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2019
Introdução
Sumário
Sarampo é uma doença viral aguda similar a uma infecção do trato
1 Vigilância epidemiológica
respiratório superior. É uma doença grave, principalmente em crianças
do sarampo no Brasil 2019:
menores de cinco anos, desnutridos e imunodeprimidos. A transmissão
Semanas Epidemiológicas
do vírus ocorre a partir de gotículas de pessoas doentes ao espirrar,
28 a 39 de 2019
tossir, falar ou respirar próximo de pessoas sem imunidade contra o
14 Monitoramento de casos de vírus sarampo.
febre do Mayaro e febre do
Oropouche até a Semana Para saber mais sobre a doença e acompanhar a atualização da situação
Epidemiológica 35, 2019: do sarampo, acesse: www.saude.gov.br/sarampo
Experiência do Instituto
Evandro Chagas (IEC/SVS/MS)
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
SRTVN Quadra 701, Via W5 – Lote D,
Edifício PO700, 7º andar
CEP: 70.719-040 – Brasília/DF
E-mail: svs@saude.gov.br
Site: www.saude.gov.br/svs
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
Apresentação
Apresentamos a nova edição do Boletim Epidemiológico Esta edição apresenta quatro temas: sarampo; febre
da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério Mayaro e Oropouche – capítulo elaborado pelo
da Saúde (SVS/MS). Inauguramos uma nova fase da Instituto Evandro Chagas (IEC), ligado à SVS/MS;
divulgação dos temas afeitos ao nosso trabalho. Agora, acidentes escorpiônicos no Brasil; dados atualizados
uma vez por semana traremos os dados atualizados de arboviroses que têm como vetor o Aedes aegypti
de um ou mais agravos ou doenças em uma única (dengue, chikungunya e zika); além de nota informativa
edição, com o objetivo de traçar um panorama claro sobre preservativos femininos e um texto sobre os
da vigilância no Brasil que possa ser útil para os 46 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
profissionais de saúde, gestores e para a população.
Por essa razão, esse boletim passa a ser o principal Convidamos à leitura e análise dessas páginas com a
canal de comunicação com o nosso público. Esperamos expectativa de que o novo Boletim Epidemiológico da
com isso concentrar informações estratégicas para o SVS venha ao encontro das necessidades informativas
campo da saúde em uma única fonte oficial. do nosso público.
5000
4500
4000
3500
Número de casos
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
Semana epidemiológica de início do exantema
Confirmado por laboratório (5.652) Confirmado por clínico epidemiológico (988) Em investigação (22.881) Descartado (9.352)
Fonte: Secretarias de Saúde das Unidades da Federação. aDados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
FIGURA 1 Distribuição dos casos de sarampoa por Semana Epidemiológica do início do exantema e classificação final, 2019, Brasil
Situação epidemiológica das semanas nesse período representam 81% do total de casos
epidemiológicas 28 a 39 de 2019 confirmados no ano de 2019. A positividade de casos
confirmados, entre os casos suspeitos, foi de 25%.
No período de 07/07/2019 a 28/09/2019 (SE 28-39), foram Com base nesse percentual, a projeção de positividade
notificados 35.522 casos suspeitos, destes, 5.404 (15,2%) entre os casos em investigação demonstra tendência
foram confirmados, 22.564 (63,5%) estão em investigação de estabilidade com leve queda a partir da semana
e 7.554 (21,3%) foram descartados. Os casos confirmados epidemiológica 32 (Figura 2).
5000
4500
4000
3500
Número de casos
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39
Semana epidemiológica de início do exantema
Fonte: Secretarias de Saúde das Unidades da Federação. aDados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
FIGURA 2 Distribuição dos casos de sarampoa por Semana Epidemiológica do início do exantema e classificação final, Semanas
Epidemiológicas 28 a 39 de 2019, Brasil
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
No período de 07/07 a 28/09 (SE 28 a 39) um total de Foram confirmados seis óbitos por sarampo no Brasil,
5.404 casos foram confirmados em 19 Unidades da sendo cinco no estado de São Paulo e um no estado
Federação com transmissão ativa (incremento de 20% de Pernambuco. Quatro óbitos ocorreram em menores
de casos confirmados, em relação ao período da SE a de 1 ano de idade e dois em adultos com 31 e 42 anos.
27-38). Destes, 97% (5.228) estão concentrados em 173 Dois casos eram do sexo feminino, cinco não eram
municípios do Estado de São Paulo, principalmente vacinados contra o sarampo e um com situação
na região metropolitana. Apenas 3% (176) dos casos vacinal desconhecida. Para saber mais sobre a doença
foram registrados nas demais 18 Unidades da e suas complicações, acesse:
Federação (Tabela 1). https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/
agosto/28/BE-2019-24-Sarampo-28ago19-prelo.pdf
TABELA 1 Distribuição dos casos confirmados de sarampoa, coeficiente de incidência e semanas transcorridas do último
caso confirmado, segundo Unidade da Federação de residência, Semanas Epidemiológicas 28 a 39 de 2019, Brasil
Dos locais com a ocorrência de casos, o coeficiente coeficiente de 21/100.000 perfazendo as faixas etárias
de incidência é de 7,7/100.000, no entanto as crianças mais suscetíveis a complicações e óbitos por sarampo.
menores de um ano apresentam o coeficiente de Apesar da faixa etária de 20 a 29 anos apresentar o
incidência 12 vezes superior ao registrado na população maior número de casos confirmados registrados, o
geral, seguido pelas crianças de 1 a 4 anos com o coeficiente de incidência foi de 13,2/100.000 (Tabela 2).
