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Uma visão histórico-

evolutiva das
grupoterapias
Comentários sobre Zimerman
Prof Roberto Mac Fadden
UNICID 2022
Apresentação • Sem se preocupar com uma diferenciação
do campo, Zimerman propõe uma varredura
dos diversos dos diversos campos onde se encontram
registros do trabalho com grupos.
registros
• Correspondendo a todas as contribuições que utilizaram o dispositivo
grupal de maneira intuitiva e empírica, buscando o aumento da adesão a
uma proposta específica e um efeito de disseminação da mensagem por
Empírica contágio, isto é, aproveitando-se do momento coletivo.
• Elementos chave: Identificação com o médico, composição de
uma estrutura fraternal e apoiando-se na função continente do grupo.

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Psicodramática
• Corresponde ao trabalho de Moreno, que
consistia em aproveitar o plano de ação como
elemento fundamental na transformação e
capacitação do sujeito para agir sobre seus
conflitos.
• O psicodrama sempre opera no momento presente,
aproveitando-se dos modos de agir apresentados
pelo paciente.
• Elemento-chave: dramatização dos conflitos para
produção da catarse, mudança de papeis, uso de
ego-auxiliares.

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Sociológica
• Corresponde às contribuições de Kurt Lewin,
que ao avaliar o comportamento o situa num
campo de forças para avaliar seu potencial de
ação ou dinâmica. Sua ênfase principal foi no
campo da pesquisa, e sua maior contribuição foi
estabelecer que qualquer indivíduo, por mais
ignorado que seja, faz parte do contexto do seu
grupo social, o influencia e por ele é fortemente
influenciado e modelado.
• Elementos-chave: Dinâmica de grupo, teoria de
campo, disposição motivacional.

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Grupos Operativos
• Corresponde aos trabalhos influenciados pelo psicanalista
argentino Enrique Pichon-Rivière. Seu modelo de trabalho
ampliou-se de uma concepção de clínica estrita, para tentar
teorizar e pensar os processos de transformação a partir dos
dispositivos grupais.
• Tinha a intenção de uma mudança mais efetiva que alcançasse
inclusive os processos de alienação e ideologia que operavam na
vida social. Redimensionou conceitos da clínica psicanalítica para
trabalhar mais propriamente sobre as relações intersubjetivas, o
exemplo mais claro é a sua noção de vínculo que tenta incluir a
alteridade na descrição da escolha objetal.
• Elementos-chave: Análise do grupo a partir da noção de tarefa,
pré-tarefa e projeto, teoria do vínculo e inclusão da aprendizagem
como indicador de transformação no grupo.

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• Filosófico-existencial (Sartre)
• Institucional (Eliott Jacques)
• Grupos comunitários (Maxwell
Jones)
Outras correntes • Comunicacional-interacional
citadas (Liberman)
• Gestáltica (Perls)
• Teoria sistêmica
• Cognitivo-comportamental
Primeira subdivisão é a que diferencie os grandes grupos
dos pequenos grupos.

Importância e Segundo, devemos considerar o fenômeno do


agrupamento: corresponde a um conjunto de pessoas

conceituação que convivem partilhando de um mesmo espaço e que


guarda entre si uma certa valência de
interrelacionamento e uma potencialidade de virem a se

de Grupo constituir como grupo propriamente dito.

Pode-se dizer que a passagem da condição de


agrupamento para um grupo consiste na transformação
de “interesses comuns” para a de “interesses em
comum”.
Encontro (tempo e Espaço)
Interdependência
Tarefa

Grupo
• Um grupo não é um mero somatório de
Requisitos indivíduos: pelo contrário, se constitui como
uma nova entidade, com leis e mecanismos
que próprios e específicos. Podemos dizer que
assim como todo indivíduo se comporta
caracterizam como um grupo (de personagens internos),
um grupo da mesma forma todo grupo se comporta
como se fosse uma individualidade.
segundo • Todos os integrantes do grupo estão
Zimerman reunidos em torno de uma tarefa e de um
objetivo comum.
Deve haver a instituição de um enquadre
(setting) e o cumprimento das combinações
nele feitas. Assim, além de ter os objetivos
O tamanho do grupo não deve exceder o
claramente definidos, o grupo deve levar em
limite que ponha em risco a indispensável
conta uma estabilidade do espaço (local de
preservação da comunicação, tanto a visual
reuniões), de tempo (horário, férias,
como a auditiva, a verbal e a conceitual.
etc.), algumas regras e outras variáveis
equivalentes que delimitam e normatizam a
atividade grupal proposta.
• O grupo é uma unidade que se manifesta como uma totalidade,
de modo que, tão importante como o fato de se organizar a serviço de
seus membros, é também a recíproca disso.
• Apesar do grupo se configurar como uma nova entidade, como
uma identidade grupal genuína, é também fundamental que fiquem
claramente preservadas as identidades específicas de cada um
dos indivíduos componentes.
• É inerente à conceituação de grupo a existência entre seus membros de
uma interação afetiva, a qual costuma ser de natureza múltipla
e variada.
• Em todo grupo coexistem duas forças contraditórias
e permanentemente em jogo: uma tendente à
coesão, e outra à sua desintegração. A coesão do
grupo está na proporção direta, em cada um e na
totalidade dos sentimentos de “pertinência” (é o
vestir a camiseta, próprio de um esprit de corps) e
“pertencência” (o indivíduo se refere ao grupo
como sendo “o meu grupo...”, e implica no fato de
cada pessoa do grupo ser reconhecida pelos outros
como um membro efetivo). Por outro lado, a coesão
grupal também depende de sua capacidade de
perder indivíduos e de absorver outros tantos ,
assim como de sua continuidade.
• É inevitável a formação de um campo grupal
dinâmico, em que gravitam fantasias, ansiedades,
identificações, papeis, etc.

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