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CURSO DE

PSICOLOGIA

PROCESSOS GRUPAIS

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


JEFFERSON CABRAL AZEVEDO

Doutor e Mestre em Cognição e Linguagem- UENF


Psicólogo e Administrador de Empresas
Neurociência e Novas Tecnologias
Professor de Pós graduação em Terapia Cognitivo Comportamental e Hipnose Clínica

www.profjefferson.com.br
Canal do Youtube -
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Comunicação e Liderança
CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO:
A comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e respostas
provocadas, através de um sistema completo ou parcialmente compartilhado. É todo
o processo de transmissão e de troca de mensagens.
ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO:
Comunicação e Liderança
ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO:
• Emissor: é aquele que toma a iniciativa da comunicação.
• Receptor: é aquele a quem se dirige a mensagem.
• Mensagem: constitui o conteúdo da comunicação.
• Código: é constituído pelo grupo de símbolos utilizados para formular a
mensagem de tal modo que ela faça sentido para o receptor.
• Destaque ou Camuflagem: consiste no conjunto das decisões que o emissor
deve tomar antes de entrar em comunicação, quanto ao conteúdo da
mensagem, o código e o canal a serem utilizados.
• Feedback: verificação do entendimento da mensagem recebida. Se dá através
da reflexão e da empatia.
Comunicação e Liderança
O que você está realmente vendo?
Comunicação e Liderança

Sensação: se refere ao reconhecimento


dos estímulos presentes num ambiente,
feito pelo aparato sensorial humano
(órgãos dos sentidos).

Percepção: diz respeito ao processo de


organização das
informações obtidas por meio da sensação.
Comunicação e Liderança
FATORES QUE INTERVÊM NA COMUNICAÇÃO

Cada pessoa tem seu próprio sistema cognitivo, suas


percepções, seus valores pessoais, culturais
(familiares,nacionais, regionais,socioeconômico...) e
suas motivações,o que constitui um padrão pessoal de
referência que torna bastante singular sua
interpretação das coisas do mundo. Este padrão
pessoal age como um filtro codificador.

Este filtro é a lente através da qual o sujeito vê o mundo e o


interpreta a sua maneira. SÃO OS NOSSOS PARADIGMAS.
Comunicação e Liderança
BARREIRAS À COMUNICAÇÃO:
Barreiras Psicológicas: interferências que
decorrem das limitações, emoções,
sentimentos, valores, crenças e motivação
de cada pessoa.
Barreiras sociais: são os aspectos culturais,
educacionais e socioeconômicos.
Barreira Técnica: é preciso conhecer e
dominar o assunto que irá ser transmitido
Comunicação e Liderança
Barreiras Físicas: aquelas que decorrem do ambiente no qual acontece o
processo de comunicação – ruído na linha telefônica, barulho e etc.
Omissão: quando não falamos alguma informação, seja por
dificuldade nossa, seja porque acreditamos que o outro já sabe.
Comunicação e Liderança
Escuta Ativa – vontade ou capacidade de escutar a mensagem inteira e
responder apropriadamente ao conteúdo da mensagem.
Para ocorrer a escuta ativa é preciso
Empatia: sensibilidade às pessoas com que estamos tentando nos comunicar,
tendo intenção real de entender a mensagem. Para que haja empatia, é
necessário nos colocarmos no lugar do outro para não ocorrer erro de
atribuição.
Erro de atribuição: interpretar o outro através dos nossos sentimentos e
paradigmas.

Reflexão: refletir sobre a mensagem que está sendo recebida.


Comunicação e Liderança
LIDERANÇA

Conduzir as pessoas rumo ao objetivo, utilizando a


comunicação e as questões motivacionais.
O GESTOR precisa conhecer a motivação humana e
saber conduzir as pessoas, isto é, liderar.

O líder deve ter a capacidade de influenciar, mediar e focar o grupo


rumo aos objetivos.
Comunicação e Liderança
Estilos de liderança:
autocrático democrático liberal (laissez-faire)

LÍDER LÍDER LÍDER

SUBORDINADO SUBORDINADO
SUBORDINADO

Ênfase Ênfase no Ênfase nos


no Líder e no Subordinados
Líder Subordinado
Comunicação e Liderança

Liderança autocrática => o líder define e impõe, aquele


que determina as ideias.
Liderança democrática => o grupo é quem decide. Aquele
que determina, junto com
o grupo, as diretrizes, permitindo o esboço de opiniões e
técnicas para alcançar os objetivos desejados.
Liderança liberal ou laissez-faire => consenso grupal, sem
ou com um mínimo de participação do líder. Dá total
liberdade ao grupo para traçar as diretrizes.
Líder situacional => é aquele que assume
seu estilo de liderança dependendo mais da situação do
que da personalidade.
Comunicação e Liderança
A IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES PARA UMA BOA LIDERANÇA.
Emoção:pode ser definida como aptidão de
movimento aos sentimentos fundamentais.
Morfologicamente, a palavra emoção diz respeito
a movimento, do latim movere. motum, agitar-se,
deslocar-se.

As emoções possuem componentes


subjetivos, fisiológicos e
comportamentais.
Há 4 emoções básicas e fundamentais que perpassam pelo grupo: (Bion).

Combatividade – luta pelo objetivo Fuga - resistência


Dependência Parceria
Comunicação e Liderança
A importância da Inteligência Emocional para o lìder.
Está relacionada a habilidades, tais como motivar a si mesmo e persistir
mediante frustrações, controlar impulsos, canalizando emoções para situações
apropriadas, praticar gratificação prorrogada, motivar pessoas, ajudando-as a
liberarem seus melhores talentos e conseguir seu engajamento a objetivos de
interesses comuns.
Inteligência Intrapessoal: capacidade de relacionamento consigo mesmo,
autoconhecimento. Habilidade de administrar seus sentimentos e emoções a
favor de seus projetos. É a inteligência da auto-estima.

Inteligência Interpessoal: habilidade de compreender os outros; a maneira de


aceitar e conviver com o outro.
Comunicação e Liderança
Valores e qualidades de um Líder
Deve ser Pró-ativo Deve ter conhecimento Técnico
Deve ser Ético Não deve ter vergonha de não
saber, mas a humildade de
Deve ser Perseverante aprender
Deve dar o Exemplo
Deve ser Justo
Deve ser Motivador
Deve conhecer os seus limites
Deve conhecer os limites do grupo
e de seus componentes
Deve saber reconhecer seus sentimentos
e os sentimentos dos componentes do grupo
Comunicação e Liderança

Ser líder é bem diferente de ser Chefe. Ser líder


significa tirar o melhor de si e do grupo. É fazer
com que os resultados obtidos com o grupo seja maior
que a soma dos talentos individuais dos componentes.
Lembre-se: Às vezes muitos chefes não possuem o
prestígio de um líder.