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TABELA 2 Distribuição dos casos confirmados de sarampo e coeficiente de incidência dos estados com surto de sarampo, segundo faixa
etária e sexo, Semanas Epidemiológicas 28 a 39 de 2019a, Brasil
Coeficiente de
Distribuição por sexo
População Número de Incidência
Faixa etária %
(em milhões) casos (casos/população*
100.000 hab) M F
5
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
As ações de manejo clínico e epidemiológico devem ser Para saber mais informações sobre cobertura vacinal
realizadas de forma integrada entre a Atenção à Saúde e dos Estados com casos confirmados de sarampo, acesse:
a Vigilância Epidemiológica, oportunamente. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/
agosto/28/BE-2019-24-Sarampo-28ago19-prelo.pdf
*Estratégia sugestiva.
A estratégia de campanha para o sarampo foi › Segunda etapa – O foco da vacinação será a
planejada para ocorrer em fases distintas, sendo duas priorização da faixa etária de 20 a 29 anos, com
em 2019 e as demais em 2020, visando a interrupção da vacinação seletiva. No entanto, essa faixa etária
circulação do vírus sarampo no Brasil e a manutenção demanda maior tempo de registro da vacinação
de altas coberturas vacinais. Essa estratégia visa nos postos e maior esforço da equipe, por isso a
em especial: justificativa de estratégias separadas em dois dias "D".
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anafilática a doses anteriores de vacina contendo Para a operacionalização das ações de vacinação, segue
o componente sarampo devem ser vacinadas em o quadro-resumo abaixo com informações das vacinas
ambiente adequado para tratar manifestações alérgicas tríplice viral distribuídas pelo Ministério da Saúde,
graves (atendimento de urgência e emergência). conforme laboratório produtor:
Fiocruz/Bio- A partir dos 6 meses Frasco-ampola Pode ser utilizada no máximo até Nenhum
Manguinhos de idade, em situação multidose + 8 (oito) horas desde que mantidas
de emergência diluente as condições assépticas, em
epidemiológica temperatura entre +2°C e +8°C e ao
abrigo da luz
MerckSharpDone A partir dos 6 meses Frasco-ampola Acondicionada temperatura entre Pessoas portadoras de
(MSD) de idade, em situação unidose + +2°C e +8°C e ao abrigo da luz. Deve trombocitopenia somente devem
de emergência diluente ser utilizada imediatamente após a receber essa vacina após avaliação
epidemiológica reconstituição. clínica e autorização/prescrição
médica.
Serum Institute of A partir dos 9 meses Frasco-ampola Acondicionada temperatura entre Não administrar em pessoas
India Ltda. de idade, em situação unidose + +2°C e +8°C e ao abrigo da luz. Deve portadoras de alergia à proteína
de emergência diluente ser utilizada imediatamente após a do leite de vaca.
epidemiológica reconstituição.
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2000
R ealizado
1800
E m anális e
Aguar dando Tr iagem
1600
1400
Nº de E xames
1200
1000
800
930
600
400
277
200
68 171
12 80 89
0
AC AL AM AP B A CE DF ES GO M A M G M S M T NA PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE TO
Fonte: Gerenciador de Ambiente Laboratorial/ Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Dados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
FIGURA 3 Distribuição dos exames laboratoriais para Sarampo, por UF de residência (exceto SP), SE 28 a 39 de 2019, Brasil
E m anális e 12.410
R ealizado 23.890
0K 1K 2K 3K 4K 5K 6K 7K 8K 9K 10K 11K 12K 13K 14K 15K 16K 17K 18K 19K 20K 21K 22K 23K 24K 25K 26K
Fonte: Gerenciador de Ambiente Laboratorial/ Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Dados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
FIGURA 4 Distribuição dos exames laboratoriais para Sarampo no estado de São Paulo, SE 28 a 39 de 2019, Brasil
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
A figura 5 apresenta a distribuição dos resultados de No período de 07/07 a 28/09 (SE 28-39), foram
IgM, entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 28 a 39, identificados 540 municípios que tiveram exame IgM
por idade e sexo. Observou-se que a proporção de Reagente para sarampo, sendo 31,7% (171) na última
casos por sexo tem valores aproximados. semana. Do total de exames solicitados, 58,6% (29.181)
A maior concentração de resultados de IgM está nas foram liberados, e destes, 24,8% (7.237) foram positivos
faixas etárias de 20 a 29 anos seguido pelos menores para sarampo (Tabelas 3 e 4).
de um ano, com 2.012 e 1.715 respectivamente.
