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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
LIMEIRA, SP
2021
VILMA MARIA ALVES GUERREIRO
LIMEIRA, SP
2021
FIEL – FACULDADES INTEGRADAS EINSTEIN DE LIMEIRA
TERMO DE APROVAÇÃO
A Deus que me presenteia todos os dias com energia da vida, que me dá força e coragem para
Aos psicólogos participantes do presente estudo, por aceitarem dividir comigo suas vivências
À Dra. Maria de Fátima Xavier, minha orientadora, por todos os ensinamentos, pela condução
deste trabalho e pela amizade. Gratidão por sua aceitação e confiança ao caminhar comigo e
orientar-me no decorrer do meu Trabalho de Conclusão de Curso, sempre com muita paciência
de vários erros que cometia no decorrer sempre buscando o melhor em mim. Quem ouve suas
palavras não aprende apenas ciência, mas entende um pouco mais da vida. Você é um exemplo
de profissional! Obrigada!
A todos meus amigos do curso de graduação que compartilharam dos inúmeros desafios que
A minha família e em especial meu marido, companheiro e amigo Thiago Guerreiro que sempre
esteve meu lado em todos os momentos me ajudando e me fortalecendo quando achava que não
conseguiria.
PONTO DE ENCONTRO
O presente trabalho teve como objetivo compreender a importância da formação em libras para
o profissional de psicologia, tendo em vista o atendimento à pessoa com deficiência auditiva,
de forma integral, e avaliar o quanto os serviços em saúde mental são acessíveis a essa
população, que se comunica por meio da língua de sinais, bem como as dificuldades e
limitações encontradas pelo psicólogo. A hipótese a ser verificada é que há uma limitação no
acesso ao atendimento psicológico das pessoas com deficiência auditiva, devido ao domínio da
língua de sinais pelo profissional psicólogo, impactando na garantia de inclusão desses
indivíduos. Para tanto, participaram desta pesquisa, 10 psicólogos sendo 8 do sexo feminino e
dois do masculino, na faixa etária de 29 a 53 anos que trabalham em Clínicas Particulares, UBS,
lecionando em Universidades Particulares e Academia da Força Aérea. Os dados foram
coletados por meio de uma entrevista semiestruturada, depois categorizados, analisados
quantitativamente e qualitativa por meio da análise de conteúdo das respostas dos voluntários.
Constatou-se que a formação insuficiente dos profissionais de psicologia para atender os surdos,
tem limitado a procura destes pelos serviços de saúde mental. Essa barreira é imposta pela
dificuldade na comunicação entre o psicólogo e o surdo. Observou-se que existe uma
consciência, dos profissionais participantes, da necessidade de qualificação e atualização
relativa à cultura e língua, desta população, para uma eficiência comunicacional e acolhimento
integral do surdo. Para que essa comunicação aconteça é imprescindível que o deficiente
auditivo compreenda e seja compreendido. Só assim, será garantido o acesso igualitário e
inclusivo dos surdos. Porém, o desconhecimento da Libras ainda é um desafio a ser superado,
e tem contribuído para o sofrimento psicológico do surdo, impactando no seu direito ao
atendimento psicológico inclusivo.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4
2 SURDEZ E LIBRAS............................................................................................................... 6
3 ACESSIBILDADE AO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO DE PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA AUDITIVA....................................................................................................... 9
3.1 Implicações da formação do psicólogo para o atendimento a pessoas com deficiência
auditiva ......................................................................................................................................9
4 PSICOTERAPIA INCLUSIVA DANDO VOZ AO SILENCIADO....................................12
5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 18
5.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 18
5.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 18
5.3 Hipótese............................................................................................................................. 18
6 MÉTODO ............................................................................................................................. 19
6.1 Participantes ..................................................................................................................... 19
6.2 Instrumentos ..................................................................................................................... 20
6.3 Procedimento.................................................................................................................... 20
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................22
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................31
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................33
APÊNDICES.............................................................................................................................36
ANEXO.....................................................................................................................................40
4
1 INTRODUÇÃO
Os surdos, enquanto grupo de uma cultura possui sua tradição. Entretanto pelo menos
em dois aspectos essa tradição parece ter um sentido diferente daquele que é atribuído a grupos
de ouvintes, em primeiro lugar, no modo como essa tradição é edificada pelos surdos, e em
segundo lugar, os elementos que compõem essa tradição que acabam presentes na sociedade
majoritária. Esses dois aspectos mencionados explicam, em grande parte, o modo como os
surdos têm sido predominantemente vistos e tratados pela sociedade, até os dias de hoje, bem
como as dificuldades que eles enfrentam para superar essa visão e tratamento psicológicos
dentre outros tão necessários para a saúde mental. (FERREIRA BRITO, 1988).