O verdadeiro líder procura auxiliar o grupo para que as


dificuldades possam ser superadas de forma eficaz e
eficiente. Mesmo em situações de desespero do grupo,
ele mantém a calma e o discernimento.
Comunicação e Liderança
A importância de um líder eficiente e eficaz
Um multimilionário mandou construir o maior transatlântico do mundo. Porém, alguns
dias antes do lançamento do navio, o seu enorme e poderoso motor não funcionava. O
dono, insatisfeito, mandou chamar o maior engenheiro naval do lugar
para consertar o motor. Ele trabalhou durante 16 longas horas. Entretanto, não
solucionou o problema. O dono, mais insatisfeito ainda, ordenou que chamasse o maior
engenheiro naval do país. Este trabalhou durante 9 horas consecutivas sem resolver o
problema. O multimilionário, assolado com a possível vergonha que passaria, ordenou
que chamasse o maior engenheiro naval do mundo. Este trabalhou durante 1 minuto.
Tirou de sua bolsa um martelo, deu apenas um golpe e cobrou $100.000,00 dólares. O
dono do navio enviou um e-mail ao engenheiro, pedindo explicações, pois o maior
engenheiro naval do lugar trabalhou
durante 16 horas e cobrou $ 700,00 dólares.
Comunicação e Liderança

O maior engenheiro naval do país trabalhou durante


9 horas consecutivas e cobrou
R$ 1000,00 dólares. Por que o Senhor está cobrando
$ 100.000,00 dólares por um minuto de trabalho?
O engenheiro respondeu: - Estou apenas cobrando $
1,00 dólar pelo tempo que levei para realizar o
conserto. Os $ 99.999,00 dólares são por saber onde
dar a martelada.
Liderança e Poder
• Influência outras pessoas, • O poder significa o potencial
no sentido de modificar ou de influência de uma pessoa
provocar comportamentos sobre outra(s), que pode ou
de maneira intencional. não ser exercido.
• Nunca como hoje, em uma • O poder é a capacidade de
época de mudança, afetar e controlar as decisões
incerteza, globalização e e ações de outras pessoas,
competitividade, a liderança mesmo quando elas possam
tornou-se tão importante resistir.
para o sucesso • A autoridade é o poder
organizacional. legítimo, ou seja, o poder de
• O que caracteriza a uma pessoa em virtude do
verdadeira liderança é a papel ou posição que ocupa
capacidade efetiva de gerar em uma estrutura
resultados por meio das organizacional
pessoas.
LIDERANÇA E PODER É a capacidade de
influenciar diversos
resultados.
LIDER NOMEADO

recebem poder formal para Se deriva de fontes internas ou

executar certas tarefas externas ao indivíduo:

organizacionais

LIDER NATURAL POSIÇÃO


(autoridade formal)

recebe poder por capacidade


de realização ou manutenção RECOMPENSA E COERÇÃO
(respeito, estima, reprovação
da rede social no grupo social)

CONHECIMENTO
Gerência ,Chefia # Liderança (domínio sobre certos assuntos)

REFERÊNCIA
É uma forma de poder (baseado no carisma ou
no magnetismo pessoal)
TEORIAS E TÉCNICAS DE DINÂMICAS DE GRUPO

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Grupos
• Os pesquisadores sobre o
assunto, em geral, iniciam suas
exposições destacando a
natureza gregária do homem,
assim como as relações entre
os indivíduos e grupos .
(CARTWRIGHT; ZANDER,
1967).
• A vida humana é grupal.
O QUE É UM GRUPO 

• É um conjunto formado por duas


ou mais pessoas, que para atingir
determinado objetivo, necessita de
algum tipo de interação, durante
um intervalo de tempo sem o qual
seria difícil ou impossível obter o
êxito.
O QUE É UM GRUPO 

• O grupo não é simplesmente


a soma de indivíduos e
comportamentos individuais.

• O grupo assume uma


configuração própria que
influi nos sentimentos e
ações de cada um e
desenvolve o seu próprio
processo.
Grupos

Segundo Pichon-Riviere, grupo


é um conjunto de pessoas
movidas por necessidades
semelhantes se reúnem em
torno de uma tarefa especifica,
ou seja um grupo com um
objetivo mútuo, porem cada
participante é diferente, tem
sua identidade.
Grupos
 Segundo Zimmerman, “O individuo desde o nascimento participa de
diferentes grupos numa constante dialética entre a busca de sua
identidade individual e a necessidade de uma identidade grupal e
social” Todo individuo passa a maior parte do tempo de sua vida em
grupos – convivendo e interagindo.
Funcionamento do Grupo
Pode-se, também, estudar um
grupo considerando sua
dinâmica, os componentes que
constituem forças em ação e que
determinam os processos de
grupo. São elas: objetivos,
motivação, comunicação,
processo decisório,
relacionamento, liderança e
inovação. (Moscovici 2001,p. 96)
Funcionamento do Grupo
• Todos esses componentes influem na definição de normas de
funcionamento e concomitante estabelecimento do clima do grupo.

Filosofia
Pessoas valores
e orientação de vida

Conhecimento mutuo
Normas coletivas,
Base para tácitas e explicitas
na dinamica
Funcionamento do Grupo
Produtos individuais Objetivos
Valores Motivação
Normas Comunicação
Sentimentos Processo decisório
Relacionamento
Individualização
Cultura do grupo Liderança
Sinergia
Clima do grupo Inovação

Comportamento grupal
Desempenho grupal
Satisfação
Produtividade
Funcionamento do Grupo
• O grupo constrói um clima
emocional próprio por meio das
relações entre os seus membros.
A dimensão em que o grupo opera
compreende os movimentos do
conjunto como um todo, em seus
níveis de interação intrapessoal e
interpessoal, de tarefa e sócio
emocional.
Funcionamento do Grupo
 De acordo com Moscovici (1999), equipe é um grupo que compreende seus objetivos e está
engajado em alcançá-los de maneira compartilhada. Para isso, a comunicação entre os membros do
grupo deve acontecer de forma verdadeira, com estímulo de opiniões divergentes, a confiança deve
ser grande para possibilitar o assumir riscos e para atingir os resultados. Os objetivos devem ser
compartilhados.
 O respeito e a cooperação devem ser elevados e deve haver investimento constante do grupo em
seu próprio desenvolvimento.
Concepções de Grupos
1. Concepção Ideológica:
Considera que a Dinâmica Grupal é uma forma especial de
ideologia política na qual são ressaltados os aspectos de
liderança democrática e da participação de todos na tomada
de decisões. Ressaltam-se as vantagens, tanto para a
sociedade como para os indivíduos comuns, das atividades
cooperativas em pequenos grupos. Foi cientificamente
experimentada por Kurt Lewin. Com as pesquisas sobre o
fenômeno da boa liderança, Lewin demonstrou que, quando
os seres humanos participavam de atividades em grupos
democráticos, não somente sua produtividade era
intensificada, como também o seu nível de satisfação era
elevado e as suas relações com os outros membros
baseavam-se na cooperação e na redução das tensões.
Concepções de Grupos
2. Concepção Tecnológica:
Considera que a Dinâmica Grupal refere-se
a um conjunto de métodos e técnicas
usadas em intervenções em famílias,
equipes de trabalho, salas de aula etc. A
rigor, o uso de qualquer uma dessas
técnicas objetiva aumentar a capacidade de
comunicação e cooperação e,
consequentemente, incrementar a
espontaneidade e a criatividade dos seres
humanos quando em atividade grupal.
Ex. Jogos Dramáticos e Psicodrama.
Concepções de Grupos
3. Concepção Fenomenológica:
Autores que priorizam suas
atividades em torno da ideia de que
os fenômenos psicossociais que
ocorrem nos pequenos grupos é
resultado de um sistema humano
articulado como um todo, uma
gestalt. Entre esses fenômenos,
citam-se: coesão, comunicação,
conflitos, formação de lideranças
etc.
Concepções de Grupos
Pode-se observar duas formações teóricas:
uma, a Psicologia da Gestalt, que é descritiva,
pois centra seus postulados na descrição dos
fenômenos que ocorrem no aqui-agora do
mundo grupal — por exemplo, a configuração
espacial adotada regularmente por uma
unidade grupal.
A Psicanálise, que é explicativa por que procura
explicar a unidade do grupo através da ideia de
uma ‘mentalidade grupal’ (psicologia das
massas), muitas vezes inconsciente para os
membros do próprio grupo.
Concepções de Grupos
Concepções para a Dinâmica Grupal, cada uma delas reflete uma posição
particular do que seja, e para que serve essa especialidade do conhecimento.
Concepções de Grupos
CONDIÇÕES QUE ESTIMULARAM O DESENVOLVIMENTO
DA DINÂMICA DE GRUPO

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Fatos no campo político-ideológico norte-americano

• Os ideais de democracia e participação.


