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Psicomotricidade
CAPÍTULO 1: PARTE 1
Epistemologia da Psicomotricidade
OBJETIVOS
A história do corpo
Desde a Grécia Antiga o corpo físico era exaltado tanto por poetas
(como Homero) quanto por filósofos. Os pré-socráticos falavam de “alma” sob
uma visão metafísica, um tanto materialista.
Já Sócrates (470 – 399 a.C.) e seu discípulo Platão (428 – 347 a.C.)
refletiam sobre a imortalidade da “alma” e viam o corpo como lugar transitório
para a “alma” imortal. Preocupavam-se com a moral e com a ética.
ATIVIDADE
"É evidente que eu, minha alma, pela qual sou o que sou, é completa e
verdadeiramente diferente do meu corpo, e pode ser ou existir sem ele."
"Penso, logo existo." (René Descartes, Meditaciones metafísicas, México,
Porrúa, 1979, p. 84).
Outra analogia que pode ser interessante para dar uma melhor ideia do
modelo dessa época é pensarmos o corpo como uma máquina (por exemplo,
um automóvel), e o meio médico desse grupo de estudiosos como sendo a
montadora dos carros – preocupam-se com as peças!
.
Ilustração do procedimento experimental feita em 1907 por Nicolai, discípulo de Pavlov.
Ginástica terapêutica;
Psicodinamia – Philippe Tissié (final séc. XIX — preconcepção da
Psicomotricidade) que se opõe à Educação Física militarizada e propõe
uma educação pelo movimento, abordada por Le Camus em meados
do séc. XX). Propõe a aproximação entre o ponto de vista
puramente mecânico e o ponto de vista psicológico.
SAIBA MAIS...
Desde 1998, a sociedade brasileira, juntamente com o IBMR vem
lutando para o reconhecimento dessa profissão diante do Ministério do
Trabalho em Brasília. Qualquer interessado pode associar-se à Sociedade
Brasileira de Psicomotricidade, visite o
site: http://www.psicomotricidade.com.br.
Conceitos da Psicomotricidade
Esteban Levin
“A Psicomotricidade se ocupa de um sujeito que fala através de seu corpo, suas
posturas, seus movimentos, seus gestos, seu tônus muscular, seu eixo
corporal.”... “não é o corpo que sofre ou que fala, mas sim um sujeito que fala
através de seu corpo, de seus movimentos, de suas relações tônicas, de seus
gesto.” “Tornar-se psicomotricista é um trabalho que não tem fim, pois, a cada
vez, com cada paciente, começa o trajeto cheio de particularidades que só
culmina com um recomeçar de novo...” O compromisso e a responsabilidade do
psicomotricista é “não retroceder frente ao sujeito que fala e sofre através de seu
corpo.” (A especificidade da prática Psicomotora — Anais VI Congresso
Brasileiro de Psicomotricidade, 1995).
B. Saboya
“Um meio que utiliza o corpo em movimento, visando à harmonização do
indivíduo com o seu mundo interno e o seu mundo externo”. (Bases
Psicomotoras – Saboya, 1995).
Jean-Claude Coste
“É uma técnica em que se cruzam múltiplos pontos de vista e que utiliza as
aquisições de numerosas ciências constituídas (Biologia, Psicologia, Psicanálise,
Sociologia e Linguística)” [...] “A reeducação psicomotora tem por objetivo
desenvolver esse aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao
indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de
aperfeiçoar o seu equilíbrio.” (A Psicomotricidade – Coste, 1977).
Lapierre
“A noção de Psicomotricidade é muito vasta para se prestar a uma definição
precisa e definitiva. O pensamento motor é todo movimento indissociável do
psiquismo que o produz e implica desse fato a personalidade total e,
inversamente, o psiquismo, nos seus diferentes aspectos (intelectual, afetivo, de
relacionamento etc.), é indissociável dos movimentos que condicionaram ainda
seu desenvolvimento.” (Simbologia do Movimento —Lapierre,1982)
Vayer
“Cada criança busca no outro a sua própria identidade, sua própria necessidade
de segurança.” (Linguagem corporal — Vayer, 1985)
Picq e Vayer
“A educação psicomotora é uma ação pedagógica e psicológica, utilizando meios
da Educação Física, com o objetivo de normalizar ou melhorar o comportamento
da criança”. (Educação Psicomotora e Retardo Mental — Picq e Vayer, 1984)
Le Boulch
“A educação psicomotora concerne uma formação de base indispensável a toda
criança que seja normal ou com problemas. Responde a uma dupla finalidade:
assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta as possibilidades da
criança e ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do
intercâmbio com o ambiente humano.
A terapia psicomotora refere-se particularmente a todos os casos-problemas nos
quais a dimensão afetiva ou relacional parece dominante na instalação inicial do
transtorno. Pode estar associada à educação psicomotora ou se continuar sem
ela...
