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Kurt Lewin (1890-1947)

• O alemão Kurt Lewin (1890 - 1947), doutor em Psicologia e criador da Dinâmica


de Grupo, aplicou a física ao estudo psicológico dos grupos.
• Lewin nasceu na Prússia em 1890. Judeu em um contexto de crescente
antissemitismo, Lewin imigrou para os Estados Unidos em 1933, onde morreu
catorze anos depois.
• Em 1945, fundou o Research Center on Group Dynamics (Centro de Pesquisas
em Dinâmica de Grupo) no Massachusetts Institute of Technology (MIT). (Ibid.,
p. 10).
• Criador da expressão “dinâmica de grupo” (1944).
• Termo amplamente empregado desde então, hoje apresenta inúmeros sentidos, que vão das técnicas de trabalho em
grupo praticadas em programas de treinamento a um ramo do conhecimento das ciências sociais.
• Em 1945 criou a primeira instituição dedicada especialmente à pesquisa nessa área.
• A dinâmica de grupo começou a se popularizar a partir da 2⁰ guerra mundial, mas foi no final da década de 30 que
suas pesquisas se iniciaram.
• Numa perspectiva histórica, a dinâmica de grupo surgiu como a convergência de determinadas tendências nas
ciências sociais, quando se começou a investir no estudo de novas tecnologias para a solução de problemas sociais,
que tentavam codificar processos e definir princípios gerais para lidar com pequenos grupos.
Objetivo do estudo da dinâmica de grupo:
• É um ramo da psicologia social.
• Consiste em estudar a natureza (ou estrutura) dos pequenos grupos;
• A dinâmica da vida grupal e o seu funcionamento, assim como o seu processo de desenvolvimento, fenômenos e
princípios que lhe regem, as forças psicológicas e sociais que lhe influenciam (como por exemplo, forças de atração,
rejeição, coesão, a liderança, a resistência à mudança, a interdependência, etc.).
• A preocupação central com o estudo dos pequenos grupos está em suas dimensões mais concretas e existenciais.
• É atingir a autenticidade nas suas relações, a criatividade e a funcionalidade nos seus objetivos; para isto, é importante
descobrir que estruturas são mais favoráveis, que clima de grupo permite isto, que tipo de liderança é mais eficaz, que
técnicas são mais funcionais e facilitadoras, como se dão os mecanismos de atração e rejeição interpessoais, etc.
• Sabemos que uma característica do existir humano é reunir-se em grupos sociais.
• A questão básica da pesquisa em dinâmica de grupo é descobrir como estes grupos se formam e se desenvolvem,
como declinam e como influem no comportamento de seus membros.
• Hoje, a dinâmica de grupo é amplamente aplicada no campo da gestão de pessoas, na área de treinamento,
desenvolvimento organizacional e de habilidades em relações humanas, desenvolvimento de papéis, etc.
• É aplicada também em psicoterapias de grupo, em grupos comunitários e em salas de aula.
• Porém, continua sendo um campo de pesquisa sobre a estrutura, leis e desenvolvimento dos grupos, que se iniciaram
com os trabalhos de Moreno e K. Lewin.
• Ele considerava o grupo como um campo de forças. Como “campos de forças”, os pequenos grupos têm uma
ESTRUTURA e uma DINÂMICA.
• A estrutura diz respeito a sua FORMA de organização, a partir da IDENTIFICAÇÃO de seus membros. A dinâmica diz
respeito às forças de COESÃO e DISPERSÃO no grupo, que fazem com que ele se transforme.
• “A dinâmica do grupo inclui, assim, os processos de formação de normas, comunicação, cooperação e competição,
divisão de tarefas e distribuição de poder e liderança”. (Ibid., p. 11).
Hipóteses sobre a dinâmica dos grupos:
• O grupo constitui um terreno sobre o qual o indivíduo se mantém (e este terreno pode ser firme, frágil, móvel, fluido
ou elástico);
• O grupo é, para o indivíduo, um instrumento para satisfazer suas necessidades psíquicas e aspirações sociais;
• O grupo é uma realidade da qual o indivíduo faz parte, mesmo aqueles que se sentem isolados, ignorados ou
rejeitados;
• O grupo é, para o indivíduo, um dos elementos ou dos determinantes do seu espaço vital (MAILHIOT, op.cit.).
Contribuição importante:
• Desenvolveu pesquisas de campo, dentro da perspectiva da pesquisa - ação (nova concepção da experimentação
iniciada por ele).
• Recebeu influência da psicologia da gestalt, do pragmatismo, do operacionismo e do funcionalismo americanos,
compartilhando da concepção hegeliana do devir social, segundo a qual o experimentador deve participar e observar
o fenômeno social que estuda (MAILHIOT, 1991).
• Lewin defendeu a idéia de que os fenômenos sociais não podem ser observados do exterior, nem de um laboratório,
de modo estático, pois as pesquisas sociais devem ser sempre de campo: o pesquisador deve participar do devir do
fenômeno estudado.
• Para validar a experimentação da pesquisa-ação (quando o observador é inserido no grupo, não invalida a proposta
investigatória), entendia que ela deveria ser realizada no contexto dos pequenos grupo (os face to face groups).
• Cuja configuração deveria ser tal que permitisse, a seus participantes, existirem psicologicamente uns para os outros e
se encontrarem em uma situação de interdependência e interação possível no decurso da experiência.
• Os pequenos grupos, além de permitirem a observação “ao vivo” dos processos de interação social, constituem-se em
uma unidade experimental de referência para a formulação de hipóteses que possam posteriormente ser
confrontadas e comparadas com o encontrado em outros agrupamentos humanos.
• Uma das mais significativas constatações desses experimentos com os pequenos grupos foi que as ações e as
percepções dos membros são elementos de uma estrutura mais complexa, não sendo compreensíveis fora desta
estrutura grupal.
• Ou seja, o indivíduo na gestalt grupal comporta-se de uma forma sui-generis diretamente relacionada com essa
gestalt.
• Observou que a integração no interior de um grupo só se dará quando as relações interpessoais estiverem baseadas
na autenticidade de suas comunicações.
• E que essa autenticidade é uma atitude passível de aprendizado no e pelo próprio grupo.
Tipos de liderança nos pequenos grupos:
• Estudou a questão da autoridade e dos tipos de liderança nos pequenos grupos: Autocrático; Laissez-faire; e
Democrático.
• Para Osório (2003), deve ponderar, no entanto, que tais estudos foram empreendidos com grupos isolados em
situações artificiais e com um objetivo mais ou menos explícito de demonstrar as “vantagens” da liderança
democrática em relação às outras duas.
• Importantes concepções sobre campo grupal e a formação de papéis.
• Coloca que qualquer indivíduo, por mais ignorado que seja, faz parte do contexto do seu grupo social, o influencia e é
por este fortemente influenciado e modelado.
Teoria de campo:
• Para ele, cada grupo é uma espécie de sociedade homogênea em um sistema social normalmente contínuo, onde
basta que sejam esclarecidos os mal-entendidos para que as comunicações possam fluir.” (Fernandes, 2003, p. 195)
• O autor complementa que Lewin propunha um método de discussão não-dirigido, por parte do coordenador, que
produzisse um certo enfrentamento e uma ruptura.
• Segundo Osório (2000), talvez a maior contribuição de Lewin seja a criação de um modelo para verificar a validade da
dinâmica grupal e treinar profissionais para a coordenação de grupos. A partir dele, a dinâmica de grupo expandiu seu
raio de ação, sobretudo nas instituições em geral.

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