2000
S exo
F
1800
M
1600
1400
Nº de E xames
1200
1000
800
600
400
200
0
< 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos > ou = 50 anos
Fonte: Gerenciador de Ambiente Laboratorial/ Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Dados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
FIGURA 5 Distribuição dos pacientes com IgM positivo para Sarampo segundo faixa etária e sexo, SE 28 a 39 de 2019, Brasil
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TABELA 3 Distribuição dos exames laboratoriais, aguardando resultado, exames sorológicos de IgM para sarampo, tempo de liberação
dos exames, oportunidade e positividade do diagnóstico por Unidade Federada de residência, SE 28 a 39 de 2019a, Brasil
Fonte: Gerenciamento de Ambiente Laboratorial, SVS/MS. Dados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
a
Total de exames IgM solicitados no período: soma os exames em triagem, em análise e liberados, excluindo os exames descartados e cancelados.
b
Total de exames IgM em triagem: exames cadastrados pelos serviços municipais e que estão em trânsito do município para o Lacen ou que estão em triagem no setor de
recebimento de amostras do Lacen; esse número pode variar considerando que exames em triagem podem ser cancelados.
c
Total de exames IgM em análise: exames que estão em análise na bancada do Lacen.
d
Total de exames IgM liberados: total de resultados liberados no período.
e
Total de exames IgM positivos: total de exames com resultados reagentes no período.
f
Porcentagem de exames oportunos < 4 dias: porcentagem de exames processados e liberados em até 4 dias após o recebimento da amostra no Lacen.
g
Mediana de liberação do resultado: Mediana, em dias, de liberação dos resultados a partir do recebimento da amostra no laboratório.
h
Positividade das amostras: porcentagem de resultados positivos do total de exames liberados.
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TABELA 4 Distribuição dos exames laboratoriais, aguardando resultado, exames sorológicos de IgM para sarampo, tempo de liberação
dos exames, oportunidade e positividade do diagnóstico por Unidade Federada de residência, SE 39 de 2019a, Brasil
Fonte: Gerenciamento de Ambiente Laboratorial, SVS/MS. Dados atualizados em 02/10/2019 e sujeitos a alterações.
a
Total de exames IgM solicitados no período: não soma os exames em triagem, em análise e liberados no período, pois os exames solicitados são selecionados com base na data
de solicitação e os exames liberados têm como base a data de liberação; e não foram contabilizados exames descartados e cancelados.
b
Total de exames IgM em triagem: exames cadastrados pelos serviços municipais e que estão em trânsito do município para o Lacen ou que estão em triagem no setor de
recebimento de amostras do Lacen; esse número pode variar considerando que exames em triagem podem ser cancelados.
c
Total de exames IgM em análise: exames que estão em análise na bancada do Lacen.
d
Total de exames IgM liberados: total de resultados liberados no período.
e
Total de exames IgM positivos: total de exames com resultados reagentes no período.
f
Porcentagem de exames oportunos < 4 dias: porcentagem de exames processados e liberados em até 4 dias após o recebimento da amostra no Lacen.
g
Mediana de liberação do resultado: Mediana, em dias, de liberação dos resultados a partir do recebimento da amostra no laboratório.
h
Positividade das amostras: porcentagem de resultados positivos do total de exames liberados.
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Primeiros 3 a 10 casos suspeitos de uma nova Para informações sobre os temas: complicações do
localidade ou município; sarampo, ocorrência de casos em pessoas previamente
Primeiros 3 a 10 casos suspeitos que se encontram vacinadas, uso de sorologia para verificação de
diretamente relacionados com o caso índice; soroconversão à vacina, acesse:
Primeiros 3 a 10 casos suspeitos a cada 2 meses do https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/
mesmo município que ainda apresente surto. agosto/28/BE-2019-24-Sarampo-28ago19-prelo.pdf
Devem ser encerrados por critério clínico Para informações sobre os temas: contraindicação para vacinas
epidemiológico os casos suspeitos em que não for contendo o componente sarampo e vacinação inadvertida
possível realizar a coleta de exames laboratoriais. Os e orientações quanto ao uso de vitamina A (palmitato de
Estados que tenham um grande número de casos em retinol) na redução da morbimortalidade e prevenção das
investigação e que exceda a sua capacidade laboratorial complicações de sarampo em crianças, acesse:
deverão encerrar os casos suspeitos por critério clínico https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/
epidemiológico. setembro/06/BE-sarampo-20-.pdf
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Referências
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and Biologicals. Acesso em: 11/09/2019. Disponível Latino-Americano de Perinatologia, Saúde da Mulher
em: https://www.who.int/immunization/monitoring_ e Reprodutiva. Prevenção de infecções relacionadas
surveillance/burden/vpd/surveillance_type/active/ à assistência à saúde em neonatologia. Montevidéu:
measles_monthlydata/en/. CLAP/SMR-OPS/OMS, 2016. (CLAP/SMR. Publicação
2. Centers for Disease Control and Prevention. Measles Científica, 1613-03).
cases and outbreaks. Acesso em 11/09/2019. 6. EBSERH, 2015. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO
Disponível em: https://www.cdc.gov/measles/cases- PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR.
outbreaks.html. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/
3. CDC (USA), 2019. Interim Infection Prevention and documents/220250/1649711/POP+MEDIDAS+DE+PRE
Control Recommendations for Measles in Healthcare CAU%C3%87%C3%83O+EBSERH.pdf/9021ef76-8e14-
Settings. Disponível em: https://www.cdc.gov/ 4c26-819c-b64f634b8b69.
infectioncontrol/guidelines/measles/index.html. 7. EBSERH, 2017. PROTOCOLO UNIDADEDE VIGILÂNCIA
4. CDC (USA), 2019. 2007 Guideline for Isolation EM SAÚDE E QUALIDADE HOSPITALAR/09/2017.
Precautions: Preventing Transmission of Infectious Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/
Agents in Healthcare Settings. Disponível em: documents/147715/0/Precau%2B%C2%BA%2B%C3%8
https://www.cdc.gov/infectioncontrol/guidelines/ 1es+e+isolamento+8.pdf/d40238e5-0200-4f71-8ae3-
isolation/index.html. 9641f2dc7c82.