Ao contrário, a reeducação psicomotora impõe-se nos casos onde o déficit
instrumental predomina, ou corre o risco de acarretar secundariamente problemas
de relacionamento.” (O desenvolvimento psicomotor — Le Boulch, 1981
Wallon
“O movimento é, antes de tudo, a única expressão e o primeiro instrumento do
psiquismo.” (A criança turbulenta – Wallon, 1925)
O embasamento teórico da Psicomotricidade está alicerçado nos conhecimentos
da ontogênese (evolução da espécie).
Wallon, Winnicott, Gesell, Piaget, Spitz, Freud, Binet-Simon e outros estudiosos
pesquisaram as fases e os processos de evolução motora, perceptiva relacional,
cognitiva.
Desenvolvimentista é uma linha de trabalho no qual se procura estar atento,
inicialmente, à compreensão da história do indivíduo, levando-se em conta o
desenvolvimento considerado desejável, verificando desarmonias e procurando
estabelecer, dentro do possível, em que ponto ou pontos ocorreram bloqueios.
Ao psicomotricista interessa o corpo e a motricidade de um sujeito em suas
diferentes variáveis: privilegia o olhar. Já a Psicanálise ocupa-se de escutar o
discurso de um sujeito fundamentalmente em seus atos falhos, sonhos,
esquecimentos, lapsos etc
Definição segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade
“É uma ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento, em
relação ao seu mundo interno e externo, e de suas possibilidades de perceber,
atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao
processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas,
afetivas e orgânicas.” (http://www.psicomotricidade.com.br)
Ou seja, é a ciência que se ocupa do estudo do homem em movimento e com a
evolução das relações de seu corpo com seu mundo interno (sensações,
fantasias etc.) e com seu mundo externo (o corpo em movimento no espaço, no
tempo e no social).
Objeto de estudo
O olhar psicomotor que busca ver além do sintoma que o sujeito possa
apresentar;
Quem é o psicomotricista?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LINDB
Os prazos para vigência de uma lei são em regra contados a partir da sua
publicação oficial.
O prazo para vigência de uma lei no Brasil é de quarenta e cinco dias após sua
publicação oficial. Admitindo exceção, quando o próprio texto de lei expressar
disposição contrária. Contudo para vigorar no estrangeiro, se aceita a lei, o
prazo é de noventa dias a partir da publicação oficial.
Toda legislação antes de entrar em vigor passa por um processo, que envolve
cinco fases:
a) a elaboração;
b) a promulgação;
c) a publicação;
d) a vacatio legis;
e) a vigência.
Se vier a ocorrer nova publicação da lei, desde que ainda não tenha entrado
em vigor e mesmo que exclusivamente para correção de meros erros materiais,
sua obrigatoriedade ficará condicionada a novo período de vacatio, a contar da
última publicação. Se a lei corrigida já estava em vigor, será considerada a
versão corrigida e última como lei nova (LINDB, Art. 1º, § 4º).
A Revogação da Lei
Não se tratando de lei temporária, a vigência de uma lei permanece até que
outra a modifique ou revogue, este é o princípio da continuidade das leis.
LINDB:
– Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra
a modifique ou revogue.
– Art. 2º–§ 1º– A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a
matéria de que tratava a lei anterior.
– Art. 4º– Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
– Art. 5º – Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.
– Art. 3º– Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Além das duas situações acima, em que temos a perda de eficácia da norma
jurídica, cumpre salientar também que o Supremo Tribunal Federal pode
afastar vigência das leis que julgar inconstitucionais quando suspensas pelo
Senado Federal através do controle difuso de constitucionalidade (art. 52 da
CF).
a) expressa ou b) tácita.
A revogação será expressa quando a lei nova descrever de modo expresso
que revoga a lei anterior, é o que diz a primeira parte do § 1º do Art. 2º da
LINDB.
a) Critério cronológico, lex derogat legi priori, é aplicável quando a lei nova for
incompatível com a lei anterior ou regule de modo integral a mesma matéria,
como se pode notar da segunda parte do § 1º do Art.
2º da LINDB.
A Repristinação da Lei
A vacatio legis, que se inicia com o período de publicação de uma lei, após seu
longo trâmite legislativo, tem a função de dar amplo conhecimento da lei, sendo
que a partir de sua vigência a lei opera erga omnes. Como se percebe, não se
pode alegar ignorância da lei, pois ela possui eficácia global, pelo princípio da
obrigatoriedade. Entretanto, de acordo com Rene Gustavo Nicolau, quando
excepcionalmente em casos nos quais a ignorância ou errônea compreensão
da lei ocorrer, poderá a pena deixar de ser aplicada, nos moldes do que dispõe
o Art. 8º do DL n. 3.688/41 (Lei das Contravenções Penais). Exemplo: emissão
de fumaça que impede o motorista de ver a placa de trânsito ou semáforo.
Desse modo, o juiz cria através de seu julgamento a norma para aquele caso,
colmatando a lacuna, afastando o conflito, e a coisa julgada, quando emergir,
fecha o sistema em relação àquela disputa específica.
Como o juiz está impedido de deixar de julgar o caso concreto, quando a lei for
omissa, ou seja, existindo uma lacuna da norma, ele recorrerá as fontes do
direito, na seguinte ordem de preferência: a) analogia; b) costumes e c)
princípios gerais do direito. Sem dificuldade se observa pela ilustração abaixo
em comparação com a anterior que as fontes do direito são o recurso primário
para integração da norma, em especial, a jurisprudência (analogia), o costume
e os princípios gerais do direito.
