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A Importância da Ginástica Escolar na Educação

Infantil
Gabriel Martiniano Lorena¹
Thiago de Oliveira Lima¹
Vinicius Bocard Magalhães¹
Viviane Barboza Fontinha¹
Alessandro Bezerra da Silva²

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da prática da ginástica no espaço escolar
no âmbito da educação infantil. Delimitamos como foco principal de analise as contribuições da
ginástica nas aulas de Educação Física aplicadas na Educação Infantil.
Acreditarmos que a ginástica trabalhada na Educação Infantil possibilita a criança experimentar
novas alternativas para construção da sua cultura de movimento transcendendo a lógica da
ginástica meramente como executora de séries repetitivas. Sendo assim defendemos que se faz
necessário a construção de significados e uma maior sensibilidade e consideração com o
imaginário infantil para que a intervenção pedagógica ocorra de maneira mais coerente e
qualificada.

Palavras-chave: Educação Infantil. Ginástica Escolar. Educação Física

1. INTRODUÇÃO

A inclusão da criança na educação infantil é um momento especial e inesperado para a


criança, é o período de deixar todas às suas referências, como os rostos, as vozes, as cores, e o
espaço do seu mundo conhecido. O principal processo da criança na educação infantil é a transição
do ambiente doméstico privado, para um ambiente público. Nesse período é quando ela deixa de ser
o foco principal exclusivo de seus pais, para viver uma nova realidade e tudo que é novo gera
insegurança, medo, tristeza, dor, mas através da ginástica introduzida nas aulas de Educação Física
na Educação Infantil pode-se mudar este ambiente de insegurança para um ambiente de
aprendizagem e desenvolvimento interpessoal e intrapessoal. Com isso as crianças começam a
desfrutar dos benefícios motores e sociais ao qual tem através da ginástica, como por exemplos:
coordenação, equilíbrio, ritmo, agilidade, resistência, força e flexibilidade, e isso ajuda a aprimorar
e desenvolver os movimentos naturais, como correr, andar, saltar, trepar, empurrar, rolar, levantar,
puxar, entre outros.
Sendo assim, ao olhar a ginástica percebemos que a mesma pode ser uma grande aliada
como conteúdo da Educação Física ao tratarmos a prática pedagógica na educação Infantil, este

1 Gabriel Martiniano Lorena, Thiago de Oliveira Lima, Vinicius Bocard de Magalhães e Viviane Barboza Fontinha
2 Tutor externo: Alessandro Bezerra da Silva
Centro Universitário Leonardo da Vinci UNIASSELVI - Curso (BEF1171 / 3) –Cultura do Movimento–
14/11/2022
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trabalho tem como objetivo analisar tal prática no contexto escolar em particularidade na educação
infantil.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A ginástica aplicada nas aulas de Educação Física deve se preocupar com o


desenvolvimento integral dos alunos, considerando seus avanços motores, cognitivos, sociais e
afetivos. A fundamentação para o trato da ginástica na educação infantil sistematiza a cultura do
movimento humano, tanto no esporte como em atividades extra esporte (ou no sentido amplo do
esporte) e que pertencem ao mundo do “se - movimentar” humano, com características lúdicas, de
jogos, brincadeiras, ginásticas, danças, esportes e lutas de apresentação e competição, reconhecidas
num determinado contexto sociocultural.
O desenvolvimento na primeira fase escolar da criança é de extrema importância para as
fases posteriores de suas atividades físicas. A fase mais importante do desenvolvimento motor se
encontra na infância na qual é denominada fase das habilidades fundamentais, e é quando os
profissionais de Educação Física têm maior chance de trabalhar com as crianças, por isso não se
pode delimitar as aulas de Educação Física somente no âmbito competitivo ou esportivo.

Segundo Ayoub (2003, p. 81), [...] “atualmente, a ginástica, como conteúdo de ensino,
praticamente não existe mais na escola brasileira. A aula de educação física na escola tem sido
sinônimo de aula de esporte. Mais ainda: sinônimo de jogar bola”.