Vale destacar que a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS,
2016), e as Associações de Surdos presentes nos Estados Unidos (1980) reivindicam e
promovem na sociedade, o ingresso do surdo na educação, e defendem o direito de exercerem
a cidadania como sujeitos sociais, além de destacarem a importância do acesso de pessoas
surdas nos ambientes de saúde. Entretanto, nota-se que esse o público ainda encontra
dificuldades no acesso ao atendimento psicoterápico.
desenvolvimento, dotada de direitos, como um ser social, o psicólogo deve promover o acesso
irrestrito ao atendimento psicológico.
Nessa direção, esta pesquisa é relevante, pois, tem como foco a psicologia inclusiva
como importante para funcionalidade do acompanhamento e acolhimento eficaz da pessoa com
deficiência auditiva. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi compreender a importância da
formação em libras, para o profissional de psicologia, tendo em vista o atendimento à pessoa
com deficiência auditiva, de forma integral, e avaliar o quanto os serviços em saúde mental são
acessivos a esta população que se comunica por meio da língua de sinais.
2 SURDEZ E LIBRAS
muitos, já que não acreditavam que os surdos pudessem ser educados, requisitou a Dom Pedro
II um espaço que foi conquistado no dia 26 de setembro de 1857 no Rio de Janeiro, antigo
Instituto dos surdos – mudos e atual INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos, primeira
escola para surdos do país. (HONORA; FRIZANCO, 2009).
Como Huet foi educado na França, ele trouxe sua cultura para o Brasil, onde foi
inserindo sinais franceses aos sinais já utilizados pelos surdos brasileiros, fazendo essa junção
de línguas, dando origem à Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Porém, foi interrompida
devido a proibição mundial do uso da língua de sinais ocorrida no Congresso sobre surdez em
Milão, que, na época, defendeu a leitura labial, para surdos, como a comunicação mais
adequada. Isso impactou no desenvolvimento da língua de sinais no Brasil, uma vez que figuras
da época, como o Dr. Menezes Vieira, acreditavam que seria um “desperdício alfabetizar surdos
num país de analfabetos.” (HONORA; FRIZANCO, 2009, p. 27).
Após uma luta persistente pelo uso e uma crescente busca por legitimidade da língua de
sinais, a Libras voltou a ser aceita. Somente em 2002, foi reconhecida como idioma oficial no
Brasil, por meio da Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002 (BRASIL, 2002), regulamentada pelo
Decreto 5.626/2005. (BRASIL, 2005).
É importante salientar que a língua de sinais não é acatada universalmente. Cada uma,
em cada país, tem sua organização gramatical, sendo assim, não é uma única língua, então, não
existe apenas uma língua de sinais. Toma-se como exemplo o próprio Oralismo. Este é
constituído da cultura de seu povo, por exemplo, Brasil e Portugal possuem a mesma língua
oral, porém, seus sinais são distintos e possuem atributos próprios. (HONORA; FRIZANCO,
2009).
Diante do exposto, vale enfatizar que é importante não só aprender os sinais, mas o
envolvimento e interesse dos profissionais psicólogos, visto que é necessário que ofereçam os
serviços psicológicos aos deficientes auditivos. Sendo assim, serem conscientes de seus deveres
profissionais para todos, sem distinção, enfrentando suas próprias inseguranças, limitações e
até mesmo conformismos. (PEREIRA; LOURENÇO, 2017. Dessa forma, é importante atentar
8
para as necessidades das pessoas com deficiência auditiva, acolher suas demandas, e, assim,
garantir a inclusão e acessibilidade aos dispositivos de saúde mental.
9
A Lei 8.080/90, art. 5º, inciso III do Decreto 5.626/2005 (BRASIL, 2005), que garante
o direito a saúde para pessoas surdas ou que tenham qualquer perda auditiva, mostra-se
importante, em diferentes âmbitos. Desde os atendimentos até os equipamentos devem ser
considerados para que haja uma prevenção precoce dessa deficiência, bem como o tratamento.
