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Praticas Interdisciplinares: Cultura em Movimento

Nome dos Acadêmicos: Raphael Martins;


Cinthia Guimarães; Jackson Rocha; Carlos Nunes e
Josenice Amorim
Tutor Externo: Gilberto Tavares

1. RESUMO

O presente trabalho visa mostrar o movimento como elemento fundamental no processo de


aprendizagem e desenvolvimento de uma criança, por ser um dos requisitos essenciais para a
formação integral da criança. A maior característica de uma criança é o brincar, é o movimentar-se.
Ao se movimentarem, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as
possibilidades de aprendizagem.
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, e tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico intelectual e social, em
grande parte do movimento lúdico, sendo então uma ferramenta pedagógica que exerce uma função
fundamental para o desenvolvimento da coordenação motora, criatividade, raciocínio lógico, como
também sua sociabilidade se desenvolve tornando-se mais alegre e saudável.
Dessa forma, para que esse estudo fosse relevante, procuramos mostrar a conscientização de
todos os educadores da necessidade de estarem atentos ao desenvolvimento da criança e de oferecer
opções para que ela se desenvolva em sua totalidade.

Palavras-chave: Educação Infantil, Educação Física Infantil

2. INTRODUÇÃO

Na área da educação escolar há muitas discursões sobre conteúdos que devem ser trabalhados
pelos professores, as abordagens e áreas de conhecimentos que ela abrange, além disso, estudamos
o movimento que é a linguagem do corpo, e também a expressão dos nossos sentimentos e
vontades. O movimento é fundamental para o desenvolvimento e para o aprendizagem humana.
A educação física infantil proporciona o início da vida escolar da criança, onde o aprendizado é
importante em suas dimensões, e a educação física nesta fase vem complementar e contribui para
sua formação, melhorando seu conhecimento e sua relação com o mundo e seu ambiente em que
fazem parte. A partir do movimento que a criança começa a frequentar o ambiente escolar, passam a
não ter acesso a conhecimentos científicos, conceitos de forma planejada, elaborada e significativa
dentro de um contexto sociocultural.
Quanto mais a criança for estimulada, mais respostas ela dará para essa ações, fazendo com que
sua visão de mundo se amplie para receber mais estímulos. O movimento físico e a cognição está
inteiramente ligada a um ciclo continuo de estímulos, pois para absorver informações o ser humano
precisa ouvir, olhar, mover-se, tocar e sentir os vários estímulos.
As crianças precisam de tempo e espaço para poder fazer novas descobertas sobre elas próprias
e sobre os espaços que vivem. Não podemos deixa-las somente sentadas e quietas, assim o fato de
educar, torna-se uma preparação para a vida, para uma autoaprendizagem, significa no
desenvolvimento das crianças, e dentro dessas perspectivas encontra-se o professor de educação
física, devidamente qualificado e preparado para desempenhar o papel de mediador, orientador
entre a criança e o ambiente escolar.
É importante entender que o movimento é fundamental para o desenvolvimento e aprendizagem
da criança, mas não é o que acontece, na maioria das escolas, em geral, o movimento é trabalhado
de forma fragmentada somente na aula de educação física com um tempo curto de duração.
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A pratica docente deve então ser repensada, porque as crianças são reflexos que aprendem em
casa, na escola, e na sociedade.
O presente trabalho tem como geral compreender quais as matérias da educação física não está
inserida em todas as escolas do município da cidade de Alagoas, através dos objetivos específicos,
refletindo como a educação física é percebida na educação infantil, analisando a sua importância e
investigar as causas de não haver há presença do professor de educação física no ensino infantil.
Na entrevista realizada nesta pesquisa seguiu em roteiro de questões elaboradas frequentemente
aumentada pelo objeto de estudo, mas como a flexibilidade de adicionar outras questões que surgem
no decorrer das indagações.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Todos sabemos da importância de fazer uma atividade física e de se manter ativo. Mas isto deve
ser trabalhado já na infância, aliando a Educação Física, à educação moral e intelectual, formando o
indivíduo como um todo.
A Educação Física deve sim, integrar o aluno na cultura corporal de movimento, mas de uma
forma completa, transmitir conhecimentos sobre a saúde, sobre várias modalidades do mundo dos
esportes e do fitness, adaptando o conteúdo das aulas à individualidade de cada aluno e a fase de
desenvolvimento em que estes se encontram. É uma oportunidade de desenvolver as
potencialidades de cada um, mas nunca de forma seletiva e sim, incluindo todos os alunos no
programa.
“O equilíbrio corporal é a inter-relação com a coordenação motora, pois para se equilibrar é
essencial a ação das capacidades da coordenação motora.” (ZAKHAROV, 1992, p. 174).