*Guilherme Almeida Elidio, Luciana Oliveira Barbosa de Santana, Marli Rocha de Abreu, Regina Célia Mendes dos Santos Silva, Rita de Cássia
Ferreira Lins, Victor Bertollo Gomes Porto, Barbara Bresani Salvi, Marcus Vinicius Quito, Wanderley Mendes Júnior, Gabriela Andrade Pereira,
Regiane Tigulini de Souza Jordão, Rejane Valente Lima Dantas, Luciana Nogueira de Almeida Guimarães, Aroldo Carneiro de Lima Filho, Olavo de
Moura Fontoura. Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações/CGPNI/DEIDT/SVS: Francieli Fontana Sutile Tardetti Fantinato.
Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública/CGLAB/DAEVS/SVS: André Luiz de Abreu, Leonardo Hermes Dutra, Ronaldo de Jesus.
Coordenação-Geral de Emergências em Saúde Pública/CGEMSP/DSASTE/SVS: Emily Maviana da Trindade Santos, Marília Lavocat Nunes, Rodrigo
Lins Frutuoso. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis/DEIDT/SVS: Thiago Augusto Knop Motta. Secretaria de Atenção Primária
à Saúde/SAPS/MS: Erno Harzheim. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde/SAES/MS: Mariana Bertol Leal.
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A circulação do Vírus Mayaro (MAYV) no Brasil ocorreu detectados cinco casos de infecção pelo MAYV, todos do
em 1955 em residentes de uma comunidade rural às sexo masculino e procedentes de municípios do estado
margens do Rio Guamá, em Belém do Pará (Causey, do Pará, conforme descrito na Tabela 1. Dois casos
Maroja & Azevedo, 1958), um ano depois da identificação ocorreram em crianças, uma delas foi hospitalizada.
em Trinidad e Tobago em 1954 (Anderson et al, 1957). Dois pacientes adultos evoluíram com persistência dos
Desde então, o IEC/SVS/MS realiza a vigilância desse sintomas (fase crônica) e estão em seguimento clínico.
arbovírus (Togaviridae, Alphavírus), que pertence ao Ressalta-se que todos os casos detectados foram em
grupo Semliki Forest, assim como o Vírus chikungunya decorrência do algoritmo existente para o diagnóstico
(CHIKV), causador de quadro febril exantemático diferencial das infecções por CHIKV e MAYV no IEC/
com importante comprometimento articular. Após a SVS/MS e aplicado aos casos suspeitos, uma vez que
introdução do CHIK no país, a vigilância para o MAY foi o quadro clínico de ambas as infecções é idêntico,
intensificada, principalmente devido a necessidade não permitindo o diagnóstico diferencial por critério
do diagnóstico diferencial para esses dois alphavírus. exclusivamente clínico.
Até a Semana Epidemiológica (SE) 35 de 2019 foram
TABELA 1 Casos confirmados de febre do Mayaro até a Semana Epidemiológica 35, por idade e municípios do estado do Pará, Brasil, 2019
Da mesma forma, casos de infecção por Oropouche foram detectados 26 casos de infecção pelo OROV em
orthobunyavírus (OROV) (Peribunyaviridae, quatro estados da região Norte, conforme descrito na
Orthobunyavírus) também são monitorados Tabela 2. Ressalta-se que um dos casos teve infecção
laboratorialmente no IEC/SVS/MS, utilizando ferramenta sequencial também pelo MAYV. Não há informações de
sorológica, por meio da aplicação de teste de Inibição fatalidade das infecções detectadas por MAYV e OROV
de Hemaglutinação. Desta feita, até a SE 35 de 2019 até a SE 35.
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TABELA 2 Casos confirmados de febre do Oropouche até a Semana Epidemiológica 35, por unidade federativa (UF) e municípios da região
Norte, Brasil, 2019
13 PA Belém 1
Ananindeua 1
14 PA
Belém 2
15 PA Belém 1
17 PA Castanhal 1
RO Porto Velho 1
19
PA Belém 1
RO Ouro Preto do Oeste 1
20 Ananindeua 1
PA
Curralinho 1
Abaetetuba 1
22 PA Ananindeua 1
Benevides 1
Ananindeua 1
Belém 1
23 PA
Benevides 1
Bragança 1
28 PA Benevides 1
Abaetetuba 1
PA
31 Belém 3
AM Manaus 1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Casos MAY: casos confirmados de infecção pelo Vírus Mayaro; Casos ORO: casos confirmados de infecção pelo Oropouche orthobunyavírus.
