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valora os aspectos pessoais, as características grupais, a vivência subjetiva e realidade objetiva e o caráter
histórico do grupo.
Resumo…
Grupos: um grupo não deve somente ser analisado pela soma de seus indivíduos
Identidade grupal: a identidade do grupo é variada, no sentido de que pode ser bem firmada e delimitada ou mais
difusa a depender de outros fatores.
● Sua relação com outros grupos: as relações c/ outros grupos definem sua realidade; (grupo >
mediação de uma situação/momento e de uma circunstância histórica.
É definido como a desigualdade das relações sociais que se funda na posse diferencial de recursos > quanto
maior a posse de recursos maior é o poder de um grupo na sociedade.
» O poder de um grupo se fundamenta nos diferenciais de recursos produzidos em relações c/ outros grupos.
● Os grupos mais poderosos em determinada sociedade são aqueles que possuem todo tipo de recurso
em quantidade suficiente para produzir diferenciais favoráveis em suas relações com outros grupos.
Atividade grupal: a definição do que é um grupo deve incluir o que ele faz ou realiza > sua contribuição para os
membros e para a sociedade em geral.
» A origem, existência e sobrevivência de um grupo depende da sua capacidade de realizar ações que são
significativas em determinada circunstância e situação histórica.
● Quando um grupo não é capaz de realizar ações significativas tende a desaparecer > os membros se
distanciam ou deixam de participar.
2) Como e quando o grupo atua > com que frequência ou intensidade, se há autonomia ou independência.
Equipe de facilitação: Giulia Costa, Hélio Soares, Saulo Gonçalo, Raysa Karollyne
O grupo humano
Segundo Martín-Baró, uma boa teoria sobre os grupos deve atentar para três condições: a especificidade social,
pois a realidade do grupo não pode ser reduzida às características pessoais de seus membros, deve explicitar o
caráter dialético do grupo; Compreensão estrutural, com a aplicabilidade teórica que possibilite, igualmente, a
compreensibilidade de pequenos quanto de grandes grupos; Historicidade, análise do grupo a partir de sua
realidade concreta, como parte de um processo que o configurou dentro de uma rede de forças e relações
estruturais.
A partir disso, ele define grupo como “uma estrutura de vínculos e relações entre pessoas que canaliza, em cada
circunstância, necessidades individuais e/ou interesses coletivos” (MARTÍN-BARÓ, 2017, p. 210).
Por que processo grupal? Silvia Lane e Martín-Baró pensam o grupo como uma experiência histórica,
constituída em um espaço e tempo, atravessado pelas relações cotidianas, pelo poder. O processo grupal explicita
o caráter de constante construção que atravessa os grupos, tendo em vista suas interconexões estruturais com
processos sociais, econômicos, políticos e, portanto, históricos.
A partir dos parâmetros de análise (identidade, poder e atividade), o autor diferencia três tipos de grupos:
● Grupos primários - desempenham importante papel na satisfação de necessidades básicas de
cada indivíduo, influenciando a construção identitária. Possuem vínculos interpessoais mais fortes.
São formados espontaneamente a partir da atração entre membros, do grau de semelhança entre
eles, da complementaridade de características pessoais. A vinculação a grupos primários é bem
restrita ao longo da vida.
● Grupo funcional - a identidade é construída a partir do papel social que o indivíduo desempenha;
atividade alinha-se à satisfação de necessidades sistêmicas e não apenas pessoais; Referem-se
apenas a aspectos parciais da vida dos membros, o que pode gerar conflito entre os diferentes
papéis. Um grupo funcional pode vir a ser primário, evidenciando o processo grupal.
● Grupo estrutural - a identidade é formada a partir de interesses comuns objetivos; o poder é
desempenhado pelo controle dos meios de produção; a atividade produz a satisfação de
interesses de grupos e classes hegemônicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JÚNIOR, F. L. Colocando a Psicologia contra a ordem: introdução aos escritos de Ignacio Martín-Baró. In:
MARTÍN-BARÓ, I. Crítica e libertação na psicologia: estudos psicossociais. Petrópolis: Vozes, 2017.
MARTINS, S. T. F.. Processo grupal e a questão do poder em Martín-Baró. Psicologia & Sociedade, v. 15, p.
201-217, 2003.