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HESITAÇÃO VACINAL

INFANTIL e COVID-19: UMA


ANÁLISE DA PERCEPÇÃO
DOS PROFISSIONAIS DE
SAÚDE

AUTORES: Ester Paiva (NIESP/CEE-Fiocruz),


Michelle Fernandez (UNB), Celita Almeida
(NIESP/CEE-Fiocruz, Priscila Petra (PPGBIOS-
Fiocruz), Gustavo Matta (NIESP/CEE-CIDACS
Fiocruz)
Grupo de Pesquisa em Política das Vacinas (NIESP/Fiocruz)

Grupo de 15 pesquisadores e alunos de diferentes Estudos sobre Políticas de Vacinas


instituições: em uma dimensão transdisciplinar
Fiocruz essencial à abordagem e à análise
UnB do tema.
UFRGS
UFR
PPGBIOS/Fiocruz Estudo financiado por:
FGV NIESP/Fiocruz
UFPE University of Oxford
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI)
Universidade de Oklahoma
Introdução
A vacinação contra a COVID-19 é uma estratégia que tem sido
desenvolvida com êxito na proteção da população e no
enfrentamento coletivo da emergência sanitária. No entanto,
observa-se, dificuldade na adesão da população à vacinação do
público infantil ocasionada e, parte pela hesitação dos pais ou

responsáveis .
Objetivos
Considerando o cenário pandêmico, a desinformação e as ações do
Governo Federal que desprestigiaram a credibilidade dos
imunizantes infantis, este trabalho apresenta os resultados de uma
pesquisa sobre as dimensões da hesitação vacinal infantil baseada
nas percepções de profissionais de saúde que atuaram durante a
vacinação contra a COVID-19.
O que é Hesitação Vacinal?
• Segundo a OMS (2020), a hesitação vacinal
pode ser definida como um atraso na aceitação
ou recusa de vacinas, apesar da disponibilidade
nos sistemas de saúde.
• Os indivíduos hesitantes na vacinação podem
aceitar todas as vacinas, mas continuam
preocupados com as vacinas, alguns podem
recusar ou atrasar algumas vacinas, mas aceitam
outras; alguns indivíduos podem recusar todas as
vacinas
Metodologia
• O estudo realizou 86 entrevistas semi-estruturadas
remotas e presenciais com trabalhadores da saúde de
4 municípios brasileiros (Brasília-DF, Rio de Janeiro-
RJ, Rondonópolis-MT e Feira e Santana - BA) e o
Distrito Federal
• Os trabalhadores foram recrutados através da APS e
também por indicação (bola-de-neve).
• Os temas do roteiro incluíram a história do entrevistado
sobre a vacinação contra COVID-19 e a hesitação
vacinal, além da identificação de comportamentos,
experiências, desafios e perspectivas da vacinação da
COVID-19.
• Utilizamos análise de conteúdo, na modalidade de
análise temática e o software Dedoose para a análise
de dados
Resultados

1. O medo
A categoria medo apresentou-se relacionada
ao fato da vacina ainda ser percebida como
experimental; às reações adversas que
podem provocar; à ausência de estudos de
longo prazo; à falsa percepção de risco
reduzido da COVID-19 em crianças; e das
condutas do governo federal geradoras de
insegurança nos efeitos da vacina.
Resultados
2. Desinformação em vacina
No que diz respeito a categoria
desinformação em vacina, os elementos
discursivos presentes foram a produção e
reprodução de fake news sobre a vacina
e suas reações; o fenômeno da
infodemia e desinformação; e a ausência
de orientação e conhecimento sobre
vacinas
Resultados
3. Papel dos profissionais de Saúde

“Na última categoria o trabalho discute o


papel fundamental dos profissionais de
saúde da APS no aumento da cobertura
vacinal devido à sua proximidade aos
territórios e população; a influência da
internet na disseminação de desinformação
e fake news; o papel das autoridades
governamentais no aumento ou redução da
confiança da população nas vacinas .
Conclusões
• Pela primeira vez na história do PNI, órgãos públicos de
comunicação foram responsáveis pela disseminação de
desinformação e desincentivo à uma vacina, que somados à
ausência de uma coordenação federal da campanha de
vacinação da COVID-19 efetiva, contribuíram ainda mais o
desenvolvimento da hesitação vacinal no Brasil.
Conclusões
• os profissionais de saúde da APS se mostraram atores-chaves para
a reconstrução e/ou manutenção da confiança na vacinação, pela
estrutura do modelo de atenção, pelo estabelecimento de vínculo
com a população e território e pela disponibilização de informações
em saúde

• A hesitação vacinal não se trata de uma pauta estritamente


sanitária, pois as campanhas de vacinação geralmente são
permeadas por interesses geopolíticos e econômicos que
influenciam na coordenação de ações dos entes federativos
da gestão do SUS.

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