FIGURA 1 Casos confirmados de febre do Mayaro e febre do Oropouche pelo IEC/SVS/MS por Semana Epidemiológica, Brasil, 2019
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Os casos de infecção detectados pelo MAYV reforçam de outras arboviroses, como a febre do Oropouche
a necessidade de implantação de metodologia e febre do Mayaro, algoritmo já aplicado para aos
laboratorial ao diagnóstico diferencial e vigilância casos suspeito aplicáveis à metodologia sorológica
laboratorial para casos suspeitos de febre chikungunya e de isolamento viral pelo IEC/SVS/MS (Figura 2),
e/ou febre do Mayaro. Ainda, sugere-se a implantação que tem detectado casos que passam despercebidos
da vigilância de casos suspeitos não diagnosticados clinicamente e que demonstram a circulação endêmica
como dengue, Zika e chikungunya para investigação silenciosa desses arbovírus.
VIROLÓGICO SOROLÓGICO
DEN: Vírus dengue; ZIKV: Vírus Zika; CHIKV: Vírus chikungunya; RT-qPCR: reação em cadeia da polimerase, precedida de transcrição reversa, em tempo real; ELISA:
ensaio imunoenzimático; PRNT: teste de neutralização por redução de placas.
FIGURA 2 Algoritmo para a vigilância laboratorial de arboviroses não diagnosticadas dengue, zika e chikungunya aplicado pelo IEC/SVS/MS,
Brasil, 2019
Referências
1. ANDERSON CR, DOWNS WG, WATTLEY GH, AHIN NW,
REESE AA. Mayaro virus: a new human disease agent.
II. Isolation from blood of patients in Trinidad, B.W.I.
Am J Trop Med Hyg. 1957 Nov;6(6):1012-6.
2. CAUSEY OR, MAROJA OM. Mayaro virus: a new human
disease agent. III. Investigation of an epidemic of
acute febrile illness on the river Guama in Pará, Brazil,
and isolation of Mayaro virus as causative agent. Am J
Trop Med Hyg. 1957 Nov;6(6):1017-23.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
TABELA 1 Distribuição dos casos, dos óbitos, das taxas de incidência (/100.000 habitantes) e da letalidade (%) por escorpionismo,
notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, segundo região e Unidade Federação, Brasil, 2018
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No Brasil, em 2018, foram registrados 95 óbitos por Os acidentes ocorreram durante todo os meses do
escorpionismo, com a taxa de letalidade de 0,06%. ano de 2018, com um aumento no segundo semestre,
Alguns estados apresentaram taxas de letalidade principalmente no último trimestre (Figura 1). Segundo
mais elevadas, como Amazonas (0,65%), Pará (0,34%) Brazil e Porto6, escorpiões são mais ativos nos meses
e Maranhão (0,32%). É provável que este dado seja mais quentes e chuvosos, que costuma coincidir com
superestimado, pois é comum as pessoas não os meses do verão em boa parte do Brasil. Os registros
procurarem atendimento médico quando os sintomas de acidentes nessa época do ano também corroboram
não são graves (por dificuldades tais como distância até com os achados de Ebrahimi e colaboradores7, que
o hospital de referência, problemas com o transporte ou verificaram que a temperatura e a umidade relativa
desconhecimento da possibilidade de agravamento dos são fatores de forte correlação para a ocorrência de
casos), resultando em menos casos notificados. acidentes escorpiônicos no Irã.
18.000
16.075
16.000 15.336 15.336
14.605
14.000 13.612
12.435
11.944 12.131
11.735 11.787
12.000 11.255
10.677
Número de registros
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Mês do acidente
FIGURA 1. Sazonalidade dos acidentes escorpiônicos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação,
2018, Brasil
Como os acidentes escorpiônicos ocorrem geralmente no Crianças constituem o grupo etário mais susceptível
interior do domicílio, ambos os sexos foram igualmente ao envenenamento grave,8 pois a massa corpórea é um
susceptíveis (Tabela 2). Em relação aos óbitos, houve dos fatores que influenciam a gravidade do acidente
um predomínio em pessoas do sexo masculino (58,9%). escorpiônico.9 A maior parte dos acidentes escorpiônicos
Pessoas que se declararam como pardas foram as mais ocorreram na zona urbana (63,3%). Por essa zona ter uma
acometidas pelos acidentes (54,7%), mas a maior taxa maior proximidade dos pontos de atendimento médico,
de letalidade ocorreu em pessoas que se declararam a taxa de letalidade foi menor, comparando-se com a
como sendo indígenas (0,52%). Quase metade dos taxa dos óbitos que ocorreram na zona rural. Os locais da
óbitos por escorpionismo (46,3%) ocorreram em picada foram, em sua maioria, nas mãos (40,7%) e nos pés
crianças com até 9 anos de idade. A taxa de letalidade (31,8%). A taxa de letalidade dos acidentes ocorridos no
dos acidentes escorpiônicos nessa faixa etária é seis tronco (0,10%) foi maior que nas demais partes do corpo.
vezes maior que para as demais faixas. Essa mesma
faixa etária corresponde a 11,4% do total de casos.
