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Dinâmica de Grupos

 Contribuições de Lewin
Comunicação humana e Relações interpessoais (comunicação e liderança);
 Psicólogo social, que cunhou o termo “dinâmica de grupos” e estudou sobre
comunicação humana, o aprendizado da autenticidade e o exercício da autoridade
em grupo de trabalho.
 Em seus estudos no M.I.T, descobriu que a produtividade e a eficiência de um
grupo estão estreitamente relacionadas com a solidariedade de suas relações
interpessoais, além de influenciar na criatividade e integração.
o Teoria das necessidades interpessoais de Schutz: para que haja integração,
primeiro deve haver a superação de algumas necessidades fundamentais
pelo grupo. Todos os seres humanos que se reúnem em grupo as
experimentam em algum grau, e só podem ser satisfeitas em grupo e pelo
grupo. As necessidades são:
 Necessidade de inclusão: acontece com todo membro novo de um
grupo, e é expressa pela necessidade de ser aceito por aqueles que o
sujeito enxerga como preferidos no grupo; é a expressão do desejo
de participar de todos os processos de decisão do grupo, e de
possuir um status positivo e permanente no interior de grupo. Isso
também depende do grau de maturidade social; sujeito menos
socializados adotam posições de dependência em relação àqueles
que possuem status privilegiado, aqueles que não superam a revolta
típica da dependência se inserem no grupo por meio da contra-
dependência para forçar sua inclusão no grupo, já os melhores
socializados encontram relações positivas que satisfazem suas
necessidades e permitem autonomia e interdependência.
 Necessidade de controle: cada membro do grupo estabelece para si
mesmo responsabilidades suas para com o grupo. “Quem tem
autoridade sobre quem, em quê e por que?”. Todo membro deseja e
sente a necessidade de que a existência e a dinâmica de grupo não
escape totalmente ao seu controle. Os dependentes, por exemplo,
podem estabelecer atitudes infantis para exercer sua necessidade de
controle afastando-se de toda responsabilidade e delegar aos outros
(atitudes abdicadoras). Os que se sentem isolados tenderão a
assumir sozinhas as tarefas do grupo (atitudes autocratas). Os mais
socializados e com maior maturidade social vão pensar o grupo em
termos de responsabilidade (atitude democrática).
 Necessidade de afeição: é o desejo de ser insubstituível dentro do
grupo e ser estimado pela pessoa que é. Os sujeitos com atitudes
dependentes podem tentar estabelecer relações privilegiadas,
exclusivas e possessivas, sendo aceitos no papel de criança mimada
(relações hiper pessoais). Por outro lado, os sujeitos que se sentem
rejeitados ou ignorados passam a estabelecer relações estritamente
funcionais entre os membros, negando níveis mais profundos de
relação e amizade (relações hipo-sociais). Por fim, os sujeitos mais
maduros socialmente são capazes de estabelecer relações de
recebimento e troca satisfatórias (relações inter pessoais).
 As relações de grupo não podem evoluir no sentido de solidariedade e o grupo
integrar-se inteiramente enquanto houver entre os membros fontes de bloqueio e
de filtragem em suas comunicações. A comunicação humana só existe realmente
quando se estabelece um contato psicológico, que pode ser de variadas
maneiras devido aos instrumentos que são usados de acordo com os objetivos
em vista.
o Os instrumentos: divididos em verbal (oral e escrita) e não verbal
(expressões faciais, postura), que podem nem sempre estar em sintonia, mas
que deve ser funcional e que para isso depende de autonomia, flexibilidade e
disposição para a aprendizagem.
o As pessoas: diferenciação entre comunicação a dois, quando há um encontro
genuíno de reciprocidade ou complementaridade, que aspira à permanência;
e comunicação de grupo, que podem ser intra grupal ou inter grupal.
o Os objetivos: divide-se em comunicação consumatória e instrumental; a
primeira tem como objetivos apenas estabelecer contato, falar por falar, que
é acompanhada de espontaneidade e gratuidade; a segunda é utilitária e
acompanhada de segundas-intenções, e enxerga no outro um objeto a ser
explorado.
 Redes de comunicação: são as vias de acesso ao outro. Entretanto, é fundamental
além do acesso ao outro, saber quando este apresenta-se receptivo às mensagens
que são dirigidas.
o Redes horizontais: só pode ser estabelecida em grupos igualitários, são as
redes em círculos que só existem em grupos genuinamente democráticos, e
as redes em cadeia, configuradas pela falta de uma liderança, e as relações
são formadas a partir das afinidades dentro do grupo, fazendo com que
alguns membros sintam-se excluídos.
o Redes verticais: são as redes hierarquizadas; que podem ser as redes em y,
caracterizada pelo fechamento do grupo, no qual as relações estão em
transição de democráticas para autocráticas; e as redes em roda, que é
específica de grupos autocrático, no qual o poder é concentrado em uma
pessoa e todas as comunicações são controladas pelo líder.
 Bloqueios, filtragens e ruídos: os bloqueios provisórios podem ser mais benéficos
à relação do que as filtragens, uma vez que a interrupção brusca leva ao
questionamento da relação e consequentemente permite que ela seja reestabelecida
sobre uma base mais autêntica, enquanto que a filtragem tende a ser acompanhada
de reticências e restrições que degradam a relação, correndo o risco de tornar
artificial a comunicação de modo irreversível.
o Zonas de silêncio, zonas de troca superficial e zonas de conflito e tensões.