Quando vimos as fontes do direito observamos que a Lei é fonte primária, e o
costume fonte secundária, além de outras fontes supletórias como a
Jurisprudência, a Doutrina e os Princípios Gerais do Direito.
Os costumes não são aplicáveis quando forem contra legem. Isto porquê a
aplicação dos costumes quando a lei estiver em desuso pode configurar abuso
de direito (art. 187 do CC).
NOTAS
10
CPC, Art. 127. O Juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
11
Nota Explicativa: O legislador desejou limitar a aplicação da equidade para
evitar sua evocação pelo magistrado em casos nos quais ela não é devida.
Da Interpretação da Norma Jurídica
Interpretar consiste em descobrir sua essência, a ratio legis. Para que o juiz
possa aplicar a lei atendendo aos seus fins sociais e às exigências do bem
comum é necessário que proceda à sua interpretação quanto à origem, quanto
ao método ou quanto ao resultado, considerando seu contexto social
contemporâneo, em harmonia com todo o ordenamento jurídico, levando em
conta o caso concreto através das provas lícitas nele contidas, valorando-as, e,
ao final decidindo por sentença, a pacificação do conflito, não violando direito
alheio12.
NOTA
12
LINDB, Art. 5º– Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela
se dirige e às exigências do bem comum.
e) Teleológica – quando se apega aos fins para os quais a lei foi editada.
3) Quanto ao resultado, pode ser:
A lei visa atender às situações que ocorrem durante a sua vigência, ou seja,
projeta-se ao futuro. Em solução às dúvidas que venham a surgir, em razão da
intertemporalidade, a lei obedece aos critérios das disposições transitórias e da
irretroatividade.
A lei em regra não retroage a fatos anteriores à sua vigência 13, a não ser
quando ela formalmente expresse em seu texto esta finalidade e não ofenda ao
ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada. Também é possível
que a lei retroaja em benefício do réu no direito penal 14.
A lei nova, conforme já estudamos, produz efeitos imediatos após seu período
de vacatio legis, aplicando-se aos casos passados e futuros.
NOTAS
13
Nota Explicativa: O direito brasileiro aplica o princípio da irretroatividade da
lei. Deste modo a lei vigente aplica-se a partir de sua entrada em vigor a todos
os casos presentes e futuros.
14
Nota Explicativa: Princípio da retroatividade benéfica penal, na Constituição
Federal de 1988, Art. 5º, XL, que dispõe que: “A lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu.”
15
LINDB, Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º. Reputa-se ato
jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.
16
LINDB, Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 2º. Consideram-se
adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
17
LINDB, Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 3º. Chama-se coisa
julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
NOTAS
18
LINDB, Art. 7º, caput.A lei em que domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família.
19
LINDB, Art. 7º. A lei em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família. § 1º. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira, quanto aos impedimentos dirimentes às formalidades da celebração.
20
LINDB, Art. 7º. A lei em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família. § 2º. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
21
LINDB, Art. 7º. A lei em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família. § 3º. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de
invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
22
LINDB, Art. 7º. A lei em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família. § 4º. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país
em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro
domicílio conjugal.
23
LINDB, Art. 8º. Para qualificar os bens e regular as relações a eles
concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1º.
Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos
bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
24
LINDB, Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país
em que constituírem.
Métodos de Intervenção
OBJETIVOS
Intervenções em psicomotricidade
Ramain-Thiers
Fonte: http://www.psicomotricidade.com.br/artigos/aformacao.htm
A Psicomotricidade Relacional
Relaxação Bergès
As sensações e as percepções
Já foi visto que a Psicomotricidade “é uma ciência que tem por objeto de
estudo o homem, através do seu corpo em movimento, nas suas relações com
seu mundo interno e seu mundo externo” (definição da S.B.P.).
Luria (1973), de acordo com Vygotsky (1960), aborda a noção de função como
um sistema complexo e plástico.
1ª unidade funcional
2ª unidade funcional
Só trabalha plenamente após o nascimento estabelecendo importante papel nas
relações entre o organismo e o meio (espaço intracorporal e extracorporal)
3ª unidade funcional
Depende das duas primeiras e é responsável, como já vimos pelas ações
voluntárias, que só serão realizadas mais tarde.
Praxias
Definição: É um conjunto de movimentos coordenados para um fim
determinado que depende da aprendizagem.
A área 4 Brodamann é conhecida como córtex motor e atua como efetor,
recolhe informações aferentes. A partir das quais ele vai elaborar a
programação da ação.
Áreas 6 e 8 de Brodmann frontais e 5 e7 parietais operam circuitos de
retroalimentação e só depois a área 4 Brodmann dispara os comandos
(conectadas com as áreas sensoriais 1, 2 e 3).
O cerebelo, através de um sistema de retroalimentação, controla harmoniosa e
automaticamente os movimentos modulando e organizando, sucessivamente,
os movimentos para que atinjam seu fim com precisão; programa os
movimentos simultânea e harmoniosamente antes de serem iniciados.