19
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
TABELA 2 Distribuição dos acidentes escorpiônicos segundo variáveis selecionadas, Brasil, 2018
20
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
Referências 8. C
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s40409-017-0129-4.
21
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120.000
2018 2019
N° de casos prováveis de dengue
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 02/01/2019; de 2019, em 07/09/2019). Dados sujeitos a alteração.
FIGURA 1 Casos prováveis de dengue, por semana epidemiológica de início de sintomas, Brasil, 2018 e 2019
22
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Na análise das Unidades da Federação (UFs), destacam- casos/100 mil hab.), Mato Grosso do Sul (1.481,8
-se Minas Gerais (2.243,5 casos/100 mil hab.), Goiás casos/100 mil hab.) e Distrito Federal (1.197,7 casos/100
(1.559,6 casos/100 mil hab.), Espírito Santo (1.498,4 mil hab.) (Tabela 1; Figura 2).
Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 21/01/2019; de 2019, em 09/09/2019). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(população estimada em 01/07/2018).
FIGURA 2 Distribuição geográfica da incidência de dengue por Região de Saúde, Brasil, até a Semana Epidemiológica 36/2019
23
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TABELA 1 Número de casos prováveis, variação percentual e incidência de dengue (/100mil hab.), até a Semana Epidemiológica 36,
por região e Unidade da Federação, Brasil, 2018 e 2019
Semanas epidemiológicas 1 a 36
Região/Unidade da Federação Casos (n) Incidência (casos/100 mil hab.)
2018 2019 % Variação 2018 2019
Norte 10.788 27.057 150,8 59,3 146,8
Rondônia 432 617 42,8 24,6 34,7
Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 21/01/2019; de 2019, em 09/09/2019). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(população estimada em 01/07/2019). Dados sujeitos a alteração.
24
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Casos graves e óbitos de dengue Até o momento (SE 36 de 2019), foram confirmados 617
óbitos e 456 (73,9%) estão em investigação. Os estados
Em 2019, até a SE 36, foram confirmados 1.168 casos de com maior número de óbitos em investigação são:
dengue grave (DG) e 15.773 casos de dengue com sinais Minas Gerais (111), São Paulo (79), Goiás (89), Rio Grande
de alarme (DSA). Ressalta-se que 2.397 casos de DG e do Norte (48), Pernambuco (36), Bahia (19) e Ceará (7)
DSA permanecem em investigação. (Tabela 2).
TABELA 2 Casos confirmados com sinais de alarme, dengue grave e óbitos, até a Semana Epidemiológica 36, Brasil, 2018 e 2019
Semanas Epidemiológicas 1 a 36
Casos confirmados Óbitos confirmados Óbitos em Investigação
Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 21/01/2019; de 2019, em 09/09/2019). Dados sujeitos a alteração.
25
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Observa-se aumento na taxa de letalidade a partir do para os maiores de 80 anos apresentando 0,86% de
grupo de faixa etária de 60 anos, o que corresponde a letalidade nessa faixa etária (Figura 3).
50,7% (313) do total de óbitos do país, com destaque
1,00
0,90 0,86
0,80
0,70
Taxa de letalidade (%)
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,13
0,10 0,04 0,05
0,02 0,03 0,01 0,02 0,01 0,02
0,01
0,00
<1 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 79 80 ou +
anos
Faixa etária (anos)
FIGURA 3 Taxa de letalidade de dengue por faixa etária, até a Semana Epidemiológica 36, Brasil, 2019
Chikungunya
Em 2019, até a SE 36 foram registrados 115.510 casos
prováveis de chikungunya no país. No mesmo período de
2018, foram registrados 78.176 casos prováveis (Figura 4).
9000
Nº de casos prováveis de chikungunya
2018 2019
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 21/01/2019; de 2019, em 09/09/2019). Dados sujeitos a alteração.
FIGURA 4 Casos prováveis de chikungunya, por semana epidemiológica de início de sintomas, Brasil, 2018 e 2019
26
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A análise da taxa de incidência de casos prováveis de Na análise das Unidades da Federação (UFs),
chikungunya (número de casos/100 mil hab.) em 2019, destacam-se Rio de Janeiro (459,9 casos/100 mil hab.)
até a SE 36, segundo regiões geográficas, evidencia que e Rio Grande do Norte (286,8casos/100 mil hab.)
as regiões Sudeste e Nordeste apresentam os maiores (Figura 5 e Tabela 3)
valores: 96,4 casos/100 mil hab. e 42,7 casos/100 mil
hab., respectivamente (Tabela 3).
TABELA 3 Número de casos prováveis, variação percentual e incidência de chikungunya(/100 mil hab.), até a Semana Epidemiológica 36
por região e Unidade da Federação, Brasil, 2018 e 2019
Semanas epidemiológicas 1 a 36
Região/Unidade da Federação Casos (n) Incidência (casos/100 mil hab.)
