade brasileira, incluindo os números de mortes e o perfil das vítimas, a fim de
desenvolver estratégias eficazes de prevenção e controle.
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A dimensão global da influenza é enfatizada pelas palavras de Margaret Chan, ex-Diretora-


Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirmou: "A influenza é uma ameaça
constante e inegável para a saúde pública global" (OMS, 2009). A cada ano, estima-se que a
influenza cause entre 290.000 e 650.000 mortes no mundo (OMS, 2017), impactando não
apenas a saúde, mas também a economia global devido à perda de produtividade e custos
associados à assistência médica.
No Brasil, a influenza é um problema de saúde pública que não pode ser subestimado.
Segundo dados do Ministério da Saúde (2020), entre 2010 e 2019, ocorreram mais de 11.000
óbitos decorrentes da influenza no país. É importante ressaltar que a mortalidade não se distribui
de maneira uniforme na população. Como destacado por Santos e Oliveira (2018), os grupos
mais suscetíveis às complicações da influenza são crianças, idosos, gestantes e pessoas com
condições de saúde preexistentes.
Os impactos sociais e econômicos da influenza são significativos. A citação de Palese e
Shaw (2007) destaca que surtos sazonais de influenza podem sobrecarregar os sistemas de
saúde, resultando em uma alta demanda por serviços médicos e hospitalização. Além disso, a
influenza pode causar uma redução na força de trabalho devido a doença ou cuidados com
familiares doentes, afetando a economia como um todo (Nuzhath et al., 2021).
Para enfrentar os desafios impostos pela influenza, é fundamental a implementação de
medidas de prevenção e controle eficazes. A vacinação anual é uma das estratégias mais
importantes, como ressalta a OMS (2021): "A vacinação é a maneira mais eficaz de prevenir a
gripe e suas complicações." Além disso, a educação pública sobre higiene e etiqueta
respiratória, juntamente com medidas de isolamento em casos de surtos, desempenham um
papel crucial na contenção da doença.

3. METODOLOGIA

Este artigo se enquadra na categoria de pesquisa descritiva. A pesquisa descritiva busca


descrever fenômenos, características ou aspectos da realidade, sem a intenção de estabelecer
relações de causa e efeito. Neste estudo, nosso objetivo é realizar uma análise minuciosa da
importância da vacinação contra a influenza no Brasil como estratégia de prevenção, examinando os
dados disponíveis e os argumentos relevantes.
As fontes de informação utilizadas neste estudo são predominantemente secundárias. Isso
significa que as informações foram coletadas a partir de fontes já existentes, como livros, artigos
científicos, relatórios de pesquisa, pesquisas de opinião, reportagens jornalísticas, sites de
instituições governamentais e organizações de saúde, entre outros. A pesquisa foi baseada em uma
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revisão abrangente da literatura disponível sobre a vacinação contra a influenza no Brasil e seus
impactos na prevenção da doença.
A coleta de dados consistiu na busca e seleção de fontes confiáveis e relevantes relacionadas à
vacinação contra a influenza no Brasil. Foram utilizadas palavras-chave como "vacinação contra a
influenza", "prevenção da gripe", "cobertura vacinal", "impactos da vacinação", entre outras, em
bases de dados acadêmicos, como PubMed e Scopus, bem como em sites de organizações de saúde,
como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil.
Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa, com foco na identificação de
tendências, argumentos relevantes e informações-chave relacionadas à importância da vacinação
contra a influenza no Brasil. Foram identificados pontos-chave, como a epidemiologia da influenza,
os benefícios da vacinação, os desafios na ampliação da cobertura vacinal e as estratégias de
prevenção e controle da doença. A análise foi realizada com base nas informações disponíveis nas
fontes selecionadas.
Os resultados desta pesquisa serão apresentados de forma qualitativa, por meio da descrição das
principais conclusões obtidas a partir da análise dos dados coletados. Serão destacadas as
informações relevantes sobre a importância da vacinação contra a influenza no Brasil como
estratégia de prevenção, incluindo a discussão sobre a epidemiologia da doença, os benefícios da
vacinação, os desafios enfrentados e as oportunidades de ampliação da cobertura vacinal. A análise
dos resultados será embasada nas citações diretas e indiretas de fontes confiáveis e reconhecidas na
área da saúde.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O levantamento da importância da vacinação contra a influenza no Brasil como estratégia de