Assim, inclui-se o atendimento em saúde mental.
Nesse sentido, o Conselho Regional de Psicologia da 16ª. Região -ES (CRP – 16), se
articula em favor da comunidade surda, e destaca a importância deste movimento. O projeto do
CRP da região do Espirito Santo busca levar a discussão ao Conselho Federal de Psicologia
(CFP), a fim de que haja uma resolução que garanta a acessibilidade, desta população, aos
atendimentos. (CRP-16, 2015).
Vale pontuar que os avanços nas políticas públicas para os surdos ainda dão passos
lentos, atravessam muitas dificuldades para serem implementados na sociedade, fazendo-se
necessárias constantes lutas para que a comunidade garanta seus direitos. (FERNANDES,
2019). Uma das formas de garantir tais direitos é por meio da capacitação dos profissionais,
que no caso do psicólogo possibilitará a acessibilidade e inclusão do deficiente auditivo aos
serviços psicológicos.
Isso posto, vale salientar que a disciplina de formação em Libras, oferecida em diversos
cursos de psicologia no Brasil, é optativa e ocorre por um curto período, cerca de um semestre.
Isso, segundo algumas pesquisas, aponta para um cenário de defasagem no ensino dessa língua,
justificando o baixo número de pesquisas com esse público, por parte de estudantes de
psicologia e repertório insuficiente para o atendimento dessa clientela. (NASCIMENTO;
TORRES, 2020; FREITAS, 2019).
Segundo Silva (2016), superar os desafios e questões éticas é de suma importância para
um atendimento igualitário. O autor alerta ainda que é comum psicólogos formados não terem
o domínio da língua de sinais e conhecimento da cultura desses indivíduos. Essa limitação de
comunicação do psicólogo, possivelmente dificultará o acesso aos serviços psicológicos de um
número expressivo de pessoas, já que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2010), há no Brasil, atualmente, cerca de seis milhões de pessoas com
incapacidade de ouvir. Este dado indica a importância e a necessidade de preparação e
capacitação de todos os profissionais da saúde para o atendimento eficaz desse público.
É importante destacar que o estudo de uma língua implica, de certa maneira, descobrir
um novo mundo e, deste modo, ter flexibilidade para enxergar as individualidades e
conhecimentos. Assim, conhecer uma língua não é exclusivamente uma lista de palavras e
frases em comum, mas sim uma postura de enxergar o mundo de maneira grandiosa, acolhendo
o outro para que ele possa ser visto com um olhar distinto, o olhar do outro, o olhar da pessoa
surda. (GOÉS, 2012). Sendo assim, quando se estuda uma língua, se exige amor e implicação,
uma vez que fazer o movimento de instruir-se em Libras é uma admirável forma de conhecer
outras relações, de edificar outras identidades e reafirmar as diferenças.
A terapia da fala surgiu com a ideia de que o indivíduo com deficiência auditiva deveria
ser enquadrado ao modelo ouvinte (ler e escrever). Os surdos eram considerados
impossibilitados e sofriam com esses e muitos outros julgamentos do passado. Era dito que esse
grupo nunca alcançaria êxito profissional, intelectual ou pessoal, em vários âmbitos sociais,
como, por exemplo, conseguir um bom emprego, ser independente, ter relacionamentos,
estudar, viver e ter acesso a uma psicoterapia. Por isso, é importante destacar a importância do
psicólogo saber libras. (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA [CFP], 2009).
De acordo com Oliveira (2014), a psicologia faz o uso da escuta, como um dos principais
recursos no seu trabalho e quando se trata as pessoas surdas, a Libras é a comunicação que
ocorre na modalidade visual. Sendo assim, essa escuta ganhará a fala através de sinais, novas
dimensões que demandam diferentes formas de compreensão no campo da psicoterapia.
Dentro desse contexto o psicólogo precisará estar qualificado em libras para a realização
do atendimento. Nunes et al (2018) segue na mesma linha e pensamento de Oliveira (2014) ao
pontuar a importância de o profissional da psicologia estar habilitado em libras para viabilizar
a comunicação com os surdos, o que trará enormes benefícios práticos. E quando se fala no
processo psicoterápico com os surdos, o psicólogo precisa se atentar para os desafios e as
motivações envolvidas, nesta prática, e manter o interesse por essa demanda que precisa de um
olhar mais inclusivo.
