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BARALHO INFANTIL DE ESQUEMAS

Érica de Lana e Priscila Anush Balekjian

Cartilha para orientação


de pais/cuidadores

O QUE SÃO AS NECESSIDADES EMOCIONAIS BÁSICAS?

São necessidades emocionais que devem ser supridas pelos cuidadores e familiares na infância e na ado-
lescência, pois elas são fundamentais para o desenvolvimento saudável do ser humano. Abaixo estão as cinco
necessidades básicas:
1. Vínculo seguro: Ambiente que expresse afeto, cuidado, estabilidade, segurança e paciência; que os vali-
dem emocionalmente; que demonstrem interesse sincero em seus problemas; que os abracem. Organizar
na rotina momentos em família de qualidade.
2. Autonomia e competência: Pais/cuidadores que reforçam as competências dos filhos, aumentando assim
sua autoconfiança, estimulando suas atitudes e autonomia, de acordo com a idade da criança, havendo um
equilíbrio entre cuidar e superproteger.
3. Limites realistas: Ambiente que tenha uma rotina equilibrada e com disciplinas; que estipulam limites,
procurando sempre olhar nos olhos e indicar comportamentos adequados à idade, com frases curtas e sim-
ples; ao realizar um comando, não usar xingamentos e gritos, mas sim tom de voz firme. Elogiar quando
cumprir as regras e tentar explicar os motivos das regras aplicadas; sempre relacionar os castigos aos com-
portamentos inadequados e usar castigos e regras adequados para a idade.
4. Validação das necessidades e emoções: Pais/cuidadores que estimulam a liberdade de seus desejos,
porém ensinando a criança o equilíbrio das suas necessidades e dos outros; e que preservam as crianças dos
problemas e brigas de família; e que ensinam seus filhos a serem assertivos.
5. Expressão assertiva dos sentimentos e escolhas espontâneas: Pais/cuidadores que organizam momen-
tos familiares de lazer, em que demonstram que não é errado se divertir e ser espontâneo, e que expressem
emoções e sentimentos na frente das crianças.

O QUE ACONTECE SE AS NECESSIDADES NÃO FOREM SUPRIDAS?

Quando, por algum motivo, as necessidades básicas não são atendidas, as crianças criam diversos comporta-
mentos para se adaptarem ao ambiente que não satisfazem suas exigências. Tais comportamentos podem não ser
saudáveis e se tornam problemáticos.
A seguir apresentamos uma lista com 5 problemas, suas características e possíveis causas e como a família pode
ajudar.

© Sinopsys Editora e Sistemas Eireli


Baralho Infantil de Esquemas: investigando pensamentos
Érica de Lana e Priscila Anush Balekjian
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de pais/cuidadores

PROBLEMA:
DESCONEXÃO E REJEIÇÃO
Ocorre quando a necessidade de vínculo seguro não está sendo bem trabalhada pela família.

QUAIS COMPORTAMENTOS MEU FILHO PODE APRESENTAR?

• Chorar sozinho e evitar conversar sobre o que causou o choro;


• Fazer o dever de casa e estudar sem pedir orientação aos pais;
• Dormir junto com os pais, pedir desculpas muitas vezes quando os pais chamam sua atenção;
• Evitar brincar com crianças que não conhece ou brincadeiras em que tenha pouca habilidade;
• Não acreditar facilmente no que o outro diz;
• Não se enturmar com os grupos, preferir brincar sozinho;
• Não gostar de apresentar trabalhos na escola, ficar muito constrangido quando recebe elogios.
Os comportamentos citados se tornam problemáticos de acordo com a intensidade e a frequência. Além
disso, os exemplos apontados são os mais comuns, mas cada criança tem sua individualidade e dinâmica familiar,
podendo expressar de outras formas.

POR QUE MEU FILHO ESTÁ DESENVOLVENDO ESSE PROBLEMA?