Contribuições de Bion
 Mentalidade grupal, cultura grupal, supostos básicos, grupo de suposto básico e
grupo de trabalho.
 Olhar psicanalítico para o grupo; importância do grupo familiar desde os
primórdios explicitados por Freud e Klein.
 Mentalidade grupal – cultura de grupo: devido ao funcionamento do
grupo enquanto unidade; o termo designa a atividade mental coletiva
que se produz quando as pessoas se reúnem em grupos, formada pela
opinião, vontade ou desejo unânimes do grupo e pode estar em conflito
com a mentalidade dos indivíduos.
 Cultura de grupo: é a organização que o grupo adota em determinado
momento e surge do conflito entre a vontade coletiva anônima e
inconsciente e os desejos e necessidades individuais.
 Suposto básico: qualifica a mentalidade grupal; sua existência
(baseada em emoções de origem primitiva, portanto,
inconscientes e pode ser oposta às opiniões conscientes)
determina a organização que o grupo adota e o como o grupo
encara a tarefa a ser realizada; se manifesta na conduta do grupo
o Suposto básico de dependência: é crença em um ser
superior do qual não se duvida e que proverá todas as
necessidades do grupo. Se organiza em volta de um líder
que cumpra a função de prover a necessidade do grupo.
o Suposto básico de ataque-fuga: convicção de que há um
inimigo do grupo que deve ser eliminado, ou do qual se
deve fugir. Tem como líder personalidades paranoides,
assim, deve alimentar a ideia de que há um inimigo fora
o Suposto básico de acasalamento: baseada na esperança
irracional e primitiva, messiânica; pautado na ideia de
futuro, não de presente. O líder é alguém que ainda não
nasceu, mas há um par que se estabelece entre dois
integrantes que dialogam. Tendência à cisão.
o Resumo: fantasia onipotente que resolverá todos os
problemas. São estados emocionais tendentes a evitar a
frustração inerente ao aprendizado por experiência que
implica em esforço, dor e contato com a realidade.
o Ideia aberrante surge sempre que o grupo tem de enfrentar
uma nova ideia que proponha evolução, ameaçando a
estrutura vigente. Mudança catastrófica.
 Necessidade de avaliar a estrutura que se configura para
determinar o suposto básico.
 Valencia e cooperação. Valencia é a menor ou maior disposição
do individuo para combinar-se na atividade do suposto básico
 Linguagem como forma de ação, despojada de sua qualidade
comunicativa, se assemelha à linguagem do psicótico;
 Grupo de trabalho: requer de seus membros a capacidade de cooperação e
esforço; estado mental que implica em contato com a realidade, tolerância à
frustração e controle das emoções. O líder é a pessoa capaz de ser eficiente.
Intercâmbio verbal. O individuo como pessoa dentro do grupo de trabalho está
exposto ao inevitável componente de solidão, isolamento e dor associados ao
crescimento e à evolução.
 Grupo especializado de trabalho: igreja seria especializada no grupo básico de
dependência, o exercito seria o grupo de ataque, o grupo de acasalamento seria a
elite e suas ideias de raça e nascimento.
 O místico e o grupo: místico seria o sujeito diferente dentro do grupo, como um
messias portador de uma ideia nova e o seu sucesso depende de sua linguagem.
A relação pode ser: comensal, simbiótica ou parasitária.