Para Buzar (2015), o sofrimento psíquico das pessoas com deficiência auditiva pode ser
diminuído quando houver a escuta por intermédio da Libras, podendo ajudar no
desenvolvimento emocional dos surdos. Destaca que a psicoterapia é fundamental na promoção
do holding, que irá cuidar e favorecer o modelo psicoterápico além de uma comunicação mais
afetiva. Considera o processo da psicoterapia como favorecedor de uma via de promoção ao
sujeito surdo, no qual a comunicação pode diminuir seu sofrimento psíquico.
comunidade surda, na sua maioria, acaba perdendo, pois, ainda se percebe que o atendimento
aos surdos é um processo em construção e, portanto, com muitas deficiências.
Partindo dessa premissa Masutti (2007), afirma que as línguas são elementos de poder,
e quando essas diferenças são ligadas a ideia da semelhança se desfaz forçando seus locutores
a repensarem na condição do outro. De forma mais específica, as diferenças mostram
identidades, estas por sua vez se organizam em grupos que reúnem e estabelecem em uma
reação de pertença.
Sendo um processo de desconstrução que o olhar do surdo incide sobre agir e pensar,
estabelecendo a língua de sinais como identidade de um grupo, mas também como uma alerta
de que há sociedade excludente, que se acovarda no discurso das alteridades (a oralização do
português) de seguir o curso de evolução da história, o discurso hegemônico.
Sendo assim, a maneira que o surdo olha pede traduções culturais, que se tornam
situações em que a conexão e encontro com o outro se dá a relação. A poesia do silêncio que é
um, silêncio estereotipado que se abriu na ausência de fala ou mudez, mas aquele silêncio que
imprime uma potência de sentidos incomum ao olhar requer sofisticadas e complexas traduções.
A interpretação, a passagem do som para o olhar e do olhar para o som, exige a leitura visual e
a escrita do movimento como parte de um projeto de desconstrução que prolonga o conceito de
escrita. (MASUTTI, 2007).
O estudo de Oliveira et al. (2012), teve como objetivo avaliar as estratégias utilizadas
pelos psicólogos no atendimento a pessoa com deficiência auditiva. Participaram deste estudo
20 psicólogos que responderam um questionário. Os resultados indicaram que a maioria dos
psicólogos que atenderam surdos usaram o intérprete nos atendimentos, por não saberem
Libras. Concluíram que é necessário a formação em Libras para atendimento a este público de
forma mais adequada e eficaz, na medida em que constataram que a adesão ao tratamento
psicológico é baixa.
Nessa perspectiva a pesquisa de Chaveiro et al. (2010) buscou verificar como ocorre a
comunicação dos profissionais da saúde com a pessoa surda e pontuar os recursos de
relacionamento. A amostra foi composta por sete profissionais da saúde, sendo um dentista,
14
Segundo Santos e Assis (2015) por conta da falta de profissionais qualificados para
atender, pessoas com deficiência auditiva estas são excluídas do atendimento clínico
psicológico. Para entender melhor essas dificuldades, fez entrevistas com seis psicólogos que
atuavam no contexto hospitalar, sendo cinco do sexo feminino e um masculino, de distintas
abordagens de intervenção psicoterapêutica: duas com orientações Reichiana, três da Gestalt
terapia e uma da Cognitivo Comportamental.
De acordo com Santos et al. (2021), quatro estudantes do curso de Psicologia foram
entrevistados por dois psicólogos de uma instituição pública e dois de uma instituição particular.
Buscaram investigar a experiência de atender pessoas surdas durante a formação acadêmica.
Os participantes afirmaram não ter atendido pessoas surdas durante a graduação, nas
instituições educacionais. Alegaram não saber como atender esse público, mas apontaram que
poderiam usar estratégias como a escrita para viabilizar a comunicação e, ainda, encaminhar
para um profissional capacitado. Os dados indicaram que a falta da obrigatoriedade de cursar a
disciplina de libras, na graduação, impacta na qualificação do psicólogo para atender os surdos.
