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AGNES RODRIGUES DA SILVA

A DEPRESSÃO NO LUTO COMPLICADO


TRATAMENTO NA TERAPIA PSICANALÍTICA

TABOÃO DA SERRA
2022
AGNES RODRIGUES DA SILVA

A DEPRESSÃO NO LUTO COMPLICADO


TRATAMENTO NA TERAPIA PSICANALÍTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Instituição Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra
como requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Psicologia.

Orientador: Adriana Flausino

Taboão da Serra
2022
AGNES RODRIGUES DA SILVA

A DEPRESSÃO NO LUTO COMPLICADO


TRATAMENTO NA TERAPIA PSICANALÍTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Instituição Faculdade Anhanguera de Taboão
da Serra como requisito parcial para a obtenção
do título de graduado em Psicologia

BANCA EXAMINADORA

Me. Bruna Vilas Boas

Me. Taynan Filipini Bonini

Me. Marcela Hiluany

Taboão da Serra, novembro de 2022.


Dedico este trabalho à Jesus, minha
família e amigos, que me apoiaram,
compreenderam e incentivaram minha
perseverança nessa jornada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Jesus, que o tempo todo foi minha fonte de apoio e
perseverança, e que me orientou pelo meu caminho até eu encontrar minha real
vocação e sentido de vida. À minha filha Alanis e esposo Alexandre, com toda a ajuda
e compreensão nesses 5 anos. À minha gatinha Amora, parceira fiel durante todo o
tempo dedicado à produção desse trabalho. Às amigas especiais Sandra e Rosi no
incentivo, parceria e companhia e demais amigos que fazem minha vida mais
completa com todos os momentos que partilhamos. À toda equipe da faculdade
Anhanguera, aos mestres e coordenadores, que fizeram eu me apaixonar a cada dia
mais por essa linda profissão e aos meus queridos amigos feitos na faculdade. À toda
minha família, em especial, ao meu amado pai (in memoriam) que é meu exemplo de
dedicação aos estudos e que com certeza estaria muito orgulhoso agora.
“Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para
aceitar a morte”.
Sigmund Freud
SILVA, Agnes Rodrigues. A depressão causada por luto complicado: tratamento
na terapia psicanalítica. 2022. Vinte e sete folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
em Psicologia – Faculdade Anhanguera, Taboão da Serra, 2022.

RESUMO

O presente trabalho foi realizado com a intenção de ampliar a tratativa dos processos
envolvendo o luto, pois, apesar de rotineiro, o assunto não é muito tratado e falado na
sociedade, e, assim, muitas pessoas passam por esse processo sendo pegas de
surpresa, com pouco ou nenhum conhecimento prévio das questões psicológicas que
envolvem as perdas. Entendeu-se que uma maior divulgação e trabalhos voltados à
conscientização e o tratar de forma natural a morte, pode auxiliar e evitar grande
número de casos de lutos complicados evoluindo para a depressão. Assim, a intenção
foi estudar de que forma a terapia psicanalítica pode contribuir na prevenção e
tratamento da depressão causada por luto complicado, levantando a diferenciação
entre luto e depressão e descrevendo as técnicas de tratamento na linha psicanalítica.
O método para elaboração deste trabalho foi a realização de pesquisas de revisão
bibliográfica, em que foram utilizados artigos e livros já publicados sobre o tema. Com
a pesquisa, os assuntos pertinentes ao tema foram discorridos de forma detalhada,
podendo assim, haver mais clareza e divulgação do assunto.

Palavras-chave: Luto. Complicado. Depressão. Terapia. Psicanálise.


SILVA, Agnes Rodrigues Depression caused by complicated grief: treatment in
psychoanalytic therapy. 2022. Twenty-seven pages. Course Final Paper Graduation
in Psychology – Faculdade Anhanguera, Taboão da Serra, 2022.

ABSTRACT

The present work was conducted with the intention of expanding the treatment of
processes involving grief, because, despite being routine, the subject is not much
discussed and talked about in society, and, thus, many people go through this process
being taken by surprise, with little or no prior knowledge of the psychological issues
surrounding losses. It was understood that greater dissemination and work aimed at
raising awareness and treating death naturally can help and avoid many complicated
bereavement cases evolving into depression. Thus, the intention was to study how
psychoanalytic therapy can contribute to the prevention and treatment of depression
caused by complicated grief, raising the causes of the evolution of complicated grief to
depression and describing treatment techniques in the psychoanalytic line. The
method for the elaboration of this work was to conduct bibliographic review research,
in which articles and books already published on the subject were used. With the
research, the issues relevant to the topic were discussed in detail, thus allowing for
more clarity and dissemination of the subject.