• O associativismo.
• A peculiar situação política dos EUA
predominavam no mundo de então
(nazismo na Alemanha, stalinismo na
Rússia, monarquia absoluta no Japão etc.,
era o que Karl Popper caracterizou como
sociedade aberta [16: p. 53], pois regida
por parâmetros democráticos
• As dramáticas mudanças na economia
americana ocorridas na década de trinta .
Kurt Lewin

Psicologia da Gestalt.
Pesquisa-ação (Action-Research)
Tentando com ela dar conta de dois problemas
levantados pela sociedade em sua época: os
problemas sociais e a necessidade de
pesquisa.
Kurt Lewin
• Kurt Lewin trabalhou
durante 10 anos com
Wertheimer, Koffka,
Kõhler na Universidade
de Berlim.
• O principal conceito de
Lewin é o do espaço
vital, que ele define
como "a totalidade dos
fatos que determinam o
comportamento do
indivíduo num certo
momento".
Kurt Lewin
 Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou durante dez anos com Wertheimer, Koffka e Kohler na
universidade de Berlim, dessa colaboração com os pioneiros da Gestalt nasceu sua Teoria de
campo. Entretanto não podemos considerar Lewin como um gestaltista, já que ele acaba
seguindo um outro rumo. Lewin parte da teoria da Gestalt para construir um conhecimento
novo e genuíno.
 O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define como sendo a totalidade
dos fatos que determina o comportamento do indivíduo num certo momento. Kurt Lewin
modificou profundamente o curso da Psicologia e pode ser apontado como um dos maiores
psicólogos contemporâneos. Sua importância não é meramente histórica. O estudo de sua
obra nos oferece um excelente meio de romper com a resistência oferecida pela psicologia
em aceitar uma abordagem estruturalista de seus problemas.
Suas contribuições
Criação da Teoria de Campo
Criação da Pesquisa Ação
Considerado o fundador de Dinâmica de Grupo.
A partir dele houve uma gradativa diversificação
das ciências sociais.

 Kurt Lewin é citado como o "pai" da pesquisa ação. Ele tinha


muito interesse na relação da justiça social e a investigação
rigorosa.(especialmente após perder sua família na
Alemanha). Inicialmente queria criar uma mudança social
positiva.
A Pesquisa - Ação
 Baseado em seus interesses e trabalho de investigação
prévio, conduziu com seus estudantes (1946) o
desenvolvimento de uma metodologia de investigação
chamada pesquisa-ação. A pesquisa-ação tem enfoque
na informação, interação, colaboração. Constitui-se de
múltiplos passos para investigação e solução de
problemas. É uma forma de comprovar as ideias na
prática como meio de melhorar e incrementar o
conhecimento acerca de um tema. Consiste em quatro
passos: Planejamento, Ação, Observação e Reflexão. É
um processo colaborativo no qual os membros os
membro de uma equipe de pesquisa-ação trabalham
juntos para solucionar um problema refletindo
criticamente sobre suas ações e suposições. Recompilam
a informação acerca de seus comportamentos, ações,
resultados e julgamentos.
A Pesquisa - Ação
 Os participantes são ao mesmo tempo sujeitos e objeto da
experiência.
 Seus experimentos demonstraram que as atitudes de
liderança têm correlação direta com a moral e produtividade
dos membros do grupos. Essas descobertas foram, no
entanto, mais populares entre os funcionários que os
empregadores.
 Considerado o precursor da dinâmica de grupo, suas ideias
são até hoje estudadas e aplicadas como grandes forças
propulsoras da psicologia social, educacional, administração,
sociologia e etc. Seu interesse centrou-se em pequenos
grupos, analisando as variáveis de coesão, padrões grupais,
motivação, participação, processo decisório, produtividade,
preconceitos, tensões, pressões e formas de coordenar um
grupo.
Dinâmica de Grupo
 Segundo Lewin, a dinâmica de grupo é o estudo das forças que agem no
seio dos grupos, suas origens, consequências e condições modificadoras do
comportamento do grupo.
 A importância desta teoria para as organizações é a de que, considerando
os grupos responsáveis pela conquista dos objetivos organizacionais, a
variação no comportamento do grupo é de extrema relevância para os
administradores.
 A formação de um grupo fundamenta-se na ideia de consenso nas relações
interpessoais, ou seja, concordância comum sobre os objetivos e sobre os
meios de alcança-los, resultando a solidariedade grupal.
 Esses fatores psicológicos possuem autonomia, uma vez que o grupo não
funciona num vácuo, mas é formado a partir de uma organização mais
ampla. Isso dá a idéia genérica de que um grupo pode estar representado
por uma empresa, governo, país, igreja. Outro fator que influencia a
agregação de grupos são suas condições de igualdade quer
socioeconômica, de religião, cor, raça, quer mesmo de ideias.
Teoria de Campo - Lewin
 Para Kurt Lewin "O comportamento é produto de um campo de determinantes
interdependentes (conhecidos como "espaço de vida" ou " campo social" ). As
características estruturais desse campo são representadas por conceitos extraídos da
topologia e da teoria de conjuntos e as características dinâmicas são representadas
através de conceitos de forças psicológicas e sociais"
 A teoria de campo que se baseia em duas suposições fundamentais:
O comportamento é derivado da totalidade de fatos coexistentes ao seu redor;
Esses fatos tem um caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo
depende de uma inter-relação com as demais outras partes.
 O comportamento humano não depende somente do passado ou do futuro, mas do
campo dinâmico atual e presente. Esse campo dinâmico é o "espaço de vida que
contém a pessoa e seu ambiente psicológico".
Teoria de Campo - Lewin
Mundo não Psicológico
Ambiente Psicológico Fatores físicos e sociais

Barreira
Vetor
Necessidades Objetivos
Força Motriz Vetor de restrição

Espaço de Vital
Teoria de Campo - Lewin
 A teoria de campo é um"método de análise das relações causais e de
elaboração dos construtos científicos. Está intimamente ligada à teoria da
Gestalt, sobre tudo no que se refere à interdependência das diferentes
relações causais entre o parcial e o global na experiência do
comportamento.
 Entre os conceitos de base da teoria de campo figuram:
espaço de vida: todos os fatos que existem para o indivíduo ou
grupo num dado momento;
a tensão a energia, a necessidade, a valência e o vetor, que
constituem conceitos dinâmicos essenciais para analisar o
comportamento;
processos como a percepção, a ação e a recordação, meios pelos
quais as tensões de um sistema se igualam;
a aprendizagem que provoca mudanças várias, por exemplo da
motivação (adquirir novos gostos ou aversões), ou a mudança do
grau de pertença ao grupo, por exemplo assimilar uma nova cultura.
Lewin propõe a seguinte equação para explicar o
comportamento humano: C = f (P,M)
Onde: ( C) é função ( F) ou resultado da interação entre a
pessoa ( P) e o meio ambiente ( M) que a rodeia.
Ambiente Psicológico: (ou ambiente comportamental) é tal
como é percebido e interpretado pela pessoa. Ë relacionado
com as atuais necessidades do indivíduo. Alguns objetos,
pessoas ou situações, podem adquirir valência no ambiente
psicológico, determinando um campo dinâmico de forcas
psicológicas.
Os objetos , pessoas ou situações adquirem para o indivíduo uma valência positiva (quando podem ou
prometem satisfazer necessidades presentes do indivíduo) ou valência negativa (quando podem ou
prometem ocasionar algum prejuízo) Os objetos, pessoas ou situações de valência positiva atraem o
indivíduo e os de valência negativa o repelem. A atração é a força ou vetor dirigido para o objeto, pessoa
ou situação; a repulsa é a força ou vetor que o leva a se afastar do objeto, pessoa ou situação, tentando
escapar.
Teoria de Campo - Lewin
• Um vetor tende sempre a produzir movimento em uma certa direção. Quando dois ou mais vetores atuam
sobre uma mesma pessoa ao mesmo tempo, a locomoção é um espécie de resultante de forças. Algumas vezes,
a locomoção p[produzida pelos vetores pode ser impedida ou completamente bloqueada por uma barreira, que
é algum impedimento ou de fuga ou repulsa em relação a um objeto, pessoa ou situação. A barreira não têm
valência por si mesma e não exerce nenhuma força, ela oferece resistência sempre que alguma força é exercida
sobre ela. Quando a barreira é rígida, ela exige do indivíduo tentativas de exploração de ultrapassá-la e, quando
inultrapassável, adquire valência negativa.
Teoria de Campo - Lewin