Além disso, constataram que a procura pelos serviços psicológicos ofertados pelas instituições
de ensino superior, pela população surda, é escassa.
A pesquisa de Korndorfer e Mall Man (2020) teve como objetivo avaliar o atendimento
psicológico dos surdos na cidade de Curitiba, promover uma reflexão sobre a formação dos
psicólogos que atendem os surdos, verificar as estratégias usadas e também a adoção de libras
para atender este público e averiguar limitações e possibilidades das abordagens no atendimento
16
O estudo de Cruz et al. (2021), teve como objetivo verificar as estratégias utilizadas na
escuta da subjetividade do surdo, no processo de psicoterapia. Constataram escassez de
informações e literatura sobre o tema, assim como instrumentos adotados no manejo clínico
dificultando a intervenção dos profissionais psicólogos e a busca pelo atendimento psicológico
por parte da comunidade surda. Concluíram que o acesso inclusivo dos surdos aos dispositivos
de saúde ainda é limitado por conta do despreparo dos profissionais, por não terem formação
em Libras e pela falta de intérprete para o cliente.
Na pesquisa realizada por Silva e Carmo (2016), o objetivo foi avaliar os desafios
pertinentes ao atendimento psicológico a surdos que usam, para se comunicarem, a LBS.
Participaram da pesquisa psicólogos e pessoas surdas que utilizam a LBS. Para coleta de dados
foram realizadas duas entrevistas, uma em português e outra em LBS. Constataram que o acesso
ao atendimento psicológico, pelo surdo, ainda tem limitações importantes, assim como os
encontrados na sociedade que limitam sua autonomia. Apontaram que o uso do intérprete é
necessário, porém, traz interferências importantes que podem impactar no vínculo terapêutico
e possíveis implicações éticas. Destacaram a necessidade do psicólogo saber Libras para
garantir o atendimento adequado ao surdo, bem como a participação na discussão e formulação
de políticas públicas que garantem o atendimento psicológico desta população. O
desconhecimento da Língua de Sinais tem contribuído para o sofrimento psíquico do surdo,
devido às limitações impostas pela dificuldade na comunicação.
18
5 OBJETIVOS
5.3 Hipótese
6 MÉTODO
Foi uma pesquisa de campo com análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados
por meio de entrevista semiestruturada. Tal metodologia está embasada na construção de dados
organizados a partir de entrevistas, com ênfase para análise dos significados produzidos pelos
participantes acerca dos processos de inclusão do surdo para atendimentos psicoterapêuticos e
seus desafios.
A entrevista foi pautada em um roteiro geral para orientar a pesquisa. No entanto, a
atuação da entrevistadora não ficou restrita as perguntas pré-estabelecidas (MONZANI, 2004).
Sendo assim, abrangeu, também, o próprio contato com o entrevistado possibilitando ampliar
reflexões relacionadas ao tema de pesquisa.
6.1 Participantes
6.2 Instrumentos
6.3 Procedimento
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para atender os objetivos desta pesquisa, os dados obtidos por meio das entrevistas
foram inseridos em uma planilha para facilitar a análise de conteúdo das respostas dos
participantes. Dessa forma, os conteúdos das entrevistas foram agrupados em categorias e
avaliado a prevalência e frequência deles. Esses resultados estão apresentados nos gráficos, a
seguir, e a discussão pautada na literatura e pesquisas destacadas na fundamentação teórica
deste trabalho.
Gráfico 1: Resultados relativos ao conhecimento de libras e ter cursado libras na graduação de psicologia
NÃO SIM
10% 90%
NÃO
40%
NÃO SIM SIM NÃO
Fonte: a autora
Dos 90% que conhecem Libras, 40% informaram, ainda, que durante a graduação não
tiveram a disciplina Libras e isto dificultou despertar algum interesse e olhar para esse público,
porém, 50% dos voluntários estudaram Libras na graduação, como matéria optativa. De acordo
com eles, o fato de aprender Libras na faculdade despertou e aumentou o interesse em
23
aprofundarem o conhecimento da língua e também pelo público que a utiliza. Esses dados são
confirmados por Nascimento, Torres (2020) e Freitas (2019) ao destacarem que disciplina de
formação em Libras, é oferecida em diversos cursos de psicologia no Brasil, porém, é optativa
e ocorre em um semestre. Isso, aponta para um cenário de defasagem no ensino dessa língua, o
repertório insuficiente, dos psicólogos, para o atendimento e interesse dessa clientela. Nesse
sentido, os resultados da pesquisa de Santos e Assis (2015), indicaram que a capacitação em
Libras, na graduação, é precária para o atendimento dos surdos, que há uma falta de interesse
na formação em libras por conta do tempo, falta de conhecimento de profissionais qualificados
para encaminhamentos e desqualificação profissional.
