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Carga horária: 60 hs
Conteúdo programático
Introdução
Didática e Metodologia de Ensino em Educação Física
É Preciso ser Profissional
Planejar é preciso
Pilares do Planejamento
A Prescrição em Educação Física
Métodos de trabalho
Recursos Físicos e Materiais
Psicomotricidade
História da Psicomotricidade no Brasil
A evolução da Psicomotricidade
A Psicomotricidade na organização funcional cerebral
Origem da vida - gênese
Origem das Espécies - Filogênese
Ontogênese
Sensação
Percepção
Formação de Imagem
Simbolização
Relações Interpessoais
Elementos da psicomotricidade
Esquema corporal
A organização do corpo no espaço (organização espacial)
A dominância lateral
O equilíbrio
A organização latero-espacial
A coordenação dinâmica
Desenvolvimento motor
As áreas da psicomotricidade
Comunicação e expressão
Percepção
Coordenação
Orientação
Conhecimento corporal e lateralidade
Habilidades conceituais
Habilidades psicomotoras e processo de alfabetização
Distúrbios psicomotores
Definição de distúrbio psicomotor
Estudos iniciais sobre o distúrbio psicomotor
Teorias e exercícios em psicomotricidade
Esquema corporal
Coordenação óculo-manual
Coordenação dinâmica geral
Motricidade fina das mãos e dos dedos
Cuidando das mãos
Amassando a massa
Organização e estruturação temporal
Exercício de organização e estruturação espacial
Referências
INTRODUÇÃO
Pare e pense:
É preciso ter competências técnicas: você contrataria para ensinar futebol
a seus filhos um “Professor Famoso” que estudou tudo de futebol, assistiu a milhares
de vídeos e partidas de futebol, colecionou Tudo sobre futebol, MAS nunca pegou
em uma bola, nunca fez ou sofreu um gol, nunca fez ou sofreu uma falta, nunca
comemorou uma vitória própria, nem nunca chorou uma derrota? O que ele sabe
sobre paixão, sonho, expectativa, medo, raiva, frustração, dor, limite, exaustão?
É preciso ter competências científicas e pedagógicas: você contrataria
para ensinar atletismo a seus filhos um “Professor Campeão Olímpico” que viveu no
corpo todas as alegrias e todas as dificuldades de se dedicar integralmente ao
esporte, MAS que nunca parou para estudar a fundo o quê (do ponto de vista
fisiológico, psicológico e social) faz um indivíduo ser bem-sucedido ou não na prática
de um determinado esporte? Que jamais passou pela experiência de avaliar um
aluno e depois planejar, prescrever, orientar e supervisionar o treinamento até ver os
resultados aparecerem? Ou, no caso do resultado não aparecer, saber o quê precisa
ser ajustado para que os objetivos possam ser alcançados?
Planejar é preciso
Público alvo: Campo preenchido com o aluno para quem se vai ensinar.
Objetivos: Campo preenchido com por que (motivos) se faz esta proposta.
Conteúdos: Campo preenchido com o que será feito dentro das aulas.
Princípios da prescrição
Prescrevendo um Treinamento
Potência Aeróbia
Força Muscular
Flexibilidade
Obesidade TODOS. Priorizar contínuos, Sobrecarga para articulações dos MMII como
aeróbios. nas corridas e cuidado com práticas
esportivas competitivas.
Osteoporose TODOS. Priorizar contínuos, Riscos para quedas e fraturas.
aeróbios ao sol e os de força
para todos os sítios.
Problemas TODOS. Priorizar contínuos, Atividades fatigantes.
respiratórios aeróbios. Acrescentar
Exercícios Respiratórios.
Sedentarismo TODOS. Priorizar contínuos, Irregularidade (≤ 2 vezes semana) +
aeróbios. competitividade = síndrome do atleta de fim-
de-semana (infarto, morte).