• Para Lewin, toda a necessidade cria um estado de


tensão no indivíduo, uma predisposição à ação sem
nenhuma direção específica. Lewin utilizou uma
combinação de análise topológica (mapear o espaço
vital) e vetorial ( para indicar a força dos motivos no
comportamento) e desenvolveu uma série de
experimentos sobre a motivação, satisfação e a
frustração, os efeitos da liderança autocrática e
democrática em grupos de trabalho, etc.
Dinâmica de Grupo e as Mudanças
O indivíduo é um ser geneticamente social. É característica do mesmo o ato de reunir-se em grupos
onde nasce, cresce e morre; portanto, seu destino está ligado ao funcionamento de grupos.
As experiências grupais são as que permitem observar as características 'políticas' do ser humano: não
porque estas sejam criadas neste momento, mas sim porque é necessário que haja um grupo reunido
para que essas características possam se manifestar e assim converter-se em objeto de observação“.
Para Kurt Lewin (1973 p. 88), um grupo é mais que a soma de seus membros. Possui estrutura
própria, objetivos próprios e relações próprias com os outros grupos. A essência de um grupo não é a
semelhança ou a diferença entre seus membros, mas sua interdependência, cujo grau varia desde a
"massa" amorfa de uma unidade compacta. Lewin caracteriza um grupo como sendo "um todo
dinâmico", o que significa que, numa mudança no estado de, uma das subpartes provoca mudança no
estado de toda as outras.
Dinâmica de Grupo
 A Escola da Dinâmica de Grupo desenvolve uma
proposição de que "o comportamento, as
atitudes, as crenças e os valores de indivíduo
baseiam-se firmemente nos grupos aos quais
pertence. O grau de agressividade ou cooperação
de uma pessoa, seu grau de auto-confiança, sua
energia e produtividade, suas aspirações, sua
opinião sobre o que é verdadeiro e bom, seus
amores ou ódios e suas crenças e preconceitos,
todas essas características são determinadas em
alto grau pelo grupo a que pertence o indivíduo.
Essas características são próprias de grupos e das
relações entre as pessoas.
Os grupos podem participar do processo de mudança
em pelo menos três perspectivas diferentes:

Grupo como instrumento de mudança: o grupo aparece


como fonte de influência sobre seus membros. Os
esforços para mudar o comportamento podem
encontrar apoio ou resistência do grupo sobre os seus
membros.
Grupo como meta de mudança: para mudar o
comportamento de indivíduos, pode-se tornar
necessário mudar os padrões do grupo, seu estilo de
liderança, seu ambiente emotivo, etc. Muito embora a
finalidade possa ser a mudança, do comportamento dos
indivíduos, o grupo se torna a meta de mudança.
Dinâmica de Grupo

Grupo como agente de mudança: certas


mudanças de comportamento podem ser
provocadas somente através de esforços
organizacionais de grupos que atuem como
agentes de mudança. A resistência a
mudança foi definida por Lewin como um
fenômeno geral dos organismos sociais. Pode
ser esquematizada como uma lei de ação e
reação: toda ação tem de a provocar uma
reação que visa anular os seus efeitos.
A teoria do campo psicológico, formulada por
Lewin, afirma que as variações individuais do
comportamento humano com relação à
norma são condicionadas pela tensão entre
as percepções que o indivíduo tem de si
mesmo e pelo ambiente psicológico em que
se insere, o espaço vital.
Dinâmica de Grupo
Para que haja comportamento de grupo é necessário que vários
indivíduos experimentem as mesmas emoções de grupo, que estas
emoções sejam suficientemente intensas para integrá-los e deles fazer
um grupo, que, finalmente, o grau de coesão atingido por esses
indivíduos seja tal que eles se tornem capazes de adotar o mesmo tipo
de comportamento.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
A partir dos estudos sobre as minorias lhe
permitiram questionar as teorias e
metodologias tradicionais da Psicologia Social.
Diante de suas experiências, na exploração de
realidades sociais, propõe uma concepção
pessoal de pesquisa e de experimentação em
psicologia dos grupos.
Desta forma para análise dos grupos é
necessário considerar:
Sociedade global: onde os fenômenos de
grupo se inserem e se manifestam.
E, todas as ciências do social contribuem para
compreender os fenômenos relacionados a
dinâmica dos grupos.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
• Portanto, as realidades sociais são
multidimensionais: Só a pesquisa de campo
oferece condições válidas de experimentação.
• Lewin fixa dois objetivos para a pesquisa sobre
fenômenos sociais:
Toda pesquisa deve originar-se a partir de uma
situação social concreta a modificar;
O pesquisador deve implicar-se pessoalmente
no futuro das realidades sociais que tenta
explicar sem deixar de objetivar-se a seu
respeito. Assumir dois papéis complementares:
participante e observador;
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Lewin:
• Objeto de estudo: Opção por estudar os pequenos grupos concretos formados
a partir de interações que ligam indivíduos em contato direto;
• Método: Estudar o fenômeno social a partir de seu interior, para provocar
modificações de uma situação social e atitudes coletivas que lhe
correspondem.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Interesse nas Atitudes Coletivas:
Para Lewin, nenhum comportamento
humano poderia se explicar a partir da
causalidade histórica;
Os comportamentos dos indivíduos,
enquanto seres sociais são função de
uma dinâmica independente das
vontades individuais;
Os fenômenos de grupo são
irredutíveis e não podem ser
explicados à luz da psicologia
individual;
Toda dinâmica de grupo é a resultante
do conjunto das interações no interior
de um espaço psicossocial.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Para o observador entender as Atitudes Coletivas deve responder as seguintes
questões:
1. Por que o grupo prefere ter determinado comportamento do que a outro?
2. Por que, neste momento, a situação observada possui tal estrutura ao contrário
de outra?
Atitudes Coletivas:
Para Lewin a explicação dos fenômenos grupais não está nos aspectos singulares
dos elementos, mas nas múltiplas interações que se produzem entre os elementos
da situação social, assim como no próprio momento em que são observados e
interpretados
O ambiente social contribui para a formação e transformação das atitudes
coletivas favorecendo, ou inibindo, as tendências sociais já adquiridas
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Totalidade Dinâmica: noção fundamental da
dinâmica de grupo, todo conjunto de elementos
interdependentes constitui uma totalidade
dinâmica. Todos os grupos são totalidades
dinâmicas, porém, nem todas as totalidades
dinâmicas são grupos: Ex. Personalidade
Personalidade: eu íntimo, eu social e eu público
(eu- self);
Eu íntimo: consagra os valores fundamentais para
o indivíduos;
Eu social: engloba os sistemas de valores que são
partilhados com certos grupos. Ex. valores
profissionais;
Eu público: a região que está em contato com os
contatos humanos ou nas tarefas que apenas o
automatismo são suficientes ou exigidos. Ex.
fenômeno de massa.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Campo Social:
Formado pelo grupo e seu ambiente;

Elabora quatro hipóteses sobre a dinâmica dos pequenos grupos.