Keywords: Grief. Complicated. Depression. Therapy. Psychoanalysis.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE LUTO E DEPRESSÃO ............................................... 12
3 PREVENÇÃO NA LINHA PSICANALÍTICA DURANTE O LUTO ......................... 16
4 TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA LINHA PSICANALÍTICA .......................... 19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 24
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 25
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1 INTRODUÇÃO

Os processos de luto por perda de entes queridos são rotineiros e recorrentes


em toda a sociedade, mas ainda assim, não costuma ser um tema muito citado ou
trabalhado principalmente de forma preventiva. Em muitos casos, pessoas que
passam por lutos são pegas sem preparo, acompanhamento e suporte, e muitos sem
saberem como lidar ou como proceder, desenvolvem o luto complicado, e um dos
agravantes desse problema é a resultante depressão.
Esse trabalho é relevante, pois entendeu-se que uma maior divulgação e
trabalhos voltados à conscientização e o tratar de forma natural a morte, pode auxiliar
e evitar grande número de casos de lutos complicados evoluindo para a depressão,
trabalhando especificamente de maneira rotineira na sociedade, de forma preventiva.
Observa-se que quando um processo de luto está em andamento, o suporte, apoio,
acolhimento e tratamento feitos com clareza dentro da psicanálise, podem trazer
também a prevenção da evolução para um luto complicado.
E quando já instalada uma depressão causada por luto complicado, a
psicanálise traz técnicas e suporte essenciais para o tratamento, levantando-se as
questões do enlutado, identificando as motivações conscientes e inconscientes que
levaram a essa evolução, estudando os seus significados e posição perante a perda,
por isso, a importância e relevância do presente estudo.
Portanto, o presente trabalho teve como problema de pesquisa estudar de que
forma a terapia psicanalítica pode contribuir na prevenção e tratamento da depressão
causada por luto complicado. E o objetivo geral foi estudar a diferença entre luto
comum e luto complicado com sintomas de depressão e descrever as técnicas de
tratamento na linha psicanalítica. Com os objetivos específicos, foi possível identificar
causas da evolução do luto complicado para a depressão, sendo pesquisados
tratamentos preventivos na linha psicanalítica durante o luto e foram descritos técnicas
e tratamento da depressão resultante de luto complicado na linha psicanalítica
O presente trabalho trata-se de pesquisa de revisão bibliográfica, em que foram
pesquisados artigos e livros já publicados sobre o tema. As buscas que foram
realizadas tratou-se de artigos científicos, livros e trabalhos acadêmicos datados entre
os anos de 1995 e 2022, nos idiomas correspondentes ao português e ao inglês,
encontrados nas plataformas: Scielo, Google Acadêmico, OMS e Plataformas
Científicas de Universidades e Revistas de Psicologia e Psiquiatria. Os critérios de
11

relevância foram: artigos correspondentes ao tema com maior conteúdo dentro do


problema de pesquisa, que tinham a disponibilidade dos textos completos, e os
critérios de exclusão foram conteúdos com pouca relevância ao tema, livros sem
versão on-line e trabalhos com poucas informações pertinentes aos objetivos. As
palavras chaves utilizadas para a pesquisa foram: Luto complicado, Depressão,
Tratamento na Psicanálise.
Por fim, o trabalho foi dividido em três capítulos, iniciando com a pesquisa que
trouxe a diferenciação entre luto e depressão, bem como as causas para a depressão
nesse processo, seguido do estudo dos tratamentos preventivos na linha psicanalítica
durante o luto e o levantamento referente as técnicas e tratamento da depressão na
linha psicanalítica.
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2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE LUTO E DEPRESSÃO