2018 2019 % Variação 2018 2019
Norte 6.746 4.438 -34,2 36,6 24,1
Rondônia 57 107 87,7 3,2 6,0
Acre 120 63 -47,5 13,6 7,1
Amazonas 62 107 72,6 1,5 2,6
Roraima 19 49 157,9 3,1 8,1
Pará 6.151 3.758 -38,9 71,5 43,7
Amapá 149 33 -77,9 17,6 3,9
Tocantins 188 321 70,7 12,0 20,4
Nordeste 9.839 24.369 147,7 17,2 42,7
Maranhão 604 695 15,1 8,5 9,8
Piauí 544 879 61,6 16,6 26,9
Ceará 1.365 1.454 6,5 14,9 15,9
Rio Grande do Norte 1.897 10.057 430,2 54,1 286,8
Paraíba 877 1.057 20,5 21,8 26,3
Pernambuco 890 2.585 190,4 9,3 27,0
Alagoas 152 1.599 952,0 4,6 47,9
Sergipe 31 200 545,2 1,3 8,7
Bahia 3.479 5.843 68,0 23,4 39,3
Sudeste 47.852 85.187 78,0 54,1 96,4
Minas Gerais 11.483 2.632 -77,1 54,2 12,4
Espírito Santo 553 1.339 142,1 13,8 33,3
Rio de Janeiro 35.383 79.410 124,4 204,9 459,9
São Paulo 433 1.806 317,1 0,9 3,9
Sul 184 509 176,6 0,6 1,7
Paraná 100 264 164,0 0,9 2,3
Santa Catarina 38 155 307,9 0,5 2,2
Rio Grande do Sul 46 90 95,7 0,4 0,8
Centro-Oeste 13.555 1.007 -92,6 83,2 6,2
Mato Grosso do Sul 222 159 -28,4 8,0 5,7
Mato Grosso 13.149 465 -96,5 377,4 13,3
Goiás 131 168 28,2 1,9 2,4
Distrito Federal 53 215 305,7 1,8 7,1
Brasil 78.176 115.510 47,8 37,2 55,0
Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 21/01/2019; de 2019, em 26/08/2019). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (população estimada em
01/07/2019). Dados sujeitos a alteração.
27
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Fonte: Sinan Online (banco de dados de 2018 atualizado em 21/01/2019; de 2019, em 09/09/2019). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(população estimada em 01/07/2018). Dados sujeitos a alteração.
FIGURA 5 Distribuição de incidência de casos prováveis de chikungunya por região de saúde, até a Semana Epidemiológica 36, Brasil, 2019
28
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Zika
Em 2019, até a SE 34 foram registrados 9.965 casos
prováveis de Zika no país. No mesmo período de 2018,
foram registrados 6.792 casos prováveis (Figura 6).
800
2018 2019
700
Casos prováveis de Zika
600
500
400
300
200
100
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
Fonte: Sinan NET (banco de dados de 2018 atualizado em 09/01/2019; de 2019, em 09/09/2019). Dados sujeitos a alteração.
FIGURA 6 Casos prováveis de Zika, por semana epidemiológica de início de sintomas, Brasil, 2018 e 2019
A análise da taxa de incidência de casos prováveis de Na análise das Unidades da Federação (UFs), destacam-
Zika (número de casos/100 mil hab.) em 2019, até a -se Tocantins (30,8 casos/100 mil hab.), Rio Grande do
SE 34, segundo regiões geográficas, evidencia que as Norte (28,5 casos/100 mil hab.) e Alagoas (19,4 casos/100
regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte apresentam os mil hab.) (Tabela 4).
maiores valores: 7,1 casos/100 mil hab., 6,1 casos/100 mil
hab. e 4,7 casos/100 mil hab., respectivamente (Tabela 4
e Figura 7).
29
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TABELA 4 Número de casos prováveis e incidência de Zika, por região e Unidade da Federação, até a Semana Epidemiológica 34, Brasil,
2018 e 2019
Semanas epidemiológicas 1 a 36
Região/Unidade da Federação Casos (n) Incidência (casos/100 mil hab.)
2018 2019 % Variação 2018 2019
Norte 675 867 28,4 3,7 4,7
Fonte: Sinan NET (banco de dados de 2018 atualizado em 09/01/2019; de 2019, em 31/08/2019). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (população estimada em
01/07/2018). Dados sujeitos a alteração.
30
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Fonte: Sinan NET (banco de dados de 2018 atualizado em 09/01/2019; de 2019, em 31/08/2019). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(população estimada em 01/07/2018). Dados sujeitos a alteração.
FIGURA 7 Distribuição de incidência de casos prováveis de Zika por região de saúde, até a Semana Epidemiológica 34, Brasil, 2019
Zika em Gestantes com 7,62% (34), Paraíba com 3,58% (16), Mato Grosso
do Sul com 3,13% (14). Todos os dados referentes a esse
Em 2019, foram registrados 1.653 casos prováveis de Zika agravo são provenientes do Sinan Net.
em gestantes, sendo 446 casos confirmados.
Ressalta-se que 43,04 % (192) dos casos confirmados Óbitos por Zika
foram registrados no Rio de Janeiro, seguido do Espirito
Santo 15,24 % (68), Minas Gerais com 9,19 % (41), Alagoas Em 2019, até a SE 34, foram confirmados 3 óbitos na Paraíba.
31
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
Recomendações
Atualizar os planos de contingência para a próxima
sazonalidade de ocorrência de arboviroses urbanas,
tendo em vista a persistência das notificações nos
meses de julho e agosto.