Campo Social - Hipóteses sobre dinâmica de grupos:

1. O grupo é a base sobre o qual o indivíduo se mantém;


2. O indivíduo utiliza o grupo como instrumento para satisfazer suas necessidades psíquicas
ou aspirações sociais;
3. O grupo é a realidade do indivíduo, independente de sua posição no grupo. Tudo que
afetar o grupo, afeta o indivíduo também;
4. O grupo é um dos elementos ou determinantes do espaço vital do indivíduo. É no espaço
vital que se dá a existência ou evolução do indivíduo. O grupo é um setor deste espaço.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Adaptação social:
Alcançar seus objetivos, suas aspirações, sem forçar ou
romper os laços funcionais com a realidade coletiva ou
o campo social em que o indivíduo se insere e que
constitui o fundamento de sua existência.
Mudança Social e controle social:
Toda conduta do indivíduo em grupo é determinada, de
uma parte, pela dinâmica dos fatos (situação social) e,
de outra, pela dinâmica dos valores (eu, superego) que
percebe em cada situação.
Mudança social - Acontece a partir do interior dos
grupos:
Duas atitudes: (1)conformistas: percepções sociais
cristalizadas e catastróficas e (2) não-conformistas:
desejável e esperada
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Mudança Social:
3. Totalidade ou a maioria, sente inclinação à mudança. Para isso é necessário
modificar as relações:
• as estruturas da situação social
• as estruturas das consciências que vivem nesta situação social
• os acontecimentos que surgem nesta mesma situação social
E, impreterivelmente, o clima de grupo dominante, ou seja, introduzir uma nova
autoridade.
Pesquisa-Ação: experimentação e pesquisa em psicologia social
• Pesquisa em PSO deve ser uma Ação-Social
• Duas condições fundamentais:
a) operar-se em pequenos grupos e preocupados em reestruturar-se
b) realizada por pequenos grupos-testemunhas, compostos por experimentadores
motivados
Dinâmica e Gênese dos Grupos
A experimentação deve realizar-se em
três etapas:
a) Levantamento ou análise das
percepções de grupo que
caracterizam os indivíduos, os
subgrupos e o grupo;
b) Deduzir destas análises, aspectos
sobre a evolução destas percepções
de grupo;
c) Descobrir e prever os novos modos
de comportamentos de grupo que
estarão em harmonia com a
reestruturação das percepções de
grupo.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
A Pesquisa-Ação permite em PSO:
• Descobrir as constantes e variáveis
em jogo na transformação de
agrupamento humano
• Os processos e os determinantes da
formação dos grupos, as leis
essenciais da dinâmicas dos grupos
poderão, assim, pouco a pouco,
serem definidas
• Para serem científicas, estas
definições deverão ser operacionais,
ou seja, aplicáveis.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
• A partir dos estudos sobre as minorias lhe
permitiram questionar as teorias e metodologias
tradicionais da Psicologia Social.
• Diante de suas experiências, na exploração de
realidades sociais, propõe uma concepção pessoal
de pesquisa e de experimentação em psicologia
dos grupos.
Desta forma para análise dos grupos é necessário
considerar:
• Sociedade global: onde os fenômenos de grupo se
inserem e se manifestam;
• E, todas as ciências do social contribuem para
compreender os fenômenos relacionados a
dinâmica dos grupos.
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Portanto, as realidades sociais são
multidimensionais:
Só a pesquisa de campo oferece condições
válidas de experimentação.
Lewin fixa dois objetivos para a pesquisa
sobre fenômenos sociais:
1) Toda pesquisa deve originar-se a partir
de uma situação social concreta a
modificar
2) O pesquisador deve implicar-se
pessoalmente no futuro das realidades
sociais que tenta explicar sem deixar
de objetivar-se a seu respeito. Assumir
dois papéis complementares:
participante e observador
Dinâmica de Grupo na atualidade
Diferentes concepções sobre o trabalho
com grupos, que variam de acordo com a
metodologia e o referencial teórico
adotados.
Numa abordagem tradicional, Cartwright e
Zander propõe que a dinâmica de grupo se
defina como um campo de pesquisa
dedicado ao conhecimento progressivo de
natureza dos grupos, das leis de seu
desenvolvimento e de suas inter-relações
com indivíduos, outros grupos e instituições
mais amplas.
Dinâmica de Grupo na atualidade
Na abordagem dialética,
Lapassede afirma que dinâmica de
grupo leva, na realidade, a uma
dialética dos grupos. O emprego
do termo dialética justifica-se por
uma lógica do inacabado, da ação
sempre recomeçada. Para ele o
grupo se organiza num processo
que jamais chegará a uma
totalização, não há maturidade dos
grupos.
Dinâmica de Grupo na atualidade

Em uma visão materialista


histórica, Lane afirma que o
estudo de pequenos grupos se
torna necessário para
entendermos a relação individuo-
sociedade, pois é o grupo
condição para que ele supere a
sua natureza individualista, se
tornando um agente consciente
na produção da história social.
APLICAÇÕES DA DINÂMICA GRUPAL
A Dinâmica Grupal é uma ciência
interdisciplinar, e são múltiplas as suas
aplicações técnicas, e os campos dos saberes
humanos que podem ser beneficiados com
seus conhecimentos.
Saúde: Na área da saúde humana é onde se
situam os resultados mais promissores das
aplicações práticas da Dinâmica Grupal
Educação: A pedagogia dos grupos permite
uma síntese perfeita entre instrução e
socialização do indivíduo. Todas as vertentes
da Dinâmica Grupal contribuem para essa
perfeição, no entanto, foram os achados de
Lewin e de Moreno que mais contribuíram
para esse objetivo pedagógico.
APLICAÇÕES DA DINÂMICA GRUPAL

Diferentes concepções surgiram, ao


longo do desenvolvimento da
prática, da teorização e do ensino
da dinâmica de grupo, direcionando
a atuação do profissional que
trabalha neste campo, de acordo
com a crença em cada umas destas
concepções. Porém qualquer
técnica só terá êxito nas mãos
daquele que a utiliza com
entusiasmo e espontaneidade.
Referências:
 CARTWRIGHT, D & ZANDER, A – Dinâmica de Grupo, SP, EPU,
1967.
 CASTILHO, A . A Dinâmica do Trabalho de Grupo. Rio de Janeiro:
Qualitymark,2001.
 LANE, Silvia. Processo Grupal. In: LANE, Silvia et al. Psicologia
Social: o homem em movimento. São Paulo, Brasiliense, 1986. P.78-
98.
 MOSCOVICI. F. Equipes dão certo: a multiplicação do talento
humano. 2º ed. José Olympio; Rio de Janeiro; 1999.
 MOSCOVICI, F. Desenvolvimento Interpessoal, RJ, LTC, 1985.
 ZIMERMAN, D. E. & OSORIO,L .C [et.al] "Como trabalhamos com
grupos" Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.
Psicologia Grupal

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Psicologia Grupal
Confluência entre a Psicologia propriamente dita e a Psicologia Social;
Psicologia Social: Macrogrupos;
Psicologia Grupal: Microgrupos.

Microgrupos: grupos humanos nos quais os indivíduos podem se


reconhecer em sua singularidade (ou perceberem uns aos outros
como seres distintos, com suas respectivas identidades
psicológicas), mantendo ações interativas na busca de objetivos
compartilhados.
Psicologia Grupal – Marcos Teóricos

Psicanálise – Freud; M. Klein; Bion; etc.


Teoria da Gestalt e Dinâmica de Grupos – Kurt
Lewin.
Teoria dos Papéis e Psicodrama – J. L. Moreno.
Teoria dos Vínculos e Grupo Operativo – Pichon-
Rivière.
Teoria Sistêmica – von Bertalanffy.
Teoria da Comunicação Humana – Bateson.
Áreas de atuação
Clínica.
Educacional.
Institucional.
Social e Comunitária.
Aplicada a grupos

Psicanálise

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Psicanálise aplicada a grupos
“o grupo psicológico é um
ser provisório, formado
por elementos
heterogêneos que por um
momento se combinam
exatamente como as
células que constituem um
corpo vivo formam, por
sua reunião, um novo ser
que apresenta
características muito
diferentes daquelas
possuídas por cada uma
das células isoladamente”
(Freud)
A PSICOLOGIA DAS MASSAS E A ANÁLISE DO EU
FREUD - 1921
Psicanálise aplicada a grupos
Freud, logo no início de seu texto, irá apontar o não contraste entre a psicologia individual e a
psicologia de grupo:
O contraste entre a psicologia individual e a psicologia social ou de grupo, que à primeira vista pode
parecer pleno de significação, perde grande parte de sua nitidez quando examinado mais de perto.
[...] a psicologia individual, [...] é, ao mesmo tempo, também psicologia social. (FREUD).