Os alunos não devem acreditar que a aula de Educação Física é apenas uma hora de lazer ou
recreação, mas que é uma aula como as outras, cheia de conhecimentos que poderão trazer muitos
benefícios se inseridos no cotidiano. Mas, para que estes benefícios sejam notados é essencial
manter uma regularidade nas atividades.
As aulas devem ser dinâmicas, estimulantes e interessantes. Os conteúdos precisam ter uma
complexidade crescente a cada serie acompanhando o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno.
O professor tem de inovar e diversificar, pois o campo de trabalho envolve muitas atividades que
podem ser trabalhadas com os alunos como jogos, competições, dança, música, teatro, expressão
corporal, práticas de aptidão física, jogos de mímica, gincanas, leituras de textos, trabalhos escritos
e práticos, dinâmica em grupo. O campo é muito amplo, basta o professor ser responsável, ter
seriedade e muita criatividade. Um trabalho bem feito deve estimular a longevidade com qualidade.

“Historicamente, relacionam-se as
atividades físicas realizadas pelos índios
neste período, aos aspectos da cultura
primitiva, caracterizados pelos elementos
naturais (caça, pesca, nado e locomoção), de
guerra (proteção de seu habitat), recreativo
(jogos e brincadeiras) e religioso (como as
danças, agradecimentos aos deuses,
festas, encenações etc.).”
(GUTIERREZ, 1972).

Na Estrutura da Ginástica, todo movimento ginástico, assim como os movimentos


característicos dos esportes, evoluíram dos movimentos naturais do ser humano, ou habilidades
específicas do ser humano que são aquelas que se caracterizam por estar presentes em todos os seres
humanos, independentes de seus lugar geográfico e nível sociocultural e que servem de base para
aquisição de habilidades culturalmente determinadas.
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Estes movimentos naturais ou habilidades específicas do ser humano, quando analisados e


transformados, visando o aprimoramento da performance do movimento, entendida aqui de acordo
com vários objetivos como: economia de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões,
beleza do movimento entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos
(exercícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movimento próprio do
homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e aperfeiçoado através dos tempos, para
alcançar os objetivos de cada um dos esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e
triplo no atletismo, cortado e bloqueio no voleibol, salto sobre o cavalo na Ginástica Artística, salto
“jeté” na Ginástica Rítmica Desportiva entre outros.
Não há prática educativa sem conteúdo, quer dizer sem objeto de conhecimento a ser ensinado
pelo educador e aprendido, para poder ser aprendido pelo educando, isto porque a prática educativa
é naturalmente gnosiológica e não é possível conhecer nada a não ser que nada se substantive e vire
objeto a ser conhecido, portanto vire conteúdo. A questão fundamental é política. Tem que ver com:
que conteúdos ensinar, a quem e a favor de que e de quem, contra quê, como ensinar. Tem que ver
com quem decide sobre que conteúdos ensinar, que participação têm os estudantes, os pais, os
professores, os movimentos populares na discussão em torno da organização dos conteúdos
programáticos.

“De acordo com (RAMOS, 1982), diz que houve em cada estado suas reformas a partir de
1920, visando a inclusão da Educação Física nas escolas, com o objetivo de formação militar.
Essas reformas educacionais só ganharam força só na segunda ERA VARGAS, logo após a
criação do Ministério da Saúde e Educação, a Educação Física ganha seu espaço nas escolas e se
inicia os surgimentos das leis onde se tornava obrigatório a utilização da mesma no ensino
secundário.”