Uma proposta é descrita na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que divide as
práticas corporais da Educação Física em unidades temáticas. Dentre elas encontram-se as
Ginásticas pela qual se desenvolve um conhecimento cultural e histórico de forma inclusiva,
desenvolvendo habilidades de forma lúdica e permitindo que as práticas corporais se estendam para
além das barreiras encontradas no meio social em que a criança está inserida. Segundo Soares et al.
(1992),

A Ginástica oferece ao aluno uma liberdade de vivenciar as próprias ações corporais, dessa
forma a prática dessa modalidade é caracterizada como uma atividade corporal completa,
devido sua contribuição no aspecto motor, na força, na agilidade, na flexibilidade, no ritmo,
no cognitivo e na expressão corporal através do movimento. Além disso, sua prática
garante melhorias no tônus, na flexibilidade, fortalece ossos e articulações e libera
endorfina, o que aumenta a sensação de prazer.

Partindo desse princípio percebemos que através estratégia da ludicidade, do brincar, do


imaginar a criança pode iniciar o processo de construção da sua cultura de movimento com
atividades vinculas a ginástica.
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Para Ayoub (1998) também destaca que a criatividade, liberdade de expressão, descontração
e divertimento são pontos predominantes e que reafirmam que a Ginástica Geral é uma atividade
que visa proporcionar e estimular o prazer pela prática da Ginástica.

A ginástica é tratada como uma atividade que vem sendo negada e muitas vezes excluída das
aulas de educação física, por diferentes motivos, tais como o desconhecimento das inúmeras
possibilidades de sua praticada, pelo argumento que se exige muita força e resistência física do
praticante, como também associa a ginástica há necessidade de aparelhos adequados.
Partindo do princípio que a ginástica oferece amplitudes de possibilidades para a sua pratica, é mais
do que justo e recomendável começarmos a explorá-la na educação infantil.

“Cabe à escola e ao professor de Educação Física, de acordo com a sua realidade, ponderar
sobre as melhores condições para oferecimento da disciplina” (DARIDO, 2004).

Para a Educação Física ser reconhecida como um componente curricular tão importante
quanto os outros, deve apresentar objetivos claros e um corpo de conhecimentos específicos e
organizados, cuja aprendizagem possa colaborar para que os objetivos da educação escolar sejam
alcançados.

MARCASSA (2004, p. 155-170) afirma que se deve pensar a ginástica no contexto da


Educação Física escolar como um tema que se insere na chamada cultura corporal e que,
portanto, deve ser tratada, experimentada, problematizada, conhecida e transformada.
No livro Coletivo de autores (1992, p. 53-57) há o roteiro do que pode ser trabalhado na
ginástica nos diferentes ciclos da educação. Veja a seguir:
Ciclo de Educação Infantil (Pré-Escolar) e no Ciclo de Organização da Identificação da
Realidade (1ª a 3ª séries do Ensino Fundamental):
a) Formas ginásticas que impliquem as próprias possibilidades de saltar, equilibrar,
balançar e girar em situações de: - Desafios que apresenta o ambiente natural (por exemplo,
os acidentes do terreno, como: declives, buracos, valas etc., ou árvores, colinas etc.).
- Desafios que apresentam a própria construção da escola, praça, rua, quadra etc. onde
acontece a aula.
- Desafios propostos por meio de organização motivadora de materiais ginásticos, formais
ou alternativos.
b) Formas ginásticas que impliquem diferentes soluções aos problemas do equilibrar,
trepar, saltar, rolar/girar, balançar/embalar. (Sugere-se o início com técnicas rudimentares,
criativas dos alunos, evoluindo para formas técnicas mais aprimoradas.)

FERREIRA e RODRIGUES (2014) afirma que não podemos esquecer que a escola é o
ambiente onde os conhecimentos podem ser de fato socializados pelo acesso garantido todos. A
escola é o espaço clássico da área de Educação Física, e é nele que os conhecimentos da ginástica
devem ser socializados.
O desenvolvimento na primeira fase escolar da criança é de extrema importância para as
fases posteriores de suas atividades físicas. A fase mais importante do desenvolvimento motor se
encontra na infância na qual é denominada fase das habilidades fundamentais, e é quando os
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profissionais de Educação Física têm maior chance de trabalhar com as crianças (LAGRANGE,
1997).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para o presente trabalho acadêmico, os objetivos propostos foram realizados pesquisas de


caráter bibliográfico e periódicos onde houve investigação de diversos autores. Analisamos como é
tratado a Ginástica na Educação Infantil nas aulas de Educação Física e como tal modalidade pode
agregar no desenvolvimento da criança.