A área 6 Brodmann (associativa motora), pré-programa os praxias globais.
O cerebelo reativa o comando motor através das sensações proprioceptivas.
Pré-programação = intenção que antecede a ação. (dando-lhe um significado,
uma finalidade) – Projeto Motor.
A organização práxica, antes da ação motora propriamente dita, requer uma
planificação interiorizada.
A praxia global é a expressão motora (psicomotora), do resultado de muitas
informações sensoriais, extero, proprioceptiva, ou seja, é o resultado da
integração de fatores psicomotores.
Todas as praxias exigem uma complexa integração proprioceptiva.
Essa função é desempenhada pelo sistema gama, que tem como finalidade
manter e regular a sensibilidade dos fusos musculares. Essa atividade confere
ao movimento voluntário as suas características: grande plasticidade e melodia
cinética.
Praxias, ou seja, movimentos intencionais são definidas por Piaget (1975),
como: “sistemas de movimentos coordenados em função de um resultado”.
Condições para praxias:
Um projeto;
Vários engramas;
Ligações projeto-engramas;
Instrumento neuromuscular de expressão íntegros que serão
comandados segundo o projeto.
Dispraxias
É a alteração em um conjunto de movimentos coordenados para um fim
determinado que depende da aprendizagem.
Na criança, esse problema é mais dinâmico e complexo, devido às implicações
ontogenéticas.
Dispraxias
É a alteração em um conjunto de movimentos coordenados para um fim
determinado que depende da aprendizagem.
Na criança, esse problema é mais dinâmico e complexo, devido às implicações
ontogenéticas.
“A criança dispráxica apresenta uma disfunção psicomotora normalmente
caracterizada por perturbações da esfera motora mais corticalizada.”
(FONSECA, 1995)
Sinais:
1
Apraxia ideomotora: surge na realização dos gestos elementares, dificuldade
em responder um comando verbal ou imitar gestos.
2
Apraxia ideatória (ideacional): dificuldade na sequência de movimentos, gestos
complexos. Desintegração espaço-temporal dos movimentos que compõem
uma totalidade (gesto complexo).
3
Apraxia construtiva: não consegue reunir as unidades para formar totalidades
(distúrbio está na execução da programação mental)
4
Apraxias específicas: para executar movimentos específicos, vestir-se, marcha,
bucofaciais etc.
Gnosias e Agnosias
Gnosias
Capacidade de discriminar um estímulo sensorial dentre outros da mesma
categoria, isto é, a capacidade que as áreas associativas do cérebro têm de
reconhecer e discriminar um estímulo sensorial.
Agnosia
É a perda da capacidade de reconhecer um objeto, sem que se tenha nenhum
prejuízo nas vias sensoriais e nas áreas de projeção cortical (primárias).
Podemos encontrar agnosias visuais, auditivas e somestésicas (esta última
ligada ao tato e às noções do corpo no espaço). São resultantes de lesões nas
áreas sensoriais secundárias ou nas associativas (de discriminação). Podem
ser visuais, auditivas, tátil-cinestésicas (esterognosia), olfativa (anosmia).
Lesões – nas áreas sensoriais primárias, as lesões causam prejuízos
sensoriais na função propriamente dita como cegueira ou surdez, porém lesões
nas áreas secundárias e associativas causam o que conhecemos como
agnosia.
As áreas 39 e 40 de Brodmann (lóbulo parietal inferior) denominada área
temporoparietal integra informações recebidas das áreas secundárias visuais,
auditivas e somestésicas. Integra as funções de espaço e tempo e das partes
do corpo, do espaço extracorporal.
Atenção
Definição de ATENÇÃO: Função mental de caráter direcional e seletivo,
presente em todos os processos mentais organizados
A Formação Reticulada encontra-se na porção central do tronco encefálico que
vai do bulbo ao mesencéfalo.
As fibras da formação reticulada rostral projetam-se no tálamo, núcleo caudado
e córtex e constituem o sistema ativador reticular ascendente (SARA) - cuja
principal função é de ativar o córtex e manter a consciência (o estado de
alerta).
As fibras aferentes provenientes das áreas rostrais particularmente do córtex
cerebral fibras córtico-reticulares), constituem o sistema reticular descendente
e servem para modular a atividade da formação reticular, subordinando-a ao
controle dos programas elaborados no córtex e que requerem a modificação do
estado de vigília para sua execução.
Parte mais rostral da formação reticulada contém uma população de neurônios
responsáveis pelo alerta e a parte mais caudal neurônios responsáveis pelo
sono.
Formação reticulada recebe informações de todas as vias sensoriais do corpo,
incluindo fibras das vias neurais da dor, temperatura, tato, pressão, de
terminais das vias retinais, olfatórias, auditivas e vestibulares.
O Hipotálamo desempenha funções que são reguladas pela glândula hipófise
(secreção de hormônios) e por conexões neurais eferentes com o córtex por
intermédio do tálamo. Essas funções envolvem: ajustes da temperatura
corporal e da pressão arterial, ajustes no metabolismo, comportamentos
alimentares, reprodutivos e defensivos, regulação do ritmo diário como sono e
vigília, expressões emocionais, entre outras.