A morte e vivências de lutos são inevitavelmente processos naturais e que


praticamente todo ser humano passará em algum momento de sua vida. Os graus e
consequências desses processos vão variar bastante considerando a idade, relação,
histórico e demais pontos importantes na vida do enlutado. Quando um luto se torna
complicado pode trazer alterações emocionais e físicas em quem está em sofrimento
por essa perda, e mais especificamente, a depressão pode ser uma dessas
consequências. Para Boelen e Prigerson (2007), uma considerável porcentagem de
enlutados desenvolvem sintomas debilitantes que resultam em incapacidades
funcionais.
O assunto é tão relevante que a atualização mais recente do CID-11 trouxe um
código e nomenclatura específicos para o luto prolongado, (CID 11 - 6B42 Transtorno
de luto prolongado) que informa que o transtorno de luto prolongado é um distúrbio no
qual, após a morte de um parceiro, pai, filho ou outra pessoa próxima ao enlutado, há
uma resposta de luto persistente e generalizada caracterizada por saudade do
falecido ou preocupação persistente com ele, acompanhada de intensa dor emocional
(por exemplo, tristeza, culpa, raiva, negação, dificuldade em aceitar a morte, sentir
que perdeu uma parte de si mesmo, incapacidade de sentir um humor positivo,
entorpecimento emocional, dificuldade de se envolver em atividades sociais ou
outras). A resposta ao luto persiste por um período atipicamente longo após a perda
(mais de 6 meses no mínimo) e claramente excede as normas sociais, culturais ou
religiosas esperadas para a cultura e o contexto do indivíduo. As reações de luto que
persistem por períodos mais longos que estão dentro de um período normativo de
luto, dado o contexto cultural e religioso da pessoa, são vistas como respostas normais
de luto e não recebem um diagnóstico. A perturbação causa prejuízo significativo no
funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou em outras áreas
importantes do funcionamento (OMS, 2022).
De acordo com Beutel, Deckart, Rad e Weiner, (1995, p. 519) “O luto é um
importante fator de risco para doenças físicas, depressão e ansiedade. Face a isto
uma cuidadosa discriminação entre luto e depressão deve ser feita para fins de
diagnóstico, tratamento e investigação”. A devida observação e diferenciação feita
com cuidado e atenção por parte do terapeuta, pode ser um divisor entre uma boa
evolução ou não do caso. Em alguns casos, a dificuldade na elaboração e falas
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trazidas pelos pacientes podem ocultar uma possível evolução do luto para a
depressão. Quando em processo de dor por luto, o paciente pode estar confuso e
acreditando passar por um período comum a grande maioria dos enlutados, por vezes
resistindo aceitar ou verbalizar fatores que são comuns ao luto complicado.
Considerando-se a prática clínica, é de suma importância a clareza do conceito
do luto patológico ou prolongado e seu diagnóstico, sendo para isso, relevante a
utilização de instrumentos de diagnóstico desta patologia, devidamente validados e
adaptados para a população.
Freud em seu famoso texto “Luto e melancolia”, publicado em 1917 faz uma
comparação entre eles. A diferença fundamental é que, na melancolia, a pessoa tem
uma forte diminuição da autoestima, ou seja, do amor-próprio. E não no luto. Quando
morre uma pessoa querida, pode haver abatimento, perda do interesse pelas
atividades rotineiras, mas não uma autodepreciação. No luto, o mundo pode se tornar
vazio, mas na melancolia, o próprio eu é que se perde (FREUD, 1917).
Segundo Freud (1917), no luto, a pessoa sabe o que que ela perdeu. Ela tem
consciência de que o objeto amado não existe mais. Na melancolia, a pessoa não
sabe qual objeto amado ela perdeu. Para ele, as relações amorosas são
ambivalentes, ou seja, dentro da mesma relação, existe amor e ódio. Quando se perde
o objeto de amor, uma das reações pode ser passar a odiá-lo. E quando há a
identificação, ou seja, se a pessoa se enxerga em um determinado objeto que o odeia,
então ela odeia a si mesma. Desse modo, o “eu” fica dividido em 2 partes, uma que
insulta e outra que é insultada. O melancólico vinga-se do objeto original por meio da
autopunição, porque o que ele diz contra si mesmo, na verdade, se refere a outra
pessoa. A chave então para o quadro clínico do melancólico, é entender que as
recriminações que o paciente faz a si mesmo são recriminações ao objeto amoroso
que se voltaram contra o próprio eu.
De acordo com Carvalho e De Assis (2016, p. 155), “Atualmente, a melancolia
cede espaço para depressão, termo introduzido pela psiquiatria, o qual implica
“diminuição”, “redução”. A expressão aplica-se a um estado de doença,
diferentemente da melancolia, que seria uma forma de marcar a tristeza.”
Para se entender o motivo das pessoas desenvolvem lutos complicados é de
suma importância considerar os pontos que influenciam o tipo, a intensidade e a
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duração do luto, bem como os fatores relacionais, circunstanciais, históricos, de