Nesse sentido, a pesquisa korndorf (2020) identificou que a maioria dos participantes
não cursou libras na graduação, sendo confirmado pelos achados de Gonzales e Ribeiro (2018)
que evidenciaram a falta de formação adequada, durante a graduação, apontando necessidade
da preparação e qualificação dos profissionais psicólogos, iniciada na graduação, progressiva e
contínua, relativa à Língua de Sinais, para o atendimento dos surdos. Chaveiro et al. (2010),
apontaram para a importância da capacitação em Libras nos cursos de graduação.
Gráfico 2: Você fez alguma formação ou capacitação para atender pessoas surdas?
60%
; 50% ; 50%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
SIM NÃO
Fonte: a autora
específico para esse público, na faculdade, faz com que esse desinteresse perpetue na atuação
profissional e, assim, a manutenção da desqualificação para o acolhimento dos surdos.
Dentre os que não tem formação, um entrevistado relatou que “não tinha parado pra
pensar nesse público, me sinto envergonhado de não saber me comunicar e atender essa
demanda.” Outro voluntário disse: “infelizmente é pouca procura para este atendimento
fazendo com que a maioria dos psicólogos não se interessem em se especializar na língua de
sinais.” Muitos profissionais estão cientes das dificuldades ao prestar um serviço de assistência
ao paciente surdo (CARDOSO; RODRIGUES; BACHION, 2006). Casali (2012) aponta que as
dificuldades encontradas estavam relacionadas a comunicação e interpretação.
Casali (2012) destaca a relevância da formação na área de surdez para que o psicólogo
possa ter uma compreensão mais ampla da cultura e língua. Nesse sentido, Fernandes (2019)
salienta que uma forma de garantir alguns direitos dos surdos é por meio da capacitação dos
profissionais, e, assim, possibilitará a acessibilidade e inclusão deste público.
Para entender o quanto esse direito do surdo de ter acesso aos serviços psicológicos, de
maneira adequada, está sendo respeitado, investigou-se como isto está ocorrendo, ou seja, quais
estratégias adotadas pelos voluntários desta pesquisa. Os dados estão dispostos no Gráfico 3.
26
; 60%
; 40%
Fonte: a autora
Dentre os entrevistados que não atenderam pessoas com deficiência auditiva, uma
psicóloga disse que “se algum surdo procurar meu atendimento, faço encaminhamento ou tento
atender com a ajuda de parentes do surdo.” Segundo o estudo de Oliveira et al. (2012), dentre
as estratégias utilizadas pelos psicólogos no atendimento a pessoa com deficiência auditiva,
está o intérprete.
Quanto a busca pelos serviços psicológicos, alguns voluntários desta pesquisa, relataram
que a procura, por parte dos surdos, é escassa. Apontaram, também, que se houvesse procura
de seus serviços “procurariam atendê-los utilizando a leitura labial, a escrita, ajuda de parentes
e o intérprete, mas, este em último caso, devido ao sigilo e o vínculo com o paciente.” Isto
coincide com os dados da pesquisa de Fortes (2012) relativos as estratégias mais utilizadas
durante os atendimentos encontram-se a mímica/gestos, o intérprete e a escrita em português.
27
SIM
0%
NÃO
100%
SIM NÃO
Fonte: a autora
A resposta dos participantes foi negativa. Apontaram que os surdos não têm acesso aos
atendimentos na área da saúde, de maneira integral, devido à falta de formação dos profissionais
para atendê-los e a baixa procura deste público. Destacam, também, que esse público, do ponto
de vista mercadológico, não é atraente. Santos e Assis (2015) chama atenção para a falta de
profissionais psicólogos qualificados para atender pessoas com deficiência auditiva, excluindo-
os do atendimento psicológico. Pontuam que a aproximação desse público ocorrerá quando o
psicólogo estiver capacitado em Libras. Bianchetti (1998) destaca o direito de pessoas surdas
acessarem todos os dispositivos de saúde, pois enfrentam dificuldades de serem compreendidos
pelos profissionais, sendo necessário olhar para este público considerando seu desenvolvimento
biopsicossocial.