O Tálamo é considerado o assistente executivo do córtex cerebral, por ele,
passam as informações vindas dos gânglios da base, cerebelo, e de todos os
sistemas sensoriais (exceto do olfativo), que devem ser retransmitidas para as
áreas específicas do córtex cerebral. Desta forma ele direciona a atenção para
as informações importantes regulando o nível de atividade dos neurônios
corticais.
As Estruturas Corticais Sensoriais e Motoras são especializadas para o
desempenho de diferentes funções. Assim podemos identificar:
Área sensorial primária ou córtex sensorial primário, responsável por
discriminar as diferentes intensidades e qualidade das informações
sensoriais;
Área sensorial secundária ou córtex associativo sensorial, onde
ocorre a análise mais complexa das sensações, o reconhecimento.
Área motora primária ou córtex motor primário, que efetua o
movimento fornecendo o controle descendente das atividades motoras.
Área de planejamento motor responsável por organizar o movimento
Córtex associativo responsável por controlar o comportamento
interpretar as sensações processando as emoções e as memórias.
Hipotálamo;
Núcleos anterior e medial do tálamo;
Córtex límbico: giro cingulado, giro para-hipocâmpal e uncus;
Hipocampo;
Amígdala – grupo de núcleos em forma de amêndoas;
Prosencéfalo basal: área septal, área pré-óptica; núcleo acumbens
(ou estriado ventral) e o núcleo basal de Meynert.
Figura sobre sistema límbico
O córtex límbico é uma estrutura em forma de C situada na parte medial dos
hemisférios, fica entre o diencéfalo e o telencéfalo. É considerada a região
limite entre as áreas conscientes e as áreas inconscientes do encéfalo.
O sistema límbico tem além da função de regular o comportamento de
alimentação, da ingestão de água, o comportamento defensivo e reprodutivo,
de funções viscerais e hormonais, as funções emocionais e de memória.
As emoções são mediadas no sistema límbico sendo necessárias as seguintes
estruturas: as amígdalas, diversas áreas do hipotálamo, a área septal, os
núcleos anteriores do tálamo, o córtex límbico anterior e as áreas associativas
límbicas.
As emoções dão significados às nossas percepções e influenciam diretamente
nossas ações.
O conhecimento consciente das emoções se dá quando a informação da
amígdala e do sistema nervoso autonômico chega ao córtex. As amígdalas
recebem informações de todos os sistemas sensoriais.
As funções de memória estão espalhadas por áreas límbicas e não- límbicas
do encéfalo. Além do hipocampo, que tem a função de processar memórias de
curto prazo para memórias de longo prazo, os núcleos mediais do tálamo, o
córtex límbico posterior e o prosencéfalo basal são outras estruturas
fundamentais para o processamento de alguns tipos de memória.
A atividade de neuromoduladores e neurotransmissores específicos
(compostos químicos que transmitem a informação de um neurônio para outro)
são de fundamental importância para todo o processo da atenção, de
consciência.
Eles são produzidos pelos neurônios do Tronco Encefálico e transportados até
o cérebro pelo sistema reticular ativador, são eles:
Serotonina – modula o nível geral da ativação cerebral – regula o
sono;
Norepinefrina - contribui para a atenção e para a vigilância –
direção da consciência;
Acetilcolina - contribui para o direcionamento voluntário da atenção
para o objeto, com base nos objetivos;
Dopamina – contribui para a iniciação das ações motoras ou cognitivas,
com base na atividade cognitiva. É considerado precursor da
noroadrenalina. Ë responsável pela motivação, pela atividade motora e
pela cognição;
Noroadrenalina - neurotransmissor responsável pelo estado de alerta,
postura de ataque e de fuga. Provoca alteração do ritmo cardíaco e da
pressão arterial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OBJETIVOS
Neste capítulo pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
Reconhecer as etapas evolutivas do desenvolvimento infantil;
Reconhecer as avaliações pelas quais passa o neonato;
Reconhecer as características da segunda infância.
Fase embrionária
Após a fertilização, momento em que o espermatozoide penetra no óvulo, uma
célula denominada embrião começa a se formar. Em mais ou menos 3 dias, ela
faz sua caminhada da trompa até o útero e leva, aproximadamente, mais 4 dias
para aderir ao endométrio (camada que reveste internamente o útero).
Começará então a formação da placenta, da bolsa amniótica e dos órgãos do
bebê
1º MÊS
2 MESES
3 MESES
4 MESES
Já dá para saber o sexo! Ossos mais rígidos ocupam o lugar das cartilagens,
as glândulas salivares já estão trabalhando e os dedos já estão completos.
O bebê começa a engolir o líquido amniótico, que complementa sua nutrição e
desenvolve o aparelho digestivo.
O feto já dá cambalhotas que são percebidas pela mãe. Ao final do 4º mês já
alcançou 10 cm e pesa cerca de 150 gr.