Grupo Social

Grupo Familiar

INDIVÍDUO
Psicanálise aplicada a grupos
A DESCRIÇÃO DE LE BON DA
MENTE GRUPAL:
A metodologia utilizada por
Freud para o estudo dos grupos
foi a obra do psiquiatra e
arqueólogo francês, Gustave Le
Bon (1841 - 1931), Psicologia
das Multidões, escrita em 1895.
Psicanálise aplicada a grupos
Da obra de Le Bon:
Grupo: coloca-nos na posse de uma espécie de mente
coletiva que nos faz sentir, pensar e agir de maneira
muito diferente comparado ao comportamento
individual.
O grupo psicológico é um ser provisório, formado por
elementos heterogêneos que por um momento se
combinam, (Ibid., p. 29).
Psicanálise aplicada a grupos
OUTRAS DESCRIÇÕES DA VIDA MENTAL COLETIVA:
Neste capítulo, Freud passa a analisar o livro A Mente Grupal
(1920), de William McDougall, professor de Psicologia Social
na Universidade de Harvard.
Psicanálise aplicada a grupos
Freud citando McDougall:
• Organização: No caso mais simples, diz ele, o ‘grupo’
não possui organização alguma, ou uma que mal
merece esse nome. Descreve um grupo dessa espécie
como sendo uma ‘multidão’. Admite, porém, que
uma multidão de seres humanos dificilmente pode
reunir-se sem possuir, pelo menos, os rudimentos de
uma organização [...].
• Condição: os indivíduos devem ter algo em comum
uns com os outros, um interesse comum num
objeto, uma inclinação emocional semelhante numa
situação ou noutra e (‘conseqüentemente’, gostaria
eu de interpolar) ‘certo grau de influência recíproca’.
Quanto mais alto o grau dessa ‘homogeneidade
mental’, mais prontamente os indivíduos constituem
um grupo psicológico e mais notáveis são as
manifestações da mente grupal. (Freud).
Psicanálise aplicada a grupos
SUGESTÃO E LIBIDO
Freud recorrerá, neste capítulo, à sua teoria da libido
para explicar a psicologia de grupo. Diz ele:
• Libido é expressão extraída da teoria das emoções. [...]
abrangido sob a palavra ‘amor’. [...] Tentaremos nossa
sorte, então, com a suposição de que as relações
amorosas (ou, para empregar expressão mais neutra, os
laços emocionais) constituem também a essência da
mente grupal.
• Se um indivíduo abandona a sua distintividade num
grupo e permite que seus outros membros o influenciem
por sugestão, isso nos dá a impressão de que o faz por
sentir necessidade de estar em harmonia com eles, de
preferência a estar em oposição a eles, de maneira que,
afinal de contas, talvez o faça ihnen zu Liebe, ou seja, em
consideração a eles, ou, pelo amor deles. (Freud).
Psicanálise aplicada a grupos
DOIS GRUPOS ARTIFICIAIS: A IGREJA E O
EXÉRCITO:
Uma igreja e um exército são grupos artificiais, isto
é, uma certa força externa é empregada para
impedi-los de desagregar-se [...]. Tal força situa-se,
exatamente, na ilusão do amor, encarnada no líder
ou na causa; [...] prevalece a mesma ilusão de que
há um cabeça — na Igreja Católica, o lider religioso;
num exército, o Comandante-Chefe — que ama
todos da mesma maneira; Tudo depende dessa
ilusão.
Nesses dois grupos artificiais, cada indivíduo está
ligado por laços libidinais, por um lado, ao líder
(religioso, o Comandante-Chefe) e, por outro, aos
demais membros do grupo.
Freud apresenta uma fórmula para a
"constituição libidinal dos grupos“:
Freud apresenta uma fórmula para a
"constituição libidinal dos grupos“:
• Entretanto, esta fórmula se aplica àqueles
"grupos que têm um líder e não puderam,
mediante uma ‘organização’ demasiada,
adquirir secundariamente as características
de um indivíduo" (Freud). Freud nomeia
este modelo como sendo um "grupo
primário": "um certo número de indivíduos
que colocaram um só e mesmo objeto no
lugar de seu ideal do ego e,
consequentemente, se identificaram uns
com os outros em seu ego." (Ibid.).
Eu ideal e Ideal de Eu
Eu Ideal, que se constitui no estágio do
espelho, traduz um narcisismo primário,
uma dimensão imaginária, limitada e
idealizada, relacionada ao narcisismo dos
pais, e que confere ao sujeito uma
sensação de onipotência. Este “Eu” seria,
assim, resultado dos investimentos
narcísicos dos cuidadores sobre o bebê. O
efeito desses investimentos na imagem do
sujeito é que ele mesmo com ela se
identifica, passando a nela investir
também. Em outras palavras, este
investimento permite que o sujeito ame a
si mesmo, numa dimensão narcísica.
Eu ideal e Ideal de Eu
Segundo J. Lacan, fase da constituição do ser
humano que se situa entre os seis e os dezoito
meses; a criança, ainda num estado de
impotência e de incoordenação motora,
antecipa imaginariamente a apreensão e o
domínio da sua unidade corporal. Esta
unificação imaginária opera-se por identificação
com a imagem do semelhante como forma
total; ilustra-se e atualiza-se pela experiência
concreta em que a criança percebe a sua
própria imagem num espelho. A fase do
espelho constituiria a matriz e o esboço do que
seria o ego.
Eu ideal e Ideal de Eu

O narcisismo primário é um primeiro


estágio, anterior à constituição do ego e
portanto auto-erótico, através do qual a
criança vê a sua própria pessoa como
objeto de um amor exclusivo – um estado
que precede a habilidade de se voltar em
direção aos objetos externos. Com isso
surge a constituição do eu ideal. O
narcisismo secundário resulta da
transferência para o ego de investimentos
em objetos no mundo externo. Ambos os
narcisismos parecem ser uma defesa
contra impulsos agressivos.
Eu ideal e Ideal de Eu
Entretanto, sabemos que os cuidadores
não projetam apenas seu narcisismo,
mas também suas exigências, e é a
partir delas que se originará, o “Ideal de
Eu”, que é o “Eu” comprometido em ter
de ser/fazer/cumprir determinadas
demandas para ser amado e
reconhecido. Podemos voltar à análise
do delírio como uma forma de o
“sujeito” psicótico “eliminar” o conflito
entre este “Eu Ideal” e a demanda do
mundo externo, pois, uma vez que ele
não possui referências simbólicas que
lhe signifiquem esta demanda externa.
Eu ideal e Ideal de Eu

Em "Psicologia das massas e análise do eu", de


1921, o ideal do eu aparece como uma instância
separada do eu que tem a capacidade de entrar
em conflito com ele. Entre suas funções
encontramos a auto-observação, a consciência
moral, a censura onírica e a influência no
processo de recalque. O ideal do eu observa o
eu que é obrigado a afastar da consciência os
impulsos que não se mostram compatíveis com
os padrões do narcisismo. Freud acrescenta que
é por colocar no lugar do ideal do eu o objeto
de fascinação amorosa, o líder das massas, que
se dá a relação de dependência para com eles.
Psicanálise aplicada a grupos

• Freud não se ocupou de microgrupos,


apenas de fenômenos coletivos de massas
ou multidões. Suas conclusões, portanto,
são apenas em parte aplicáveis aos
microgrupos;
• Para Freud, a identificação era a mais
remota expressão de um laço emocional
com outra pessoa e, consequentemente, a
via pela qual podemos estabelecer a
grupalidade.
Psicanálise aplicada a grupos - Klein