Na entrevista uma das psicólogas que atende esse público relatou o quanto o surdo
precisa desta escuta qualificada, pois, traz muitas emoções no campo social, trabalho e
relacionamento. Conta que um de seus pacientes relatou “como é difícil trabalhar em um local
onde ninguém se comunica com ele.” Disse que, geralmente, não é solicitado para realizar
atividades, mesmo estando sem nenhum afazer, ficando isolado, porém, é convocado para
fotografias nas quais faz um sinal em Libras, “como se todos no serviço se comunicassem em
libras.” Nesse sentido Góes (2012) adverte que, conhecer uma língua não é exclusivamente uma
lista de palavras e frases em comum, mas sim uma postura de enxergar o mundo de maneira
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grandiosa, acolhendo o outro para que ele possa ser visto com um olhar distinto, o olhar do
outro, o olhar da pessoa surda. Entretanto, Masutti (2007) alerta para uma sociedade excludente,
que se acovarda no discurso das alteridades de seguir o curso de evolução da história, o discurso
hegemônico.
Sobre o atendimento inclusivo, Buzar (2015) pontua que o sofrimento psíquico dos
surdos pode diminuir quando houver a escuta por meio da Libras, podendo ajudar no
desenvolvimento emocional, sendo a psicoterapia fundamental para promoção da saúde. Ao
lado disso, a pesquisa de Korndorfer e Mall Man (2020) constatou a importância do psicólogo
conhecer a cultura e a história da comunidade surda para um atendimento psicológico de
qualidade, confirmado pelo estudo de Casali (2012).
Nessa perspectiva, Oliveira et al. (2019) chamam a atenção para o fato de que mesmo
havendo políticas públicas planejadas pelos serviços de saúde, essa comunicação faz parte de
iniciativas individuais dos profissionais que, muitas vezes, se interessam por essa população
por conta de alguma vivência com algum familiar surdo ou por motivos bem subjetivos. E com
isso a comunidade surda, na sua maioria, acaba perdendo, pois, ainda se percebe que o
atendimento aos surdos é um processo em construção e, portanto, com muitas deficiências.
Apesar da Lei 8.080/90, art. 5º, inciso III do Decreto 5.626/2005 (BRASIL, 2005),
garantir o direito a saúde para pessoas surdas ou que tenham qualquer perda auditiva, em
diferentes âmbitos, uma entrevistada comenta que “o surdo está longe de ter acesso a saúde”, e
informa que conhece apenas um psiquiatra, em São Paulo, que usa libras no atendimento ao
30
surdo. Bianchetti (1998) destaca que o surdo tem o direito de acessar todos os dispositivos de
saúde, porém, estes enfrentam dificuldades em se fazerem compreendidos pelos profissionais.
Para obter informações mais amplas sobre o tema pesquisado, neste estudo, fez-se uma
questão aberta que permitisse uma reflexão espontânea dos voluntários. Assim ofereceu-se um
espaço aos psicólogos para que pudessem expressar livremente, perguntando quais reflexões
esta temática elicia em você profissional psicólogo?
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho buscou-se compreender como ocorre o acesso dos surdos aos serviços de
atendimento psicológico e o quanto os psicólogos estão qualificados para atender este público.
Além disso, averiguou quais estratégias utilizadas pelos profissionais e de que forma estas
podem impactar no atendimento inclusivo
Os dados obtidos por meio das entrevistas evidenciaram a carência de psicólogos com
formação para atender os surdos, destacando-se a falta de incentivo das faculdades de
psicologia. De acordo com os voluntários desta pesquisa, alguns cursos de psicologia não
oferecem a disciplina Libras e aqueles que ofertam a matéria em suas grades, geralmente, é de
forma optativa. Isso aponta para a necessidade do cumprimento da resolução relativa a
formação do psicólogo (BRASIL, 2011), bem como um posicionamento do CFP, por meio de
resolução que orienta as graduações em psicologia a formação em Libras e, desta forma,
garantir o acesso inclusivo dos surdos aos dispositivos de saúde mental.