As contribuições dos pais/cuidadores para o surgimento do problema de desconexão e rejeição podem ser:
• Pais que não validam os sentimentos das crianças e dos familiares;
• Baixa expressão de emoções desagradáveis;
• Não estabelecimento de cuidados e interesse adequados;
• Falta de afeto e contato físico entre os familiares.

O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR?

• Tornar o ambiente harmonioso, aumentando a sensação de amor e carinho pela criança;


• É importante demonstrar interesse sincero pelos seus sentimentos e problemas;
• Organizar momentos em família, e que nesses momentos sejam realizadas aprovações, elogios, frases mo-
tivadoras e toques, como beijo e abraços;
• É extremamente valiosa a expressão de emoções agradáveis e desagradáveis, para que a criança se sinta se-
gura e aceita quando demonstrar as suas emoções.

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PROBLEMA:
AUTONOMIA E DESEMPENHO PREJUDICADOS
Ocorre quando a necessidade de autonomia e competência não está sendo bem trabalhada pela família.

QUAIS COMPORTAMENTOS MEU FILHO PODE APRESENTAR?

• A criança acredita não ser capaz de cumprir suas tarefas sozinha;


• Apresenta medo exagerado de que algo muito terrível irá acontecer a qualquer momento;
• Envolvimento emocional excessivo com alguns indivíduos (normalmente pais e/ou cuidadores);
• Sentimento de inadequação em relação aos outros;
• Crença de que é um fracasso e será em todas as áreas de sua vida.
Os comportamentos citados se tornam problemáticos de acordo com a intensidade e a frequência. Além disto,
os exemplos citados são os mais comuns, mas cada criança tem sua individualidade e dinâmica familiar, podendo
expressar de outras formas.

POR QUE MEU FILHO ESTÁ DESENVOLVENDO ESSE PROBLEMA?

As contribuições dos pais/cuidadores para o surgimento do problema de autonomia e desempenho prejudica-


dos podem ser:
• Funcionamento familiar emaranhado;
• Superproteção e/ou não estimulação da autonomia da criança;
• Não estabelecimento de cuidados e interesse adequados;
• Pais que não cuidam de forma adequada nem se responsabilizam pela criança.

O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR?

• Estimular a autonomia da criança;


• A criança precisa ter experiências sem a ajuda dos pais e/ou cuidadores, aumentando a sensação de compe-
tência e independência;
• Após cumprir uma tarefa, a criança pode ser reforçada positivamente com elogios e incentivos para estar
sempre tentando, independentemente dos resultados.

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PROBLEMA:
LIMITES PREJUDICADOS
Ocorre quando a necessidade de limites realistas não está sendo bem trabalhada pela família.

QUAIS COMPORTAMENTOS MEU FILHO PODE APRESENTAR?

• Desobedecem às instruções que são dadas;


• Questionam sobre as regras que usam com eles;
• Acreditam que possuem privilégios e que são especiais;
• Realizam birras frequentes;
• Constantemente não finalizam suas tarefas;
• Abandonam atividades de que gostam por acharem difíceis.
Os comportamentos citados se tornam problemáticos de acordo com a intensidade e a frequência. Além disso,
os exemplos citados são os mais comuns, mas cada criança tem sua individualidade e dinâmica familiar, podendo
expressar de outras formas.

POR QUE MEU FILHO ESTÁ DESENVOLVENDO ESSE PROBLEMA?

As contribuições dos pais/cuidadores para o surgimento do problema de limites prejudicados podem ser:
• Rotinas desorganizadas e baixa disciplina estabelecida;
• Não estipular limites e regras adequadas;
• Não orientar sobre bons comportamentos;
• Fazer pedidos com ofensas ou gritos;
• Ter um estilo parental passivo e/ou agressivo.

O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR?

• Tornar o ambiente com mais disciplina e desenvolver responsabilidade na criança;


• É essencial que os pais/cuidadores deem comandos com frases simples e curtas aos seus filhos, além de uti-
lizarem tom de voz firme, porém sem ser ameaçador, e que mantenham um contato visual ao verbalizarem
as instruções;
• Aplicar reforços positivos, como elogios ou frases motivadoras quando os filhos realizarem comportamen-
tos adequados;
• Utilizar reforços negativos quando houver comportamentos que necessitam de mudanças.