personalidade e sociais (WORDEN, 2018). Nos fatores relacionais, encontra-se o tipo
de relacionamento que o paciente tinha com quem veio a falecer, e dentre os que
dificultam a elaboração do luto, encontram-se alguns que pode-se citar, tais como, o
ambivalente com hostilidade não expressa; o narcísico (caso em que o falecido era
uma espécie de extensão do enlutado, e para aceitar a perda, seria preciso encarar
essa perda de parte de si, por isso a negação); casos em que houve abuso, e nesse
caso, feridas podem se reabrir com sentimentos que dificultam o processo de luto e
relações de dependência (se o falecido era uma fonte de dependência do enlutado,
esse pode passar a se ver como uma pessoa sem estrutura, com perda de sua fonte
que participava de sua autoimagem).
Ainda de acordo com Worden (2018), há os fatores circunstanciais, em que se
encontram as circunstâncias que permeiam a perda, ou até mesmo a suposta perda,
podem ser pontos que dificultam a elaboração do luto, tais como os casos de mortes
incertas, onde há a suposição da morte de pessoa desaparecida, e o enlutado pode
ficar na incerteza da morte da pessoa, ao mesmo tempo em que a suposição é um
fato quase certo da morte. Essa dúvida pode ser um fator determinante em um luto
complicado. Um outro exemplo trata-se das mortes múltiplas, comuns em tragédias,
tais como acidentes ou eventos da natureza em que pode ter ocorrido a perda de mais
de uma pessoa próxima.
Nos fatores históricos, considera-se o histórico do enlutado e sua reação
perante perdas e separações passadas. Se houve reações anormais no passado
nessas elaborações, a probabilidade de se ter dificuldades novamente é maior nesses
casos. Um outro fator de risco é o histórico de episódios depressivos (WORDEN,
2018).
Os fatores de personalidade estão relacionados com o caráter do enlutado e
sua forma de lidar com sofrimento emocional. Quem não consegue tolerar a angústia
que envolve o luto, pode se afastar dessas emoções, como forma de defesa, evitando
assim a elaboração do luto. Um outro exemplo é o de autoconceito de imagem forte e
resistente, seja conceito elaborado por si próprio ou pelas pessoas próximas, em que
o enlutado sempre se sentiu no dever de se manter firme o tempo todo, não se
permitindo viver as emoções que envolvem uma perda (WORDEN, 2018).
15

Por fim, Worden (2018) encerra o tópico com os fatores sociais, que tratam da
forma como a sociedade age diante da perda. Uma delas se refere a perda silenciada,
muito comum em casos de suicídio, em que os familiares e amigos preferem se calar
e as conversas sobre a pessoa e sobre o falecimento são evitadas. Outro fator é a
perda negada, em que as pessoas seguem agindo como se a perda não tivesse
ocorrido. Por fim, um outro exemplo, é a ausência de uma rede de suporte em que as
pessoas que sabem do falecimento poderiam apoiar-se entre si.
Portanto, observa-se que os fatores que podem levar ao luto complicado,
incluindo a resultante depressão, são diversos. O cuidado na identificação, triagem,
acolhimento e acompanhamento dos casos são o diferencial na tratativa dos casos.
Um luto que segue seu fluxo comum e esperado pode precisar de apoio ou não. Já os
casos de luto prolongado e complicado, trazem consigo uma necessidade maior de
apoio e tratamento, pois em alguns casos, a depressão se instala como sequela de
lutos não elaborados, e se não identificada dessa forma, o tratamento e bom
andamento do caso pode se tornar dificultoso e mais lento pela falta dessa
identificação.
16

3 PREVENÇÃO NA LINHA PSICANALÍTICA DURANTE O LUTO

A necessidade de se acompanhar e observar os enlutados se faz importante


em relevante parte dos casos. Para Parkes (1998), a terapia do luto tem como maior
objetivo, auxiliar o paciente enlutado a lidar com a dor da perda, fazendo com que ele
perceba que a morte é natural e com isso, auxiliá-lo a ressignificar o mundo com essa
ausência. Com isso, a intenção é que ele traga à consciência a dor da perda em vez
de suprimi-la, pois essa repressão por vezes pode ser a causadora do luto patológico.
Portanto, a necessidade de um ambiente apropriado, com técnicas que deixem o
paciente à vontade para que esses sentimentos possam ser explorados e assim haver
uma boa evolução da terapia é fundamental.
O indivíduo que não consegue elaborar a perda, pode desenvolver o luto
complicado, necessitando de intervenções psicológicas, com o intuito de se
adaptar a uma nova forma de viver sem a pessoa que morreu. A importância
da atuação do profissional frente a esta situação, frisa a necessidade de
dispor de certos conhecimentos referente ao tema abordado, das teorias
pertinentes ao tema abordado, da problemática do contexto e as suas
implicações com o intuito de evidenciar um olhar diferenciado para os
problemas que são ocasionados pela má elaboração da perda, visto que é
necessário identificar o tipo de perda e o vínculo no qual levou o indivíduo a
desenvolver o luto complicado. Cabe ao psicólogo ajudar os enlutados a
lidarem com as suas perdas. Ajudando os enlutados a lidarem com as suas
perdas, automaticamente estaremos capacitando-os a desenvolverem novos
potenciais e enfrentarem os futuros impostos pela vida. (LEMOS;
MANOCHIO; SARDINHA; SILVA, 2019, P.5)