Avaliar os fatores determinantes da ocorrência
dos óbitos e organizar capacitações para a rede
assistencial.
Sugere-se capacitar as unidades de saúde para
coleta oportuna de urina dos pacientes suspeitos,
principalmente em gestantes, tendo em vista o baixo
percentual de amostras confirmadas para Zika vírus.
Em virtude do surto de sarampo, importante
atentar-se para o diagnóstico diferencial.
Especificamente para Região Nordeste, realizar a
investigação dos casos e priorizar o diagnóstico
laboratorial, bem como investigar os óbitos por
dengue devido ao quantitativo de casos em
investigação (146) em relação ao total do país (30%).
*Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses/DEIDT/SVS/MS: Amanda Coutinho de Souza, Camila Ribeiro Silva, Danielle Bandeira Costa de
Sousa Freire, Josivania Arrais de Figueiredo, Juliana Chedid Nogared Rossi, Larissa Arruda Barbosa, Lívia Carla Vinhal Frutuoso, Noely Fabiana
Oliveira de Moura, Priscila Leal Leite e Sulamita Brandão Barbiratto.
32
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
INFORMES GERAIS
da Saúde
Por esse motivo, cerca de 10% (cerca de cinco milhões)
do total de preservativos femininos adquiridos pelo
MS são fornecidos em borracha nitrílica para atender
O preservativo, ou camisinha, é o método mais as usuárias do SUS que por ventura se apercebam
conhecido e eficaz para se prevenir da infecção pelo alérgicas ao látex.
HIV/aids e outras infecções sexualmente transmissíveis
(IST), como a sífilis, a gonorreia e as hepatites virais. Destaca-se que os preservativos femininos de látex
Nesse sentido, nos últimos anos o Ministério da Saúde e de borracha nitrílica distribuídos atualmente, são
(MS) tem atuado de maneira a ampliar o acesso aos produtos de qualidade e, como os demais insumos
insumos de prevenção, notadamente os preservativos adquiridos pelo Ministério da Saúde, possuem registro
masculino e feminino, que são distribuídos junto a Anvisa, órgão responsável pela autorização
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde – SUS. da comercialização e distribuição do produto em
No caso deste último, a aquisição tem crescido ao todo o território nacional, mediamente avaliação do
longo dos anos, permitindo uma oferta cada vez maior cumprimento de requisitos de segurança, qualidade
de preservativos femininos e o avanço das políticas e certificação do produto.
públicas de prevenção com foco nas mulheres.
É importante destacar ainda que a oferta e a
No que se refere ao último processo de aquisição distribuição gratuita de preservativos femininos
de preservativos femininos, cabe informar que, este faz parte da política nacional de enfrentamento e
processo teve início em 2017 e foi finalizado em 2018, controle do HIV/aids e outras infecções sexualmente
durante a gestão anterior, quando foram adquiridos transmissíveis. Nesse sentido, é importante ater-se às
35 milhões de unidades por meio de pregão eletrônico questões de sustentabilidade financeira do SUS, de
(nº 53/2018). O processo licitatório foi precedido de maneira a garantir a alocação racional dos recursos
audiência pública que contou com a participação públicos, o custo-efetividade e a necessidade de
de representantes das empresas fabricantes, de ampliação de acesso aos insumos de prevenção.
representantes da sociedade civil, além do corpo
técnico do Ministério da Saúde. A atual aquisição representa um aumento de mais de
100% em relação a última aquisição de preservativos
O processo licitatório previa a compra de preservativos femininos e a ampliação da oferta só não é maior
femininos nas três opções de materiais existentes devido ao alto custo do insumo. A política de altos
no mercado e aprovados pela Agência Nacional de preços adotada pelas indústrias detentoras dos
Vigilância Sanitária (Anvisa), quais sejam: borracha registros de preservativos femininos no Brasil tem
nitrílica, borracha natural (látex) e poliuretano. Tal repercutido negativamente no processo de ampliação
decisão vai ao encontro das diretrizes do SUS e do acesso a este importante insumo de prevenção.
evidencia a atenção e o cuidado às diferentes condições
de vida e de saúde das mulheres. Além disso o MS, por meio de seu Departamento
de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Demonstrando a preocupação do MS em seguir as Sexualmente Transmissíveis (DCCI), tem mantido
diretrizes do SUS e em atender a todas as usuárias do permanente contato com a Anvisa e com as empresas
SUS, inclusive as que são alérgicas ao látex, foi realizado fornecedoras de preservativo feminino para aprimorar
levantamento da literatura nacional e internacional o produto e sua cadeia produtiva. Algumas melhorias já
sobre o tema e identificou-se que as reações foram encaminhadas, como a diminuição da espessura
alérgicas ao látex acometem aproximadamente 4% da da esponja interna do produto. Garantindo assim que
população geral; mas entre trabalhadores da saúde, as próximas remessas de preservativo feminino sejam
essa porcentagem aumenta para 9,7%; e em pacientes fornecidas com a esponja interna até 56% menor em
suscetíveis, para 7,2% (Wu W., McIntosh J. Liu J., 2016). relação ao modelo fornecido atualmente.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 50 | Nº 28 | Out. 2019
PNI celebra 46 anos com Por sua excelência reconhecida no exterior, o PNI
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