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PROBLEMA:
ORIENTAÇÃO PARA O OUTRO
Ocorre quando a necessidade de validação das necessidades e emoções não está sendo bem trabalhada pela
família.

QUAIS COMPORTAMENTOS MEU FILHO PODE APRESENTAR?

• Buscar constantemente a aprovação dos outros;


• Preocupação excessiva em agradar;
• Sempre ceder à vontade dos colegas, ainda que esta seja diferente da sua;
• Mostrar-se extremamente submisso(a);
• Preocupação excessiva com o bem-estar das pessoas.
Os comportamentos citados se tornam problemáticos de acordo com a intensidade e a frequência. Além disso,
os exemplos citados são os mais comuns, mas cada criança tem sua individualidade e dinâmica familiar, podendo
expressar de outras formas.

POR QUE MEU FILHO ESTÁ DESENVOLVENDO ESSE PROBLEMA?

As contribuições dos pais/cuidadores para o surgimento do problema de orientação para o outro podem ser:
• Desvalorizar a vontade da criança;
• Valorizar a criança apenas quando ela faz o que os outros querem;
• Chantagem emocional, como alegar que, se a criança tiver um determinado comportamento (ou deixar de
ter), o responsável ficará muito triste/magoado/doente;
• Mostrar-se frágil e dependente da criança, fazendo com que ela coloque seu próprio bem-estar em segundo
lugar.

O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR?

• Incentivar a individualidade da criança;


• Valorizar as vontades e necessidades da criança, de forma que ela perceba que não precisa se sacrificar ou
agradar os outros o tempo inteiro para ser amada;
• Ajudar a criança a descobrir seus próprios gostos e vontades;
• Dar espaço e valorizar suas escolhas, aumentando assim sua autoestima.

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de pais/cuidadores

PROBLEMA:
SUPERVIGILÂNCIA E INIBIÇÃO
Ocorre quando a necessidade de expressão assertiva dos sentimentos e escolhas espontâneas não está
sendo bem trabalhada pela família.

QUAIS COMPORTAMENTOS
MEU FILHO PODE APRESENTAR?

• Tenta suprimir exageradamente os seus sentimentos;


• A criança está constantemente se vigiando para não cometer erros nas tarefas domésticas, escolares e nas
atividades relacionais;
• Fica excessivamente atenta ao cumprir de regras e expectativas rígidas, normalmente dos seus pais/cuida-
dores;
• Fala pouco sobre seus sentimentos e necessidades, estando sempre voltada para o que exigem dela, prejudi-
cando assim o próprio prazer, felicidade e relaxamento.
Os comportamentos citados se tornam problemáticos de acordo com a intensidade e a frequência. Além disso,
os exemplos citados são os mais comuns, mas cada criança tem sua individualidade e dinâmica familiar, podendo
expressar de outras formas.

POR QUE MEU FILHO ESTÁ


DESENVOLVENDO ESSE PROBLEMA?

As contribuições dos pais/cuidadores para o surgimento do problema de supervigilância e inibição podem ser:
• Famílias severas, reprimidas e rígidas nas quais o autocontrole predomina sobre a espontaneidade e o pra-
zer;
• Ambiente que não supre adequadamente a necessidade de liberdade de expressão autêntica das emoções e
dos sentimentos da criança;
• Solicitar que a criança faça mais do que seria razoável, fazendo-a acreditar que jamais conseguirá fazer o
suficiente;
• Quando se prioriza mais a realização do que a felicidade.

O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR?

• Ter momentos familiares felizes e de lazer, mostrando à criança que não é errado se divertir e ser espontâ-
neo;
• Brincar com o filho, servindo como modelo de diversão e espontaneidade;
• Demonstrar sentimentos e emoções, o que contribuirá para o desenvolvimento de recursos apropriados
para conhecimento e manejo das emoções.

© Sinopsys Editora e Sistemas Eireli


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