A psicanálise tem um papel importante na ajuda da elaboração deste processo,


pois tendo como premissa o fato de priorizar o ouvir do paciente e deixá-lo mostrar as
suas emoções, traz a possibilidade de ir além do que é trazido como queixa inicial,
pois em muitos casos o que se tem inicialmente é apenas a sombra do que de fato
está causando aflição. Uma investigação mais profunda é essencial. Não só para o
que está acontecendo agora, mas também para a causa dos mal compreendidos do
passado e os que ainda poderão vir no futuro (CASTRO; SOARES, 2017).
De acordo com os autores Bowers, Jackson, Knight e LeShan (1994), deve-se
entender que no luto o indivíduo não apenas enfrenta a perda do objeto, mas também
ameaça a totalidade de sua própria existência. Para quem está de luto, a morte do
ente significa perder parte do seu "eu". E essa reconstrução exige tempo e adaptação,
que entre outros pontos, inclui: aceitação da perda, enfrentamento das emoções do
luto, lidar com a rotina sem o falecido, elaborar as lembranças envolvendo a pessoa,
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reconstrução da própria identidade e tudo que envolve os fatores psicológicos, sociais


e espirituais ligados à perda, tais como, experiências prévias ligadas a lutos, o
significado relacionado à perda específica, as qualidades individuais da relação que
se encerra com o falecimento, o papel que a pessoa que se foi ocupava em sua vida
representava, os recursos de enfrentamento do enlutado, junto com sua
personalidade e condições de saúde mental, os fundamentos sociais, culturais, éticos,
religiosos e espirituais do enlutado, sua idade e idade do falecido, questões não
resolvidas entre eles, circunstâncias da morte, perdas secundárias envolvidas, o
isolamento, a dificuldade em estabelecer e manter relações, o controle dos sintomas,
da alimentação, do sono, e por fim, sua relação com a espiritualidade e crenças
envolvendo as perdas.
Na atualidade a busca por resultados breves, o imediatismo e necessidade de
soluções simples tem demonstrado certa resistência à psicanálise, que tem como
base sessões em maior quantidade, pois exige que o paciente fale constantemente, e
até que se acessem as questões inconscientes, em geral, é necessário um tempo
maior. Porém, trata-se de uma linha que pode ser muito eficaz no apoio ao processo
de luto, pois, se o paciente não toma conhecimento do que o está dominando
inconscientemente, ele está na realidade preso a isso. Assim, a resistência pode ser
um dos dificultadores no processo terapêutico psicanalítico, pois o anseio tanto do
paciente quanto dos que estão à sua volta em geral não coincidem com o tratamento
de longo prazo que abrange a psicanálise, que exige uma série de técnicas e tempo
para que os traumas e questões inconscientes sejam expostos, permitindo um período
para essa elaboração. (GOMES; SILVA, 2018).
Porém, havendo dedicação na continuidade do tratamento, sem essa pressa e
urgência de resultados e respostas, pode haver uma boa elaboração desse luto e com
isso, a prevenção de evolução para quadros mais complicados. Portanto, as palavras
do paciente enlutado ajudam a simbolizar a perda, dores e pontos inconscientes, pois
as palavras caracterizam o que ele representa. É esse discurso que lhe permite
elaborar o luto e desenvolver a continuidade de sua existência humana, por isso, a
psicoterapia na linha psicanalítica, com técnicas e embasamento bem trabalhados
pelo analista, pode trazer resultados bastante satisfatórios nesse processo (GOMES;
SILVA, 2018).
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O apoio ao enlutado que tem que lidar com diversos sentimentos, que envolvem
a raiva, possível revolta, muita tristeza, saudade e falta de perspectiva de futuro são
fundamentais. Esse enfrentamento que é compatível com a resiliência psicológica
pode se beneficiar muito com o auxílio profissional, em que o alívio desse sofrimento
perante essa nova realidade pode ser o ponto chave na evitação de um luto patológico
e suas consequências. Essa reconstrução passa por diversas etapas, e uma delas é
trabalhar o autoconhecimento, que pode ser fundamental na ressignificação da vida
desse enlutado. No processo terapêutico, a identificação de novas visões sobre si e
sobre o seu papel no mundo, redesenhando os cenários sem a presença do falecido
sobre um novo paradigma em que se trabalha esse novo eu, traz ao enlutado novos
significados de vida e possiblidades (ALMEIDA, 2017).
As fontes de ajuda que podem ser buscadas pelos enlutados são diversas, e
em muitas delas, o apoio na linha psicanalítica pode ser encaixado, trazendo a ajuda
na elaboração e bom andamento desse processo, sendo elas, a ajuda médica,
serviços de aconselhamento de luto, psicoterapias, reuniões em grupos de enlutados
e grupos religiosos, que podem ser, além de ponto de apoio espiritual, também um
diferencial no acolhimento e ampliação da interação social, pois haverá comunicação
com identificação, escuta e trocas que se tornam relevantes quando se tem reflexões
envolvendo similaridades (PARKES, 1998).
Por fim, é relevante destacar a necessidade da compreensão do luto, que se
possa reconhecer, fazendo uma revisão geral do que se entende como uma visão de
mundo presumido, das crenças envolvidas, bem como as narrativas de vida. Com
isso, tanto o profissional quanto a pessoa enlutada, necessitam colocar esforços para
melhor compreender o luto e trabalhar na reconstrução de um mundo significativo,
trazendo coerência na nova narrativa de vida. Portanto, cabe reforçar que discursos
sobre a morte e o luto refletem ideologias e valores culturais. Acolhimento, escuta e
apoio terapêutico trabalhados de forma única, exclusiva e empática, de acordo com
cada caso específico, considerando as singularidades e vivências pessoais de cada
caso são premissas para uma boa evolução da terapia que envolve luto, com isso,
tem-se como ganho, além de uma boa elaboração do luto, a prevenção da evolução
para luto complicado (BROMBERG, 1994).
19