Aspectos Teóricos – aula PAE


 Definição de objetivos, gerais e específicos
 Fatores externos que afetam o grupo:
o Fatores institucionais: horários da instituição, transporte, trocas de turo,
refeições, intervalos, apoio institucional.
o Fatores físicos: salas pequenas, interrupções externas, ruídos, falta de
acomodação.
o Popuplação: necessidades diferentes para cada tipo de grupo
o Sentimentos: podem estar relacionados com o mundo anterior, a forma
como as pessoas chegam à sessão, se ocorreu alguma coisa fora do
contexto grupal.
 Fatores internos que afetam o grupo:
o Intenções e metas pessoais: alinhamento das expectativas pessoais e do
grupo com os objetivos de intervenção.
o Regras básicas: duração do encontro, objetivo, local, data, sigilo, tarefa a
ser realizada.
o Regras sociais: respeito, atrasos, idas ao banheiro, alimentação, cigarro,
célular, sigilo, participação.
o Tempo de duração da sessão.
o Responsabilidade grupal: responsabilidade por sentimentos, discussões,
temas e arrumação da sala ao término da sessão.
 Etapas e duração de uma sessão de dinâmica de grupo:
Apresentação e aquecimento – 10 a 30 minutos
Atividade principal – de vinte a 45 minutos
Discussão e final da sessão – de 30 a 45 minutos
 Em processo seletivo:
o Apresentação dos participantes – 20 minutos
o Técnicas de grupo – 90 minutos
o Estudo de caso – 20 minutos
o Encerramento – 20 minutos
 Apresentação dos participantes e aquecimento: tem como objetivo unir as
pessoas, ajudando-as a ficarem confortáveis antes de iniciar uma tarefa que pode
ser ansiogênica e difícil.
o Objetivo: quebrar o gelo ou desacelerar a equipe.
 Atividade Principal: deve ser bem planejada, escolhida com cuidado e estar
relacionado aos objetivos que se pretende atingir. É importante considerar o
contexto do grupo e a finalidade da atividade.
o Etapas de planejamento: apresentação do cenário simulado, explicação
das regras, informações sobre papéis, abertura de espaços para perguntas,
definição do tempo de cada etapa da atividade, desenvolvimento.
 Parte final: discussão (reflexão sobre o que aconteceu durante o momento do
grupo, feita pelo facilitador), é nesse momento que se reflete sobre os processos
grupais que facilitarão a mudança de atitude.
o Encerramento: importância de terminar as sessões no horário,
agradecimentos, e o facilitador deve garantir que ninguém saia com
preocupações ou problemas que possam afetar na vida diária.
 Documentação e avaliação: registro mais detalhado possível sobre o que
acontece no grupo, como: informações de data, horário e local; atividades e seu
objetivo; como o grupo se saiu e se sentiu; que trabalho cada membro realizou e
o que contribuiu/dificultou as vivencias.