Varizes TODOS. Priorizar contínuos, Isométricos de membros inferiores e longa
aeróbios. Fortalecer membros permanência estática de pé (prejudica
inferiores. retorno venoso)
Métodos de trabalho
Espaço Físico
O espaço escolhido para realizar atividades físicas deve ser adequado para o
tamanho do grupo e as características da atividade. O local deve possuir boa
iluminação, boa ventilação, temperatura agradável. O piso (da sala, quadra, pista)
deve ser adequado à prevenção de quedas (não derrapante, isento de buracos, livre
de objetos em que se possa tropeçar). A utilização do espaço deve favorecer boa
visibilidade do professor e audição dos comandos e orientações para as atividades.
Equipamentos e Materiais
Secretaria
PSICOMOTRICIDADE
A evolução da Psicomotricidade
Definição Psicomotricidade:
A Psicomotricidade é a ciência
que busca esclarecer o organismo
como condição primeira do
pensamento, afinal, toda função
psíquica supõe um equipamento
orgânico. Contudo, adverte que não
lhe constitui uma razão suficiente, já
que objetos da ação mental vêm do
exterior, isto é, do grupo ou ambiente no qual o indivíduo se insere. Os fatores de
natureza orgânica e social são uma complexa relação de reciprocidade que ao longo
de sua existência aborda as contradições. (WALLON, in GALVÃO, 1995).
Definição em Psicomotricidade (in LOUREIRO, 2009)
Ontogênese
Formação de Imagem
Salienta o comportamento como aspecto funcional cognitivo, no que diz
respeito aos Distúrbios de Aprendizagem. Não é fácil desenvolver um quadro de
terapia sem incluir a formação de imagem, pois através da tomada de consciência
distingue-se o processo de percepção, memória e a capacidade de identificar,
reconhecer e apreender apresentando extraordinárias experiências conforme a
formação da imagem, que está ligada ao corpo, baseada nas experiências de
sensações auditivas, visuais, táteis, gustativas, cinéticas e tônicas, nas quais a
criança pode ter percepções no nível do próprio corpo ou vivida com uma outra
pessoa que colabora para definição desta imagem. As intervenções psicomotoras
realizadas sucedem-se de forma para direcionar o processo simbólico e intuitivo de
organizar, reconhecer e construir o próprio corpo. (BOSCANI, 2006).
Simbolização
Relações Interpessoais
Enfatizam a atitude de que a criança não tem sentimento de relacionamento
com outras crianças e que antes era visto somente como Distúrbio Emocional. A
criança não tem a capacidade para reconhecer e identificar as atitudes e sentimentos
dos outros, mesmo quando vê suas expressões faciais, não conseguindo distinguir
entre manifestações de tristeza e felicidade, raiva e gentileza, delicadeza e
indelicadeza, a desobediência e ajuda.
Noção espacial gráfica: é analisado o ponto inicial do desenho, a noção
espacial do papel direita/esquerda, o domínio lateral destro/canhoto, a
proporcionalidade simétrica acima/abaixo;
Qualidade do desenho: observa-se complementação das principais partes
do corpo, características e preenchimento corporal boca/olhos/nariz;
Proporcionalidade do desenho: o preenchimento corporal não pode ser
maior que as partes centrais: cabeça/tronco/braços/pernas;
O contexto do desenho – as correlações psicoemocionais: obedecem aos
aspectos afetivos ou omitem déficit intelectual, orgânico, motor ou neurológico,
sexualidade, diferenças sexuais, vestuário, expressões faciais
“agressivo/triste/alegre, olhar insinuante/ cílios roupas transparentes, devem
ser levados em consideração. Portanto, vale ressaltar que Avaliação Psicomotora
procede em observações à idade do sujeito, o nível do seu desenvolvimento motor,
cognitivo e afetivo. (SPITZ, WALLON, DI-LEO in LOUREIRO, 2009).
O desenvolvimento psicomotor da criança está intimamente relacionado à
evolução própria, o qual insere no seu contexto social e cultural, e o faz de forma
dinâmica e dialética através de rupturas e desequilíbrios provocados por contínuas
reorganizações que ocorrem dentro do seu ser total e completo. A aprendizagem é,
portanto considerada a condição necessária e fundamental no processo de
desenvolvimento de funções psicológicas, dessa maneira a Psicomotricidade
implica a uma organização neuropsicológica corporal e intelectual da criança.