4 TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA LINHA PSICANALÍTICA

Freud (1917) publicou Luto e Melancolia a partir das observações feitas durante
a I Guerra Mundial. Citou diferenças e similaridades entre o pesar e a melancolia,
considerando que o luto resultante de depressão tende a aparecer em relações
ambivalentes. Ele utilizou o termo “trabalho de luto”, referenciando que luto necessita
de uma elaboração psicológica.
Anderson (1949) fala sobre luto crônico, definindo ser o distúrbio psiquiátrico
mais frequente. Parkes (1998) observou pacientes psiquiátricos adultos internados
entre 1949 e 1951 e confirmou os padrões de morbidade levantados anteriormente
por Anderson, e verificou que a taxa de morte do parceiro nos seis meses anteriores
à internação era seis vezes maior do que o encontrado na população que não estava
passando por luto. Assim, estes estudos trouxeram uma nova visão a respeito das
consequências do luto em populações específicas.
O cenário atual é visto com a proliferação das psicoterapias e ampliação da
psicofarmacologia pelo mundo. Com isso, a realização de sessões semanais e
regulares por tempo longo e indeterminado, a falta de certeza de resultados, assim
como a ausência de fatores avaliativos objetivos, fez com que a psicanálise perdesse
espaço para outras psicoterapias. A banalização do diagnóstico de depressão, aliada
à ideia de tratamento medicamentoso contribui para a expectativa de resultados
urgentes. Não se pode negar que em casos específicos o tratamento medicamentoso
é necessário e por vezes indispensável, porém, urge se identificar casos de uso de
remédios apenas para tamponamento do desamparo, com resultado de um corpo
controlado quimicamente, sem a elaboração das emoções pertinentes ao caso
(FÉDIDA, 2009).
O processamento para elaborar as perdas se desenvolve no tempo,
considerando a dinâmica individual de cada um, e se choca com as necessidades
atuais, com pessoas cada vez mais imediatistas e com conceitos de evitação da dor.
Com os psicotrópicos, essa urgência se ressalta, em situações que mesmo havendo
a clareza dos riscos, esses medicamentos são solicitados, com objetivo de anestesiar
e não pensar nas emoções que envolvem as perdas (FÉDIDA, 2009).
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As psicoterapias atuais tiveram a influência da psicanálise, pois a exposição de