5 MESES
6 MESES
7 MESES
A gordura que surge sob a pele mantém a temperatura do corpo e serve como
reserva de energia. Mede por volta de 30 cm e pesa por volta de 1.300 gr.
Quase não se mexe mais, porque lhe falta espaço no útero.
Aos poucos vai adquirindo a posição do parto, de cabeça para baixo. Com os
sentidos bem aguçados, ele ouve, suga o polegar, soluça, e pode sentir o doce
e o amargo.
8 MESES
Está medindo cerca de 30 cm, pesando em torno de 2 quilos, 2 quilos e meio e
quase pronto para nascer. Alguns órgãos como rins, pulmões, fígados e baço
estão formados, mas só amadurecerão nos primeiros meses de vida.
Apesar de “pronto” ainda desenvolve o sistema imunológico, aumenta o
crescimento do cérebro. Sua retina está pronta para “ver o mundo”.
9 MESES
Exame do recém-nascido
O primeiro exame ao qual o bebê é submetido é o APGAR
Ele pode ser realizado na sala de parto por qualquer dos profissionais
presentes no momento do nascimento. Seu objetivo é a avaliação dos sinais
vitais do bebê.
VÍDEO 2
VIDEO 4
Nascimento
Atividades globais e reflexas
VIDEO
Reações posturais
rolar;
VIDEO
VIDEO
Do 4º ao 5º mês
VIDEO
VIDEO
Do 6º ao 7º mês
Atitudes sociais: noção de permanência do objeto.
Do 8º ao 9º mês
VIDEO
Postura de quatro apoios engatinhar
Coloca-se de pé tracionado pelas mãos – explora tudo
a tarefa em si;
do indivíduo;
do ambiente.
caminhada;
corrida;
salto vertical;
salto horizontal;
salto misto;
pulo;
saltito;
galope e deslizamento.
VIDEO
Estágio de transição
Estágio de aplicação
Flexibilidade
Massa corporal
COMENTÁRIO
Embora as meninas tenham tendência a superar os meninos no que se refere
ao equilíbrio, na infância, parece não existir nenhum padrão claro de superação
na adolescência.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Conceitos Psicomotores
Neste capítulo serão abordados os temas centrais da Psicomotricidade e
pretendemos esclarecer a especificidade desta ciência ainda em
evolução. Os termos a serem estudados neste tópico constituem o eixo
do que conhecemos como prática psicomotora.
OBJETIVOS
Neste capítulo pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
• Compreender os diversos conceitos centrais da Psicomotricidade
• Explicar a importância e a correlação de tais conceitos na prática
clínica
• Estabelecer as relações destes temas com a prática da fisioterapia
Controle motor
Controlar o corpo é algo que o homem tem de mais difícil para aprender
(também o que tem de mais difícil para estudar como funciona –
próteses e robótica).
Habilidade motora
É o uso dos movimentos programados de forma mais favorável e
melhorado pelo ajuste das tensões do músculo para fazer exatamente
os movimentos planejados com maior economia energética.
Aprendizagem motora depende do sensorial e do motor.
Wallon fala das “atividades posturais” com dupla característica: pode ser
preparação para o ato e/ou de espera. A espera antecipatória indica
uma atitude de ajustamento preparatório específico para execução do
programa motor que deve ser realizado.
VIDEO
Qualidade do tônus
Como já vimos, nos quadros patológicos temos os extremos, isto é, a
hipertonia de um lado e a hipotonia de outro, no entanto, um indivíduo pode
estar em qualquer ponto deste continum dependendo do momento que estiver
vivendo.
O bom tônus será aquele adequado à ação motora à qual o sujeito se propõe.
O movimento econômico e eficiente se dá quando adequamos o tônus ao ato
motor.
VIDEO
Como toda a célula, é composta por suas estruturas. As estruturas da célula
muscular são: sarcolema que é a membrana da célula muscular;
o sarcoplasma; as miofibrilas que são estruturas próprias da fibra muscular e
o sarcômetro que é a unidade histofisiológica da célula muscular e é o
responsável pela contração da fibra.
Neurônio
motor GAMA
VIDEO
Equilíbrio
O aparelho labiríntico, órgão central do equilíbrio, mieliniza-se
precocemente, muito antes que todos os núcleos dos nervos cranianos.
As modificações de postura, durante a gestação, deixam marcas no sistema
neuro-labiríntico do feto, no entanto o recém-nascido manifesta poucos indícios
de postura antigravitária eficiente.
Algumas reações de equilíbrio, passo a passo:
- Os reflexos labirínticos só se registram francamente a partir do 2º mês, com a
busca da verticalização da cabeça.
- Mais tarde, somam-se aos reflexos labirínticos os reflexos óticos de
retificação, o que vem reforçar a importância da visão na maturação
neuromotora e no desenvolvimento do equilíbrio.
- Por volta do 5º mês surgem as primeiras tentativas de alinhamento
céfalocorporal.