(FONSECA, 2008).
Elementos da psicomotricidade
Esquema corporal
O equilíbrio
A organização latero-espacial
Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a criança tem conhecimento do
lado direito e esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a posição relativa entre
dois objetos, aos 8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa, aos
9 anos consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo
lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é transpõe o lado da pessoa
para o seu, aos 10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas, e aos 11
anos consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos.
A coordenação dinâmica
AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
PERCEPÇÃO
COORDENAÇÃO
ORIENTAÇÃO
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo
ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons,
sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é
centro, o referencial. A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou
menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da
relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma
imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos. O esquema corporal, da maneira
como se constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a
ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais,
como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco encaixar-se uns aos outros para
compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema corporal
revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na
câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno,
forma e coloração cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste
esquema parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a evolução está
praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao lado da
construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado como um objeto físico,
cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência
precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no
desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si. O conceito corporal,
que é o conhecimento intelectual sobre partes e funções; e o esquema corporal, que
em nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema
corporal é inconsciente e se modifica com o tempo.
Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que
é a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A
lateralidade diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade
desigual de cada um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo
do desenvolvimento da experiência. Perceber que o corpo possui dois lados e que
um é mais utilizado do que o outro é o início da discriminação entre a esquerda e
direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo
momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de
seu corpo, embora ignore que sejam "direito" e "esquerdo". Aos cinco anos, aprende
a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um
olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e
esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua
localização em cada lado de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos, etc.). Aos
sete anos, sabe com precisão quais são as partes direita e esquerda de seu corpo.
As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e
lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e
aos sinais gráficos.
Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da
orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal.
HABILIDADES CONCEITUAIS
Distúrbios Psicomotores
"O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o
que vós não pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso."
(Goethe)
Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada?
Porque, apesar de sua aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue
aproximar-se, mostra-se com encanto e interesse?
O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas
escadas ao invés de desce-las, ou morria de medo como se fosse um grande
empreendimento... escalá-las e não apenas subi-las. E vestir-se. O que seria a
manga, onde estariam os braços, as pernas das calças? Enfiam-se pela cabeça? Por
que existem laços de sapato? Para atormentar crianças? Ou talvez, a sua mãe que,
desoladamente, contempla sua dificuldade? E um caderno? Começa-se de que lado?
Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de lados que não tem
lados... O que há com esta criança?
Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam,
apoiam duramente o calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir
e descer escadas, nas escolas, evitam participar de jogos, nas quais geralmente são
ridicularizadas e afastadas: tê-las como parceiras é perder na certa.
Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres,
para todos nós. Como entendê-lo. Como ajudá-lo?
ESQUEMA CORPORAL
Conhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo,
conhecimento capaz de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as
partes do seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam.
Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional
diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços,
pernas, pés, explorando uma parte por vez.
A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional,
respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser
realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados. Olhos abertos:
Aprendizado.
Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo.
Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz,
olhos, boca, queixo, sobrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão
apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo
menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a
um dizendo os respectivos nomes dos dedos.
Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança
acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se
desloca no espaço.
Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos
sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a
criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se
rins.
Exercício 5: Automatizando a noção de direita e esquerda
Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é
a sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o
exercício em etapas:
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL
AMASSANDO A MASSA
Fazendo Bolas de Massa - O professor distribui a classe bolas de massa de
tamanhos variados (usar massa para modelar) sentada, com o cotovelo apoiado
sobre a carteira, a mão para o alto, a criança aperta as bolas de massa com força,
amassando-as. Orientar a criança para que trabalhe com dois dedos por vez.
Trabalhar primeiro uma das mãos, depois com a outra e, finalmente, com as duas
juntas.
Fazendo as bolas de massa - Realizar o mesmo trabalho do exercício
anterior, neste caso, porém a massa é apresentada em forma de disco, com a qual
a criança deverá fazer uma bola.