sofrimentos e dificuldades através da fala é o pilar terapêutico fundamental em
qualquer linha. A psicanálise tem um conceito de tratamento mais longo, em que as
técnicas aplicadas têm como objetivo fazer emergir o trauma que deu origem ao
sofrimento. Esse processo tem o papel de dar luz à consciência, trazendo conteúdos
que estão no inconsciente. Existem muitas críticas a Freud e as teorias
psicodinâmicas herdadas dele, porém, o modelo freudiano, apesar de ter algumas
falhas, é excelente. Ele contém, nas palavras de Luhrmann, “uma visão da
complexidade humana, da profundidade, uma forte exigência de luta contra as
recusas próprias de cada um e um respeito pela dificuldade da vida humana”
(SOLOMON, 2014, p. 98).
Ainda de acordo com Solomon (2014), o conceito do Inconsciente é a verdade
mais fundamental de Freud, por dizer que não conhecemos nossas próprias
motivações, indicando que se é escravo do que não se compreende. Diante de um
quadro depressivo, tanto paciente quanto terapeuta precisam respeitar o tempo da
elaboração. A condução dependerá do grau, intensidade e natureza da pessoa
deprimida, e essa variação pode ameaçar a sensibilidade receptiva do terapeuta. O
trabalho vai seguir de acordo com o quadro que se desenrola na transferência, pois,
quanto mais agudo for o aspecto depressivo, maior será a intensidade da violência
com a qual o paciente se confronta. Dependendo das circunstâncias desse paciente,
a necessidade de fuga pode ser presente, e havendo um espaço de confiança e
transferência, ele pode encontrar na terapia seu espaço de refúgio.
Freud (1917) elaborou sobre a melancolia classificando-a como “Neurose
Narcísica”, refutando a visão de até então, que indicava se tratar de sofrimento
espiritual mais voltado à poetas e filósofos. Posteriormente a Psiquiatria trouxe os
conceitos de depressão, que traziam os pontos observados por Freud na melancolia.
A psicanálise, por ter uma visão voltada para a restauração dos laços com o espaço
público, permite que o paciente, estando na posição subjetiva da depressão, seja
restituído no mundo de significados e, assim, no caminho de volta ao desejo.
De acordo com Abras (2011), os psicanalistas concordam com uma visão não
“biologizante da subjetividade”, pois partem da ideia de que o trabalho psicanalítico se
desenvolve na falta. Então, para uma mudança efetiva, é preciso um intenso trabalho
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de enfrentamento com a castração. Assim, quando o paciente se encontra em final de


terapia, reconhece a falta, mas não se deixa parar por ela. Sobre os resultados da
terapia psicanalítica observa-se:
Nos últimos anos, muitas pesquisas têm apontado resultados significativos
da eficácia da psicanálise como tratamento para diversos tipos de transtornos
mentais. Essas pesquisas colocam a psicanálise em um novo patamar no
campo da saúde, pois que até então tem sido criticada pela ciência positivista
como uma prática com pouco respaldo da comunidade científica. Com o
avanço das ciências e em especial dos exames de neuroimagem é possível
identificar os efeitos de um tratamento psicanalítico para além do relato do
paciente e do psicanalista. Nos dias atuais, utilizando-se das novas
tecnologias disponíveis para tal, temos a comprovação dos efeitos do
tratamento psicanalítico a partir de exames que demonstram significativas
modificações estruturais e funcionais no cérebro e também na bioquímica
corporal como um todo. [...] Em uma pesquisa publicada no “Journal of the
American Medical Association”, por Leichsenring e Rabung (2008) foi
apresentada uma revisão bibliográfica de larga escala comparando 23
estudos envolvendo 1053 pacientes sobre as diferenças entre a psicanálise
e outros tipos de tratamento no campo da saúde mental. Nesta meta-análise,
ficou comprovado que o tratamento psicanalítico tem uma taxa
significantemente maior de efetividade frente aos problemas relatados pelos
pacientes, do que outros tipos de tratamentos psicoterápicos menos
intensivos como, por exemplo, as psicoterapias breves. Os pesquisadores
analisaram os artigos que tinham como objeto de estudo o acompanhamento
de pacientes diagnosticados com diferentes transtornos mentais, dentre os
quais, depressão severa, anorexia nervosa e transtorno da personalidade
limítrofe - caracterizado por medo de abandono e surtos de desespero e
carência. Segundo a conclusão dos autores, o tratamento psicanalítico
demostrou efeitos significativos, e os pacientes gozavam de uma certa
estabilidade, que aumentava significativamente entre o fim do tratamento e
às posteriores avaliações realizadas. (SOUSA; LEITE, 2021, p. 6)

“Assim como a dor e a angústia, a depressão designa um estado afetivo, mas


com privações das qualidades e figuras específicas e únicas, as quais animam e
dotam o afeto de sua especificidade” (DELOUYA, 2010, P. 16). Refere-se a
característica de possuir algo que é fundamental para o viver humano. Para o autor,
foi Abraham (1911) quem forneceu os recursos para a ideia de que a angústia e a
depressão contêm (ainda que com diferentes aspectos) as marcas do abandono
infantil, associado ao trauma de nascimento. Ambas ocorrem por motivos
inconscientes, ao contrário do estado de medo e luto. O autor traz também que a
depressão está ligada ao estado de prostração, ao fato traumático, como se fosse
uma experiência relacionada à dor do nascimento; por outro lado, a angústia se trata
de uma reação de defesa ao fato traumático do nascimento (DELOUYA, 2010).
Ao buscar elaborar sobre o campo da depressão, Delouya (2010) diz que a
depressão é um fenômeno quase banal na existência humana. Assim como a dor e a
22