Contribuições de Moreno
 1931: inicio oficial da psicoterapia em grupo; surge em contra ponto à
psicanálise, que excluía o grupo da vida do indivíduo. O objetivo era encontrar
uma terapia que ao indivíduo e ao grupo. Critica que Freud nunca estudou
grupos concretos.
 Sociometria: ciência do grupo terapêutico, que permite avaliar a coesão e a
profundidade dos grupos. Basicamente, cada grupo já possui uma estrutura
definida, que se desenvolve tipicamente no decorrer das sessões e indica a
intensidade do sucesso terapêutico (procurava-se uma forma de descobrir as
estruturas típicas dos grupos terapêuticos).
o Cada grupo tem uma base oficial e uma sociometrica, a estrutura
consciente e inconsciente.
o A atração e a rejeição entre indivíduos e grupos seguem a lei da
sociodinâmica.
o Há lideres populares, poderosos e isolados, assim como há grupos
centrados no líder, centrados no próprio grupo e grupos sem líderes.
o Cada grupo tem uma determinada coesão; a tarefa da terapia é levar o
grupo doente de um grau de baixa coesão a um grupo de alta coesão.
 O tratamento de grupos concretos, a verdadeira psicoterapia de grupo consiste de
sessões terapêuticas, nas quais três ou mais pessoas que tomam parte se
esforçam para resolver problemas comuns (diferenciação entre grupos sintéticos
e grupos naturais). A sociomentria pode ajudar a escolher os pacientes para
grupos constantes.
 No caso dos grupos, permite-se que o paciente possa ser um terapeuta auxiliar,
saindo um pouco desse papel de paciente.
 Psicodrama: possibilidades terapêuticas na representação; terapia interpessoal