FIGURA 1 – GINASTICA ESCOLAR

FONTE: Disponível em: https://www.redeicm.org.br/auxiliadora/educacao-infantil-motricidade-ginastica-geral/ ,


Acesso em 11 Nov. 2022

Na figura acima vemos a Ginástica Geral com caráter educacional, tendo o desenvolvimento
integral do aluno, respeitando a fase de aprendizagem deles, desenvolvido através de uma
metodologia lúdica, sendo ela não competitiva, permitindo a socialização, respeitando os limites
individuais, contribui com o desenvolvimento motor, social e afetivo do aluno.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através do processo de análise foi possível identificar artigos que correspondiam à questão
norteadora desse estudo, desta forma, os resultados foram divididos em três categorias distintas, são
elas: A importância do profissional de Educação Física na educação infantil, a ginástica infantil e
suas práticas lúdicas inseridas nas aulas de Educação Física na Educação Infantil.

Durante a leitura dos artigos, pôde-se identificar que o desempenho psicomotor das crianças
com a inserção da ginástica na fase infantil traz contribuições grandiosas para seu desenvolvimento,
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seja ele social, cognitiva ou psicomotora. Identificamos também que a prática da ginástica nas
escolas nessa faixa-etária é uma tarefa quase inexistente, talvez por medo dos profissionais não
saberem como lhe dar com as crianças, ou não terem embasamento teórico e prático para tal, ou
ainda por não terem oportunidade de lecionar em turmas na fase inicial, percebemos ainda que a
inserção do profissional específico nesse ciclo traz grandes benefícios para o desenvolvimento das
crianças em todas suas dimensões. LAGRANGE (1997) afirma que o desenvolvimento na primeira
fase escolar da criança é de extrema importância para as fases posteriores de suas atividades físicas.
A fase mais importante do desenvolvimento motor se encontra na infância na qual é denominada
fase das habilidades fundamentais, e é quando os profissionais de Educação Física têm maior
chance de trabalhar com as crianças.

5. CONCLUSÃO

Através dos artigos pesquisados concluímos que a ginástica deve ser trabalhada no contexto
escolar, pois dentro da Educação Física ela é importante para o aluno, seja no aspecto motor, social,
cognitivo e até mesmo afetivo. Vimos que a atuação do educador se torna consistente, quando o
mesmo interage junto as crianças nas histórias, fábulas infantis e movimentos corporais, professores
e crianças precisam fazer parte do mesmo elenco, deveram ser os atores, protagonistas e
coadjuvantes das histórias e não apenas meros espectadores.
Embora as vantagens da ginástica escolar sejam muitas, deve-se tomar um cuidado especial
com a evolução dos exercícios deve seguir uma sequência pedagógica adequada. A ginástica, ainda
pouco trabalhada na Educação Infantil, é de extrema importância para o desenvolvimento motor,
cognitivo e social das crianças, percebemos a evolução dos mesmos no decorrer do processo
O professor de Educação Física que se propõe a trabalhar com ginástica deve estar atento,
pois se tratar de um exercício físico de muita complexibilidade e coordenação, e principalmente, por
ser trabalhado com crianças, há um grande risco de que ocorram lesões devido a prática incorreta.
Não tornando esta pesquisa uma verdade absoluta, recomenda-se que mais estudos acerca da
importância da Ginástica na Educação Infantil aplicadas nas aulas de Educação Física sejam
realizados a fim de haver uma maior valorização desta disciplina neste nível de ensino e para que
possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento das crianças.
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REFERÊNCIAS

AYOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas, SP: Editora da Unicamp,
2003.

AYOUB, Eliana. A ginastica geral na sociedade contemporânea: respectivas para a Educação


Fisica escolar. 1998. 187f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Educação Física, Campinas, SP.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

DARIDO, S. C. A educação física na escola e o processo de formação dos não praticantes de


atividade física. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., v. 18, n. 1, p. 61-80, 2004.

FERREIRA, F. G.; RODRIGUES, M. C. A prática pedagógica da ginástica geral nas escolas


públicas de Barra do Garças (MT). Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 13, n. 2,
p. 65-79, 2014.

LAGRANGE, G. Manual da psicomotricidade de Lisboa. Lisboa Editora, 1997. Revista


Mackenzie de Educação Física e Esporte – Volume 5, número Especial, 2006

MARCASSA, L. Metodologia do ensino da ginástica: novos olhares, novas perspectivas.


Pensar a prática, v. 7, n. 2, p. 155-170, 2004.

SOARES, C. L. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

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