angústia, a depressão ocorre nas mais diversas formas, podendo ocorrer em todas as
estruturas tratadas pela psicanálise, como nas neuroses, psicoses e na perversão.
Assis (2009) discorre sobre o tempo de que o sistema psíquico necessita para
elaborar as emoções. Ele traz que o tempo não ocorre com rapidez, tais como os
mecanismos de formação do raciocínio, nas reações de medo, de alerta e de perigo.
No âmbito emocional, referente aos processos que estão inconscientes, as
características de processamento são outras, o que a torna vagarosa, pois supõe
características como “espera, tolerância à incerteza, convivência com o medo, contato
com a dor psíquica, construção de significados, elaboração de fantasias inconscientes
associadas ao estímulo” (ASSIS, 2009, P. 69-70). O autor propõe ainda que o tempo
de processamento das emoções pode se comparar ao estado de luto, pois a
elaboração de perda de um ente querido necessita de certo tempo e de consumo de
energia psíquica. Assim, os processos de elaboração de perdas não se fazem às
pressas, mas requerem que as emoções possam ser vividas no “tempo da alma”
(ASSIS, 2009).
Uma reflexão fundamental ao tratamento é entender que a depressão se trata
de um tempo que o paciente precisa para a reconstrução e reorganização narcísica
do vazio. Precisa, então, de um ambiente próprio, que se trata da primeira condição
ao tratamento. “Caso não seja este suficientemente cavernoso, seguro, o paciente
nessa situação poderá sentir-se ameaçado, inseguro e em estado de desamparo”
(BERLINK, 2008, p. 71).
De acordo com Fédida (2009), o sentimento de vazio, frequentemente relatado
por pacientes deprimidos, se refere a uma espécie de busca de sentido. O autor cita
Winnicott, trazendo o vazio como um tempo passado, que não pode ser recordado,
que se elabora de forma diferente do trauma e corresponde à organização narcísica
primária, completando na afirmação de que o vazio se constitui da necessidade
anterior ao desejo de se refugiar. Assim, Fédida (2009) conclui que o olhar para o
vazio na depressão, durante a terapia, induz acreditar que esse poderia ser o centro
de auxílio da cura. Por isso, o que é trazido através da fala apresenta-se como ponto
importante no tratamento psicoterápico
Portanto, o papel do tratamento psicoterápico é constituir ou reconstituir o
aparelho psíquico, utilizando-se da fala como forma de obter acesso à depressividade
23

do paciente. Na evolução da fala, em que o tempo do paciente tenha sido respeitado,


se verifica a emergência da experiência que o paciente provavelmente ainda não
conhecia, ou seja, ser escutado na liberdade do seu próprio tempo de pensamentos e
de suas expressões (FÉDIDA, 2009).
24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando o luto não é elaborado dentro da normalidade, possui variações, e uma


delas é o luto complicado, sendo uma das possíveis consequências, a depressão.
Foram estudadas as causas dessa não elaboração, complicação e depressão,
envolvendo as possíveis motivações, prevenção e tratamento em terapia.
O conhecimento sobre os sinais que diferenciam um luto normal de um luto
complicado pôde ampliar a visão na observação dos processos que passam os
enlutados, podendo ter assim maior clareza na identificação dessa diferença, seja por
quem está próximo, ou até mesmo para o próprio enlutado.
Observou-se que os processos envolvendo o luto são difíceis para boa parte
dos casos, por isso, a intervenção de apoio psicológico aos enlutados pode ser um
caminho possível em diversos casos, mas, onde há sinais de luto não sendo elaborado
adequadamente, a prevenção por meio de terapia trata-se de um caminho necessário.
Por fim, quando já instalada a depressão, no estudo foi observado que o
tratamento na psicanálise, apesar das críticas atuais e resistência de algumas partes,
se mostra ainda bastante efetiva, pois durante o tratamento, o paciente pode
identificar diversos pontos que se tornam relevantes em seguir sua jornada.
Com isso, pode-se concluir que os objetivos foram alcançados, e houve a
identificação de que a divulgação dos estudos envolvendo a elaboração do luto se
tornam relevantes no apoio a conscientização da sociedade em diferenciar lutos
normais e lutos complicados, ampliando assim a identificação dos fatores, bem como
as opções de prevenção e tratamento.
25

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