A sociometria e a patologia de grupo


 A socionomia é composta de três termos: sociometria, sociodinâmica e a
sociatria.
o Socionomia é a ciência das leis sociais;
o Sociometria é o estudo matemático das características psicossociais da
população. Investiga o desenvolvimento e a organização de grupos; aqui
o quali está contido no quanti, e o socium é mais importante que o
metrum.
o Sociodinâmica é a ciência da estrutura dos grupos sociais, isolados ou
unidos. Emprega a interpretação de papéis.
o Sociatria é a ciência da medida dos sistemas sociais; usa a psicoterapia
de grupo, o psicodrama e o sociodrama.
 Teste sociométrico: é um meio de medir a organização de grupos sociais, um
método de pesquisa de estruturas sociais medidas através das rejeições e
afeições de um grupo. Dá origem a um sociograma sociométrico. Aponta que as
estruturas psíquicas do grupo podem ser bem diferentes da sua forma oficial
aparente, além disso, diferentes critérios e atividades levam a diferentes
agrupamentos dentro do grupo. Esses grupos espontâneos podem ter influencia
sobre o individuo ou sobre o grupo geral. Individuos e grupo são englobados por
uma rede de ramificações múltiplas.
o Coesão de grupos: não se preocupa com as escolhas per si, mas sim com
as estruturas existentes entre os membros e a coesão que provocam; se
permanecem muitas escolhas sem reciprocidade, o grau de coesão do
grupo é baixo.
 Grupos normais tem grandes quantidades de pares; a formação de
pares é estreitamente ligada a uma boa adaptação emocional e a
um tipo de personalidade harmônica dos membros do grupo;
existe uma intima relação entre popularidade social, adaptação
social e qualidades de caráter positivas dos membros; indivíduos
emocionalmente perturbados são frequentemente rejeitados
dentro de um grupo, com mais frequência do que sujeitos neutros.
Entretanto, é importante lembrar que os critérios que definem as
relações de grupo são derivados de uma cultura, e diferem entre
grupos de diferentes culturas.
 Tele: concepção do outro não baseada na transferência; é se
conectar com o que a pessoa realmente é.
 Sociodinâmica: os indivíduos mais populares de um sociograma são
frequentemente do mesmo nível sociogenetico de desenvolvimento.
o A lei sociodinâmica afirma que os indivíduos isolados tendem a
permanecer nesse status, mesmo na via oficial do grupo, assim como os
indivíduos privilegiados. A lei da gravitação social afirma que não
entedir.
o Sociograma extrovertido e introvertido.
 Sociometria da dinâmica dos papéis e dos testes dos papeis
o Papel: menor unidade de uma cultura, que aparecem conglomerados, por
ex:filha-namorada-neta.
o O teste em si determina o conjunto dos papéis através dos quais o
individuo se expressa, e se modifica de acordo com o lugar, idade e a
cultura desse individuo.
o Percepção de papéis e desempenho e representação de papéis
o O diagrama de papéis pode ajudar ao terapeuta a ter uma ideia sobre o
status e posição no sociograma do grupo.
 Espontaneidade e criatividade: espontaneidade é uma resposta adequada a uma
nova situação ou uma nova resposta a uma situação antiga; através da
espontaneidade pode-se medir o grau de adequação e originalidade.
 Base sociométrica para a terapia de grupos:
o O principio do encontro está na base de todas as formas da psicoterapia
em grupo;
o A estrutura de interação comum dos indivíduos determina sua posição
recíproca variável e sua afinidade que se exprime em tensões psíquicas
múltiplas.
o As vivencias comuns do consciente comum e inconsciente comum.
Quanto mais tempo um grupo artificial dura, mais começa a se parecer
com um grupo natural, desenvolver e partilhar uma vida culturas e social
comum, consciente e inconsciente, de onde os indivíduos tiram forças,
conhecimentos e segurança.
o É muito importante a troca de papéis de cada membro com o outro
(quanto mais diferentes e distantes melhor) para atingir uma terapia
recíproca eficaz.
Aula 11/11/19 – Contribuições de Pichon-Rieverè
1) No filme (senhor das moscas) que comportamentos/atitudes de seus integrantes
podem ser lidos como indicativos de presença de ansiedades básicas? DO
GRUPO (a pessoa que denuncia, denuncia alguma coisa do grupo); uma certa
quantia de ansiedade é positiva para mover o grupo, porque provoca o diálogo e
busca a conciliação e atingir o objetivo.
a. Ansiedade paranoide
b. Ansiedade depressiva
2) Articula as noções de pré-tarefas, tarefa e projeto às atitudes do grupo;
a. O que é um projeto nesse caso? Eles algum dia saíram das pré-tarefas?
b. As ansiedades impedem os processos de comunicação e diálogo que
impedem a evolução da tarefa. Toda vez que o grupo falha na
cooperação e põe em prioridade os desejos individuais dentro do grupo.
3) Análise o jogo dos 3Ds, considerando os papeis desempenhados por ralph, jack
e piggy. (as pessoas entram no papel a depender de sua identidade)
a. Depositante
b. Depositário (porta voz; bode-expiatório)
c. Depositado (é um conteúdo)
Cone invertido da aprendizagem em grupo