- “Todas as reações têm por efeito suscitar, forçosamente, aferências
proprioceptivas que são recolhidas pelos centros e, em particular, pelo córtex
cerebral onde se associam às aferências exteroceptivas sensitivas e
sensoriais... é provável que as relações anatômicas e funcionais entre o córtex
e os outros centros, em particular com o cerebelo, necessitem de um tempo
bastante longo e variável, antes de se estabelecerem definitivamente no que
diz respeito à marcha.” (¹)
- A reação de bloqueio da queda (paraquedismo) – sinergia labiríntica básica é
um reflexo de maturação, resultado da integração neurológica entre o aparelho
labiríntico e o sentido da visão, onde as mãos vêm a participar das reações do
equilíbrio. Essa reação postural surge a partir dos 6 meses e persistirá para
toda a vida.
VIDEO
- Do 6º ao 8º mês a criança necessitará do apoio dos braços para manter-
se na posição sentada, o tronco inclina-se para a frente demonstrando uma
pequena cifose dorso-lombar.
- No 8º ou 9º mês, já não requer o apoio dos membros superiores na
posição sentada, e a reação de paraquedista só aparecerá quando houver
risco de sua estabilidade. Isso permite ao tronco retificar-se e inicia o
desenho das curvaturas definitivas da coluna.
- Lá pelos 9 até os 11 meses, quando os membros superiores passam a
exercer seu papel de suporte com firmeza e soltura, os inferiores se
flexionam, apoiam-se nos joelhos e os pés separam o corpo do plano de
apoio. A criança engatinha e pode deslocar-se no espaço. Aqui entra em
cena a percepção do espaço como retroalimentação da integração da
maturação labiríntica, visual e cerebelar.
VIDEO
Na posição ereta, passará a buscar novos pontos de apoio manual e pouco a
pouco irá abandonando-os para dar às mãos prioridades de outras funções, e
passar a exercer plenamente a força antigravitária de seu eixo corporal.
- “... o equilíbrio não é mais que um sistema incessantemente modificável de
reações compensadoras que parecem, em todo momento, modelar o
organismo frente às forças opostas do mundo exterior...” (²)
- Um aspecto fundamental para o desenvolvimento da função de equilibração é
a função tônica, que envolve todas as complexas estruturas do sistema
nervoso central, desde a medula até o cérebro.
- Sherrington atesta que a contração tônica não é geradora de movimento ou
de deslocamentos e sim, essencialmente a atividade postural dos músculos
que fixa as articulações em posições determinadas, compondo uma atitude em
seu conjunto.
- O tônus não é de formação exclusivamente nervosa, é também de formação
medular e periférica e sua complexidade se dá porque forma o fundo das
atividades motoras e posturais, prepara o movimento, fixa a atitude, protege o
gesto e mantém a postura e a equilibração.
- A manutenção da postura de pé é operada por diversas excitações reflexas
que nascem nos receptores labirínticos e profundos, provocadas pela ação
constante da gravidade. Dentre as excitações mais importantes temos:
as excitações proprioceptivas
2
(articulações, músculos e tensões);
Próprioceptores
Músculos-tendinosos (fusos);
Articulares (corpúsculos de Golgi);
Labirínticos.
Têm um caráter lento de acomodação, mantendo as aferências dinâmicas da
atividade posturo-motoras.
VÍDEO
http://g1.globo.com/bemestar/videos/t/edicoes/v/equilibrio-envolve-visao-
labirinto-e-receptores-espalhados-pelo-corpo/3350002/
Os dois primeiros possuem um caráter objetivo pois, são idênticos para toda a
espécie humana.
A construção do espaço
De que forma se dá essa construção?
Desde a vida intrauterina através das sensações corporais:
A partir do nascimento:
Nomeando os espaços
Entre 3 e 7 anos
Espaço Representativo Euclidiano — a criança é capaz de reconhecer as
formas geométricas, é um espaço caracterizado pela integração das estruturas
espaciais, aparece o “vocabulário espacial”: alto/baixo; longe/ perto... É quando
os conceitos espaciais têm o corpo como referência.
A partir de 9 e 10 anos
A criança dá ao espaço uma dimensão homogênea e é capaz de projetar no
espaço as formas (geométricas) que o organizam: Espaço Projetivo
intelectualizado. Nesse momento, os pontos de referência são exteriores ao
corpo da criança (objeto x objeto)
VIDEO NOÇÃO DE ESPAÇO
VIDEO MUSICA
Orientação espacial: (discriminação visual)
Noções de:
Formas;
Quantidade;
Comprimento;
Tamanhos;
Orientação esquerda x direita;
Descobrir o que está faltando;
Memória visual;
Descobrir figuras idênticas.
A organização espacial diz respeito à utilização que o sujeito faz de tais noções
(práxica).
A construção do tempo
A linguagem é um pré-requisito fundamental na estruturação do tempo.
À medida que a criança vai adquirindo noções de “tempo” ela vai aprendendo a
utilizar e a compreender, cada vez de forma mais adequada, os verbos
auxiliares (ser, ter) e os tempos verbais. A noção de tempo envolve
simultaneamente, noções de duração, ordem, sucessão e permite que o
indivíduo se situe, se organize e coordene suas atividades e sua vida cotidiana,
dando sequência a seus pensamentos, gestos, movimentos sem se “atropelar”.