Freud M. Klein

• Identificação • Identificação
como como
introjeção projeção
Psicanálise aplicada a grupos - Bion
• A atividade mental dos indivíduos
em grupo é regida por fantasias
inconscientes compartilhadas que
determinam o aparecimento dos
supostos básicos;
• Os supostos básicos estão a
serviço das resistências ao
desenvolvimento da tarefa grupal,
opondo-se ao estado mental
cooperativo.
Supostos Básicos - Bion
• O grupo espera que o
líder se responsabilize
Dependência pela tarefa e pelos
membros do grupo

• O grupo age como se


Luta - fuga houvesse um inimigo a
enfrentar ou evitar

• Crença de que os
Acasalamento ou problemas do grupo serão
expectativa solucionados por alguém
que não nasceu (o líder
messiânica perfeito)
Supostos Básicos - Bion
• Esses supostos Básicos nunca
desaparecem por inteiro, mas
espera-se que o amadurecimento
do grupo minimize a sua
interferência na realização das
tarefas;
• Em uma situação grupal madura, o
líder do grupo dependente é
apenas confiável; o do luta-fuga é
corajoso e o do acasalamento é
criativo.
Psicanálise aplicada a grupos - Schilder
• Considerado por muitos o introdutor do método analítico na psicoterapia
de grupo;
• Manteve a atenção ao individual, principalmente na relação
transferencial entre cliente e terapeuta, mesmo na situação grupal;
• Podemos dizer que ele tratava seus pacientes coletivamente, mas sua
intervenção era individual, não chegando a considerar o grupo como
uma unidade terapêutica.

Psicoterapia no grupo, mas não de ou do


grupo
Psicanálise aplicada a grupos - Foulkes

• Preocupou-se sempre em descrever as


peculiaridades da abordagem grupal,
diferenciando-a da individual;
• Matriz – rede comum a todos os
membros, sendo os pacientes
seus pontos nodais. Essa matriz
tem características de conjunto
distintas da soma de relações
nele processadas.
Psicanálise aplicada a grupos
• Slavson – enfatizou elementos base da psicanálise
no contexto grupal: transferência, interpretação de
conteúdos latentes, busca de insight, etc;
• Ezriel – destacou a possibilidade de interpretar o
“material profundo” tanto em situação individual
quanto grupal;
• Anzieu – ideias de ilusão grupal e grupo como
invólucro;
• Kaes – elaborou a noção de um aparelho psíquico
grupal e desenvolveu o conceito de cadeia
associativa grupal;
• Grinberg, Rodrigué e Langer (Escola Argentina) –
elaboração de um modelo clínico de abordagem
grupal com ênfase na atitude interpretativa.
Psicanálise aplicada a grupos

• Cortesão – elaborou o conceito de padrão


grupanalítico a partir da ideia de Foulkes sobre
a matriz grupal;
• Neri – descreve o “estado grupal nascente” que
corresponde ao momento em que o grupo
começa a tomar forma como unidade e o
“estágio da comunidade dos irmãos”, momento
em que o grupo se constitui como um agente
coletivo capaz de pensar e elaborar. A função
do terapeuta seria menos de interpretar e mais
de oferecer condições propícias para que o
pensamento grupal possa operar.
Pichon-Rivière

Grupo Operativo

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Grupos Operativos – Pichon-Rivière

• Modelo híbrido, referenciado na psicanálise e na dinâmica de grupos;


• Suporte para a prática com grupos pedagógicos e terapêuticos;
• Grupos centrados na tarefa:

Terapêuticos Cura

Pedagógicos Aprendizagem
Grupos Operativos – Pichon-Rivière
• Todo grupo operativo é terapêutico, embora nem todo grupo terapêutico seja
operativo:

Aprendizagem
Abandono de formas estereotipadas de
ver o mundo ou a realidade

• O Grupo Operativo é uma ideologia de abordagem grupal e não uma técnica


propriamente dita;
Grupos Operativos – Pichon-Rivière

Denominador comum da situação


grupal, ou seja, o que num dado
momento é compartilhado por
todos os membros do grupo, de
modo consciente ou inconsciente

História, experiências,
circunstâncias pessoais de um
membro do grupo
Cone invertido
É um esquema idealizado por Pichon-Rivière para avaliar o
movimento no interior de um grupo durante a realização de uma
tarefa e seu resultado final, quando se tornam manifestos os
conteúdos que no início do processo encontravam-se latentes.
• O cone possui 6 vetores de análise:
1. Pertença
2. Cooperação
3. Pertinência
4. Comunicação
5. Aprendizagem
6. Tele.
Cone invertido – 6 vetores
Pertença – sensação única e individual de fazer parte do grupo, ser importante para a
realização da tarefa;
Cooperação – baseia-se na troca de informação entre os participantes do grupo, isto
é, aquilo que os membros trazem de si para o grupo, contribuindo para a tarefa
grupal;
Pertinência – diz respeito a percepção dos integrantes quanto ao centramento nas
tarefas, isto é, aos objetivos delineados no projeto;
Comunicação – constitui basicamente o intercâmbio de informações entre membros
do grupo;
Aprendizagem – torna-se possível a partir da comunicação bem realizada. O grupo se
conscientiza da natureza real da tarefa e se torna capaz de gerar um projeto de
execução, incluindo abordagens táticas, técnicas e logísticas para iniciar, realizar e
aperfeiçoar a tarefa;
Tele – diz respeito a empatia entre os participantes do grupo, que pode ser positiva
ou negativa. É o clima que se desenvolve no grupo causando sentimento de atração
ou rejeição quando as tarefas.
Cone invertido – 6 vetores
Papéis no grupo – Pichon-Rivière

Os indivíduos assumem diferentes papéis nos


grupos dos quais fazem parte. Esses papéis vão
sendo colocados naturalmente pelo grupo
dependendo dos vínculos que vão se criando e
normalmente são desempenhados pelos
componentes que têm uma história pessoal
que lhes permita desempenhá-los.
Estes papéis são móveis, ou seja, o indivíduo
pode em determinado momento do grupo estar
desempenhando um papel e mais adiante, em
outra situação, estar em outro.
Papéis no grupo – Pichon-Rivière
Líder de mudança: é aquele componente que provoca,
instiga, sugere coisas novas levando o grupo a buscar
algo novo, a mudança.
Líder de resistência: é aquele que, quando se sugere
algo novo, tenta segurar o grupo a manter a situação
anterior abrindo um espaço para a conservação.
Porta-voz: é aquele que traduz através de sua fala e de
suas ações os sentimentos e as ideias que circulam no
grupo, aparentes ou não.
Bode expiatório: é aquele que recebe e aceita a carga
negativa do grupo, deixando-o mais leve e produtivo, já
que o grupo está tendo em quem projetar seus pontos
negativos.
Sintetizador: é aquele participante que consegue ouvir,
perceber e captar o que se passa no grupo,
expressando a síntese da discussão, integrando o que
foi apresentado, mesmo que tenham surgido ideias
opostas, o que quase sempre acontece.
O coordenador
Sua intervenção se limita a sinalizar as
dificuldades que impedem ao grupo enfrentar
a tarefa;
Propõe hipóteses que permitam ao grupo
refletir sobre seu funcionamento, revelando as
dificuldades que aparecem na comunicação e
aprendizagem;
O coordenador não está ali para responder as
questões mas, para ajudar o grupo a formulá-
las;
Deve ajudar o grupo a pensar;
Seu instrumento é a sinalização das situações
manifestas e a interpretação da causalidade
subjacente.
Finalidades do Grupo Operativo
A tarefa é voltada para:
• Mobilização de estruturas estereotipadas;
• Dificuldades de aprendizagem e comunicação.
Exige:
• Motivação para a tarefa;
• Mobilidade de papéis;
• Disponibilidade para mudanças.
Quanto maior a heterogeneidade dos membros do grupo e maior a
homogeneidade da tarefa, maior a produtividade do grupo.
Jacob Levy Moreno
Psicodrama

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Jacob Moreno
Criador do Psicodrama
Método nascido em 1921 em Viena;
Com a apresentação solitária do teatro dramático,
Moreno tinha a intenção de curar o público, que
vivia um momento de caos no pós-guerra.
Sem preparação, mas contanto com os elementos
psicodramáticos:
- elenco: o público
- obra: a trama vivida pelos momentos pós- guerra
- personagens: representados pelos papéis reais
(políticos, ministros, soldados, médicos,
advogados), os quais atuaram trocando de papéis,
tendo que assumir o papel do rei, na encenação.
Psicodrama
Modalidade catártica;
Instrumentada pelo exercício da espontaneidade na ação dramática;
Sustentada na teoria dos papéis.