Afiliação/Pertença Cone Pertinência

invertido

Comunicação Aprendizagem

Texto: Contribuições de Pichon- Rieverè à psicoterapia de grupos


 Pichon começa seus trabalhos
Cooperação na Argentina,
Telesendo um médico
psiquiatra investigando abandono familiar e suas consequências,
principalmente em doenças como a esquizofrenia.
 Noção de grupo interno: que se manifesta no vínculo transferencial, sendo um
ambiente no qual são recriados objetos, relações e vínculos; se torna o principio
do conceito de porta-voz.
 Surgimento do termo porta-voz e do jogo dos três D’s: pichon usa o termo porta-
voz para se referir ao doente dentro do núcleo da família como depositário (de
todas as patologias e ansiedades familiares) e a família como depositante,
enquanto que as ansiedades são o depositado.
 Resistência à mudança: frente à situações de mudanças é comum surgir medos,
como o medo do ataque (temor frente ao desconhecido) e o medo da perda
(temor de perder aquilo que já foi conquistado).
o Ao medo da perda (do objeto amado) surge uma ansiedade depressiva;
o Ao medo do ataque (ao Eu) surge uma ansiedade paranoide ou
persecutória;
o E quando aparecem em níveis muito elevados levam à resistência à
mudanças e impedem a aprendizagem e o crescimento.
 A técnica de grupos operativos centra-se na mobilização de estruturas
estereotipadas e das dificuldades de aprendizagem e comunicação produzidas
pelo montante de ansiedade, que provoca a mudança.
 No grupo operativo, instrumentos adequados para abordar a doença coincidem o
esclarecimento, a comunicação, a aprendizagem e a resolução da tarefa, que é o
meio pelo qual se dissolvem as ansiedades.