As noções temporais são muito abstratas e por isso são, muitas vezes, difíceis
de serem assimiladas pelas crianças. Elas requerem também uma maturidade
que só a vivência e a experimentação poderão desenvolver.
A criança pequena vive no “tempo presente“, aos poucos vai adquirindo noções
de:
Sucessão de acontecimentos:
Antes/depois;
Durante/depois;
Em primeiro/por último...
Ordem:
Aos poucos ela vai aprendendo a “esperar”: “Eu já vou!”, “Depois mamãe te
dá.”, “Primeiro tira o sapato, depois entra no banho.” etc.
Lateralidade
VÍDEO
Etimologia
Qualidade ou estado lateral (do latim laterale – relativo a lado).
O termo direita tem, nas diversas línguas, o significado de justo, franco, certo,
honesto, habilidoso, caracterizando boas qualidades.
O esboço de prevalência manual poder ser observado por volta dos 4 meses
através da capacidade que a criança adquire de seguir com os olhos sua mão,
graças à organização telo-cinética, que implica na atividade dos tubérculos
quadrigêmeos que coordenam o jogo de três pares dos músculos oculares.
VÍDEO
Inicia com a percepção de que o corpo tem dois lados e que utilizamos mais
um lado do que o outro.
OBJETIVOS
Neste capítulo pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
b) Fatores práxicos:
Desenho da figura humana (desenho de si?) (Pierre Vayer & Louis Picq,
1978 e Fonseca, 1995)
O desenho pode representar uma projeção de atitudes ou uma projeção da
imagem de si ideal, um estado mais elevado da representação ou ainda, o
simples resultado da observação voltada para os aspectos exteriores de si e do
outro. Buscaremos considerar o desenho da criança sob o ângulo da imagem
que ela faz de seu corpo, considerando que podem surgir diferenças
específicas nesse desenho, a partir do interesse maior que ela dedica a um ou
outro segmento corporal colocado em cena, durante a avaliação.
VIDEO VEM DANCAR
Representação topográfica
Capacidade espacial semiótica e de interiorização de uma trajetória espacial
partindo de um mapa, envolvendo a transferência de sistemas visuais para
sistemas proprioceptivos, pondo em cena atividades espaciais inter-
hemisféricas (realizada somente a partir dos 6 anos).
A criança e o observador realizam um levantamento topográfico da sala (um
mapa). Ambos se posicionam na sala e desenha-se um trajeto no mapa, que
deverá ser realizado pela criança. (Fonseca, 1995)
Estruturação rítmica – (Mira Stambak apud Vayer, 1978)
Compreende a capacidade de memorização e reprodução motora de estruturas
rítmicas, observando a percepção auditiva, a memória de curto prazo e a
translação de estímulos auditivos para proprioceptores.
A) Reprodução por batidas das estruturas temporais. A criança deve
ouvir atentamente a sequência de batidas realizadas pelo
observador e, em seguida, reproduzir a mesma estrutura rítmica e
o mesmo número de batimentos.
Obs.: Parar após 3 estruturas erradas sucessivamente.
VIDEO CADA BOLINHA UMA PALMA
B) Simbolização (desenho) das estruturas espaciais.
Lateralização
Dominância lateral (Pierre Vayer & Louis Picq, 1978)
a) Expressiva: observação de atividades espontâneas e da gestualidade do
sujeito (bater palmas, acenar etc.).
b) Preferência das mãos: imitar dez ações unimanuais.
c) Dominância de olhos:
d) Dominância pedal
VIDEO
1. A mão direita.
2. A mão esquerda.
3. O olho direito.
No corpo do outro:
A criança e terapeuta face a face. O terapeuta pede a criança que toque sua
mão esquerda. O terapeuta pede que a criança toque o pé direito. Depois o
terapeuta segura uma bola na mão direita, e pergunta: — “A bola está em qual
mão?”
Praxia fina
Compreende a micromotricidade e a perícia manual, estando mais relacionada
com a área 8, no lóbulo frontal, nas regiões anteriores do córtex, e está
intimamente ligada às áreas visuais.
Coordenação dinâmica manual: refere-se à destreza bimanual e à agilidade
digital, envolvendo o planejamento motor das extremidades distais em
integração completa com a atenção, a fixação e a captação visual de objetos.
Construir uma torre com 6 cubos a partir do modelo feito pelo terapeuta.
(Pierre Vayer & Louis Picq, 1978)
O terapeuta dá um nó com o cadarço em um lápis para demonstração e deixa
como modelo. A criança deverá dar um nó no dedo do terapeuta.
ATENÇÃO
Obs.: o importante é o nó se manter, se aceita qualquer tipo de nó. (Pierre
Vayer & Louis Picq, 1978)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mattos V; Kabarite A (2008). Perfil psicomotor - um olhar para além do
desenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, s/d.
Mattos V & Kabarite, A - Avaliação Psicomotora – um olhar para além do
desempenho, Rio de Janeiro – WAK editora, 2013.
problemas motores;
Na escola, na família e no
meio social;
Auxilia na definição da
lateralidade, orientação e
spacial,