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de Melo I
ChavesI,III
I
Universidade de Fortaleza - Unifor
II
Universidade Estadual do Ceará - UECE
III
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE
Encontro Revista de
Psicologia (Volume 17/ 26 -
2014)
Devido à importância que o objetivo do grupo tem para sua existência parece
nos oportuno uma classificação que considere esta característica como
balizadora. Assim, há os grupos operativos e os psicoterápicos. Os operativos
cobrem o campo institucional, organizacional, comunitário, com foco psico
educativo, portanto, na modificação desses campos. Os psicoterápicos são
classificados a partir da abordagem teórica e têm perspectiva terapêutica.
Neste último caso, temos as perspectivas psicodramática, psicanalítica,
cognitivo-comportamental e teoria sistêmica (ZIMERMAN; OSÓRIO,
1997).
Para o estudo dos microgrupos é necessário ter outras conceituações. A partir
de Mucchielli (1979) e Minicucci (1982), podemos estabelecer a seguinte
classificação para a gênese dos microgrupos: naturais espontâneos ou
artificiais.
O conjunto dos métodos que permitem atuar sobre a personalidade através dos
grupos, assim como os que possibilitam aos pequenos grupos atuar sobre as
organizações sociais mais amplas (ou organizações complexas intergrupais)
(MUCCHIELLI, 1979, p.11).
Nos dois sentidos atribuídos pelo autor para a expressão dinâmica dos grupos,
podemos concluir que se trata de um campo da ciência, pois investiga os
fenômenos de sujeitos em microgrupo; também se trata de uma ciência
aplicada, pois se propõe uma intervenção.
Todos nós usamos as três formas de interação: ora uma, ora outra, mas uma
delas predomina no nosso estilo pessoal. Schutz (1989) ainda destaca que as
três necessidades ocorrem em diferentes momentos ou fases dos grupos
(inclusão, controle e afeição).
A fase de inclusão se apresenta sempre no período inicial do grupo quando os
participantes, confrontando-se uns com os outros, buscam e encontram o lugar
que lhes convém. É o momento em que o grupo estabelece seus limites e cada
um decide se vai implicar-se ou comprometer-se, até que ponto vai tornar-se
membro do grupo e ser aceito e respeitado. É neste período que cada um
avalia com quem pretende comunicar-se e ter contato. Os subgrupos são
criados a partir do momento em que cada um escolhe seus parceiros. A ideia
inicial do objetivo e da composição do grupo, assim como o tipo de papel que
se espera representar é formada nesta fase. Na teoria do grupo operativo de
Pichon-Rivière (1994), a inclusão recebe, nos momentos iniciais de um grupo,
a denominação de afiliação e, quando plenamente construída, gera o
sentimento de pertença.
Na afeição, por sua vez, o grupo torna-se mais produtivo, criativo, construtivo,
interdependente, sinérgico e amoroso. Em contrapartida, também aparecem o
ciúme, a hostilidade e as manifestações de sentimentos negativos. Cada
indivíduo estabelece sua norma pessoal no que concerne a dar e a receber
afeto. Nesta fase, o grupo sente confiança de expressar sentimentos de
qualquer natureza na busca do crescimento individual e grupal.
Por outro lado, sabe-se que, durante o processo, o grupo abre espaço para
emergirem lideranças que têm um papel catalizador das tensões grupais. Estas
lideranças podem ter maior competência para lidar com os processos grupais
da tarefa ou emocionais. Isto é, ao deparar-se com dificuldades na solução de
problemas, podem emergir no grupo pessoas com maior facilidade de lidar
com um determinado processo que auxiliarão o grupo na transposição das
adversidades.
REFERÊNCIAS
AMADO, G.; GUITTET, A. A dinâmica da comunicação nos grupos. 2 ed.
Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.