 Estabelecimento de um ECRO (esquema conceptual, referencial e operativo),


que se trata de uma aprendizagem que deve facilitar uma incorporação de uma
informação (no caso de grupos de aprendizagem), ou, em um grupo terapêutico a
tarefa é resolver o denominador comum da ansiedade do grupo, que toma
características únicas em cada participante.
o Isso se avalia de acordo com a adaptação do paciente à realidade, que
implica na possibilidade de o sujeito modificar a si mesmo ao mesmo
tempo em que modifica o meio, em uma relação dialética. Ele se
transforma num agente de mudanças.
 Os papéis: verticalidade e horizontalidade
o A partir dessa relação dialética, os papeis passam de fixos a funcionais e
operativos; dando ao grupo uma dinâmica mais fluida e cada paciente
adquire consciência de seu papel no grupo. A plasticidade dos papéis
permite assumir papeis complementares e suplementares.
o Na medida em que um grupo terapêutico se propõe a cura de seus
integrantes, centra-se na ruptura dos estereótipos dos mecanismos de
adjunção e assunção de papéis e os pacientes conseguem modificar seus
vínculos internos e externos.
o O que é um grupo operativo: está centrado na tarefa e sua finalidade é
aprender a pensar em termos de resolução de suas dificuldades grupais, e
não nas dificuldades de cada um, pois isso seria psicanálise individual
em grupo; entretanto, tampouco está centrado, apenas, na dinâmica do
grupo, mas sim no foco no aqui e agora da tarefa, construindo em duas
dimensões uma integração de diferentes correntes.
 O paciente que enuncia algo é, ao mesmo tempo, porta-voz de si
mesmo e das fantasias inconscientes do grupo; então, uma vez
assinalados os aspectos individuais ou mobilizantes do porta-voz
a interpretação revelará os aspectos latentes do grupo, adquirindo
assim, uma dimensão horizontal. O porta-voz enuncia o problema
na medida que por sua história pessoal se encontra perto deste
conteúdo.
 A verticalidade está relacionada com a história do paciente que
permite que ele assuma certos papeis que foram dados pelos
demais.
 A horizontalidade é compartilhada pelo grupo, é o denominador
comum que unifica o grupo, podendo ser latente ou manifesto.
Quando são de natureza inconsciente são chamadas de fantasias
básicas universais.
o O Porta-voz: o doente mental, dentro da família, possui um papel de
depositário, e ao ser depositário de aspectos negativos do grupo se
transforma em bode expiatório e aparece o fenômeno da segregação.
 Caso seja o bode expiatório de uma ansiedade depressiva,
significa que a família ainda possui a capacidade de integrá-lo e
de tolerar a ambivalência, portanto, o grau de segregação é
menor.
 Caso a ansiedade do grupo seja do tipo paranoide, a família
maneja um tipo de mecanismo dissociativo e o grau de
segregação é ainda maior, podendo levar à expulsão do membro
de alguma forma.
 O porta voz no grupo operativo é aquele que diz algo e o que diz
é signo de um processo grupal que estava latente. “O porta voz,
com o que enuncia, denuncia”. Ele vive aquilo como seu, mas na
verdade é um sintoma do grupo que sublinarmente ele percebe e
devido a sua história pessoal, encontra-se perto da cena grupal
inconsciente. Ele denuncia o acontecer grupal, as fantasias,
ansiedades e necessidades do grupo. Nele se conjugam a
verticalidade e a horizontalidade. Muitas vezes, as situações se
estruturam além de um porta-voz.
 Noções de pré-tarefa, tarefa e projeto:
o Momento da pré tarefa é aquele no qual os mecanismos de dissociação
com instrumentação da técnicas esquizo-paranóides que dissociam o lado
bom do lado mau para preservar o bom e afastar o mau, dissociando o
sentir do pesar e do fazer. Isso acontece por causa da dificuldade de
adentrar na tarefa por causa das ansiedades, e colocam o sujeito a salvo
dos sentimentos de ambivalência e culpa, próprios da situação depressiva
básica. O que caracteriza esta etapa são as diferentes formas de não
entrar na tarefa, ou seja, dá-se voltas ao redor do tema, divaga-se. É um
momento normal para todos os grupos, mas caso o grupo não consiga
avançar, se torna problemático. Aparecem os medos mais básicos, bem
como uma resistência a mudança frente a nova tarefa proposta. O grupo
pode, diante da tensão da mudança e a proposição do novo, entrar no
limbo, no “como se” estivesse executando a tarefa (mas não está). Por
outro lado, ao esquivar-se desta etapa, o grupo pode apresentar uma
conduta contrafóbica, motivada pela ansiedade persecutória.
o O momento da tarefa consiste na elaboração dessas ansiedades anteriores
e a emergência de uma posição depressiva que permite abordar o objeto
de conhecimento, ao se romper com a dissociação e estereotipia da pré-
tarefa. A tarefa é o âmbito da elaboração da função operativa: Estratégia,
técnica, tática e logística. A partir disso, surgem as bases para o projeto
que emerge da tarefa, além disso, também se avalia a capacidade criativa
do grupo de resolver os problemas com técnicas diferentes.
 A solução da situação depressiva é tida por meio da reconstrução
grupal do objeto perdido internamente. Assim, essa é uma tarefa
do grupo, pois é o denominador comum a todos.
 A situação corretiva, que permite aos integrantes reviver e
elaborar em conjunto leva a uma aprendizagem da realidade com
uma progressiva adequação dos esquemas referencias de cada
membro, o que viabiliza uma nova percepção de si mesmo e dos
outros, que não será distorcida pelos modelos antigos e
repetitivos estereotipados.
 Inclui a tomada de consciência através da elaboração dos medos
básicos (reelaborar a informação e elaborar as ansiedades que
perturbam o processo de aprendizagem).
 Logística: quais são as forças que vamos lutar contra.
 Estratégia: planejamento de longo alcance.
 Tática: forma como empregamos o projeto na prática.
o Projeto: é o que emerge da tarefa, permitindo um planejamento para o
futuro, indo além do aqui e agora. Também precisam lidar com a morte
da tarefa e a frustação do final e da separação do grupo.
 Transferência a nível grupal: certos fatos do passado são reatualizados no
presente pelo paciente na figura do terapeuta, é “aqui-agora-comigo” da mesma
forma como foi antes, em outro tempo e lugar; foi o que impediu o crescimento
e provocou uma paralização do processo de aprendizagem. Aqui se fala em
processos transferenciais. Quando se constitui um grupo, cada pessoa projeta nos
outros suas fantasias inconscientes e se relaciona com eles segundo essas
projeções. As fantasias transferenciais se manifestam através dos porta-vozes
que, através de suas intervenções dão elementos para o terapeuta decodificar os
papéis dentro do grupo.
 Grupos Operativos Terapêuticos: o grupo operativo é um instrumento de
trabalho, que cumpre uma função terapêutica. Justamente porque rompe com os
estereótipos e possibilitam uma reaprendizagem. Não se trata muito de curar,
mas sim de resolver problemas que impedem o desenvolvimento do sujeito
dentro do grupo.
o A diferença entre grupos operativos e grupos operativos
terapêuticos é que em um grupo terapêutico a tarefa (que usa todos
aqueles mecanismos já descritos anteriormente) para a cura. Assim,
no que diz respeito a grupos operativos, apenas, ao se resolver os
obstáculos e promover a aprendizagem isso já é um efeito
terapêutico por si, sem ser a finalidade do grupo. O problema se
estabelece quando há um desvio, e um grupo de aprendizagem se
torna um grupo terapêutico.
o