O psicodrama constitui um método psicoterápico de grupo por excelência, abordando,


especialmente os conflitos interpessoais.
Psicodrama é uma psicoterapia em grupo em que a representação dramática improvisada é
usada como núcleo de abordagem e exploração da psique humana e seus vínculos
emocionais, visando à catarse e ao desenvolvimento da espontaneidade do indivíduo.
Teoria socioeconômica de Moreno
Estudo das leis que regem as relações
humanas.
Existem três formas de trabalho em
grupos:
• Psicodrama: é o tratamento através da
ação dramática do protagonista em grupo;
• Sociodrama: tem como protagonista
sempre o próprio grupo;
• Psicoterapia de grupo: que prioriza o
tratamento das relações interpessoais,
inseridas na dinâmica do grupo.
Teoria de papéis de Moreno

Moreno (1975) entende papel como:


“(...) a forma de funcionamento que o
indivíduo assume no momento específico
em que reage a uma situação específica, na
qual outras pessoas ou objetos estão
envolvidos” (p. 27).
Refere-se ao homem sempre em situação,
imerso no social, buscando transformá-lo
através da ação que cada papel possibilita.
Teoria de papéis de Moreno

Para Moreno o conceito de papel, diz


respeito a uma fusão de elementos
particulares e coletivos.
São formadas por duas instâncias:
- denominadores coletivos
- diferenciais individuais
Exemplos: chefe, pai, presidente,
médico, professor, aluno, filho, tio,
cunhado...
Teoria da espontaneidade-criatividade
Contraponto à teoria freudiana do determinismo
psíquico;
Segundo Moreno, é possível nos educarmos para o
exercício da espontaneidade, ou seja, nos libertarmos
dos clichês e estereótipos culturais, permitindo o
desenvolvimento de novas dimensões da
personalidade;
O grupo constitui um espaço de “re-flexão”,
funcionando como um espelho recíproco.
Objetivos:
1. Superação de “pré-conceitos” e atitudes
estereotipadas: espontaneidade
2. Prontidão para a mudança ou transformação:
criatividade
Teoria dos Papéis
Caleidoscópio de expressão das várias possibilidades identificatórias do
ser humano;
A sociedade nos designa diversos papéis (familiares, profissionais, de
cidadania, etc), entretanto, existem outros papéis além dos que nos são
permitidos ou que de nós são esperados.

Sujeito
O método
Ação dramática como meio de expressão de conflitos, unindo ação e palavra;
Três momentos:
1. Aquecimento;
2. Representação propriamente dita;
3. Compartilhamento.
Participantes

Terapeuta: diretor de cena;


Protagonista (eleito pelo grupo);
Egos auxiliares (outros pacientes
que participam ativamente da cena
dramática);
Público: observadores.
Técnicas
1. Inversão dos papéis: o protagonista é convidado a trocar
de lugar com o personagem com que contracena;
2. Espelho: o protagonista sai de cena e passa a ser
expectados da cena, agora representada por um ego
auxiliar;
3. Duplo: o ego auxiliar se coloca ao lado do protagonista e
expressa verbal ou gestualmente o que lhe parece que
este não consegue transmitir;
4. Alter-Ego: um ego auxiliar diz ao ouvido do protagonista
o que pensa estar oculto;
5. Solilóquio: o protagonista fala em voz alta como se
falasse consigo mesmo (sentimentos e pensamentos
evocados a partir da cena);
6. Prospecção ao futuro: o protagonista se imagina em um
tempo futuro;
7. Escultura: expressão sob a forma de escultura usando o
próprio corpo.
Teoria Sistêmica e da Comunicação Humana

Von Bertalanffy

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


Teoria Geral dos Sistemas
Von Bertalanffy postulava que a biologia não podia
ocupar-se apenas do que se passa no nível físico-
químico ou molecular. Deveria ocupar-se também
dos níveis mais elevados de organização da matéria
viva;
Cunhou o termo “biologia organísmica”, referindo-se
aos organismos vivos;
Segundo ele, em todas as manifestações da natureza
encontramos uma organização sistêmica, ou seja, não
apenas um aglomerado de partes, mas um conjunto
integrado a partir de suas interações;
Segundo Bertalanffy, os acontecimentos não seriam
explicáveis a partir de decisões e ações individuais,
mas da ação de sistemas socioculturais em interação;
Teoria Geral dos Sistemas
A principal contribuição da teoria
sistêmica é a substituição do
pensamento linear (causa-efeito) pelo
modelo circular (interativo);
Contrapõe-se à fragmentação do
pensamento e à excessiva
especialização do conhecimento que a
cada dia informa mais sobre a mínima
parte, mas distancia-se da discussão das
interações de modo a estabelecer
relações de sentido com o todo;
Propõe a integração do conhecimento:
interdisciplinaridade.
Axiomas básicos sobre a comunicação
É impossível não comunicar;
Toda comunicação tem aspectos referenciais
(conteúdo) e conativos (relacionais);
A natureza de uma relação depende das
sequencias comunicacionais entre os
indivíduos comunicantes;
Os seres humanos comunicam-se tanto digital
(verbal) como analogicamente (não-verbal);
Todos os intercâmbios comunicacionais são
simétricos ou complementares, a depender da
igualdade ou da diferença entre os
comunicantes. A saúde comunicacional apoia-
se na alternância de situações simétricas e
complementares.
Síntese de Luiz Carlos Osório

O que, afinal, é grupo?

Prof. Dr. Jefferson Cabral Azevedo


O que, afinal, é um grupo
Grupo, aqui concebido como
sistema humano;
Sistema Humano é todo aquele
conjunto de pessoas capazes de
se reconhecerem em sua
singularidade e que estão
exercendo uma ação interativa
com objetivos compartilhados.
Fenômenos comuns à situação dual e o campo grupal
Transferência: o paciente transfere para o
analista sentimentos anteriormente
experimentados em relação a pessoas
significativas do passado, especialmente da
infância;
Contratransferência: transferência do
analista em relação ao paciente;
Resistência: forças inconscientes que se
opõem ao processo terapêutico;
Insights e Elaboração: o primeiro se refere
a possibilidade de compreensão do que se
passa no mundo interno e o segundo à
resolução de conflitos a partir de tal
compreensão;
Actings (atuações): expressão não-verbal
das emoções.
Fenômenos específicos do campo grupal
Busca de homeostase: equilíbrio entre as
ansiedades dos diferentes membros,
alcançando um estado de mínima
perturbação;
Transferências cruzadas: transferências dos
membros entre si;
Transferência múltipla: derivação da
transferência para com o terapeuta, mas
dirigida a outro membro do grupo;
Associações reativas: protesto contra o
estado de ânimo, verbalizações ou ações de
outro membro do grupo ou de todo o
grupo;
Fenômenos específicos do campo grupal
Reação em Carambola: reflexo do contágio
emocional em cadeia que pode ser desencadeada
a partir da manifestação de um membro do grupo;
Formação de subgrupos ou alianças: subgrupos
entre dois ou mais membros com finalidades
defensivas;
Espelhamento: o grupo funcionando como um
espelho capaz de tornar conscientes aspectos
pessoais que ignorávamos ou evitávamos. Esse
efeito se dá pelas identificações projetivas e
introjetivas que ocorrem no grupo;
Ressonância: ocorre quando uma determinada
manifestação de um membro do grupo encontra
equivalência afetiva e desperta emoções similares
em outro membro do grupo.

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