Além da adoção da Libras, o psicólogo pode utilizar outras estratégias como o intérprete,
a língua portuguesa escrita, entretanto, tais recursos são utilizados quando não há profissional
qualificado e de forma emergencial. Vale lembrar que as dificuldades dos profissionais em
estabelecer comunicação com o surdo podem gerar inseguranças quanto ao diagnóstico e
indicação de tratamento.
Essa barreira é imposta pela dificuldade na comunicação entre o psicólogo e o surdo. Para que
essa comunicação aconteça é imprescindível que o deficiente auditivo compreenda e seja
compreendido. Só assim, será garantido o acesso igualitário e inclusivo dos surdos.
Espera-se que este trabalho possibilite refletir sobre a importância de garantir ao sujeito
surdo um atendimento psicológico acolhedor e que considere sua singularidade. Aponta, ainda,
para uma prática psicológica que permita o surdo expressar suas angústias, pensamentos,
sentimentos, sintomas e necessidades, enquanto mediadora dos processos psíquicos, que seja
acessível e inclusivo.
Nessa direção, salienta-se que outras pesquisas sejam implementadas com intuito de
despertar o interesse dos psicólogos para atender essa demanda, assim como, o direcionamento
de estudos relativos ao atendimento psicológico deste público, se fazem necessários, já que as
publicações são escassas. Dessa forma, aprimorar o embasamento teórico e prático para um
atendimento psicológico humanizado, empático, singular e ético.
33
REFERÊNCIAS
FERREIRA BRITO, L. (ed.). Geles: Grupo de estudos sobre linguagem, educação e surdez.
Boletim 3, Rio de Janeiro, ano3, 1988.
FENEIS. Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. Site para acesso:
http://www.feneis.org.br (2016).
FORTES, L. Estratégias de Comunicação no Atendimento em Saúde a Sujeitos Surdos. 2012.
Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana)- Centro de Ciências da
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35
1. Identificação:
2. Formação complementar:
Se sim qual?
Pós graduação:
( ) lato sensu
( ) mestrado
( ) doutorado
( ) pós doutorado
ROTEIRO DE ENTREVISTA
4.Você conhece Libras? O que ela representa para você?
9. Considera que o surdo tem acesso inclusivo aos cuidados em saúde mental, tanto
nos consultórios psicológicos, clínicas e UBS?
Termo de Esclarecimento
Você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a) da pesquisa “A
TERAPIA NO SILÊNCIO: a importância da formação do psicólogo em libras”, pelas
pesquisadoras responsáveis Maria de Fatima Xavier da Silva e Vilma Maria Alves Guerreiro.
Esta pesquisa é relevante, pois, tem como foco a psicologia inclusiva como importante para
funcionalidade do acompanhamento e acolhimento eficaz da pessoa com deficiência auditiva.
Sendo assim, o objetivo é compreender a importância da formação em libras, para o profissional
de psicologia, tendo em vista o atendimento à pessoa com deficiência auditiva, de forma
integral, e avaliar o quanto os serviços em saúde mental são acessivos a esta população que se
comunica por meio da língua de sinais, assim como, verificar as dificuldades, limitações e
estratégias utilizadas no atendimento do surdo.
documento, você poderá procurar o Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas
Einstein de Limeira, pelos Tel/Fax-CEP/FIEL (019) 3404-9594 e e-mail cep@einstein-
net.com.br (Rua Jatobá, 200 – Vila Queiroz – 13485-021 – Limeira/SP) e, ainda, você poderá
procurar os pesquisadores responsáveis pela pesquisa profa. Dra. Maria de Fátima Xavier da
Silva por meio do e-mail: fat-xavier@hotmail.com, telefone (19) 99677-3640 e Vilma Maria
Alves Guerreiro (19) 99144-3069, e-mail: vmalves0180@gmail.com.
Eu________________________________________________________,
concordo em participar da pesquisa supracitada. Obtive todas as informações necessárias para
decidir conscientemente sobre isso, podendo interromper, a qualquer momento, minha
participação no referido estudo, sem sofrer nenhum prejuízo ou perda. A explicação que recebi
esclarece os riscos e benefícios do estudo. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei
despesas e não receberei dinheiro para participar desta pesquisa.
ANEXO
41
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