 No grupo terapêutico se privilegia a regressão, criando situações propícias pra


isso, para fazer com que os sujeitos entrem em contato com as transferências e
possam dessa vez superá-las adequadamente. Enquanto que nos grupos de
aprendizagem se privilegia a progressão.
 Vetores do Cone invertido:

o O implícito é quase como uma ponta de iceberg. Por dentro do cone


circula a espiral dialética, que representa o processo grupal, que vai se
ampliando a cada volta.
o Afiliação e pertença: grau de identificação dos membros do grupo entre
si e com a tarefa. A afiliação é um grau mais inicial de contato, enquanto
que a pertença é um grau mais profundo, se sentem parte de um nós. O
grau de identificação com a tarefa se mede pelo grau de responsabilidade
com que se assume a tarefa prescrita; os graus de pertença podem
inverter-se no curso do processo.
o Cooperação: é a capacidade de ajudar-se entre si e com o terapeuta.
Acontece na medida que os papeis são complementares dentro do grupo,
e não suplementares (isso leva a uma rivalidade). Também é o grau com
que cada um do grupo atua para o fracasso ou sucesso.
o Pertinência: é a capacidade de centrar-se na tarefa, de romper com
estereótipos, de não resistir à mudança.
o Comunicação: é uma das formas mais eficientes para detectar
perturbações no vínculo entre as pessoas do grupo. O mal entendido na
comunicação acontece quando a) não existe um ECRO comum entre
emissor e receptor, b) quando há dificuldades no emissor, no receptor ou
no canal; c)quando não se dá um ajuste no conteúdo da mensagem e na
forma como se emite; d) quando não há ajuste entre imagens internas e a
realidade exterior. Na aula, usamos Lewin para explicar esse ponto.
o Aprendizagem: se dá pela soma da informação que cada um dos
integrantes do grupo leva para a tarefa, além disso, é o desenvolvimento
de condutas alternativas frente obstáculos.
o Tele: termo criado por Moreno, que significa a disposição ou
indisposição que um membro do grupo tem para com os demais, é um
sentimento de simpatia ou antipatia. Isso acontece por causa da
transferência, uma vez que todos os encontros são na verdade,
reencontros com personagens antigos do mundo interno que favoreceram
ou perturbaram nosso desenvolvimento.
 Definição de grupos, para Pichón: um grupo é um conjunto restrito de pessoas
que, ligadas pelo tempo e espaço, articuladas por sua mutua representação
interna, se propõe de forma explícita ou implícita à realização de uma tarefa que
constitui sua finalidade, interatuando para isso através de complexos
mecanismos de adjudicação e assunção de papéis.
 Resumindo:
o ECRO  é um instrumento que nos permite uma compreensão em
horizontalidade e em verticalidade, cujos conceitos básicos são
 1. Atitude diante da mudança
 2. Didática
 3. Vetores do cone invertido
 4. Verticalidade e horizontalidade
 5. Movimentos do grupo
 6. Universais
 7.Processos de maturação e desenvolvimento

*grupo interno: representação interna que cada um dos pacientes tem do grupo familiar ;
a analise dos vínculos do grupo interno permite melhorar a imagem e a relação do grupo

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