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, e teve
como lótus a rede de ensino municipal do estado de Alagoas.
Dessa forma, foi utilizado um questionário composto por perguntas abertas e fechadas, no
qual, foi respondido por 20 dos 30 professores de educação física na especialização de educação
pedagógica. A coleta de dados foi através do questionário, porém teve um total de 10 escolas
para maior informação, além disso o período das entrevistas foi no dia 01 a 04 de Junho de
2021, por um grupo de 6 alunos acadêmicos do curso de Educação Física Bacharelado da
instituição Uniasselvi. As demais foram realizadas entrevistas com 2 coordenadores e 2
supervisores de ensino da rede municipal.
Na apresentação do questionário, foram seguidas as perguntas, onde contém dados
relevantes sobre o objeto de pesquisa acerca dos objetivos do estudo, colocando a disposição
dos participantes para o esclarecimento do seguro ético.
Libânio (1999) define que o conceito mais simples de “método” é a de caminho para atingir
o objetivo, conjunto de ações, passos, procedimentos para alcançar os objetivos.
A pesquisa de campo teve como objetivo principal a ausência de profissionais na área de
Educação Infantil, adequação da formação e continuidade sobre as dificuldades e possibilidades
na pratica pedagógica.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apresenta-se nesse capitulo, analise da teoria e pratica no qual os desafios sempre irão
existir, porém cabe ao professor fazer uma reflexão da sua pratica pedagógica onde nesse
processo passa a ajudar no desenvolvimento infantil. Dessa forma, o professor de educação
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física use os diversos conhecimentos que adquiriu ao longo de sua carreira acadêmica,
utilizando os saberes docentes que contribuíram para a sua identidade profissional, bem como a
sua formação embasadas em didáticas de ensino que nortearam no estágio curricular, garantindo
o desenvolvimento da aprendizagem infantil.
Em suma, o desafio de ensinar traz consigo um linguagem grandiosa, o que torna a ação
muito importante que seus saberes considerem que a criança precisa ser compreendida e suas
modificações observadas.
Teoria como conjunto de conhecimentos, não ingênuos, que apresentam graus diversos de
sistematização e credibilidade, e que se propõem explicar, elucidar, interpretar e unificar em
dado domínio de problemas que se oferecem a atividade pratica, como saber provindo da
experiência, e ao mesmo tempo aplicação da teoria, poderíamos, ao invés de sua autonomia,
entender o que SAVIANE denominasse de didática, ou seja, de movimento de dinâmica
estabelecida entre ação e que assim gera novos problemas. (MARCELINO, 1995, p.75).
Percebemos que a relação teoria e pratica está inter-relacionada uma a outra, pois a ação e o
conhecimento fazer parte da pratica do professor de Educação Física. Assim, nessa perspectiva
o professor que não relaciona a teoria com a pratica, fica reduzido ao pratico, o qual ocorre o
não domínio dos conhecimentos.
O processo de ensino/aprendizagem é lento e gradativo, exige do professor preparo,
perseverança, paciência e acreditar que é possível transformar, acreditar que mudanças de
pensamentos e atitudes passam a ocorrer, talvez não contemple a todos que estão envolvidas no
processo educativo, mas é possível acreditarmos que mudanças significativas de atitudes e
comportamentos possam ocorrer na educação escolar.
Enfim, é preciso que o professor se prepare a cada dia para estar em sala de aula,
pesquisando, buscando fundamentos metodológicos para a sua pratica profissional e também
uma formação continuada que lhe conceda novas metodologias que o professor deve seguir aos
seus alunos e a sua identidade profissional.

6. CONCLUSÃO

Os jogos, as danças, os esportes ou as ginásticas são criações que surgem e acabam perpetuando
para sempre. Ao mesmo tempo conseguem sobreviver as novidades de cada século, desafiando e
vencendo a própria morte. Elas são recriadas após algumas descobertas, de novas interpretações e
são transmitidas diante da sociedade por gerações. Com normas específicas elas passam por
diversas sociedades, permitindo as trocas culturais.
Os alunos vivenciando esses ensinamentos de forma que eles repassem a sua sociedade, é algo
enriquecedor, pois iremos notar a importância de cultivar os movimentos que são criados de
gerações em gerações fazendo dela uma arte, esperança de que haverá um mundo melhor em anos
futuros. A compreensão de cultura de movimento entendida a partir do entrelaçamento entre corpo,
natureza e cultura, poderá contribuir para que os professores ofereçam conteúdos na Educação
Física escolar relacionados à realidade dos educandos, não fugindo da grade constitucional, com o
propósito de favorecer uma leitura crítica do mundo.
Desse modo, a cultura do movimento compreendida a partir do ensino tanto em sala de aula
como em aula prática pode provocar diversos debates teóricos e intervenções na Educação Física,
ligando práticas, modos de ser, de fazer e de viver diferentes realidades sociais históricas.

QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

1) EM SUA OPINIÃO, O QUE É EDUCAÇÃO FÍSICA E QUAL A IMPORTÂNCIA


PARA OS ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL?
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2) VOCÊ ELABORA PLANEJAMENTO ESPECIFICO PARA A EDUCAÇÃO


FÍSICA? SE A RESPOSTA FOR SIM, QUE TIPO DE METODOLOGIA
UTILIZA?

3) QUAL A DIFICULDADE NA HORA DE ATUAR EM ESCOAS PUBLICAS?

4) EM SUA FORMAÇÃO RECEBEU ORIENTAÇÃO ESPECÍFICA PARA


APLICAR AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? SIM OU NÃO?

5) VOCÊ CONSIDERA-SE PREPARADO PARA DA AULAS DE EDUCAÇÃO


FÍSICA? TENS ALGUMA DIFICULDADE QUE PODERIA DESENVOLVE-LA?

7. REFERÊNCIAS

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