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KURT LEWIN – DA PESQUISA-AÇÃO À

DINÂMICA DE GRUPO
DA PESQUISA-AÇÃO À DINÂMICA DE GRUPOS
 Kurt Lewin: estudos sobre a psicologia das minorias e o questionamento
das teorias e metodologias tradicionais da Psicologia Social;
 Formula uma nova concepção da pesquisa e da experimentação em
psicologia dos grupos;
 Chega a duas conclusões metodológicas:

1. Toda pesquisa de problemas relativos ao campo da psicologia e das


relações intergrupais deve operar-se em constante referência à sociedade
global;
2. Necessário a aproximação de todas a ciências do social, pois as realidades
sociais multidimensionais;
DA PESQUISA-AÇÃO À DINÂMICA DE GRUPOS
 Oposição entre pesquisa de laboratório (mais artificial e inadequada) e a pesquisa de
campo (condições válidas de experimentação).
 As hipóteses, as leis e as teorias só tem valor para a psicologia de grupo se forem
aplicáveis.
 Para ele, não existe diagnóstico de uma situação social concreta que possa ser
formulado sem a exploração da dinâmica própria do grupo implicado por esta
situação;
 A dinâmica própria de um grupo se revelará ao pesquisador que tenha assimilado
todos os dados concretos da vida deste grupo;
 A pesquisa em psicologia social deve originar-se a partir de uma situação social
concreta a modificar (constantes transformações);
 Os fenômenos sociais não podem ser observados do exterior, no laboratório, de modo
estático;
 O pesquisador deve participar do seu devir.
 Os pesquisadores devem estar dispostos, pois só assim poderá conhecer a dinâmica
do grupo;
 Sendo assim, ele deve implicar-se pessoalmente no futuro das realidades sociais, sem
deixar de objetivar-se a seu respeito.
DA PESQUISA-AÇÃO À DINÂMICA DE GRUPOS
 Pesquisador deve assumir dois papeis complementares: participante e
observador;
 Para Lewin, os pequenos grupos constituem as únicas totalidades
dinâmicas acessíveis à observação e experimentação científica;
 Pequenos grupos concretos: interações e contato direto;
 Atitudes sociais de um indivíduo X Atitudes coletivas;
 Quanto aos métodos, não trata de decompor o fenômeno estudado em
elementos e em segmentos para reconstituição em laboratório;
 Para conhecer a sua dinâmica, deve-se compreender o fenômeno a
partir da sua totalidade concreta, existencial, não de fora, mas do
interior.
 Pequenos grupos-testemunhas: átomos sociais radioativos / agentes de
transformação.
DA PESQUISA-AÇÃO À DINÂMICA DE GRUPOS
 A partir de Lewin, os comportamentos do grupo e as atitudes
sociais se constituem como objeto de exploração e experimentação
em psicologia social;
 Transformação na abordagem e metodologia que se tornam
dinâmicas e guestálticas;
 Para ele, toda dinâmica de grupo é a resultante do conjunto das
interações no interior de um espaço psicossocial (tensões, conflitos,
repulsas, atrações, trocas, comunicações, pressões, coerções, etc.)
DA PESQUISA-AÇÃO À DINÂMICA DE GRUPOS

 A partir do conceito de campo social, elabora suas primeiras


hipóteses sobre a dinâmica dos pequenos grupos:
 1. o grupo constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém;
pode ser firme, frágil, móvel, fluido ou elástico;
 2. o grupo é para o indivíduo um instrumento para satisfazer suas
necessidades psíquicas ou aspirações sociais;
 3. O grupo é uma realidade da qual o individuo faz parte, mesmo
aqueles que se sentem ignorados, isolados ou rejeitados . A
dinâmica de um grupo tem sempre um impacto social sobre os
indivíduos que o constituem. Nenhum membro dela escapa
totalmente;
 4. o grupo é para o indivíduo um dos elementos/determinantes de
seu espaço vital
MUDANÇA SOCIAL E CONTROLE SOCIAL
 Duas atitudes em relação a toda mudança social:
1. Atitude conformista: condicionada pelas percepções sociais
cristalizadas que percebem toda mudança do status quo como
catastrófica;
2. Não conformista (as percepções e atitudes não são suficientes
para transformá-los em agentes de transformação social, por não
possuírem técnicas. Por isso, a importância dos grupos –
testemunhos;
 A mudança social implica em uma modificação do campo dinâmico
no qual o grupo de encontra
3 TIPOS DE FENÔMENOS EM RELAÇÃO À MUDANÇA SOCIAL
1. Ou os grupos não sentem nem experimentam nenhum desejo,
nenhuma aspiração a evoluir, a mudar – estática de grupo. Ex.
grupos conformistas;
2. A mudança social tem pouca ou nenhuma possibilidade de se
operar; o status quo é valorizado. A mudança é iniciada e desejada
pelos não-conformistas do grupo, mas existem resistências dos
outros membros, os conformistas, que dificultam ou impedem a
mudança;
3. Grupos não-conformistas – a totalidade ou a maioria dos membros
experimenta e sente uma inclinação para a mudança. Nestes
grupos as estruturas formais são flexíveis e funcionais.
Favorecem as relações interpessoais, laços de interdependência e
interações cada vez mais dinâmicos.
EXPERIMENTAÇÃO E A PESQUISA EM PSICOLOGIA SOCIAL –
PESQUISA-AÇÃO
 Para Lewin, a pesquisa em psicologia social deve ser uma ação social;
 Duas condições necessárias para assegurar a validade de uma
experimentação: operar em pequenos grupos engajados em problemas
sociais reais; ser realizada por pequenos grupos-testemunhas, compostos
de experimentadores engajados e motivados em relação a mudanças
sociais que querem introduzir;
 A experimentação em psicologia social (pesquisa-ação) permite encontrar
no campo, boas condições para descobrir as constantes e as variáveis em
jogo na transformação de um agrupamento humano;
 Lewin foi o responsável por tornar a psicologia social consciente dos
obstáculos que a pesquisa teria de enfrentar caso continuasse a ser
realizada em laboratório
 Ele abriu novos caminhos, novas vias à pesquisa, a partir de novas
metodologias e perspectivas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 MAILHIOT, G. B. Dinâmica e Gênese dos Grupos: atualidade
das descobertas de Kurt Lewin. Petrópolis: Vozes, 2013.

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