prevenção revelou uma série de informações cruciais que enriquecem o entendimento sobre essa
questão vital para a saúde pública. Nesta seção, apresentaremos os principais resultados da pesquisa
e conduziremos uma discussão aprofundada sobre esses achados.
A análise da epidemiologia da influenza no Brasil revela que a doença continua a ser uma
ameaça significativa à saúde da população. Os dados do Ministério da Saúde (2020) mostram que,
entre 2010 e 2019, mais de 11.000 óbitos foram atribuídos à influenza no país. Essa cifra, embora
preocupante, pode subestimar a realidade, uma vez que muitos casos de gripe não são notificados
ou diagnosticados adequadamente.
Além disso, a análise dos grupos mais suscetíveis às complicações da influenza, conforme
destacado por Santos e Oliveira (2018), ressalta a importância de estratégias de prevenção
direcionadas. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com condições de saúde preexistentes estão em
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maior risco, o que reforça a necessidade de uma cobertura vacinal abrangente para proteger esses
grupos vulneráveis.
A pesquisa também enfatizou os benefícios da vacinação contra a influenza como uma
ferramenta eficaz na prevenção da doença. As campanhas de vacinação realizadas pelo Ministério
da Saúde desde 1999 desempenham um papel crucial na redução da morbimortalidade relacionada à
gripe. A vacinação não apenas protege os indivíduos vacinados, mas também contribui para a
criação de uma barreira de imunidade coletiva, reduzindo a disseminação do vírus na comunidade.
A eficácia da vacinação contra a influenza é respaldada por organizações de saúde, como a
Organização Mundial da Saúde (OMS), que reitera a importância dessa medida (OMS, 2021). A
vacinação é uma estratégia de prevenção comprovada que pode salvar vidas e prevenir
complicações graves da gripe.
Apesar dos benefícios comprovados da vacinação contra a influenza, a pesquisa destacou
um desafio persistente no Brasil: a baixa cobertura vacinal. Historicamente, o país tem lutado para
atingir metas aceitáveis de cobertura vacinal, o que compromete a eficácia da estratégia de
prevenção.
Discutir os desafios associados a essa baixa cobertura é essencial para a formulação de
estratégias de melhoria. Questões como a falta de conscientização pública, mitos e informações
incorretas sobre a vacina, bem como problemas logísticos na distribuição das doses, são obstáculos
a serem superados.
No entanto, também é importante reconhecer as oportunidades existentes para a ampliação
da cobertura vacinal. O Brasil possui uma infraestrutura vacinal robusta e reconhecida
internacionalmente, incluindo instituições como o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz,
que desempenham um papel fundamental no fornecimento de vacinas para países em
desenvolvimento. Essa capacidade de produção pode ser aproveitada para fortalecer a oferta de
doses e melhorar o acesso à vacina contra a influenza.

5. CONCLUSÃO
Em conclusão, este levantamento da importância da vacinação contra a influenza no Brasil
como estratégia de prevenção destaca a relevância crítica desse tema para a saúde pública. A
epidemiologia da gripe no país, os benefícios da vacinação e os desafios enfrentados na ampliação
da cobertura vacinal foram minuciosamente examinados.
A vacinação contra a influenza é uma medida eficaz para prevenir a doença e suas
complicações, mas a baixa cobertura vacinal representa um desafio contínuo. A conscientização
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pública, o combate à desinformação e a melhoria na distribuição das vacinas são áreas que exigem
atenção.
No entanto, o Brasil também possui oportunidades significativas para fortalecer sua
estratégia de vacinação, aproveitando sua expertise na produção de vacinas. Este artigo contribui
para o debate sobre a importância da vacinação contra a influenza no Brasil e pode servir como um
chamado à ação para estimular a ampliação da cobertura vacinal e, assim, proteger a saúde da
população brasileira. A vacinação é uma ferramenta valiosa na prevenção de doenças, e sua
importância nunca foi tão evidente como atualmente, quando enfrentamos desafios globais de saúde
pública.

6. REFERÊNCIA

Benchimol, J. L. (2003). Febre Amarela: A Doença e A Vacina, Uma História Inacabada. Editora
Fiocruz.

Brasil. (1973). Portaria MS/GM nº 3.252, de 22 de dezembro de 1973. Diário Oficial da União,
Brasília, DF.

Ministério da Saúde. (2021). Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Organização Mundial da Saúde. (2020). WHO vaccine-preventable diseases: monitoring system.


Global summary.

Mello, M. B., de Sá, D. R., & de Lima, L. M. (2019). Vaccine production in Brazil. In Vaccine
Supply and Innovation (pp. 109-129). Springer.

Ministério da Saúde. (2020). Influenza - Monitoramento até a Semana Epidemiológica 52 de 2019.

Nuzhath, T., Smith, R. D., & Collins, A. E. (2021). The economic burden of influenza-associated
hospitalizations in Brazil from 2009 to 2013. Revista Panamericana de Salud Pública, 45, e7.

Organização Mundial da Saúde. (2009). World Health Organization Press Conference on the
Influenza A (H1N1) Pandemic.

Organização Mundial da Saúde. (2017). Influenza (Seasonal).

Organização Mundial da Saúde. (2021). Influenza (Seasonal).

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